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Direito financeiro e tributário I - casos concretos

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Direito financeiro e tributário I
CASO CONCRETO 01
Determinado governador do Estado do Acre está em forte debate com a Assembleia Legislativa. Apesar de ter sido eleito em primeiro turno com uma expressiva maioria de votos, sua Assembleia é hoje composta em maioria considerável pela oposição ressentida por não ter reeleito o antigo governador, candidato da situação. Diante deste conflito político, o governador não consegue aprovar a lei orçamentária que se manifesta compatível com suas propostas. Sendo assim, decide baixar o orçamento por medida provisória. Deputado da oposição se recusa a votar a medida provisória e levanta argumentos tecnicamente adequados. Pergunta-se:
Quais seriam estes argumentos? 
Não. Não é possível edição de medida provisória em relações as leis orçamentárias, segundo artigo 62,§1 CF.= É vedada a edição de medidas provisórias para aprovação de leis orçamentárias. Mas tem uma excessão: Créditos extraordinários (são aqueles que diante de uma situação urgente são autorizados à abertura de créditos adicionais que são 03 tipos: especiais, suplementares e extraordinários) e os extraordinários são os que tem maior urgência, e por isso somente eles são autorizados com medida provisória.
Pode o governador editar medida provisória? 
Sim o governador pode editar medida provisória. Não em matéria financeira, em matéria de leis orçamentárias com excessão dos créditos extraordinários, mas pode de acordo com o que estiver previsto dentro da constituição editar medidas provisórias sobre outras matérias.
Cabe medida provisória em Direito Financeiro. 
Somente com a excessão dos créditos extraordinários.
OBJETIVA 
Identifique qual das opções abaixo traz situação que será objeto de aplicação das regras do Direito Financeiro: 
a) realização de despesa pela Ordem dos Advogados do Brasil 
b) processo de seleção de juízes para a carreira da magistratura estadual 
c) projeção de receitas da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Estado do Rio de Janeiro 
d) previsão de gastos com pessoal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
CASO CONCRETO 02
Em meio a uma crise política e econômica em 2015, o Governo Federal apresentou ao Congresso Nacional um projeto de lei orçamentária com um déficit de 30,5 bilhões de reais. À época, questionamentos políticos e econômicos foram levantados e o cerne da questão gira em torno de um dos princípios orçamentários mais relevantes, que congrega todos os elementos da atividade financeira do estado. Indaga-se: 
A questão que se levantou é se estaria o poder executivo autorizado a propor um projeto de lei com este desequilíbrio? Identifique o princípio orçamentário referente e como os elementos do Direito Financeiro se relacionam no caso. 
Não será possível tal governador propor projeto de lei com tamanho desequilíbrio orçamentário, uma vez que iria ferir o princípio do equilíbrio orçamentário além de ser contrário ao artigo 167, III da CF que veda a realização de despesas que excedam os créditos.
Como ficaria com base na legislação atual?
Ficaria mais difícil para o gestor público equilibrar o orçamento, pois ele está obrigado a atender aos limites individualizados de despesas primárias.
A CF vetou no seu artigo 167, III, ante despesas de capital, a partir da promulgação da emenda constitucional 95/2016 foi implementado um novo regime fiscal com limites individualizados para as despesas primárias.
Questão objetiva 
Julgue os seguintes itens relativos à receita pública e marque a opção correta. 
a) Todo tributo advém da Receita Originária. 
b) Ingresso e receita constituem sinônimos. 
c) Os tributos constituem receita derivada cobrada mediante atividade administrativa vinculada ou discricionária. 
d) Receita originária é aquela em que o Estado atua como particular e receita derivada é aquela em que o Estado atua através do seu poder de império. 
e) Receita derivada é aquela em que o Estado atua como particular e receita originária é aquela em que o Estado atua através do seu poder de império.
CASO CONCRETO 03
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, no ano de 2014, aplicou multas no valor total de R$278.000,00 a 69 prefeituras por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Estas prefeituras deixaram de encaminhar no prazo legal àquele Tribunal o Relatório de Gestão Fiscal, o Relatório Resumido de Gestão Orçamentária e o Comparativo das Metas Bimestrais de arrecadação. Neste sentido, considerando a natureza do Tribunal de Contas e as regras da Lei de Responsabilidade fiscal, responda: 
A aplicação de multas do Tribunal de Contas é ato regular? 
Sim o tribunal de contas pode aplicar multas conforme prevê o Artigo 71 da CF.
Estas multas podem ser questionadas perante o Poder Judiciário, ou já se encontram alcançadas pela coisa julgada? 
Sim podem ser questionadas judicialmente. Artigo 71, §3º da CF. administrativamente existe a preclusão do direito de rediscutir aquela matéria no âmbito administrativo, mas não existe impedimento para que eu venha discutir judicialmente. O acesso à justiça é um direito constitucional assegurado a todos.
Independente da solução aplicada pelo Tribunal de Contas, qual é o princípio contido na Lei de Responsabilidade Fiscal relacionado com os relatórios exigidos?
Princípio da transparência.
Questão objetiva 
O Tribunal de Contas 
( ) a. auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas. 
( ) b. é subordinado ao Poder Legislativo, ao qual auxilia no exercício do Controle Externo. 
( ) c. integra o Poder Legislativo, por força de disposição constitucional. 
( ) d. não integra nenhum dos Poderes, condição assegurada por cláusula pétrea constitucional. 
( ) e. tem a titularidade do exercício do controle externo e suas decisões de que resultem multa ou imputação de débito tem a natureza de título executivo.
CASO CONCRETO 04
Ao dispor sobre o plano de custeio da Seguridade Social, a União cuidou de regular a cobrança de várias contribuições cujos fatos geradores dizem respeito à atividades do contribuinte como a remuneração paga ou creditada aos segurados que prestem serviço às empresas, dos empregadores domésticos, dos trabalhadores (incidentes sobre o seu salário-decontribuição), incidentes sobre o faturamento e lucro das empresas e sobre a receita de concursos de prognósticos. Estas contribuições são, por lei, designadas de contribuições sociais. A mesma lei que as institui estabelecia um prazo de dez anos para a apuração e constituição dos créditos da seguridade social. Sabendo que normas gerais do Direito Tributário são reservadas pela Constituição para lei complementar, identifique e analise o dispositivo, tendo para tanto a compreensão da natureza da cobrança realizada e, portanto, o ordenamento jurídico específico ao qual está submetida.
As contribuições tem natureza jurídica tributária e, portanto, estão sujeitas o regime jurídico do direito tributário. O STF ao identificar a contribuição social como uma espécie tributária entendeu que ela está submetida ao regime jurídico do direito tributário.
Questão objetiva
 (CETREDE – 2016) Como se chama o tributo que tem por características ser não vinculado a uma atividade estatal, admite, por expressa e excepcional previsão constitucional, destinação específica do produto da arrecadação e não admite previsão de restituição ao final de determinado período? 
A ( ) Contribuição de intervenção no domínio econômico. 
B ( ) Contribuição social. 
C ( ) Empréstimo compulsório. 
D ( ) Imposto. 
E ( ) Taxa.
CASO CONCRETO 05
 A União através de lei ordinária isenta tributo do Estado sob o fundamento de que deve fomentar o desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte. Comente a legalidade e a Constitucionalidade da referida lei. 
A constituição só atribui competências e diz porque que compete a cada um dos entes, se ela diz que este determinado tributo compete ao estado, quem deve legislar sobre este tributo é o estado, a união não pode legislar sobre este tributopois é de competência do estado. Tal medida deverá ser editada por lei complementar Lei 123/2006.
Questão objetiva
Relativamente à competência tributária, assinale a alternativa incorreta. 
a) A União Federal tem competência para instituir impostos extraordinários em caso de guerra. 
b) Os Municípios têm competência para instituir impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
c) Os Municípios não têm competência para instituir contribuições previdenciárias, pois esta competência é exclusiva da União Federal. 
d) As taxas e as contribuições de melhoria são consideradas, pela doutrina, tributos de competência comum.
CASO CONCRETO 06
Servidor estadual ingressa com ação de repetição de indébito contra o Estado respectivo em função de uma retenção na fonte de imposto de renda retido na fonte pelo órgão ao qual pertencia a servidora. O Estado alega ilegitimidade passiva tendo em vista que a competência tributária para legislar sobre o imposto de renda é da União. Comente se procede a alegação do Estado.
O Estado está errado. Pois de acordo com a súmula 447 do STJ os estados e distrito federal são partes legitimas na ação de restituição de imposto de renda.
O imposto de renda é de competência da união federal de acordo com as distribuições das competências de acordo com o artigo 153 da CF, mas existe uma excessão prevista no artigo 157 que se refere ao imposto retido na fonte dos servidores dos estados e do DF e neste caso então o estado não está correto ao dizer que ele é parte ilegítima porque dependendo do problema com a retenção ele pode ser parte legitima.
Questão objetiva 
Na relação abaixo, de transferências intergovernamentais de receitas tributárias, MARQUE as da União para os Estados/DF (1), as da União para os Municípios (2) e as dos Estados/DF para os Municípios (3): 
(3) 50% do IPVA; 
(1) 20% dos impostos de competência residual; 
(2) 50% do ITR; 
(1) 21,5% do IPI e do IR para Fundo de Participação; 
(3) 25% do ICMS; 
(2) 22,5% do IPI e do IR para Fundo de Participação; 
(2) 70%do IOF sobre o ouro ativo financeiro ou instrumento cambial.
CASO CONCRETO 07
Governador de um Estado da Federação propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra emenda constitucional que cria um imposto sobre toda e qualquer movimentação financeira, inclusive as realizadas por pessoas jurídicas de direito público e que entraria em vigor imediatamente. Inicialmente, os argumentos da afronta a duas limitações constitucionais ao poder de tributar, a saber a imunidade recíproca (vedação à imposição de impostos entre os entes federativos) e anterioridade (obrigatoriedade de aguardar até o exercício financeiro para que se possa cobrar o tributo) parecem corretas. Mas há uma preliminar questionada: a possibilidade de se questionar a constitucionalidade de dispositivo constitucional. Analise a questão e indique o posicionamento do Supremo Tribunal Federal.
No caso em tela há um conflito nas normas constitucionais. Há solução para o conflito de normas constitucionais está na origem da norma constitucional. O que o STF entende é aquilo que foi criado na constituição pelo constituinte originário, não pode ser modificado por texto posterior. Porque o texto posterior seria criado por outro poder constituinte e não o poder originário, então deve prevalecer o texto da assembleia nacional constituinte originária. Não pode este imposto seria inconstitucional porque ele estaria afrontando norma prevista pela assembleia constituinte originária. Isto o STF declarou na ação direta de inconstitucionalidade número 926. As emendas seriam obtidas de poder constituinte derivado e não podem se sobrepor ao poder constituinte originário. 
O governador pode sim ingressar com ação direta de inconstitucionalidade neste caso, pois foi elaborada pelo poder constituinte derivado e este não pode modificar o que estava previsto pelo poder constituinte originário.
Questão objetiva: 
(FGV-2015) O Presidente, representando a República Federativa do Brasil, celebra tratado internacional com outros dois Estados soberanos, com o objetivo de incrementar a prestação de serviços de tecnologia para grandes projetos de infraestrutura. O acordo internacional, após todos os trâmites legislativos impostos pela ordem jurídica interna e internacional, passa a produzir seus efeitos, dentre os quais a isenção de todos os impostos incidentes nessa operação. Considerando que esses serviços estão incluídos na lista anexa da Lei Complementar nº 116/2003 e a jurisprudência do STF, é correto afirmar que o tratado é: 
A ( ) inconstitucional ao estabelecer isenção heterônoma, vedada pelo artigo 151, III, da Constituição Federal em vigor, o qual veda à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; 
B ( x ) constitucional, pois a vedação constitucional se volta à União, nada impedindo que a República Federativa do Brasil, na qualidade de pessoa jurídica de direito público externo, celebre tratados e acordos internacionais de Direito Tributário; 
C ( ) constitucional, pois, nos termos da Constituição Federal, os tratados e convenções internacionais sobre tributação, desde que aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais; 
D ( ) inconstitucional, pois somente lei complementar federal poderia estabelecer isenção de tributos estaduais e municipais; 
E ( ) inconstitucional, pois a União somente pode conceder isenção de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente conceder aos tributos de competência federal.
CASO CONCRETO 08
O Município de Angra dos Reis promulga lei em 30.05.2006, estabelecendo a incidência do ITBI sobre as embarcações alienadas no território municipal, já que esses bens são garantidos por hipoteca, o que demonstraria a natureza imobiliária das embarcações. Ester efetua alienação de uma embarcação para Moisés (ambos domiciliados naquele Município, mediante contrato lavrado em cartório no dia 30.05.2007. Firme na legislação municipal, a Fazenda Pública de Angra dos Reis efetua o lançamento de ofício do ITBI. Ester apresenta impugnação na via administrativa, pleiteando o seu direito de não pagar o tributo em tela. Examine o caso, em suas várias nuances, sob a ótica das normas do CTN sobre interpretação.
Sobre a ótica da legislação tributária, as embarcações não são consideradas bens imóveis. A lei tributária não pode alterar conceitos que sejam próprios do direito privado. Não é possível eu trazer hipótese de incidência dessa legislação alterando aquilo que está previsto no direito privado que é o conceito de propriedade imobiliária. A legislação tributária não pode alterar conceitos, institutos, normas e formas previstas no direito privado. E no que se refere à interpretação é literal, tem que ser exatamente o que está disposto na lei. A classificação da embarcação como imobiliária não é possível porque alteraria algo que está previsto na lei civil e a interpretação da lei deve ser literal pra definir as hipóteses de incidência.
Questão objetiva 
(FAURGS-2015) No que se refere à legislação tributária, assinale a alternativa que contém afirmativa correta. 
A ( X ) Leis expressamente interpretativas não podem ser aplicadas a atos ou fatos pretéritos se contrariarem orientação favorável aos contribuintes já firmada pelos Tribunais Superiores. 
B ( ) Os conceitos utilizados pela Constituição da República para outorgar competência impositiva podem ser alterados pelo legislador do ente político que a titularizar, dada a sua autonomia tributária e financeira. 
C ( ) O Código Tributário Nacional admite a utilização da analogia para a aplicação das hipóteses de incidência tributária a fatos juridicamente semelhantes àqueles por elas previstos, com vistas à promoção da igualdade. 
D ( ) O legislador ordinário pode estabelecer que multa tributária menos gravosa somente se aplique a fatosfuturos. multa ou imputação de débito tem a natureza de título executivo.
CASO CONCRETO 09
Lei federal, publicada no ano passado, majora alíquotas do Imposto de Renda incidente em determinadas importações e determina a incidência sobre o exercício passado cuja declaração será feita neste exercício. Neste caso, inicia-se forte discussão sobre o tema da segurança jurídica e dos princípios tributários atinentes. Para verificação da constitucionalidade do tema, apresente o entendimento do STF e sua evolução até os dias atuais.
A lei tributária só pode ser aplicada no exercício financeiro seguinte, não pode haver a aplicação retroativa, e neste caso como o imposto de renda tem a apuração de 1º de janeiro a 31 de dezembro ela será aplicada para o próximo exercício financeiro e não para o exercício vigente. (principio da anterioridade).
Questão objetiva:
(FUNDATEC-2015) Quanto aos princípios da legalidade e da anterioridade tributária, analise as assertivas abaixo: 
O princípio da legalidade tributária aplica-se a todos os tributos, mas se admite a alteração da alíquota de certos impostos federais, de caráter extrafiscal, desde que sejam atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. 
Reserva absoluta de lei tributária designa a exigência de que a Administração Tributária se paute rigorosamente pelos ditames legais, não adotando condutas contrárias à legislação tributária. 
A anterioridade de exercício e a nonagesimal são aplicáveis a todos os tributos, de forma cumulativa, excetuadas hipóteses previstas taxativamente no texto constitucional. 
Majoração de alíquota do ICMS, determinada por lei publicada em 1º de novembro de um ano, pode ser aplicada em 1º de janeiro do ano subsequente.
Após a análise, pode-se dizer que: 
A ( ) Está correta apenas a assertiva I. 
B ( ) Estão corretas apenas as assertivas I e II. 
C (X) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
D ( ) Estão corretas apenas as assertivas II e III. 
E ( ) Todas as assertivas estão corretas.
CASO CONCRETO 10
O Estado do Rio de Janeiro decide alterar a sua legislação tributária relativa ao ITCMD para aumentar as alíquotas do imposto e, portanto, aumentar sua arrecadação. Em função disso, aumenta a alíquota do imposto para 4,5% (quando se tratar de transferências realizadas em montante de até 400.000 unidades fiscais de referência) e de 5% (quando se tratar de transferências em montante superior a 400.000 unidades ficais de referência). Contribuinte questiona a alíquota progressiva do tributo diante de falta de autorização expressa da Constituição neste sentido. Assim tratando, analise como se posiciona o Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.
A Súmula 656 do STF alterou o entendimento de que: deve haver expressa autorização na CF. logo não precisa de uma autorização expressa na constituição. O STF hoje entende que todos os impostos devem se submeter na medida do possível ao princípio da capacidade contributiva. É possível a progressividade para cumprir o principio da capacidade contributiva.
Questão objetiva 
O Decreto nº 3.000/99, conhecido na prática por RIR/99, estabelece, em seu art. 1º , que: “O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o disposto neste Decreto.” Ao contemplar a cobrança do Imposto Renda sobre toda e qualquer forma de renda e provento, nos limites da Lei, o artigo está contemplando o critério da 
A ( ) anterioridade. 
B ( ) capacidade contributiva. 
C ( X ) generalidade. 
D ( ) legalidade. 
E ( ) universalidade.
CASO CONCRETO 11
O Supermercado Vende Bem propõe uma ação para anular uma cobrança de ICMS que desconsiderava créditos de ICMS decorrentes do consumo de energia elétrica que, segundo o contribuinte, a energia elétrica utilizada para a comercialização de seus produtos não podia ser confundida com aquela utilizada para o uso ou consumo, pois a energia elétrica utilizada nas áreas comerciais (dentro dos supermercados) seria indispensável ao desempenho das atividades do estabelecimento, tais como na conservação de produtos congelados e refrigerados, na fabricação de pães e biscoitos, sendo posta em uso para proveito dos consumidores finais que não podem comprar às escuras. Neste sentido, como deve se manifestar o tribunal?
Até o momento a lei geral de ICMS prevê o creditamento apenas daquilo que for utilizado como insumo de produção. Então ele não poderia se compensar da luz utilizada para iluminar o supermercado, somente da luz que ele utiliza na produção. O que se tem hoje é que é possível o aproveitamento da aquisição de energia elétrica como insumo, mas poderá ser modificada a interpretação. Só o que é utilizado como insumo de produção e não o que é utilizado para a simples iluminação. Recurso extraordinário 1672.
Questão objetiva 
O princípio da não cumulatividade é:
A ( ) um atributo exclusivo do ICMS e do IPI. 
B (X) princípio de tributação por meio do qual se pretende evitar a assim chamada “tributação em cascata” que onera as sucessivas operações e prestações com bens e serviços sujeitos a determinado tributo. 
C ( ) técnica de tributação aplicável também aos impostos reais, tais como o ITR e o IPTU. 
D ( ) suscetível apenas de interpretação restritiva e literal, à medida que institui um benefício fiscal ao contribuinte. 
E ( ) um instrumento de transferência de riqueza indireta entre as Unidades da Federação inserido no pacto federativo, à medida que o crédito de ICMS a ser suportado pela Unidade da Federação de destino dos bens e serviços está limitado ao valor do imposto efetivamente recolhido em favor do Estado de origem.
CASO CONCRETO 12
O Estado de Pernambuco, de forma a incrementar sua arrecadação tributária e ampliar a sua receita, decide criar alíquota diferenciada para veículos de fabricação estrangeira importados ao Brasil. Esta alíquota é maior do que as dos veículos nacionais. Desta forma, encaminha a proposta à sua assessoria jurídica que após pesquisa à jurisprudência das Côrtes Superiores lhe dá parecer. O parecer mais adequado deve ser em que sentido?
Principio da isonomia/princípio da igualdade = é vedado dar tratamento diferenciado em razão da origem ou do destino dos bens. Só existe a possibilidade de fazer essa diferenciação alterando na verdade as alíquotas dos impostos de importação e exportação, mas o mesmo bem dentro do território nacional como um veiculo, não pode ter alíquotas diferentes em razão da sua procedência. Dentro do território nacional não pode. 
Questão objetiva 
Sobre as limitações ao poder de tributar, assinale a alternativa correta: 
A ( ) O Município pode tributar imóveis de instituições de ensino, sem fins lucrativos, que estiverem locados a terceiros não alcançados pela imunidade tributária. 
B ( ) É vedada a utilização de tributo com efeito de confisco, vedação que não alcança as multas tributárias. 
C ( ) O Município pode instituir taxa para a entrada e circulação de pessoas e bens no seu território, de modo a preservar as vias e o patrimônio público. 
D (x) É vedado ao Município de Vila Velha instituir tributo diferenciado sobre serviços prestados por estabelecimentos domiciliados no Município de Vitória. 
E ( ) As imunidades criadas pela Constituição têm natureza subjetiva, ou seja, visam beneficiar pessoas e não coisas.
CASO CONCRETO 13
A prefeitura do município de Rio Branco enviou carnê de IPTU para a Locadora de Veículos Localizada em terreno da Infraero ao lado do Aeroporto Internacional Plácido de Castro. A Locadora promoveu ação anulatória e o processo se encontra hoje no STF aguardando julgamento de recurso extraordinário. Neste sentido, apresente os argumentos favoráveis ao fisco e ao contribuinte.
Argumento do fisco: A imunidade é pra beneficiar as entidades públicas e no momento que este imóvel está sendo utilizado por particular numa exploração econômica, não tem mais porque ter a imunidade, então ele teria que pagar. O imóvel não está sendo utilizado para atividade fim da empresa pública, (instituição sem fins lucrativos)e sim para exploração de uma atividade econômica privada.
Argumento contribuinte: A imunidade é subjetiva, recai sobre o proprietário, o proprietário é uma empresa pública e a empresa pública goza de imunidade, logo não deve haver a tributação do IPTU. O imóvel pertence a Infraero e ela é empresa pública.
Questão objetiva 
Na hipótese da União, mediante tratado internacional, abrir mão de tributos de competência de Estados e Municípios, nos termos do decidido pelo Supremo Tribunal Federal (RE 229096), é correto afirmar que: 
A ( ) se caracteriza a denominada isenção heterônoma, vedada nos termos do art. 151, III, da Constituição Federal. 
B ( ) se caracteriza violação ao princípio federativo, objeto de cláusula pétrea, nos termos do art. 60, § 4º , I, da Constituição Federal. 
C ( ) o tratado é válido desde que acompanhado de medidas de “compensação tributária” em favor dos Estados e Municípios prejudicados. 
D (X) se insere a medida na competência privativa do Presidente da República, sujeita a referendo do Congresso Nacional, com prevalência dos tratados em relação à legislação tributária interna.
CASO CONCRETO 14
A legislação do Imposto de Renda da Pessoa Física atribui ao contribuinte uma série de obrigações e deveres. Analise os dispositivos abaixo elencados e indique sua natureza específica. Em seguida, identifique o ato normativo que pode tratar de cada uma das matérias e o regime jurídico ao qual devem se submeter.
Lei 7.713/1988 Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR= Obrigação tributária principal 
Lei 7.713/1988 Art. 53. Os juros e as multas serão calculados sobre o imposto ou quota, observado o seguinte: a) quando expresso em BTN serão convertidos em cruzados novos pelo valor do BTN no mês do pagamento; b) quando expresso em BTN Fiscal, serão convertidos em cruzados novos pelo valor do BTN Fiscal no dia do pagamento. 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR = Obrigação tributária principal (submete-se às regras do direito tributário.
Instrução Normativa 1613/2016 Art. 2º Está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2016, a pessoa física residente no Brasil que, no ano-calendário de 2015: I - recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$ 28.123,91 (vinte e oito mil, cento e vinte e três reais e noventa e um centavos);
OBRIGAÇÃO DE FAZER = Obrigação acessória (submete-se às regras de direito administrativo tributário.
Questão objetiva 
(FUNDATEC-2014) É correto afirmar que: 
A ( ) Dado que a obrigação tributária seja acessória, não é possível a sua ocorrência sem a existência de obrigação tributária principal a ela relacionada. 
B (X) O objeto da obrigação tributária é a prestação, variando essa apenas em relação ao seu objeto. 
C ( ) No caso de haver uma obrigação tributária principal, somente poderá haver uma prestação como seu objeto. 
D ( ) Na hipótese de ter sido pago o tributo previsto em lei, não é necessário o atendimento a exigência de obrigação tributária acessória. 
E ( ) As penalidades pecuniárias tributárias são oriundas apenas dos casos de pagamento em atraso.
CASO CONCRETO 15
Em processo administrativo discute-se a base de cálculo do ISSQN incidente sobre a prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros. O ponto central do problema é se a base de cálculo para efeito do recolhimento do ISSQN seria o preço efetivamente pago pelo usuário no ato da compra e venda dos bilhetes (seja vale-transporte ou passagem escolar), posição adotada pelo contribuinte ou se o vigente no momento posterior em que se dá a efetiva prestação, posição adotada pelo Fisco. Considerando que no momento em que se deu a efetiva prestação o preço já estaria majorado, qual o seu parecer jurídico sobre o tema? 
A base de cálculo que deve ser considerada é aquela no momento da compra das passagens, porque aquele é considerado pela a lei que exerce no momento de ocorrência do fato gerador.
Qual dos elementos referente ao fato gerador integral está em discussão?
O momento da ocorrência do fato gerador é o momento em que se consegue comprovar a prestação do serviço. 
Questão objetiva 
Tendo como referência o disposto no CTN, assinale a opção correta. 
A (x) A capacidade tributária passiva é plena e independe da capacidade civil. 
B ( ) Não haverá incidência tributária sobre atividades ilícitas. 
C ( ) A obrigação tributária principal nasce com o lançamento do fato gerador. 
D ( ) Fato gerador corresponde ao momento abstrato previsto em lei que habilita o início da relação jurídico-tributária. 
E ( ) A denominação do tributo e a destinação legal do produto de sua arrecadação são essenciais para qualificá-lo.
CASO CONCRETO 16
Filipe sócio da sociedade FILIPE & FERNANDA LTDA com intuito de prestigiar seus funcionários resolveram pagar o 15º salário (criado por eles). Diante disso a sociedade por falta de planejamento ficou em dificuldades financeiras motivo que levou ao inadimplemento do IRPJ. O patrimônio da sociedade não era suficiente para arcar com a dívida tributária e a Receita Federal do Brasil resolveu redirecionar a execução fiscal contra o sócio Filipe. Responda se Filipe é parte legitima para figurar no polo passivo da execução invocando os fundamentos que sustentam a relação jurídica de direito material.
Felipe não é responsável pelo pagamento da dívida. O simples inadimplemento não gera responsabilidade dos sócios. Sumula 430 do STJ. 
Se fosse o caso de ser redirecionado seria a todos os sócios e o fisco está redirecionando apenas a uma pessoa, e este redirecionamento só vai caber quando houver a extinção da empresa de forma irregular ou se houve infração à lei ou estatuto da empresa.
Questão objetiva (não tem alternativa correta nesta questão)
A responsabilidade tributária por sucessão 
A ( ) é pessoal do espólio pelos tributos devidos pelo de cujus, desde a data da abertura da sucessão até a data da partilha ou adjudicação; também é pessoal a responsabilidade do cônjuge meeiro e sucessores a qualquer título, nos limites da meação, do quinhão ou legado, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação. 
B ( ) abrange o tributo e as penalidades por infração à legislação tributária porventura cometidas pelo contribuinte e que não foram pagas, desde que tenha havido transmissão de bens imóveis por ato oneroso sem prova da quitação. 
C ( ) é absoluta no caso de aquisição de imóvel em hasta pública para o adquirente, ora arrematante, desde que não se trate de processo de falência, pois, neste caso, a responsabilidade é afastada se o adquirente for parente do falido na linha reta ou colateral até terceiro grau. 
D ( ) é solidária com o contribuinte nas hipóteses de fusão, cisão e incorporação de empresa, salvo se havia prova de quitação dos tributos no ato e não entraram como passivo no negócio jurídico. 
E ( ) pode ser atribuída por ato normativo e decorrer de analogia, pois existe supremacia do interesse público sobre o particular na arrecadação tributária.

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