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AV2 Patologia Joyce Bento Ameloblastoma Tumor de origem epitelial, sem ectomesênquima É a lesão mais grave, com maior risco de mortalidade que o cirurgião dentista pode tratar. Da palavra enamel = esmalte, Blastos = germe, oma tumor. Não é calcificado, imita o esmalte na fase de reticulo estrelado, não imita o esmalte calcificado. Tumor epitelial odontogênico benigno - por isso dentista pode tratar. Origem do epitélio odontogênico: Remanescentes da lâmina dentária HISTÓRICO Reconhecido em 1827 por Cusack 1885 designado como epitelioma adamantino por Malassez 1930 por Ivey e Churchill como ameloblastoma. CARACTERÍSTICAS 10 – 30% de todos os tumores odontogênicos e 1% de todos os tumores do complexo maxilomandibular. Sem predileção por sexo ou raça. Ampla faixa etária (7-80 anos), média de 37 anos (pode suspeitar de amelo em qualquer idade). Crescimento lento, indolor e persistente. Chega em uma fase, de um momento para o outro (3 semanas), começa a crescer e apresenta suas características agressivas. No começo já aparece na radiografia. Localmente invasivos. Infiltração pelos espaços medulares do osso. Não pode causar metástases. Mais comum em ramo e corpo de mandíbula que maxila – por causa do siso. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: No início não sente nada, só vê na radiografia (por isso a importância de se observar muito bem uma radiografia), percebe quando o tumor começa a crescer. Alterações na oclusão. Deslocamento/Reabsorção dentária. Ulcerações – estoura o epitélio, cresce muito. Assimetrias faciais. CLASSIFICAÇÃO 1. Ameloblastoma intraósseo multicístico ou sólido convencional 2. Ameloblastoma unicístico 3. Ameloblastoma periférico (extra ósseo) 4. Ameloblastoma desmoplásico Malignos: Ameloblastoma maligno Carcinoma ameloblástico Ameloblastoma intraósseo multicístico ou sólido convencional Combinações dos aspectos sólido e cístico ASPECTOS CLÍNICOS Padrão sólido ou multicístico (muitos buracos). Não há distinção entre os gêneros. Grande variação nas idades sendo incomum em pacientes jovens – não descarta criança. Progressão lenta e assintomática AV2 Patologia Joyce Bento ASPECTOS RADIOGRAFICOS Lesões radiolúcidas multiloculares com aspecto de bolha de sabão. Expansão da tábua óssea (parte mais densa da mandíbula) é achado comum, chegando a perfuração das corticais ósseas, ou até quebraduras. Pode causar reabsorção radicular e está associado ao terceiro molar inferior retido. Grande lesão multilocular envolvendo o ângulo e o ramo da mandíbula. As grandes loculações mostram o aspecto de “bolhas de sabão”. Note a presença do terceiro molar Radiografias periapicais mostrando o aspecto em “favos de mel”- caso inicial. Esta divisão só com biopsia: Padrão folicular Padrão folicular: Múltiplas ilhas de epitélio odontogênico (imaturas) exibindo diferenciação colunar periférica com polarização invertida. As zonas centrais lembram o retículo estrelado do esmalte e exibem focos de degeneração cística. O que faz dar a diferenciação desse tumor. Em aumento se vê melhor as células colunares da borda, tem um padrão de posição invertida, uma célula o núcleo fica em um extremo, em outra célula fica em outro extremo. Uma para baixo outra cabeça para cima. Padrão de células granulares Tem o mesmo padrão de ilhas (parecido com o folicular) o que difere é que no centro das ilhas ao invés de ter células imaturas (igual do retículo estrelado) vão ser células imaturas induzidas por fatores de crescimento, citocinas, a se ativarem, se transformam em células produtoras de queratina, se torna células granulares. AV2 Patologia Joyce Bento Os ameloblastomas podem, às vezes, exibir transformação de grupos de células epiteliais em células granulares – mas não produz queratina. Essas células granulares apresentam citoplasma abundante preenchido por grânulos eosinofílicos – vão parecer com as células da camada granulosa do epitélio. Apesar de ser considerado originalmente como uma consequência do envelhecimento ou da alteração degenerativa em lesões de longa duração, essa variante já foi observada em pacientes jovens e em tumores clinicamente agressivos – não se tem certeza se o padrão granuloso evolui no padrão folicular ou será que já se pode ter direto o padrão granuloso. Padrão acantomatoso De uma célula imatura que ainda não sabia o que era, se transformou em um padrão granular e começou a produzir queratina Quando ocorre metaplasia (se tranforma em outro tipo de célula) escamosa, frequentemente associada à formação de queratina, nas regiões centrais das ilhas epiteliais de um ameloblastoma folicular, o termo ameloblastoma acantomatoso às vezes é aplicado. Padrão plexiforme Até então todos os padrões (folicular, células granulares e acantomatoso) aconteciam dentro da ilha de epitélio odontogênico. Já o padrão plexiforme tem um surto na célula, dentro da ilha ocorre uma degeneração e tem uma proliferação das células da borda da ilha. O fundo da lamina é todo roxo (cheio de células colunares) Padrão desmoplásico Esse tipo de ameloblastoma contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma densamente colagenizado. É muito diferente das outras – não tem características de amelo, precisa muito do clínico. É a mais difícil para o patologista. Estudos imunoistoquímicos revelaram um aumento da produção da citocina conhecida como fator de crescimento transformador-beta (TGF-b) associado a essa lesão, sugerindo que tal citocina pode ser responsável pela desmoplasia. Por isso não tem padrão de amelo mais. Células periféricas colunares semelhantes a ameloblastos são inconspícuas nas ilhas epiteliais. AV2 Patologia Joyce Bento Padrão de células basais A variante de células basais é o tipo menos comum de ameloblastoma. Essas lesões são compostas por ninhos de células basaloides uniformes (não mais do tipo queratinócitos) e, histopatologicamente, são muito similares ao carcinoma basocelular da pele (por isso a importância do clínico). Não há retículo estrelado na porção central dos ninhos. As células periféricas ao redor dos ninhos tendem a ser cúbicas em vez de colunares. Paliçada uma célula do lado da outra. Ameloblastoma Unicístico Padrão cístico, tem um cisto e em sua parede cresce um ameloblastoma. ASPECTOS CLÍNICOS Ocorre entre 10 e 15% de todos os ameloblastomas intraósseos. Segunda década de vida, com média de 23 anos. Mandíbula em 90% dos casos – por causa do 3º molar incluso, tem o germe permanecendo por mais tempo. Maioria das vezes assintomáticos. ASPECTOS RADIOGRAFICOS Lesões radiolúcidas que circundam a coroa de um terceiro molar incluso. Bem delimitadas. Na radiografia só vê o cisto. Corte coronal de uma imagem de tomografia computadorizada que mostra uma grande lesão cística com uma lesão tumoral surgindo a partir da parede cística. Luminal O tumor está confinado à superfície luminal do cisto. As células epiteliais sofrem um estimulo para virar um tumor. Intraluminal O que pode acontecer é o ameloblastoma crescer muito no sentido da luz do cisto, que ele se despedaça e cai para dentro do cisto (quanto mais coisas dentro do cisto mais ele cresce). Um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do revestimento cístico em direção ao lúmen do cisto. AV2 Patologia Joyce Bento Mural A parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou plexiforme. Ele cresce para fora do cisto. Essa cirurgia é mais agressiva, pois ao invés do tumor cair para dentro do cisto, ele cresce para fora. Ameloblastoma periférico ASPECTOS CLÍNICOS Representa menos de 1%. Desenvolvimento no tecido gengival. Clinicamente semelhante ao fibroma ou granuloma piogênico, e tumor odontogênico escamoso. Indolor. Mandíbula > maxila. Faixa etária de 40 - 60 anos. Excisão local, é só curetagem, não precisa fazer radical. Não tem nada a ver com osso. Não tem radiografia, se tirar o osso está normal. TRATAMENTOS: Radical: Ressecção em bloco com margens de segurança, perde parte da maxila ou mandíbula. Reconstrução com placas e enxertos microvascularizados. Conservador: Enucleação Crioterapia – nitrogênio líquido Curetagem Associação Recorrência de 60-90%. Por isso tem que fazer o tratamento radical AV2 Patologia Joyce Bento Tumores de origem epitelial, com ectomesênquima, com ou sem formação de tecidos duros São compostos de epitélio odontogênico e elementos do ectomesênquima. Tecidos dentários calcificados podem ou não ser formados nestas lesões. Tem célula para fazer um dente completo. Os tumores do primeiro grupo (Ameloblastoma, Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante, Tumor Odontogênico Escamoso) tem apenas células epiteliais. Ectoderma: esmalte e cemento Mesoderma: ligamento periodontal e osso alveolar Ectomesênquima: polpa e dentina Tumores Odontogênicos Mistos O grupo dos tumores odontogênicos mistos, compostos por epitélio odontogênico em proliferação em um ectomesênquima que lembra a papila dentária. Algumas dessas lesões mostram variados graus de efeitos indutores por parte do epitélio no mesênquima, levando à formação de variadas quantidades de esmalte e dentina. Fibroma Ameloblástico Fibroma: produção de fibras colágenas. Amelo: esmalte, Ameloblastos: primórdio do esmalte, antes dele estar mineralizado. Neoplasia mista real (verdadeiro), tanto epitélio quanto mesênquima apresentam comportamento neoplásico. ASPECTOS CLÍNICOS: Ocorrência maior na 1ª e 2ª década de vida. Principalmente quando ortodontista pede a documentação ortodôntica. Afetam ambos os sexos. Pacientes jovens. Variação de dimensões: lesões pequenas assintomáticas – só vê na radiografia, lesões maiores causam deformidades ósseas. Mais comum em mandíbula posterior CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS Lesões uni (igual cisto) ou multiloculares (bolha de sabão, favos de mel), radiolúcidas com limites precisos, presença de dentes inclusos é comum. Defeito radiolúcido bem definido associado a um segundo molar não erupcionado. Não consegue saber o que é só pela radiografia, então tem que pedir biópsia. ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS O fibroma ameloblástico surge como um aumento de volume sólido de tecido mole com uma superfície externa lisa. Não é cisto, não tem líquido dentro. Microscopicamente, o tumor é composto de um tecido mesenquimal rico em células, que lembra a papila dentária primitiva, misturado ao epitélio odontogênico em proliferação. Pode apresentar um ou dois padrões, ambos geralmente presentes em qualquer caso. O padrão epitelial mais comum consiste em AV2 Patologia Joyce Bento cordões longos e delgados de epitélio odontogênico, frequentemente anastomosados. Esses cordões usualmente apresentam somente duas células de espessura e são compostos por células colunares ou cúbicas. No outro padrão, as células epiteliais formam pequenas e discretas ilhas que lembram o estágio folicular do desenvolvimento do órgão do esmalte. Elas exibem células colunares periféricas, que circundam um aumento de volume de células epiteliais frouxamente arranjadas que lembram o retículo estrelado. Micro cisto, faz parte de tentar imitar o órgão do esmalte. TRATAMENTO Excisão local simples. Curetagem. Recidivas raras. Fibro-odontoma Ameloblástico A diferença do fibroma ameloblástico é que odontoma é produção de dentina, as células mesenquimais que estavam proliferando vão ser induzidas por citocinas e fatores de crescimento a produzirem dentina. Pode ser considerado um fibroma ameloblástico que apresenta partes de esmalte e dentina. Não se acredita na possibilidade de maturação neoplásica ASPECTOS CLÍNICOS Quase exclusiva em crianças (1ª década). Achado radiográfico com a causas de atraso de erupção dentária. ASPECTO RADIOGRÁFICO Lesão radiolúcida bem delimitada, exibindo quantidade variável de conteúdo calcificado – partes radiopacas. Defeito radiolúcido envolvendo diversos dentes não erupcionados. Pouco material calcificado está presente no defeito radiolúcido. Defeito radiolúcido no ramo contendo pequenas calcificações que apresentam a radiodensidade de estruturas dentárias - radiopaco. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS O componente de tecido mole do fibro- odontoma ameloblástico é microscopicamente idêntico ao fibroma ameloblástico e apresenta cordões delgados e ilhas pequenas de epitélio odontogênico em um tecido conjuntivo frouxo AV2 Patologia Joyce Bento de aparência primitiva que lembra a papila dentária. Os elementos calcificados consistem em focos de matriz de esmalte e dentina em formação em íntima relação com as estruturas epiteliais. As lesões mais calcificadas mostram estruturas dentárias maduras na forma de dentículos rudimentares ou de aumentos de volume conglomerados de esmalte e dentina. TRATAMENTO: Remoção cirúrgica com simples e delicada curetagem. Odontoma Não é mais considerado um tumor, atualmente considerados hamartomas. São massas de tecido calcificado apresentando todos os componentes do dente (dentina, esmalte, polpa e cemento). ASPECTOS CLÍNICOS Diagnosticados na 1ª e 2ª década de vida (atraso na erupção dentária). Variação na dimensão da lesão. ASPECTO RADIOGRÁFICO Mais comum são áreas radiopacas bem delimitadas por halo esclerótico Se dividem em dois tipos: Odontoma composto, composto de que? De pequenos dentinhos ODONTOMA COMPOSTO Forma inúmeras estruturas semelhantes a dentes, chamadas dentículos. Inúmeros dentículos formando um odontoma composto A diferençapara o supranumerário é que o odontoma é um hamartomas, uma massa tumoral, e o supra é um germe de dente a mais, é um dente. Um pequeno grupamento de estruturas semelhantes a dentes impede a erupção do canino superior. ODONTOMA COMPLEXO Exibe massas calcificadas (tem tudo que um dente tem) de forma amorfa (sem formação de dentículos) e desarranjada. Massa calcificada amorfa, formando um odontoma complexo. AV2 Patologia Joyce Bento Um grande aumento de volume radiopaco está sobreposto à coroa do segundo molar inferior direito, que foi deslocado para a margem inferior da mandíbula. TRATAMENTO Cirúrgico, só retira a massa radiopaca, se for muito grande, tem que reconstituir a anatomia do paciente, seja com enxerto ou placa. Não tem recidivas Tumores de ectomesênquima odontogênico com ou sem epitélio odontogênico É um terceiro grupo de tumores odontogênicos composto principalmente de ectomesênquima odontogênico. O epitélio odontogênico pode ser incluído nestas lesões, mas não representa qualquer papel essencial em sua patogênese. A célula mesenquimal não é capaz de induzir função em célula epitelial (o contrário é verdade) Mixoma Só existem nos ossos gnáticos (relacionado com germe dentário) Origem a partir do mesênquima da papila dentária. ASPECTOS CLÍNICOS Mais comuns em adultos jovens, sem predileção por gênero. Mais frequente em mandíbula. Podem causar grande deformidade. Sua expansão indolor no início, pode ter crescimento rápido. Tumor agressivo localmente. RADIOGRAFICAMENTE São grandes áreas radiolúcidas extensas e mal delimitadas, com margens irregulares e aspecto infiltrativo. Pequenas trabéculas de tecido ósseo estão presentes (osso destruído). Essas características decorrem do conteúdo gelatinoso da lesão. – Mixomatoso: gelatinoso. Muco escorrendo no osso do paciente. Exibe trabéculas ósseas finas que formam ângulos retos (90 graus). #MIXOMA Lesão radiolúcida na maxila anterior mostrando finas trabéculas ósseas residuais formando ângulos retos umas com as outras. AV2 Patologia Joyce Bento No momento da cirurgia ou do exame macroscópico do espécime, a estrutura gelatinosa e frouxa do mixoma é óbvia. Espécime macroscópico demonstrando um aumento de volume gelatinoso. ASPECTO HISTOLÓGICO O tumor é composto por células casualmente arranjadas de formato estrelado, fusiforme ou arredondado, em um estroma abundante, frouxo e mixóide (fundo de lâmina sem nada – a “baba” se desfaz), que contém somente algumas fibrilas colágenas. Um tumor frouxo, mixomatoso, pode ser visto preenchendo os espaços medulares entre as trabéculas ósseas. O detalhe mostra as células de forma estrelada e as finas fibrilas colágenas. TRATAMENTO Alta taxa de recidiva, em função do conteúdo gelatinoso. Existem casos de óbito. Cirurgia faz em hospital, quem faz é o buco. Tem que ser acompanhamento para o resto da vida. Não há relatos de transformação maligna e metástase. Lesões Reativas Granuloma Piogênico Aumento tecidual em resposta a uma reação inflamatória local. Depósito de Cálculos Restaurações mal realizadas Próteses mal adaptadas Fraturas dentárias Corpos estranhos CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Nódulo avermelhado assintomático, séssil ou pediculado. Apresenta crescimento rápido, com episódios de sangramento. Principal local de aparecimento é gengiva, mas podem se desenvolver em mucosa jugal, lábio inferior e língua. Comuns em crianças. Mulheres grávidas podem desenvolver múltiplos granulomas piogênicos, denominados granulomas gravídicos. Paciente com má higiene bucal. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Granuloma piogênico. Visão em grande aumento exibindo vasos sanguíneos capilares e inflamação difusa. AV2 Patologia Joyce Bento DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Granuloma de células gigantes Periférico Fibroma ossificante periférico. Estes são aumentos teciduais mais firmes e pálidos (pode ser vermelho também) TRATAMENTO Remoção total da lesão com curetagem de periósteo e das inserções profundas e remoção do agente irritante. Granuloma de Células Gigantes Periférico Se origina no ligamento periodontal ou no tecido periosteal em consequência de uma irritação crônica de baixa intensidade, geralmente subgengival – placa. É exclusivamente na gengiva. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aumento de tecido séssil em gengiva ou mucosa de rebordo alveolar. Mais frequente na região anterior ao primeiro molar. Cor varia de rosa pálido a vermelho ou púrpura. Pode apresentar superfície ulcerada e sangrenta. Evolução rápida. Radiograficamente pode apresentar perda do osso alveolar, em regiões desdentadas exibem a típica imagem de taça (mas essa lesão não aparece – tecido mole). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Granuloma Piogênico Fibroma ossificante periférico. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS . Visão em maior aumento exibindo diversas células gigantes multinucleadas, permeadas por células mesenquimais ovoides e fusiformes e hemorragia TRATAMENTO Remoção total da lesão com curetagem de perióstio e das inserções profundas e remoção do agente irritante. Fibroma Ossificante Periférico Decorrente da ação de fator irritante crônico de longa duração CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aumento tecidual pálido de crescimento lento. Base pode ser séssil ou pediculado (+ séssil) Superfície lisa ou lobulada (dividida) Lesão firme a palpação, presença de material calcificado. Localizado geralmente em gengiva e mucosa alveolar justaposta a superfície mesial do primeiro molar. Pode deslocar dentes vizinhos (por ser mais rígido) Exame radiográfico pode demonstrar quantidades variáveis de material calcificado. AV2 Patologia Joyce Bento DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Granuloma Piogênico Granuloma de Células Gigantes Periféricos. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO Remoção total da lesão com abordagem profunda incluindo ligamento periodontal e remoção do agente irritante. Fibroma traumático Relacionada ao trauma local principalmente de origem mastigatória, qualquer hábito parafuncional que fica mordendo. Pode acontecer em qualquer lugar do corpo. Apresenta um importante componente fibroso. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aumento de volume em forma de nódulo ou pápula de crescimento lento. Coloração rósea pálida, firme e indolor. Ocorre em língua, gengiva e mucosa jugal. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO Remoção cirúrgica e eliminação do fator etiológico. Não apresenta recidivas. Hiperplasias Fibrosas Hiperplasia induzida por prótese Causada por traumas constantes no rebordo alveolar causado por próteses mal adaptadas. Prótese tem que trocar de tempos em tempos, a grande maioria dos pacientes fica muito tempo e por isso machuca, ou até uma prótese nova mal feita. Diminuição da alturade rebordo alveolar e dimensão vertical de oclusão. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aumento tecidual que pode ser avermelhado ou pálido. A textura pode ser firme ou flácida. Associação com a borda de próteses adaptadas é evidente. 1- Hiperplasia por prótese com câmara de sucção. A- Várias pregas de tecido hiperplásico no vestíbulo maxilar. B- Prótese mal adaptada se ajusta na fissura entre duas das pregas. TRATAMENTO Interrupção do uso da prótese e plastía cirúrgica quando necessária. Hiperplasia Gengival Inflamatória Gengivite Aumento reacional do tecido gengival em resposta ao estimulo inflamatório local. AV2 Patologia Joyce Bento CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Pode ocorrer em sítios localizados, geralmente associado a presença de placa. Aumento da gengiva livre e da gengiva inserida com edema da papila interdental. Hiperplasia gengival associada a medicamentos Crescimento anormal dos tecidos gengivais secundário ao uso de medicamentos sistêmicos. O termo é impróprio porque nem o epitélio e nem as células do tecido conjuntivo apresentam hiperplasia ou hipertrofia. O tamanho aumentado da gengiva se deve a maior quantidade de matriz extracelular, predominantemente colágeno. Prevalência de 50% dos usuários de fenitoína e de 10-70% para ciclosporina. O primeiro medicamento que apresentou este efeito colateral foi a fenitoína, utilizado como anticonvulsivante. Atualmente Ciclosporina A utilizado como imunossupressor; e bloqueadores de canais de cálcio, utilizado para controle de hipertensão arterial. TRATAMENTO Substituição e ajuste de dose das drogas. Plastía gengival. Lesões Ulcerativas e Vesiculobolhosas Tem em comum a formação de ulcera na mucosa, é uma lesão que perde a parte de epitélio, então tem a exposição do tecido conjuntivo direto, muita dor. É vesiculobolhosas porque antes de ter a ulcera, tem uma bolha, que estoura. Existem dois motivos, o primeiro é infecção por vírus e o segundo é lesão autoimune. Gengivoestomatite Herpética Primária- HSV_1 Herpes simples vírus (HSV) é um DNA vírus classificado em tipos I e II. O tipo I está mais frequentemente associado às lesões orais e o tipo II, às lesões genitais, porém também pode ocorrer o contrário. A maioria dos casos acontece na infância, com o pico por volta dos 3 anos. Início de repente apresentando linfadenopatia cervical (íngua no pescoço), febre, mal-estar geral e cefaleia. Os primeiros sinais são vesículas puntiformes (lesões bolhosas com liquido dentro), que se rompem em seguida originando lesões eritematosas com a área central apresentando ulcerações rasas, essas ulcerações podem se juntar e formar lesões maiores. O envolvimento da mucosa labial pode ultrapassar o vermelhão do lábio e atingir a região perioral. É viral, sua duração é de 7 a 14 dias, passa sozinha. Em adultos envolve a região de faringe e tonsilas palatinas (amigdalas), com a presença de lesões ulceradas rasas nessa região. AV2 Patologia Joyce Bento TRATAMENTO É sintomático. O paciente deve fazer repouso, evitar contato com outras crianças e separar talheres. Recomendar à paciente dieta líquida-pastosa, hiperprotéica. Há a possibilidade do uso de antipiréticos e analgésicos para controlar a febre e a dor. Por exemplo, paracetamol solução “gotas” 1 gota/kg, com intervalos de seis horas, respeitando-se o máximo de quatro doses diárias, dipirona ½ gota por kl. Não beijar criança perto da boca, pois todos têm o vírus no corpo. Herpes labial recorrente- HSV-1 Infecção secundária pelo HSV-1, o vírus estava no corpo e quando a imunidade cai ele aparece. É o mesmo da gengivoestomatite herpética primária (esse manifesta daquela forma apenas uma vez) 90% da população entra em contato com o HSV- 1 na infância, apresentam anticorpos contra o vírus. Uma falha temporária no sistema imune ou alteração de fatores locais permite a replicação do vírus e a infecção secundária. Sintomas prodrômicos: prurido e ardência. Surgem múltiplas vesículas que se rompem e coalescem formando úlceras superficiais, as lesões formam crostas e se regeneram em até 2 semanas. Comum em vermelhão de lábio. Eventualmente pode-se realizar citologia esfoliativa para averiguar células com morfologia alterada por infecção viral. Não é recomendado atender paciente com lesão ativa. TRATAMENTO Apesar de controvérsia sobre os efeitos de antivirais tópicos, como o aciclovir, acredita-se que há benefícios se for utilizado logo no início. Sintomático, para amenizar os sintomas: Omcilon A Orabase. Varicela (catapora) - VZV Infecção primária do vírus varicela-zoster. Se dissemina pelo contato direto ou perdigotos Afeta principalmente crianças, os sintomas se iniciam com faringite e mal-estar (é melhor pegar quando criança, pois depois dos 12 anos é muito mais grave). Erupções cutâneas, que se iniciam na face e tronco e depois nas extremidades. Essas lesões evoluem em fases: eritema-vesícula-pústula e crosta (bolha vermelha, depois uma ferida e depois seca). O indivíduo é infectante de 2 dias antes das lesões aparecerem até que estas formem crostas. Dura de 15 a 20 dias. Lesões bucais são comuns e precedem as cutâneas, afetando palato e mucosa jugal. Diagnóstico se dá através do histórico, a citologia esfoliativa pode ser realizada. TRATAMENTO Sintomático, para amenizar os sintomas: Omcilon A Orabase. Violeta genciana. Tratamento com antivirais devem ser reservados a pacientes com mais de 13 anos. Vacinação (vírus atenuado). AV2 Patologia Joyce Bento Herpes Zoster Infecção secundária do vírus varicela zoster, que se aloca em nervos sensitivos e fica latente. A prevalência aumenta com o envelhecimento. Esse vírus fica inoculado em terminações nervosas e se manifesta quando tem queda da imunidade (HIV, transplante, quimioterapia). CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Dor intensa prodrômica, acompanhada de febre, cefaleia e mal-estar. Na fase aguda formam se vesículas que evoluem para pústulas e úlceras, essas lesões respeitam o limite da linha média. Também chamado de cobreiro. Lesões bucais ocorrem quando o nervo trigêmeo é acometido. Fase crônica: neuralgia pós-herpética, a dor não passa, dor no nervo. O Diagnóstico se dá através do quadro clínico. Citologia esfoliativa para averiguar células com morfologia alterada por infecção viral. TRATAMENTO Antivirais: aciclovir, velaciclovir, com maior eficiência se admistrados no início. Duração entre um mês, um mês e meio. Úlceras Traumáticas Provocada por trauma: mordida, próteses mal adaptadas, queimadura, etc. Características clínicas variáveis, geralmente são únicas. Estomatite aftosa recorrente Ulcerações aftosas de repetição. Desregulação imunológica, resultado anormal de resposta imune direcionada a mucosa bucal. Tipo Minor: mais comum, apresenta ulcerações pequenas com duração de 7 a 14 dias. – afta comum. Tipo Major (afta de Sutton): Mais grave, ulceração maior que 10mm, duração de 40 dias, dói muito. Herpetiforme: Múltiplas ulcerações menores que 3 mm. TRATAMENTO Corticóides tópicos como a betametasona ou triancinolonaem orabase. Doença de Crohn e Colites ulcerativas Patologia inflamatória intestinal de ordem imunológica, com maior prevalência na adolescência que pode apresentar manifestações em mucosa oral. O organismo não reconhece algumas proteínas da mucosa e inflama. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Observamos úlceras bucais de aspecto linear em fundo de sulco e ao redor da lesão observamos aspecto hiperplásico. Paciente tem muita diarreia. Intestino fecha, por causa da fibrose. Se assemelha a hiperplasia fibrosa. AV2 Patologia Joyce Bento TRATAMENTO Corticosteroide sistêmico e continuo (Prednisona – causa síndrome de cushing), melhora em três dias, quem faz o tratamento é o reumatologista, pois é uma doença imunológica. Lúpus Eritematoso Sistêmico Doença inflamatória crônica, de origem autoimune. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Maior prevalência em mulheres (9-1). Em geral lesões bucais afetam palato, mucosa jugal e gengiva, se apresentam como áreas liquenóides ou ulcerações irregulares. Tem lesões avermelhada na face em formato de asa de borboleta. Leva a morte por causa dos problemas renais. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Algumas lesões bucais de lúpus se assemelham as de líquen plano. TRATAMENTO Quem faz é reumatologista. Só ele diferencia qual é a doença. Pênfigo Vulgar Doença autoimune. Ataca as ligações entre uma célula e outra da mucosa. Lesões bucais são a primeira manifestação da doença. Formação de bolhas intra-epiteliais decorrente da atuação de anticorpos contra as glicoproteínas desmogleina 1 e desmogleina 3 da superfície das células epiteliais, que fazem parte dos desmossomos – ligação entre as células. Então ele quebra essa ligação e o tecido fica apenas a camada basal. Tem a perda da camada externa do epitélio, é destacado. DIAGNÓSTICO Biópsia de área perilesional, evitando-se áreas atróficas e ulceradas. Exame de imunofluorescência direta deve ser realizado quando possível. AV2 Patologia Joyce Bento TRATAMENTO Corticosteróides potentes: Tópicos: clobetasol 0,05% Sistêmicos: Prednisona começando com doses baixas e aumentando com acompanhamento. Acompanhamento é fundamental. Penfigoide das membranas mucosas Lesões sub-epiteliais imunológicamente mediadas. Duas vezes mais comum que o pênfigo lugar. O ataque não é mais no desmossomos é no epitélio e tecido conjuntivo, tem exposição do tecido conjuntivo. Tudo para cima do tecido conjuntivo vai embora. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Aparece entre 50 e 60 anos de idade, sendo 2 vezes mais comum em mulheres. Lesões em mucosa oral afetam a maioria dos pacientes, que apresentam ainda lesões em outras mucosas como a ocular (a pálpebra vai cicatrizando, a cada ulcera vai fechando mais a pálpebra), nasal e esofágica e vaginal. O penfigoide é mais grave que o pênfigo de maneira geral. Lesões bucais iniciam-se como vesículas e bolhas, que eventualmente podem ser observadas no exame clínico, após o rompimento formam-se extensas áreas ulceradas difusas. Ocorrem cicatrizes, que podem afetar a qualidade de vida do paciente, principalmente na mucosa ocular. DIAGNÓSTICO Biópsia de área perilesional, recomenda-se que mucosa gengival não seja utilizada para análise, uma vez que a presença de inflamação crônica pode geral laudo inconclusivo do patologista. Eritema Multiforme Condição mucocutânea bolhosa e ulcerativa. Provavelmente é um processo mediado imunologicamente. Presença de infecção precedente, como o herpes simples ou a exposição a drogas como antibióticos ou analgésicos. Na forma leve da doença, desenvolvem-se ulcerações, que afetam primariamente a mucosa bucal. Na forma mais grave, podem ser observadas áreas de descamação difusas e ulceração em toda superfície da pele e mucosas. Em alguns casos, lesões em pele surgem como anéis eritematosos circulares e concêntricos semelhante a um alvo ou olho de boi. As lesões bucais iniciam-se como placas eritematosas que sofrem necrose epitelial e evoluem para grandes erosões rasas e ulcerações com bordas irregulares AV2 Patologia Joyce Bento
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