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4ª AULA-CAPACIDADE E INCAPACIDADE SUCESSÓRIA

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11
 
DIREITO DAS SUCESSÕES 
 
Professor: Nilson Disconzi da Silva 
 
CAPACIDADE E INCAPACIDADE SUCESSÓRIA 
 
Capacidade para suceder 
 
Estão legitimadas para suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da 
abertura da sucessão.(art. 1798 CC). 
 
Somente as pessoas vivas ou já concebidas ao tempo da morte do autor da herança podem 
ser herdeiras ou legatárias. 
 
 
 
 
 O sucessor e o de cujus devem coexistir no momento da morte, ao tempo da abertura da 
sucessão, em que pelo princípio de saisine, dá-se à transmissão da herança. 
 
A referida regra geral aplicável tanto à sucessão legítima como à sucessão testamentária, 
que menciona a falta de legitimação para suceder às pessoas que não estiverem nascidas no 
momento da abertura da sucessão, não é exatamente, falta de legitimação, nem falta de 
capacidade para suceder, porém é uma questão de personalidade jurídica. 
 
Como sabemos personalidade é a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na 
ordem civil, e ela extingue-se com a morte. 
 
Quem já está morto ou não existe quando o de cujus faleceu, na verdade, não sucede porque 
a existência do herdeiro sucessível é antes um pressuposto da sucessão hereditária do que 
uma causa de incapacidade de exercício ou de falta de legitimação. 
 
Se, por exemplo, o testador nomeou herdeiro que morreu no intervalo entre a feitura do 
testamento e a abertura da sucessão, torna inválido o testamento. O mesmo se aplica no 
caso de legado. 
 
Isso ocorre porque o testamento quer a título universal (nomeação de herdeiro), quer a 
título singular (instituição de legatário), é eminentemente intuitu personae. O testador quer 
gratificar a pessoa do herdeiro, ou do legatário, e não os seus sucessores. 
 
No caso de falecimento dos nomeados, antes do testador, cláusula que os beneficia, caduca, 
tornando-se ineficaz, retornando seus bens aos herdeiros legítimos. 
 
É possível que o testador antevendo a pré-morte do herdeiro instituído, declare que, nessa 
hipótese, o direito de sucessão passará aos descendentes daquele. 
 
Princípio da coexistência 
 12
Tanto as pessoas físicas como as pessoas jurídicas podem receber testamento, pois ambas 
tem capacidade para ser titulares de direitos e obrigações na ordem civil.(ver o art 45 CC). 
 
 
 
EXCEÇÃO A REGRA GERAL 
 
A exceção é o nascituro, pois o artigo 1798 do CC diz que as pessoas já concebidas têm 
legitimação para suceder. 
 
O nascituro, embora não tenha personalidade, que só será adquirida com o nascimento com 
vida, tem legitimação para suceder, quer por sucessão legítima ou testamentária. 
 
Morto o testador antes no nascimento do herdeiro ou legatário, a titularidade da herança ou 
legado fica, provisoriamente, em suspenso. 
 
O que nasce com vida não é dono da herança a partir desse momento, mas desde a abertura 
da sucessão, tendo direito aos bens hereditários e a seus frutos, rendimentos e acréscimos. 
 
Se o nascituro nascer morto, os bens referidos no testamento ou seu quinhão de herdeiro 
hereditário são devolvidos aos herdeiros legítimos. 
 
Pode acontecer ainda de o nascituro nascer com vida e morrer logo depois. Nesse caso ele 
adquiriu os direitos de herdeiro e a herança se transmite a seus sucessores. 
 
 
LEGITIMAÇÃO PARA SUCEDER POR TESTAMENTO 
 
 
Podem ainda ser chamados a suceder na sucessão testamentária: (art. 1799 do CC) 
 
I. Os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testamento, desde 
que vivas estas ao abrir-se a sucessão. 
II. As pessoas jurídicas. 
III. As pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma 
de fundação. 
 
Ver art.1800 do CC.(faz remissão ao art. 1775 por engano, o correto é o art. 1797 do CC). 
 
 
§ 4° do art 1800: “Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido 
o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão 
aos herdeiros legítimos”. 
 
 
 
 
 13
CASOS DE FALTA DE LEGITIMAÇÃO NA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 
 
No artigo 1801 do CC estão enumeradas as pessoas que não tem legitimação para ser 
nomeadas herdeiras ou legatárias. 
 
I- A pessoa que, a rogo escreveu o testamento, nem seu cônjuge ou companheiro, 
ou seus ascendentes e irmãos. 
Podemos estranhar a ausência dos descendentes de quem escreveu o testamento, mas o 
artigo 1802,caput acaba suprindo essa lacuna. 
 
II- As testemunhas do testamento. 
III- O concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado 
de fato do cônjuge há mais de cinco anos. 
 
A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou 
por seus herdeiros necessários, até dois anos depois da dissolvida a sociedade conjugal. 
 
Deve-se ressaltar, preliminarmente, que a proibição do art 1801,III,não se aplica, de 
modo nenhum,ao que vive em união estável com o testador. 
Ver o art 1723 do CC 
 
IV - O tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, 
assim como o que fizer, ou aprovar o testamento. 
 
Ocorre interposição de pessoas quando a deixa testamentária beneficia diretamente u 
terceiro e indiretamente o não legitimado. A interposição de pessoas é um negócio 
simulado e, portanto nulo.(art.1802 CC). 
 
 
EXCLUSÃO DO HERDEIRO 
 
 
Indignidade é a privação do direito, cominada por lei, a quem cometeu certos atos 
ofensivos à pessoa ou interesse do hereditando, ou seja, O legislador cria uma pena, 
consistente na perda da herança, aplicável ao sucessor legítimo ou testamentário que 
houver praticado determinados atos de ingratidão contra o de cujus. 
 
A indignidade distingue-se da deserdação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDIGNIDADE Atinge tanto a sucessão legítima como a 
testamentária 
 14
 
 
 
 
 
 
 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DO INDIGNO 
 
 
Art 1814 CC. Ficam excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
 
I- que houverem sido autores , co-autores ou partícepes de homicídio doloso, ou 
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, 
companheiro, ascendente ou descendente; 
II- que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou 
incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III- que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da 
herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 
 
A acusação caluniosa tem que ser em juízo criminal, em juízo civil a jurisprudência 
entende que não é considerado indigno. 
O que é calunia???? 
Acusar alguém de crime de que o sabe inocente.(art 339 do CP) 
 
Os crimes contra a honra estão regulados nos art 138,139 e 140 do Código Penal. 
São eles a calúnia, a difamação e a injúria.Novamente é importante frisar que o crime 
contra a honra só ficará apurado se houver prévia condenação criminal. 
 
PROCEDIMENTO PARA SE OBTER A EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE 
 
 
O Art. 1815 do CC determina que a exclusão deverá ser feita por meio de ação, só se 
caracterizando a indignidade se a sentença final o proclamar. 
 
O processo ordinário é uma garantia que assegura o direito de defesa. A indignidade só 
será havida como tal após o trânsito em julgado da sentença que a reconhecer. 
 
Extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão, o direito de demandar a 
exclusão do herdeiro ou legatário(§ único do Art. 1815). 
Somente podem propor a ação aqueles que tem interesse e legitimação, sendo 
indeferido pelo juiz a petição inicial quando a parte for manifestamente ilegítima ou 
faltar ao autorinteresse processual(Art.295 ,II,III do CPC). 
 
 
 
DESERDAÇÃO Atinge EXCLUSIVAMENTE a sucessão a testamentária 
 15
PERDÃO DO INDIGNO 
 
A lei brasileira permite que a vítima perdoe o autor da ingratidão, evitando assim que 
ele seja afastado da sucessão pelos outros herdeiros, após a abertura desta. 
 
O perdão é ato solene, pois a lei só lhe dá eficácia se efetuado mediante ato autêntico, 
ou de testamento(art. 1818 CC),e a reabilitação tem que ser expressa. 
 
Pode, todavia, não ter ocorrido a reabilitação expressa,e ser o indigno contemplado em 
testamento do ofendido,quando o testador já conhecia o teor da indignidade.(Art. 
1818,§ único). 
 
EFEITOS DA EXCLUSÃO 
 
A exclusão por indignidade gera alguns efeitos que merecem ser analisados: 
 
- Pessoalidade da pena: Os efeitos da exclusão são pessoais (Art.1816 CC). Isso 
porque, sendo a exclusão uma pena, ela não pode passar da pessoa do delinqüente, 
Daí decorre que os descendentes do excluído não ficam prejudicados pela sentença 
de indignidade e o sucedem, por representação, como se o indigno morto fosse. 
- Retroação dos efeitos da pena: São retroativos os efeitos da sentença a data da 
abertura da sucessão, como se o indigno na existisse, por ocasião do falecimento do 
de cujus. 
- Efeitos relativos aos frutos: O Art.1817, § único, do CC, impõe ao excluído o 
dever de restituir os frutos e rendimentos produzidos pelos bens da herança. 
- Validade dos atos de disposição: Os atos de disposição e de administração 
praticados pelo herdeiro são válidos, pois apesar de não poder dispor aquilo que 
não é seu,se seus atos fossem invalidados,eles iriam colidir com o principio de 
maior interesse que é o principio da boa-fé dos adquirentes que, inspirados em erro 
comum e invencível, acreditaram na condição do herdeiro excluído. Ao herdeiro 
efetivo só cabe a prerrogativa de demandar perdas e danos do excluído.(art. 
1817,caput do CC). Ao requisito da boa-fé deve ser adicionado o da onerosidade da 
alienação. 
 
 DISTINÇÃO ENTRE INCAPACIDADE SUCESSÓRIA E INDIGNIDADE 
 
INCAPACIDADE SUCESSÓRIA INDIGNIDADE 
Impede que nasça o direito à 
sucessão 
Obsta a conservação da herança 
Enfraquecimento da personalidade 
do herdeiro 
É uma pena civil 
O incapaz não adquire a herança 
em momento algum 
Adquire quando aberta a sucessão, e perde 
com o trânsito em julgado da sentença 
O incapaz nunca foi herdeiro, nada 
transmite aos seus herdeiros. 
O indigno é como morto fosse e transmite 
sua parte aos seus herdeiros

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