Prévia do material em texto
UNIDADE 1 PERGUNATA 1: Nas relações negociais entre as empresas, uma das maiores dificuldades é o pagamento dos recebíveis, representados em nota fiscal, duplicatas etc. Esses documentos representam a dívida, mas, por si só não realizam o pagamento, porém, se constituem em garantias. Em caso de não pagamento de uma duplicata que recebeu o aceite do devedor, qual a medida que a empresa credora poderia propor para receber seu crédito? Fonte: Lei n. 5.474/60 e Código de Processo Civil. O objetivo da questão é verificar o conhecimento do estudante e sua reflexão jurídica acerca da aplicação da lei e da medida mais eficiente para solucionar o interesse do credor. a) A empresa credora deverá ajuizar a ação de cobrança, pois não há a informação quanto ao protesto do título? Não. A ação de cobrança é uma ação de conhecimento que depende do convencimento do juiz para o reconhecimento da obrigação, para o caso apresentado o mais apropriado seria a ação de execução de título executivo extrajudicial pela qual o credor obriga o devedor a cumprir o definido por lei, de acordo com a Lei n. 5.474/60 em seu artigo 15, inciso I, e o artigo 785 do Código de Processo Civil. Porém, há que se considerar que aquele que pode mais, pode menos no direito, logo, ainda que a demanda mais adequada ao enunciado, seja, a ação executiva extrajudicial, não haveria impedimento da empresa credora decidir em optar por um processo de conhecimento com o propósito de adquirir um título executivo judicial conforme o artigo 785 do Código de Processo Civil, ou mesmo ação monitória em seu artigo 700 do Código de Processo Civil que busca a declaração da existência do crédito. b) A empresa credora, independentemente do protesto do título, poderá ajuizar a ação de execução de título extrajudicial? Sim. Na situação apreciada a aplicação da Lei n. 5.474/60 no seu artigo 15, inciso I, e o artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil, a ação aplicável neste caso é título executivo extrajudicial, mesmo não havendo o protesto do devedor, pois a duplicata emitida e aceita converte-se em um título executivo extrajudicial de acordo com o artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil. PERGUNTA 2: Considere que, num contrato estimatório entre duas empresas, a consignatária, em razão de caso fortuito e inesperado, teve os bens deixados em consignação perecidos e, por isso, não pode restituir os bens ao término do contrato, apenas poderia devolver a quantia estimada dos referidos bens. Pergunta-se: Fonte: Código Civil Brasileiro, Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. O estudante terá que construir a tese jurídica com base no art. 535 e seguintes do Código Civil, pois trata-se de um contrato estimatório, que tem por objeto a entrega de bens para a venda em consignação. Na ocorrência de qualquer causa que impeça a devolução dos bens, a consignatária não se desobriga. a) É uma obrigação da consignatária pagar o valor correspondentes aos bens que pereceram sem sua culpa? Sim. No caso questionado havendo a impossibilidade da não restituição do bem em sua integralidade ainda que sem culpa, a consignatária é obrigada a pagar o preço do bem para o consignatário, logo se aplica o artigo 535 do Código Civil. b) A consignante poderia ter alienado os bens antes do término do contrato estimatório? Não. No caso analisado se os bens estiverem em poder do consignatário dentro do prazo contratual, a consignante não pode alienar ou dispor dos bens antes que este seja devolvido ou comunicado de sua disponibilidade, em concordância com o artigo 537 do Código Civil.