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Resumo NP1 - Psicodiagnóstico Interventivo

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PSICODIAGNÓSTICO TRADICIONAL
DEFINIÇÃO: Processo temporalmente limitado, que emprega métodos e técnicas psicológicas para compreender os problemas, avaliar, classificar e prever o curso do caso, culminando na comunicação dos resultados.
OBJETIVO: Conseguir uma descrição e compreensão profunda e completa da personalidade do paciente, visando explicar a dinâmica do caso no material recolhido, integrando-o num quadro global para, a partir daí, formular recomendações terapêuticas. 
ORGANIZAÇÃO:
1) Entrevista inicial;
2) Aplicação de testes;
3) Entrevista devolutiva;
4) Encaminhamento, caso haja.
CARACTERÍSTICAS: Caráter científico; positivista; paradigma quantitativo de investigação; 
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
DEFINIÇÃO: Descendente do Psicodiagnóstico Compreensivo que abrange as dinâmicas intrapsíquicas, intrafamiliares e socioculturais como forças em interação, formando uma teia que pode resultar em sofrimento e desajuste. Essa trama conferiria um significado idiossincrático para a experiência do indivíduo e para o seu sintoma. Faz do atendimento um processo ativo e cooperativo. Não se trata apenas de um processo investigativo, o que fundamentalmente o caracteriza é a possibilidade de intervenção, propostas devolutivas ao longo do processo, acerca do mundo interno do cliente. Permitem ao cliente buscar novos significados para suas experiências, apropriar-se de algo sobre si mesmo e ressignificar suas experiências anteriores.
OBJETIVO: Elucidar o significado latente e as origens das perturbações para expandir a ação humana e implementar uma conduta transformadora.
ORGANIZAÇÃO: Não se organiza em termos de passos a serem seguidos, mas de eixos estruturantes que compartilha com o Psicodiagnóstico Compreensivo. A adoção desses eixos permite alcançar a compreensão da pessoa em sua singularidade, o que é essencial para realizar intervenções. Portanto, há pouco lugar para interpretações oriundas dos estudos de padronização de testes psicológicos. Entrevista inicial; História de vida da criança (anamnese); Contato inicial com a criança (hora de jogo diagnóstica); Sessões devolutivas com os pais; Uso de testes psicológicos; Visita escolar e familiar; Últimas sessões com os pais; Relatório final; Devolutiva final para a criança (livro história)
CARACTERÍSTICAS: Ênfase na dinâmica emocional inconsciente do paciente e de sua família; busca de compreensão globalizada do paciente; seleção de aspectos centrais e nodais para a compreensão dos focos de angústia, das fantasias e mecanismos de defesa; predomínio do julgamento clínico, implicando no uso dos recursos mentais do psicólogo para avaliar a importância e o significado dos dados; subordinação do processo diagnóstico ao pensamento clínico: ao invés de existir um procedimento uniforme, a estruturação do psicodiagnóstico depende do tipo de pensamento clínico utilizado pelo profissional; prevalência de métodos e técnicas de exames fundamentados na associação livre, como entrevista clínica, observação, testes psicológicos utilizados como formas de entrevistas, cujos resultados são avaliados por meio da livre inspeção; paradigma qualitativo de investigação. 
CONCEITOS
A ENTREVISTA CLÍNICA: Conjunto de técnicas, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos, em um processo que visa fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção. Entrevistador estrutura sua intervenção procurando alcançar seus objetivos, otimizando o encontro entre a demanda e os objetivos, tem responsabilidade pela condução do processo e aplicação do conhecimento; dominar a técnica e o conhecimento utilizado; Objetivo da pessoa entrevistada é o de prestar informações. Deve ter como beneficiado direto as pessoas entrevistadas, entretanto, podem haver terceiros envolvidos como, juízes, empregadores, etc.
TRANSFERÊNCIA: Durante as entrevistas é necessário entender o que o paciente transfere para o Psicólogo e o que isso lhe provoca. No psicodiagnóstico interventivo diluem-se as fronteiras entre a etapa diagnóstica e a psicoterapia, entende-se que é fundamental intervir no presente. A transferência permite ao psicólogo respeitar as condições na qual se dão seus fenômenos e lidar com eles em benefício de suas atividades. A transferência é tratada como o movimento que inicia e possibilita reparar as falhas ambientais que teriam ocorrido no processo maturacional das crianças e também da família. 
“Linha do tempo”: trajeto temporal que retoma todas as etapas do psicodiagnóstico. Iniciado no penúltimo atendimento, é registrado em uma cartolina a história dos encontros. Funciona também como mais um momento diagnóstico, pois a criança seleciona o fato mais significativo dos atendimento, podendo o terapeuta certificar as hipóteses diagnósticas. 
HORA DE JOGO DIAGNÓSTICA (CAIXA LÚDICA): Recurso com a finalidade de conhecer a realidade da criança. É um processo que tem começo, desenvolvimento e fim em si mesma, opera como uma unidade e deve ser interpretada como tal. Quando a criança entra no consultório, deve-se informar de forma breve e compreensível a definição de papéis, limitação do tempo e do espaço, o material a ser utilizado e os objetivos esperados. Através do brincar a criança poderá demonstrar sua realidade. O papel do psicólogo é passivo como observador e ativo quando sua atitude atenta e aberta (atenção flutuante) permite a compreensão e formulação de hipóteses sobre a problemática do entrevistado. 
COLAGEM: desenho ou quadro feito grudando-se ou preenchendo-se materiais de qualquer espécie a um fundo plano, tal como um pedaço de pano ou papel. Tal descrição remete a uma atividade simples e ao mesmo tempo significativa, dado que pode ser utilizado como experiência sensorial e também como manifestação emocional. Muita coisa é revelada através da seleção de figuras. O estado de espírito revelado pelo conjunto escolhido pode contar algo sobre o que a criança está sentindo naquele momento, ou na sua vida em geral. Trabalha com a ideia de que a colagem é representativa do mundo interno da criança, de seus sentimentos e pensamentos. Pode-se utilizar figuras de revistas, tesouras, colas, cartolinas como fundo e lápis preto e de cor, canetinhas e/ou giz de cera, caso queira complementar a atividades com desenhos ou escrita. Tem um caráter projetivo na medida em que expressa sentimentos e conflitos, ou seja, aspectos do mundo interno das crianças e também de seus pais que são desconhecidos para eles. Contribui sobremaneira para a compreensão diagnóstica que ultrapassa a individualidade da criança e oferece efetivamente material de intervenção que está além dos limites de uma comunicação verbal. 
VISITA ESCOLAR: Entendemos por escola uma instituição cujas funções são o ensino e a formação dos alunos, um espaço físico e um campo relacional que envolve professores, alunos, funcionários e direção, é lá que a criança faz conquistas, descobre amigos, adquire autonomia e se exercita para ser um futuro adulto e cidadão. Mas também é avaliada e, muitas vezes, julgada; poderá ser humilhada, ou sofrer preconceitos. No processo de psicodiagnóstico interventivo, independentemente da queixa, é realizada a visita escolar, podendo trazer nova compreensão de como a criança está relacionada à queixa, quais significados atribui ao processo de aprendizagem e como se relaciona com o contexto escolar. A visita aproxima o psicólogo clínico da escola e reduz os riscos de toda a problemática infantil ser atribuída apenas a problemas intrapsíquicos. Deve-se observar o espaço físico; higiene ambiental; disposição do espaço e mobiliário, contato com os professores fora da sala de aula, acesso à direção; merenda, qualidade dos materiais pedagógicos, livros e recursos audiovisuais disponíveis. Garantir a presença da professora e de um membro das instâncias decisórias, sinalizando que o processo de aprendizagem é de responsabilidade de toda a escola. É preciso tomarcuidado para que a criança não fique exposta diante dos colegas e seja identificada como aquela que está sendo observada.
VISITA DOMICILIAR: Há diversos motivos para se fazer uma visita domiciliar no campo do psicodiagnóstico, como, impossibilidades (diversas) de o paciente comparecer ao consultório; compreensão da dinâmica familiar; Com a visita domiciliar nos deparamos com a alteração do setting terapêutico. A casa é o primeiro nicho de identidade, e reflete um psiquismo grupal. O ambiente familiar concretiza, de certa maneira, o corpo familiar e a organização das ocupações cotidianas, e atualiza o modo de estar em família. A visita aos lares torna-se um instrumento valioso por obter dados suficientes e mais seguros que o capacitem a fazer diagnósticos corretos. A função da visita é basicamente observar os padrões de interação familiar e a adaptação ao papel familiar. Tem ainda um interesse especial no clima emocional da casa, na identidade psicossocial da família e na sua expressão em um ambiente definido. A visita a casa deve ser informal e o profissional que a realiza, deve fazer seu relatório de memória. Objetivo principal é ampliar a compreensão das relações familiares (compreender a criança a partir de suas relações em que está inserida). Conhecer as pessoas da família que não participavam do processo do psicodiagnóstico. Ampliar a compreensão das relações estabelecidas. Entrar em contato com o espaço da criança, com quem e como vivia.
INTERDISCIPLINARIDADE (PSIQUIATRA): O Psicodiagnóstico tem como objetivo explorar e organizar elementos da vida biológica, relacional e social de um indivíduo, visando a sua compreensão. A Psiquiatria tem como objetivos descrever, classificar, tratar e prevenir os transtornos mentais. Em alguns casos o modo de funcionar da criança desperta dúvidas no psicólogo e aponta para a necessidade de uma interlocução com a Psiquiatria, para que se possa ampliar a compreensão do seu modo de estar no mundo e para avaliar as possibilidades de intervenção terapêutica. A interlocução entre psicólogos e psiquiatria vai além da solicitação de um diagnóstico médico e da prescrição de medicações, embora este seja um recurso central e muito importante em vários casos. É na abordagem colaborativa e no estabelecimento de uma relação horizontal entre profissionais que a interdisciplinaridade toma corpo.
RELIGIOSIDADE: Identificar que o indivíduo é católico, evangélico, espírita etc. não quer dizer muita coisa. É necessário pesquisar “como” ele é católico, espírita ou evangélico. É preciso saber de que modo aquela pessoa ou aquela família vive a sua religião, se a vive ou não. Ao fazer isso, podemos entender seus valores e suas referências existenciais. Mesmo pessoas ou famílias que não têm uma adesão religiosa explícita possuem determinadas concepções e crenças sobre questões últimas da existência, e essas são atuantes. Desse modo, conhecê-las é entender a maneira como a pessoa vê a vida, as dificuldades e como lida com elas. Por intermédio da investigação da religiosidade, é possível resgatar a subjetividade construída pela pessoa e pela família, já que a posição religiosa contribui para o desenho do contexto cultural no qual o cliente está inserido. Contexto cultural que compõe a trama de relações que cercam, afetam e constituem o indivíduo. A religiosidade pode exercer funções de contenção e controle, ou de amparo e esperança, já que, em si, nenhuma religião ou sistema de crenças é” bom” ou “mal”; seus benefícios ou malefícios dependem do modo como são vividos nos contextos pessoal, familiar e social.
LIVRO HISTÓRIA: É sugerido construir um narrativa sobre os aspectos mais relevantes observados no psicodiagnóstico, apresentando-a à criança sob a forma de livro de histórias infantil. O livro de história elaborado com a finalidade de devolução diagnóstica à criança aproxima-se dos contos de fada em alguns aspectos e difere outros. Os contos de fada e o livro história têm por objetivo a transmissão de algum conhecimento, como o conhecimento de si, da sua história, conflitos ou de alguma situação peculiar ao existir humano. Em ambos a verdade é apresentada. Os contos de fada têm caráter moral, o que não ocorre com o livro de histórias. Promovem também a interiorização de certos valores, o que não é o propósito do livro de história, seus objetivos contempla as possibilidades criativas da criança, cabendo sempre a ela os julgamentos e, principalmente, as possíveis soluções para os conflitos centrais. A devolutiva é realizada em uma ou duas entrevistas no final do processo psicodiagnóstico, e é necessária para que o paciente possa integrar aspectos de sua identidade que estão dissociados, contribuindo para a preservação de sua identidade. Funciona como mecanismo de reintrojeção, contribuindo para diminuir fantasias de doença, incurabilidade e loucura, possibilitando perceber-se com critérios mais próximos da realidade, com menos distorções idealizadoras ou depreciativas. O livro história é uma metáfora que expressa a compreensão do psicodiagnóstico. É um síntese que contempla a história vital da criança e suas vivências durante o processo, suas dificuldades e recursos internos, em uma linguagem acessível à sua compreensão. A história e os personagens devem ser escolhidos em função das afinidades e analogias com os conteúdos evidenciados no psicodiagnóstico. É fundamental que o livro de história traduza a história de vida (familiar e da criança); o sintoma; a busca de atendimento e a relação com o psicólogo; a explicitação dos sentimentos do personagem de identificação; a integração dos diferentes aspectos observados através da hora de jogo, testes, visitas, etc. O final da história ainda é um tema controverso, entretanto é muito importante que a criança tenha a chance de expressar sua própria solução final quanto ao encaminhamento dado. 
“Técnica de relato mútuo de histórias”: o psicoterapeuta estimula a criança a criar uma história, apreender seu tema psicodinâmico, tomando-a como uma projeção; então formula e narra outra história para a criança com as mesmas característica presentes na dela, mas introduzindo soluções de conflitos mais saudáveis do que as propostas pela criança.

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