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Terceira Geração dos Annales e a Micro-história

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Introdução ao Estudo da História
Rodrigo Perez
Aula 8
A Terceira Geração da 
Escola dos Annales
A terceira geração dos Annales, que podemos definir como os historiadores que passaram a conduzir o grupo a partir da década de 1980, proporcionou diversas mudanças no paradigma da História Social.
Nesse período, o campo disciplinar da historiografia estava passando por um momento de revisão metodológica e vigorosas polêmicas teóricas. O que estava em jogo nessas discussões era o estatuto científico da histórica.
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O questionamento da identidade científica da história foi um dos principais desdobramentos da crise dos paradigmas estruturalistas.	
Nesse sentido, podemos dizer que os historiadores da terceira geração, reagindo às questões do seu tempo, operaram transformações no paradigma da História Social, que, como já vimos, tinha inspiração estruturalista.
 Surgiu assim um novo leque de abordagens caracterizadas pelo redimensionamento das escalas analíticas e pela revisão metodológica e conceitual.
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Os principais revisores do paradigma da “História Social”
Jacques Revel (1942)
A revisão do estruturalismo característico do paradigma da “História Social” foi o imperativo da conjuntura história em que os historiadores da “Terceira Geração” atuaram. Entre esses, podemos destacar os seguintes nomes:
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Atualmente, Jacques Revel é uma das principais lideranças dos Annales e um dos principais representantes da abordagem que hoje é conhecida como “micro-história”. A micro-história foi criada na Itália e se tornou uma das abordagens de pesquisa mais prestigiadas da historiografia contemporânea. Os criadores da micro-história foram os historiadores italianos Carlo Guinzburg, Carlo Poni, Edoardo Grendi e Giovanni Levi.
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Jacques Le Goff (1924- ) 
Historiador medievalista que se notabilizou pela proposição de reflexões que não eram muito comuns no cânone estruturalista. Le Goff propôs pesquisas sobre os sistemas simbólicos, práticas linguísticas e memórias coletivas.
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Os historiadores da Terceira Geração foram buscar o diálogo com disciplinas que não combinavam com o estruturalismo da História Social e autores que não compunham o cânone bibliográfico mobilizado pelos annales. Dessa forma, a literatura, a filosofia e a psicologia passaram a estar presentes no arco interdisciplinar dos annales e autores como Nietzsche, Foucault e Freud também se tornaram fundamentos teóricos.
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Essa diversificação de abordagens resultou, inclusive, em propostas historiográficas que sofreram a rejeição dos primeiros annales: a biografia e a história política.
A terceira geração, com nomes como Phíllipe Airés, aprofundou a proposta da “História das Mentalidades”, que posteriormente foi criticada por Roger Chartier no programa da “Nova” História Cultural.
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Outra marca da “Terceira Geração” é a presença de historiadoras, até então praticamente ausentes na história social. Entre essas historiadoras podemos destacar: Christiane Klapisch, Arlete Farge, Michele Perrot e Mona Ozouf, que passaram a abordar temas como a família, a mulher e o trabalho.
Introdução ao Estudo da História
Rodrigo Perez
Atividade 8
Atividade
O historiador italiano Carlo Guinzburg foi um dos principais formuladores da micro-história, que é uma das principais influências historiográficas da terceira geração dos annales.
Carlo Guinzburg (1939)
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O texto “Sinais: Raízes de um paradigma indiciário”´, escrito por Guinzburg na década de 1970, é uma das principais formulações teóricas da micro-história.
Uma disciplina eminentemente qualitativa, que tem por objeto casos, situações e documentos individuais, enquanto individuais, e justamente por isso alcançam resultados que têm uma margem ineliminável de casualidade. (...) Tudo isso explica por que a história nunca conseguiu se tornar uma ciência galilleana. (p. 157)
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Pesquise a respeito da proposta micro histórica de Guinzburg e escreva um texto diferenciando essa proposta do modelo da história social francesa.

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