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IED Processual - Diana

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Isabella Mendes
2019.2
IED Processual
 Diana Peres
dianaprios@yahoo.com.br
1ª AV: 25/09/2019
2ª AV: 27/11/2019
Bibliografia
Freddie Didier, Curso de Direito Processual Civil, volume 	1;
Alexandre Câmara Freitas, Lições de Direito Processual Civil;
Daniel Amorim Assunção, Manuel de Direito Processual Civil;
Elpidio Donizete, Curso Didático de Direito Processual Civil;
Candido Rangel Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil;
Humberto Dala Bernardino, Teoria Geral do Processo Civil Contemporâneo; 
Cassio Scarpinela, Curso Sistematizado de Direito Processual Civil, volume 1;
Aula 01 – 07/08/2019
Propedêutica Processual
Conceitos básicos
Necessidade
A necessidade traduz-se como um estado de carência, como uma falta de alguma coisa. Ele representa uma ruptura do equilíbrio humano, se o homem estivesse em um estado de total equilíbrio não haveria nenhuma necessidade, só que o homem ele é dependente, ele tem necessidades, e ele depende de determinados elementos para sua sobrevivência e para seu aprimoramento, então o homem tem diversas necessidades. E esses elementos que o homem necessita para a sua sobrevivência e para seu aprimoramento são os bens.
Bem 
Dessa forma então, o bem é o elemento capaz de satisfazer as necessidades do homem. Esses bens podem de diversas ordens, materiais, imateriais, moveis, imóveis, etc. A capacidade ou aptidão de um bem em satisfazer uma necessidade chama-se de utilidade.
Utilidade
Seria essa capacidade ou aptidão do bem em satisfazer as necessidades. Se faz um juízo de valoração, e se tem duas conclusões, esse bem não é útil, não é capaz de satisfazer minha necessidade ou então esse bem é útil e é capaz de satisfazer minha necessidade.
Quando se chega a conclusão de que um bem é útil para satisfazer a minha necessidade surge a ideia de interesse. 
Interesse
O interesse seria esse vinculo que une de um lado o bem, o homem e suas necessidades e do outro lado o bem e a sua utilidade. O interesse seria a posição favorável de um bem em satisfazer as necessidades de um homem. Esse interesse pode ser de diversas ordens, ele pode ser dividir em interesse imediato ou interesse mediato. 
Diz-se que um interesse ele é imediato quando o bem ele é capaz de satisfazer diretamente de forma imediata a uma necessidade, por exemplo estou com sede e a agua mata minha sede. E diz-se que um interesse é mediato quando ele é capaz de satisfazer apenas indiretamente a uma necessidade, por exemplo estou com sede, não tenha agua mas tenho 10 reais na carteira então eu posso comprar uma garrafa de agua. 
Uma outra classificação é o de interesse individual x coletivo. Diz-se que o interesse ele é individual quando um bem é capaz de satisfazer a necessidade de um individuo. E diz-se que o interesse é coletivo quando o bem é capaz de satisfazer as necessidades de uma coletividade. 
Porque essa classificação é importante para o processo?
Porque originariamente o nosso processo foi concebido para proteger apenas interesses individuais. Só que com o passar dos anos tem havido uma preocupação maior com a proteção de interesses coletivos, por exemplo proteger os interesses dos idosos, consumidores, de uma comunidade X. Foram criados instrumentos para proteção desses interesses coletivos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, etc.
Conflito de interesses
E qual é o problema? De um lado se tem o homem com suas necessidades, do outro surgem os bens, então é normal diante desse quadro surgirem conflitos de interesses. 
Podem ser de duas ordens, os conflitos subjetivos e os conflitos intersubjetivos. O conflito ele é subjetivo quando são vários interesses e apenas um individuo (não é relevante para o direito), por exemplo uma pessoa precisa comprar um sapato, vai ao shopping e a moça mostra diversos tipos de sapatos e você não pode comprar todos. O problema é quando isso sai do individuo, e vai para os conflitos entre os sujeitos, diz-se conflito intersubjetivos. 
Pretensão
Dessa ideia de conflito de interesses emerge a ideia de pretensão. Quando a um conflito de interesses entre as pessoas, vai querer que sua vontade prevaleça sobre aquela outra pessoa, então emerge essa noção de pretensão. Então a pretensão é a exigência de subordinação do interesse de outrem ao seu próprio interesse. 
Na pretensão resistida discute-se a titularidade do bem, o juiz vai dizer quem é o titular daquele bem (técnica cognitiva). Já na pretensão insatisfeita a titularidade é certa, o que se discute é fruição do bem (uso fruto da vontade), o magistrado não vai precisar dizer quem é o titular do bem (isso já é certo, pressuposto), ele vai precisar se valer de meios para resolver o caso (técnicas executivas). 
Resistencia
Por vezes a parte oferece resistência a minha pretensão, e a resistência seria esse ato contrario a minha pretensão. Essa resistência engloba a resistência em sentido stricto e a insatisfação. 
Lide
Se existe um conflito de interesses, uma pretensão que ela é resistida, alguém vai precisar resolver isso. O estado assume para si esse poder de resolver essas situações. É preciso que esse conflito de interesses seja levado a juízo para serem sanados. Esses conflitos de interesses que é levado a juízo recebe o nome de Lide.
 É um conflito intersubjetivo de interesses qualificado por uma pretensão jurídica (bens protegidos juridicamente) resistida ou insatisfeita deduzida em juízo. 
Composição da lide
Composição da lide no sentido de resolução, de que seja sanada a lide. Existem varias formas de compor uma lide, a principal forma é a jurisdição, o estado tomou para si essa função de sanar os conflitos. 
Jurisdição
A jurisdição seria a forma estatal de resolver esse conflito. Então lide é um conceito essencial para a jurisdição? Depende, porque existem situações que são levadas ao poder judiciário, mas que não são situações conflituosas, não são lides, entretanto as situações precisam ser levadas ao judiciário, por exemplo um divorcio consensual. 
Nos casos de jurisdição voluntaria, para uma corrente existe jurisdição, porque a lide embora importante não é elemento essencial para a jurisdição; e para a outra corrente não haveria jurisdição, porque entende que a lide é um elemento essencial da jurisdição.
Ação
Só que a jurisdição em regra ela é inerte, ou seja, ela precisa ser provocada, é preciso que a parte de um ponta pé inicial. Essa provocação se da pelo exercício do direito de ação. Esse exercício do direito de ação e esse exercício da atividade jurisdicional vai se instrumentalizar através de um processo. 
Processo
O processo seria esse instrumento para o exercício do direito de ação e da atividade jurisdicional. Processo como uma entidade abstrata (não é sinônimo de autos do processo). Essa prestação jurisdicional vai se instrumentalizar através de um processo. Então processo seria essa relação jurídica estabelecida entre as partes mais essa serie de atos que se desenvolve. 
Direito material x direito processual 
O direito material traz as regras de conduta, as regras do dever-ser. Se o direito material for cumprido espontaneamente por todos não haveria necessidade de processo. Ocorre que por vezes esse direito material ele é violado ou ameaçado, e quando isso acontece entra a necessidade do processo. Esse processo precisa ser normatizado, regulamentado, normas de como vai ocorrer esse processo. Vai ser o direito processual que vai dizer qual juiz será competente para cada caso.
Sujeitos do conflito x sujeitos do processo 
Normalmente os sujeitos do conflito se transformam em um sujeito do processo (regra geral). Mas é possível que não haja essa coincidência, é possível que os sujeitos do conflito não coincidam com os sujeitos do processo e isso se da nos casos de legitimidade extraordinária ou sucessão processual (exceção – com a morte da parte), por exemplo Joaozinho é filho de João, e João não esta pagando a pensão alimentícia, o MP pode entrar com uma ação contra João, virando parte do processo;os sujeitos do conflito eram Joaozinho e Joao, e agora os sujeitos do processo são MP e João. 
Instrumentalidade do processo
O processo é um instrumento de efetivação do direito material. O processo não é um fim em si mesmo. Apesar do direito material ser instrumento para efetivação do direito material não existe entre esses ramos hierarquia, o que existe é uma relação circular. 
Textos
Capitulo 1 do livro de Moacyr Amaral: Primeiras linhas de direito processual
Capitulo 1 do livro de Carreira Alvin: Teoria Geral do Processo
Teoria do Processo: panorama doutrinário mundial, 2 serie capitulo 5 – esboço de uma teoria processual do direito de Darci Guimaraes Ribeiro
Aula 02 – 14/08/2019
Sociedade e tutela jurídica 
Tutela jurídica x tutela jurisdicional
É imprescindível a existência de normas jurídicas para se garantir a paz social (se não existisse normas jurídicas, nossa comunidade seria um mangue), então a essa proteção da paz social mediante a atuação de normas jurídicas se da o nome de tutela jurídica. Tutela jurídica é proteção normativa a determinadas condutas humanas, sinônimo de proteção jurídica, proteção através das normas. 
As normas jurídicas podem ser de duas ordens, existem as normas de direito material (regras de conduta, do dever-ser) e as normas de direito processual (entra em cena quando existe ameaça as normas de conduta). 
A tutela jurídica apresenta dois momentos, que seriam o momento estático, que é representado pelas normas de direito material, e o momento dinâmico, que seria representado pelas normas de direito processual. 
No momento estático a representação se da pelas normas de direito material, então são as regras de conduta, do dever-ser, que ser comprido voluntariamente. Mas se não são compridas voluntariamente, então parte do seu direito de ação e vai para o judiciário (para que o judiciário preste a jurisdição) e vai ser através do processo, é o momento dinâmico da tutela jurídica. Nesse momento dinâmico, a tutela jurídica é também é chamada de tutela jurisdicional. A tutela jurisdicional nada mais é do que a tutela jurídica no seu momento dinâmico. 
Tutela jurídica é o gênero, tutela jurisdicional é a espécie. Tutela jurisdicional como o reconhecimento de uma situação jurídica amparada pelo ordenamento material. Sempre que houver esse reconhecimento haverá tutela jurisdicional. 
Nos casos de improcedência ou procedência, o magistrado analisa o mérito, ele analisa o pedido, ele analisa o direito material que lhe foi levado (forma normal de se extinguir o processo). Nesse caso instigue o processo com o exame do mérito, forma a chamada “coisa julgada material”, e aquela ação não pode ser reproposta, uma vez que transitou em julgado a ação não pode ser reproposta. A tutela jurisdicional é o fim almejado pela jurisdição, é o objeto de jurisdição. Mas é possível que haja jurisdição sem que haja tutela jurisdicional. 
Existem casos em que o magistrado não analisa o direito material que foi discutido, ele se quer analisa o mérito, ele instigue o processo sem exame do mérito, e quando ele faz isso não se forma a chamada “coisa julgada material”. 
Existem determinados vícios do processo, que impedem o juiz de analisar o mérito, por exemplo ausência de uma das condições da ação - O magistrado nesses casos ele se quer vai analisar o direito material que esta sendo discutido. 
Nesses casos (em que se extingue o processo sem exame do mérito, em que não se forma a coisa julgada material) houve jurisdição, mas houve tutela jurisdicional nesse caso? Não, porque não houve o reconhecimento do direito material, se quer analisou o direito material, antes disso o juiz instigue o processo sem analise do mérito. 
Em relação a tutela jurisdicional, existem casos em que a tutela jurisdicional se exaure com a simples prolação sentença. Só que em outros casos, a atividade do magistrado não se exaure ai, é preciso que se efetive aquela decisão. É preciso que efetive a tutela jurisdicional, que é fazer cumprir/fazer valer aquela decisão, fazer com que aquela decisão produza resultados práticos. Nesse caso, a tutela jurisdicional não vai se exaurir com a simples prolação da sentença, é preciso que se efetive aquilo. Dai porque o magistrado hoje é dotado de vários meios para fazer valer a sua decisão.
Tutela jurisdicional diferenciada
O processo não é um fim em si mesmo, o processo serve para efetivar o direito material. Se o direito material fosse cumprido voluntariamente não haveria necessidade de processo. Então o processo é instrumento de efetivação do direito material. Dai porque o processo ele deve ser adequado ao direito material que esta sendo discutido. 
E as situações intersubjetivas regidas pelo direito material são variadas. São diversos casos de direito material, são diversas situações intersubjetivas regidas pelo direito material. E se o direito processual deve se adequar a isso é comum que se criem procedimentos diferenciados para atender a essas situações de direito material também diferenciadas. 
A tutela jurisdicional diferenciada seria essa proteção processual a determinadas situações que dadas as suas peculiaridades refoguem ao comum/padrão. Ex, necessidade de uma autorização para uma cirurgia de urgência. Nesse caso a decisão começa a produzir efeitos no inicio do processo, o normal seria que fosse produzido só no final. Diante das peculiaridades do direito que esta sendo discutido, passa-se a produzir os efeitos desde o inicio. Isso seria uma tutela jurisdicional diferenciada.
Textos:
Tutela jurisdicional: um ponto de convergência entre o direito e o processo -Rafael da Casmaffini
Capitulo tutela jurisdicional, livro direito e processo: influencia do direito material sobre o direito processual, Jose Roberto dos Santos Bedaque
Acepções do termo processo
Processo como fenômeno da teoria geral do direito (provavelmente não cai)
Toda norma advém de um debate prévio, então a norma ela não surge do nada, é preciso que tenha um debate prévio. E esse debate prévio seria o processo. Então o processo seria o modo pelo qual as normas são criadas. Toda norma se constrói processualmente. 
O processo é um mecanismo de controle do poder das normas, tendo em vista que a norma é criada através de um processo. Então o processo funciona como mecanismo de controle do poder das normas. Por exemplo, uma lei; a lei advém de um processo legislativo. Por essa acepção, processo é extremamente amplo. 
Processo como fato jurídico (ato jurídico complexo)
O processo é um fato jurídico, mais precisamente como um ato jurídico porque a vontade humana é relevante, a vontade humana compõe o suporte fático. E esse ato jurídico, que é o processo, é um ato jurídico complexo, porque é formado por inúmeros atos. O processo é o conjunto de atos que se prolongam no tempo. Por essa acepção o processo se confundiria com o próprio procedimento. 
Processo como relação jurídica (complexo)
Processo como efeito/consequência de um ato jurídico. Processo é visto no plano da eficácia. Nesse plano da eficácia seria essa produção de efeito, o principal é o surgimento da relação jurídica processual. Essa relação jurídica é complexa, porque dentro do processo existem inúmeras relações jurídicas, ativas e passivas. 
Processo é a junção de procedimento + relação jurídica
Texto:
Capitulo 1 do capitulo de Freddie, curso de direito processual civil (vermelho).
Teoria Geral do Processo (?).
Existe um dissenso na doutrina sobre a existência de uma teoria geral do processo. Seria possível se falar na existência de uma teoria geral do processo que abarcasse conceitos que fossem capazes de satisfazer a todos os ramos do direito processual? 
Uma parte da doutrina entende pela inadmissibilidade de uma teoria geral do processo, porque ate conceitos que seriam universais, assumem conotações distintas no direito processual penal e no direito processual civil, por conta disso eles falam que não teria como se falar em uma Teoria Geral do Processo.
Outros doutrinadores, por outro ladoentendem que seria possível sim se falar na existência de uma Teoria Geral do Processo. Para isso é imprescindível a distinção desses dois conceitos, lógico-jurídico e jurídico-positivo.
Obs: A teoria é a sistematização do conhecimento, por conta disso tem autores que falam que seria um pleonasmo você falar em teoria geral, toda teoria já tem o caráter de generalização. Não tem porque falar em Teoria Geral. Enquanto que outros doutrinadores entendem que existe sim a Teoria Geral, porque ao lado da Teoria Geral existem Teorias Individuais em que se tem um objeto especifico de estudo.
Conceito jurídico – positivo
O conceito jurídico positivo são construções normativas obtidas com base em um real e determinado ordenamento jurídico. Ele é feito com base na analise de um determinado direito positivo. Esses conceitos são obtidos a posteriori, porque primeiro é necessário conhecer determinado ordenamento jurídico, precisa conhecer o direito positivo daquele ordenamento, para dai extrair esses conceitos jurídico-positivos. 
Por exemplo, Recurso Extraordinário, Decisão Interlocutória, esses conceitos não tem a pretensão universal, eles são conceitos de um determinado ordenamento e estão ligados no campo da dogmática jurídica. Eles estudam o direito processual e não a ciência do direito processual. Dai porque se diz que eles seriam inservíveis para uma Teoria Geral do Processo. 
Conceito lógico – jurídico
São aqueles obtidos a priori, independem das peculiaridades de determinado ordenamento jurídico. Eles tem pretensões universais, invariável. Ele vai ser o mesmo aqui, na Espanha, no Japão, na Argentina, etc.
Freddie faz a seguinte ponderação, porque ele de fato tem a pretensão de serem conceitos universais e invariáveis, o que não significa que eles são imutáveis, eles podem ser provisórios. Porque o conhecimento humano é mutável, então é possível que haja alteração.
Por exemplo, o conceito de sujeito de direito, de dever, de decisão judicial, decisão judicial é a mesma aqui, na Alemanha, na Argentina, mas as espécies são peculiares a cada ordenamento. Não estão ligados a dogmática, estão ligados a epistemologia (ramo da filosofia). E esses conceitos, justamente por ter essa pretensão universal, eles são servíveis a elaboração de uma teoria geral do processo. 
Texto:
Rogerio Lauria Tucci, considerações acerca da inadmissibilidade de uma teoria geral do processo.
Distinção entre:
O direito processual
Direito processual tem caráter normativo, seria o conjunto de normas que disciplinam o processo.
CPC, Lei de Mandado de Segurança, Lei de Ação Civil Pública, conjunto normativo que regulamenta o processo, então compõe o direito processual. 
A ciência do direito processual
Tem cunho doutrinário. É o ramo do pensamento jurídico dogmático, que tem por objeto a articulação, elaboração, e sistematização de conceitos jurídico-positivos. Tem por objeto de estudo o direito processual.
A teoria geral do processo
Também tem cunho doutrinário, só que ela é uma disciplina filosófica, de viés epistemológico. Que tem por objeto a articulação, elaboração e sistematização de conceitos lógico-jurídicos. O objeto de estudo é a ciência do direito processual. 
O grande problema: muita gente usa a nomenclatura, “Teoria Geral do Processo”, estudando o direito processual, o que é um equivoco. A Teoria Geral do Processo é uma metalinguagem, é a ciência que estuda a ciência do direito processual, e não que estuda o direito processual. 
Evolução da Ciência do Processo
A evolução da ciência do processo é dividia em fases, o que se chama de fases metodológicas da evolução da ciência do processo. E quatro são essas fases, embora alguns processualistas mais antigos param na fase do instrumentalismo, mas os processualistas mais modernos trazem quatro fases.
Sincretismo/Praxismo/Imanentismo
Nessa fase o direito processual não é visto como ciência, não é visto como algo autônomo, o processo se confunde com o próprio direito material. Diz-se que o direito processual seria o próprio direito material levado a juízo, seria o direito material em pé de guerra. 
Eram coisas sincréticas. O direito processual era algo imanente ao direito material. Como não se estudava o direito processual como ciência, dava-se valor apenas aos aspectos práticos daquele processo, a práxis. Isso marca essa fase e vai ate meados do século XIX. 
Autonomia/Processualismo/Cientificismo
O sincretismo vai ate meados do século XIX, quando surge um autor alemão, Oskan Von Bullow, e ingressa-se na fase da autonomia. Ele passa a dizer que a relação jurídica processual é distinta da relação jurídica material. Passa-se a ver o direito processual como ciência, o direito processual é autônomo em relação ao direito material, passa a estudar a ciência do processo. 
Nessa fase é imprescindível a separação do direito processual do direito material, antes o direito processual estava dentro do próprio direito material, agora não, são coisas distintas, ciência autônoma, e para que pudesse firmar suas premissas era necessário essa ruptura abrupta com o direito material para que pudesse firmar as bases dessa nova ciência. 
Surgiram inúmeras teorias sobre esse direito processual. Duas teorias se destacam, a teoria dualista e a teoria unitária. A teoria dualista tem como principal nome, Giuseppe Chiovenda, eles pregavam que o sistema se cedia nitidamente, havia uma cisão nítida entre o direito material e o direito processual. E eles diziam que o direito processual não criava nada de novo, apenas declarava o que já estava previsto no direito material, então não se criava nada de novo através do processo. Então o processo tinha um caráter nitidamente declaratório.
Ao lado dessa teoria, tem a teoria unitária, de Carmelutti, eles pregavam que essa cisão do ordenamento entre o direito material e direito processual não era tão nítida, porque o direito material não seria capaz de por si só disciplinar todos os conflitos existentes, e o processo viria justamente para complementar os comandos da lei material. Observação, ainda era na fase no positivismo stricto, o juiz ainda está preso as amarras da lei. 
Instrumentalismo
Essa fase é marcada pela reaproximação entre o direito material e o direito processual. Passa a ver que o processo não é um fim em si mesmo, processo serve para a efetivação do direito material. Eles não perdem a autonomia, apenas se reaproximam. Com essa reaproximação passa a ter uma preocupação com a efetividade do processo, e com aspectos sociais do processo. 
Nessa fase surgem as chamadas “Ondas Renovatórias de Acesso a Justiça”, cujo principal nome é Mauro Capelette. E três são as ondas renovatórias de acesso a justiça. 
A primeira onda de acesso a justiça reflete a preocupação com o acesso a justiça aos necessitados.
A segunda onda de acesso a justiça reflete a preocupação com a tutela/proteção de interesses coletivos.
A terceira onda de acesso a justiça reflete a preocupação com a simplificação das formas.
Neoprocessualismo/Formalismo – valorativo
Nas ultimas décadas, se tem uma mudança no direito, e essa mudança reflete no direito processual, iniciando uma nova fase, o Neoprocessualismo, fazendo inclusive um link com o neoconstitucionalismo. O Neoprocessualismo é estudar velhos institutos do direito processual à luz de novos paradigmas, é revisitar determinados institutos. O que marca essa fase é a inserção de aspectos éticos no bojo do processo, isso é flagrante no novo CPC/2015 – preocupação com a ética processual, lealdade processual, boa-fé processual. A forma é importante, mas deve haver também uma valoração dessa forma.
Aula 03 – 21/08/2019
Direito Processual Contemporâneo
Texto x Norma 
Texto não se confunde com norma. Norma seria a interpretação do texto, e todo texto por mais claro que seja precisa ser interpretado. A norma é o resultado da interpretação do texto. Diante de um mesmo texto podem ser extraídas diversas normas, interpretado de diversas formas. Diante de um mesmo texto podem ser extraídasdiversas normas, diversas interpretações. 
E isso não é saudável para o ordenamento, porque isso acaba virando uma loteria (se minha apelação cair para a primeira câmera eu vou ganhar, se cair para a segunda câmara eu vou perder, por exemplo). Na tentativa de minimizar essas disparidades de interpretações, nos últimos tempos tem havido mecanismos para tentar uniformizar a jurisprudência. 
Entretanto não pode negar que o magistrado tem papel criativo, ele cria a norma ao caso concreto, “norma individualizada aplicável ao caso concreto”, e cria essa norma através da decisão judicial, através de um processo jurisdicional, então quando o juiz da a sua decisão, ele esta construindo uma norma, a norma daquele caso concreto – se da através de um processo jurisdicional. 
O magistrado possui um papel ativo, possui um papel criativo, cria a norma do caso concreto. Hoje tem havido uma ampliação, porque o magistrado além de criar a norma individualizada do caso concreto, também tem poder de criar normas gerais e abstratas, porque nessa fundamentação pode servir de guia, servir de precedentes para casos futuros semelhantes. Isso não vai ser só aplicado aquele caso especifico, mas também pode ser aplicado a casos semelhantes futuros, no caso de precedentes vinculantes. 
Principio como norma 
Principio é norma, só que ate um tempo atrás não se entendia pelo caráter normativo dos princípios. Hoje se sabe que as normas se dividem em regras e em princípios (ambos são dotados de caráter normativo e de exigibilidade). 
Ate um tempo atrás princípios eram vistos como meras exortações ideológicas, o próprio artigo 4º da LINDB trazia essa falsa ideia porque falava que os princípios seriam utilizados supletivamente. Ou seja, na falta de regras, aplicava-se os princípios.
Hoje essa ideia esta totalmente superada. Princípios são extremamente importantes para nosso ordenamento. Inclusive existem inúmeras decisões judiciais, inclusive dos tribunais superiores, que são dotadas unicamente em princípios. Então não se pode mais fechar os olhos para essa realidade e importância dos princípios. O novo CPC já inicia com os primeiros artigos, o primeiro capitulo, trata das normas fundamentais do direito processual, e a maioria dessas normas são princípios. Hoje não se nega mais essa realidade, principio é norma, tem força normativa, goza de exigibilidade, é possível que uma decisão seja proferida com base em princípios.
Jurisprudência como fonte
Jurisprudência seria decisões reiteradas dos tribunais no mesmo sentido. Então pega-se um texto, interpreta-se num determinado sentido e cria-se uma norma – quando isso é feito de forma reiterada, no mesmo sentido forma-se a jurisprudência. A jurisprudência se da através de casos concretos, com as decisões reiteradas no mesmo sentido. 
Hoje também não mais se nega que jurisprudência é uma fonte do direito (e uma fonte importantíssima). Por exemplo, quando um cliente vai no escrito e diz que acha que tem direito em isso, isso e isso, primeira cosia que se faz é a pesquisa, se tem algum precedente nesse sentido, fazendo uma pesquisa na jurisprudência: o tribunal de justiça como é que vem decidindo, os tribunais superiores como vem decidindo, existe decisão vinculante? Porque hoje, o que acontece, existem determinadas decisões na jurisprudência que tem caráter vinculante, ou seja, o magistrado “precisa” seguir aquele entendimento, então são decisões que vinculam. 
Logo quando sugiram as sumulas vinculantes foi um alvoroço, alguns doutrinadores começaram a debater, “há é um absurdo uma sumula de poder vinculante, porque vai tirar o poder criativo do magistrado”, porque o magistrado teria necessariamente de julgar naquele sentido. Então surgiu essa questão de que não poderia haver essa sumula vinculante porque iria engessar o judiciário/o papel criativo do magistrado. 
Com base na jurisprudência surgem os chamados enunciados das sumulas do STJ/STF/Tribunais Locais, então parte-se da norma e volta para o texto, porque sumula é um texto, e como texto que é, ele precisa ser interpretado. Então sumula, não é outra coisa senão texto, e como texto para ser aplicado diante de um caso pratico, ele precisa ser interpretado para mais uma vez se transformar em norma. 
Então a sumula vinculante não tira o papel criativo do magistrado, porque o magistrado vai ter que interpretar aquele texto da sumula para aplica-lo ou não no caso concreto. A complexidade hermenêutica é muito maior no texto legal do que no texto da sumula, porque no texto da sumula ele já foi interpretado anteriormente, já se parte de casos concretos. Pode-se não entender a não aplicação da sumula no caso concreto, então vai precisar fundamentar, então quando o juiz esta fazendo isso ele esta interpretando da mesma forma, só que a complexidade hermenêutica da sumula é menor do que um texto legal, mas ainda assim carece de interpretação. 
Conceitos jurídicas indeterminadas/clausulas gerais
Antigamente o legislador tinha uma preocupação de formular textos muito minuciosos que fossem capaz de abarcar todas as situações que pudessem surgir, tinha a preocupação de ser detalhista, por isso os textos legais eram grandes. Mas as mudanças sociais se dão de forma muito mais rápida do que as mudanças legislativas. Então o legislador percebeu que não teria condições de abarcar todas as situações que acontecem no dia a dia, precisando mudar a técnica.
Ocorrendo uma mudança na técnica legislativa, o legislador passou a se valer de conceitos mais abertos, de textos mais abertos. Caberia o magistrado diante do caso concreto se aquele texto caberia ou não naquela situação. Mas ai o poder do magistrado foi ampliado, entretanto isso não da discricionariedade para ele (ele tem uma moldura na qual ele pode trabalhar, e tem o dever de fundamentação sempre). O magistrado passou a se valer dos chamados “Conceitos Jurídicos Indeterminados” e “Clausulas Gerais”.
Tem autores que não fazem distinção, enquanto tem autores que fazem a diferenciação entre conceitos jurídicos indeterminados e clausulas gerais. para quem faz distinção, na norma existe a hipótese fática e o consequente normativo, nos conceitos jurídicos indeterminados existe uma abertura na hipótese enquanto que o consequente ele é fechado. Na clausula geral a abertura se da tanto na hipótese quanto no consequente. O magistrado deve ser dotado de meios para efetivar a sua decisão, ou seja, para fazer valer a sua decisão, para que aquela decisão tenha efeitos práticos. O legislador tem-se utilizado dessas técnicas (conceitos jurídicos indeterminados; clausulas gerais) para a elaboração das leis, hoje os textos são mais abertos.
Força normativa de constituição
A constituição tem caráter normativo, só que ate bem pouco tempo atrás entendia-se que a constituição oferecia apenas programas/vetores que deveriam guiar, não se entendia que a constituição tinha esse caráter normativa e gozava de exigibilidade. 
Nos vimos que processo não é um fim em si mesmo, processo serve para efetivar o direito material quando ele é ameaçado ou violado. Então o processo vai ser o mecanismo apto para efetivar esses direitos fundamentais, então o processo precisa se adequar. 
Além disso, a constituição trás também normas de índole processual, por exemplo, a constituição trás alguns remédios processuais (mandado de segurança, habeas corpus, mandado de injunção, habeas datas), e a constituição tem alguns normas de índole processual que tem natureza de direito fundamental, por exemplo, o contraditório, a ampla defesa, o devido processo legal.
Processo Civil x Processo Penal
Tradicionalmente se concebia processo civil e processo penal como dois ramos completamente distintos, que não se comunicavam, que não tinham nada em comum. Eles eram guiados por princípios próprios, portanto estavam em blocos separados.
Dizia-se que o processo civil era o direito das partes, era regido pelo principio dispositivo, ou seja, quem ocupava o papel central no processo eram as parte, caberia às partes a movimentação do processo(principio dispositivo) e o juiz deveria ocupar um papel meramente coadjuvante. 
No processo penal, o que estava em jogo era o jus puniendi estatal, estava presente o papel de punir do estado, então entendia-se que aqui o magistrado tinha um papel principal (principio inquisitivo), quem direcionava o processo, enquanto que as partes ocupavam o papel de coadjuvante. 
No processo civil ele se contentava com uma verdade meramente formal, então as partes iam pedir aquelas determinadas provas, e se as partes não pedissem caberia a ela, pronto acabou, que era suficiente e pronto. Enquanto que no processo penal deveria ir em busca de uma verdade real, porque ia-se privar a liberdade de um cidadão, então deveria correr atrás a todo custo dessa verdade real.
Observe que isso hoje esta superado, porque no processo civil esta em jogo o exercício da atividade soberana do estado, exerce a função jurisdicional. O magistrado deve ter um papel atuante no exercício dessa função, hoje se entende que o magistrado não pode ocupar meramente passivo, tem que ter um papel atuante na condução do processo. Por outro lado no âmbito do processo penal, as partes também tiveram seus papeis aumentados, não se pode ir de encontro às garantias processuais das partes.
Hoje, em ambos os ramos o que prevalece não é mais principio dispositivo ou principio inquisitivo, e sim um principio cooperativo. No âmbito do direito processual, seja processo civil ou processo penal, prevalece o principio cooperativo, todos os sujeitos envolvidos no processo devem cooperar para o seu andamento do processo. 
Além disso, o juiz no processo civil não pode se contentar com a mera verdade formal. Assim como no processo penal, não pode ir atrás há qualquer custo atrás de uma verdade real. Processo precisa ter uma duração razoável. Hoje deve se levar em conta a busca da verdade possível diante daquele caso concreto. Nos últimos anos tem havido uma reaproximação entre o processo civil e processo penal, essa reaproximação com conceitos únicos para os dois ramos isso se encaixa com a questão da existência de uma teoria geral do processo. 
Tutela Individual x Tutela Coletiva
Nosso direito processual foi concebido para proteger interesses individuais, seria o processo de Caio x Ticio, nosso ordenamento processual foi feito originariamente para proteção desses interesses, para a tutela individual. 
Só que nas ultimas décadas vem surgindo a necessidade de serem criados mecanismos capazes de proteger os interesses coletivos, não interesse de uma pessoa, mas da coletividade, por exemplo, proteger o interesse dos idosos, dos consumidores, de uma determinada categoria profissional. 
Civil Law x Common Law
A distinção entre civil law e common law, na verdade a superação dessa dicotomia. Porque ate bem pouco tempo atrás, o Brasil estava inserido no regime do civil law, só que nos últimos anos o brasil vem adotando mecanismos que são típicos do sistema de common law. Essa questão de precedente, por exemplo, a forca da jurisprudência, isso é típico do sistema do common law. 
Então essa dicotomia no nosso sistema, esta superada, porque o Brasil adota tanto mecanismos do civil law quanto mecanismos do common law. Então o ordenamento brasileiro na verdade é hibrido/misto. 
Evolução Histórica do Direito Processual Brasileiro
Nos já vimos as fases de evolução do direito processual, e aquelas quatro fases se aplicam também no âmbito do direito brasileiro, entretanto nossa evolução se deu de forma mais tardia. Ate meados do século XX nos ainda éramos praxistas, não havia preocupação do estudo do processo enquanto ciência. 
Ordenações do Reino
Mesmo com a independência, o Brasil continuo a ser regido pelas ordenações do reino. No âmbito processual foi marcado pela aplicação das ordenações Filipinas, as ordenações marcaram o direito processual após a independência da Republica. E as ordenações Filipinas eram regidos pelo dispositivo, pelo direito canônico. 
Nessa fase, no âmbito processual, principalmente no criminal, era permitido todo tipo de atrocidades corporais, isso foi minimizado com a constituição de 1824, que aboliu determinados castigos. 
Código de Processo Criminal (1832)
Em 1830 surgiu o primeiro código criminal, dois anos depois veio o código de processo criminal. É um código de processo criminal, entretanto esse código tinha uma peculiaridade, porque ele possuía um anexo. E nesse anexo, tratavam da administração provisória da justiça civil, então apesar de ser um código de processo criminal nesse anexo havia a regulamento de alguns aspectos do processo civil. 
Só que esse anexo, vários dispositivos, foram revogados em 1841 (sob a desculpa de aumentar o poder de policia). O que prevalecia no âmbito do processo civil não tinha um diploma que regulamentasse, continuava ser regido pelas ordenações do reino. 
Regulamento 737
Em 1850, surge o código comercial, e no mesmo ano surgiu também o regulamento 737, que é um considerado código de processo comercial. Esse regulamento 737 regulamentava esse processo comercial. O cenário é que o código de processo criminal, o regulamento 737 no âmbito do processo comercial, e as ordenações do reino pro processo civil. Só que aos longos dos anos surgiram inúmeras leis esparsas sobre o direito civil, as ordenações não estavam sendo mais suficientes para regulamentar o processo civil. 
Consolidação das leis do Processo/Ribas (1876)
Com isso, o Governo resolveu nomear um conselheiro chamado de Antônio Joaquim Ribas, para reunir essa legislação de processo civil. E assim foi feito, em 1876, Ribas, promulgou essa consolidação das leis do processo. 
Na verdade nos não podemos dizer que era um código de processo, ele apenas reuniu essa legislação que já existia, ele também adequou algumas leis, então por conta disso essa consolidação recebe o nome consolidação Ribas. 
Extensão do Regulamento 737 às causas cíveis (1890)
Vem a republica, e uma das primeiras medidas adotas foi a extensão do regulamento 737 às causas cíveis. Ate então o regulamento 737 era utilizado apenas para o processo comercial. Só que ate hoje esse regulamento é muito elogiado, e foi um regulamento que deu certo, então não quiseram mexer no que estava dando certo, apenas fizeram uma extensão às causas cíveis.
Constituição republicana de 1891: dualidades de processo
Essa constituição previu a competência para legislar sobre o processo de forma concorrente. Então tanto a união quanto os Estados Membros tinham competência para legislar sobre processo. É chamada de dualidade de processo ou dualidade de justiça. 
Então cada estado membro poderia ter seu código de processo, só que alguns estados elaboraram seus códigos de forma satisfatória, inclusive o código de processo do estado da Bahia. Outros estados também elaboraram seus códigos de processo só que outros estados não elaboraram, não tinham o apuro técnico como o Estado da Bahia, e acabou que virou um mangue. Esse sistema não deu certo aqui no Brasil.
Constituição de 1934
A constituição de 1934 diz que a competência para legislar sobre o processo é privativa da União, acabando com esse mangue que cada Estado teria seu código de processo, e assim é ate hoje. Ressalvo apenas as normas procedimentais. Então seria necessário um código de processo que abrangesse todo o território nacional, então foi formulado o Código de Processo Civil de 39 adotando como modelo o código de processo da Bahia. E em 41 o Código de Processo Penal.
CPC/39 e CPC/41
Era preciso, já que só a Uniao poderia legislar, era preciso um código de processo civil que abrangesse todo o território nacional, e um código de processo penal que abrangesse também todo o território nacional, e assim foi feito. Até ai nos ainda éramos considerados praxistas, era mais ou menos nessa fase, que nos evoluímos da fase do Praxismo para a fase do Processualismo. 
O que desencadeou a passagem do Praxismo para a fase do Processualismo foi a vinda de um italiano chamado Enrico Tulio Liebman para o Brasil
Vinda de EnricoTullio Liebman para o Brasil (1940)
Na Europa nessa época, ele já tinha uma noção de que o direito processual é uma ciência, então já tinha sido fixada umas premissas dessa nova ciência. Então na Europa, os europeus já estavam na fase do Processualismo, e aqui a gente ainda estava engatinhando. 
Liebman veio para São Paulo, começou a dar aula, e fundou a Escola Processual de SP, então nos inauguramos essa nova fase do Processualismo, alguns autores consideram essa vinda como o marco zero d0 Processualismo no Brasil (mas a professora não concorda muito, é uma fase lenta, não é de uma hora para a outra). 
Com Liebman e com esse estudo do direito processual como ciência, passou a ver uma critica com aspectos do CPC/39, surgiu à necessidade de uma reelaboração, era necessário que fosse elaborado um novo código de processo, porque o código de 39 não estava mais atendendo aos anseios da sociedade. No governo de Jânio Quadros, ele nomeou Alfredo Bolzalti para a elaboração de um novo CPC. E Alfredo era discípulo de Liebman, dai porque o CPC de 73 é fortemente influenciado pelas ideias de Liebman. 
CPC/73
Surge o CPC de 73, que ate pouco tempo estava na gene. Só que o CPC de 73 tinha uma versão originaria que foi totalmente desvirtuada depois. Quando surgiu o CPC de 73, nos ainda estávamos na fase do Processualismo. Ainda havia essa ruptura abrupta com o direito material, o formalismo exacerbado. 
CPC/88 e Reformas Processuais 
Em meados da década de 80, com o surgimento da lei de ação civil publica, depois com a constituição federal de 88, a chamada constituição cidadã, que trazia preocupação com direitos sociais, passa a ver a uma reformulação. Então nos ingressamos na era do instrumentalismo. Surgiu a preocupação com a efetivação, com o interesse sociais, com a diminuição do formalismo, então todas aquelas ondas que marcam a fase do instrumentalismo passaram a ser objetos de preocupação no direito processual. 
Então o direito processual, nosso CPC, precisava se adequar a isso, dai porque no inicio da década de 90, surgiram inúmeras reformas processuais, surgiram a questão da tutela antecipada, entre outras. E nessa época o CPC perde/muda a sua configuração original, para se adequar a essa fase do instrumentalismo. 
Foram tantas reformas, que o legislador queria inserir algo novo no CPC, não tinha como colocar um novo numero de artigo porque iria alterar todos os subsequentes, então tinha por exemplo o 475, então ele criava o 475A, 475B, 475C, etc. De forma que o nosso CPC, virou uma verdadeira “colcha de retalhos”.
Novo CPC
Entretanto, nas ultimas décadas, vimos que o ordenamento jurídico vem passando por uma transformação grande. E essa transformação se refletia no âmbito do direito processual. Então passou a ver a necessidade de reformulação, da criação de um novo Código de Processo Civil, e assim foi feito.
Nesse novo CPC, todas essas características foram incorporadas ao novo CPC. Esse novo CPC é muito marcado por aspectos éticos, pelo principio da cooperação, da lealdade processual, da boa-fé. Tudo isso que marca essa fase do Neoprocessualismo (ou formalismo valorativo) é muito flagrante no novo CPC. 
Tanto o CPC de 39, quanto o CPC de 73 estariam inseridos na fase do Processualismo. As reformas da década de 90, a constituição de 88, ingressamos na fase do Instrumentalismo. E o novo CPC reflete essa nova fase, do Neoprocessualismo. 
Textos: 
Curso sistematizado de direito processual civil – parte 1: o estudo do direito processual civil na atualidade – Cassio Scarpinela Bueno
Processo civil e processo penal: mão e contramão? – Jose Carlos Barbosa Moreira
O processo e o direito processual, teoria geral do processo (livro) – Ada Pelegrini Grinover
Passado e futuro do direito processual civil brasileiro tendências – Candido Rangel Dinamarco
Aula 04 – 28/08/2019
Norma Processual 
Alguns trazem como lei processual, porque norma é o resultado da interpretação de uma lei. Mas a maioria trata como norma processual.
Aspectos gerais
A norma pode ser definida como uma regra de conduta ou de atribuição de determinados bens. Norma pode ser de diversas naturezas, existem normas morais, normas religiosas, normas jurídicas, etc. O que importa são as normas jurídicas, e elas se diferenciam das demais justamente por seu caráter impositivo, ela se impõe mesmo contra a vontade das partes. 
E essas normas jurídicas podem ser de duas naturezas, normas de natureza material e normas de natureza processual. Então as normas de direito material trazem as regras do dever-ser, diz qual é o interesse conflitante que deve prevalecer diante de um caso concreto. Se as normas, o direito material, for cumprido voluntariamente não haveria a necessidade de processo, entretanto nem sempre essas normas materiais são cumpridas voluntariamente, por vezes essas normas são ameaçadas ou violadas, então entra em cena a necessidade do processo, e esse processo precisa ser normatizado, são as normas de direito processual. 
Enquanto as normas de direito material dizem qual interesse que deve prevalecer em caso de conflito, as normas de direito processual fornecem a fornecem a técnica para a resolução desses conflitos (normalmente lides).
Objeto e espécies
Então podemos dizer que o objeto da norma processual seria a disciplina da atividade jurisdicional. As normas processuais disciplinam o próprio poder jurisdicional. O que caracteriza uma norma como processual é seu objeto, é o modo processual de resolver os conflitos. Porque o que caracteriza a norma como processual é o seu objeto, e não a sede/local onde esta inserida aquela norma. Então é possível que se encontre norma que tem natureza processual em institutos/diplomas de direito material. No código civil, por exemplo, encontra-se normas que versam sobre prova (prova testemunhais, prova documental), essas seriam normas processuais ou normas materiais? Não é a sede que vai definir a sua natureza, e sim o objeto.
Entra em cena o “Institutos Bifrontes” – são aqueles institutos que possuem dupla regência, ou seja, são aqueles institutos que são regidos tanto pelo direito material quanto pelo direito processual, por exemplo: provas; legitimidade; penhora de bens (regido pelo direito material e pelo direito processual);.
E as normas que regem esses institutos seriam normas processuais, normas materiais, seriam normas de caráter hibrido? A doutrina se bifurca, para uma parte da doutrina, as normas que regem esses institutos bifrontes, seriam normas meramente processuais, o que eles chamam de “Normas Processuais Heterotopicas”, são normas de natureza puramente processual, mas que estão inseridas em diplomas de direito eminentemente material, mas o fato de esta inserido em diploma material não faz com que ela perca sua natureza processual ou se transforme em algo hibrido, continua sendo uma norma puramente processual.
E para uma outra parcela da doutrina, essas normas seriam normas processuais matérias, ou seja, seriam normas que teriam natureza hibridas, não seriam normas processuais puras. Isso vai influenciar a eficácia da lei processual no espaço e no tempo. 
Normas de organização judiciaria
As normas de organização judiciaria são normas que tratam da criação e estrutura dos órgãos judiciários e seus auxiliares, por exemplo: uma norma que cria determinada vara. Então tanto a união quanto os estados membros podem legislar sobre isso – competência concorrente.
Normas processuais em sentido estrito
Nos vimos, quando estudamos as concepções do termo processo, que processo poderia ser visto em três acepções, processo como fenômeno da teoria geral do direito (criação de normas), processo como um ato jurídico (ato jurídico complexo), e processo como uma relação jurídica. A ideia que prevalece hoje a respeito da natureza jurídica do processo é que processo é de fato uma categoria complexo. Processo na verdade é procedimento (que seria a concatenação de atos que se prolongam no tempo) mais o efeito desse ato (que é o surgimento de relações jurídicasprocessuais).
Processo = procedimento + relação jurídica
Como vou diferenciar uma norma procedimental de uma norma processual? Procedimento esta contido em processo, então tudo que for procedimento também vai ser processo. Na pratica é extremamente complico conseguir distinguir. A competência para legislar sobre processo é competência exclusiva da união. 
Normas procedimentais
Só próprio legislador constituinte falou que tanto a união quanto os estados membros e Distrito Federal podem legislar sobre procedimentos (competência concorrente). 
Só que o legislador/constituição não estipula qual é a distinção entre processo e procedimento, mas na medida que diz que a competência é diferente, presume-se que são coisas diferentes. 
Esse papel de distinguir o que seria norma processual e norma procedimental coube essa tarefa a doutrina, então a doutrina tenta fazer essa distinção sobre norma processual e norma procedimental, e se pauta em alguns critérios. 
Por exemplo, Candido Rangel diz que: Tudo que disser respeito aos atos processuais, ou seja, a forma, ao lugar, ao tempo dos atos processuais, seriam normas procedimentais, consequentemente a competência seria concorrente (tanto união quanto estados membros podem legislar). E tudo que disser respeito a relação jurídica processual, ou seja, tudo que disser respeito a direito, deveres, estado de sujeição, ONU, faculdades dos sujeitos do processo, seriam normas processuais em sentido estrito, sendo assim seria competência exclusiva da União.
Marcelo Abelha diz que tudo que disser respeito a isonomia, exige uniformidade em todo ordenamento jurídico seria norma processual em sentido estrito, só a Uniao pode legislar. 
Rosemiro Leal fala que tudo que disser respeito as garantias processuais, aos princípios processuais, seria norma processual em sentido estrito, portanto só a União poderia legislar. O que não disser respeito a essas garantias processuais seriam normas procedimentais, portanto estados membros podem legislar.
E assim a doutrina vai tentando fazer essa distinção. O fato é que embora na teoria se consiga fazer essa distinção. Só que na pratica é extremamente, se não impossível, difícil fazer essa distinção. Porque procedimento esta contido em processo. Na pratica a linha é muito tênue o que separa procedimento de processo. A depender de quem esteja defendendo, pode-se falar que aquela norma é procedimental ou processual. E isso gera consequências praticas totalmente opostas. 
Normas processuais cogentes x Normas processuais dispositivas
As normas processuais são necessariamente, sem exceção, normas de direito publico, porque há interferência direta do poder do Estado, existe a presença do Estado juiz. Independente do direito material que esta sendo discutido, essas normas tem índole de direito publico. 
Isso não significa, que todas as normas processuais sejam normas de ordem publica, ou seja, normas que transcendem ao interesse das partes. Em outros termos, pode-se dizer que nem toda norma processual ela é cogente. Normas cogentes são aquelas que gozam de imperatividade absoluta, não deixam nenhuma margem para as partes deliberarem sobre ela. Já as normas dispositivas elas não gozam de imperatividade absoluta, dar-se uma certa margem para as partes deliberarem sobre elas. 
As normas processuais via de regra, são cogentes, entretanto existem normas processuais dispositivas. E isso já era assim desde o CPC de 73. Exemplo tradicional que a doutrina trás de normas processuais cogentes e dispositivas, são as regras de competência absoluta e relativa.
A competência seria a medida da jurisdição, por exemplo: um juiz trabalhista não tem competência para julgar uma causa criminal. Então o juiz tem jurisdição, mas não necessariamente tem competência. E a competência se divide em competência absoluta e competência relativa. 
As regras de competência absoluta elas são firmadas levando em conta o interesse publico, então as partes não podem deliberar sobre as regras de competência absoluta, por exemplo: a competência da razão da matéria que esta sendo discutido na causa. Então as regras de competência absoluta são exemplos de normas processuais cogentes, a imperatividade ela é absoluta. 
Isso não se da com a competência relativa. A competência relativa ela é firmada levando em conta o interesse das partes. Então as partes podem deliberar sobre esse tipo de competência, por exemplo: a competência territorial, a competência firmada em razão do território, onde é que o processo vai ocorrer (tramitar na comarca de Salvador, por exemplo). As regras de competência relativa são exemplos de normas processuais dispositivas.
Essa discussão que existia no CPC de 73, isso hoje já esta superado porque com o novo CPC é possível que as partes firmem negócios jurídicos processuais atípicos. Então tem um artigo do CPC que trás essa possibilidade, art. 190, e permite que as partem negociem sobre procedimento, ônus, dever. Então hoje as partes podem deliberar sobre quase tudo do processo, não tudo porque existem exceções, existe um balizamento trazido pelo próprio legislador e vai caber a jurisprudência diante do caso concreto verificar se pode ou não. Mas hoje existe essa clausula geral de atipicidade dos negócios jurídicos processuais. Então não se pode mais negar a existência de normas processuais dispositivas. 
Fontes
CF
A Constituição Federal irradia os seus efeitos por todo o ordenamento, por todos os ramos do direito, seja o direito civil, seja o direito penal, seja o direito processual, tudo deve ser estudado/interpretado a luz da Constituição. 
O novo CPC, no art. 1º, o legislador fez questão de colocar logo no artigo primeiro “O processo civil será ordenado, disciplinado, interpretado conforme os valores fundamentais estabelecidos na Constituição da Republica do Brasil”. É obvio que a Constituição é fonte do direito processual.
Tratados internacionais
Servem também de fonte para o direito processual, existem determinados tratados que o Brasil é signatário, que versam sobre normas processuais. Como por exemplo, como se da o cumprimento de sentença estrangeira que é homologada; como se da o cumprimento de cartas rogatórias. 
O juiz tem jurisdição, só que o juiz exerce a sua jurisdição em determinado limite territorial, por conta dessa territorialidade, por vezes, é preciso que o juiz peça ajuda/cooperação a outro juiz de outra comarca.
Quando esses atos de cooperação ocorrem entre comarcas distintas dentro de um mesmo país isso se da através das chamadas Cartas Precatórias. Quando esses atos de cooperação ocorrem entre juízes de países distintos isso se da através das chamadas Cartas Rogatórias. 
Obs: precatória ou carta precatória não se confunde com precatório. As dividas contra a Fazenda Publica elas se submetem a uma ordem cronológica de pagamento, porque os bens públicos são impenhoráveis, então esses precatórios/dividas contra o Estado se submetem à essa ordem cronológica de pagamento.
Pela lei, se o precatório é expedido ate junho desse ano entra na cotação orçamentaria no ano seguinte (2020), se é expedido depois de junho entra na cotação orçamentaria de dois anos depois (2021). Isso ocorre na teoria, porque na pratica demora muito mais e não tem previsão de quando realmente irá ser pago.
O próprio legislador, no novo CPC, trás uma preocupação com essa cooperação internacional, com esses tratados internacionais, no art.13. 
Leis Federais
As leis federais, tanto ordinárias quanto suplementares, são fontes de direito processual. E a maioria inclusive, o CPC é lei federal, a lei de mandado de segurança, a lei civil publica, são leis federais, porque a competência para legislar sobre o processo é exclusiva/privativa da união.
Constituições e leis estaduais
Além da legislação federal, também constituições e leis estaduais podem versar sobre o processo. Mas aqui apenas sobre normas de caráter procedimental ou normas de organização judiciaria. Tendo em vista que a competência para legislar sobre processos é apenas da União.Regimentos internos dos tribunais
Aqui é uma especificidade do direito processual, os regimentos internos dos tribunais. É o regimento interno de um tribunal que dispõe sobre a composição daquele tribunal, quais são os órgãos que compõe determinado tribunal, qual órgão é competente para julgar o que, isso tudo esta trazido no regimento interno do tribunal. Uma questão regimental pode totalmente mudar o “jogo”, exemplo que ela deu foi um processo do escritório, que ganhou de 3x0, a parte recorreu e o terceiro julgador não estava presente (de férias), teve a votação de novo e perdeu de 2x1, a professora recorreu porque o terceiro julgador tinha que esta presente e no final ganhou. 
Jurisprudência
Foi visto na aula passado que não se discute mais que jurisprudência é fonte do direito, inclusive do direito processual. Existe sumulas vinculantes de natureza processual, sumula numero 10 que trata da reserva do plenário. Existem decisões de caráter vinculante, por exemplo, recursos repetitivos, de IAC. Mas as decisões proferidas nesses casos tem caráter vinculante. 
Usos e costumes judiciários
Também servem de fonte do direito. Por exemplo, fazer pedido de reconsideração e ir falar com o juiz, mas esse recurso não existe, o CPC não disciplina isso, entretanto os advogados se valem disso, desse pedido de reconsideração, e muitas vezes dar certo. Exemplo, o plano de saúde com o dependente químico (que já tinha tentado suicídio), fazendo um pedido de tutela antecipada. 
Doutrina
Distinção de normas processuais e normas procedimentais. O legislador diz que a competência é distinta, mas não disse em que consiste a distinção, cabendo a doutrina fazer a distinção de normas processuais e normas procedimentais. A doutrina tem também um papel influente.
Negócios jurídicos processuais
Hoje, previsto no art.190, é permitido que as partes negociem sobre o processo. As partes podem negociar sobre o procedimento, abrir mão de determinadas coisas. Não esta se falando em negociar sobre o direito material que esta sendo discutido, a negociação é sobre o próprio processo, sobre os atos do processo, sobre os direitos processuais.
Interpretação e integração (ela não cobra isso)
Em relação a interpretação da lei processual: foi visto na aula passada que texto não se confunde com norma, que a norma é um resultado da interpretação de um texto; e diante de um texto pode-se extrair varias normas. Então todo texto legal precisa ser interpretado, até o mais claro dos textos precisa ser interpretado. Vimos que as sumulas vinculantes são textos legais e precisam ser interpretadas também. Então no âmbito do direito processual nenhuma peculiaridade. 
Em relação aos métodos de interpretação:
Método literal ou gramatical: O interprete leve em conta o sentido literal da palavra; literalidade.
Método logico-sistemático: Interpreta o texto à luz do ordenamento.
Método comparativo: Faz-se comparação com ordenamentos estrangeiros.
Método histórico: Faz um estudo da evolução histórica daquilo, como era tratado em ordenamentos anteriores.
Método teleológico ou axiológico: Leva-se em conta os fins sociais daquela norma/lei
Levando em conta esses métodos interpretativos é possível se chegar a quatro resultados possíveis:
Resultado declarativo: O interprete chega a conclusão de que a lei significa exatamente aquilo que esta escrito. Você como interprete não precisa fazer nenhuma ampliação ou restrição do alcance da lei. Simplesmente aquilo que é o sentido literal da lei. 
Resultado extensivo: O interprete presume-se que o legislador disse menos do que ele deveria dizer, então vai ampliar o alcance da norma.
Resultado restritivo: O interprete chega à conclusão de que a lei disse mais do que ela deveria dizer, então restringe o alcance da norma. O oposto do resultado restritivo é o resultado extensivo.
Resultado ab-rogante: O interprete entende pela inaplicabilidade daquela lei. Porque existia uma revogação; seja uma revogação total, seja uma revogação parcial.
Quanto à integração: O magistrado não pode se furtar ao dever de julgar. Em nosso ordenamento é vedado o non liquet. Então o magistrado não pode falar “não vou julgar por ausência de lei”; é vedado isso. Se existe a ausência de lei, ele deve se valer de analogia, princípios gerais, de fontes supletivas, ele vai integrar o sistema.
Lei Processual no Espaço
Alguns tratam como a eficácia da lei processual no espaço, ou eficácia espacial da lei processual. A lei processual regulamenta o exercício da atividade jurisdicional, da jurisdição que é uma das atividades soberanas do Estado. Então, se a lei processual regulamenta essa atividade soberana, nada mais logico do que se aplicar no âmbito espacial o principio da territorialidade estrita.
Ou seja, a lei processual ela vai ser aplicada no território que a editou, a lei processual brasileira vai ser aplicada no território brasileiro. Essa territorialidade estrita prega justamente isso, prega que as normas processuais de outros países não podem ser aplicadas aqui no nosso ordenamento. Então digamos, o processo esta ocorrendo aqui no Brasil, vai ser aplicada uma norma processual brasileira. Não faz sentido querer aplicar uma norma processual de outro território, por exemplo, japonesa. 
Então a territorialidade estrita prega justamente isso, que a norma processual brasileira vai ser aplicado dentro do território brasileiro, sendo vedada a aplicação de leis processuais estrangeiras em nosso território. Salvo se houver algum tratado especifico. Mas se for ao contrario, uma aplicação da lei processual brasileira aplicada em algum outro território vai depender do ordenamento do mesmo. 
Tem uma questão dentro de eficácia da lei processual no espaço, que é o art. 13 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):
Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
O fato aconteceu no estrangeiro, mas o processo esta correndo aqui. Em relação ao ônus e aos meios de provas que serão produzidos vão ser aplicados as regras do ordenamento estrangeiro. Isso seria uma exceção ao principio da territorialidade estrita? 
Pra uma corrente isso seria uma exceção a esse principio da territorialidade estrita. 
E para outra corrente, entende-se que isso não seria uma exceção, por conta dos institutos bifrontes (e prova é um instituto bifronte), então as normas que regem as provas não são normas processuais puras, entendem que são normas processuais materiais, então seriam normas hibridas. E pelo fato de não ser norma puramente processual à essas normas não se aplicaria esse principio da territorialidade estrita.
“... não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”: Provas que não sejam previstas aqui no nosso ordenamento, nisso inclusive os doutrinadores fazem uma critica, porque existem as provas tipificadas (prova documental, prova testemunhal), mas o nosso ordenamento também admite provas atípicas, não necessariamente provas que estejam previstas, por exemplo, mensagem de WhatsApp. 
Nem o nosso ordenamento trás essa tipicidade, então se cai no vazio. Mas é logico que não vai se permitir provas proibidas aqui no Brasil, obtidas mediante tortura, por exemplo. Mas provas que nosso ordenamento não conhece é meio vago, afinal o ordenamento prevê essa atipicidade. (Teoria Geral das Provas).
Lei Processual no Tempo
Eficácia Temporal da Lei Processual: É possível que surja uma lei processual nova, e a lei processual nova vai ser aplicada de imediato, preservando-se os atos que já foram praticados. A regra geral é da irretroatividade da lei. No direito processual, o processo é formado por uma serie de atos que se protraem no tempo e que demoram, o grande problema é esse, se surge uma lei processual nova, vai fazer o que com esses processos? 
Processos findos
Ou seja, são processos que já fundaram, que já acabaram.O processo correu, transitou e acabou. Depois que o processo acabou surge uma lei processual nova, e então? A lei processual nova NÃO ira se aplicar, ela não vai retroagir para atingir aquele processo que já findou. 
Processos futuros
Surgiu uma lei processual nova hoje, daqui a uma semana se resolve ingressar uma ação aplica a lei nova. Então a lei nova vai ser aplicada aos processos futuros.
Processos pendentes
O grande problema acontece em processos pendentes. O processo esta tramitando e no meio do processo surge uma lei nova. Faz-se o que? Aplica a lei velha, aplica a lei nova?
Como é que se da o desenvolvimento de um processo:
O processo é formado por uma serie de atos. Tem a petição inicial; depois tem a citação do réu (existem a audiência de conciliação e mediação, depois vem o réu e contesta, abre-se prazo para o autor fazer a replica); depois vem a fase do despacho saneador; ai vai ver se é necessário a produção de provas; houve a testemunha; faz prova pericial; depois que for produzida as provas o juiz decide. São vários atos do processo. Esses atos são armazenados em fases. Entao doutrinariamente 4 são as fases do processo.
1ª fase – Postulatória: Vai da petição inicial, citação, contestação, replica – é chamada fase postulatória. Essa fase postulatória concentra os atos postulatórios, ou seja, postular é pedir, só que nessa fase os pedidos se concentram.
2ª fase – Saneamento: É chamada fase de saneamento, é a fase em que o magistrado vai sanear o processo. Ele vai ver se tem alguma irregularidade, se tem alguma aresta a ser apagada. E vai determinar a correção de algum vicio. Vai verificar se é caso de julgamento antecipado da LIDE. Se não for julgamento antecipado da LIDE vai chamar as partes para a produção de provas, proferindo o despacho saneador. 
3ª fase – Instrutória: Uma vez constatada que é necessário a produção de provas, o magistrado vai determinar a fase instrutória. Então vai ouvir as testemunhas, vai haver a produção de prova pericial, a juntada de outros documentos que por ventura não foi juntado à inicial e contestação. Se da na fase instrutória. 
4ª fase – Decisória: Depois que o processo esta devidamente instruído acontece a decisão. É chamada de fase decisória. 
Então doutrinariamente essas são as fases do procedimento. Isso não significa que sempre vão existir essas fases, ou que essas fases vão se dar de forma linear assim. Além de atos, esses atos são agrupados em fases. Isso é importante para poder entender esses três sistemas:
Existem três sistemas:
Unidade processual
Esse sistema prega que o processo é um todo indivisível, então não pode utilizar mais de uma lei processual em um mesmo processo. O processo vai ser regido, todo ele, por uma única lei. Via de regra, é a lei antiga. 
Então se surge uma lei processual aqui ela não vai ser aplicada, vai utilizar a lei antiga do inicio ate o final. Ou então, absurdamente, a lei nova iria retroagir para atingir os atos antigos já praticados, mas seria uma única lei (a antiga ou a nova).
O nosso ordenamento não adota o sistema da unidade processual.
Fases processuais
A lei processual nova se aplica a fase subsequente/seguinte. Digamos que se esta na fase instrutória, surgiu uma lei processual ai, vai continuar aplicando a lei antiga, só vai ser aplicada a lei nova na fase seguinte (decisória, no caso). 
Também não é o sistema que nos adotamos.
Isolamento dos atos processuais
Esse sistema prega que os atos processuais devem ser considerados de forma isolada. E a lei processual nova se aplica ao ato seguinte. Então por esse sistema a lei processual nova se aplica ao ato subsequente mesmo que seja dentro na mesma fase. 
Obs: Existem no processo atos que são considerados complexos, que não começam e terminam de imediato – atos processuais complexos. 
Esse é o sistema que o CPC adota. Entretanto o próprio legislador trás algumas exceções a essa regra geral.
O autor Candido Rangel trás uma ideia interessante, que não é adotada pelo nosso ordenamento, que existem determinados casos que não se pode aplicar essa regra de forma irrestrita. Porque tem algumas hipóteses em que a lei nova impede ao próprio acesso à justiça, e quando isso acontece, no caso por exemplo de legitimidade das partes (instituto bifronte – a norma não seria processual pura, seria uma norma hibrida, então não deveria se aplicar esse sistema de rigidez), deve aplicar a lei antiga. 
Textos:
Lei Processual Civil, - Candido Rangel Dinamarco
A competência suplementar para legislar sob intimação pessoal do procurador do estado (encontra na internet) – Claudio Cairo
Norma de processo e norma de procedimento: o problema da repartição de competência legislativa no direito constitucional brasileiro - Livro da Paula sarno
Aula 05 – 04/09/2019
Exceções ao princípio do isolamento dos atos processuais que nos adotamos:
O próprio CPC trás algumas exceções a essa regra, e a doutrina trás alguns artigos que demonstram essa exceção à regra.
Regra geral: art.1.046 caput
Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Primeira exceção: esta prevista no art.1046, § 1º 
§ 1º As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
 Segunda exceção: esta prevista no art.1047
As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Terceira exceção: esta prevista no art. 1054
O disposto no art. 503, § 1º, somente se aplica aos processos iniciados após a vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º, 325 e 470 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Quarta exceção: esta prevista no art. 1057 (a professora não vê como exceção)
O disposto no art. 525, §§ 14 e 15, e no art. 535, §§ 7º e 8º, aplica-se às decisões transitadas em julgado após a entrada em vigor deste Código, e, às decisões transitadas em julgado anteriormente, aplica-se o disposto no art. 475-L, § 1º, e no art. 741, parágrafo único, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Acesso à Justiça
Não se pode primeiramente tomar esse termo ao pé da letra como se acesso à justiça fosse apenas e tão somente o direito de ter acesso ao poder judiciário, ter uma tutela jurisdicional, obter uma decisão. 
Noções Gerais
Vai muito além de simplesmente se ter do judiciário ter uma decisão ou de bater na porta do poder judiciário. Não se pode interpretar isso ao pé da letra. Quando se fala em acesso à justiça a gente deve entender que a tutela jurisdicional deve ser vislumbrada sob três prismas, tutela jurisdicional enquanto decisão, enquanto resultado e enquanto procedimento. 
Não podemos entender que o acesso a justiça é apenas o direito de se obter uma decisão, ou seja, não se pode entender tutela jurisdicional enquanto decisão, porque em muitos casos vai se obter uma resposta do judiciário/obter uma decisão só que essa decisão não é efetivada/não produz o resultado pratico. O acesso à justiça não pode se restringir apenas a se obter uma decisão, o acesso à justiça vai além, vai também em si obter um resultado, fazer com que aquela decisão produza o efeito pratico correspondente. 
E além disso, deve-se observar um procedimento adequado, porque não adianta obter uma decisão, obter um resultado, mas que isso demore 100 anos. O acesso à justiça deve englobar esses três primas, não só do acesso a uma decisão, mas do acesso a um resultado pratico e de acordo com o procedimento adequado. 
O principal nome é Mauro Capelette, e essa preocupação surge em uma fase em que se percebe que o processo não é um fim em si mesmo, que processo serve de instrumento de efetivação do direito material. Há uma reaproximação entre direito processual e direitomaterial, nessa fase (de instrumentalismo) passa a ver uma preocupação com aspectos sociais. 
Principais obstáculos e tentativas de superação
Custo do processo
Processo tem um custo, então a maquina judiciaria tem um custo, juízes pagos, servidores, peritos, oficial de justiça, tem que pagar a luz do fórum, a internet, o telefone, etc. Existe todo um custo por trás dessa estrutura, e quando se vai valer por essa estrutura é preciso pagar por esse serviço que será prestado.
Toda ação tem um valor (valor da causa), que um dos requisitos da petição inicial é o valor da causa, toda petição inicial precisa de um valor (precisa ver os requisitos). Normalmente o valor da causa é o valor do proveito econômico que se quer obter naquele processo (tem vários critérios). Mesmo que a causa não tenha proveito econômico, precisa ainda assim atribuir um valor da causa. Com base no valor da causa existe uma tabela no site do tribunal de justiça. 
A medida que o valor da causa aumenta, o valor das custas da causa também aumenta, só que esse aumento não é proporcional. A ausência da proporcionalidade faz com que muitas vezes as pessoas que entram com causas milionárias para ganhar milhões/bilhões paguem proporcionalmente menos de custas com uma pessoa que entra com causas de menor valor. Então, via de regra o cidadão comum acaba pagamento proporcionalmente mais de custas do que aquelas empresas multinacionais que ingressam com ações milionárias. 
Depois disso é preciso arcar com os honorários advocatícios. E os honorários advocatícios são de duas ordens, contratuais e sucumbenciais. Os contratuais são aqueles firmados entre o cliente e o advogado. Os sucumbenciais eles são devidos à parte que perdeu deve pagar ao advogado da parte vencedora (são verbas que pertencem ao advogado vencedor) – a justiça que determina o valor dos honorários sucumbenciais é fixado em regra em um percentual entre 10% a 20% do valor da condenação; são fixados levando em conta o valor da condenação, e se não tiver condenação o valor do proveito econômico obtido se não tiver proveito obtido levando em conta o valor da causa. Em relação a fazenda publica não se aplica esse valor percentual de 10 a 20, com o novo CPC quando a condenada é a fazenda publica esse percentual varia a depender da condenação, para não ficar tão pesado para a fazenda publica. 
Em relação a ingressar com uma ação deve ter cuidado com o pedido de danos morais, porque muitas vezes é ate ganho a causa só que se perde na maioria quando a ação é julgada parcialmente procedente. Digamos que a pessoa entrou com a ação de 100 mil reais, e o juiz julga parcialmente procedente e diz que a outra parte tem que pagar apenas 10 mil reais, a pessoa ganhou 10 mil mas perdeu 90 mil e se você perdeu 90 você vai pagar de 10 a 20 % em cima de 90 mil. Então se ganhou 10 mil reais de danos morais, só que perdi 90 e o juiz me condenou a pagar 20% de honorários sucumbenciais, ou seja, 18 mil reais. Ganhou 10 mil, mas vai ter que pagar 18 mil, então eu perdi 8 mil.
Outra coisa que tem sido discutida, a impossibilidade de compensação de honorários sucumbenciais, no CPC existia a possibilidade de compensar. O novo CPC acabou com essa regra, não existe mais essa possibilidade de compensação de honorários sucumbenciais recíprocos, porque esse dinheiro não é do credor, esse dinheiro é do advogado. Então como eu posso compensar com uma verba que não é minha?
Esses honorários sucumbenciais são considerados como pedidos implícitos, mesmo que você não peça a condenação em honorários sucumbenciais o magistrado vai condenar. O novo CPC trás a possibilidade de se ingressar com uma ação autônoma para que o juiz fixe o percentual (caso o juiz tenha esquecido e eu me passado de pedir os honorários sucumbenciais). 
Ler o art.85 do CPC que trata dos honorários sucumbenciais. O custo do processo é um obstáculo, e existem algumas tentativas de superar esse obstáculo. Um deles é a gratuidade da justiça, as pessoas que não tem condições de arcar com as custas do processo, será deferida a gratuidade do processo, essas pessoas ficam isentas de pgar as custas processuais, isso já existia na lei 1060/1950, com o novo CPC essa gratuidade foi trazida para dentro do código, esta previsto nos art. 98 e seguintes. 
Qualquer pessoa, física ou jurídica que não tenha condições de arcar com as custas do processo, então ela pede esse beneficio da justiça gratuita, isso pode ser pedido através da petição inicial, da contestação, em replica, em recurso, em através de simples petição, mas também em diversos modos pode-se pleitear esse beneficio. E o simples fato da pessoa natural requerer, já gera uma presunção, de que não tem condições de pagar as custas do processo. Entretanto essa presunção é relativa, admite prova em contrario (a outra parte ou o próprio magistrado de oficio – se estiverem nos autos provas em contrario). 
O novo CPC acabou com a discussão em relação as pessoas jurídicas, pode ou não pedir esse beneficio da justiça gratuita? Não tem nenhum problema, tem empresas que estão passando por dificuldades financeiras e que de fato não tem condições de arcar com as custas do processo, só que nesse caso a jurisprudência é um pouco mais rígida, cabe a empresa (pessoa jurídica) demonstrar que ela não tem condição, não é só pedir que já gera uma presunção como no caso de pessoa física. 
Existem órgãos que prestam esse serviço, essa assistência, de forma gratuita. O que diferencia assistência jurídica da assistência judiciaria? A assistência judiciaria é um pouco mais ampla, porque concede esse advogado de forma gratuita para postular em juízo. E a assistência jurídica é além do advogado para postular mais aconselhamento/consultoria. Existem órgãos que prestam a assistência judiciaria ou jurídica de forma gratuita, ou seja, não é necessário contratar um advogado, quem é esse órgão, o principal? Defensoria Pública. Existem outros órgãos, ONG’s, núcleos de praticas jurídicas, etc. 
Uma outra tentativa de se superar foi a criação dos Juizados Especiais, porque com o Juizados Especiais, nas causas ate 20 salários mínimos, não precisa de advogado, a própria parte pode postular, além disso não existe custas iniciais, e não é condenado a honorários sucumbenciais em primeira estancia. Apenas se você não concorda com a decisão, precisara entrar com recurso inominado e paga as custas desse recurso, e pode vim a ser condenando em honorários sucumbenciais. Isso fez com que muita gente que tinha uma demanda reprimida, que não ingressava em juízo por conta dos custos do processo passou a ingressar na justiça, isso gerou a litigiosidade em massa.
Logo quando surgiu os juizados foi um caos, porque o objetivo dos juizados era ser mais célere. Mas tanta gente passou a ingressar com ação que as vezes a ação no juizado demorava mais do que na justiça comum. 
 
Duração do processo
Os processo judiciais demoram muito em nosso país. A duração do processo é desadorroada. O processo precisa tem um tempo de maturação, só que o que acontece é que esse tempo muitas vezes é exacerbado, e essa duração desadorroada do processo contribui para o estrangulamento de direitos fundamentais.
As pessoas deixam de entrar na justiça, deixam de requerer os seus direitos por conta da demora/morosidade da justiça. Além de contribuir com esse descredito do judiciário, faz com que as partes entre em acordos desproporcionais. Isso se da a dois fatores, primeiro a estrutura deficitária do poder judiciário, uma estrutura deficitária vai fazer com que o processo demore mais, então por exemplo, tem cartórios que não tem servidor. 
Melhorando a estrutura do judiciário, capacitando os funcionários isso vai fazer com que o processo tenha uma duração mais razoável. E também a própria criação de tutelas diferenciadas (tutela antecipada) pode contribuir para uma melhoria na duração do processo, então a parte quer que o processo acabe mais rápido possível (por exemplo, o plano de saúde e o menino para tratamento de dependência química), contribui para que o

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