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O novo conceito de Logística na Indústria 4 0

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XXVI SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
Desafios da Engenharia de Produção no Contexto da Indústria 4.0 
Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de novembro de 2019 
 
 
 
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O NOVO CONCEITO DE LOGÍSTICA NA 
INDÚSTRIA 4.0 
 
 ALYSSON SILVA PEREIRA – pereiraalysson97@gmail.com 
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - UAM 
 
 BARBARA CAROLINA CEZARINO - barbaraccezarino@gmail.com 
 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - UAM 
 
BRUNA ARAÚJO ALVES DE OLIVEIRA – brunaaaraujo001@gmail.com 
 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - UAM 
 
JOYCE KELLY DOS SANTOS – joyce.kelly1992@hotmail.com 
 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - UAM 
 
 
Área: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 
Sub-Área: LOGÍSTICA 
 
Resumo: O presente artigo retrata o cenário atual da Indústria 4.0, onde um novo 
conceito sobre Logística está ascendendo no mercado. Demonstra as definições e aplicações 
da Logística 4.0 atuante nos dias atuais. Por tratar-se de um conceito extremamente recente, o 
foco é explicar a sua relação com a indústria e a impactante diferença da Logística Clássica, 
além de ressaltar as perspectivas para o futuro. E a presente relação desse setor com a Cadeia 
de Suprimentos, fazendo referência a gestão de distribuição. 
 
Palavras-chaves: INDÚSTRIA 4.0; LOGÍSTICA DO CONHECIMENTO; CADEIA DE 
SUPRIMENTO. 
 
 XXVI SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
Desafios da Engenharia de Produção no Contexto da Indústria 4.0 
Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de novembro de 2019 
 
 
 
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1. Introdução 
A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra no século XVIII, trazendo 
grandes mudanças nos modos de produção existentes. O principal produto de manufatura 
inglesa era a tecelagem de lã, mas com a Revolução, ocorreu a mecanização da produção, 
iniciando a produção de tecidos e como consequência o surgimento das fábricas. Este período 
foi marcado por uma intensa transformação tanto econômica quanto social na sociedade. 
Com o passar dos anos a indústria foi se adaptanto e evoluindo, passando por quatro 
fases importantes. A Primeira Revolução é marcada pelo aprimoramento das máquinas a 
vapor e criação do tear mecânico; a Segunda tem como características a utilização do aço, 
energia elétrica, motores elétricos e dos combustíveis derivados de petróleo; na Terceira, 
houve avanços na eletrônica, sistemas computadorizados e robótica para manufatura; e a 
Quarta Revolução é a era atual, onde passou-se a utilizar sistemas Cyber-Físicos, aplicação da 
Internet das Coisas e processos de manufatura descentralizados. 
A indústria 4.0 tem como objetivo tornar o nosso dia a dia mais rápido, autônomo, 
eficiente e centrado aos gostos dos clientes, ela conta com a união de dispositivos físicos 
(hardware) e de sistemas (softwares) com a finalidade de criar protótipos, acelerar o 
desenvolvimento e personalizar as criações. Utilizando os avanços tecnológicos que 
proporcionam redes inteligentes, nas quais máquinas e produtos em processo interagem, sem 
a necessidade de intervenção humana. Tais redes permitem a troca de informações 
instantaneamente entre as unidades da empresa, o que pode otimizar decisões ao longo da 
cadeia de suprimentos, como também permitir a efetivação de uma combinação da produção 
em massa e customizada (CNI, 2016; IVANOV et al., 2016). 
Para entender como a Logística evoluiu nos últimos anos, é necessário compreender os 
impactos que a Indústria 4.0 proporcionou a essa área. O foco principal é na atuação direta 
com a indústria e o varejo, e como alguns dos pilares dessa revolução auxiliaram na 
transição, do convencional para o cenário moderno atual 
 
2. Indústria 4.0 
O termo Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial surgiu na Alemanha, em 2011, 
na Feira Hannover, considerada uma das maiores feiras de automação industrial do mundo. 
Na epóca o Governo alemão estava desenvolvendo um projeto em parceria com empresas e 
Universidades com o intuito de criar redes inteligentes, que fossem capazes de controlar 
módulos de produção, conectando-se a máquinas e sistemas, de forma autônoma. 
Uma forte característica dessa indústria é a redução da mão de obra humana nos 
processos fabris e introdução de máquinas com capacidade de tomada de decisão e sistemas 
conectados, como, por exemplo, Sistemas Cyber-físicos (CPS), Internet das Coisas (IoT) 
e Computação em Nuvem, que possibilita a troca de informações e dados de maneira mais 
rápida e acessível aos envolvidos nos processos, diferentemente dos processos convencionais. 
Com o objetivo estratégico de explorar o alto potencial econômico e inovação 
resultantes do impacto das tecnologias de informação e comunicação na indústria, o principal 
desígnio da Indústria 4.0 é aperferiçoar a cadeia de valor em todas as fases do ciclo de vida do 
produto. Os desafios chave para atingir esse objetivo são: criação de fluxos de trabalho 
digitais ao longo do ciclo de vida do produto; processos de manufatura altamente flexíveis e 
adaptáveis; além da capacidade de criar e produzir produtos individualizados (ANDERL, 
2014). 
 
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Desafios da Engenharia de Produção no Contexto da Indústria 4.0 
Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de novembro de 2019 
 
 
 
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3. Logística 
A origem da palavra Logística vem do grego e significa habilidades de cálculo e de 
raciocínio lógico. No cotidiano essa área atua fazendo as contas corretamente e atuando de 
maneira lógica, responsável por entregar às demandas de maneira eficiente, demonstrando que 
não funciona apenas como o deslocamento de mercadorias. 
É perceptivo que Logística, hoje, é de suma importância para indústria e varejo, pois, 
seu objetivo é gerenciar o fluxo de produtos desde os pontos de fornecimento até o seu 
destino final, com o propósito de atender a demanda dos clientes através de custo mais 
rentável. Assim, pode-se enxergar uma separação de espaço e tempo entre produção e o 
consumo. Se fosse possível produzir todo o necessário no momento e local exato do consumo, 
não seria necessário o transporte e estoque de mercadorias. 
O Brasil possui grandes problemas de infraestrutura logística, a maior parte do seu 
modal de transporte é composta por transporte rodoviário e as consequências desse desajuste é 
sentido pelos consumidores, além dos impactos gerados nas estratégias de organizações 
industriais e varejistas que desejam aumentar seu potencial competitivo em território nacional 
e internacional. 
No país são muitos desafios encontrados, como as condições precárias da malha 
ferroviária, as estratégias de nível de estoque adequado, escolha de melhores fornecedores, 
escolha de centros de distribuição ideais e manter o nível de serviço junto ao cliente 
adequado. 
 Para os consumidores a situação não é diferente, entre as dificuldades é possível 
evidenciar o atraso nas entregas, produtos danificados, troca de pedidos e altos valores de 
fretes. 
A gestão de estoques para varejistas e indústrias também se torna um grande desafio, a 
essência do varejo é atender o cliente, e com essa premissa alguns optam pela estratégia de 
obter alto volume de estoques de determinados produtos. Nas indústrias a situação é 
semelhante, altos volumes de estoque de matéria-prima e produtos, tornam um grande 
problema a ser gerenciado, afetando os custos de operação. 
 
3. O Novo Conceito de Logística 4.0 
Segundo Mariano, o termo Logística 4.0 remete ao desenho de como a informação vai 
se movimentar dentro da Indústria 4.0, quais os requisitos necessários, quais as principais 
competências para o melhor fluxo do conhecimento e como dimensionar as equipes 
necessárias para cada atividade entregando um modelo final ( MARIANO, 2017).
Com o surgimento da internet as informações começaram a circular de maneira mais 
rápida e como consequência houve uma mudança de comportamento por parte dos 
consumidores, atualmente são mais exigentes e possuem o desejo de acompanhar seus 
pedidos em tempo real e encontrar os produtos desejados a sua disposição com melhores 
condições de atendimento. 
A demanda por produtos e serviços altamente individualizados está aumentando 
continuamente. Assim, os meios de entrada e saída de produtos na logística tem que se 
adaptar a este ambiente em mudança. Devido à sua crescente complexidade, não pode ser 
manuseado com práticas comuns de planejamento e controle. (In J.P. Müller ,G. Kaminka e 
N. Bulling Eds., 2015). 
De acordo com as tecnologias disponíveis na Indústria 4.0, algumas se encaixam 
perfeitamente nas necessidades da Logística atual. A seguir estaram citados algumas 
tendências para esse mercado. 
Um dos pilares da Indústria 4.0 são os recursos de Big Data, que podem ser usados 
como instrumento capazes de projetar demanda e realizar expectativas de vendas. Um forte 
 
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exemplo é a compra via internet, ao pedido ser realizado, nas fases existentes são gerados 
dados do produto desejado, a quantia e o local de entrega. Os dados da compra são enviados 
ao centro de distribuição, onde o produto deve ser localizado e separado para expedição; então 
passará por um processo de conferência e de embalagem; em seguida, o produto é 
encaminhado para o transporte. Cada etapa que envolve este processo gera dados diferentes, 
com estes registros é possível traçar um comportamento de consumo por períodos e quais 
itens possuem maior giro, a partir dessa informação é possível determinar a melhor 
localização dos itens, onde devem estar alocados no estoque, para facilitar a movimentação do 
mesmo. 
O fluxo de informação na logística é de extrema importância para obter sucesso em 
suas transações e maior potencial competitivo. A gestão integrada presente na logística 4.0 
permite que vários envolvidos no processo possam se comunicar de maneira eficiente, com o 
uso da Internet das Coisas (IoT) e a Integração de Sistemas, a tendência é que a integração da 
Cadeia de Suprimentos com Sistemas de Informação seja cada vez mais abrangente. Neste 
modelo informações sobre acompanhamento de pedidos podem ser feitas em tempo real, além 
de necessidades de abastecimento, movimentação de itens em armazéns e documentação 
podem ser acessadas e feitas adequações quando necessário, de forma simples e prática. 
A Tecnologia RFID (Radio Frequency Identification – Identificação de Rádio 
Frequência) são etiquetas que permitem uma comunicação de curto alcance. Podem ser lidas 
de forma automática por meio de sensores, ao se instalar sensores na saída de uma fábrica ou 
de um centro de distribuição, estas podem ajudar no controle de estoques. Cada produto 
recebe uma etiqueta, que pode ser reaproveitada, com informações exclusivas tornando o 
objeto único, ao se aproximar do leitor é possível verificar informações do produto. 
O uso de IoT também pode ser aplicado no transporte, podemos citar o uso de drones e 
carros sem motoristas, criando uma nova opção de entrega de produtos. 
Através de compartilhamento de dados (Big Data) se faz necessário o armazenamento 
e cálculo, com servidores e computadores conectados na internet de posse dessas informações 
será possível descobrir se há máquinas paradas em uma linha de produção, se a entrega de um 
produto está atrasada ou mesmo se existem problemas de estocagem. 
 
4. Logística 4.0 Relacionada a Cadeia de Suprimentos 
A Indústria 4.0 surge na considerada quarta revolução industrial, é um mercado que 
trouxe muitas mudanças para a gestão da cadeia de suprimentos, mesmo envolvendo 
diferentes tipos de tecnologias, como: Automação de Processos; Internet das Coisas (IoT); 
Machine Learning; Cloud Computing; Inteligência Artificial (IA); Big Data; Sistemas Ciber 
Físicos, entre outros exemplos. É visto que muitas das tecnologias, quando são introduzidas 
entre si ou com outras ferramentas, dão início às indústrias inteligentes, assim elas possuem o 
próprio controle dos seus processos de maneira autônoma, possibilitando cenários auto 
ajustáveis às demandas por mercadorias personalizadas. 
A gestão logística utiliza automação de processos em atividades como armazenagem e 
distribuição de produtos nos armazéns, roteirização de rotas, controle de entradas e saídas de 
produtos, como por exemplo. Assim é visto uma grande importância na otimização de 
investimentos nesse tipo de tecnologia. A digitalização da cadeia de suprimentos possibilita 
que as empresas atendam a novas exigências dos consumidores, fazendo com que Supply 
Chain se torna mais eficaz, reduzindo o tempo em horas de entrega de itens. 
Desse modo pode-se ter por meio de abordagens avançadas a previsão de entregas, 
como a análise preditiva de dados internos e de dados externos. Avaliando clima, tendências 
de mercado, por exemplo, para alcançar insights na otimização de entregas. 
A busca cada vez maior por individualização nos produtos por parte de clientes, outro 
exemplo a ser citado. Em razão disso, a empresa deve gerenciar a demanda em níveis 
 
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constantes. As técnicas podem ser feitas por meio de micros segmentações, agendamento de 
entrega sofisticado e personalização em massa. Expandindo para métodos de distribuição 
inovadores, próprios da Indústria 4.0. A automação de entrega feita por drones é uma 
referência a ser citada, possibilitando o envio de produtos unitários e pequenos com alto valor 
agregado. 
 
5. Considerações Finais 
A Indústria 4.0 tem o intuito de criar um ambiente digital na cadeia de suprimentos, 
podendo se conectar com diversos setores, gerenciar o fluxo de produtos desde todas as fases 
de produção até a entrega das mercadorias. 
Com o avanço da tecnologia as informações começaram a circular de maneira mais 
rápida e com isso o comportamento por parte dos consumidores mudou, atualmente são mais 
exigentes e possuem o desejo de acompanhar seus pedidos em tempo real e encontrar os 
produtos desejados a sua disposição com melhores condições de atendimento. 
O termo Logística 4.0 trata-se da integração de Gestão da Cadeia de Suprimentos, 
Logística Tradicional e Indústria 4.0, este termo surgiu após a quarta revolução industrial, por 
meio da utilização de tecnologias para alcança excelência operacional, com processos mais 
automatizados, maior produtividade e ganho de eficiência. Esse novo conceito remete a uma 
nova maneira de repensar os processos logísticos de maneira mais eficiente e automatizada. 
Conceito que implica em uma rede interligada de conhecimento que busca modelar e 
controlar os fluxos. O processo de logística 4.0 todos os fluxos de informação disponíveis 
devem ser adequadamente representado, correlacionado e acessado na rede de conhecimento. 
Tendo como objetivo que os processos sejam desempenhados de modo a estar no contexto 
certo para a tarefa / projeto / pessoa certa, no momento certo para o propósito certo. 
A Indústria 4.0 tem como objetivo tornar a cadeia de suprimentos mais eficiente com o 
a fim de integrar os fluxos internos e externos, onde envolvem parcerias, fornecedores e 
consumidores, possibilitando a troca de informações em tempo real, através da utilização da 
computação na nuvem, tornando os resultados mais assertivos
e próximos das reais demanda 
do mercado. 
 
 
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Referências 
Anderl R.Conceptual Approach for Multidisciplinary Cyber-Physical Systems Design and Engineering. In: 
Proceedings of TMCE 2014, ISBN 978-94-6186-177-1 Budapest Hungary, 2014. 
AYRES, A. de P. S. Gestão de logística e operações. Curitiba: IESDE, 2009. 
BALLOU, R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2006. 
DUARTE, P. V.; GUGELMIN, R. C. Estudo sobre o nível de serviço logístico visando a melhoria de um 
indicador de acompanhamento. 2013. 76f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia de 
Produção) – FAE Centro Universitário, Curitiba, 2013. 
IVANOV, D. et al. A dynamic model and an algorithm for short-term supply chain scheduling in the smart 
factory industry 4.0. International Journal of Production Research, v. 54, n. 2, p. 386–402, 2016. 
MARIANO, Ari Melo e ROCHA, Maíra Santos. Revisão da Literatura: Apresentação de uma Abordagem 
Integradora. In: AEDEM International Conference. Reggio di Calabria, Italy, 2017. 
MULLER, JP; KAMINKA, G; BULLING, N. A gent-basead voting architecture for traffic applications. Vol 
9433, pp. 200-217. Springer, Cham, 2015. 
PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management): conceitos, estratégias e 
casos. São Paulo: Atlas, 2004. 
VENTURELLI, M. Indústria 4.0: uma visão da automação industrial. Automação industrial. Disponível 
em: . Acesso em: 3 mar. 2016.

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