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UNIP - 2019 COMUNICAÇÃO SOCIAL: PUBLICIDADE E PROPAGANDA e PROPAGANDA E MARKETING PESQUISA DE MERCADO PROFA. DRA. STEFANNIA DOMINGUES PIRES B. SUGUITA 1 Sumário PESQUISA DE MERCADO ............................................................................... 3 PLANEJAMENTO DE PESQUISA (SAMARA; MARCONI, 1997): .................... 5 CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA DE MERCADO quanto á fonte de pesquisa, o método de análise dos dados e a frequencia de sua realização. ................... 6 PESQUISA EXPLOTARÓRIA ........................................................................... 7 Pesquisa de observação ................................................................................... 7 PESQUISA QUANTITATIVA ............................................................................. 7 1. Método de coleta de dados..............................................................................................9 2. Classificação dos tipos de perguntas ..............................................................................10 3. Elementos da metodologia quantitativa ........................................................................12 4. Cálculo Amostral ............................................................................................................14 5. Amostragem ...................................................................................................................17 6. Formas de aplicação do questionário .............................................................................18 7. Pré-Teste ........................................................................................................................21 8. Aplicação da pesquisa ....................................................................................................21 9. Tabulação .......................................................................................................................22 10. Análise quantitativa dos dados ...................................................................................24 11. RELATÓRIO .................................................................................................................27 CRITÉRIO BRASIL: INSTRUMENTO para identificar o potencial de compra dos consumidores.................................................................................................. 28 PESQUISA VALS 2......................................................................................... 32 As diferenças entre pesquisa quantitativa e qualitativa. .................................. 37 PESQUISA QUALITATIVA.............................................................................. 38 1. Metodologia de pesquisa: exploratória, descritiva, causal, comparativa. ......................39 2. Métodos de coleta da pesquisa qualitativa ....................................................................39 3. Dados coletados na pesquisa qualitativa ........................................................................40 4. Amostra qualitativa ........................................................................................................40 5. Técnicas que compõem o método de coleta de dados ..................................................40 6. Transcrição de dados ......................................................................................................47 7. Análise ............................................................................................................................48 8. Relatório .........................................................................................................................50 PESQUISA PARA LANÇAMENTO DE NOVOS PRODUTOS/SERVIÇOS ...... 51 1. Como lançar um produto novo no mercado ..................................................................51 2. Desenvolvimento, teste e lançamento de novos produtos e serviços ............................51 PESQUISA DE OPINIÃO ................................................................................ 54 2 1. Limites e riscos da Pesquisa de Opinião .........................................................................54 2. Documento da ANEP (Associação Nacional de Empresas de Pesquisa). Disponível em: www.anep.org.br ...................................................................................................................54 PESQUISA DE PREÇO .................................................................................. 64 1. Pesquisa de preço de desnatação (skimming pricing) ....................................................64 2. Pesquisa de preço de penetração ..................................................................................64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 68 3 PESQUISA DE MERCADO Cada dia mais as empresas necessitam conhecer seus clientes para desenvolver seus produtos/serviços segundo suas necessidades e consequentemente ampliando seu mercado, isso é possível a partir da pesquisa. Primeiramente vamos descobrir o que é pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (apud MATTAR, 1996, p.50) pesquisa científica é: O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo. Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão (...). É sistemático já que se trata de um saber orientado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica de ser verificável, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao campo da ciência. Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final, e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento técnico podem mudar o acervo da teoria existente. Isto significa que a pesquisa científica é uma busca ordenada, controlada, empírica, crítica com hipóteses quanto as relações previstas nos fenômenos. Para realizar uma pesquisa se faz necessário: • Um fenômeno, um tema, um problema a ser analisado. • Buscar as variáveis que fazem parte desse fenômeno. • Criar hipóteses que respondam a esse problema. • Investigar a partir das técnicas disponíveis e métodos de existentes quais hipóteses são sustentadas ou não. Quando falamos em pesquisa de marketing, estamos falando de uma de cunho científico, não para resolver um problema teórico, mas um problema prático, empresarial. Pois a partir das informações coletada pela pesquisa, a empresa pode tomar determinadas decisões, gerenciar problemas, aproveitar oportunidades. Assim, a pesquisa de marketing pertence à área do sistema de informação da empresa e buscar dados justamente para ajudar os executivos a solucionar os problemas existentes. Normalmente, o pessoal da área de marketing encomenda pesquisas para verificar oportunidades ou problemas a partir de pesquisa de mercado. Por que fazer pesquisa? Quando vamos ao mercado, vamos buscar coletar informações junto ao consumidor, concorrente ou fornecedor para sabermos quais decisões tomar, tanto para a empresa, quanto para os administradores, quanto para as 4 agências que elaboram as campanhas de divulgação do produto/serviços ou marca. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP (2012), a pesquisa ajuda executivos de negócios e formuladores de políticas a tomarem decisões seguras. Ao realizar esta tarefa, a pesquisa agrega enorme valor aosnegócios e à sociedade, ajudando, por exemplo, a reduzir custos ao limitar riscos de desenvolvimento de produtos que os consumidores não vão comprar. A pesquisa ajuda, também, a economizar matérias-primas e a reduzir agressões ao meio ambiente. É indispensável nos planejamentos de curto e longo prazo, desenvolvimento de mercados externos e para determinar onde são necessárias melhorias em uma empresa. É importante para empreendimentos individuais, para a economia em geral e assuntos como, por exemplo, a questão do emprego. Assim ao realizar uma pesquisa fazemos a coleta de dados, registramos essas informações, as classificamos, as analisamos e as apresentamos. Essas informações podem ser sobre o comportamento das pessoas ou das empresas, quanto aos seus hábitos, valores, necessidades, opiniões, desejos, motivações a partir da realidade, ou seja, do contexto econômico, social, político e do cotidiano em que vivem. Fazer pesquisa é ouvir, anotar, analisar, produzir informações. Por exemplo, visitar a concorrência para verificar os pontos fortes e fracos (preço, produto, ponto de venda, etc.); ouvir as reclamações dos clientes; observar qual é o interesse no cliente nas gôndolas; como as pessoas caminham dentro de uma loja; como os atendentes realizam o atendimento, todas essas são importantes fontes de informações. Pesquisar não é somente aplicar um questionário ou fazer entrevista, já que essas são apenas algumas das formas de obter informações. Como por exemplo, uma simples observação da concorrência pode ser considerada pesquisa. E nem podemos pensar que a pesquisa de mercado apenas basta para avaliar a viabilidade de um negócio. Para isso se faz necessário um plano de negócios, que dentro deste contém a pesquisa. PESQUISAS MAIS COMUNS (SAMARA; MARCONI, 1997): ✓ Potencial de consumo – usada para avaliar a demanda de produtos e serviços e embasar decisões de entrada em mercados desconhecidos. ✓ Satisfação do cliente – usada para identificar falhas e oportunidades de melhoria nos produtos e serviços, pode ser feita de forma contínua ou esporádica. ✓ Participação de mercado (market share) – mede a força da empresa e de seus concorrentes no mercado; Usada para direcionar os esforços promocionais, a força de vendas e a propaganda. 5 ✓ Preferência (share-of-mind) – usada em conjunto com a de participação de mercado; Permite observar a elasticidade do mercado com relação a produtos e marcas; Ajuda a dimensionar os investimentos em comunicação. ✓ Mídia – empregada para medir a participação e o perfil do público-alvo de um veículo de comunicação; Serve para escolher onde e quando anunciar. ✓ Comportamento do consumidor – usada para desenvolver produtos e embasar campanhas publicitárias. ✓ Teste de novos produtos e serviços – utilizado para avaliar e ajustar produtos, reduzindo os riscos dos lançamentos. ✓ Escolha de ponto-de-venda – usada para avaliar a melhor alternativa de local para a instalação de determinado negócio. ✓ Preço (venda ou compra) – usado para ajustar preços e o posicionamento de mercado; Avalia a viabilidade da entrada em novos mercados. PLANEJAMENTO DE PESQUISA (SAMARA; MARCONI, 1997): ✓ Definição do problema ou questões de pesquisa: a. Objetivo – quais perguntas a pesquisa vai responder b. Público-alvo ✓ Desenvolvimento do plano de pesquisa: a. Qual método de pesquisa será usado; b. Universo; c. Amostra; d. Cronograma. ✓ Questionário de pesquisa: a. Elaboração e revisão das perguntas; b. Definição da forma de aplicação (correio, telefone, entrevista pessoal, e-mail, distribuição) c. Teste em pequena escala ✓ Aplicação da pesquisa: a. Seleção e treinamento dos entrevistadores (quando usado); b. Coleta de dados junto ao mercado. ✓ Tabulação dos dados: a. Organização dos dados em tabelas e gráficos; b. Realização de cálculos e aproximações. ✓ Avaliação dos resultados: a. Análise quantitativa, qualitativa e comparativa dos resultados; b. Realização do relatório de conclusão da pesquisa. ✓ Tomar as decisões: Publicidade/Propaganda e em Marketing ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA - PASSO A PASSO Definição do problema de pesquisa: significa entender e explicitar quais os problemas ou oportunidades de marketing que geram a necessidade de informação para tomada de decisão. A definição do problema demonstra a necessidade da pesquisa. Determinação dos objetivos da pesquisa: são as informações necessárias para resolver o problema de pesquisa. Os objetivos devem ser detalhados e específicos, pois servirão para elaborar o questionário ou formulário, etc. Hipóteses: as respostas possíveis. 6 Métodos de Pesquisa: estudos exploratórios (informações necessárias para elaboração do problema); estudo descritivo estatístico (pesquisa quantitativa); estudo descritivo de caso (pesquisa qualitativa). Método de coleta de dados: observação (estudos exploratórios); inquérito ou contato: pessoal, telefone, correspondência, ou interativo, internet (pesquisa quantitativa); entrevista pessoal/online ou discussão em grupo (qualitativa). Projeção da amostra (método e tamanho): método determina a maneira como vamos escolher as pessoas para participar, denominada amostragem (probabilísticas – simples, estratificada, sistemática, conglomerado - e não- probabilísticas – conveniência, julgamento, cota). A amostra se refere ao tamanho e deve ser calculada nas pesquisas quantitativas e determinada a margem de erro a ser utilizada. Aplicação do pré-teste: Após a elaboração do formulário, questionário ou roteiro de entrevista deve-se aplicar para 10% do total da amostra, para verificar se o método de coleta de dados está funcionando ou se precisa de alteração. Aplicação da pesquisa: Deve-se tomar cuidados com os aplicadores, pois os mesmos deverão ser treinados para realizar a pesquisa sem manipular o pesquisado. O local também deve ser analisado para não interferir na escolha do entrevistado. Tabulação dos dados: codificação, tabulação, produção de tabelas e gráficos e análise dos dados. Análise dos dados: relacionando os dados primários e secundários às hipóteses, ao problema de pesquisa e objetivos determinados no projeto inicial. Recomendação ao Cliente: O pesquisador deve encerrar seu relatório com sugestões seguras de ações mercadológicas para o seu cliente, fundamentando-se nos percentuais da pesquisa. CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA DE MERCADO QUANTO Á FONTE DE PESQUISA, O MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS E A FREQUENCIA DE SUA REALIZAÇÃO. A pesquisa de mercado pode ser classificada enquanto a fonte: • Primárias: aquelas que são aplicadas diretamente ao público, onde colhemos os primeiros dados e depois analisamos. • Secundárias: são dados que foram trabalhados, dados que já estão prontos, como dados econômicos, geralmente elaborados pelo governo (IBGE) ou por outras instituições e pesquisas científicas. A pesquisa de mercado também pode ser classificada segundo o método de análise dos dados: • Qualitativa: pesquisa exploratória sem critério estatístico. • Quantitativa: pesquisa descritiva com critério estatístico. 7 A pesquisa de mercado também pode ser classificada enquanto a frequência de sua realização: • Contínua: as que monitoram continuamente indicadores de mercado. • “Ad hoc”: traduzindo para o português, para fim específico, isto é, quando uma pesquisa é feita responder a determinado problema, por exemplo um cliente encomenda uma pesquisa para saber a preferência do consumidor pela sua marca; • Pesquisascíclicas: realizadas repetidas vezes a cada determinado período de tempo. PESQUISA EXPLOTARÓRIA A Pesquisa Exploratória tem como propósito coleta dados e captar as relações de causas e efeitos junto aos profissionais que atuam no mercado onde a empresa está inserida. Vamos tomar como exemplo a situação abaixo: Você foi contratado pela empresa XPTO (nome fictício) que fabricará rações para cachorro e, a mesma deseja instalar sua fábrica na cidade de Caieiras/SP. Para a realização da pesquisa exploratória você deverá entrevistar, por exemplo, alguns destes profissionais: • proprietários, gerentes e vendedores de pet shop para saber como o mesmo funciona; • médicos veterinários que tem especialidade em cachorros, • nutricionistas que trabalham com alimentos para animais É importante lembrar que a pesquisa exploratória permite ao pesquisador explorar bem o entrevistado. e sua análise é feita através de relatórios. PESQUISA DE OBSERVAÇÃO O propósito dessa coleta de dados consiste em reunir dados novos observando-se uma situação atual que pode ser de consumo ou mesmo em relação ao comportamento do consumidor, podemos observar também quantos produtos da linha X é comprado durante um determinado período uma vez que ficarmos observando o movimento junto as gôndolas de supermercado. A análise da pesquisa de observação deverá ser feita através de relatórios. PESQUISA QUANTITATIVA Sempre que falar em pesquisa ouvirá as palavras: população e amostra. O que é isso? • População ou universo: significa o conjunto de pessoas, em nosso caso, que estamos falando de mercado, que possuem alguma característica comum, a qual pode ser contada, medida, a qual pode servir de base para caracterizar esse grupo. 8 • Amostra: é o subconjunto dessa população, isto é, um grupo menor de pessoas que representem a população, possuindo a característica comum. Por exemplo, vamos analisar se o sabor de determinado refrigerante agrada as crianças de 7 a 12 anos. Faremos uma pesquisa de degustação com um grupo, a amostra, de crianças de 7 a 12 anos, essas são as características comuns. Pois, se fossemos analisar todas as crianças de 7 a 12 anos, isso seria a população. Por que utilizar amostra? Para saber se a população de crianças gosta do sabor do refrigerante é preciso fazer a pesquisa de degustação com todas as crianças de 7 a 12 anos do Brasil? Lógico que não!!! Pesquisar todas as crianças de 7 a 12 anos do Brasil levaria muito tempo, resultando, dentre outros fatores, a demanda de muito trabalho e, portanto, em alto custo para sua realização. A solução para esse problema está no conceito de amostragem. Isto é, devemos coletar amostras, fazermos a pesquisa com grupos de crianças de 7 a 12 anos em várias cidades do Brasil, para podermos concluir se a crianças gostam ou não do sabor desse refrigerante. Segundo o IBOPE (2012) as pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes das pessoas. É uma pesquisa que usa instrumento estruturado (questionários/formulários). Buscam representar a partir de uma amostra que represente o universo, isto é que tenha as mesmas características (por exemplo, se o meu mercado, universo, for as mulheres, de 21 a 41 anos, que vivem na cidade de Campinas, as pessoas que vão compor a amostra, precisam ser mulheres, entre 21 e 41 anos, que vivem na cidade de Campinas). O objetivo da pesquisa é a de mensurar e testar as hipóteses levantadas no momento da elaboração do projeto. Após a aplicação da pesquisa e a tabulação teremos os índices(%) para compreendermos o fenômeno. Uma pesquisa quantitativa é aquela que busca a partir de um formulário ou questionário estruturado, aplicado a uma amostra, coletar informações. Assim sendo, um estudo estatístico é aquele que a partir das medidas utilizadas na estatística analisa os dados coletados para descrever as características de uma determinada situação ou fenômeno. Medindo numericamente as hipóteses levantadas. Isso significa, que é necessário o cálculo estatístico para determinar o número de pessoas que vão compor a amostra, levando em consideração, a margem de segurança e a margem de erro. Em pesquisas quantitativas os resultados obtidos são indicadores numéricos, o que possibilita análises estatísticas. Tais resultados refletem a realidade do universo em questão e são expressos por meio de números absolutos, proporções ou taxas. A primeira razão para se conduzir uma Pesquisa Quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de características. A Pesquisa 9 Quantitativa, também chamada de Pesquisa Fechada, é apropriada para medir opiniões, atitudes, preferências como comportamentos. Todo esse processo exige rígidos procedimentos internos de controle que visam garantir a eficiência no levantamento de campo e a fidedignidade dos resultados. A pesquisa quantitativa busca a apuração das opiniões claras e conscientes emitidas pelos entrevistados, possibilitando a elaboração de tabelas, gráficos e cruzamentos com os dados obtidos. Para tanto, utiliza-se questionários estruturados e amostras definidas estatisticamente, já que são elas que irão representar as tendências, opiniões e expectativas de determinado universo estudado. As questões devem ser diretas e facilmente quantificáveis e a amostra deve ser grande o suficiente para possibilitar uma análise estatística confiável. (SOMAOPINIÃO, 2012). 1. Método de coleta de dados Além do pesquisador, saber como montar sua amostra, precisa também em uma pesquisa quantitativa escolher o a técnica que usará para coletar as informações: inquérito por questionário ou formulário. No questionário, o mais usual o pesquisador faz a pergunta e anota a resposta, no formulário o pesquisador entrega-o ao pesquisado para que responda. Normalmente são aplicados a muitas pessoas. Nas pesquisas quantitativas os dados são colhidos a partir de um questionário/formulário estruturado, com perguntas claras e com a padronização dos resultados. O entrevistador identifica as pessoas a serem pesquisadas por meio de critérios previamente definidos: por sexo, por idade, por ramo de atividade, por localização geográfica etc. A aplicação do questionário/formulário pode ser realizada na própria residência do entrevistado ou em pontos de fluxo de pessoas. O importante é que sejam aplicadas individualmente e sigam as regras de seleção da amostra. Segundo Medeiros, Steiner Neto e Zotto (2012) o questionário é o instrumento em que o pesquisador coleta as informações. Sendo assim, o mesmo precisa conter todos os dados levantados nas hipóteses, para verificá-las junto ao público alvo. No pensar de Moysés e Moori (2012) o questionário é um método científico, o qual possui perguntas ordenadas e o qual é respondido na presença o pesquisador e é usado para coletar informações sobre pessoas, empresas, produtos etc. Tanto pode ter perguntas abertas quanto fechadas. Podemos classificar um questionário ou formulário quanto a ser: • Estruturado: quando tem uma seqüência que não pode ser mudado nem ter inserções do entrevistador. As perguntas são feitas como estão escritas. • Não-estruturado: muito utilizado em pesquisa qualitativa, denominado de roteiro, no qual pode ter inserção de perguntas pelo entrevistado conforme o andamento da entrevista. 10 • Não disfarçado: quando os objetivos podem ser apresentados no questionário. • Disfarçado: quando os objetivos não podem ficar claro. Para elaborar um questionário épreciso: - ter orientações como preenchê-lo; - preocupar com a apresentação estética do mesmo. - no início apresentar as perguntas de contato com o respondente ( o perfil do pesquisado); - na sequência, aplicar as questões quanto ao objetivo da pesquisa; o questionário deve estar alinhado aos objetivos da pesquisa (as perguntas precisam respondê-lo); - precisar qual o método de aplicação será utilizado (correio, telefone, internet, inquérito pessoal). - deve haver uma quantidade de perguntas limitadas, para não causar cansaço e nem muito curto, pois se isso ocorrer não conseguirá as informações necessárias; - ver se há ambiguidade ou falta de alternativas nas questões. - as questões devem receber um código (número ou letra para cada resposta) para facilitar a tabulação; - ver se não há perguntas embaraçosas. - ver se não há perguntas que levem o entrevistado fazer cálculos; - ver se não há perguntas que façam o pesquisado ir ao passado distante; - não incluir perguntas em forma de resposta. - as perguntas serão de escalas? Qual escala vai usar? 2. Classificação dos tipos de perguntas Podem ser usadas na elaboração do formulário ou questionário (Samara, 1994) 1. Perguntas fechadas: são fornecidas as possíveis respostas, as alternativas. Exemplo. Qual o seu estado civil? (A) solteiro (B) divorciado/separado (C) casado (D) viúvo 2. Perguntas Abertas: o entrevistado responde livremente. Exemplo. Qual sua opinião sobre o casamento?______________________________ 3. Pergunta Semi-Aberta: é a junção da pergunta fechada com a aberta, na qual o entrevistado responde a opção e justifica ou explica. Exemplo. Qual desses hobbies é/são o seu favorito? 11 ( ) Assistir TV ( ) Ouvir música ( ) Navegar na Internet ( ) Ir ao Cinema ( ) Ir a bares ( ) Ir a Danceterias ( ) Viajar ( ) Ler livros ( ) Praticar Esporte ( ) Ir ao Teatro Por quê?_____________________________________________________ 4. Pergunta Dicotômica: as perguntas que tem a resposta sim e não. Exemplo Você trabalha fora? (A) Sim (B) Não 5. Pergunta Encadeadas: a segunda pergunta depende da primeira. Exemplo: O sr(a) mora em casa financiada? (A) Sim (B) Não Caso a resposta seja afirmativa. Qual a entidade financiadora? ( ) CEF ( ) Construtora ( ) Banco estatal ( )Outros._____ 6. Pergunta com Ordem de Preferência: é dado ao entrevistado a escolha de 1º., 2º. e 3º. lugar. Exemplo: Caso não tivesse a marca do cigarro que o sr(a) fuma, qual a outra marca que escolheria em 1º., 2º. E 3º. lugar? ( ) Free ( ) Galaxi ( ) Marlboro ( ) Charm 7. Pergunta Escala ordinal de preferência. Exemplo: Por favor, indique a sua preferência por companhias aéreas, numerando 1 a 4, sendo 1 para a de maior preferência e 4 para a de menor preferência (mostrar cartão em círculo com as marcas das companhias aéreas). 1.___________________________ 2.___________________________ tam 3.___________________________ 4.___________________________ vasp varig gol 8. Pergunta com escala ordinal de ranking. Exemplo:Por favor, coloque em ordem de preferência as empresas listadas no cartão (entregar o cartão para o entrevistado), de acordo com as características que estão sendo avaliadas – sendo 1 para a melhor empresa e até 4 para a 12 pior. Vamos começar pelo atendimento. Qual a empresa sr(a) considera como a melhor, como primeiro lugar? E em segundo?...até a 4. Atributo Atendimento Preço Entrega Empresa A ___________ ________ ___________ Empresa B ___________ ________ ___________ Empresa C ___________ ________ ___________ Empresa D ___________ ________ ___________ 9. Pergunta Escala de Lembrança de Marca. Exemplo: Quando falo em academia, qual nome lhe vem primeiro a cabeça? ________________________________primeira mencionada ________________________________segunda mencionada ________________________________terceira mencionada Já ouviu falar da Academia “OLÁ”? ( ) Sim ( ) Não 10. Escala Itemizada Exemplo: Com relação ao grau de satisfação com seu atual carro, sr(a) afirmaria que está: ( ) totalmente satisfeito ( ) parcialmente satisfeito ( ) parcialmente insatisfeito ( ) totalmente insatisfeito 11. Escala de intenção de compra Exemplo: Qual a chance do sr(a) adquiri a marca “X” na próxima compra desse tipo de produto? ( ) certamente comprarei ( ) possivelmente comprarei ( ) não sei se comprarei ( ) possivelmente não comprarei ( ) certamente não comprarei 3. Elementos da metodologia quantitativa Para aprender como calcular amostra, primeiramente se faz necessário ver os conceitos dessa área: População ou Universo: é o conjunto de informações, produto, pessoas, doenças que possuem, pelo menos, uma característica comum. Ex.: o conjunto 13 de todas as mulheres forma a população de mulheres; o conjunto de todos os estudantes forma a população de estudantes. Amostra: é um subconjunto de uma população, mantendo o princípio básico, isto é possuir as características básicas da população. Exemplo: Entre 1000 ratos albinos, minha amostra terá 100 ratos albinos; entre população de estudantes da Unip Sorocaba 500 estudantes da Unip Sorocaba pertencerão a amostra. Por que se utiliza amostra e não o universo como um todo? A amostra ao representar uma população inteira, reduz custo e tempo para realização de uma pesquisa quantitativa. Amostragem: É a maneira como vou escolher os componentes da minha amostra, isto é, a seleção dos participantes da amostra. Temos duas técnicas para escolhê-los: a probabilística e a não probabilística. Na probabilística, tenho a chance de sortear, entre todas as pessoas do meu universo, aquelas que vão compor a amostra; sabemos que todos terão a chance de concorrer ao sorteio para compor a amostra. Na não-probabilística, não sabemos a probabilidade de todos do universo pertencerem a amostra, é feita ao acaso. Veja as técnicas de amostragem apresentadas anteriormente. Variável = Quando fazemos pesquisa temos que coletar dados de pessoas, animais, coisas e objetos. Todo atributo ou característica que durante um experimento pode assumir valores diferentes é uma variável. Mas, uma caraterística pode ser em determinados casos uma variável e em outros ser uma constante (aquilo que não se altera). Variável pode ser qualitativa = quando seus valores são expressos por atributos do produto, da amostra, etc. Ex.: sexo (masculino , feminino). A variável qualitativa pode ser mensurada como: a) nominal, quando se refere a apenas o nome do atributo , como por exemplo sexo (masculino ou feminino), religião (católico, evangélico, espirita, outras) ; ou pode ser, b) ordinal além do atributo ter um nome há também uma ordem, uma hierarquia, um é mais ou menos do que o outro, como por exemplo classe social (A, B, C, D, E), escolaridade ( primário, secundário,superior, pós). Variável pode ser quantitativa = quando seus valores são expressos em números. A variável quantitativa é mensurada como cardinal, pois ela é expressa em números. Ex.: idade, peso corporal, etc. Ainda pode ser variável discreta quando é expressa por valores de um conjunto enumerável, como a lista de chamada dos alunos desta sala N = { 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14};ou variável contínua quando os valores se 14 referem ao peso ou a altura dos alunos dessa sala, pois podem variar de 1,5 m, 1,72 m ou como 2,0 m etc. Assim, podemos afirmar que, as medidas utilizam variáveis contínuas e as contagens ou enumerações, variáveis discretas. 4. Cálculo Amostral Apresentaremos as fórmulas estatísticas mais usadas para cálculo de amostras para projeto de pesquisas. Para realizar esses cálculos consideramos os conceitos estatísticos de que o universo, e a amostra, têm uma distribuição normal (curva de Gauss), tendo as principais medidas de tendência central – a média, mediana e moda – no mesmo ponto e a presença de desvios padrões (Z) significativos para qualquer curva normal. Considerando que o número de desvios utilizados representará a margem de segurança dada ao cálculo da amostra, assim, quanto maior a margem de segurança, ou intervalo de confiança, maior será a amostra. Sabendo que: Z = 1 desvio representa 68% de margem de segurança. Z = 1,96 desvio ¨ 95% ¨ ¨ ¨ ¨ ¨ Z = 2 desvios ¨ 95,5% ¨ ¨ ¨ ¨ ¨ Z = 3 desvios ¨ 99,7% ¨ ¨ ¨ ¨ ¨ Também utilizaremos o conceito de erro padrão que é a proporção dos elementos da amostra que estará fora dos valores previstos. Então, se fizermos um cálculo e afirmarmos que loi feito com 10% de erro, significa que devemos considerar que há uma variação de 10% a maior ou a menor, nos resultados obtidos. Mostraremos as notações utilizadas para o cálculo: Universo (N): todas as pessoas que detêm a informação. Amostra (n): uma parte representativa do universo que possui as mesmas características. Z : número de desvio padrão ou a margem de segurança utilizada. p: percentual dos elementos da amostra favoráveis ao atributo pesquisado. q: percentual dos elementos da amostra desfavoráveis ao atributo pesquisado. σp: desvio padrão. Quando o universo é igual e/ou menor que 10 mil pessoas. Usar: Fórmula para o cálculo de amostras para populações infinitas: Onde: 15 n = tamanho da amostra s² = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão p = percentagem com a qual se verifica o fenômeno q = percentagem complementar (100 – p) e = erro máximo permitido Exemplo: Utilizando o exemplo acima sobre o perfil dos estudantes de uma determinada cidade. Supondo que esta cidade tenha uma população acima de 100.000 habitantes ? em termos estatísticos, apresenta uma população infinita. Sabendo que 10% representam o número de estudantes de nível superior, desejando um nível de confiança bastante alto (superior a 99%), aplica-se à fórmula 3 desvios, e tolerando um erro máximo de 2%, tem-se: Porém, se for aceito o nível de confiança de 95% (correspondentes a dois desvios) e um erro máximo e 3%, o número de elementos da amostra será bem menor: Importante lembrar que a percentagem com a qual se verifica o fenômeno foi estabelecida previamente. Quando não se tem essa possibilidade, deve-se considerar como regra, p = 50. Fórmula para o cálculo de amostras para populações finitas Quando a população a ser pesquisada não superar 10.000 elementos, a fórmula será a seguinte: 16 Onde: n = tamanho da amostra s² = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão p = percentagem com a qual se verifica o fenômeno q = percentagem complementar (100 – p) e = erro máximo permitido Exemplo: Uma pesquisa que tem como objetivo verificar quantos dos 10.000 empregados de uma empresa são sindicalizados. Presume-se que esse número seja superior a 30% do total, desejando um nível de confiança de 95% (dois desvios) e tolerando um erro de até 3%, tem-se: Importante lembrar que a percentagem com a qual se verifica o fenômeno foi estabelecida previamente. Quando não se tem essa possibilidade, deve-se considerar como regra, p = 50. A partir do cálculo da amostra podemos definir se a pesquisa será realizada em toda a população/universo ou para parte desta, assim as pesquisas podem ser: - censitárias: quando todos ou o maior número de pessoas são pesquisados; - Amostragem probabilística: quando todos têm as mesmas chances de pertencerem amostra. - Amostragem não probabilística: caso em que é determinado segundo necessidades da pesquisa. Por exemplo: estratificada por sexo, só mulheres. Segundo o IBOPE (2012) uma amostra pode ser caso a caso ou fixa. Isto é, uma pesquisa Ad hoc, são pesquisas únicas, realizadas sob encomenda, com 17 objetivos específicos do cliente. Na pesquisa fixa, tipo painel, por exemplo, as mudanças ocorridas permitem avaliar, ao longo do tempo, o desenvolvimento do produto segundo o comportamento do consumidor quanto as marcas, as categorias de produtos. 5. Amostragem Vou te apresentar como pode criar sua amostra. Elas tanto podem ser probabilísticas como não probabilísticas. Uma amostra é probabilística quando todos os componentes da população têm a mesma chance de pertencer a amostra. Esse método é utilizado em pesquisa quantitativa, e por isso, exige um número maior de entrevistados para garantir maior precisão nos resultados, que serão projetados para a população representada. Nós temos 4 formas de escolhermos quem irá fazer parte da amostra: Amostragem Aleatória: Pegamos a população e cada elemento recebe um número, depois sorteamos 40 números, por exemplo, que serão aqueles que serão pesquisados. Por exemplo: quero saber se os alunos de Publicidade e Propaganda estão satisfeitos com a qualidade do curso oferecido pela universidade em que estudam. Pego todos os alunos de Publicidade e Propaganda, dessa universidade, e sorteio 40 RAS, essa é a amostra escolhida aleatoriamente que será pesquisada. Amostragem Sistemática: Para escolher as pessoas que comporão a amostra, se cria um sistema, eu preciso colocar em uma determinada ordem a população, para identificar a posição de cada elemento. Por exemplo, eu determino que vou escolher os 40 alunos de Publicidade e Propaganda a partir da lista de chamada, sendo que sempre o 1 da lista e depois do 4 o próximo e assim por diante. Sendo que a amostra de 40 deve ser divida igualmente pelo número de salas. Se são 4 salas (40/4= 10) teremos 10 alunos por sala. Amostragem Estratificada: a seleção é dada por determinadas características, como, sexo, idade, classe social etc. Por exemplo, posso escolher 20 homens e 20 mulheres do curso de Publicidade e Propaganda, assim terem a posição de ambos os sexos. Amostragem por Conglomerado: É a divisão da população em áreas, em subáreas, que a partir de sorteio chega-se ao elemento da amostra. Por exemplo, minha população é uma cidade, então divido essa em área, e faço o sorteio, depois este em quarteirões, sorteio, depois estes em casas, aí posso tanto sortear como criar um sistema, pesquisar todas as casas impares, e também posso criar uma estratificação, pesquisando somente as mulheres casadas acima de 30 anos, que trabalham fora. 18 Uma amostragem não-probabilísticaé aquela em todos os componentes da população não tem a mesma chance de pertencer a composição da amostra. A composição da amostra é dada segunda as necessidades da pesquisa. Amostragem por Acessibilidade: e a maneira mais fácil de realizar pesquisa, de compor pesquisa, sem nenhuma base estatística. O pesquisador compõe a amostra pelas pessoas em que tem acesso. Por exemplo, estou na rua e faço a pesquisa com a pessoa que aceita responder a pesquisa. É uma pesquisa classificada enquanto exploratória, busca conhecer melhor o seu objeto de pesquisa. Ou pode ser também uma pesquisa de cunho qualitativo, no qual não se trabalha os dados a partir das medidas de análises estatísticas. Amostragem por Tipicidade/Julgamento: o pesquisador escolhe um amostra da população que possua as características que representem a população. A vantagem desta é o baixo custo de sua seleção, mas é necessário ter um grande conhecimento sobre amostra para que a mesma consiga representar a população. Por exemplo, no lugar de pesquisar 40 alunos do curso de publicidade faço uma entrevista em grupo com os representantes de cada sala. Amostragem por cotas: Muito usada em pesquisa social e de mercado, para levantamento de mercado e prévias eleitorais. Dentre as não probabilísticas é a que têm maior rigor. Nessa divide-se a amostra em grupos, considerados relevantes como representativos a população que se quer investigar. Um determinado número de pesquisas (cotas) é estabelecido para cada um desses grupos, sendo que a seleção da amostra é proporcional ao tamanho da população. A vantagem é o baixo custo e o fato de haver uma estratificação na amostra. 6. Formas de aplicação do questionário Após discutirmos a elaboração do questionário a próxima seção trata-se da aplicação, isto é, como coletar os dados, que pode ser: impresso, eletrônico (via internet). IMPRESSO Inquérito ou Contato Pessoal - é o mais utilizado em pesquisa de marketing, pois se obtém o maior número de informações possível do entrevistador. Nesses projetos exigem um planejamento minucioso dos trabalhos de campo, assim como seleção cuidadosa dos entrevistadores e treinamentos específico, para evitar distorções decorrentes do preenchimento inadequado de questionários. 19 Telefone: Esta pesquisa tem a vantagem de se rápida para se obter informações, porém a prática demonstra maior desinteresse e recusas por parte dos entrevistados. Também, nem todas as classes sociais tem telefone. Correspondência: a vantagem é que atingi longo alcance geográfico, no entanto o questionário tem que ser claro e sintético para não deixar dúvidas. O retorno é baixo e lento, o que implica fator custo, já que deve se mandar um número muito maior que a amostra para se conseguir um volume satisfatório. Para estimular a devolução utiliza-se de concursos ou envio de brindes. O questionário é impresso e enviando com uma carta explicando os objetivos da mesma, sua importância e a necessidade dessas respostas, se faz necessário despertar o interesse do recebedor, para que o mesmo preencha e devolva-o dentro de um prazo razoável (pode ser uma mala direta, pode ser em jornal, revista, folder etc.) As questões podem ser abertas ou fechadas, isto é, questões abertas são as que o pesquisado tem a possibilidade de escrever espontaneamente sobre o que está se questionando; as respostas são de livre e sem limitações. Já as questões fechadas são aquelas em que o pesquisado escolhe a sua resposta, por meio das categorias apresentadas como opções em cada pergunta (sim, não, por exemplo). ELETRÔNICO Interativo: há a interação entre o consumidor e um computador, que pode estar em um supermercado, residências ou empresas; via Internet. Neste caso há um programa que contém um questionário e instruções para que o consumidor digite as respostas a respeito de produtos, serviços e atitudes de consumo, etc. Tem a vantagem da rapidez na coleta simultânea de dados de todos os lugares do mundo. No Brasil nem todas as classes sociais tem computador, muito menos internet, sendo mais restrito esse tipo de método. A evolução das tecnologias de informação possibilitou agregar mais valor aos processos produtivos, no caso das pesquisas, a Internet tem sido utilizada como método de coleta de dados denominado interativo. Neste método, há a interação entre o consumidor e o aplicativo e, no caso da utilização da Internet, o microcomputador disponibiliza um programa que leva um questionário e as instruções para que o consumidor digite as respostas. Nesse caso a população que se pretende atingir é um ponto muito importante no planejamento, já que a rede mundial não tem fronteiras definidas. Assim, há uma maior preocupação em relação à identificação precisa dos respondentes, para reduzir ao máximo os vieses que possam comprometer a amostra. Além disso, é preciso motivar os respondentes, a partir de sorteio e prêmios. Em relação às questões fechadas de alternativa única, foram colocadas caixas de opção exclusiva; esta escolha aumentou o nível de segurança dos instrumentos. Assim, os aplicativos impem que os respondentes assinalassem mais de uma alternativa para cada item da questão de resposta única, já que não é 20 permitido haver mais de uma resposta neste tipo de questão. Os convites para as pesquisas são enviadas como um documento, através do correio eletrônico. Os textos disponibilizaram ícones que, quando acionados pelos usuários, abrem os questionários, autorizando que suas respostas sejam registradas. As bases de dados do software armazenaram estas respostas, permitindo que os pesquisadores acompanhem o desenvolvimento de suas pesquisas quase simultaneamente com a sua realização. Ao final os documentos (questionários) são enviados por meio de sistemas de correio eletrônico, a resposta é imediata. As pessoas responsáveis pelos envios também puderam ativar uma opção do sistema que avisa quando os destinatários acessam o documento com a mensagem de apresentação e o ícone do questionário. Assim, os pesquisadores receberam avisos do sistema quando os usuários acessaram os questionários, fornecendo adicionalmente data e hora dos acessos. É importante destacar que os usuários podem abrir os documentos sem necessariamente respondê-los. A pesquisa via internet (surveys via web) pode ser aplicado de duas maneiras: (1) por meio do envio do arquivo pelo email: deste modo o respondente recebe o questionário em seu endereço eletrônico; (2) por meio da construção de uma home-page: neste caso o respondente acessa o questionário acessando um endereço eletrônico. As principais vantagens no uso da internet na aplicação estão: na conveniência, já que o pesquisado pode acessar o questionário onde estiver com um computador conectado a internet; o custo, pois o acesso virtual é barato; a amostra pode ser grande; velocidade, as respostas são mais rápidas; e o layout, é mais atrativo, já que pode usar imagens, sons e hipertextos. Quanto as desvantagens, uma principal é quanto montagem da amostra, pois a lista de endereços eletrônicos sofre alterações e boa parte da população não os possui. FAZER PESQUISA EXPLORATÓRIA PARA RECONHECER CARACTERÍSTICA DIGITAL DA POPULAÇÃO EM ESTUDO. Há dois sistemas que podem ser utilizados para montagem e aplicação de pesquisa: Sistema Google Doc e Survey Monkey GOOGLE DOC: serve para coletar dados para pesquisa, a partir do qual pode criar questionários online. Aqueles que forem respondidos ficarão organizados no arquivo Excel, facilitando a análise. Para usar essa ferramenta siga as seguintesinstruções: primeiro, abra uma conta no Google; faça seu cadastro, clique em docs.google.com. e faça seu login e senha. E poderá começar a fazer seu formulário. Na construção do formulário pode contar com pergunta: de múltipla escolha, com texto, com caixa de seleção, com grade. É só escolher o tipo de pergunta e o formato da resposta que quer. Se você habilitar o campo pergunta obrigatória a pessoa só consegue terminar o questionário se responder essa pergunta. Depois que você construir o formulário é só salvar e copiar o link no rodapé da página. Quando o 21 respondente receber o link, responder o formulário e clicar no botão enviar, o próprio sistema Google Docs envia o para o banco de dados de sua conta. Os dados ficam salvos em planilha. SURVEY MONKEY: é outra ferramenta que pode usar para coletar dados. O plano básico é totalmente gratuito. Podendo criar seus questionários e guardar seus dados na web. É só entrar na página http://pt.surveymonkey.com/MyAccountGetStarted.aspx. e fazer um questionário. Pode usar um modelo pronto, precisa se cadastrar em uma conta do SurveyMonKey, clicar em questionário, selecionar o modelo e utilizá-lo. Os recursos disponíveis são: número ilimitado de questionários; com até 10 questões cada; com 15 tipos de questões; com numeração automática de páginas e questões; com 15 modelos de questionários; com validação/exigência de resposta; e classificação das opções de respostas. Quanto a coleta de dados é possível receber 100 respostas por questionário; a coleta pode ser via link da web, por email, por facebook; pode incorporar um questionário em seu site. Resultados: são exibidos segundo a medida que forem sendo gravados; pode realizar pesquisa as respostas individuais; pode exibir comentário abertos. Porém a exportação dos dados não é gratuito. 7. Pré-Teste Após realização do questionário o mesmo deve ser testado, aplica-se em 10% da amostra. Se o mesmo tiver questões que levam a dúvidas nos entrevistados o mesmo deve ser refeito e testado novamente. 8. Aplicação da pesquisa Os resultados da pesquisa dependem da execução do trabalho de campo pelo entrevistador. Após selecionar os entrevistadores os mesmos devem ser treinados. O entrevistador deve estudar cuidadosamente o formulário, a fim de saber o propósito do estudo, tomar conhecimento do conteúdo, saber fazer as perguntas, e obter e registrar as respostas adequadas. O trabalho de campo deve ser acompanhado por um supervisor, o qual planejará a aplicação, pois tem-se um tempo para aplicação, deve calcular a quantidade de formulários a serem aplicados diariamente, para que consiga aplica-los totalmente dentro do tempo disponível que tem para esta etapa. O entrevistador deve seguir certas regras ao fazer as perguntas, para não estimular respostas e assim causar o erro da pesquisa. Um conjunto típico dessas regras é o seguinte: A pergunta deve ser feita como foi redigida. Se uma pergunta não for entendida pelo entrevistado, o entrevistador deve fazê-la com outras palavras. 22 O entrevistador não pode fazer comentários sobre o significado da pergunta ou indicar resposta. Todas as perguntas devem ser feitas, a não ser que no formulário tenha alguma instrução para que alguma não seja feita. As perguntas devem ser feitas segundo a ordem colocada no formulário. O modo como o entrevistador faz sua entrevistada também resulta em uma pesquisa melhor elaborada. Isto é, a maneira, aparência, a expressão facial, tudo isso implica na máxima cooperação do entrevistado na pesquisa. Começa pelo ganho da confiança do entrevistado, para isso o entrevistador deve ter uma aparência física e maneiras de se comportar que levem o respondente a confiar em sua pessoa. Um erro mecânico é na transcrição das respostas. A anotação das respostas deve ser cuidadosa, não deixar de anotar os dados fornecidos pelos entrevistados. O entrevistador terá um formulário e uma folha de tabulação para anotar as respostas: 9. Tabulação O que é isso? É de comer? Não, é a padronização e codificação das respostas, uma maneira ordenada de apresentação dos dados facilitando a leitura e a análise. (SAMARA; MARCONI, 1997). O primeiro passo é a codificação, isto é, em cada alternativa do questionário havia uma letra do alfabeto, agora vamos colocar essas letras correspondentes em uma planilha. Sendo que na horizontal coloca-se o número do entrevistado e na vertical o número da questão, depois é só pegar a resposta de cada entrevistado e colocar na planilha e somar as respostas de cada alternativa que teremos os dados para elaborar a tabela. Exemplo de codificação: Número do entrevistado 01 02 03 04 Total 01 A b a a 3ª e 1b 02 C a c a 2ª e 2c 03 F f f f 4f 04 30 25 25 25 3 (25) e 1 (30) O próximo passo é a elaboração da tabela. Veja o exemplo abaixo: 23 Tabela 1 – Distribuição dos sexos dos 144 entrevistados quanto aos Chinelos personalizados DNA do Pé na cidade de Campinas em 2013. Sexo No. % Feminino 80 55 Masculino 64 45 TOTAL 144 100 Fonte: Elaboração própria Segundo a tabela apresentada acima, perceba que a mesma é aberta nas laterais, se fechar deixa de ser tabela e passa a ser um quadro. Em cima temos número da tabela e o título, o qual deve conter todas as informações apresentadas. Tendo três colunas para apresentar o objeto em estudo (sexo) o número de pessoas segundo as variáveis (feminino e masculino) e posteriormente a apresentação do % (informação que será usada para produção dos gráficos). No relatório ou na apresentação da pesquisa não se apresenta as tabelas, mas os gráficos, devido ao fato de ter maior impacto e facilitar o entendimento. Veja o MODELO DO GRÁFICO: Gráfico 1 ou Figura 1 - Distribuição das notas dos alunos de métodos de pesquisa na primeira prova. Azul (turma 1) e Vinho (turma 2) Fonte: Agência WYZ (2018) Podemos perceber no gráfico 1 que a turma 1 apresentou notas 5 e 6 na sua maioria enquanto a turma 2 notas entre 5 e 7 na sua maioria. 24 10. Análise quantitativa dos dados Tabela 1 – Distribuição dos sexos dos 144 entrevistados quanto aos Chinelos personalizados DNA do Pé na cidade de Campinas em 2013. Sexo No. % Feminino 80 55 Masculino 64 45 TOTAL 144 100 Fonte: Elaboração própria Usando o exemplo da tabela acima podemos analisar da seguinte forma: A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 22 de julho de 2018, seguiu o cálculo amostral para população infinita, com 144 participantes da cidade de Campinas. A margem de erro utilizada é de 5% e a segurança de 65%. A amostragem probabilística aleatória realizada nos 5 principais pontos de venda da cidade. A amostra foi composta por 55% do sexo feminino e 45% do sexo masculino. Tabela 2 – Vou lhe falar o nome de uma marca me responda se você: 1 - Sempre que pode compra 2 - Sempre compra 3 - As vezes compra 4 - Nunca compra 25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1 2 3 4 marca A marca B marca C Fonte: Agencia bla bla bla, 2018. O gráfico nos mostra que as marcas se diferenciam por uma pequena margem entre si quanto ‘a ser sempre comprada’. A marca A se destaca quando se fala em ‘ás vezes comprar’. E quanto ao ‘nunca compra’ se destaca a marca C. Veja como se tabula perguntas abertasem pesquisa quantitativa (SAMARA; MARCONI, 1997): Amostra: 100 participantes Pergunta: Por que você compra roupa da Marca “Y” Respostas: São muito boas 30 Bem feitas 10 Melhor que outras 05 Mais baratas 30 Custam menos 05 De grife 10 Marca conhecida 10 Para que possamos centralizar as informações, para análise, precisamos buscar categorias, que as respostas se encaixem. Assim sendo, teremos... Categorias: São muito boas 30 26 Bem feitas 10 Melhor que outras 05 Qualidade 45 Melhor que outras 05 Mais baratas 30 Preço 35 De grife 10 Marca conhecida 10 Marca 20 A tabulação ficaria assim: Tabela 4 – Distribuição dos motivos do consumo de roupas da Marca “Y”. Motivos No. % Qualidade 45 45 Preço 35 35 Marca 20 20 TOTAL 100 100 E A ANÁLISE... Motivo do consumo - Marca Y 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 % Qualidade Preço Marca Fonte: Agencia XYZ 27 A análise dos dados demonstra que 45% compra roupas da Marca “Y” por causa da qualidade, 35% por causa do preço e 20% pela marca. 11. RELATÓRIO O relatório da pesquisa quantitativa, além das interpretações e conclusões, deve mostrar tabelas de percentuais e gráficos. Escrever o relatório de pesquisa - O relatório tem normalmente os seguintes pontos: O RELATÓRIO SE INICIA APRESENTANDO, DE FORMA DESCRITIVA, TODOS OS TÓPICOS QUE COMPÕE O PROJETO DE PESQUISA. SEGUIDO DE UMA APRESENTAÇÃO DESCRITIVA QUANTITATIVA DAS RESPOSTAS AOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS, PROBLEMA DE PESQUISA E RECOMENDAÇOES AO CLIENTE. 28 CRITÉRIO BRASIL: INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAR O POTENCIAL DE COMPRA DOS CONSUMIDORES No Brasil temos um Critério de Classificação Econômica utilizado em pesquisa de mercado o qual é uma ferramenta de avaliação do potencial de compra dos consumidores. O qual é chamado de Novo Critério de Classificação Econômica Brasil, sendo que esse tem a função de analisar o poder de compra das pessoas e não a pretensão de classificar a sociedade em “classes sociais”. A divisão de mercado realizada é exclusivamente de classes econômicas quanto ao potencial de compra. Até 1969 não havia um critério padrão de classificação sócio-econômica cada instituto de pesquisa tinha um critério diferente. Não havia padronização e isso impedia as comparações entre dados de fontes diferentes. Em 1970 cria-se a padronização com o critério de classes por meio de pontos criados, sendo que o sistema de pontuação padronizado é um eficiente meio para saber a capacidade de consumo dos indivíduos. Essa padronização do sistema em todo o território brasileiro permite ao mercado comparar resultados das pesquisas efetuadas por empresas diferentes, em locais e períodos diferentes. Veja a quadro de sistema de pontos para classificação do poder de compra: Quadro 1 - SISTEMA DE PONTOS 2015 Variáveis Não tem 1 2 3 4 + Instrução Chefe Banheiros 0 3 7 10 14 Analfabeto / Fundamental I incompleto 0 Empregados domésticos 0 3 7 10 13 Fundamental I completo / Fundamental II incompleto 1 Automóveis 0 3 5 8 11 Fundamental II completo / Médio incompleto 2 Microcomputador 0 3 6 8 11 Médio completo / Superior incompleto 4 Lava louca 0 3 6 6 6 Superior completo + 7 Geladeira 0 2 3 5 5 Serviços públicos Não SIM 29 Freezer 0 2 4 6 6 Água encanada 0 4 Lava roupa 0 2 4 6 6 Rua pavimentada 0 2 DVD 0 1 3 4 6 Micro-ondas 0 2 4 4 4 Motocicleta 0 1 3 3 3 Secadora roupa 0 2 2 2 2 Fonte: ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – 2014 – www.abep.org – abep@abep.org 2 Quadro 2 - Cortes do Critério Brasil para determinar a classe. Classe Pontos A 45-100 B1 38-44 B2 29-37 C1 23-28 C2 17-22 D-E 00-16 Fonte: ABEP (2015) Quadro 3 - Renda familiar por classe Classe Renda Média Familiar R$ A 20.272,56 B1 8.695,88 B2 4.427,36 C1 2.409,01 C2 1.446,24 D-E 639,78 Fonte: ABEP (2015) 30 Modelo de Questionário sugerido para aplicação P.XX Agora vou fazer algumas perguntas sobre itens do domicilio para efeito de classificação econômica. Todos os itens de eletroeletrônicos que vou citar devem estar funcionando, incluindo os que estão guardados. Caso não estejam funcionando, considere apenas se tiver intenção de consertar ou repor nos próximos seis meses. INSTRUÇÃO: Todos os itens devem ser perguntados pelo entrevistador e respondidos pelo entrevistado. Vamos começar? No domicílio tem______ (LEIA CADA ITEM) ITENS DE CONFORTO Não possui 1 2 3 4 + Quantidade de automóveis de passeio exclusivamente para uso particular Quantidade de empregados mensalistas, considerando apenas os que trabalham pelo menos cinco dias por semana Quantidade de máquinas de lavar roupa, excluindo tanquinho Quantidade de banheiros DVD, incluindo qualquer dispositivo que leia DVD e desconsiderando DVD de automóvel Quantidade de geladeiras Quantidade de freezers independentes ou parte da geladeira duplex Quantidade de microcomputadores, considerando computadores de mesa, laptops, notebooks e netbooks e desconsiderando tablets, palms ou smartphones Quantidade de lavadora de louças Quantidade de fornos de micro-ondas Quantidade de motocicletas, desconsiderando as usadas exclusivamente para uso profissional 31 Quantidade de máquinas secadoras de roupas, considerando lava e seca A água utilizada neste domicílio é proveniente de? 1 Rede geral de distribuição 2 Poço ou nascente 3 Outro meio Considerando o trecho da rua do seu domicílio, você diria que a rua é: 1 Asfaltada/Pavimentada 2 Terra/Cascalho 32 PESQUISA VALS 2 Disponível no mercado desde 1978. O modelo VALS 2 foi desenvolvido pela Sri International e tem sido utilizado de forma a melhor aproveitar as diferentes características dos indivíduos em relação ao seu estilo de vida. Para isso foram previstos os valores, princípios e atitudes de cada um. A seguir, é apresentada uma descrição aproximada das características dos indivíduos pertencentes a cada um dos grupos resultantes da segmentação vals. Essa caracterização reflete os perfis dos cidadãos dos estados unidos da américa (vals types, 2002). Ponderação de variável: Não existem dados disponíveis que permitam traçar um paralelo desses perfis estadunidenses com indivíduos brasileiros. As técnicas utilizadas para a realização da pesquisa Val’s que nos auxilia na definição do perfil psicográfico de nossos respondentes. VALS – VALUES AND LIFESTYLE - SRI – INTERNATIONAL Segmentação psicográfica por meio de aplicação de questionário que mede valores e atitudes.O resultado da análise estatística permite dividir os respondentes em 2 grupos: os demais recursos e os de menos recursos. TENDÊNCIAS PREDOMINANTES DOS GRUPOS SEGMENTADOS 1º - OS DE MAIS RECURSOS INOVADORES (Innovators) – Receptivos a novas idéias. Bem-sucedidos, sofisticados, ativos, do tipo que “assume o controle”. Os compradores geralmente preferem produtos e serviços relativamente sofisticados e caros. São orientados para o mercado de nicho. Imagem é importante, mas não como evidência de status e sim como expressão de seu gosto por independência e personalidade. Procuram sempre por novos desafios e suas vidas são caracterizadas por variedade. RACIONAIS (Thinkers) – Motivados pelos ideais. São maduros, satisfeitos, “de bem com a vida”. Embora sua renda permita diferentes escolhas, são consumidores conservadores e práticos. Dão preferência à durabilidade, funcionalidade e valor dos produtos que compram. Valorizam a ordem, o conhecimento e a responsabilidade. Geralmente são bem educados e procuram ativamente informações no processo de decisão de compra. São bem-informados sobre o mundo e eventos nacionais estando sempre alerta para oportunidades que possam expandir seus conhecimentos. REALIZADORES (Achievers) – Motivados pelo desejo da conquista e realização. Têm objetivos já direcionados com profundo compromisso com a família e a carreira. A vida social deles está estruturada no trabalho. São bem-sucedidos, orientados para a carreira e o trabalho. São consumidores ativos no mercado. A imagem é importante para eles que prestigiam produtos e serviços que demonstrem seu sucesso e representem suas conquistas para os seus pares. Têm vida convencional. São 33 politicamente conservadores , respeitam a autoridade e o status-quo. Valorizam o consenso e a estabilidade no lugar do risco o que é previsível neste perfil. EXPERIMENTADORES (Experiencers) – São jovens, entusiastas e impulsivos. São consumidores ávidos e gastam uma proporção relativamente alta de sua renda em roupa, entretenimento e socialização. Rapidamente tornam-se entusiastas sobre novas oportunidades, mas igualmente perdem o interesse. Procuram variedade e “excitação”, sorvendo o novo, a vanguarda e o risco. Suas compras refletem ênfase em locais “descolados”. O que os motiva é a auto-expressão. A energia desse segmento está voltada para exercícios, esportes, recreação ao ar livre e atividades sociais. 2º - OS DE MENOS RECURSOS CRÉDULOS (Belivers) – São motivados pelos ideais. São conservadores, convencionais, consumidores previsíveis, com crenças baseadas no tradicional e em códigos já estabelecidos como família, religião, comunidade e nação. Preferem produtos conhecidos e marcas tradicionais. São consumidores leais. LUTADORES (Strivers) – Instáveis, inseguros, buscam aprovação e têm recursos limitados. Preferem produtos da moda que imitem as compras daqueles com mais poder aquisitivo. São consumidores ativos e entendem ser a compra ao mesmo tempo uma atividade social e uma oportunidade para demonstrar aos seus amigos a sua habilidade para comprar. Como consumidores são impulsivos “na medida do possível”, ou seja, se as circunstâncias assim os permitirem. EXECUTORES (Makers) – Motivados pela auto-expressão. Têm energia e habilidade suficiente para levar adiante seus projetos de maneira bem-sucedida. Vivem no contexto tradicional de família, trabalho prático e recreação física. Têm pouco interesse em assuntos e atividades fora desse contexto. São práticos e auto- suficientes. Dão valor somente a produtos com uma finalidade prática ou funcional. Buscam produtos básicos. Preferem valor à luxúria. SOBREVIVENTES (Survivors) – Mais velhos, resignados, passivos, preocupados com segurança e têm recursos limitados. Mais voltados para atender as necessidades básicas do que satisfazer desejos. Não demonstram nenhuma forte motivação primária. Vivem restritamente focados no seu “dia-a-dia”. São consumidores cautelosos e fiéis às suas marcas favoritas, especialmente se podem comprá-las com desconto. VALS - TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA QUANTITATIVA No Plano de Comunicação devem ser identificados dois grupos de público-alvo: o Público Primário e o Público Secundário da Comunicação. Como identificá-los? A pergunta de “Intenção de compra ou uso do produto ou serviço” define esses públicos. 34 Portanto, considerando as respostas: 1. Certamente compraria 2. Provavelmente compraria 3. Não tenho certeza se compraria ou não 4. Provavelmente não compraria 5. Certamente não compraria Devemos obedecer aos seguintes passos: 1º - isolar aqueles que responderam as alternativas 1 e 2 (certamente e provavelmente comprariam). Esses respondentes formam o seu Público Primário da Comunicação. 2º - isolar aqueles que responderam as alternativas 3, 4 e 5. Esses, correspondem ao seu Público Secundário da Comunicação. Como o Plano de Comunicação requer o perfil demográfico dos dois públicos, tabular, para cada um, as variáveis: Sexo, Faixa Etária e Classe Econômica. Dessa forma, a pesquisa, enquanto ferramenta possibilita a segmentação dos dois públicos. O VALS DEVE SER TABULADO PARA OS DOIS PÚBLICOS SEPARADAMENTE. PORTANTO, VOCÊS DEVEM FAZER DUAS TABULAÇÕES DE VALS. HÁ UMA EXCEÇÃO. SE UM DOS PÚBLICOS FOR MENOR DO QUE 30 CASOS, O VALS NÃO DEVE SER TABULADO PARA ESSE PÚBLICO. VALERÁ ENTÃO, COMO GRUPO DE VALS, SOMENTE AQUELE OBTIDO POR MEIO DE TABULAÇÃO ÚNICA. FRASES DO VALS As frases do VALS adotadas no questionário devem obedecer rigorosamente à ordem aqui apresentada. 1. Eu estou freqüentemente interessado em teorias. 2. Eu gosto de pessoas e lugares extraordinários. 3. Eu gosto de muita variedade em minha vida. 4. Eu gosto de fazer coisas que eu possa fazer todos os dias. 5. Eu sigo as últimas tendências da moda. 6. Como diz a bíblia, o mundo foi literalmente criado em 6 dias. 7. Eu gosto de estar no comando de um grupo. 8. Eu gosto de aprender sobre arte, cultura e história. 9. Eu freqüentemente procuro algo excitante. 10. Eu realmente me interesso por poucas coisas. 11. Eu prefiro fazer algo a comprá-lo. 12. Eu me visto mais na moda do que a maioria das pessoas. 13. O Governo Federal deveria incentivar mais atos religiosos nas escolas públicas. 14. Eu sou mais habilidoso do que a maioria das pessoas. 15. Eu me considero um intelectual. 35 16. Eu admito que gosto de me exibir. 17. Eu gosto de experimentar coisas novas. 18. Eu me interesso em saber como funcionam as estruturas mecânicas, como motores. 19. Eu gosto de me vestir na última moda. 20. Tem muito sexo na televisão hoje em dia. 21. Eu gosto de liderar outras pessoas. 22. Eu gostaria de morar um ano ou mais em um país estrangeiro. 23. Eu gosto muito de algo excitante em minha vida. 24. Eu tenho que admitir que os meus interesses são reduzidos e limitados. 25. Eu gosto de fazer objetos com madeira, metal ou outro material qualquer. 26. Eu gosto de ser considerado “na moda” (fashion). 27. A vida de uma mulher só é completa se ela puder formar um lar feliz para a sua família. 28. Eu gosto do desafio de fazer algo que nunca tenha feito antes. 29. Eu gosto de aprender coisas mesmo que elas não tenham nenhuma utilidade para mim. 30. Eu gosto de fazer coisas com as minhas próprias mãos. 31. Eu sempre procuro algo que me traga empolgação. 32. Eu gosto de fazer coisas novas e diferentes. 33. Eu gosto de olhar lojas de computadores e automóveis. 34. Eu gostaria de entender melhor como funciona o universo. 35. Eu gosto que a minha vida seja a mesma semana-a-semana. RESPOSTASEscala de Nível de Concordância Cálculo da Média Ponderada CONCORDO DISCORDO Totalmente Em parte Em parte Totalmente PESOS 4 3 2 1 Efetua-se então o cálculo da média ponderada para cada frase de cada Público da Comunicação. (uma tabela contendo as 35 frases para cada Público) Por exemplo: Público Primário da Comunicação FRASE CT CP DP DT TT MÉDIA PONDERADA 1.Eu estou freqüentemente interessado em teorias. 2. Eu gosto de pessoas e lugares extraordinários. 3. Eu gosto de muita variedade em minha vida. 4.......... 36 35. Eu gosto que a minha vida seja a mesma semana-a-semana. CÁLCULO FINAL FRASES QUE EXPLICAM CADA GRUPO DO VALS Grupos do VALS FRASES (*) INOVADORES 3, 5, 7, 17, 21, 28, 32 RACIONAIS 1, 8, 15, 22, 29, 34 REALIZADORES 13, 27, 24, 35 EXPERIMENTADORES 2, 3, 5, 9, 12, 17, 19, 23, 26, 28, 31, 32 CRÉDULOS 6, 13, 20, 24, 27, 35 LUTADORES 5, 12, 16, 19, 26 EXECUTORES 4, 11, 14, 18, 25, 30, 33, 35 SOBREVIVENTES 10, 24, 27, 35 (*) POR GRUPO DE VALS, SOMAR AS MÉDIAS PONDERADAS DE CADA FRASE CORRESPONDENTE E DIVIDIR PELO NÚMERO DE FRASES. A MAIOR MÉDIA OBTIDA CORRESPONDERÁ AO GRUPO DE VALS DO SEU NEGÓCIO. OS GRUPOS IDENTIFICADOS PARA CADA PÚBLICO DA COMUNICAÇÃO PODEM OU NÃO SER OS MESMOS. HÁ CASOS EM QUE OS GRUPOS VALS DO PÚBLICO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO IDENTIFICADOS SÃO OS MESMOS. HÁ CASOS EM QUE ISSO NÃO OCORRE. QUALQUER POSSIBILIDADE DESCRITA ACIMA SERÁ ACEITA E VÁLIDA. 37 AS DIFERENÇAS ENTRE PESQUISA QUANTITATIVA E QUALITATIVA. Quantitativa Qualitativa Objetivo Subjetivo Testa a Teoria Desenvolve a Teoria Uma realidade: o foco é conciso e limitado Múltiplas realidades: o foco é complexo e amplo Redução, controle, precisão. Descoberta, descrição, compreensão, interpretação partilhada. Mensuração Interpretação Mecanicista: partes são iguais ao todo Organicista: o todo é mais do que as partes Possibilita análises estatísticas Possibilita narrativas ricas, interpretações individuais Os elementos básicos da análise são os números Os elementos básicos da análise são palavras e idéias O pesquisador mantém distância do processo O pesquisador participa do processo Independe do contexto Depende do contexto Teste de hipóteses Gera idéias e questões para pesquisa O raciocínio é lógico e dedutivo O raciocínio é dialético e indutivo Estabelece relações, causas Descreve os significados, descobertas Busca generalizações Busca particularidades Preocupa-se com as quantidades Preocupa-se com a qualidade das informações e respostas Utiliza instrumentos específicos Utiliza a comunicação e observação Fonte: Samara, 2012. 38 PESQUISA QUALITATIVA As pesquisas qualitativas são exploratórias, isto é, estimulam as pessoas que estão sendo pesquisadas a pensarem livremente sobre um tema, objeto ou conceito. Essas pesquisas são usadas quando buscam a percepção e entendimento do público. Por exemplo: “Qual conceito novo de produto deveria ser criado?”, e “Qual o melhor posicionamento de comunicação para o produto?”. Segundo Oliveira (2102) pesquisa qualitativa busca “analisar e interpretar os dados, refletir e explorar o que eles podem propiciar buscando regularidades para criar um profundo e rico entendimento do contexto pesquisado”. As pesquisas chamadas de qualitativas são classificadas enquanto exploratórias, também são conhecidas pelos nomes de DG’s ou Focus Groups, quando se utilizam do método de entrevista em grupo. Há também o método de entrevista em profundidade, a qual o pesquisado é entrevistado individualmente. Essa não é uma pesquisa que se utilize de cálculos estatísticos, já que identifica e analisa dados não-mensuráveis, “como sentimentos, sensações, percepções, pensamentos, intenções, comportamentos passados, entendimento de razões, significados e motivações de um determinado grupo de indivíduos em relação a um problema específico (...)”. (PROPESQUISA, 2012). Deve-se fazer essa pesquisa quando: For determinar o que é importante para os clientes e porque é importante. Trabalha com amostra heterogênea. Útil em situações que envolvem o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas ideias. Pesquisa aberta. Quando não usar: Não se deve usar pesquisa qualitativa quando o que se espera é saber quantas pessoas irão responder de uma determinada forma ou quantas terão a mesma opinião. A pesquisa qualitativa não é projetada para coletar resultados quantificáveis. Depois de descobrir porque uma pessoa poderia comprar ou responder de determinada forma, é relativamente fácil contar quantas pessoas pensam da mesma forma, através da pesquisa quantitativa. A pesquisa qualitativa costuma ser seguida de um estudo quantitativo. Segundo Oliveira (2012) o pesquisador é o primeiro instrumento da pesquisa. Quando o pesquisador entra em campo para pesquisar ele traz consigo toda uma bagagem intelectual e experiência de vida. Inevitavelmente, sua idade, etnia, cultura, orientação sexual, política e religiosa são lentes através das 39 quais ele vê a pesquisa. Na verdade, essa é uma das críticas que a pesquisa qualitativa recebe. Por outro lado, ela tem como vantagem, possibilitar essa aproximação do investigador com objeto investigado, o que não é possível nas pesquisas quantitativas. 1. Metodologia de pesquisa: exploratória, descritiva, causal, comparativa. 2. Métodos de coleta da pesquisa qualitativa • Grupos de enfoque (focus group): estudo exploratório em que os consumidores de um produto são convidados a participar de um grupo para discutir sobre determinado assunto com o acompanhamento de um moderador. Durante todo o tempo estão sendo observados através de um espelho falso. O som e o vídeo das seções são gravados e depois analisados por profissionais especializados. Dessa maneira é possível observar os sentimentos e as reações individuais dos consumidores e tirar conclusões sobre questões mais profundas e subjetivas. Esse tipo de pesquisa é usado principalmente para: avaliar peças publicitárias, apontar tendências, simular situações de decisão, avaliar reações quanto a novos produtos, embalagens e marcas. Deve sempre ser realizada por profissionais especificamente habilitados nessa metodologia. • Entrevistas em profundidade: em situações nas quais o focus group não pode ser aplicado, a entrevista pessoal é uma das alternativas mais usadas para a pesquisa qualitativa. Perde-se o efeito da interação do grupo, porém é possível identificar detalhes que não aparecem nas discussões grupais. O entrevistador deve ser altamente qualificado, pois além de conduzir a entrevista ele irá avaliar os resultados. Espera-se que sejam obtidas informações sobre expectativas, angústias, incertezas e preocupações sobre o produto ou assunto em questão. • Consumidor oculto: é um levantamento feito por um profissional que experimenta os produtos e serviços de uma empresa passando-se por um consumidor. Os principais atributos avaliados são: a qualidade dos serviços e processos e principalmente a qualificação, a ética e a motivação da força de vendas, das operadoras de telemarketing, da equipe de assistência técnica, entre outras funções da empresa. Também chamado de “cliente secreto” (mistery shopper). Nessa pesquisa o pesquisador simula ser um consumidor para avaliar e testar produtos/serviços, por exemplo, verificar o atendimento nos vários pontos de venda de uma empresa. • Teste clínico: trata-se de uma entrevista com um consumidor após
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