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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA VANESSA NUNES DE PAIVA SARAIVA CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: CONHECIMENTO ACERCA DO DOCUMENTO POR PARTE DOS PACIENTES, ESTUDANTES E PROFESSORES DO DOD NATAL – RN 2014 VANESSA NUNES DE PAIVA SARAIVA CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: CONHECIMENTO ACERCA DO DOCUMENTO POR PARTE DOS PACIENTES, ESTUDANTES E PROFESSORES DO DOD Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Orientadora: Profa Dra Iris do Céu Clara Costa NATAL – RN 2014 VANESSA NUNES DE PAIVA SARAIVA CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: CONHECIMENTO ACERCA DO DOCUMENTO POR PARTE DOS PACIENTES, ESTUDANTES E PROFESSORES DO DOD Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Cirurgiã- Dentista. Aprovado em: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Dra. Iris do Céu Clara Costa Orientadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dr. Dyego Leandro Bezerra de Souza Membro Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dra. Maria Alice Pimentel Fuscella Membro Universidade Potiguar DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho principalmente àqueles que torceram por essa conquista, mas também aos que não acreditavam, pois minhas maiores forças partiram daí! Dedico aos familiares, amigos e professores que sempre se fizeram presentes e fizeram do meu sonho, uma realidade! AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, primeiramente, por ter me feito fazer a escolha correta, por um curso que ele, mais do que eu mesma, tinha certeza que eu iria me apaixonar e me dedicar ao máximo para colher todos os ensinamentos possíveis durante toda a caminhada. Agradeço a Deus por toda força concebida. Foram quatro anos e meio de muitas surpresas e superações, disciplinas por vezes fáceis e por vezes temerosas, cada uma com sua particularidade. Foram muitas noites em claro, despertadores programados, programas e saídas abdicados, mas que fizeram toda a diferença! Agradeço aos meus pais, Canuto e Elisabeth, por terem sido exemplo de garra e determinação, por terem feito o possível e o impossível para que eu conseguisse chegar aonde cheguei. Por terem enfrentado o medo e conseguido coragem para levar a diante os sonhos que, um dia deles, hoje nossos! Agradeço ao meu irmão, Vinícius, pelo carinho e amizade, por ser um exemplo vivo de que aquilo que se deseja pode está mais próximo do que imaginamos, basta dá o nosso máximo, estudar e focar no que almejamos ser! Agradeço a todos os meus familiares mais próximos, que estiveram presentes durante todo o processo de aprendizagem, desde a magia do aprender a ler, de saber fazer uma conta de multiplicação, até uma restauração! Agradeço ao meu noivo, Paulo Henrique, pela paciência em semanas de prova, pelas diversas vezes que o troquei pelos livros e, principalmente, pelo amor de cada dia! Agradeço a todos os professores que passaram por minha vida até esse dado momento, mas, em especial, aquela que desmistifica que amizade entre professor e aluno não pode existir, que trata todos com delicadeza e carinho, mas que diz quando se precisa ser dito! Professora Iris, que me apresentou o dom de aprender fazendo bem aos outros, que me acolheu na família Ateliê do Sorriso desde o 4º período, onde permaneço com todo carinho até hoje. Sem dúvidas seguirei com o Ateliê por onde eu for, por onde eu estiver, aprendendo brincando, levando educação em saúde a todos por onde passar! Obrigada pelas orientações de sempre! Agradeço, ainda, a todos os pacientes que por mim passaram, foram vocês que me fizeram ter a segurança que tenho hoje e a certeza de que os estudos sempre devem continuar! Por fim, quero agradecer a todos os amigos que caminharam direta ou indiretamente comigo durante todo esse tempo, pelas risadas e lágrimas compartilhadas, pelas experiências vividas e divididas! E assim posso ter a certeza que estou no caminho certo a seguir... “[...] E aí ele falou: - Não te entendo, meu Senhor! E olhou pro chão - Nos caminhos mais difíceis, eu não vejo as tuas marcas Por que me deixaste só¿ Jesus respondeu: - Os passos são só meus, jamais te abandonei É que nos momentos mais difíceis de viver Nos meus braços te levei [...]” Padre Zezinho SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................... 8 INTRODUÇÃO........................................................................................... 9 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 10 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................... 13 RESULTADOS............................................................................................ 14 DISCUSSÃO............................................................................................... 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 21 ABSTRACT................................................................................................. 22 REFERÊNCIAS........................................................................................... 23 APÊNDICE A................................................................................................. 25 APÊNDICE B.................................................................................................... 27 ANEXO A.................................................................................................... 28 ANEXO B.................................................................................................... 30 ANEXO C.................................................................................................... 33 8 CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: CONHECIMENTO ACERCA DO DOCUMENTO POR PARTE DOS PACIENTES, ESTUDANTES E PROFESSORES DO DOD Vanessa Nunes de Paiva Saraiva* Iris do Céu Clara Costa** * Graduanda em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN, Brasil. ** Docente do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN, Brasil. RESUMO Seguindo o princípio da Universalidade,todo cidadão brasileiro tem direito de acesso ao Sistema único de Saúde (SUS), de acordo com a Lei Orgânica da Saúde (8.080). Nesse contexto surge a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde (CDUS), elaborada pelo Conselho Nacional de Saúde e Ministério da Saúde (MS), a qual garante ao cidadão a possibilidade de conhecer seus direitos como usuários do SUS, por meio de seis princípios básicos contidos no documento. O objetivo desse estudo é analisar o conhecimento que estudantes e professores do Departamento de Odontologia (DOD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e usuários atendidos no referido departamento têm acerca da existência e conteúdo deste documento e a aplicabilidade dos seus princípios no ambiente acadêmico das suas diversas clínicas. A amostra foi calculada inicialmente por um estudo piloto, onde foi aplicado um questionário entre 30 alunos (sendo 6 de cada período, do V ao IX) e 30 pacientes, escolhidos aleatoriamente dentro dos critérios de inclusão, de uma forma clara e objetiva. O teste piloto teve como finalidade testar a clareza das perguntas do instrumento de coleta. A coleta de dados foi realizada por meio de dois questionários semiestruturados, no período de Agosto a Outubro de 2014, sendo um para 30 professores e 60 alunos do V ao IX períodos, composto por 14 questões e outro para 60 usuários, com 11 questões. Os resultados obtidos demonstraram que 75,3% dos participantes desconhecem a CDUS e que grande maioria de seus princípios não são colocados em prática no DOD, a exemplo das informações sobre critérios de acesso aos tratamentos oferecidos, condições de atendimento e espaço físico. Descritores: Sistema Único de Saúde. Participação Social. Direitos do Paciente. Serviços de Saúde. 9 INTRODUÇÃO O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988, pela nova Constituição Brasileira tratando-se de uma nova formulação política que segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de Governo (federal, estadual e municipal). Logo, não se trata de um serviço ou instituição, e sim de um sistema que engloba um conjunto de unidades, de serviços e de ações que interagem para uma mesma finalidade. Considerando-se o princípio da universalidade e conforme a Lei 8.080 (Lei Orgânica da Saúde) de 1990, todo cidadão brasileiro tem direito de acesso ao SUS. Porém, a utilização dos serviços prestados pelo Sistema de Saúde, por sua vez, deverá ser garantida através de elementos integrantes que se referem a políticas e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde que possibilitem, da mesma forma, a participação popular nas decisões e na implementação das ações13, como rege a Lei 8.142, a qual determina a participação popular e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Nesse contexto surge a “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde (CDUS)”, elaborada pelo Conselho Nacional de Saúde e Ministério da Saúde (MS), a qual baseia-se em princípios básicos de cidadania, visando garantir ao cidadão a possibilidade de conhecer seus direitos como usuários do Sistema Único de Saúde11, já que, para que tenha seu ideal funcionamento, tanto os gestores, profissionais e usuários, quanto o governo são responsáveis pela coordenação de esforços para estruturar um SUS eficaz e eficiente. A Carta possui seis princípios, sendo esses: todo cidadão tem acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde; a tratamento adequado e efetivo para seu problema; a atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação, respeitando seus valores e direitos, também tem responsabilidades para que seu tratamento ocorra da forma adequada e garante o comprometimento dos gestores para que os princípios sejam cumpridos7. Apresenta, além disso, como eixos norteadores, o acesso e o acolhimento, como entrada do usuário no Sistema de Saúde, pautados no respeito, na solidariedade, reconhecimento dos direitos e fortalecimento da autonomia dos usuários, trabalhadores e gestores da saúde6. Sendo assim, quanto mais planejado, articulado e integrado com a coletividade estiver o Sistema, maior será a chance de se deparar com um serviço de saúde com qualidade e equidade, garantindo acesso a todos, com prestação de serviços humanizada e acolhedora. No entanto, a grande maioria dos usuários não conhece seus direitos, nem tampouco a condição ideal e, dessa forma, se torna difícil lutar por mudanças e melhorias, quando não se tem algo em que se basear. Porém, a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde veio para isso, para guiar o cidadão frente as suas necessidades em relação ao sistema de saúde seja ele público ou privado, assegurando ao mesmo, o direito básico ao ingresso digno em tais sistemas7,13. 10 Entretanto, quando se toma como base uma instituição de ensino da área da saúde, no sentido de aproximação entre instituição formadora com ações e serviços do SUS10, não só os usuários necessitam ter conhecimento sobre a existência da Carta, como também os atores principais desse processo, estudantes e corpo docente13. Essa interação ensino-serviço é fundamental, considerando-se que muitos alunos, depois de formados, ingressam na Estratégia de Saúde da Família-ESF e até mesmo ocupam cargos de gestão. Porém, como muitas vezes não dão o devido valor aos conteúdos pertinentes a saúde pública durante seu período discente, saem despreparados nessa área temática, além de superestimarem a área curativa no processo de trabalho, o que culmina por ferir o princípio da integralidade, o que é inaceitável nos dias atuais. Portanto, o cidadão responsável na sociedade contemporânea é considerado aquele que é consciente dos seus direitos e deveres seja esses individuais ou coletivos. Nesse sentido, a relevância desse estudo destaca-se pela importância de analisar o grau de conhecimento de alunos e professores do curso de Odontologia da UFRN, juntamente com aqueles que utilizam os serviços ofertados nesta instituição, sobre a existência da “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde”, bem como do seu conteúdo, considerando a responsabilidade que o sistema educacional precisa ter na sua função como formador de profissionais que irão atuar nessa sociedade coletiva e com tanta diversidade. REVISÃO DE LITERATURA O SUS é um sistema de saúde regionalizado e hierarquizado que integra o conjunto das ações de saúde da União, estados, distrito federal e municípios, no qual cada parte cumpre funções e deveres específicos, porém articulados entre si, o que caracteriza níveis de gestão nas três esferas governamentais3. Trata-se de um importante mecanismo de cobertura social no que tange à saúde, servindo como um apoio para superar a fragmentação e a exclusão crescentes na sociedade brasileira atual. No entanto, o que os usuários entendem por SUS? Tal questionamento é essencial quando se deseja associar saúde a direitos e deveres, acesso e responsabilidade, já que se trata de uma garantia da continuidade através da integração de diversas políticas públicas. Logo, o SUS favorece uma integração não apenas das políticas, mas também da população que é beneficiada, criando parcerias e fazendo gerar resultados mais efetivos do ponto de vista do impacto social17. Nesse sentido, o Sistema é único, porém interinstitucional, por meio da associação entre entidades governamentais, não governamentais, de natureza privada e de ensino13, as quais atuam em conjunto com o município, visando ampliar cada vez mais a cobertura do SUS, beneficiando um maior número de cidadãos.Paralelo a tudo isso, o Programa Nacional de Humanização dos Serviços de Saúde, implantado em 2003 pelo Ministério da Saúde, visa uma melhoria na qualidade da assistência e a redução dos custos com as longas permanências em instituições 11 hospitalares. Sendo assim, este Programa funciona como uma dessas entidades que auxiliam no desempenho do SUS, contribuindo para sua legitimação como política pública, o qual contribuiu para a criação da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, regida por seis princípios básicos de cidadania, os quais asseguram a todo e qualquer cidadão o direito ao acesso digno no sistema de saúde, seja ele público ou privado 4, 7, tendo como eixos norteadores o acesso e o acolhimento, tidos como a entrada do usuário no Sistema de Saúde11. As discussões que envolvem o Sistema Único de Saúde são amplas e só tendem a crescer, envolvendo desde gestores e trabalhadores até a necessidade de articular a sociedade e usuários de uma forma geral, com o objetivo de construir políticas públicas mais efetivas e que mostrem resolutividade e eficácia15. Entretanto, não basta apenas ter a existência da carta, garantindo acesso e direito ao sistema público de saúde. A população precisa criar uma consciência política, superando a marca histórica do conservadorismo da sociedade brasileira, assim como, da mesma forma, a hegemonia do modelo biomédico que ainda prevalece entre muitos profissionais e instituições atuais12, 17. De forma mais explícita a CDUS é regida pelos seguintes princípios7, 15: a) 1º Princípio: Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde, estando tal acesso relacionado às ações e aos serviços de promoção, proteção e recuperação de saúde; b) 2º Princípio: Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema, garantindo atendimento com presteza e qualidade, sempre que necessário; c) 3º Princípio: Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação. Sem restrição em função de idade, raça, cor, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, características genéricas, condições econômicas ou sociais, estado de saúde, ser portador de patologia ou de alguma deficiência; d) 4º Princípio: Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos, visando a preservar sua cidadania durante o atendimento; e) 5º Princípio: Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada. Deve prestar informações apropriadas nos atendimentos, sobre queixas, enfermidades, história pregressa, além de seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional; f) 6º Princípio: Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumprimos. Além disso, o documento apresenta, ainda, dois termos de responsabilidade, sendo o primeiro: “responsabilidade pela saúde do cidadão”, o qual compete ao município presteza no que diz respeito ao atendimento à saúde da população, tendo cooperação tanto técnica quanto financeira da União e do estado. Já o segundo trata 12 sobre responsabilidades pela gestão do sistema único de saúde, de acordo com a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, dividindo as três esferas autônomas de governo, municipal, estadual e federal7. Nesse contexto, a formação dos estudantes da área da saúde sofre influência tanto do mercado de trabalho quanto das diferentes conjunturas sócio político- econômicas, sendo sua participação um ponto discutido em encontros entre Ministério da Saúde e da Educação, apontando para a possibilidade de responder às necessidades da população brasileira na formação de recursos humanos, produção do conhecimento e prestação de serviços, todos como constituintes do Sistema Único de Saúde (SUS)1. Nessa perspectiva, uma das principais propostas da formação em saúde é adequar-se às necessidades dos usuários, do serviço e do sistema de saúde e de acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 200, inciso III, cabe ao SUS, além de outras atribuições, “ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde”2 sendo obrigação dos docentes e gestores de instituições de ensino passar aos alunos os principais conceitos no âmbito da educação em saúde, para que juntos possam perpetuá-los no ambiente acadêmico, o que reflete nas condições de saúde dos usuários. Partindo desse ponto de vista, a história relacionada ao processo de desenvolvimento em saúde não é estática, e sim cíclica, e a participação na qual o homem interage com o meio na condição de sujeito é aquela que cria possibilidades de transformação social, devendo ser ativa e deliberativa, ou seja, o sujeito não será simplesmente um espectador devendo, portanto, interpretar, dialogar e agir sobre a realidade em que está inserido, estimulando concomitantemente a cooperação coletiva16. Nesse sentido, a promoção da saúde definida como o “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde”5, já destaca a necessidade de haver cada vez mais uma maior participação da população em geral nesse processo, e quando se parte para instituições de ensino, mostra que assim como professores e gestores possuem esse direito participativo, discentes e usuários também os tem. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi submetido e aprovado no Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com parecer de número 787.237 (anexo B). Os participantes que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (anexo A), autorizando a utilização dos dados coletados, conforme resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Trata-se de um estudo descritivo do tipo seccional no qual se analisou o grau de conhecimento por parte dos estudantes e professores, além de pacientes 13 (usuários) do Departamento de Odontologia (DOD) da UFRN, sobre os direitos e deveres contidos na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. A amostra é do tipo estratificada, levando-se em conta os diferentes segmentos envolvidos: alunos, professores e usuários, com caracterização sócio demográfica e respectivas variáveis de cada segmento para uma possível correlação com o desfecho final. Sendo assim, a população investigada foi constituída por alunos do V ao IX períodos, tanto porque já cursou o bloco de disciplinas da Saúde Coletiva (onde os conteúdos pertinentes ao tema pesquisado poderiam e/ou deveriam ter sido abordados), quanto porque já estão em contato com os pacientes atendidos nas clínicas do Departamento, além dos professores das disciplinas clínicas em geral, os gestores universitários (Chefe de Departamento e Coordenador de Curso) e usuários que demandam ao DOD. Inicialmente realizou-se um estudo piloto, onde foi aplicado um questionário entre 30 alunos (sendo 6 de cada período, do V ao IX) e 30 pacientes, escolhidos aleatoriamente dentro dos critérios de inclusão, de uma forma clara e objetiva. O teste piloto teve como finalidade testar a clareza das perguntas do instrumento de coleta. A partir desse e obedecendo a uma margem de erro equivalente a 1%, o número de pacientes (usuários envolvidos no atendimento clínico) que respondeu ao questionário foi equivalente a 60 pessoas, em proporção de um para cada aluno, sendo para esses últimos 12 de cada período, do V ao IX, de um total de 204, além de 30 professores os quais compõem as disciplinas clínicas. Sendo assim, a mostra somou 60 usuários e 60 alunos, escolhidos de maneira aleatória, e 30 professores. O critério de inclusão paraos usuários é que deveriam ter idade igual ou maior que dezoito anos e já terem sido atendidos em uma das clínicas do DOD, nos últimos seis meses, excluindo-se aqueles que necessitassem de cuidadores e que não apresentassem capacidade psíquica e motora adequada para responder aos questionamentos. Os estudantes deveriam estar entre o quinto e nono períodos do curso de Odontologia da UFRN e os docentes serem atuantes nas clínicas do departamento. Para coleta de dados a técnica de escolha foi um questionário semiestruturado (apêndice I e II), composto em sua maioria por questões fechadas, o qual abordou o participante sobre seu conhecimento acerca da existência da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e sua aplicabilidade no ambiente acadêmico, com questões formuladas a partir dos princípios do documento, sendo um para alunos e professores e outro para usuários, com a mesma ideia, porém formulado de maneira que representasse uma mais fácil compreensão. A abordagem aos usuários foi realizada na sala de espera das clínicas, enquanto eles aguardavam o atendimento odontológico, sendo a amostra de conveniência, ou seja, composta por pessoas que estavam esperando ser atendidas e se dispuseram a participar da pesquisa. Além disso, os professores foram abordados nas clínicas e os alunos em suas respectivas salas de aula, sempre na presença do pesquisador responsável. 14 Os dados obtidos com as perguntas fechadas foram inseridos em um banco de dados e analisados pela estatística descritiva que tem por objetivo organizar e sumarizar dados. A partir dos dados coletados construíram-se gráficos e tabelas representativos dos valores encontrados com seus respectivos percentuais. Quanto às variáveis consideradas, considerou-se como variável dependente o conhecimento dos participantes acerca da Carta dos Direitos, enquanto que as variáveis independentes foram: sexo, escolaridade e renda. RESULTADOS A tabela 1 mostra as respostas dos questionários aplicados aos 60 alunos do DOD, sendo 12 de cada período, do V ao IX, em relação ao conhecimento ou a falta dele sobre a existência da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e sobre alguns quesitos relacionados ao funcionamento das clínicas do Departamento, sendo tais perguntas elaboradas de acordo com os princípios da Carta. Tabela 1. Respostas dos alunos do DOD do V ao IX período, a respeito da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e funcionamento das clínicas no Departamento. Natal- RN, 2014. PERGUNTAS SIM NÃO NÃO SEI NUNCA AS VEZES n % n % n % n % n % Conhece a Carta dos Direitos 22 36,7 38 63,3 - - - - - - Urgência/ Emergência 18 30 29 48,3 13 21,7 - - - - Risco de Vida ou Lesão grave 25 41,7 - - 5 8,3 7 11,7 23 38,3 Ocorre encaminha- mento 25 41,7 - - 3 5 - - 32 53,3 Garantia de vaga 3 5 - - 14 23,3 5 8,4 38 63,3 Informações diversas 31 51,7 29 48,3 - - - - - - Espaço Físico - - 60 100 - - - - - - Qualidade do atendimento 17 28,3 - - - - 6 10 37 61,7 Informações sobre estado de saúde 25 41,7 - - 1 1,6 2 3,4 32 53,3 Aviso sobre pesquisa 42 70 - - 3 5 1 1,7 14 23,3 Espaço de ouvidoria 10 16,7 50 83,3 - - - - - - Gestores do DOD 9 15 51 85 - - - - - - 15 A tabela 2, representa as respostas objetivas de 30 docentes inseridos nas clínicas diárias do DOD, por meio do mesmo questionário aplicado aos alunos. Tabela 2. Respostas de professores do DOD inseridos nas diversas clínicas do ambiente acadêmico, a respeito da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e funcionamento das clínicas no Departamento. Natal-RN, 2014 PERGUNTAS SIM NÃO NÃO SEI NUNCA AS VEZES n % n % n % n % n % Conhece a Carta dos Direitos 11 36,7 19 63,3 - - - - - - Urgência/ Emergência 6 20 16 53,3 8 26,7 - - - - Risco de Vida ou Lesão grave 18 60 - - 2 6,7 - - 10 33,3 Ocorre encaminha- mento 19 63,3 - - - - - - 11 36,7 Garantia de vaga 10 33,3 - - 5 16,7 - - 15 50 Informações diversas 14 46,7 16 53,3 - - - - - - Espaço Físico 1 3,3 29 96,7 - - - - - - Qualidade do atendimento 3 10 - - - - 8 26,7 19 63,3 Informações sobre estado de saúde 7 23,3 - - - - - - 23 76,7 Aviso sobre pesquisa 27 90 - - - - - - 3 10 Espaço de ouvidoria 2 6,7 28 93,3 - - - - - - Gestores do DOD 4 13,3 26 86,7 - - - - - - Já a tabela 3 se refere às respostas das onze questões fechadas que juntas compõem o questionário aplicado aos usuários das clínicas do Departamento de Odontologia, sendo um total de 60 pacientes, que responderam sobre a forma como são tratados durante os atendimentos, ferindo ou não os princípios da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, por se tratar o DOD de uma instituição que presta serviços do Sistema Único de Saúde à população em geral. 16 Tabela 3. Respostas de pacientes do DOD a respeito da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e funcionamento das clínicas no Departamento. Natal-RN, 2014. Além disso, no mesmo questionário havia outra pergunta que foi analisada de maneira diferente das 3 primeiras tabelas, sendo ela: “Qual dessas informações são registradas no prontuário?”, sendo elaborado um segundo quadro referente aos percentuais de respostas entre alunos e professores para cada item: Quadro 1. Respostas de alunos do V ao IX períodos e de professores inseridos nas clínicas diárias acerca de informações registradas nos prontuários. Natal-RN, 2014. O PRONTUÁRIO CONTÉM: % n Motivo de atendimento 100 90 Dados de observação clínica 87,8 79 Evolução clínica 48,9 44 Prescrição terapêutica 22,2 20 Procedimentos cirúrgicos 38,9 35 Procedimentos anestésicos 16,7 15 Resultados radiográficos 95,6 86 Prognóstico 16,7 15 Diagnóstico 94,4 85 Por fim, uma quarta tabela que soma todas as respostas objetivas encontradas nos dois questionários, totalizando uma amostra de 150 participantes, sendo 60 alunos, 60 pacientes (usuários) e 30 professores, a qual mostra de forma mais direta os resultados encontrados para todos os participantes. PERGUNTAS SIM NÃO NÃO SEI NUNCA AS VEZES n % n % n % n % n % Conhece a Carta dos Direitos 4 6,7 56 93,3 - - - - - - Urgência/ Emergência 8 13,3 12 20 40 66,7 - - - - Risco de Vida ou Lesão grave 10 16,7 39 65 11 18,3 - - - - Ocorre encaminha- mento 12 20 48 80 - - - - - - Garantia de vaga 10 16,7 50 83,3 - - - - - - Informações diversas 12 20 48 80 - - - - - - Espaço Físico 14 23,3 46 76,7 - - - - - - Qualidade do atendimento 13 21,7 - - - - 22 36,7 25 41,6 Informações sobre estado de saúde 45 75 - - - - - - 15 25 Aviso sobre pesquisa 37 61,7 - - - - 15 25 8 13,3 Espaço de ouvidoria 1 1,7 43 71,7 16 26,6 - - - - Gestores do DOD 1 1,7 59 98,3 - - - - - - 17 Tabela 4. Respostas dos alunos do DOD do V ao IX período, professores inseridos nas clínicas diárias e pacientes das mesmas a respeito da CDUS e sua aplicabilidade nas clínicas. Natal-RN, 2014. PERGUNTAS SIM NÃO NÃO SEI NUNCA AS VEZES % n % n % n % n % n Conhece a Carta dos Direitos 24,7 37 75,3 113 - - - - - - Urgência/ Emergência 21,3 32 38 57 40,7 61 - - - - Risco de Vida ou Lesão grave 35,3 53 26 39 12 18 4,7 7 22 33 Ocorre Encaminhamento 37,3 56 32 48 2 3 - - 28,7 43 Garantia de vaga 15,3 23 35,3 53 12,8 19 1,3 2 35,3 53 Informações diversas 35,3 53 60,7 91 1,3 2 - - 2,7 4 Espaço Físico 10 15 90135 - - - - - - Qualidade do atendimento 22 33 - - - - 24 36 54 81 Informações sobre estado de saúde 51,3 77 - - 0,7 1 1,3 2 46,7 70 Aviso sobre pesquisa 70,6 106 - - 2 3 10,7 16 16,7 25 Espaço de ouvidoria 8,7 13 80,7 121 10,6 16 - - - - Gestores do DOD 9,3 14 90,7 136 - - - - - - DISCUSSÃO Humanizar na atenção à saúde é entender cada pessoa em sua singularidade, levando em conta seus valores e vivências como únicos e, dessa forma, criando condições para que tenha maiores possibilidades para exercer sua vontade de forma autônoma, evitando quaisquer formas de discriminação negativa, preservando a dignidade do ser humano. Refere-se, então, à possibilidade de uma transformação cultural da gestão e das práticas desenvolvidas nas instituições de saúde, assumindo uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento do desconhecido, de respeito ao usuário entendido como um cidadão e não apenas como um mero consumidor de serviços de saúde14. Considerando a necessidade de promover mudanças de atitude em todas as práticas de atenção e gestão que fortaleçam a autonomia e o direito do cidadão, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Saúde e a Comissão Intergestora Tripartite formularam e apresentaram a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde convidando todos os gestores, profissionais de saúde, organizações civis, instituições e pessoas interessadas para que promovessem o respeito destes direitos, assegurando seu reconhecimento efetivo e sua aplicação. Convém sinalizar, no entanto, que tanto os gestores, profissionais e usuários, quanto o governo são responsáveis pela coordenação de esforços para estruturar um SUS eficiente e eficaz13. É preciso que todos os atores sociais estejam engajados e comprometidos, por meio de seus direitos e deveres, na luta pela transformação da sociedade. Sendo assim, diante da grande importância da aplicabilidade dos seis princípios básicos que regem a Carta dos Direitos dentro das clínicas e ambientes do Departamento de Odontologia da UFRN, questiona-se se o assunto é abordado 18 durante as aulas do bloco de disciplinas da Saúde Coletiva e/ou se há o conhecimento do assunto por parte dos profissionais atuantes, sendo corpo docente ou gestores universitários. Portanto, assumir o acesso aos serviços de saúde como direito de cidadania e necessidade incontestável leva a reconhecer que a configuração dos modelos assistenciais de saúde deve ser definida pela organização da produção de serviços a partir de um determinado arranjo de saberes11. Em relação aos resultados encontrados, de um total de 60 alunos que já passaram por alguma das disciplinas do bloco da Saúde Coletiva, 63,3% nunca ouviu falar na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e 36,7% afirmou que sim (Tabela 1). Da mesma forma questionados, dos 30 professores inseridos no dia-a-dia das clínicas, ou seja, aqueles que estão diretamente em contato com os usuários, uma maioria de 19 afirmou não tomar conhecimento sobre o documento, caracterizando igualitariamente 63,3% e 11 responderam que conhecem a Carta (Tabela 2). Já dos usuários, pacientes que foram atendidos pelo menos uma vez nos últimos seis meses em alguma das clínicas do Departamento, 93,3% nunca ouviu falar na CDUS e apenas 4 responderam que “sim”, representando 6,7% (Tabela 3). Porém, mesmo tendo 24,7% dos entrevistados afirmando que conhecem a CDUS (Tabela 4), quando em seguida se depararam com a pergunta “Se sim, você lembra de algum princípio? Qual (is)?”, as respostas encontradas foram basicamente as mesmas, variando entre um simples “não” e uma resposta que traduz alguns dos princípios do SUS, mas não da CDUS: “Equidade, Universalidade e Integralidade”. Ou seja, isso reflete que o desconhecimento pelo documento é quase que unânime, pois quando afirmam que conhecem, em contrapartida não conseguem citar nenhum princípio característico da Carta. O primeiro princípio da CDUS assegura que todos os cidadãos têm direito ao acesso às ações e aos serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde promovidos pelo SUS, visando a um atendimento mais justo e eficaz, se dando prioritariamente pelos Serviços de Saúde da Atenção Básica próximos ao local de moradia, mas que, em contrapartida, em situações de urgência e emergência o atendimento seja oferecido de forma incondicional, em qualquer unidade do sistema. Sendo assim, aplicando tal princípio no Departamento de Odontologia, seria conveniente que em casos de urgência e emergência o paciente, independente de idade, pudesse ser atendido em qualquer clínica. Porém, o resultado encontrado entre os 150 participantes foi: 40,7% afirmou não saber se esse atendimento é prestado ou não, 38% respondeu que o atendimento não é realizado em qualquer clínica do DOD, mesmo em casos de emergência e 21,3% concordou que o atendimento é prestado em qualquer local, independente de idade (Tabela 4). Ainda dentro do primeiro princípio, a CDUS afirma que em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegurada a remoção segura do usuário para um estabelecimento de saúde com capacidade para recebê-lo. No entanto, apesar da maioria dos participantes terem respondido que há essa presteza nesses casos mais delicados, totalizando 53 dos 150 participantes, 39 afirmou que isso não ocorre nas clínicas do DOD, 18 não sabem, 33 disseram que as vezes ocorre e 7 (4,7%), mesmo que inadmissivelmente, afirmaram que isso nunca ocorre (Tabela 4). 19 Além disso, quando questionados se “ocorre encaminhamento à atenção especializada sempre que necessário?”, “Há garantia de vaga para o usuário?”, em relação a primeira pergunta 37,3% afirmou que sim, ocorre o encaminhamento, mas 32% afirmou que não, 2% dos participantes não sabia informar e 28,7% disse que as vezes. Quanto a garantia de vaga, 15,3% se certificou que realmente existe, 33,3% que não existe, 12,8% não soube informar, 3,3% afirmou que nunca há vaga quando o paciente é encaminhado e 35,3% disse que as vezes há e as vezes não. Realmente em relação a essas últimas perguntas citadas, os participantes que afirmaram que “as vezes há vaga”, em sua maioria de 53 de um total de 150, afirma que o DOD está de acordo com o que diz a própria CDUS, quando cita que “fica sob responsabilidade do gestor local a pronta resolução das condições para o acolhimento e devido encaminhamento do usuário do SUS, devendo ser prestadas informações claras ao usuário sobre os critérios de priorização do acesso na localidade por ora disponível e a prioridade deve ser baseada em critérios de vulnerabilidade clínica e social, sem qualquer tipo de discriminação ou privilégio”7. De acordo com o item VI do primeiro princípio da CDUS, informações como critérios de acesso, endereços, telefones, horários de funcionamento, nome e horário de trabalho dos profissionais que prestam os serviços devem estar disponíveis aos cidadãos em locais onde a assistência é prestada. No entanto, tomando como base a Tabela 4 nota-se que 60,7% dos participantes afirmaram que tais informações não são disponibilizadas aos usuários. Entende-se que seja complicado disponibilizar nome e número de telefone de cada aluno ou professor responsável pelas clínicas para que se tenha esse serviço prestado, porém outras maneiras poderiam ser utilizadas para amenizar o problema da falha da informação, como por exemplo acrescentar na entrada do DOD, onde já existe um informativo visual contendo apenas o número para contato do Departamento, informações como horários de atendimento, localização das clínicas no prédio (clínica VI, 1º andar do anexo, por exemplo), o que ajudaria não só os próprios usuários, como tambémos profissionais responsáveis e consequentes andamentos nos atendimentos. A próxima pergunta dos questionários se refere as barreiras arquitetônicas encontradas por toda a estrutura do DOD, na qual dos 150 participantes, 135 afirmaram que não há condições ideais de acessibilidade, o que acaba por não oferecer condições de atendimento adequadas, principalmente para idosos, gestantes e pessoas com deficiência, não estando dessa forma de acordo com o que rege a CDUS já que, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística9, cerca de 24,5 milhões de pessoas apresentam algum tipo de incapacidade ou deficiência. São as pessoas com, pelo menos, alguma dificuldade de enxergar, de ouvir, locomover-se ou com alguma deficiência física ou mental. Toda instituição de saúde tem o compromisso de atender com qualidade técnica e de forma resolutiva às necessidades de saúde do usuário, reconhecendo o acesso e o acolhimento como fundamentais em qualquer instituição de saúde11. Sendo assim, partindo para o segundo princípio da Carta dos Direitos, o qual defende que o atendimento seja realizado com presteza, tecnologia apropriada e condições de trabalho adequadas para os profissionais de saúde, já que os 20 profissionais prestadores de serviços nas clínicas do DOD são os alunos e professores, destaco que apenas 3 professores responderam que as condições são ideais, 8 que nunca há tecnologia apropriada e 19 que apenas as vezes as condições adequadas são tidas (Tabela 2). Já dos 60 alunos, 17 afirmou positivamente que há qualidade, 6 que nunca ocorre e 37 responderam “as vezes” (Tabela 1). Ou seja, 70 de 90 profissionais que atendem os pacientes nas clínicas estão insatisfeitos com as condições de trabalho, prejudicando uma garantia de continuidade da atenção. As informações sobre o estado de saúde do paciente, extensivas aos seus familiares e/ou acompanhantes, são passadas de maneira clara, objetiva, respeitosa e compreensível? A tabela 3 mostra a realidade em relação ao assunto do ponto de vista dos mais interessados ou prejudicados pela ausência ou forma como as informações são passadas, que são os próprios pacientes. Porém, 75 usuários responderam que as informações sempre são passadas da melhor maneira possível e 25 respondeu que só as vezes isso ocorre. É um bom resultado e mostra o quanto os alunos se preocupam em relação a isso e quanto os professores deixam o alerta da importância de um atendimento acolhedor e respeitoso, condizente com o terceiro princípio, o qual assegura ao cidadão o atendimento acolhedor e livre de discriminação, visando à igualdade de tratamento e a uma relação mais pessoal e saudável e com o quarto, preservando um atendimento que respeite os valores e direitos do paciente, preservando sua cidadania durante o tratamento. Ainda de acordo com o segundo princípio, o paciente tem direito ao registro em seu prontuário, de modo legível e atualizado, das seguintes informações: motivo de atendimento, dados de observação clínica, evolução clínica, prescrição terapêutica, procedimentos cirúrgicos e anestésicos, resultados radiográficos, prognóstico e diagnóstico e, de acordo com o Quadro 2 só 4 dessas informações apresentaram positivamente porcentagem superior a 50% e 5 apresentaram, segundo alunos e docentes, como inadequadamente postas nos prontuários, ou até mesmo como informações ausentes. O item X do quarto princípio afirma a importância do paciente ser prévia e expressamente informado quando o tratamento proposto fizer parte de pesquisa e os resultados confirmam que isso é levado em consideração, já que 106 participantes responderam que há o aviso aos usuários, inclusive na maioria dos prontuários utilizados nas clínicas há um termo onde o paciente deve assinar se estiver de acordo com as condições colocadas, como por exemplo em relação a pesquisas com dados obtidos de seu tratamento. Existe um espaço de ouvidoria para sugestões, reclamações e denúncias nos diversos ambientes do DOD, incluindo as clínicas? 121 pessoas disseram que não existe, 13 que existe e 16 não sabem, provavelmente porque nunca viram ou nunca se interessaram em procurar saber se há ou não. É de grande valia o acesso a mecanismos de escuta para que sugestões, dúvidas ou reclamações sejam apresentadas, de forma que as críticas sirvam de exemplo e prova para o que está errado tentar ser mudado ou para o que está indo bem tenta ser melhorado. “Essa foi também uma queixa que se tornou unânime entre as participantes. Consideraram um desrespeito o vaivém de informações e desinformações sobre onde ir, que papéis levar, para quem, quanto tempo de espera, o porquê da demora”13. 21 O quinto princípio da CDUS assegura as responsabilidades que o cidadão também deve ter para que seu tratamento aconteça de forma adequada e isso deve ser posto de forma clara e objetiva pelos prestadores dos serviços do SUS, já que na grande maioria dos casos os usuários veem apenas seus direitos, esquecendo que os deveres da mesma forma também devem ser colocados em prática. E, por fim, o sexto princípio assegura o comprometimento dos gestores para que os princípios anteriores sejam cumpridos e, infelizmente, 90,7% dos participantes da pesquisa responderam que os gestores do DOD (Chefe de Departamento e Coordenador de Curso) não adotam providências necessárias para subsidiar a divulgação da CDUS o que é apenas reflexo da situação atual do Sistema Único de Saúde, onde as três esferas de governo deveriam se comprometer a isso, quando na verdade não é bem o que ocorre, se não grande parte dos pacientes do DOD, que em sua maioria frequentam Unidades Básicas de Saúde, já teriam pelo menos ouvido falar em sua existência, através de informações advindas de outros profissionais, de outras esferas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde é um documento de grande importância para que se tenha o ideal funcionamento e interligação paciente/profissional dentro do Sistema Único de Saúde, independente do estabelecimento, seja ele público ou privado. Trata são só dos direitos, como também dos deveres que usuários, profissionais e gestores devem seguir para que os objetivos sejam alcançados. Sendo assim, a pesquisa em questão teve como principal objetivo mensurar o nível de conhecimento que estudantes, professores e usuários envolvidos no atendimento do DOD têm acerca da existência da CDUS e sua aplicabilidade a partir da Lei 8.142. No entanto, os resultados revelaram um desconhecimento por parte da maioria do participantes acerca de sua existência, onde 75,3% dos entrevistados afirmaram nunca terem sequer ouvido falar no assunto. Além disso, por possuir o documento 6 princípios principais que o regem, notou- se que a grande maioria não é seguida tanto no ambiente acadêmico quanto no funcionamento de suas clínicas, como a exemplo das informações sobre critérios de acesso aos tratamentos oferecidos, condições de atendimento e espaço físico. Nota- se, ainda, uma pequena importância dada por parte dos gestores universitários em relação à divulgação da CDUS e da implementação de seus princípios dentro do Departamento de Odontologia da UFRN. Portanto, como sendo tanto um órgão que presta serviços a população em geral ofertados pelo SUS quanto formador de profissionais que irão atuar junto ao Sistema de Saúde ao se depararem com o mercado de trabalho, o DOD e seus profissionais atuantes devem da mesma forma seguir os princípios que regem a CDUS e passá-los de forma direta aos estudantes, para que possa refletir em melhorias nas condições de atendimento, trazendo mais acesso, acolhimento e presteza para com a população em geral. 22 ABSTRACT Following the principle of universality,every Brazilian citizen has a right of access to the only National Health System (SUS), according to the Organic Law of Health (8080). In this context the Charter of Rights of Users of Health (CDUS), prepared by the National Board of Health and Ministry of Health (MOH), which guarantees citizens the chance to know their rights as users of the NHS, through six principles contained in the basic document. The aim of this study is to analyze the knowledge that students and faculty of the Department of Dentistry (DOD), Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN) and served in that department members have about the existence and contents of this document and the applicability of its principles academic environment in their various clinics. The sample initially in a pilot study, where a questionnaire was administered among 30 students (including 6 of each period, the V to IX) and 30 patients randomized within the criteria for inclusion in a clear and objective manner was calculated. The pilot aimed to test the clarity of the questions the data collection instrument. Data collection was conducted through two semi-structured questionnaires, in the period August to October 2014, one for 30 teachers and 60 students from V to IX periods, consisting of 14 questions and another for 60 users with 11 questions. The results showed that 75.3% of the participants are unaware of the CDUs and that most of its principles are not put into practice in the DOD , like the information on criteria for access to the treatments offered , service conditions and physical space . Keywords: Unified Health System. Social Participation. Patient Rights. Health Services. REFERÊNCIAS 23 1. Backes DS. Koerich MS, Rodrigues ACRL, Drago LC, Klock P, Erdmann AL. O que os usuários pensam e falam do Sistema Único de Saúde? Uma análise dos significados à luz da carta dos direitos dos usuários. Ciência & Saúde Coletiva, 14(3): 903-910, 2009. 2. Barreto ICHC et al. Gestão Participativa no SUS e a Integração Ensino, Serviço e Comunidade: a experiência da Liga de Saúde da Família, Fortaleza, CE. Saúde Soc. São Paulo, v.21, supl.1, p.80-93, 2012. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Gestão Financeira do SUS: Manual básico. 3ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2003. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização – HumanizaSUS [documento base]. Brasília: Ministério da Saúde; 2006a. 5. Brasil. Ministério da Saúde. Promoção da saúde: Carta de Ottawa, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundsvall, Declaração de Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta, Rede dos Megapaíses, Declaração do México, Brasília: MS; 2001. 6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria 648/GM, de 28 de março de 2006: aprova a Política de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica e para o Programa Saúde da Família (PSF). Brasília (DF); 2006. 7. Brasil. Ministério da Saúde. Carta dos direitos dos usuários da saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007. 8. Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde. Humaniza SUS [Internet]. Brasília (DF); 2006. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1342. 9. Brasil. IBGE. Censo Demográfico, 2010 Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/default.shtm>. Acesso em: 16 de nov. 2014. 10. Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis (Rio J). 2004;14(1):41- 65. 11. Corrêa ACP, Ferreira F, Cruz GSP, Pedrosa ICF. Acesso a serviços de saúde: olhar de usuários de uma unidade de saúde da família. Ver Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2011 set;32(3):451-7. 12. Erdmann AL, Backes DS, Klock P, Koerich MS, Rodrigues ACRL, Drago LCD. Discutindo o significado de cidadania a partir dos direitos dos usuários da saúde. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2008 out/dez; 16(4):477-81. 24 13. Erdmann AL, Rodrigues ACRL, Koerich MS, Backes DS, Drago LC, Klock P. O olhar dos estudantes sobre sua formação profissional para o Sistema únido de Saúde. Acta Paul Enferm. 2009;22(3):288-94. 14. Koerich MS, Backes DS, Marchiori MC, Erdmann AL. Pacto em defesa da saúde: divulgando os direitos dos usuários pela pesquisa-ação. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2009 dez;30(4):677-84. 15. Pelicioni MCF, Silva EC. Participação social e promoção da saúde: estudo de caso na região de Paranapiacaba e Parque Andreense. Ciência & Saúde Coletiva, 18(2):563-572, 2013. 16. Soares LTR. Ajuste neoliberal e o desajuste social na América Latina. Rio de Janeiro: UFRJ; 1999. APÊNDICE A – Questionário utilizado com alunos e professores do DOD CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: conhecimento acerca do documento por parte dos pacientes, estudantes e professores do DOD 25 TCC Graduação. Aluna: Vanessa Nunes de Paiva Saraiva Orientadora: Profa Dra Iris do Céu Clara Costa Questionário para Alunos e Professores: 1.SEXO: M ( ) F ( ) 2. RENDA FAMILIAR: ___________ 1) Você já ouviu falar na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde? SIM ( ) NÃO ( ) 2) Se sim, você lembra de algum princípio? Qual (is)? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3) Em situações de urgência/emergência, o atendimento pode ser realizado em qualquer clínica do ambiente acadêmico, independente de idade? SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SEI ( ) 4) Em caso de risco de vida ou lesão grave, é assegurada a remoção segura do usuário para um estabelecimento de saúde com capacidade para recebê-lo? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 5) Ocorre encaminhamento à atenção especializada sempre que necessário? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 6) Se for encaminhado, há garantia de vaga para o usuário? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 7) Informações sobre critérios de acesso aos tratamentos oferecidos, telefones, horários e funcionamento das clínicas, assim como nome e horário de trabalho dos profissionais são disponibilizados aos usuários no local onde a assistência é prestada? SIM ( ) NÃO ( ) 8) Todo o espaço físico do DOD oferece condições de atendimento adequadas, sem barreiras arquitetônicas, especialmente a pessoas que vivem com deficiências, idosos e gestantes? SIM ( ) NÃO ( ) 9) No DOD é realizado atendimento com presteza, tecnologia apropriada e condições de trabalho adequadas para os profissionais de saúde? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 10) As informações sobre o estado de saúde do paciente, extensivas aos seus familiares e/ou acompanhantes, são passadas de maneira clara, objetiva, respeitosa e compreensível? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 11) Quais dessas informações são registradas no prontuário? 26 Motivo de atendimento ( ) Dados de observação clínica ( ) Evolução clínica ( ) Prescrição terapêutica ( ) Procedimentos cirúrgicos ( ) Procedimentos anestésicos ( ) Resultados radiográficos ( ) Prognóstico ( ) Diagnóstico ( ) 12) Quando o tratamento proposto fizer parte de uma pesquisa o paciente é previamente avisado? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 13) Existe um espaço de ouvidoria para sugestões, reclamaçõese denúncias nos diversos ambientes do DOD, incluindo as clínicas? SIM ( ) NÃO ( ) 14) Os gestores do DOD (chefe de departamento e coordenador de curso) adotam providências necessárias para subsidiar a divulgação dessa Carta? SIM ( ) NÃO ( ) APÊNDICE B – Questionário utilizado com os pacientes do DOD Questionário para usuários: 1. SEXO: M ( ) F ( ) 2. VOCÊ ESTUDOU ATÉ QUE ANO? ________________ 27 3. RENDA FAMILIAR: _______________ 1) Você já ouviu falar na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde? SIM ( ) NÃO ( ) 2) Em casos de urgência/emergência, o atendimento na Faculdade de Odontologia é realizado em qualquer clínica, independente de idade? SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SEI ( ) 3) Em casos de maior gravidade, é direito do paciente ser levado a algum hospital por algum profissional da faculdade? SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SEI ( ) 4) Já foi feito alguma vez seu encaminhamento para a especialização? SIM ( ) NÃO ( ) 5) Se sim, tinha vaga? SIM ( ) NÃO ( ) 6) No departamento de odontologia são visíveis informações como telefones, horários e funcionamento das clínicas, nome e horário de trabalho dos profissionais, em local de acesso a todos? SIM ( ) NÃO ( ) 7) Para que se chegue a todas as clínicas, todos os caminhos são adequados para deficientes, idosos e gestantes? SIM ( ) NÃO ( ) 8) No DOD é realizado atendimento com presteza, tecnologia apropriada e condições de trabalho adequadas para os profissionais de saúde? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) NÃO SEI ( ) 9) As informações sobre seu estado de saúde são passadas de maneira clara, respeitável e fácil de entender? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) 10) Você é avisado quando o seu caso for fazer parte de alguma pesquisa, ou quando for preciso bater alguma foto sua? SEMPRE ( ) AS VEZES ( ) NUNCA ( ) 11) Existe caixinha de sugestões nas clínicas? SIM ( ) NÃO ( ) NUNCA VI ( ) 12) Você já participou de alguma atividade na faculdade de odontologia que fale sobre a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde? SIM ( ) NÃO ( ) ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 28 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: conhecimento acerca do documento por parte dos pacientes, estudantes e professores do DOD Este é um convite para você participar da pesquisa “CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: conhecimento acerca do documento por parte dos pacientes, estudantes e professores do DOD”, que é coordenada pela prof. Dra. Iris do Céu Clara Costa. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Esta pesquisa tem por objetivo analisar o conhecimento que estudantes e professores do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e usuários atendidos no referido departamento têm acerca da existência e conteúdo da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e sua aplicabilidade a partir da Lei 8.142/90, verificando se ocorre aplicabilidade dos princípios da Carta no ambiente acadêmico e se os gestores do departamento dão a importância merecida aos princípios contidos na Carta. Caso você decida aceitar o convite, será aplicado um questionário sobre seus conhecimentos acerca da existência da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e de sua aplicabilidade no ambiente acadêmico. Os riscos de sua participação são mínimos, pois se resumem a aplicação do questionário. Você terá o seguinte benefício ao participar da pesquisa: conhecer alguns direitos e deveres contidos na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, com os quais poderá lutar por condições nos serviços de saúde mais dignas, inclusive dentro do próprio Departamento de Odontologia da UFRN, tendo como base esse documento do Ministério da Saúde como referencial teórico. Importante dizer que todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e quando os resultados forem divulgados em congressos e outros trabalhos científicos, isso ocorrerá de forma anônima e sem identificação dos voluntários participantes. 29 Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, o que significa receber o que você gastou. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização, caso solicite. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a Profª Drª Iris do Céu Clara Costa, no Departamento de Odontologia da UFRN, no endereço Av. Sen. Salgado Filho, nº 1787, Lagoa Nova, Natal – RN, ou pelo telefone (84) 32154133. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, localizado no Campus Central da UFRN, ou pelo telefone (84) 3215-3135. Consentimento Livre e Esclarecido Eu, __________________________________________________________, declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS: conhecimento acerca do documento por parte dos pacientes, estudantes e professores do DOD”. ________________________________________________________ Assinatura da Participante ___________________________________________________________ Profª .Drª Iris do Céu Clara Costa Pesquisadora Responsável Comitê de Ética – UFRN. Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova. Caixa Postal 1666, CEP 59072-970 Campus Central, Natal/RN. (Tel: 84-3215-3135) Anexo B - Parecer do CEP 30 31 32 ANEXO C - Normas para Apresentação 33 I. Missão - A Revista da ABENO - Associação Brasileira de Ensino Odontológico é uma publicação semestral que tem como missão primordial contribuir para a obtenção de indicadores de qualidade do ensino Odontológico, respeitando os desejos de formação discente e capacitação docente, com vistas a assegurar o contínuo progresso da formação profissional e produzir benefícios diretamente voltados para a coletividade. Visa também produzir junto aos especialistas a reflexão e análise crítica dos assuntos da área em nível local, regional, nacional e internacional. II. Originais - Os originais deverão ser redigidos em português ou inglês e digitados na fonte Arial tamanho 12, em página tamanho A4, com espaço 1,5 e margem de 3 cm de cada um dos lados, perfazendo o total de no máximo 17 páginas,incluindo quadros, tabelas e ilustrações (gráficos, desenhos,esquemas, fotografias etc.) ou no máximo 25.000 caracteres contando os espaços. III. Ilustrações - As ilustrações (gráficos, desenhos, esquemas, fotografias etc.) deverão ser limitadas ao mínimo indispensável, apresentadas em páginas separadas e numeradas consecutivamente em algarismos arábicos. As respectivas legendas deverão ser concisas e localizadas abaixo e precedidas da numeração correspondente. Nas tabelas e nos quadros a legenda deverá ser colocada na parte superior.As fotografias deverão ser fornecidas em mídia digital, em formato tif ou jpg,tamanho 10 x 15 cm, em no mínimo 300 dpi. Não serão aceitas fotografias em Word ou Power Point. Deverão ser indicados os locais no texto para inserção das ilustrações e de suas citações. IV. Encaminhamento de originais - Solicita-se o encaminhamento dos originais de acordo com as especificações descritas no item II para o endereço eletrônico www.abeno. org.br. A submissão “on-line” é simples e segura pelo padrão informatizado disponível no site, no ícone “Revista Online”.Somente opte pelo encaminhamento pelo correio diante da necessidade de publicação de ilustrações em formato tif/jpg e alta resolução (veja especificações no item III). Endereço: REVISTA DA ABENO - Associação Brasileira de Ensino Odontológico - ABENO Nacional - Rua Pernambuco, 540 - 10 andar - Clínica Odontológica da UEL - Centro - Londrina - PR - CEP: 86020-120 V. A estrutura do original 1. Cabeçalho: Quando os artigos forem em português, colocar título e subtítulo em português e inglês; quando os artigos forem em inglês, colocar título e subtítulo em 34 inglês e português. O título deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho e o subtítulo deve contemplar um aspecto importante do trabalho. 2. Autores: Indicação de apenas um título universitário e/ou uma vinculação à instituição de ensino ou pesquisa que indique a sua autoridade em relação ao assunto. 3. Resumo: Representa a condensação do conteúdo, expondo metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 250 palavras e em um único parágrafo. 4. Descritores: Palavras ou expressões que identifiquem o conteúdo do artigo. Para sua determinação, consultar a lista de “Descritores em Ciências da Saúde - DeCS” (http://decs.bvs.br) (no máximo 5). 5. Texto: Deverá seguir, dentro do possível, a seguinte estrutura: a) Introdução: Introdução: deve apresentar com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com os outros trabalhos na mesma linha ou área. Extensas revisões de literatura devem ser evitadas e quando possível substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde certos aspectos e revisões já tenham sido apresentados. Lembre-se que trabalhos e resumos de teses devem sofrer modificações de forma a se apresentarem adequadamente para a publicação na Revista, seguindo rigorosamente as normas aqui publicadas. b) Material e métodos: a descrição dos métodos usados deve ser suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho, não sendo extensa. Técnicas já publicadas, a menos que tenham sido modificadas, devem ser apenas citadas (obrigatoriamente). c) Resultados: deverão ser apresentados com o mínimo possível de discussão ou interpretação pessoal,acompanhados de tabelas e/ou material ilustrativo adequado, quando necessário. Dados estatísticos devem ser submetidos a análises apropriadas. d) Discussão: deve ser restrita ao significado dos dados obtidos, resultados alcançados, relação do conhecimento já existente, sendo evitadas hipóteses não fundamentadas nos resultados. e) Conclusões: devem estar baseadas no próprio texto. f) Referências bibliográficas; g) Agradecimentos (quando houver). 6. Abstract: Resumo do texto em inglês. Sua redação deve ser paralela à do resumo em português. 7. Descriptors: Versão dos descritores para o inglês.Para sua determinação, consultar a lista de “Descritores em Ciências da Saúde - DeCS” (http://decs.bvs.br) (no máximo 5). 35 8. Referências bibliográficas: Devem ser ordenadas alfabeticamente, numeradas e normatizadas de acordo com o Estilo Vancouver, conforme orientações publicadas no site da “National Library of Medicine” (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). Para as citações no corpo do texto deve-se utilizar o sistema numérico, no qual são indicados no texto somente os números-índices na forma sobrescrita. A citação de nomes de autores só é permitida quando estritamente necessária e deve ser acompanhada de número-índice e ano de publicação entre parênteses. Todas as citações devem ser acompanhadas de sua referência bibliográfica completa e todas as referências devem estar citadas no corpo do texto. As abreviaturas dos títulos dos periódicos deverão estar de acordo com o “List of Journals Indexed in Index Medicus” (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=journals). A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos autores. VI. Endereço: E-mail, telefone e fax de todos os autores.Obs.: Qualquer alteração de endereço, telefone ou e-mail deve ser imediatamente comunicada à Revista.
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