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Técnica Operatória: Assepsia, Antissepsia e Suturas

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TÉCNICA OPERATÓRIA
DEFINIÇÃO 
Assepsia: Prevenção da contaminação de determinados ambientes. 
Antissepsia: conjunto de técnicas que visa eliminar ou evitar a proliferação de microrganismos.
Limpeza: Remoção de matéria orgânica. 
Desinfecção: Eliminação de microrganismos (objetos). 
Esterilização: destruição de todos organismos (meios físicos ou químicos).
Desinfecção: utilização de desinfetantes para ambiente, mesa, foco... 
Esterilização: métodos físicos ou químicos. Equipamentos, instrumental, campos. 
Anti-sepsia: PVPI, Álcool, Clorexidina.
DESINFETANTES 
• Glutaraldeído: 
Promove desinfecção de alto nível.
Mecanismos de ação: altera o DNA, RNA e síntese proteica. 
Espectro de ação: bactericida, fungicida, microbactericida e esporicida.
Indicação: artigos não descartáveis, metálicos ou corrosivos por hipoclorito; instrumental termossensível; equipamentos de aspiração, etc.
• Fenólicos: 
Mecanismo de ação: inativação do sistema enzimático e perda de metabólitos essenciais pela parede celular.
Espectro de ação: bactericida, fungicida, virulicida. 
Uso: desinfecção de superfícies e artigos metálicos e de vidro em nível médio, ou intermediário e baixo, com tempo de exposição de 10 minutos para superfícies e de 30 minutos para artigos, na concentração indicada pelo fabricante.
AMBIENTES 
Área limpa: centro cirúrgico, paramentação, esterilização.
Área mista: corredores, sala de lavagem de mãos.
Área contaminada: vestiário, pré-operatório.
PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
Anestesia: instalação de fluido, tricotomia ampla.... 
Anti-sepsia: clorexidina 2% (com ou sem álcool) ou PVPI + Álcool 
Colocação de Campo Cirúrgico estéril
TESOURA METZEMBAUM - TECIDOS
TESOURA MAYO- FIO SUTURA
LÂMINAS E CABOS DE BISTURI
PINÇA HEMOSTÁTICA HALSTED 
Pinça mosquito;
Mais delicada;
Pequenos vasos;
Pode ser reta ou curva;
 
PINÇA HEMOSTÁTICA KELLY 
Delicada;
Reta ou curva;
Grandes vasos;
Ranhuras transversais;
Ranhura incompleta. 
Vários tamanhos.
PINÇA HEMOSTÁTICA CRILE 
Diversos tamanhos;
Mais traumática;
Para tecidos e vasos;
Ranhuras transversais e ranhura completa;
Reta ou curva;
PORTA AGULHA MAYO HEGAR
Diversos tamanhos;
Semelhante às pinças Hemostáticas;
Suturas;
PORTA AGULHA DE MATHIEU 
Suturas.
PORTA AGULHA OLSEN-HEGAR 
Sutura e tesoura
PINÇA BACKAUS 
Fixação de campo;
Englobar pele e campo;
Traumática;
Vários tamanhos;
APÓSITO/ FOERSTER
Anti-sepsia;
Diversos tamanhos
PINÇA ALLIS
Traumática;
Tecidos grosseiros;
Elevação da parede abdominal;
AFASTADOR DE FARABEUF 
Afastar parede abdominal
PINÇAS DE PREENSÃO 
Anatômica 
Dente de rato
SUTURAS
Durante a síntese, são realizadas manobras manuais e instrumentais destinadas a restituir a continuidade anatômica e funcional dos tecidos, que foram separados na cirurgia ou por traumatismo.
As suturas podem ser classificadas quanto à junção das bordas, quanto à inclusão das camadas e quanto à sua continuidade.
QUANTO À JUNÇÃO DAS BORDAS:
Coaptante: ocorre a aproximação das bordas da ferida, sem deixar desníveis entre as mesmas, com o objetivo de manter a integridade anatômica e funcional do tecido.
Inversante ou invaginante: ocorre a justaposição das bordas, que ficam reviradas para fora. É indicada para a oclusão de vísceras ocas.
Eversante ou evaginante: ocorre a justaposição das bordas pela face externa com o objetivo de isolar a parte interna da sutura. É indicada para suturas vasculares ou de tensão;
Sobreposição: ocorre a sobreposição de uma borda sobre a outra com o objetivo de aumentar a superfície de contato, gerando uma cicatriz mais resistente. Utilizada em eviscerações, eventrações e redução do anel herniário umbilical.
QUANTO À INCLUSÃO DAS CAMADAS:
Contaminante: quando a sutura inclui todas as camadas do órgão, desde a serosa até a mucosa, entrando na luz do órgão suturado.
Não contaminante: quando não há comunicação com a luz do órgão, incluindo as camadas: sero-serosa, sero-muscular, sero-submucosa.
QUANTO À CONTINUIDADE
Interrompida: quando o fio é passado, amarrado e cortado individualmente.
Contínua: quando o fio de sutura é passado alternadamente entre as duas bordas do tecido. 
SUTURA SIMPLES SEPARADA OU SIMPLES INTERROMPIDA:
Coaptante
Contaminante ou não - dependendo do número de camada inclusa. 
Indicada principalmente para pele, redução de espaço morto, fechamento de cavidade abdominal (pequenos animais).
É importante realizar os pontos com a mesma distância entre uma borda e outra e com a mesma distância entre um ponto e outro.
Suturas com pontos muito próximos ou com nós muito apertados podem causar interrupção do fluxo sanguíneo para aquela porção da pele e consequente diminuição da cicatrização local.
SUTURA EM “U” EM PÉ OU DE DONATTI:
Eversante ou evaginante.
Embora atravesse todas as camadas da estrutura envolvida, não é indicada para sutura de órgãos ocos.
Não pode ser classificada como contaminante ou não; indicada principalmente para pele.
SUTURA EM “X” OU SULTAN:
Coaptante
Atravessa as camadas das estruturas envolvidas. Não é indicada para órgãos ocos;
Não pode ser classificada como sutura contaminante ou não;
Indicada principalmente para o fechamento de cavidade abdominal em grandes e pequenos animais.
SUTURA EM JAQUETÃO:
Sobreposição, atravessa todas as camadas das estruturas envolvidas, no entanto, não é indicada para órgãos ocos, não pode ser classificada como sutura contaminante ou não; indicada principalmente para redução de hérnias abdominais.
SUTURA DE LEMBERT INTERROMPIDA:
Invaginante, não contaminante;
Podendo incluir as camadas sero-muscular ou sero-submucosa; indicada para suturas de órgãos ocos, principalmente como sutura de segunda camada (útero, estômago, rúmen).
SUTURA DE HALSTED:
Invaginante, não contaminante;
Podendo incluir as camadas sero-muscular ou sero-submucosa.
Semelhante a Lembert, porém é dupla, suas indicações são as mesmas da anterior.
COLCHOEIRO
Eversante ou evaginante;
Atravessa todas as camadas da estrutura envolvida;
Não é considerada contaminante;
Indicada para síntese de uma das camadas muscular nas laparorrafias em bovinos;
REVERDIN
Coaptante;
Não pode ser considerada uma sutura contaminante;
Não é indicada para estruturas ocas;
Indicada para alguns casos de fechamento da cavidade abdominal;
Aproximação de fáscia muscular e por ser sutura hemostática, também pode ser indicada para esse fim;
	FIO
	ABSORVÍVEL
	MULTI/MONO
	TEMPO
	INDICAÇÕES
	Nylon
	Não
	Mono
	5 anos
	Pele, SC
	Poligladina (Vicryl)
	Sim
	Multi
	30 dias
	SC, musculatura
	Poliglecaprone 
(Carprofil)
	Sim
	Mono
	60 dias
	SC, musculatura, bexiga 
(custo alto)
	CATGUT 
(simples e cromado)
	Sim
	Multi
	21 dias/ 14 dias
	Grandes animais
	Popipropileno
	Não
	Mono
	-
	Tendões, pele (custo alto)
	Aço
	Não
	Mono
	-
	Fraturas 
TEMPOS CIRURGICOS 
Diérese: corte
Hemostasia: evitar hemorragia, conter sangramentos
Síntese: suturas
DIÉRESE
Criação de vias de acesso a órgãos e tecidos
- Incisão (da esquerda para direita- destros)
- Secção: cortar
- Divulsão: cortar sem “denegrir”, tirar a integridade do tecido (com a tesoura virada)
- Serração: descorna
- Punção: pressionar
Utiliza-se: Lâmina de bisturi, tesouras e eletro bisturi.
Requisitos
Extensão adequada
Respeitar estruturas anatômicas (vasos sanguíneos, nervos)
Bordas nítidas
Aponeuroses- direção de fibras musculares
Perda de sangue
Cruenta:
Incruenta:
HEMOSTASIA
Manobras destinadas a prevenir ou cessar hemorragias/sangramento;
Melhora condições técnicas;
Evita perda de sangue;
Reduz infecção e/ou deiscência (ferida não cicatriza e os pontos não fecham);
Pode ser:
Temporária ou definitiva;
Preventiva ou corretiva;
Métodos físicos ou químicos;
Temporária/métodos:
Fluxo sanguíneoreduzido ou cessado temporariamente;
Compressão: gaze, compressa, digital;
Redução aporte sanguíneo: pinçamento ou garrote;
Medicamentosa: vasoconstritores;
Definitiva/métodos:
Ligadura com fios;
Eletrocoagulação/cauterização;
Coagulação tópica- esponja, cola, selante de fibrina;
Obturação tópica- cera óssea;
Angiotripsia- Bordizo;
SÍNTESE
Manobra cirúrgica destinada a reconstituição anatômica e/ou funcional de um tecido ou órgão;
Facilitar cicatrização;
Porta- agulhas (fio e agulha), cola, grampo, adesivo;
Condições de uma boa síntese:
Assepsia: infecção/ deiscência
Bordas regulares: facilitam sutura
Material e manuseio adequado 
Evitar espaço morto, respeitar planos de sutura
Boa vitalidade dos tecidos
Técnica correta de sutura
Agulhas:
Fios de sutura:
Fácil de manipular;
Segurança no nó;
Mínima reação tecidual;
Manter bordas aproximadas até o início da cicatrização;
Baixo custo;
Composição: mono ou multifilamentoso (torcido ou trançado);
Calibre em milímetros- conforme o número de zeros (quanto maior o número de zeros, menor o calibre);
Suturas/interrompidas:
Interrompida simples: aproximação
Sultan: aproximação
Wolff: eversão
Donatti: eversão
Mayo: sobreposição
Lembert: inversão
Gelly: inversão
Suturas/contínuas:
Contínua simples/ kurshner: aproximação
Reverdin: aproximação
Cushing: aproximação
Schimieden: inversão
Especiais:
Bolsa de tabaco e sutura de reparo.
ORQUIECTOMIA EM CÃES
Evita o excesso populacional de cães, por meio da inibição da fertilidade do macho, diminui a agressividade
perambulação e o comportamento indesejável da micção.
Evita doenças prostáticas, adenomas perianais e hérnias perineais, anormalidades congênitas, anormalidades testiculares e epididimárias, neoplasia, trauma ou abscessos escrotais.
Castração pré-escrotal aberta 
Coloque o paciente em decúbito dorsal;
Verifique a presença dos testículos na bolsa escrotal;
Depile e prepare assepticamente o abdome caudal e a face medial da coxa; 
Isole a área cirúrgica para excluir o escroto do campo;
Aplique uma pressão no escroto para avançar um dos testículos o máximo possível para dentro da área pré-escrotal;
Faça uma incisão na pele e no tecido subcutâneo ao longo da rafe medial por cima do testículo deslocado;
Continue a incisão através da fáscia espermática para exteriorizar o testículo;
Faça uma incisão na túnica parietal vaginal sobre o testículo;
Não faça uma incisão na túnica albugínea, pois isso poderá expor o parênquima testicular;
Coloque uma pinça hemostática na túnica vaginal no local onde este se liga ao epidídimo;
Digitalmente, separe o ligamento da cauda do epidídimo da túnica enquanto aplica uma tração com a hemostática na túnica;
Exteriorize o testículo aplicando uma tração caudal e para fora;
Ligar o ducto deferente e o cordão vascular individualmente, e então circundar os dois com uma ligadura circunferencial proximal;
Individualmente, ligue o cordão vascular e o ducto deferente, então faça uma ligadura circundando as duas estruturas;
Pode ligar os ductos deferentes e o plexo pampiniforme juntos. 
Usar 2-0 ou 3-0 sutura absorvível (i.e., poliglactina 910 [Vicryl®], polidioxanona [PDS], poliglecaprona 25 [Monocryl®],poligliconato [Maxon®] ou glicômero 631 [Biosyn®]) para as ligaduras.
Cuidados pós operatório
Antibióticos, AINES, analgésicos, curativo.
ORQUIECTOMIA EM GATOS
Retirar os pelos do escroto com as mãos e assepticamente prepará-lo para a cirurgia;
Fazer uma incisão no sentido craniocaudal acima de cada testículo;
Fazer uma incisão e separar a túnica parietal do testículo, então transeccionar o ducto deferente próximo ao testículo;
Amarrar com duas a três laçadas com o ducto deferente e os vasos espermáticos;
Um nó duplo pode ser usado para a castração de felinos;
Colocar uma hemostática curva em cima do cordão e dobrar o cordão espermático sobre ela;
Direcionar a ponta da hemostática dorsalmente, depois ventralmente ao redor do cordão oposto ao testículo;
Depois, segurar o cordão próximo ao testículo;
Transeccionar o testículo e puxar o final do cordão através da dobra;
Digitalmente apertar o nó;
 
CRIPTORQUIDISMO
O criptorquidismo é uma falha congênita do(s) testículo(s) em descer para dentro do escroto. 
Os testículos normalmente são puxados para dentro do escroto logo depois do nascimento por fibrose e contração do gubernáculo.
Considera-se que cães e gatos tenham criptorquidismo se não houver descendência testicular aos dois meses de idade.
Um, ou dois testículos, pode se apresentar em uma posição anormal, embora o criptorquidismo unilateral seja o mais comum. 
A agenesia testicular (falha no desenvolvimento do testículo (um, monorquidismo; dois, anorquidismo) é rara. Os testículos criptorquídicos são frequentemente pequenos, moles e proporcionalmente disformes. 
Podem se localizar na região inguinal ou na cavidade abdominal.
A castração bilateral é recomendada em animais criptorquídicos, pois acredita-se que esta condição seja uma característica hereditária autossômica recessiva em cães. 
Os testículos caninos retidos estão predispostos ao desenvolvimento de neoplasias (seminomas e tumor da célula de Sertoli).
Caso o testículo esteja na região inguinal, pode ser palpado entre o anel inguinal e o escroto.
Avance o testículo inguinal unilateral móvel para a incisão pré-escrotal e remova-o. 
Remova o testículo não móvel realizando uma incisão acima do anel inguinal.
Disseque através da gordura subcutânea e movimente e remova o testículo. Submeta os testículos a um exame histopatológico para verificar a remoção do tecido testicular e descartar neoplasia.
Os testículos não palpáveis devem ser localizados por laparotomia exploratória ou laparoscopia.
Faça uma incisão na linha média ventral do umbigo até o púbis ou uma incisão paramediana adjacente ao prepúcio quando uma laparotomia exploratória for realizada.
Localize os testículos dobrando a bexiga para trás, identificando o ducto deferente dorsal ao colo da bexiga seguindo o ducto deferente até o testículo.
Caso o ducto deferente continue por dentro do anel inguinal e o testículo não possa ser manipulado dentro do abdome, faça uma incisão inguinal. 
Realize uma avulsão no ligamento da cauda do epidídimo.
Ligue duplamente a artéria e a veia testicular, e o ducto deferente separadamente. Realize a transecção e remova o testículo. 
Verifique se há hemorragia e feche o abdome em três camadas.
FIOS DE SUTURA
Qual fio escolher?
O fio de sutura deve ser tão forte quanto o tecido que está sendo suturado;
A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo ganho de resistência da cicatriz;
As alterações biológicas no processo de cicatrização pelo frio de sutura
Características
Fios sintéticos 
Menor reação tecidual 
Inabsorvíveis
Absorvíveis
Fio de aço
Fios biológicos
Grande reação tecidual
Absorvíveis ou não
Definição: Fio de sutura é uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular e com diâmetro menor em relação ao comprimento.
Fio ideal
Boa segurança no nó;
Adequada resistência tênsil;
Fácil manuseio;
Baixa reação tecidual;
Não ser carcinogênico;
Não provocar ou induzir infecção;
Manter as bordas da ferida aproximadas até a fase proliferativa da cicatrização;
Calibre fino e baixo custo.
Classificação
Absorvíveis e não absorvíveis (inabsorvível)
Deda e o algodão perdem metade de sua força tênsil em um ano, náilon perde 12% no mesmo período.
As subclassificações:
(mineral, vegetal ou sintético), 
No número de filamentos (mono/multifilamentado)
No tratamento superficial e tingimento na degradação enzimática.
Materiais absorvíveis
Fios absorvíveis naturais ou orgânicos: propriedade de serem absorvidos pelo organismo, a partir do início do processo de cicatrização. São indicados para suturas internas.
Categute
Composto em sua maior parte porcolágeno puro tratado com formaldeído.
Reação inflamatória que leva à degradação e absorção do fio, acompanhada de reação tecidual.
A absorção do categute e a perda de sua capacidade tensiva entre 7 e 14 dias, variando com o local da sutura e contaminação do local.
Absorção prematura quando exposto a secreções de pepsina ácida do estômago, a ambientes infectados e a tecido altamente vascularizado.	
É absorvido por fagocitose (macrófagos) e a digestão e absorção são realizadas por enzimas proteolíticas.
A adição de sais de cromo diminui o grau de absorção inicial (28 dias).
Utilizado para suturas de músculos e fáscia muscular e na redução de espaço morto. 
Atualmente seu emprego é desencorajado por ser um fio de alta capilaridade e multifilamentar, além de causar rejeição tecidual.
Vantagens
Fácil de manusear, absorvível pelos tecidos, relativamente forte.
Desvantagens
Impróprio para suturas externas, capilaridade alta, reação inflamatória e ocasional reação de sensibilidade.
FIOS ABSORVÍVEIS SINTÉTICOS OU INORGÂNICOS
Os fios absorvíveis sintéticos são hidrolisados, portanto, absorvidos por hidrólise num período de 60 a 90 dias.
A amônia acelera a degradação dos fios absorvíveis sintéticos, não são utilizados no sistema urinário em presença de infecções.
Ácido poliglicólico (Dexon®)
É um polímero do ácido glicólico. São copolímeros derivados de açúcares, e são lentamente reabsorvidos por hidrólise (60 a 180 dias);
Multifilamentoso.
Ótima resistência tênsil, mínima reação inflamatória.
Perde 50% da resistência em 14 dias, e é completamente reabsorvível em 90 dias.
As vantagens são: bom manuseio, absorção lenta, ampla aplicação e boa tolerância em feridas infectadas. 
A desvantagem é o custo.
Poliglatina 910 (Vicryl®)
Trata-se de um polímero contendo ácido glicólico e ácido lático na proporção de 9:1, prensado na forma de filamentos;
É mais hidrofóbico e mais resistente à hidrólise do que o ácido poliglicólico;
Perde sua força tênsil por volta de 21 dias, sendo totalmente absorvível por hidrólise em 60 a 90 dias;
Tem indicação para suturas internas.
As vantagens incluem: baixa reação tecidual, ampla aplicação, estável em feridas contaminadas; 
Desvantagem é o custo.
Polidioxanona (PDS®)
É um polímero monofilamentado com maior flexibilidade que o ácido poliglicólico, poliglatina 910 e o polipropileno. Sofre degradação por hidrólise, mas em maior tempo.
As vantagens são: perde 86% de sua força tênsil após 56 dias, absorção ocorre em 180 dias, resistência tênsil e maior flexibilidade que os anteriores. 
As desvantagens são a necessidade de realizar 7 nós em suturas contínuas e o custo.
Poligliconato (Maxon®)
É um copolímero monofilamentado de ácido glicólico e carbonato de trimetilene, com características (vantagens e desvantagens) semelhantes às da poliglatina. 
Possui excelente segurança no nó. 
As vantagens são: boa força tênsil com pouca ou nenhuma absorção durante o período crítico de cicatrização, absorção ocorre pela ação de macrófagos entre 6 e 7 meses após sua implantação e a força tênsil mantém íntegra durante 14 dias. Desvantagem custo.
FIOS INABSORVÍVEIS NATURAIS OU ORGÂNICOS
São fios de sutura de origem animal ou vegetal, mais usados em suturas externas (pele), entretanto, também podem ser usados em suturas internas, pois são encapsulados pelo organismo.
Fio de seda
É um fio obtido da seda natural, com resistência à tração e boa capacidade de aplicação do nó cirúrgico;
Apresenta-se de forma multifilamentada, torcido ou trançado;
Pode ser tratado com óleo, cera ou silicone para diminuir a capilaridade natural;
Classificado como não absorvível, perde gradativamente sua força tênsil e é absorvido em dois anos;
Poucas indicações na cirurgia de pequenos animais;
Vantagens 
Baixo custo, fácil aquisição, bom manejo;
Desvantagens
Alta capilaridade, produz ulceração gastrintestinal, quando utilizado no trato urinário pode dar origem a litíases, deve ser evitada em mucosa de vísceras ocas e feridas contaminadas, elevada reação tecidual.
Fio de algodão
Este fio foi utilizado inicialmente em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, frente às suas vantagens para a época;
Fio resistente à tração, e boa capacidade de aplicação do nó cirúrgico, apresentando-se de forma multifilamentada torcido ou trançado;
Vantagens
baixo custo, fácil aquisição, bom manejo, facilidade no nó, reesterilização (autoclavado)
Desvantagens
Capilaridade, alto índice de fricção, reação tecidual (fístulas e granulomas).
Caprolactam polimerizado (Supramid®, Vetafil®) 
É um fio multifilamentar e revestido para minimizar a capilaridade e utilizado em suturas interna e externas.
Vantagens
Força tênsil superior ao náilon; alta resistência; pouca reação tecidual.
Desvantagens
Alto custo; esterilização pelo calor ou óxido de etileno; autoclavagem dificulta o manuseio.
Poliéster
É um polímero sintético, multifilamentado e trançado, nas formas simples e revestido. 
Quando revestido, inclui o silicone, (Tycron®), o teflon (Ethiflex®) utilizado na cirurgia cardiovascular e plástica, o dacron (Mersilene®) utilizado em cirurgia cardiovascular.
Vantagens
Mais forte dos não metálicos; pouca perda da força tênsil.
Desvantagens
Maior reação tecidual entre os sintéticos, não podendo ser utilizado em feridas contaminadas; pobre segurança dos nós (mínimo 5 laçadas) e elevado coeficiente de fricção.
Fios metálicos
Os fios metálicos, em aço inoxidável, podem ser trançados ou monofilamentados;
São de difícil manuseio, mas possuem alta resistência, sendo utilizados em síntese óssea;
Não provocam reação tecidual;
Os nós comuns são impraticáveis, sendo fixados por meio de torção de suas extremidades com alicate ou pinça hemostática;
Os fios de aço inoxidável são empregues na redução de fraturas;
Vantagens
alta resistência, inertes; fácil esterilização; baixo coeficiente de fricção; não capilares; cicatriz mínima.
Desvantagens
Manejo delicado; permanente; nós de difícil aplicação; tendência a cortar os tecidos moles; extremidades dos fios podem causar um ponto de irritação; instrumentos especiais para o corte.
Seleção do material de sutura
A seleção do fio de sutura é baseada em: propriedades biológicas do fio e situação clínica.
Princípios da seleção do fio de sutura
Resistência pelo menos igual ao tecido a ser suturado. 
A velocidade em que a sutura perde força e a ferida adquire força devem ser compatíveis.
Alterações biológicas provocadas pela sutura e as propriedades mecânicas do fio devem ser semelhantes às do tecido.
Pele: Monofilamento de náilon e polipropileno são mais indicados. Deve-se evitar fios com capilaridade ou reativos.
Subcutâneo: Fios absorvíveis sintéticos são preferíveis devido à baixa reatividade
Fáscia: Fios não absorvíveis de prolongada resistência: absorvíveis sintéticos (preferível)
Músculo: Fios sintéticos absorvíveis ou não absorvíveis.
Vísceras ocas: Fios absorvíveis sintéticos e não absorvíveis monofilamentados. Deve-se evitar os fios não absorvíveis multifilamentados e seda na vesícula urinária.
Tendão: O náilon e o aço inoxidável são os mais utilizados. A polidioxanona e o poligliconato também podem ser utilizados.
Vaso sanguíneo: O fio polipropileno (menos trombogênico), náilon, poliéster revestido.
Nervo: Fio de náilon e polipropileno (baixa reatividade).
Propriedades dos fios de sutura
Características físicas
Configuração física: Composição dos fios quanto aos seus filamentos: mono ou multifilamentados (trançado ou torcido). Os multifilamentados aumentam chances de infecção.
Capilaridade: Capacidade de captar líquidos, mesmo que só uma extremidade esteja em contato com os líquidos.
Absorção de fluidos: É o poder que o fio tem de captar fluido quando está totalmente imerso. A capilaridade e absorção de fluidos estão intimamente relacionadas com a capacidade que o fio tem de captar, transportar e reter bactérias. 
Os multifilamentados têm maior capacidade de absorção.
Aderência bacteriana:É a capacidade que o fio possui de fazer com que as bactérias aderem em sua superfície e/ou interstício. Portanto, os fios monofilamentados têm indicação em ferida contaminada.
Força tênsil: É a somatória das forças necessárias para quebrar o fio, dividido por área de secção transversal do diâmetro do fio. Esta força se quadruplica quando dobra o diâmetro do fio.
Força do nó: É a força necessária para um determinado tipo de nó escorregar ou escapar. O fio ser “escorregadio” significa que ele tem um baixo coeficiente de atrito. 
Elasticidade: É a capacidade que o fio tem de retomar sua forma e tamanho original depois de tracionado (memória).
Memória: É a propriedade relacionada à elasticidade e plasticidade após ter sido dado o nó. Fios com alta memória tendem a desatar o nó, e retornar à sua forma original, como o náilon.
 A memória influencia no manuseio, sendo os fios com alta memória dificultam o manuseio. Fios com alta memória, que são pouco elásticos e com grande força tênsil têm tendência a cortar tecidos.
Reação inflamatória aos fios de sutura
O trauma da incisão (diérese) e da passagem da agulha (síntese), o efeito isquemiante do nó, a natureza do fio utilizado.
Nos primeiros quatro dias iniciais decorridos da sutura, a reação tecidual é da mesma natureza (inflamação exsudativa inespecífica) independentemente da natureza do fio, pois se deve ao trauma causado pela passagem da agulha.
A reação aos fios absorvíveis é do tipo reação inflamatória exsudativa, que compromete sua resistência tênsil.
A reação tecidual termina com absorção completa do fio.
A invasão inflamatória entre os fragmentos propicia substituição gradual do fio por tecido fibroso neoformado.
Os fios inabsorvíveis possuem resistência tênsil menos comprometida pela exsudação inicial e causam reação inflamatória crônica, com formação de granuloma do tipo corpo estranho, sendo que o fio é envolvido por tecido fibroso contendo linfócitos, histiócitos e células gigantes, do tipo corpo estranho.
Consequências da reação tecidual excessiva
É o corte do tecido excessivamente inflamado, pelo próprio fio. Ocorre retardo na cicatrização da ferida, formação de bridas interperitoniais (aderências) e predisposição à infecção.
Fenômenos tardios: Abscesso local, formação de cavidades (fístulas), eliminação periódica e espontânea dos fios.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Histórico/Anamnese: animal saudável, vacinação em dia, vermífugo (cada 4 meses), ectoparasitas (tratamento) e alimentação
Paciente que necessita de estabilização, doença pré-existente (infecções, hemorragias)
Tratamento prévio/contínuo- questionar proprietário
Exames pré-operatórios: colher pelo menos 24 horas antes do procedimento (hemograma, ureia, creatinina, fosfatase alcalina, ALT, AST);
Exame físico: mucosas, TPC, presença de secreções (olhos, ouvido, narinas, genital e região anal), auscultação cardíaca e pulmonar, avaliação estado corporal
Se suspeitar de alteração em algum sistema específico- exames complementares para quantificar alteração (citologia, radiografia, ultrassonografia...)
Informações ao proprietário
Riscos: anestésico e cirúrgico;
Previsão de alta: dias de internamento – custos;
Cuidados pós-operatórios: riscos- gastos (medicamentos, curativo, roupa, colar elisabetano, recidiva) - colocar como receita;
Banho, quando necessário/ evitar no pós-operatório;
Controle de ectoparasitas- pulgas e carrapatos;
Jejum para o dia da cirurgia: alimentar 8-12hr e hídrico de 4-8 hr;
Cuidados pós-operatório
Observação recuperação anestésica- acompanhar animal até completa recuperação
Curativos: trocar sempre quando necessário
Sangramento ferida/ hemorragia interna
Riscos de infecção
Sinais de infecção: calor, rubor, dor, perda da função
Monitoramento
Temperatura
Frequência cardíaca e respiratória
Coloração de mucosas
Medicação: antibióticos e anti-inflamatório pré, trans ou pós-operatório
Trocar decúbito quando necessário (cada 1hr)
Fezes e urina: aspecto e coloração
Animais com vômito: suporte nutricional
Receitas
Poodle 5 anos, fêmea, cirurgia eletiva de ovariohisterectomia. 
Animal saudável, sem medicamentos de uso continuo.
Peso: 3,700 kg 
FC: 120 BPM
FR: 35 RPM
Temp: 38,5 C
Exames de sangue dentro dos parâmetros
Prescrever receita pós cirúrgica e cuidados pós-operatórios.
Canecorso - Macho 4 meses de idade, cirurgia eletiva de orquiectomia. 
Peso: 26 kg
FR: 35 rpm
FC: 135 BPM
Temp: 39 C
Relatar etapas do procedimento cirurgico, prescrever receita e cuidados pós-operatórios.

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