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Resumo 1º Bimestre - Processo Civil II

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Naomi Sugita Reis
PROCESSO CIVIL II 
____________________________________________________________ 
PARTE I 
COGNIÇÃO E TUTELA DOS DIREITOS 
Todos os três poderes tutelam igualmente o direito. O direito é tutelado através de 
técnicas processuais {sentença, decisão interlocutória}. O processo só pode ser 
considerado justo quando os valores que estão em discussão são ponderados. 
A tutela dos direitos pode ser: 
• Tutela Satisfativa: satisfaz o direito e o realiza em plano concreto. E às vezes para que 
o juiz consiga satisfazer depois, ele acautela. Não há cautela. Pode ser prestada por uma 
atividade cognitiva ou executiva. Pode ter um processo de cognição ou um processo de 
execução. O autor faz alegações de direito e o réu também, pedindo pra indeferir o 
pedido. 
- Processo de Cognição 
• Quando há um exame de conhecimento das alegações provadas e depois um juízo 
de valor, quando ele decide quem tem razão. {Pode ser analisada no plano da 
amplitude e profundidade} Há um reconhecimento de direito. É um processo 
sincrético, pois mistura cognição e execução. Nem sempre a cognição antecede a 
execução porque às vezes o reconhecimento do direito vem da própria lei, não é 
necessária a cognição. Tanto a exauriente quanto a sumária podem dar lugar a atos 
executivos, seja mediante tutela provisória, seja mediante tutela definitiva. Há 
satisfação do direito. 
• Exauriente {aprofundada, garante o contraditório da ampla defesa, atinge-se a 
verdade formal e definitiva, segurança jurídica, há sentença} {escuta ambas as 
partes, decisão fundada em quadro probatório completo} {são as sentenças que 
julgam procedente ou não os pedidos das partes} {é uma tutela definitiva e idônea à 
formação da coisa julgada} 
• Sumário {rasa, quando o exame das provas não permite a amplitude do 
contraditório, há pouca informação sobre, ou quando somente uma das partes é 
escutada, ou quando o contraditório não está completo, por faltar tempo ou 
condições, não se permite o aprofundamento mas pode ser aprofundada 
posteriormente, há probabilidade e não certeza, atinge-se a verossimilhança, é uma 
tutela, decisão interlocutória mas os efeitos são definitivos} {tutela de urgência e de 
evidência}. 
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Naomi Sugita Reis
• Tutela Cautelar: ela assegura que no momento oportuno a parte possa ter a satisfação 
do seu direito. Não há satisfação. Assegura que a tutela poderá ser satisfeita no futuro. 
COMPETÊNCIA 
NOÇÕES GERAIS 
A Justiça está dividida entre especial {Justiça do Trabalho, Militar e Eleitoral} e comum 
{Justiça Estadual ou Federal}. E as competências da Justiça comum estão nos Art. 108 e 
109 - CF/88. A competência se refere à capacidade de determinado órgão de efetuar a 
jurisdição, o poder de coerção do Estado. Os juizados não seguem as regras de Processo 
Civil, eles têm uma lei própria. Quando um juiz não era competente para julgar 
determinado caso, mas acaba recebendo o processo, pode haver uma prorrogação de 
competência e ele passa a ter competência para julgar o caso. E isso só pode ocorrer 
em casos de competência relativa {territorial}. 
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E ESRANGEIRA 
O Art. 23 - CPC - a palavra chave é exclusão, é uma jurisdição exclusivamente nacional. 
Art. 21 e 22 - CPC - fala sobre a jurisdição concorrente. Não é exclusiva, tem que ser uma 
decisão estrangeira homologada, mas não gera litispendência. Para que haja 
litispendência, precisam ter duas decisões nacionais. Art. 24 - CPC 
NORMAS FUNDAMENTAIS 
Perpetuação da competência “Perpetuatio jurisdicionis”: Art. 43 - Determina-se a 
competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente. 
Salvo quando suprimir órgão do judiciário ou quando se modificar a competência 
absoluta. 
Direito ao juiz natural: apenas a lei geral e anterior pode definir a competência dos 
órgãos jurisdicionais. A propositura de demanda judicial não se dá de maneira caótica e 
arbitrária. Ela obedece à rígida especificação legal, abstrata e prévia. 
Competência sobre a competência: todo juiz tem competência para apreciar a sua 
própria competência para examinar determinada causa. É natural que o juiz da causa 
possa decidir sobre sua competência. 
REGIMES DE COMPETÊNCIA 
A competência absoluta é determinada em atenção ao interesse da administração da 
justiça, enquanto a competência relativa busca facilitar o acesso à justiça das partes. Por 
isso que as regras de competência absoluta não admitem modificação pelas partes. 
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Naomi Sugita Reis
I. Absoluta: A matéria da causa e a natureza da causa {partes do critério objetivo} e o 
critério funcional. Não pode ser alterado pelas partes e não pode haver prorrogação. 
II. Relativa: Critério territorial ou valor da causa, pode ser alterado pelas partes e admite-
se a prorrogação. Art. 62 - CPC. 
 CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO 
Todos os critérios têm que ser analisados ao mesmo tempo. 
I. Objetivo: leva em conta a natureza da causa, a matéria, a pessoa e o valor da causa, em 
determinadas hipóteses. 
II. Funcional: leva em conta as funções desempenhadas por cada órgão. Por isso que é 
primeiro e segundo grau e primeira e segunda instância. A regra geral é que a primeira 
instância analisa e a segunda é um grau recursal. 
A. Primeiro Grau: Estadual {Juiz de Direito - Vara} e na Justiça Federal {Juízes 
Federais - Seção Judiciária/Vara}. 
B. Segundo Grau: Estadual {Desembargadores - Tribunal de Justiça} e na Federal 
{Juízes Federais - Tribunais Regionais Federais} 
III. Territorial: é estabelecido por lei, pelo NCPC e em todos os casos vai ser relativo, 
menos em um, que é quando a ação versa sobre bens imóveis, neste caso, vai ser 
ajuizada a ação sempre na comarca em que o bem se encontra. 
• A regra geral é que a ação vai ser proposta no local de residência do réu, se o réu tiver mais de 
um domicílio, pode ser qualquer um deles, a escolha é do autor. Se o réu tiver 
domicílio em local desconhecido ou morar fora do país, o autor pode propor a ação 
no seu próprio domicílio. Já se o autor morar fora do Brasil, ele pode propor onde ele 
quiser. Quando tiver dois ou mais réus que morem em lugares diferentes, o autor 
pode escolher onde ele quer ajuizar a ação. A execução fiscal será proposta em 
qualquer lugar. Quando o réu for ausente, a ação se dará no local de seu ultimo 
domicílio. 
• Quando versar sobre um bem imóvel, vai ser proposta no município onde ele estiver. 
Quando uma pessoa propõe erroneamente determinada ação, ela não poderá ser 
prorrogada, vai ter que mudar pro juiz competente. Em casos de propriedade, 
vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
{Competência ABSOLUTA} 
• O autor propõe no lugar onde o de cujus {autor da herança} morou pela ultima vez, 
mas quando ele não tiver domicílio certo, pode ser no lugar onde ele tinha bem 
imóvel e se ele não tivesse bens móveis, o local onde se situe qualquer dos bens do 
espólio. 
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Naomi Sugita Reis
• Quando se trata de ação proposta contra a União, vai ser no lugar de domicílio do 
autor, no lugar onde ocorreu o fato ou no Distrito Federal; e quando se trata de ação 
da União contra pessoa, será no domicílio do réu. 
• Quando se trata de ação proposta contra o Estado ou o Distrito Federal, vai ser no 
lugar de domicílio do réu, onde ocorreu o fato, onde se situa a coisa ou na capital do 
respectivo ente federado. 
• Alimentando, em caso de divórcio, é o autor, quem pede a pensão e vai ser no seu 
domicilio que vai ser ajuizada a ação. Em caso de divórcio com filhos, vai ser ajuizada 
a ação no domicílio do guardião. Em caso de não haver filhos vai ser no ultimo 
domicilio do casal mas se nenhuma das partes viver no ultimo domicilio, vai ser no 
lugar onde o réu mora. 
• Quando é contra pessoajurídica, a ação vai ser onde é a sede e quando é contra uma 
associação sem ser jurídica, é onde ela exerce sua atividade. 
• Quando é reparação de dano, ocorre no local do fato. 
• Quando é acidente de veículos é no domicílio do autor da ação ou no local do 
acidente. 
• Quando a ação for proposta contra um incapaz, será feita no domicílio de seu 
representante. 
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
{Competência relativa} 
O critério territorial permite que o autor proponha em qualquer lugar do país. A 
competência relativa pode ser modificada. Preliminar de contestação: alegar que não 
tem porquê a pessoa estar sendo processada e alegar a incompetência do juízo, mérito. 
Quando o juiz é incompetente, ele tem que se declarar assim e remeter para um 
competente; quando o juiz não se declara e nem as partes, ocorre a preclusão, ou seja, o 
juiz passa a ser competente. {A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer 
tempo e grau de jurisdição, e tem que ser declarada de ofício} 
I. Voluntária ou convencional: As partes podem convencionar um foro específico e, via 
de regra, vai permanecer o foro convencional; mas as vezes o juiz pode declarar de 
oficio a clausula abusiva {pode ser de consumo, mas não necessariamente} 
{desfavorável ao réu, quando houver dificuldade para ele se defender}, antes da citação 
do réu, e passar a ação para o domicilio do réu. O réu só faz parte virtualmente do 
processo, pois foi a parte que propôs a ação. Citado, incumbe ao réu alegar a 
abusividade da cláusula de eleição {escolha} de foro na contestação, sob pena de 
preclusão. {Preclusão: impedimento de usar uma faculdade processual civil} 
II. Legal: quando modifica-se a competência para que as ações parecidas possam ter a 
mesma sentença. Pela prevenção, o juizo {prevento, que primeiro teve contato com a 
causa} estabelece ou fixa sua competência, excluindo a de qualquer outro órgão, mandando 
um pedido de ofício para os outros órgãos que possuem os outros autos parecidos, 
remeterem-los. O registro ou a distribuição da petição inicial, torna prevento o juízo. 
Conflito de competência acontece quando dois ou mais juízes se declaram competentes 
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Naomi Sugita Reis
ou incompetentes, processo fica parado até decisão. Modificam a competência relativa 
e não a absoluta! 
A. Conexão: ocorre quando há entre duas ou mais ações a mesma causa de pedir ou o 
mesmo pedido. Elas terão que ser reunidas para receberem uma decisão conjunta, 
para que não haja conflito. Elas não serão anuladas. Não se exige que sejam as 
mesmas partes e nem que seja exatamente a mesma causa de pedir ou o mesmo 
pedido, as vezes pode ser um fato ou uma situação. Conexão própria objetiva. 
Serão reunidos no juízo prevento. 
B. Continência: ocorre quando há entre duas ou mais ações as mesmas partes ou a 
mesma causa de pedir. Não se confunde com litispendência. O pedido de uma das 
ações é mais abrangente que o da outra. Uma ação contida na outra. Os processos 
são reunidos, mas não são extintos, eles continuam andando juntos, com a mesma 
decisão. Se o maior {ação principal mais uma acessória} {continente} for proposta 
antes, a menor {contida} será julgada extinta, mas se a maior for proposta depois, 
haverá continência. Conexão própria subjetiva. Serão reunidos no juízo prevento. 
PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO 
JUIZ 
O juiz tem que ser um juiz natural para ser legítimo, ele é imparcial e competente. ele tem 
que conduzir o processo de maneira cooperativa, ou seja, de maneira paritária, 
dialogando com as partes a fim de permitir que elas o influenciem em seu julgamento; ele 
só vai adquirir uma postura assimétrica no momento da sentença. 
Deveres: 
• Esclarecimento: esclarecer as duvidas das partes 
• Prevenção: prevenir as partes do perigo e do êxito de seus pedidos 
• Consulta: consultar as partes antes de decidir qualquer coisa 
• Auxílio: ajudar as partes em qualquer dificuldade, seja na hora de exercer seus direitos, 
seja na hora de cumprimento de deveres. 
O juiz tem que, a qualquer tempo, estimular as partes à autocomposição, nem que seja 
por meio de mediação. De promover a adequação ao processo às especificidades da causa, 
dilatando prazos processuais e alterando a ordem de produção das provas, para dar mais 
efetividade à tutela do direito. 
Impedido {quando ele já atuou no processo como mandatário da parte ou como membro 
do MP; se ele proferiu decisão em outro grau; se nele estiver postulando como membro do 
MP ou da defensoria algum parente do juiz ou seu cônjuge; quando ele mesmo for parte 
ou seu cônjuge} Relacionado a quando ele mesmo for parte ou seu cônjuge ou parente 
ou quando a sentença for afetá-lo direta ou indiretamente ou quando ele já atuou no 
processo. 
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Naomi Sugita Reis
Suspeito {conhece uma das partes e pode ser de foro intimo, não precisa justificar, se 
receber presentes de uma das partes, quando uma das partes for sua ou de seu 
cônjuge ou de seus parentes próximos credora ou devedora, ou quando for 
interessado no processo a favor de qualquer das partes, quando for amigo ou 
inimigo intimo}, ele não é imparcial. Ocorre quando ele tiver relação com uma das 
partes. 
O juiz tem que se reconhecer impedido ou suspeito, se declarar. Ele remeterá os autos 
para outro juiz, um substituto legal competente e não para o juízo, vai permanecer no 
mesmo juízo, na maioria dos casos. 
PARTES 
Para ser parte integral num processo, é necessário que haja capacidade para ser parte, 
capacidade para estar em juízo e capacidade postulatória. 
• Capacidade para ser parte: é a capacidade de demandar e para ser demandado em 
juízo, se relaciona com o conceito de personalidade jurídica, quem a tem, tem capacidade 
para ser parte. Mas, há capacidade para ser parte quem não tem personalidade jurídica, 
como: espólio, herança, nascituro, massa falida… 
• Capacidade para estar em juízo: é a capacidade para praticar válida e eficazmente atos 
processuais; relacionada com a capacidade civil; os absolutamente incapazes tem que ser 
representados, já os relativamente incapazes tem que ser assistidos. 
• Capacidade postulatória: é a capacidade para postular, em nome próprio ou alheio em 
juízo. Quem tem essa capacidade é o advogado, o defensor público e os membros do 
Ministério Público. 
As partes têm obrigação de agir de boa-fé, que pode ser objetiva ou subjetiva. A 
objetiva remete ao dever comportamental, de cumprir com exatidão todas as ordens 
judiciais; já a subjetiva remete ao estado de consciência, ao dever de dizer a verdade, 
não formular falsos pedidos e fundamentos. 
I. Representação: 
Os incapazes têm capacidade de ser parte, mas não para estar em juízo, pois eles não 
podem praticar validamente os atos processuais. A representação é o meio pelo qual se 
integra a capacidade de estar em juízo; o representante não se considera como parte, só 
está no processo para integrar a capacidade do menor. O espólio é representado pelo 
inventariante. Curador: pessoas maiores de idade que perderam sua capacidade civil, a 
elas é designada um curador “para a vida”. 
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Naomi Sugita Reis
Serão representados, os entes federados, autarquia, massa falida, herança, espólio, 
condomínio, pessoa jurídica estrangeira… 
II. Curador especial: o curador vai ser nomeado apenas para o processo, trata dos 
interesses da pessoa no processo, e não para a vida, vai ser um membro da defensoria. 
Vai ocorrer quando os interesses do incapaz coincidirem com o do representante ou 
quando ele não tiver um curador ou em caso de revelia. Os idosos não precisam ter 
sempre um curador, só se estiverem em situação ruim, de risco. 
III. Integração da capacidade processual dos casados - ações reais imobiliárias com 
comunhão de bens: 
A. Autor: uma pessoa que esteja casada com comunhão de bens, não poderá ser 
autora em um processo sem consentimento do outro em casos que versemsobre 
bens imóveis, ações reais imobiliárias, tem que haver a outorga do cônjuge, pode 
ser uxória {mulher} ou marital {marido}. A outorga é requisito para que a pessoa 
possa ter direito pleno em ações reais imobiliárias. Pode ser suprido o 
consentimento se o cônjuge não aceitar sem justo motivo. 
B. Réu: litisconsórcio passivo necessário, se entrar contra uma pessoa casada, 
entrará contra o cônjuge ou companheiro, ambos serão chamados. Em ações que 
versem sobre direitos reais imobiliários, salvo se houver separação de bens, 
dividida de um deles que foi utilizada pela família. 
Em ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é 
indispensável nas hipóteses de compasse ou de ato por ambos praticado. 
IV. Representação/ regularização da capacidade: 
Se o autor é que tinha que regularizar o processo e não o corrigiu, o processo é extinto; se 
o réu tinha que regularizar e não o fez, ele se torna revél. 
V. Substituição processual: ocorre quando a lei permite que determinada pessoa entre 
com nome próprio para defender direito alheio. Essa parte que não defende direito 
próprio é o substituto, a pessoa é o substituto. Substituição significa alguém estar 
como parte no lugar de outra pessoa. {Ex: ação civil pública}. Isso é uma faculdade 
excepcional. Essa parte tem todos os deveres de uma parte comum, mas não pode 
abrir mão do direito material, não pode transacionar, na maioria dos casos. 
 
VI. Sucessão processual: quando uma pessoa passa a ocupar o lugar de outra no 
processo, passar a ocupar sucessivamente no tempo o lugar de uma pessoa. {Ex: em 
caso de morte, às vezes, pois em alguns direitos, não tem nexo ocorrer a sucessão; 
ocorre quando o réu se diz não parte e nomeia outra pessoa, no CPC, está escrito 
substituição, mas na verdade é sucessão} {Art. 109 e 110} {nomeação à autoria}. 
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Naomi Sugita Reis
VII.Representação, substituição, sucessão: o representante não é parte; o substituto é 
parte; sucessor é parte. Na representação se integra a capacidade de estar em juízo do 
incapaz, na substituição ocorre pleiteio de direito alheio em nome próprio, na 
sucessão, ocorre troca de partes no processo, sucessão de pessoas. 
VIII.Substituição do advogado: pode ser uma iniciativa da parte ou do advogado. O 
advogado tem que ter um mandato conferindo poderes para ele defender a parte {ad 
judicia e ad judicia et extra}, se a parte quiser trocar de advogado, ela revoga os poderes 
dele; se o advogado não quiser mais defender a parte, ele renuncia. 
A. Parte: revoga, dai ela tem que instituir em um prazo um novo advogado. Se ela não 
o fizer, o juiz vai chama-la para instituir, se ela se recusar sendo autora, o processo 
se extingue; mas se ela recusar sendo ré, revelia. 
B. Advogado: renuncia, tem que provar que a parte está ciente, se a parte não 
contratar outro advogado, no prazo, é o advogado que renuncia que vai ser 
responsável pelo processo ainda. 
1. Substabelecimento: é entre advogados. Assina o substabelecimento sem 
recursos {passa todos os poderes para o outro; deixa de ser o advogado} ou com 
recursos {mantém os poderes antigos e divide os poderes com o novo; ambos 
são advogados ao mesmo tempo}. O substabelecimento tem que ser assinado 
pela parte. 
TERCEIROS 
I. Assistência: o terceiro tem interesse no processo, quer ajudar uma das partes. É 
intervenção voluntária. Quem desejar entrar como assistente, deverá requerer ao juiz, 
em petição escrita, seu ingresso na causa. Não havendo impugnação no prazo de 15 
dias, o assistente será deferido. 
A. Simples: {Art. 121 e 122} 
• Não é autor e nem réu. Ele precisa apresentar interesse jurídico para poder entrar 
no processo como assistente {seja porque ele tem interesse na correta 
interpretação dos fatos que não lhe dizem respeito, ou porque ele possui uma 
relação jurídica com o assistido, a qual depende da solução}. 
• Ele tem papel de coadjuvante, vai ajudar apenas, a vitória de seu assistido vai ser 
benéfica para ele. 
• Exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o 
assistido. 
• O assistente pode ingressar no processo até na fase recursal, ele vai poder ajudar 
somente a partir do momento em que ele entrou, ele recebe no estado em que se 
encontra. 
• Ele não pode ser atingido pela coisa julgada, somente pelos efeitos reflexos da 
sentença. 
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Naomi Sugita Reis
• Quando houver ato negocial dispositivo praticado pelo assistido, a vontade do 
assistente simples não poderá nunca ser em sentido contrário. Mas a 
subordinação do assistente ao assistido não ocorrerá em casos de atos-fatos 
processuais praticados pelo assistido, porque neles não tem vontade que possa ser 
contrastada pelo assistente {ex. revelia} ou seja, o assistente poderá agir contra o 
assistido se não houver expressa manifestação contrária dele. 
• O assistente não pode suprir a omissão do assistido se ela for uma omissão 
negocial, mas se for uma omissão de ato-fato, como a revelia, ou coisa tacitas, 
poderá, desde que o assistido não tenha sido expressamente contra. 
• Sendo revel o réu, ou se houver qualquer omissão do réu, o assistente pode agir 
como substituto {age em nome próprio em favor de direito alheio}. Pois ja agia 
com legitimação extraordinária subordinada. Portanto, não haverão os efeitos de 
revelia. Porém, quando o assistido dizer expressamente que não quer que o 
assistente aja, daí ele terá que obedecer. 
B. Litisconsorcial: 
• O assistente tem uma relação jurídica com o adversário de seu assistido, pois o 
assistido também tem relação jurídica com o autor. 
• Aquele que é titular de direito material discutido em juízo pode ingressar 
ulteriormente no processo e aderir à posição de uma das partes para “assisti-la”. 
• Ele será atingido pela coisa julgada. Quando ele ingressa, assume a posição de 
litisconsorte, vai ser parte no processo junto com o assistido. 
• O assistente litisconsorcial é parte interveniente no processo, sendo restringido a ele 
só o princípio da demanda, já que o processo ja foi instaurado, todos os poderes 
processuais que se conferem à parte, também são conferidos ao assistente 
litisconsorcial. 
• A assistência litisconsorcial exige a comprovação do interesse jurídico direto do 
pretenso assistente, ou seja, a demonstração da titularidade da relação discutida no 
processo. 
• Não incorre em substituição quando a parte principal torna-se revel, pois como o 
assistente litisconsorcial é parte, não tem como defender interesse de outros, é seu 
próprio interesse. 
II. Amicus curiae: {amigo da corte} não é necessário existir grande repercussão. 
Voluntariamente, por ofício ou por vontade das partes entra pessoa natural ou 
jurídica, órgão, instituições etc ao processo para ajudar, dar seu ponto de vista no 
debate, na questão. Não implica em alteração de competência e não autoriza a 
interposição de recursos, o amicus curiae não poderá recorrer, só se for num caso de 
demandas iguais. É um terceiro que pode participar do processo a fim de oferecer 
razões para a justa solução ou para a formação de um precedente. O que move é o 
interesse institucional. 
III. Denunciação da lide {Art. 121}: intervenção forçada 
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Naomi Sugita Reis
• Não é voluntário, ocorre quando uma das partes {denunciante} se interessa na 
entrada de um terceiro; quer que o denunciado {terceiro}, ingresse na lide, mas não é 
sempre que ele vai entrar como assistente. 
• Entra para que, na hipótese de o denunciante ganhar a ação, o terceiro vai se beneficiar 
automaticamente ou, na hipótese de que o denunciante perca a ação, terá que ressarcir, 
por ser seu garante {denunciante tem direito de regresso}. 
• Cria-se uma cumulação objetiva eventual de demandas no processo: se concebem 
duas ações no mesmo processo, sendo a segunda somente apreciada se a 
principal resultar emprejuízo para o denunciante. 
• Podem existir duas condenações: do réu frente ao autor e do denunciado frente ao 
denunciante. 
• O denunciado passa a ter dupla função no processo: por ele ter interesse, assistente 
simples e por ele ser condenado caso o denunciante perca, demandado. 
• No caso de evicção prevista em contrato, a denunciação da lide é obrigatória, é uma 
condição do exercício de direito de regresso. 
• É a formação de uma lide secundária, a fim de formar duas ações dentro do mesmo 
processo, dentro do principio da celeridade e da economia processual. 
• Pode existir uma denunciação da lide feita pelo autor e outra feita pelo réu. Existirão 
então 4 ações dentro do mesmo processo. 
• Só é possível uma relação jurídica distinta, uma denunciação sucessiva. Depois da 
primeira denunciação, a responsabilização dos próximos participantes da “cadeia de 
regresso” devem fazer-se por ação autônoma. 
• Se a denunciação não for aceita, será exercido o direito de regresso por ação 
autônoma. 
• O terceiro será citado em até 30 dias se morar na mesma comarca, se morar em 
outra, 60 dias. 
• Pode ser usada em casos de seguro ou de regresso contra servidor público por 
responsabilidade civil do Estado. 
A. Feita pelo autor: não é propriamente uma intervenção do terceiro, pois será feita 
na petição inicial, ele desde o início já está incluso como réu {secundário}. O 
denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do réu ou pode renunciar. 
B. Feita pelo réu: tem que ser feita na contestação e se não o fizer, irá precluir o 
direito de denunciar a lide. 
IV. Chamamento ao processo {Art. 130}: intervenção forçada 
• O réu pode chamar ao processo quando ele é solidário com outras pessoas e o autor 
não os citou. É admitida somente em relações obrigacionais. 
• O afiançado {quem deve} pode ser chamado quando o réu for o fiador {quem se 
compromete a pagar dívida alheia}. Pois, na verdade, a dívida é dele. 
• Forma-se um litisconsórcio passivo por vontade do réu, ele vai chamar pessoas 
que são tão responsáveis quanto ele ou mais. {O fiador pode chamar o devedor 
principal, mas o devedor principal não pode chamar o fiador} 
• Autoriza aquele que satisfizer a obrigação de se sub-rogar no direito de credor em 
relação aos outros em casos de devedores litisconsorciais. 
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• É uma economia processual, pois aquele que for condenado inicialmente, poderá 
chamar outros réus que sofreriam com a sentença de qualquer jeito. 
• O réu chama os demais coobrigados para que participem da lide na mesma posição 
que ele.  
• O terceiro será citado em até 30 dias se morar na mesma comarca, se morar em 
outra, 60 dias se não der, eles não poderão participar. 
• Se tornará uma assistência litisconsorcial, pois o terceiro tem relação jurídica com 
o litigante do réu. 
V. Diferenças entre denunciação e chamamento: 
VI. Desconsideração da personalidade jurídica {Art. 136 e 137}: quando ocorre abuso 
de personalidade jurídica {fraude}, tem que ser justificada pela parte que afirmou e 
depois analisada pelo juiz, a decisão dele tem que ser fundamentada. O terceiro {sócio 
ou pessoa jurídica} vai ser citado e tentar convencer o juiz de que não houve abuso. O 
requerimento visando à desconsideração da personalidade jurídica é admissível em 
qualquer momento do processo, salvo quando requerido na inicial. O juiz pode decidir 
que os efeitos de certas e determinadas relações obrigacionais sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios, por isso que ocorre uma 
desconsideração da personalidade jurídica. 
LEGITIMIDADE 
Legitimação ordinária: existe quando há uma coincidência entre as partes do direito 
material e o direito processual. Quando a pessoa pleiteia direito em nome próprio. 
Legitimação extraordinária: não há coincidência, a lei permite que determinadas 
pessoas entre com nome próprio, para pleitear, defender direito alheio. É uma substituição 
processual. 
ATOS PROCESSUAIS 
NOÇÕES GERAIS 
Ato processual é toda conduta que se insere no processo, são declarações de vontade que 
visam à criação, modificação ou extinção de situações processuais. Eles não 
necessariamente têm forma previsível em lei. Via de regra eles são públicos, mas podem 
ser estabelecidos por lei a serem em segredo {Art. 189 - os que exigem o interesse público 
ou social, versem sobre direito de família basicamente, divórcio, versem sobre coisas 
íntimas protegidas pela CF ou arbitragem}. Apesar de eles terem sua sequencia prevista 
DENUNCIAÇÃO CHAMAMENTO
Quem pode denunciar é tanto o autor quanto o réu
O denunciado não pode se tornar parte no processo
O denunciado vira um assistente simples
Quem pode chamar ao processo é só o réu
O chamado torna-se parte no processo
O chamado vira um assistente litisconsorcial
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Naomi Sugita Reis
em lei, o juiz pode alterá-la e prorrogar prazos processuais. Eles podem ser praticados por 
suporte físico ou el 
ATOS DAS PARTES 
Normalmente os atos das partes são por meio o advogado, menos quando há depoimento 
em juízo, em que ela mesmo que fala. Eles produzem efeitos a partir do momento em que 
são praticados, menos em casos de desistência, que só produz efeitos quando homologada 
{porque dependendo da fase do processo, o réu tem que concordar com a desistência} 
{Art. 200}. Para comprovar seus atos, as partes podem exigir recibos. A desistência da 
ação só terá efeito após a homologação judicial. 
ATOS DO JUIZ 
I. Normativos: são pronunciamentos judiciais 
A. 1º grau: 
1. Sentença {não pode mais ser resolvido pelo mesmo juiz e ele não pode mudar 
de ideia. Resolve uma questão processual {Sentença terminativa} ou uma 
questão de mérito {Sentença definitiva}. Encerra definitivamente a atividade de 
cognição ou a atividade de execução sobre o seu objeto, ainda que o processo 
continue para o esclarecimento da outra parte do mérito ainda não resolvida ou 
ainda que o processo continue para fins de sentença. 
a) Parcial define uma parte do processo, enquanto a total define todo ele. 
2. Decisão interlocutória {pode ser resolvido pelo próprio juiz, não coloca fim à 
atividade dele} {serve em processos de cognição sumários}. 
3. Despacho {atos do juiz que não têm conteúdo decisório, é um impulso do 
procedimento} 
B. 2º grau: 
1. Acórdão: é um julgamento colegiado {não é somente um desembargador} pelo 
Tribunais. 
2. Decisão monocrática: decisões tomadas individualmente pelos relatores dos 
processos nos tribunais visando à economia processual, seja porque sobre seu 
mérito já exista jurisprudência ou precedentes. 
II. Materiais: são atos do juiz, como presidência de audiência e colheita de provas. 
INVALIDADES 
Sempre que possível, os atos podem ser sanados quando ocorre uma invalidade. Ocorre 
invalidade quando o ato é imaculado, quando não há respeito às regras processuais. Se o 
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Naomi Sugita Reis
juiz macular o processo, tudo que foi feito torna-se nulo. É a falta de intimação de 
membro do MP que anula, não a ausência perante a intimação. A nulidade tem que ser 
observada pela parte no primeiro momento e declarada, sob pena de prescrição. 
COMUNICAÇÃO 
Se dá através de cartas, citações e intimações. {Art. 67 e seguintes - cooperação nacional} 
Art. 67. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
I. Cartas: {Art. 260…} 
A. Carta precatória é expedida por um juiz para outro juiz de bases territoriais 
diferentes, de mesma jurisdição. 
B. Carta de ordem é de um juiz superior para inferior. 
C. Carta rogatória é a carta para um juiz de fora do território nacional {ex. citar réu 
que não mora no Brasil}. 
II. Citações: {Art. 238…} A citação válida produz três efeitos: litispendência,litigiosidade da coisa e constituição em mora do demandado. São os atos através dos 
quais alguém é chamado a integrar o processo. Antes da citação o processo já é 
existente. A partir dela, o réu passa a ser parte. Para a validade do processo, é 
necessária a citação do réu e não pode ser citado mais de uma vez. O autor não pode 
ser citado, pois ele já faz parte do processo de início. O réu passa a ser integrado no 
processo a partir que ele toma conhecimento de sua citação. E a coisa se torna litigiosa 
a partir da citação. A mora conta-se a partir da citação. A citação válida interrompe a 
prescrição. Sem a citação, a sentença é considerada nula. A regra é ser mandada pelo 
correio. Não depende da vontade da parte. 
• O réu não pode ser citado quando: estiver participando de culto religioso, for cônjuge 
ou parente de morto no dia da morte e nos 7 dias seguintes, quando for noivo, nos 3 
dias seguintes ao casamento, quando estiver gravemente doente, quando for militar 
em serviço ativo e quando for mentalmente incapaz. 
A. Citação real: {correio, e-mail, escrivão, chefe de secretaria ou oficial de justiça} Se 
não se der por e-mail, vai por correio, se não der, vai pelo oficial de justiça {remeter 
ao citando copias da petição inicial, prazo para contestação, aplicação de sanção para 
descumprimento de ordem, assinatura do escrivão ou do C.S. e do despacho do juiz}. O 
citando tem que assinar um recibo. O mandado pode ser entregue a qualquer 
pessoa que tenha responsabilidade para receber correspondência, inclusive em 
casos de pessoa jurídica {pessoa responsável por receber correspondência, gerente 
geral ou administração}. 
B. Citação ficta: {edital, citação com hora certa por oficial de justiça} Se não der nem 
por meio de e-mail, nem correio e nem pelo oficial de justiça, vai ocorrer por meio 
de hora certa. Presumida, não se tem certeza de que o réu tem ciência, é uma ficção 
legal. Quando o réu não comparece, vai ser nomeado um curador especial, que será 
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Naomi Sugita Reis
responsável pela defesa do réu citado por edital ou hora certa, esse curador pode 
ter defesa por negativa geral. 
1. Edital: tem prazo que varia entre 20 e 60 dias. Não é o prazo que o réu tem 
para se manifestar! Prazo de dilação {prazo que o edital “vale”}, tempo que será 
válido o edital, tempo que o réu tem para “encontrar”. Pode ser: 
a) Essencial: quando versa sobre direito material de usucapião, título ao 
portador ou ação que seja necessária a provocação de interessados incertos ou 
desconhecidos. 
b) Acidental: promove a citação quando for desconhecido ou incerto o réu, ou 
inacessível. 
2. Citação com hora certa: quando por duas vezes o oficial de justiça tiver 
procurado o réu deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa 
da família ou, em sua falta, qualquer vizinho que, no dia útil imediato voltará a 
fim de efetuar a citação, no horário determinado. Se o réu não estiver ainda, o 
oficial vai deixar contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, 
declarando-lhe o nome. E se recusarem-se a receber o mandado, vai ser 
efetuada do mesmo jeito. Havendo revelia, vai ser nomeado um curador 
especial ao réu. {Feita a citação com hora certa, o escrivão ou C.S. enviará ao 
réu no prazo de 10 dias contando da data de juntada do mandando aos autos, 
carta ou email informando-lhe de tudo.} 
III. Intimações: tudo que vai ser comunicado para as partes presentes durante o processo, 
vai ser por meio de intimações. Depende da vontade da parte. Elas vão ser realizadas, 
sempre que possível, por meio eletrônico e quando não forem, vão ser feitas pela 
publicação dos atos nos órgãos judiciais, já se nenhum deles der certo, serão 
comunicados os advogados das partes {e-mail, órgão oficial, escrivão ou chefe de 
secretaria, oficial de justiça, edital} . A certidão de intimação deve conter {indicação do 
lugar e nome do intimado, declaração de entrega de contrafé e a nota de ciente ou 
então a certidão de que o interessado não a pôs no mandado} 
*contrafé: é a cópia autêntica de citação ou de intimação que se entrega à pessoa citada ou 
intimada. 
PRAZOS 
Os atos processuais devem ser praticados no prazo legal. Inexistindo, o juiz deve fixá-lo de 
acordo com a complexidade do ato que deve ser praticado. E, caso nem o juiz e nem a lei o 
determinem {dupla omissão}, o prazo para a prática do ato processual vai ser de 5 dias, mas 
as intimações só obrigarão a comparecimento depois de 48h. O ato praticado antes do início 
do prazo vai ser considerado tempestivo {válido}. 
A data de publicação será o primeiro dia útil após a disponibilização no Diário de Justiça e 
o prazo vai passar a correr no primeiro dia útil após a data de publicação. 
{disponibilização, publicação, início do prazo} 
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Naomi Sugita Reis
Suspensão: coloca em suspenso o prazo durante sua fluência e quando a suspensão acaba, devolve à 
parte tão-somente o que faltava do prazo. Haverá suspensão do prazo processual no período 
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, e não se realizarão audiências e nem sessões 
de julgamentos. Suspende-se o prazo caso ocorra obstáculo em detrimento da parte ou: 
quando houver morte ou incapacidade processual, quando houver convenção das partes, 
impedimento ou suspeição, quando a sentença depender de outros processos, força maior, 
Tribunal Marítimo. Durante a suspensão, é possível somente determinar a realização de 
atos urgentes, menos quando ela ocorrer em função de suspeição ou de impedimento. 
Volta a contar a partir do dia em que parou. Se diferencia da interrupção, que volta a 
contar como se não tivesse começado, começa do zero. 
I. Classificação 
A. Legal: lei estabelece quando a pratica do ato tem que ser feita, é a regra. 
B. Judicial: quando a lei não fixar {omissão do legislador} ou permitir que seja 
alterado, é a exceção. 
1. Dilatórios: as partes podem alterar ou o juiz pode alterar; 
2. Pereptórios: o juiz não poderia alterar sem a anuência da parte. 
II. Calendarização {Art. 191} com o novo CPC, é possível calendarizar: o juiz e as partes 
podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, é uma espécie de negócio 
processual. 
III.Prazos próprios ou impróprios 
A. Próprios: da parte, se ela descumprir o prazo, ela não pode mais praticar esse ato, 
está sujeita a consequências processuais. 
B. Impróprios: o descumprimento leva a consequências administrativas 
IV. Prazos do juiz: caso precise, mediante justificação, o juiz pode estender pelo dobro 
esses prazos 
A. Despacho: 5 dias ou 10 dias 
B. Decisão interlocutória: 10 dias ou 20 dias 
C. Sentença: 30 dias ou 60 dias 
V. Fluência: o prazo flui a partir do momento em que existe, flui/corre desde a citação e 
as intimações. 
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Naomi Sugita Reis
VI.Dia de início {que não vai ser contado} 
VII.Contagem: os prazos fixados por hora, se contarão minuto a minuto {se dá em casos 
em e as partes têm que se manifestar}. A maneira mais corriqueira de contagem de 
prazo é por dia, mas EXCLUI o dia de início e INCLUI o dia do vencimento {Art. 
224}. Geralmente passa a contar a partir do dia útil seguinte pois, exclui o dia do 
início. Não conta dia útil {final de semana, feriado, recesso ou quando houver 
instabilidade no fórum ou tribunal}. Podem ser contados os prazos de maneira 
progressiva ou regressiva, o dia final do prazo tem que ser necessariamente dia útil, 
sob pena de prorrogação. 
VIII.Multiplicidade de réus: o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à 
última das datas para começo do prazo. E quando os liticonsortes tiverem advogados de 
escritórios distintos, terão prazos contados em dobro para todas as manifestações, 
independentemente de requerimento, desde que não seja processo eletrônico, porque 
existe acesso aos autos facilitado. Cessa o prazo em dobro se, havendo mais de um réu, 
um deles não procura defesa {ambosnão vão ter o mesmo escritório porque um deles não 
tem advogado nenhum}. O prazo comum para contestar é de 15 dias, mas se houver 
litisconsórcio entre pessoas com prazos diferentes, o final será diferente, mas o 
início será igual {data da ultima juntada aos autos ou da ultima citação ou intimação 
etc}. 
IX. A União, os Estados, o DF, os Municípios e autarquias e fundações de direito 
público: possuirão prazo em dobro para todas as manifestações, e a contagem será a 
partir da intimação pessoal {por carga, remessa ou meio eletrônico}. Mas poderá haver 
por meio de lei, prazo específico para o ente público. 
PRECLUSÃO 
Perda, pelas partes, de possibilidade de praticar ato processual. Se da porque: 
Data de juntada do aviso de recebimento aos autos Correio
Data de juntada do mand. de cumprim. aos autos Oficial de Justiça (hora certa também)
A data de ocorrência da intimação ou da citação Escrivão ou chefe de secretaria
Dia útil seguinte ao fim da dilação Edital
Data de publicação {dia útil após a disponibilização} Diário da Justiça impresso ou eletrônico
Carta precatória é juntada na comarca de origem Carta precatória
Dia útil seguinte à consulta ou dia do fim do prazo Eletrônico
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Naomi Sugita Reis
• não foi respeitado o prazo {temporal}; 
• o ato foi praticado {consumativa} ex: contestação feita e apresentada antes do final do 
prazo, mas errada, não tem como corrigir; 
• se pretende praticar ato parecido com ato já praticado {lógica} ou porque é 
incompatível com o momento ou porque não tem como ele o fazer. 
Ônus está relacionado à preclusão e às partes, porque é algo que se espera das partes, é 
um dever que, se elas não cumprirem, terão alguma perda. 
O réu foi citado pelo correio no dia 17/08 e devolve o AR no dia 20/08 e o AR {aviso de 
recebimento} foi juntado no processo no dia 28/08, esse não é o primeiro dia do prazo, 
portanto vai ser o dia seguinte, e como o dia seguinte não é dia útil, vai começar no dia 
útil seguinte e vai terminar no dia 29/09, pois tem feriado no meio. {15 dias é o prazo 
limite para o réu se manifestar} 
Prazo de dilação conta a partir do dia da publicação até o final, e é dia corrido; o dia útil 
seguinte ao fim da dilação começa o prazo, esgotado o prazo, vai ser nomeado um curador 
especial. 
Deprecante → expede a carta precatória → deprecado → distribuido → Varas {2ª} → juiz → 
expedir o mandado → entregar ao oficial de justiça → cumprir mandado {citação} → devolver o 
manado → mandado juntado no domicilio do réu → envia pro juiz deprecado → carta precatória 
devolvida → carta precatória juntada pelo escrivão 
Data de prazo → quando a carta precatória é juntada na comarca de origem 
Curitiba 
Foz 
Inicial “dies a quo” 
Final “dies ad quem” 
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1- Baseando-se no art. 47 do NCPC, não se pode estipular outro foro competente, uma 
vez que, se trata de bens imóveis e, portanto, de competência absoluta. Ou seja, terpa que 
ser estipulado no estado da Paraíba. 
2- Tendo como base o art. 53, inc I do NCPC, a ação devera ser ajuizada no foro onde o 
guardião legal da criança reside, neste caso essa ação deverá ser feita em Goiás e não no 
Distrito Federal. Portanto, a questão está incorreta. 
3- O art. 53, inc III, alinea a, a ação tem que ser ajuizada no foro onde se encontra a sede 
da pessoa jurídica, quando ela for ré. Portanto, está correta a afirmativa. 
4- Segundo o art. 47, par 1º, pedro so poderá ajuizar a ação em natal - rn, pois trata-se de 
uma ação cujo objeto é a servidão de um imóvel e portanto é de competência absoluta, 
não poderá ser feita em outro lugar. Dessa maneira, a questão encontra-se incorreta. 
5- Por se tratar de um Senador, haverá um foro privilegiado, dessa maneira, o juiz da 
Justiça Federal tem que se declarar incompetente, por se tratar de um conflito de 
competência. Então, o juízo incompetente deverá remeter os autos do processo ao juízo 
competente, conforme prevê o art. 64, par. 3º. cabe ressaltar conservar-se-ão os efeitos da 
decisão proferida por juízo incompetente. 
6- Nesse caso, por haver identidade entre as partes em duas ações, sendo uma delas mais 
abrangente do que a outra, sendo a continente a ação proposta por Marcelo Marmelo, 
tratando de cláusulas abusivas referentes ao empréstimo feito pelo Banco ABC-SA e 
sendo a contida a ação proposta pelo Banco ABC, de busca e apreensão do veículo pelo 
não pagamento do empréstimo, ambas as ações deverão ser julgadas reunidamente pelo 
juízo prevento, na comarca de Curitiba, seguindo o art. 58 do NCPC 
11- Faria uma denunciação da lide e tem que ser feita na fase contestação e se não o fizer, 
irá precluir o direito de denunciar a lide. 
12- o Banco Explorando S/A, terá que alegar ser parte ilegítima e incumbirá a ele indicar o 
sujeito passivo da relação jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais e de 
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
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ASPECTOS ECONÔMICOS E ÉTICOS DO PROCESSO 
ASPECTOS ECONÔMICOS 
I. Despesas: valor da causa, que é o critério objetivo de fixação de competência {a toda 
causa deve ser fixado um valor, mesmo que não econômico}. 
A. Responsabilidade provisória: {Art. 82, é daquele que pede ou requer a prática do 
ato, tem a responsabilidade de antecipar o valor; o ato só será praticado após o 
pagamento; primeiro paga, depois autua distribui. Exceção é a justiça gratuita. O 
autor tem que adiantar as despesas de atos que o juiz declarar de ofício ou a 
requerimento do MP} 
 
B. Responsabilidade definitiva: Princípio da sucumbência, a sentença TEM que fixar 
as verbas, fixando os honorários também. {o vencido paga ao vencedor os custos que 
o vencedor tiver antecipado e honorários de sucumbência} {Art. 98 par 3º}. Se cada 
parte for parcialmente vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas 
entre eles as despesas, mas se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, 
o outro responderá integralmente pelas despesas e pelos honorários. 
II. Honorários de sucumbência: Devidos pelo vencido para o advogado do vencedor. São 
diferentes dos honorários contratuais, que é o que a pessoa paga para o advogado, não 
é necessariamente parte. {Art. 85, par 2} Se o juiz falhar na questão dos honorários, 
as partes podem recorrer, mesmo se a parte de mérito esteja perfeita. Os honorários de 
sucumbência serão de 10 a 20% do proveito econômico do vencedor {quando não tem 
proveito econômico, vai ser analisado o valor da causa}. Quando o proveito econômico for 
irrisório ou inestimável, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa. 
ASPECTOS ÉTICOS 
As partes têm que agir com lealdade e boa-fé. Ato atentatório à dignidade da justiça são os 
que vão contra os Art. 77 inc IV e VI. {quando não cumpre com exatidão as decisões 
jurisdicionais e cria embaraços à sua efetivação ou pratica inovação ilegal no estado e fato 
de bem ou de direito litigioso}, quando ocorre esses atos: multa de até 20% do valor da 
causa, de acordo com a gravidade da conduta, vai ser direcionado para o Judiciário. 
Litigante de má-fé {quem altera a veracidade dos fatos; deduz pretensão ou defesa contra 
texto de lei ou fato controverso… Art. 80}. O valor da multa é de ofício e entre 1 e 10% e 
tem que indenizar a parte contrária pelos prejuízos e honorários advocatícios, mas não estão 
estipulados. Pode ter um perito só pra indenização. 
O PROCESSO 
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FORMAÇÃO 
O processo civil se forma por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso judicial. O 
direito da parte autora de propor uma ação está ligado aos princípios da liberdade e da 
demanda. 
O processo existe desde o momento da propositura da ação, no momento da citação do 
réu, esse já é existente. Porém a citação serve para dar validade ao processo, então, a 
citação é um requisitode validade do processo, e não um requisito de existência. 
Os efeitos do processo só se produzem contra o réu a partir da citação válida, ainda que 
ordenada por juiz incompetente. É com a propositura da ação, ou seja, com a formação do 
processo, que o juiz se torna prevento. 
SUSPENSÃO 
 
Os atos que ocorreram antes da suspensão são válidos, mas enquanto o processo está 
suspenso, não se praticam atos processuais, somente os atos urgentes que poderão ser 
praticados, para evitar danos irreparáveis. {absolutamente nenhum ato poderá ser feito, 
nem os urgentes, quando o juiz for suspeito ou impedido}. Não tem prazo de suspensão, 
vai ocorrer até o fim da situação de suspensão. Não importa em que momento o processo 
se encontra, se acontecer qualquer uma dessas causas, ele vai ter que suspender: 
• Morte ou perda da capacidade processual das partes 
• Convenção entre as partes {petição única} {não pode ser superior a 6 meses} 
• Arguição de impedimento ou de suspeição 
• Incidente de resolução de demandas repetitivas 
• Quando a sentença de mérito 
• Depender de julgamento de outra causa 
• Tiver de ser proferida somente após verificação de determinado fato ou prova 
• Força maior 
• Fatos da navegação da competência do Tribunal Marítimo 
• Alegação de incompetência fora do juízo da causa 
• Afetação de recurso repetitivo 
 
EXTINÇÃO 
O processo nem sempre se extingue por meio de sentença {1º grau}, mas o procedimento 
de primeiro grau sempre se exclui com sentença. Ou seja, é incorreto afirmar que a 
sentença é o ato que sempre exclui o processo, sentença é o ato que sempre exclui o 
processo de primeiro grau. De toda sentença vale recurso. 
I. Tipos de tutela: 
A. Autossuficientes {extinguem o processo quando a tutela é prestada} 
1. Declaratória: declaração de existência ou não de uma relação jurídica 
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2. Constitutiva: constituição, modificação ou extinção de uma relação jurídica 
B. Não autossuficientes {dependem de atos posteriores à sentença} 
1. Condenatória: pagamento de determinada quantia 
2. Mandamental: ordena a um fazer 
3. Executiva: reconhece direito à coisa 
As partes podem debater sobre vários tipos de questões dentro do processo e essas 
questões podem pertencer ao campo do direto processual, que impedem o exame do direito 
material debatido {saber se existe litispendência, se há coisa julgada ou se há arbitragem} 
ou no plano do direito material {questões que dizem respeito ao mérito da controvérsia}. 
O ideal, é que o processo seja resolvido com o efetivo enfrentamento do direito material 
{mérito}. Porque somente as decisões de mérito são suscetíveis de lograr a qualidade de 
coisa julgada e colocar fim definitivamente ao conflito jurídico entre as partes. Antes de 
sacrificar o exame do direito material por questões formais, tem o juiz de proporcionar à 
parte a possibilidade de praticar o ato regularmente, possível {EMENDA}. 
Desistência da ação é do processo {só pode homologar isso até a sentença} enquanto 
renúncia é abrir mão do mérito. 
Sentença de mérito → definitiva; Sentença processual → terminativa. 
Quando o juiz dá, tanto resolução sem mérito quanto resolução do mérito e a parte põe 
recurso de apelação, o juiz pode se retratar {se quiser, em 5 dias}. 
PARTE II 
PROCEDIMENTO COMUM 
Não existe mais diferenciação entre procedimento comum e procedimento especial, pois 
este foi extinto. Rege todos os procedimentos, menos o de execução {direito material não 
comporta esse tipo de procedimento}. Sempre vai ter uma fase postulatória e uma fase 
decisória! 
 Perspectiva horizontal: Postulatória → Organizatória {saneamento} → 
Instrutória → Decisória 
I. Fase Postulatória: oitiva de ambas as partes. Petição inicial, citação, audiência de 
conciliação {tentativa de consenso}, contestação, réplica, reconvenção. Provas 
documentais por parte do autor {inicial, réplica} e do réu {contestação, reconvenção}. 
O autor e o réu exercitam seus direitos dentro do processo {direitos de ação e de 
defesa}. O processo pode acabar nessa fase, se o juiz julgar improcedente 
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liminarmente o pedido {resolução de mérito} ou indefere a petição inicial {sem 
resolução de mérito}, ou até mesmo se ocorrerem os efeitos da revelia {presunção de 
veracidade da alegação do autor e julgamento antecipado} {ou se, depois da 
especificação de provas, não tiver mais prova nenhuma a ser produzida, vai direto apra 
o julgamento antecipado}. 
II. Fase Organizatória: fase de organização e saneamento, prepara-se o processo para o 
futuro e se verificam os erros do passado. É prospectiva e retrospectiva, precisa verificar 
coisas pendentes, irregularidades, delimitam-se os pontos, as questões de direito… 
Quem faz essa organização é o juiz. Ele vai também, preparar para o processo 
prosseguir. 
III. Fase instrutória: ocorre quando é necessária a produção de provas orais {depoimentos 
de partes ou testemunhas - audiência de instrução e julgamento}, ou periciais 
{perito}, ou inspeção judicial. Se precisar ter os dois tipos de prova, a pericial tem que 
ser efetuada antes das provas orais. Pode ser necessária a produção antecipada de 
provas, ou seja, não na fase instrutória, então não é apenas nessa fase em que podem 
ser produzidas provas. 
IV. Fase decisória: resolve o mérito ou extingue a sentença sem resolução do mérito. Se a 
tutela for autossuficiente {declaratória ou constitutiva}, o pronunciamento judicial já 
basta, mas se a tutela não for autossuficiente {executiva, mandamental ou 
condenatória} o pronunciamento judicial não basta e é necessário submeter a 
cumprimento de sentença, segue para a fase de cumprimento. 
V. Liquidação da obrigação: ocorre em casos de tutela não autossuficiente, somente vai 
existir essa fase, se houve uma sentença condenatória genérica. Seu objetivo é apontar 
qual é o valor exato que é devido ao demandante em função da procedência de seu 
pedido. Essa fase de cuprimento pode ser: 
A. Em um único estágio 
B. Em três estágios diferentes: postulação, instrução e satisfação da obrigação. 
Perspectiva vertical: Fase ordinária → Fase extraordinária 
I. Fase ordinária: tem por função viabilizar a prolação de uma decisão justa e sua 
adequada e tempestiva efetivação, está confiada a juízes de primeiro grau e aos 
desembargadores de segundo grau. 
II. Fase extraordinária: tem por função possibilitar a formação de precedentes e está 
confiada aos Ministros das Cortes Supremas. 
PETIÇÃO INICIAL {Art. 284 e seguintes} 
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I. Noções gerais: é o primeiro ato do processo, é o ato mais importante da parte autora, 
é ela que vai determinar o conteúdo da sentença {vai observar a petição inicial}. 
Contém o pedido formulado pelo autor. Os elementos são: partes {quem pede e contra 
quem se pede}, causa de pedir {por que se pede} e pedido {o que se pede}. 
II. Registro e distribuição: todos os processos deverão ser registrados sempre e serão 
distribuídos quando houver mais de um juízo. A distribuição por ser eletrônica e será 
aleatória, obedecendo igualdade. 
A. Distribuição autônoma: quando é especializado 
B. Distribuição por dependência: Art. 286 quando as petições se relacionarem por 
conexão ou continência 
III. Requisitos: juízo a qual é dirigida; nome das partes; endereço; e-mail; CNPJ ou RG; 
fatos e fundamentos jurídicos do pedido {causa de pedir}; pedido com suas 
especificações; valor da causa; provas do autor; a opção ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
A. Partes: a petição inicial tem que identificar quem serão as partes no processo. Se 
as informações sobre o réu não estiverem completas, mas for possível sua citação, 
a ação não será indeferida. As partes no processo tendencialmente são as partes na 
relação de direito material, que seriam as partes legítimas. A noçãode parte não 
depende do direito material. 
B. Causa de pedir {razões fático-jurídicas}: na petição inicial, o autor apresenta uma 
causa que deve justificar o pedido que é dirigido ao órgão jurisdicional. O autor 
deve afirmar um fato essencial juridicamente qualificado e apresentar o seu nexo 
de causalidade com um efeito jurídico. O autor {petição inicial} e o réu {alegação 
de defesa} podem trazer fatos essenciais a juízo a fim de delimitar o litígio. 
Inexistem fatos puros, pois eles são sempre alegações que aparecem já formuladas 
através de visão subjetiva. 
C. Pedido: o autor pede uma providência processual a fim de que o direito material 
possa ser tutelado. Divide-se em pedido mediato {bem da vida} e em pedido 
imediato {técnica processual}. O pedido mediato é o bem da vida pretendido pelo 
autor, declaração de certeza jurídica {declaratória}; criação de nova situação 
jurídica, modificação ou anulação {constitutiva}; pagamento de quantia 
{condenatória}; abstenção da adoção de comportamento {mandamental}; coisa 
reivindicada {executiva}. Enquanto o pedido imediato é a espécie de sentença, de 
pedido que o autor faz {pedido declaratório, constitutivo, condenatório, 
mandamental, executivo}. Então, a petição inicial precisa conter o pedido de 
prolação de uma determinada sentença, a fim de que possa obter determinado bem da 
vida. É a soma do pedido mediato {bem da vida, determinado com exceções} e do 
pedido imediato {espécie de tutela que o autor pretende receber, pedido certo 
sempre}. 
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1. Cumulação de pedidos: 
a) Própria: o autor formula dois ou mais pedidos, esperando receber todos. O 
valor da causa corresponde a todos os pedidos cumulados 
(1) Simples: os pedidos entre si são independentes, não guardam relação 
lógica entre si. O juiz tem dever de analisar todos. Pode ocorrer entre 
réus distintos {litisconsórcio passivo facultativo simples}. Não se 
excluem mutuamente esses pedidos. 
(2) Sucessiva: os pedidos têm vinculo de precedência lógica, e um deles só 
poderá ser examinado e acolhido se o outro for deferido. Há uma relação 
de prejudicialidade, se a primeira for indeferida, não existirá a segunda. 
“SE”. 
b) Imprópria: quando, embora formulado dois ou mais pedidos, há uma 
exclusão lógica entre eles. Há um vinculo de exclusão lógica. 
(1) Subsidiária: {eventual} {Art. 326} ocorre quando o autor faz dois ou 
mais pedidos excludentes em ordem hierárquica, existe um pedido 
principal e os outros pedidos subsidiários, que vão ser acolhidos 
somente se o pedido principal for indeferido. 
(2) Alternativa: a sentença é feita de modo que o réu tem escolha de como 
realizar a sentença. {não há ordem prioritária - Art. 326 par 2}. O autor 
da mais de uma solução, mas qualquer uma pode ser escolhida e todas 
têm que resolver integralmente seu pedido. 
A diferença entre a cumulação própria sucessiva e cumulação imprópria subsidiária: a 
postulação de um pedido só poderá ser analisado se o principal for deferido, enquanto na 
subsidiária, a postulação de um pedido só poderá ser analisado se o principal for 
indeferido, for excluído. 
D. Certeza e determinação: o pedido tem que ser certo {quanto ao pedido imediato - 
tutela a ser pedida, sempre vai ser certo} e determinado {quanto ao pedido 
mediato - qual bem da vida, genérico}. Sentença pode ser genérica se o pedido for 
genérico, as a sentença jamais será genérica se o pedido for determinado. Mas, não 
quer dizer que se o pedido for genérico, a sentença será genérica. 
E. Princípio da congruência: Art. 492 - é vedado ao juiz proferir decisão de natureza 
diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em 
objeto diverso do que lhe foi demandado. 
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Naomi Sugita Reis
F. Modificação e omissão: até a citação, pode ocorrer qualquer tipo de modificação, 
se passar da citação, vai ter que passar pelo crivo do contraditório, onde o réu pode 
recusar {em casos de revelia, o réu terá que ser citado de novo para opinar}. 
IV. Valor da causa: ainda que o litígio não tenha valor econômico imediatamente aferível 
ou mesmo que não haja litígio, toda causa que deva ser objeto de prestação 
jurisdicional, deve ser valorada! O valor da causa sempre deve retratar o estado fático-
jurídico da causa que existe no momento da apresentação da petição inicial. 
A. Critérios legais: têm que ser obedecidos; 
B. Estimativa: na ausência de critérios legais, o autor deve proceder por estimativa. 
• Prestações vencíveis e vincendas: tomar-se-á em consideração o valor de umas e de 
outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a 
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano. Se for por 
tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
• O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento o valor da causa quando verificar que não 
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor. Aí, determinará, de imediato, o recolhimento das custas 
correspondentes. 
• No NCPC, o autor é obrigado a dizer, estipular o valor de dano moral. 
• Nunca se inclui honorário para cálculo de valor da causa. 
• Não estando o réu de acordo com o valor atribuído à causa, poderá impugná-lo em 
preliminar de contestação. Não o fazendo, incide a preclusão. 
• Se for algo referente a relação jurídica, é o valor do contrato. 
V. Juízo de admissibilidade da petição inicial: referente a questões processuais 
A. Positivo: tem todos os requisitos de validade {Art. 319}; 
B. Ordinatório: a petição inicial tem incorreção, omissão ou defeitos e 
irregularidades {vícios processuais} capazes de dificultar o julgamento de mérito e o 
juiz dá um prazo para acertá-la {emenda - 15 dias}, não diz que será indeferida e 
nem que está apta. O juiz tem que indicar com precisão o que deve ser arrumado. Só 
pode ocorrer até a contestação. Ou vai ser deferida ou indeferida. Vai de acordo 
com o princípio da economia processual; 
C. Negativo: não pode ser aceita, vai ser indeferida antes da citação do réu {Art. 330} 
indeferimento da petição inicial e improcedência liminar do pedido são impugnáveis 
pelo recurso de apelação para o Tribunal analisar e julgar {até 15 dias} e o juiz pode 
retratar-se também, quando ele analisa a apelação ao Tribunal {até 5 dias}. Se o 
autor não recorrer e transitar em julgado, haverá uma intimação pessoal do réu 
para tomar ciência desse trânsito. Mas, se o autor apelar e o juiz reformar a 
decisão, passa para a citação do réu, se o juiz não reformar a decisão, o réu será 
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Naomi Sugita Reis
citado {indeferimento: acompanhar o recurso} {improcedência: contrarrazões} e vai 
passar o recurso para o Tribunal apreciar, se for deferido, vai voltar para o 1º grau, 
para a fase de conciliação ou mediação. 
1. Indeferimento da petição inicial: Não há como indeferir a petição inicial 
automaticamente, sempre terá que existir uma manifestação normal da parte ou 
por meio de emenda. O ato que põe fim ao processo na petição inicial é a 
sentença sem resolução do mérito. 
• Inépcia {vícios no pedido} 
• Parte manifestadamente ilegítima 
• Falta de interesse processual do autor 
 Improcedência liminar do pedido {antes da citação}: o juízo de admissibilidade é 
positivo, no geral, apenas na questão de mérito que não. Quando houver precedente 
contrário ou jurisprudência contrária à tese em que fundado o pedido, quando houver 
decadência ou prescrição. Não é necessária a fase instrutória. Esse julgamento de 
improcedência liminar é com resolução de mérito. Cabe apelação. Essa sentença tem que 
ser SEMPRE desfavorável ao autor, sempre tem que indeferir o seu pedido, pois o réu 
não teve nem ciência da lide. Porém, o autor tem o direito de se pronunciar sobre tudo 
no processo, inclusive de tentar fazer com que não seja julgado improcedente seu 
pedido. Se for julgadoimprocedente, sempre favorecerá o réu e há direito pelo autor de 
apelar. Quando o pedido for julgado improcedente, e o juiz, apesar da apelação, e 
mantiver sua decisão, o réu é citado e dá contrarrazões, aí haverá remessa ao Tribunal 
{isso difere do indeferimento}. 
• Precedente {STJ, STF} contrário ao pedido do autor, oriundo ou não de 
julgamento repetitivo ou de incidente de assunção de competência 
• Jurisprudência {TJ, TRF} contrária ao pedido do autor firmada em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência 
{pode existir precedente local por parte das Cortes de Justiça} 
• Decadência ou Prescrição 
CONCILIAÇÃO ou MEDIAÇÃO 
Ambas são feitas antes da apresentação da defesa pelo demandado. É uma previsão de que 
visa a estimular a solução consensual dos litígios, isso é uma forma de deixar a solução 
judicial como sendo a ultima ratio. Se houver composição, o processo se extingue com 
resolução do mérito. É necessário que ambas as partes não queiram a realização, se 
apenas uma se manifestar contra, há possibilidade de conciliação ou mediação vencer a 
sua resistência ao acordo em audiência. Se houver mais de um réu, é como se eles fossem 
individuais, cada um tem seu prazo, seu advogado etc. A consequência do não 
comparecimento à audiência é ato atentatório contra o processo, ou seja, a parte que não 
comparecer terá de pagar uma multa de 2% do valor da causa. As partes não podem ser 
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Naomi Sugita Reis
substituídas por seus advogados, mas ela pode se fazer representar por quem tiver uma 
procuração específica. Tem de ir alguém, mais o advogado. 
ATITUDES DO RÉU 
I. Noções gerais: o réu só será chamado a constar em casos de mediação ou convenção. 
O réu, quando citado, pode ter uma série de reações 
• Não fazer nada - revelia; 
• Se render totalmente à pretenção do autor - reconhecimento jurídico do pedido é 
uma autocomposição, exige homologação e a extinção do processo com resolução de 
mérito {não se confunde com confissão, que é admissão de fato contrário ao interesse 
dele e tem valor probatório}; 
• Se defender - contestação. 
II. Classificação da defesa: Princípio da ampla defesa e do contraditório. O réu tem 
direito de defesa para poder trazer sua versão dos fatos, ou seja, esse direito o 
beneficia no processo. Esse Princípio é o contraposto ao direito de ação. Não se trata 
de resposta, mas de defesa, ou seja, não se trata de reconvenção. 
A. Processual: não tem relação com o mérito, mas pretende a inutilização do 
processo, o réu se defende alegando falha no processo. Não se ataca a relação de 
direito material, mas a relação processual. 
1. Própria {peremptória}: uma vez acolhida, leva a extinção do processo; 
2. Imprópria {dilatória}: uma vez acolhida, leva a revisão do processo. 
B. De mérito: tem relação com direito material 
1. Direta: o réu ataca tanto o fato arguido pelo autor, como suas consequências, 
nega o fato e as consequências. Nega porque ocorreu de forma diferente e não 
porque não ocorreu, ou concorda com os fatos mas discorda das consequências 
pretendidas {o que o autor pede}; 
2. Indireta: reconhece a existência do fato, e traz um novo fato para extinguir ou 
reduzir o direito do autor. Se esses fatos forem acolhidos, haverá indeferimento 
da ação. É ônus do próprio réu de provar os seus novos fatos. 
III. Contestação: tem caráter preclusivo, se o réu não contestar, haverá preclusão. O réu 
precisa agir nesse momento. Alegando o réu ser parte ilegítima, o juiz dará 15 dias ao 
autor para que este refaça a petição inicial, indicando o verdadeiro réu, o qual foi 
indicado pelo ilegítimo, a fim de sucessão {uma pessoa passa a ocupar o lugar de 
outra}. Pode ser colocado por litisconsórcio passivo, ao invés de sucessão, entretanto, 
em ambos os casos haverá citação desse novo réu. É o campo mais amplo da arguição 
da defesa do réu. O prazo para ocorrer é de 15 dias e ela normalmente é apresentada 
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diante do juiz da causa porém, havendo alegação de incompetência relativa ou 
absoluta, a fim de facilitar o acesso à justiça do réu, a contestação poderá ser 
protocolada no foro de seu domicílio. É uma defesa: 
• Total: deve ser alegada toda a matéria de defesa, expondo as razões com que 
impugna o pedido do autor, especificando ainda as provas que pretende produzir. 
Toda e qualquer defesa que o réu tiver deverá ser feita na contestação, sob pena de 
preclusão. Só é possível apresentar novas alegações quando relativas a direito ou 
fato superveniente ou quando compete ao juiz conhecê-las de ofício; 
• Formal: apresenta uma forma específica da alegação das matérias, ou seja, antes de 
discutir o mérito {preliminar de contestação}, alegar coisas que deveriam ser 
conhecidas de ofício pelo juiz {inexistência ou nulidade da citação; incompetência; 
incorreção do valor da causa; inépcia; perempção; litispendência; coisa julgada; 
conexão… questões preliminares}. Mas, isso não caracteriza uma preferência pelo 
exame das questões processuais em detrimento do mérito da causa, e sim uma 
organização no debate. Se o juiz acolher e verificar que é verdade, ele não vai 
mandar citar o réu novamente {o comparecimento expontâneo exclui a necessidade 
de citação}. Quer que reconheça-se essa ação por tempestiva. É uma contestação 
processual imprópria, pois não exclui o processo. Todas as preliminares, menos a 
convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz poderá reconhecer de 
ofício; 
• Especificada: {ônus da impugnação específica} Não cabe contestação por negativa 
geral, deve haver manifestação precisamente sobre cada um dos fatos e dar sua 
versão. Se não o fizer, a alegação do autor será entendida como verdadeira. Menos 
nos casos de: confissão; fatos que não podem ser confessados {direitos 
indisponíveis}; estiver em contradição com a defesa no todo; quando a petição 
inicial não estiver companhia de instrumento que a lei considerar da substância do 
ato {ex: certidão de casamento no divórcio}. Essa impugnação não se aplica ao 
advogado, ao defensor ou ao curador especial {eles podem contestar por negativa 
geral, o fato do autor não será considerado como verdadeiro}. Os fatos não 
controvertidos pelo réu, serão considerados como verdadeiros, não será necessária 
a produção de provas. 
IV. Reconvenção: não é defesa, é ataque {contra-ataque}. Formula um pedido mediato 
{pede um bem da vida}. O réu passa a ser autor e o autor passa a ser réu, mas ambos 
não deixam de ter seus papeis iniciais, há uma cumulação de papeis {réu - reconvinte} 
{autor - reconvindo}. É cabível quando for conexa com a ação do autor ou com o 
fundamento da defesa {tem que fazer uma defesa indireta, ou seja, trazer um fato novo 
e, com esse fato atacar com um pedido mediato}. Tem que existir um interesse de agir, 
tem que demonstrar que ele não teria como atingir aquilo que ele pede por meio da 
defesa apenas. O réu tem que ser competente para apreciar a ação e a convenção para 
oferecer reconvenção, ele pode oferecer quando ocorre litisconsórcio. 
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Naomi Sugita Reis
A. Procedimento: Quando o réu não contesta, mas faz reconvenção, se caracteriza 
como revel, pois não houve contestação, ele não se manifestou sobre os fatos do 
autor. O desejo é de que sejam as ações julgadas conjuntamente, mas se uma delas 
apenas for para frente, haverá agravo. Quando o juiz recebe essa reconvenção, o 
autor será intimado, por meio de seu advogado, para contestar, reconhecer juridicamente o 
pedido ou reconvir, fazer convenção ou reconvenção à reconvenção {nesse caso, 
somente se oferecer uma reconvenção conexa com o fundamento de sua defesa}. 
V. Revelia: é um estado processual que decorre da falta de contestação. A omissão em 
contestar gera revelia, cujos efeitos podem ou não ocorrer. Se o réu não contesta, ele é 
revel. Se o réu oferece a contestaçãosem impugnação formal, ocorre revelia. Se o réu 
contesta depois que decorre o prazo para contestação {intempestivamente}. É algo 
processual. O réu tem ônus de contestar, pois se ele não fizer, ele estará sujeito a 
alguns efeitos {não quer dizer que ele é obrigado}. Se forem operados os efeitos da 
revelia, ocorrerá a sentença definitiva de julgamento antecipado. Quando os efeitos da 
revelia não se operam, o réu e o autor vão ser chamados para especificação de provas. 
A. Efeitos: 
1. Presunção de veracidade {material}: presumem-se verdadeiras as alegações 
de fato da inicial. Pode acontecer ou não, e é o efeito mais grave. Se ele não 
contesta, ele não torna controvertidos os fatos. Ela poderá ser afastada sempre 
que for provado que a ausência de contestação ocorreu por óbice econômico-
social grave ligado ao acesso à justiça do demandado. E existem casos em que 
não ocorrerá presunção de veracidade, exceções: 
• Litisconsórcio passivo em que um dos réus tenha contestado a ação; 
• Quando se tratar de direitos indisponíveis {se o titular do direito -réu- não 
pode dispor de seu direito validamente} {ação de família, alimento, 
maternidade}; 
• Se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considere indispensável à prova do ato {casamento}; 
• Se as alegações do autor forem inverossímeis ou em contradição com prova 
constante dos autos; 
• Quando é nomeado um curador especial pelo juiz para que ele conteste {pode 
ser por negativa geral} para afastar a presunção de veracidade {o autor terá 
que provar seus fatos, já que foram controvertidos}. 
• Quando, apesar de não ter apresentado contestação, o réu apresentou 
reconvenção e esta pode se apresentar incompatível com a aplicação da 
presunção de veracidade. 
2. Julgamento antecipado {processual}: {Art. 355, inc II} não é um efeito da 
revelia, mas da presunção de veracidade. Se não forem encontradas as condições 
do Art. 345, ocorrerá o julgamento antecipado, em função da presunção de 
veracidade. É dado antes da fase instrutória {produção de provas orais, 
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periciais, testemunhais}. Mas, se o juiz não se convencer das alegações do 
autor, ele re o dever de determinar prova de ofício a fim de valorá-las 
adequadamente {o juiz não poderá julgar de forma imediata o pedido nesse 
caso}. Esse julgamento será com resolução de mérito. 
3. Desnecessidade de intimação do réu revel nos atos subsequentes da 
citação {fluência dos prazos} {processual}: {Art. 346} o réu revel se considera 
intimado da publicação dos atos. O processo ocorre à revelia, ou seja, não há 
necessidade do réu comparecer ou de ser intimado. Há exceção quando o réu 
tem advogado instituído nos autos. Réu revel pode entrar a qualquer momento 
mas, receberá o processo no estado em que se encontrar, não pode participar 
em fases anteriores porque seu direito precluiu. O réu, apesar de tudo, sempre 
será intimado para realizar atos pessoais e em casos que o autor mude 
objetivamente sua demanda {pedido ou causa de pedir}, o que será feito 
mediante nova citação com novo prazo de resposta. 
PROVIDÊNCIAS SUPERVENIENTES À CITAÇÃO 
I. Noções gerais: são procedimentos e atitudes tomados pelo juiz para dar seguimento 
ao processo após o fim do prazo para contestação. Essas atitudes dependem sempre das 
atitudes do próprio réu, que é responsável pela contestação. {Fase instutória} 
II. Efeitos da revelia: operam-se os efeitos da revelia e então a sentença. 
III. Não incidência dos efeitos da revelia: haverá especificação de provas por parte do 
autor e do réu se ele tiver advogado instituído nos autos. Se o réu não tiver advogado 
nos autos do processo, quem terá que produzir ou pedir as provas será só o autor. 
IV. Réplica: {prazo de 15 dias} ocorre quando o réu foi citado validamente e ofereceu 
contestação validamente também. É a manifestação do autor sobre a contestação 
indireta e os documentos dela, ou seja, sobre o que o réu alegou. Pode haver defesa de 
mérito {quando houve contestação direta: não pode o autor fazer réplica sobre, 
quando houve contestação indireta: pode haver réplica} e processual {se for acolhida 
pode levar à extinção ou suspensão do processo}. Quando houver contestação 
direta, o autor não terá direito de se manifestar sobre. Erroneamente, é chamada de 
impugnação, mas se impguna sobre fatos e documentos, a manifestação é uma 
impugnação. 
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
Cumpre ao juiz de ofício aferir a desnecessidade de seguir adiante no procedimento e 
desde logo encurtá-lo julgando o processo no estado em que se encontra. Constitui um 
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encurtamento do procedimento, deixa-se de seguir o procedimento comum porque é 
desnecessário: dado o estado do processo e do direito material, seguir adiante é perda 
de tempo. 
I. Extinção do processo: sem resolução do mérito. Esse é o sentido do termo “conforme 
o estado do processo”: em qualquer estado em que se encontra pode o juiz extingui-
lo. Pode ocorrer em relação ao litígio no todo {recurso: apelação} ou em parte {recurso: 
agravo de instrumento}. Ocorre em casos de: 
• Autocomposição das partes 
• Prescrição ou decadência 
II. Julgamento antecipado {imediato}: não se confunde com tutela antecipada. É 
proferir sentença no momento antes da fase instrutória, se profere sentença de mérito. 
Julga-se o mérito no estado em que o processo se encontra por não ser neessário 
praticar mais nenhum ato preparatório ao julgamento. Não há propriamente um 
julgamento antecipado: ele ocorre no momento ideal, imediato. 
A. Julgamento integral do mérito: inexistência de fato controverso e estar o juiz 
convencido das alegações de fato. a sentença é fundada em cognição exauriente e o 
recurso cabível é o de apelação. É cabível quando: 
• Não houver necessidade de produção de outras provas {o juiz não pode alegar 
simplesmente que não cabem mais provas - cercamento de defesa-, as partes têm 
que concordar} 
• O réu for revel e ocorrer a presunção de veracidade 
B. Julgamento parcial do mérito: o recurso da sentença parcial é o agravo de 
instrumento e o tipo de sentença é definitiva. Pode formar coisa julgada material 
quando transita em julgado, quando não for interposto nenhum recurso. Enquanto 
em sentença final cabe apelação. É impugnável mediante agravo de instrumento. O 
que é decidido é com base em cognição exauriente e não pode o juiz voltar a 
examinar. A parte poderá desde logo liquidar ou executar a obrigação reconhecida 
pelo julgamento, ainda que haja recurso interposto contra a decisão. Ocorre 
quando: 
• Mostrar-se incontroverso um ou mais dos pedidos 
• Um ou mais pedidos estiver em condições de imediato julgamento 
ORGANIZAÇÃO E SANEAMENTO 
Se não for o caso de julgamento conforme o estado do processo {desnecessidade de 
produção de outras provas}, passa para a fase de preparar o processo para a instrução e 
decisão {organização e saneamento}. Há uma dupla direção {prospectiva e retrospectiva}, 
resolve problemas e delitima a atividade instrutória, defere ou indefere as provas etc. 
Desde quando o juiz sanea o julgamento ocorre a organização, o juiz tem que fixar os 
limites da fase instrutória. As partes fixam a matéria no saneamento. O número de 
testemunhas não pode ser maior que 10, sendo 3 no máximo para a prova de cada fato. O 
juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e 
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dos fatos individualmente considerados. As pautas deverão ser preparadas com intervalo 
mínimo de uma hora entre as audiências. 
Sanear {Art. 357} é resolver as questões processuais pendentes, se houver; delimitar as 
questões de fato sobre as quais recairá a prova; definir a distribuição do ônus da prova; 
delimitar as questões de direito relevantes. 
I. Saneamento por escrito: feito pelo juiz e ocorre

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