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Recursos básicos para psicodiagnóstico 2

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14/08/2023, 16:46 Recursos básicos para psicodiagnóstico
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/05467/index.html# 1/48
Recursos básicos para psicodiagnóstico
Profa. Teresinha Maria Nicolini da Fonseca Anciães
Descrição
Você vai entender os passos iniciais para a coleta de dados fundamentais de um paciente submetido a um
psicodiagnóstico, como sua história clínica, o exame mental, a técnica de entrevista clínica e a hora de jogo
diagnóstica.
Propósito
A importância da coleta de informações básicas essenciais sobre o paciente antes da utilização de outros
recursos técnicos demonstrará a necessidade da integração ampla de dados que fundamenta o processo
psicodiagnóstico.
Objetivos
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Módulo 1
A história do paciente
Identificar os diferentes dados necessários para conhecimento do paciente e de sua história clínica.
Módulo 2
O exame do estado mental
Reconhecer a importância da avaliação do funcionamento mental do paciente por meio do exame de
diferentes funções psíquicas.
Módulo 3
Os tipos de entrevista
Definir as diferenças técnicas entre as entrevistas individual, grupo e família, a partir de sua necessidade
e momento de utilização no processo psicodiagnóstico.
Módulo 4
O lúdico como recurso de avaliação psíquica
Reconhecer a possibilidade de uso do lúdico para observação, avaliação e interpretação de indicadores
da dinâmica psíquica do paciente.
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Introdução
Você já deve saber que, historicamente, o psicodiagnóstico passou por reformulações. Se antes tinha um
foco no aspecto psicométrico, valorizando os dados quantificáveis, em um novo momento entendeu a
importância de um estudo mais global do indivíduo, ou seja, biológico, psicológico, sociocultural.
Assim, além de dados puramente descritivos, cada vez mais se reconheceu a necessidade da utilização de
um conjunto de técnicas e testes psicológicos que possibilitassem ao profissional psicólogo uma análise e
um entendimento do que estivesse ocorrendo com aquele que lhe foi encaminhado para avaliação clínica.
É competência do profissional investigar, de forma pormenorizada, os processos psíquicos, as condutas
apresentadas e a dinâmica do funcionamento da personalidade, objetivando conhecer o ser humano e
conseguir cooperar com ele em seu momento de crise. Sem dúvida, também é importante a
contextualização desses dados, em uma relação de presente e passado (tempo) e de lugar (espaço).
Para atingir esse objetivo, fica clara a necessidade de que nos contatos iniciais seja aguçada a escuta do
paciente e a coleta de dados que permita, posteriormente, levantar hipóteses sobre o sofrimento
manifestado e selecionar uma bateria de testes psicológicos para verificação dessas hipóteses. Essa
perspectiva proporciona uma visão mais integrada do indivíduo. Assim, apresentaremos um conjunto de
estratégias e recursos básicos que você utilizará para iniciar a coleta de dados para o processo
psicodiagnóstico.

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1 - A história do paciente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os diferentes dados necessários para
conhecimento do paciente e de sua história clínica.
O primeiro contato
Quando alguém é encaminhado para um psicodiagnóstico, ou busca por ele, podemos afirmar que já existe
algum tipo sofrimento psíquico. A prática clínica mostra que, na maioria das vezes, o próprio sujeito já
tentou, pelos seus próprios recursos pessoais, obter uma compreensão e lidar com o problema, sem
sucesso.
Esse primeiro contato costuma ser muito importante, pois você, como profissional, precisará criar uma boa
relação com o paciente nesse momento de fragilidade, inspirar segurança e se apresentar disponível e
interessado para compreendê-lo. Essa postura profissional é fundamental para que o paciente seja capaz de
colaborar, trazendo os dados e as informações mais fortemente relacionadas ao seu sofrimento e motivo da
consulta.
Mas imagine quando podemos considerar o início desse primeiro contato. Sem dúvida, ele começa no
contato telefônico ou na mensagem instantânea de algum aplicativo. Talvez você nunca tivesse pensado
nisso, mas esse é um momento no qual alguns dados já podem ser considerados e as primeiras impressões
podem ser adquiridas.
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Observe, por exemplo, o que o indivíduo seleciona para falar sobre si mesmo, ou o que opta por não falar, a
escolha das palavras, em que ordem, o caráter mais formal ou informal, a entonação, a presença de
ansiedade na velocidade da fala etc.
Se considerar importante, você pode perguntar sobre o que o leva a procurar um psicodiagnóstico ou quem
o encaminhou. Essas informações serão aprofundadas na entrevista inicial presencial. Também é o
momento de solicitar alguns documentos, como o do encaminhamento, laudos médicos e psicológicos
anteriores, caso existam. Nesse primeiro tempo é importante que o profissional seja atencioso, acolhedor e
disponível. Assim deverá continuar durante todo o processo.
Atenção!
O primeiro contato é considerado por várias autoras, tais como Ocampo (2005), como o primeiro passo do
processo e inclui desde a solicitação da consulta até as primeiras entrevistas.
Após o contato de solicitação, durante as entrevistas, é interessante apresentar uma posição conhecida
como escuta ativa, que é a capacidade e a vontade de escutar o outro, possibilitando a compreensão, o
mais clara possível, do que está sendo apresentado – incluindo mensagens dos tipos verbal, não verbal, a
linguagem do corpo, simbolismos.
Podemos chamar a escuta ativa como a arte de escutar e compreender por inteiro a
pessoa que se encontra diante de nós, sem julgamento ou preconceitos.
O impacto dessa atitude sobre aquele que ali se encontra pode ser observado pelo seu sentimento de
acolhimento e seu interesse em colaborar com informações para aprofundamento da sua história e o
esclarecimento de sua problemática.
Importância dos primeiros contatos no psicodiagnóstico
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Neste vídeo, falaremos sobre importância dos primeiros contatos e a escuta ativa, destacando de que modo
esses primeiros contatos podem acontecer, as observações e o papel da escuta ativa no processo.
Anamnese
O momento de escuta continua seguindo para as chamadas entrevistas iniciais. Não se esqueça de adotar
uma conduta empática, disponível e atenta.
Reconhecemos a anamnese como o momento de coleta de dados que, posteriormente, servirão para
esclarecer as questões do paciente ou sua queixa, levantar hipóteses diagnósticas e uma proposta
terapêutica. A anamnese é uma reunião de dados que conta a história de saúde e doença do sujeito. Silva e
Bandeira afirmam:
A anamnese é um tipo de entrevista realizada para investigar a história do
examinando, ou seja, os aspectos de sua vida considerados relevantes para o
entendimento da queixa.
(SILVA; BANDEIRA apud HUTZ et al., 2016, p. 52)
Nesse momento, vista como coleta de informações e pesquisa de fatos, a participação do profissional deve
ser ativa, sem ser muito interventiva ou interpretativa. Geralmente, o informante é o próprio paciente, pois há
um pressuposto de que ele sabe sua história, guardada em sua memória.
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É uma ferramenta estruturada, com um conjunto de perguntas – abertas ou fechadas, previamente
selecionadas. Não existe um número predeterminadode entrevistas para a anamnese, mas duas ou três
podem ser suficientes. No caso de crianças, adolescentes ou algum tipo de incapacidade pessoal, um
responsável será convocado para colaborar com as informações.
Muitos temas, apesar das diferentes faixas etárias, serão os mesmos a serem abordados, tais como história
pessoal, relações e dinâmica familiar. Além disso, inclui-se como se configura o espaço doméstico, a rede
de sustentação, o apoio social, e as características da queixa inicial. No caso tanto de crianças quanto de
adolescentes as entrevistas com os pais são fundamentais.
É recomendável que você tenha uma ficha modelo de anamnese na qual possa fazer as anotações
essenciais.
A ficha pode ser personalizada de acordo com os dados importantes para aprofundamento, ou seja, é uma
ficha adaptável, nada rígida.
No fim de seu preenchimento, alcançaremos uma clareza sobre a queixa principal, motivo da consulta, o que
levou o paciente a ser encaminhado ou ter procurado o atendimento psicológico. O motivo da consulta pode
ser manifesto ou latente. Vamos conhecê-los!
Manifesto
Refere-se ao que o paciente considera um sintoma e o descreve da maneira que consegue. Geralmente, é o
que ele coloca de imediato em resposta à pergunta “O que trouxe você aqui?”.
Latente
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Correlaciona-se aos aspectos inconscientes, pontos conflitivos e mal-estares associados, que ainda não
foram alcançados e correlacionados por meio de um insight.
O motivo da consulta será o orientador de todo o processo, na medida em que irá colaborar com a definição
de outros instrumentos e técnicas a serem utilizados no prosseguimento do processo psicodiagnóstico.
Etapas da anamnese
A anamnese possui seis etapas. Vamos conhecê-las!
São dados básicos de reconhecimento e identificação do paciente, como nome, data de nascimento,
estado civil, sexo, gênero. Importante que o profissional também se apresente. Nesse momento
inicial do contato, teremos a chance de observar a vestimenta do paciente, os cuidados consigo
mesmo, seu aspecto físico, seus gestos.
Geralmente, a procura por um psicodiagnóstico acontece após o encaminhamento de um
profissional que identificou algum tipo de problema e busca aspectos psicológicos que possam
estar envolvidos na problemática. Sempre existirá uma pergunta motivadora do encaminhamento.
Muitas vezes, entramos em contato, antecipadamente, com o profissional que realizou o
encaminhamento, o que poderá nos ajudar na compreensão da queixa ou do motivo da consulta.
Também precisaremos combinar os motivos manifestos e latentes para, após clarificados, construir
hipóteses diagnósticas iniciais.
O importante é obter conhecimento sobre a presente queixa a partir da fala livre e espontânea de sua
história. É nossa tarefa sublinhar itens que pareçam mais relevantes para o caso, sem interferir no
Identificação 
Motivo da consulta 
História da doença atual 
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curso lógico de seu pensamento. Normalmente, temos um conjunto de temas e roteiro de perguntas
significativo, mas não usamos tudo. A recomendação é usar esse roteiro com flexibilidade, por meio
de questionamentos mais amplos. O que se procura é uma cronologia de fatos para descrever a
doença atual. Quando e como foi o início do que o aflige, sintomas associados, como se
manifestam, em que ocasiões surgem, fatores desencadeantes, sentimentos experienciados,
possíveis mudanças desde seu início. Todos esses aspectos integrados podem indicar parâmetros
da evolução da doença até o momento atual.
É referente à saúde global do paciente. Aspectos relacionados ao passado médico e psicológico do
paciente que, inicialmente, não apresentam correlação, direta ou indireta, com a queixa. Depois,
podemos investigar como o passado está se repetindo no presente. Indagar sobre doenças
pregressas e uso de medicamentos. De acordo com a faixa etária levantamos dados sobre o
desenvolvimento físico e psicológico de uma maneira geral. Para crianças e adolescentes, alguns
aspectos do desenvolvimento, como desenvolvimento motor inicial, linguagem e fala, histórico
escolar, relacionamento social, irão colaborar para clarificar certos sintomas.
O homem é um ser social e seu ambiente primário é a família, que tem participação efetiva na
construção da personalidade do sujeito e na interação dele no meio ambiente. Indivíduo, família e
sociedade se inter-relacionam no crescimento, modificam-se reciprocamente e se reorganizam. É
importante obter dados quanto ao grupo familiar e social ao qual pertence o sujeito, tanto o atual
quanto o de origem, pesquisando a organização familiar e sua dinâmica, membros, como funcionam
os relacionamentos familiares, qualidade dos vínculos estabelecidos, histórias médicas e fatores de
risco, incluindo a questão hereditária. Ou seja, a compreensão do que se passa com o paciente
precisa ser também entendida com relação ao sistema emocional familiar do qual ele faz parte.
Ao final de toda essa investigação, teremos informações suficientes para elaborar e propor hipóteses sobre
a queixa principal.
História passada 
História familiar 

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Compreendendo em que consiste a anamnese
Neste vídeo, falaremos sobre as particularidades e considerações básicas da anamnese no
psicodiagnóstico e suas principais etapas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O profissional recebe um telefonema para um pedido de psicodiagnóstico. O paciente ignora a pergunta
e não menciona o nome de quem realizou o encaminhamento. Comparece na entrevista marcada e,
antes de responder à pergunta inicial, diz que só se apresentou ao atendimento porque o profissional
não insistiu querendo saber quem havia encaminhado. De acordo com esse relato, marque a afirmativa
correta:
A O paciente resiste em colaborar com o atendimento.
B Os contatos iniciais telefônicos já podem nos dar pistas da dinâmica do paciente.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Já no primeiro contato com o paciente, quando ocorre a demanda do atendimento, dados podem ser
observados e devem se juntar a novas informações capazes de levar ao entendimento da queixa
apresentada.
Questão 2
Um tipo de entrevista na qual são levantados dados da evolução geral do sujeito, história patológica
atual, história familiar, e são apresentados com liberdade de exposição dos pensamentos e
sentimentos é a
C O profissional foi inexperiente na realização da anamnese.
D Somente a partir do início da anamnese teremos dados para entender o paciente.
E
O processo psicodiagnóstico depende da ética do profissional que realiza o
encaminhamento.
A entrevista operatória.
B entrevista vincular.
C entrevista livre.
D entrevista de anamnese.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A anamnese é uma compilação de dados objetivando investigar algum aspecto da dinâmica
psicológica do paciente que se apresenta em desequilíbrio e gerando uma queixa. Para alcançar tal
objetivo, é necessária uma pesquisa aprofundada de diferentes aspectos da vida desse sujeito.
2 - O exame do estado mental
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da avaliação do
funcionamento mental do paciente por meio do exame de diferentes funções psíquicas.
A objetividade e a subjetividade
O exame do estado mental (EEM) sempre foi visto como uma medida importante para avaliação ediagnóstico psicopatológico. Poderíamos imediatamente indicar um grupo de funções psíquicas a serem
E entrevista de constelação geracional.
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avaliadas. Entretanto, precisamos assinalar a complexidade desse exame e apresentar alguns
questionamentos introdutórios.
xame do estado mental (EEM)
No EEM, é importante conjugarmos diversas informações (objetivas e subjetivas), funcionando como elemento
muito importante para alcançarmos um bom psicodiagnóstico.
O exame psíquico é reconhecido como uma forma sistemática de observação e avaliação de sinais e
sintomas, com a finalidade de investigar possíveis transtornos. Tanto a observação quanto a avaliação se
baseiam em teorias fenomenológicas que possibilitam uma coleta de informação mais objetiva e fidedigna
possível.
A preocupação com a confiabilidade desses dados e a rapidez em sua obtenção tornou-se tão fundamental
que mudou a relação médico-paciente, deixando-a quase totalmente inoperante. A objetividade extrema
empobreceu e afastou o contato e a empatia. Mas uma pergunta deve ser feita!
As funções mentais podem ser avaliadas unicamente de uma
maneira objetiva?
Resposta
A prática clínica mostra que a escuta do sofrimento do outro possui dois aspectos sempre: um
objetivo e outro subjetivo. Primeiramente, na semiologia, a definição de sinais refere-se a aspectos
objetivos observáveis diretamente pelo paciente e sintomas são as vivências subjetivas, queixas e
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Todo conhecimento é construído pela interação com o objeto de conhecimento, o que coloca em jogo o
lugar da interação e da capacidade empática daquele que entrevista.
Se pensarmos em quem escuta, sabemos da necessidade de uma interpretação dos dados apresentados.
Assim, características singulares e pressupostos pessoais do próprio “escutador” tornam-se importantes.
Ou seja, toda avaliação é, em si mesma, sempre subjetiva.
No exame do estado mental ou exame psíquico é necessária uma combinação dos aspectos objetivos e
subjetivos, sendo esses aspectos complementares para alcançar melhor conhecimento e avaliação.
O exame do estado mental é essencial na clínica médica, e particularmente importante na prática clínica em
psicologia, em especial na avaliação psicológica e no psicodiagnóstico. Por isso, é necessária a exploração
aprofundada desse exame e seu aprendizado prático.
Segundo Osório, o exame do estado mental pode ser definido como:
...avaliação acurada e sistemática (descrição, identificação, reconhecimento e nomeação
adequada) de sintomas objetivos (sinais diretamente observáveis) e subjetivos (sintomas não
observáveis diretamente) dos transtornos mentais, das crises vitais (evolutivas ou acidentais) e
condições similares (sem transtorno mental mas com sintomas presentes) e das condições
clínicas de outra natureza (doenças físicas ou somáticas, especialmente neurológicas, efeitos
colaterais de medicamentos, etc.).
(OSÓRIO apud HUTZ et al., 2016, p. 102)
relatos experimentados e, de alguma forma, contados a alguém. Repare que sob o ponto de vista
do paciente já verificamos leituras objetivas e subjetivas.
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Portanto, o EEM pode ser considerado um estudo meticuloso dos sinais e sintomas de alterações do
funcionamento mental. Todo exame do estado mental é precedido por um tópico relativo à apresentação
daquele entrevistado. Na apresentação, observa-se e registra-se aparência, vestimentas, higiene pessoal,
modo de andar, posturas na relação com o entrevistador – cooperativo, inseguro, passivo, agressivo, sedutor
e outras, com justificativa para essa percepção.
A ordem de análise das diferentes funções psíquicas a serem avaliadas no exame segue caminhos
diferentes, caso sejam médicos ou psicólogos que a estejam utilizando. Siglas foram criadas com a
finalidade didática de ajudar em sua memorização e de sua ordem:
Na medicina
ASMOCPLIAC
Na psicologia
SACOMPLICA
Ainda vamos entender melhor essas iniciais, mas agora vamos compreender a apresentação das funções
psíquicas a serem investigadas no EEM, divididas em dois grupos:
Um relativo às funções mais básicas que implicam um bom nível de consciência e alerta, que quando
alteradas permitem que suspeitemos de algum transtorno de ordem orgânica.
Um que envolve as funções de ordem mais cognitiva, que quando alteradas denotam transtornos de
ordem psíquica.
Assim, nasceram as bem conhecidas siglas mnemônicas de ASMOCPLIAC (atenção, sensopercepção,
memória, orientação, consciência, pensamento, linguagem, inteligência, afeto e conação), e sua variante
reordenada, possivelmente, por alunos de psicologia, SACOMPLICA.
Compreendendo as características do exame do estado
mental

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Neste vídeo, falaremos sobre as particularidades e considerações básicas do exame mental, abordando a
objetividade extrema e a subjetividade, os sinais e sintomas e o EEM no psicodiagnóstico.
Funções que denotam alterações orgânicas
Sensopercepção
São duas funções relacionadas: sensação e percepção. A sensação é um fenômeno associado aos
estímulos, internos ou externos ao organismo, que chegam pelos órgãos dos sentidos. A percepção é um
fenômeno cognitivo que se refere à captação, ao processamento, à conscientização e interpretação do que
é sentido. É fundamental em nossa ligação com o mundo.
A sensação é apontada como um fenômeno passivo de recepção, enquanto a percepção é um elemento
ativo, criativo e, absolutamente pessoal, associado a experiências particulares. As alterações mais
conhecidas são na intensidade das sensações (por exemplo: pequenos ruídos, que são escutados como
ensurdecedores) e quais tipos encontram-se afetados.
Na percepção, há a possibilidade de alterações qualitativas, como as ilusões (estímulos ou objetos reais
são confundidos com outros, ou distorcidos, como, por exemplo, ver monstros em roupas penduradas); e
alucinações (percepção nítida e externa a si mesmo, de um objeto, sem sua presença real ou estímulo,
como, por exemplo, ouvir vozes que não existem, ver animais selvagens correndo pelo apartamento).
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Atenção
Função estreitamente associada à consciência. Relaciona-se à capacidade de investimento, de
concentração da atividade mental sobre um objeto. Diz respeito à consciência focada em determinada
direção ou atividade. Segundo Dalgalarrondo:
...a atenção é um construto psicológico complexo que se refere a uma
variedade de componentes, sendo eles, principalmente: 1) início da atividade
consciente e focalização; 2) atenção sustentada e nível de alerta (vigilance); 3)
atenção seletiva ou inibição de resposta a estímulos irrelevantes; e 4)
capacidade de mudar o foco de atenção (set-shifting), ou atenção alternada.
(DALGALARRONDO, 2019, p. 165)
Consciência
Essa função refere-se, em primeiro lugar, ao estado vígil, de alerta e capacidade de interação com o mundo.
O estado ou grau de lucidez encontra-se aí incluído. Nesse sentido, é possível identificar quatro níveis
básicos de consciência: vígil, sonolência, torpor e coma.
Também podemos falar de consciência sob o ponto de vista subjetivo, como uma experiência subjetiva, o
reconhecimento de conteúdos ou estados mentais (sensações, medos, desejos etc.). O sono seria uma
alteração normal da consciência, mas precisa ser avaliado e verificar se existem alterações do tipo: sonhos,
pesadelos, insônias, terrores noturnos, sonambulismos etc.).
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Orientação
Essa função encontra-se vinculada à capacidade de um indivíduo conseguir se situar no tempo e espaço
tanto em relação a si mesmo quanto ao mundo. Em vista disso, podemos dividir essa função entre
autopsíquica e alopsíquica. Vamos conhecê-las!
Autopsíquica
Tem relação com a própria pessoa, sua identidade, trabalho, sua situação de saúde e local onde mora.
Alopsíquica
Tem relação com tempo, horas, dias, distâncias, localizar-se geograficamente, seguir caminhos.
A investigação dessa função contemplará perguntas sobre esses itens.
Memória
Função psíquica importante que abrange os aspectos de registro, fixação, evocação e reconhecimento de
estímulos sensoriais, objetos, pessoas e experiências de modo geral.
Toda a capacidade de aprendizagem do indivíduo depende da memória, que é um
processo ativo de codi�cações, revisões, acréscimos, recombinações e reinterpretações
sucessivas.
Uma das classificações da memória, que costuma ser a mais avaliada, refere-se à memória imediata,
recente e remota. A memória imediata é aquela que recobre os últimos 5 minutos; a recente refere-se a
horas e poucos dias; a remota refere-se a meses e anos.
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Primeira parte do exame do estado mental
Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes funções do EEM, que quando alteradas nos permitem suspeitar
de algum transtorno orgânico.
Funções que denotam alterações psíquicas
Pensamento
Antes de comentar sobre essa função, é necessário mencionar sua complexidade e sua intensa parceria
com outra função, a linguagem. Falar sobre o pensamento é apresentar três elementos dos quais ele se
constitui. Estamos falando de:
Conceitos
Apesar de formados a partir de sensações e percepções, são puramente cognitivos e abstratos. Pelo
contato com o mundo, relacionamos objetos ou fenômenos a ideias, sentidos e significados, exprimindo
características gerais e abstratas deles. Ao pensarmos em cama, além do objeto em si, encontramos o
conceito de algo, geralmente, com quatro pernas, que serve para dormir.
Juízos
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Quando relacionamos os conceitos entre si estamos realizando juízos, que podem reafirmar ou negar
alguma propriedade do objeto ou fenômeno. “A cama serve para dormir, logo, ela é útil”. Assim, criamos
relações significativas entre os conceitos. Os juízos são influenciados pela história do indivíduo, seus
interesses, as motivações e os desejos.
Raciocínio
A articulação de variados conceitos, uma sequência de juízos, formará um raciocínio. Assim, desenvolve-se
o pensamento e o conhecimento.
Existem algumas formas de analisar o processo do pensamento: curso, forma e conteúdo. Vamos entendê-
las!
Refere-se ao fluir, à velocidade com que as ideias passam pelo pensamento. Podemos perceber uma
adequação, aceleração ou lentificação.
Refere-se à estrutura e construção do pensamento, ao nexo das ideias entre si. Avalia-se a coerência,
a lógica e a capacidade de atingir o tema escolhido (ou tangenciando o tema sem entrar nele).
Refere-se a aspectos vinculados aos tipos de temas escolhidos e sua relação com a realidade. É
uma verificação se existe um conteúdo predominante ou ideias recorrentes e obsessivas,
características persecutórias etc. Os conteúdos mais observados que apontam alterações
psicopatológicas são: persecutórios, ataques à autoestima, riqueza e grandeza, eróticos etc. Um
Curso 
Forma 
Conteúdo 
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exemplo de traços persecutórios seria a ideia de que “algum vizinho está realizando rituais
diabólicos para fazer mal pra mim”.
Uma alteração importante do pensamento, mais precisamente do juízo de realidade é denominada delírio,
que significa falso juízo. É a crença persistente em uma ideia irreal, não passível de correção e incompatível
com o entendimento social mais comum que leva em conta a realidade. Um aspecto importante é a
ausência de crítica em relação à bizarrice do juízo em questão. O delírio pode ser classificado segundo:
Linguagem
É típica do humano, e o principal meio de comunicação, podendo ser verbal e não verbal. A linguagem é a
possibilidade de materializar o pensamento, o seu suporte. Também é uma das formas de expressão das
emoções.
Temática
Indica temas e classificações, como: grandeza, persecutório, possessão divina (“eu sou
Jesus”), ciúme (“você sempre está flertando com todos os homens”) etc.
Nível de elaboração
Indica elementos mais estruturados, como grandes histórias com início, meio e fim; ou não
estruturados.
Curso evolutivo
Pode ser agudo ou crônico.
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Muitos linguistas apresentam diferentes aspectos correlacionados à linguagem. Existem duas dimensões
da linguagem: langue e parole, língua e palavra respectivamente. Língua refere-se ao sistema linguístico com
suas regras que a tornam idioma. E palavra, o que é característico na seleção e utilização do sistema
linguístico, tais como os enunciados, o que é falado concretamente. Segundo Dalgalarrondo:
...a linguagem pode ser descrita, ainda, como um sistema de signos arbitrários,
o signo linguístico, as palavras. Esses signos ganham seus significados
específicos por meio de um sistema de convenções historicamente dado. A
linguagem é, portanto, uma criação social de cada um e de todos os grupos
humanos.
(DALGALARRONDO, 2019, p. 426)
Podemos investigar as alterações da linguagem secundárias, a partir de lesões neuronais (tipo AVC, tumor,
traumatismos) ou alterações de linguagem associadas aos transtornos mentais.
Reconhecemos a afasia como uma das principais alterações de linguagem por lesão do sistema nervoso
central. Caracteriza-se como perda da linguagem, falada ou escrita, por incapacidade de compreensão e
utilização dos símbolos verbais e, consequentemente, interferindo na comunicação adequada. Pode ser
leve, na qual a pessoa ainda consegue construir uma frase, conversar, mas alguma palavra pode falhar ou
ser esquecida. Porém, quando considerada grave há total incapacidade em ler, escrever ou construir uma
frase que possibilite a comunicação, deixando a pessoa totalmente dependente de outra para exercício do
convívio social. Lembre-se de que a afasia não é um distúrbio psiquiátrico ou cognitivo/intelectual.
As alterações de linguagem vinculadas aos transtornos mentais são percebidas por:
Velocidade, acelerada em um fluxo rápido de palavras, ou lenta e vagarosa, hesitante e com lacunas para
resposta.
Quantidade de palavras, tais como: mutismo ou ser prolixo.
Qualidade: complexidade do conteúdo, pobre ou elaborado, criativo, com novas palavras.
Repetição automática de forma estereotipada (perseveração) ou repetição em eco de palavras (ecolalia).
Uma alteração importante é a dislexia, considerada um transtorno do desenvolvimento e aprendizagem da
leitura. O surgimento de um conjunto de sintomas que levam à identificação de dificuldades de leitura, de
associação entre linguagem escrita (símbolos verbais) com os fonemas (símbolos verbais) e vice-versa.
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Inteligência
Existem muitas definições para esse conceito, variando de acordo com o referencial teórico. Uma delas é
dada pela Associação Psicológica Americana:
...capacidade de extrair informações, aprender com a experiência, adaptar-se ao
ambiente, compreender e utilizar corretamente o pensamento e a razão.
(DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA, 2010, p. 521)
A inteligênciarefere-se a um conjunto de habilidades cognitivas que permitem ao indivíduo retirar
informações do ambiente, identificar problemas e buscar soluções, novas se necessário, aprender com a
experiência, responder adaptativamente ao meio, compreender e utilizar corretamente o pensamento e a
razão, pensar abstratamente.
Podemos avaliar a inteligência segundo algumas habilidades: raciocínio, abstração, compreensão de ideias
complexas, planejamento, categorização, resolução de problemas e aprendizagem. Essa avaliação pode ser
realizada por meio de perguntas, pela aplicação de testes psicométricos, tais como Wisc e escalas
Wechsler, ou outros testes objetivos.
Conduta
Apesar de não ser exatamente uma função psíquica, apresenta conexões com outras funções, como
afetividade, emoções e outras.
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Diz respeito a atos e comportamentos cotidianos, usuais, realizados por um indivíduo dentro de um
contexto. Esses comportamentos mostram ser padrões de conduta.
Seguiremos uma avaliação de diferentes partes, como ações e movimento, vontade, desejos.
A observação de parâmetros quantitativos e qualitativos desses elementos ajuda a identificação dos
sintomas. Entenda a seguir:
Afetividade
Falar em afetividade é trazer o colorido das experiências da vida do ser humano. Impossível estudar essa
função sem estabelecer algumas diferenças entre sentimento, emoção, afeto e humor. Vamos conferir!
Capacidade psicomotora
Neste caso, temos a marcha, lentificada ou agitada, a postura, o equilíbrio, a coordenação
motora e movimentos estereotipados, como tiques, maneirismos, cacoetes.
Vontade
Neste caso, podemos pesquisar o aumento ou a diminuição, desde a impulsividade chegando
ao negativismo (resistência a qualquer pedido de movimentação).
Desejo
Neste caso, investigamos alterações do tipo sexual, por exemplo, queixas de impotência e
frigidez, e aspectos pulsionais assim como exibicionismos, masoquismo, perversões sexuais.
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Sentimento
É um estado afetivo mais estável, essencialmente mental, referido a ideias, representações, valores.
Sentimentos tais como culpa, tristeza, esperança, gratidão.
Emoção
É uma resposta a um estímulo, uma reação intensa, violenta, mas passageira, predominantemente da
ordem somática, em que o corpo fala. Por exemplo, sensação de náuseas e vômito diante de um corpo
atropelado.
Humor
É o tônus afetivo básico que perpassa qualquer tipo de vivência do indivíduo. É o estado de ânimo geral
que se encontra subliminarmente a qualquer experiência vivida, aquilo que dá cor e tonalidade à vida.
Afeto
É uma qualidade emocional associada a uma ideia. Encontramos o afeto emprestando um colorido ao
vínculo afeto-ideia.
A investigação do afeto ocorre a partir da qualidade (qual tipo? tristeza, vergonha, satisfação); da
modulação (hiper ou hipo, embotamento ou rigidez); e da tonalidade (deprimido, eufórico, agressivo e
desagradável).
Quanto às emoções, pode-se verificar a apatia (diminuição da motivação, do tônus emocional – “a resposta
a tudo é... tanto faz”) e anedonia (incapacidade para sentir prazer com as diferentes experiências da vida).
Os elementos relativos ao exame do estado mental são inúmeros e aqui apresentamos um conjunto
suficiente de exemplos, que possibilitarão seu aprofundamento teórico.
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Segunda parte do exame do estado mental
Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes funções do EEM, que, quando alteradas, permitem que
suspeitemos de algum transtorno psíquico.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O exame do estado mental, ou exame psíquico, envolve a observação sistemática do comportamento
de alguém. Com a entrevista e observação de algumas funções psíquicas do paciente realizamos esse
exame. Assinale o item que indica os dados que fazem parte dessa observação.

A Orientação, processo de pensamento, intelecto.
B Humor e afetividade, superego, consciência.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O exame do estado mental avalia um conjunto de funções psíquicas com o objetivo de identificar
alterações psicopatológicas. Essas funções podem ser evocadas facilmente pelo termo SACOMPLICA.
Todos os itens da questão incluem alguma função psíquica, com exceção de intelecto, superego,
sociabilidade egoica.
Questão 2
Uma paciente dirige-se à sala de atendimento e enquanto está sendo avaliada diz ao entrevistador que
não irá mais falar com ele pois está escutando pessoas no consultório ao lado dando uma série de
risadas sobre o que ela está contando. O entrevistador levanta e lhe diz, abrindo a porta, que não tem
ninguém além deles dois. A paciente retruca que eles foram rapidamente embora. Segundo o que você
estudou parece que a paciente está com alterações na função psíquica:
C Orientação, linguagem, memória.
D Intelecto, linguagem, conduta.
E Sociabilidade egóica, sensopercepção, memória.
A Pensamento
B Memória
C Afetividade
D Impulsividade
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A função do pensamento tem como importante alteração o delírio que se define por um falso juízo
sobre a realidade. Observe que, apesar do entrevistador tentar convencê-la, abrindo a porta, ela
continua irredutível e cria uma justificativa para sua crença e interpretação.
3 - Os tipos de entrevista
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir as diferenças técnicas entre as entrevistas
individual, grupo e família, a partir de sua necessidade e momento de utilização no processo
psicodiagnóstico.
Entrevista clínica
É uma das principais técnicas usadas pelo psicólogo. Instrumento essencial para todo tipo de trabalho, na
área clínica, de trabalho, jurídica, escolar etc. A palavra entrevista vem do francês entrevue, “ato de ver um
E Vontade
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ao outro”; e do latim inter, “entre”, + vedere, “ver”. Assim, podemos perceber que na entrevista existirá uma
troca de olhares, palavras, um encontro, uma comunicação, um diálogo, entre duas ou mais pessoas. Veja
como Bleger, um autor muito importante nesse campo, define o que é entrevista:
Entrevista psicológica é uma relação, com características particulares, que se estabelece entre
duas ou mais pessoas. O específico ou particular dessa relação reside em que um dos integrantes
é um técnico da psicologia que deve atuar nesse papel, e o outro ou os outros, necessitam de sua
intervenção técnica... Para sublinhar o aspecto fundamental da entrevista poder-se-ia dizer, de
outra maneira, que ela consiste em uma relação humana na qual um dos integrantes deve procurar
saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse conhecimento. A realização dos
objetivos possíveis da entrevista (investigação, diagnóstico, orientação, etc.) depende desse saber
e da atuação e acordo com esse saber.
(BLEGER, 1987, p. 12)
Para Bleger, o entrevistado deve ser deixado falar livremente, configurando o campo da entrevista.
A entrevista clínica tem algumas funções, como coleta de informações, diagnóstico, proposta de
intervenção e terapêutica. Toda entrevista clínica pressupõe o conhecimento de um montante de
informações no tocante a teorias de desenvolvimento, psicopatologia, teorias psicológicas e outros,
essenciais ao entendimento do humano. Existem três tipos de entrevista: estruturada,semiestruturada e
aberta. Vamos conhecê-las!
Segue um roteiro de perguntas a ser cumprido, obedecendo a uma ordem que não pode ser alterada,
quase um questionário.
Possui um roteiro conhecido, mas tem certa flexibilidade na medida em que o entrevistado pode
falar mais livremente, além do roteiro, e o entrevistador tenta algumas perguntas para aprofundar o
que deseja saber. O entrevistador tem liberdade para introduzir novas perguntas para melhor avaliar
Entrevista estruturada 
Entrevista semiestruturada 
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e entender o que está se passando, buscar dados que deseja conhecer. Nesse modelo, observamos
o profissional utilizando perguntas abertas e fechadas.
Não segue nenhum tipo de roteiro, plano. O que orienta esse tipo de entrevista é a espontaneidade
do entrevistado, o que escolhe dizer, e a possibilidade do entrevistador de seguir vários caminhos e
temas apresentados, além de realizar perguntas e intervenções por sobre o que está sendo dito.
Assim, a flexibilidade é total e o aprofundamento é livre, adaptado ao que possa ser interessante
para conhecimento da personalidade do entrevistado.
Durante a realização de um psicodiagnóstico, podemos observar que os profissionais utilizam,
predominantemente, entrevistas semiestruturadas e abertas. Outro entendimento propõe a entrevista
segundo o número de participantes: individual, grupo e família.
Toda entrevista alcança seu objetivo (investigação, diagnóstico, orientação) quando se estabelece uma
relação empática, um vínculo favorável de confiança, que viabilize uma intimidade para falar sem medos de
julgamentos.
A entrevista como técnica e instrumento
Neste vídeo, falaremos sobre definição, características e os tipos de entrevista psicológica, que podem ser
estruturadas, semiestruturadas ou abertas, compreendendo as nuances de cada uma delas.
Entrevista aberta 

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Entrevista individual
Ao indicar que a entrevista clínica é individual, estamos mencionando que o profissional estará diante do
entrevistado, daquele que é o sujeito de investigação. No caso de adultos a entrevista será feita com os
adultos que forem capazes de trazer os dados necessários para avaliação.
No caso de crianças e adolescentes os responsáveis e/ou pais serão convidados a participar de uma (ou
mais de uma) entrevista inicial, pois serão precisos dados preliminares de orientação quanto ao motivo da
consulta e também da autorização para realizar entrevistas com os jovens.
Além disso, precisaremos de algumas informações sobre a história desse sujeito, ou seja, uma anamnese,
que eles não conseguiriam informar. É claro que se faz necessário um encontro somente com a criança ou
adolescente, mas o contato com os pais precede a este.
A entrevista com adolescentes e, principalmente, com crianças exige uma técnica específica sobre a qual
falaremos mais à frente.
Atenção!
Toda entrevista é processual, ou seja, transcorre durante um tempo, e podemos observar os papéis
definidos. O entrevistado está ali para colaborar, oferecer informações, e o profissional, aquele que
entrevista, precisa estar atento, ser empático, capaz de sustentar a relação interpessoal estabelecendo
rapport e, baseando-se em seus conhecimentos teóricos, técnicos e pessoais, obter clareza sobre o que
ocorre com o sujeito.
apport
É uma palavra de origem francesa (rapporter), que significa “trazer de volta” ou “criar uma relação”. O conceito
de Rapport é originário da psicologia, e é utilizado para designar a técnica de criar uma ligação de empatia com
outra pessoa, para que se comunique com menos resistência.
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A posição do psicólogo é a de um observador participante. Deve sempre observar, concentrado e vigilante,
além de intervir, objetivando novos links e aprofundamento. Não pode se esquecer de que sua presença
interfere no campo da entrevista pela via de suas habilidades, experiências e seus preconceitos. É provável
que a ideia de Bleger (1987) de que toda entrevista é uma entrevista de grupo com no mínimo dois
participantes seja nesse sentido.
Levantamos três aspectos importantes para o funcionamento da entrevista, veja:
Tempo
Aspecto que representa a necessidade de que toda entrevista tenha início, meio e fim. Portanto, o
entrevistador precisa ser hábil para conseguir distribuir o tempo de maneira adequada a conseguir as
informações. Se for necessário, é possível não se restringir a uma única entrevista.
Setting
Aspecto que pode ser definido como algo além do espaço físico estruturado para o trabalho, os arranjos
práticos de um contrato de trabalho.
Anotações
Aspecto em se reconhece que as anotações são bem-vindas e necessárias, mas que devem ser realizadas
após o término da entrevista. A exceção é a anamnese.
Particularidades da entrevista individual
Neste vídeo, falaremos sobre as características e particularidades de uma entrevista individual, como os
participantes, as informações levantadas, os papéis, e também vamos pontuar os aspectos relevante para o
funcionamento dessa entrevista, como tempo, setting e anotações.

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Entrevista em grupo
Não costuma ser utilizada para a realização de psicodiagnóstico. É uma estratégia mais usada na área de
RH e gestão de pessoas, associada à entrevista individual. Na individual, avalia-se habilidades e
competências, e na de grupo, observa-se a colocação destas em prática, por exemplo por intermédio das
técnicas de dinâmicas de grupo.
Entretanto, alguns estudos constataram que pode tornar o processo psicodiagnóstico mais rápido e fazer
surgir informações que não conseguiríamos no trabalho individual.
Estamos nos referindo aos atendimentos realizados nas instituições de saúde e serviços de psicologia
aplicada.
Estatisticamente, a clientela que mais busca esse tipo de atendimento é a infantil e de adolescentes, devido
a problemas de aprendizagem escolar e alterações de conduta. Para um atendimento mais ágil e de modo a
beneficiar maior número de pessoas, o trabalho de grupo pode ser um fator positivo quanto à eficácia.
Assim também alcançaríamos uma participação mais ativa de pais e filhos no processo. Esta é a indicação
de Munhóz:
...uma proposta básica a participação dos pais e desenvolver-se em grupo.
Apoiei-me nesses aspectos por considerar um caminho capaz de levar à
mudanças significativas que consiste em permitir que o cliente se torne
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participante ativo, cooperador do processo, por meio da partilha de
pensamentos e reflexões sobre os significados que ele atribui a seu
comportamento e ao dos seus filhos.
(MUNHÓZ, 1995, p. 180)
Como primeiro momento, para viabilizar o atendimento, seria necessário uma triagem prévia seguindo
parâmetros de idade e semelhança quanto à queixa principal. Os grupos seriam assim arranjados. Por
exemplo, pré-adolescentes de 11 a 13 anos que apresentem queixa de dificuldades de socialização, ou
crianças de 7 a 9 anos com queixas de aprendizagem.
Quando atendemos a adolescentes ou crianças, a entrevista com os pais precede a esse encontro. No caso
de entrevista em grupo, pode ser solicitado aos pais a apresentação própria, e o motivo pelo qual estão no
grupo. Os psicólogos devem ter atenção ao conteúdo do discurso, aos sentimentos demonstrados, às
angústias e aos medos, sem esquecer da postura corporal.
Precisam auxiliar o aprofundamento das questões por meio de perguntas ou apontamentos de significadosatribuídos pela percepção e compreensão deles do que está acontecendo. As colocações individuais e as
intervenções realizadas contribuem para identificação e empatia dos outros pais e no prosseguimento de
novas contribuições.
Comentário
No que diz respeito a dados específicos, do desenvolvimento (anamnese) e outros, pode ser enviado um
questionário a ser respondido em casa e devolvido aos profissionais. De posse dessas informações, o
contato com crianças ou adolescentes se estabelece, preferencialmente, em uma sala ampla e com
material lúdico. A informação do papel do psicólogo e a escuta de queixas e ansiedades dos membros do
grupo (pacientes) associada à observação da movimentação e conduta de cada participante oferece ao
profissional a possibilidade de compreensão da demanda inicial.
O psicodiagnóstico em grupo também pode incluir sessões individuais caso seja necessário. Por fim, novas
sessões com os pais para discussão de encaminhamentos e orientações podem ser sugeridas.
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Entrevista com a família
A família é considerada fundamental para o crescimento do indivíduo. Como um espaço social, um
microssistema, possui enorme influência no desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e
emocionais.
A família é o primeiro espaço de referência e convivência de uma criança, no qual
ela aprende e agrega à sua personalidade experiências afetivas, valores éticos,
regras, expectativas, percepção de mundo.
A qualidade da interação oferecida à criança pela família e, também, o contato com um ambiente
estimulador e de cuidado eficaz à criança é função da família. De modo geral, duas são as funções da
família: a proteção psicossocial e emocional e a promoção da capacidade de adaptação à cultura e sua
transmissão.
Conforme a família cumprir tais funções, observaremos o indivíduo sendo exposto a fatores de risco, fonte
de mal-estares e, consequentemente, a possíveis atrasos em seu desenvolvimento.
Nesse sentido, entrevistas com a família devem ser incluídas no processo psicodiagnóstico. Essas
entrevistas ocorrem sempre quando o avaliado é uma criança, adolescente ou um adulto que não esteja
apto a responder por si. Todos os membros considerados importantes, que moram com o avaliado, são
convidados a participar.
Nesse tipo de trabalho, obter informações de diferentes fontes leva a uma avaliação mais integral e densa.
Para alcançar esses dados, é importante estabelecer um bom rapport, uma relação de confiança, que
ajudará aos pais/outros familiares a se sentirem confortáveis e acreditarem em uma parceria com o
profissional. Somente assim conseguirão se sentir menos ameaçados e ter uma postura participativa.
Atenção!
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Uma das principais contribuições acontece na anamnese. Além disso, deve-se considerar alguns aspectos e
investigar em nova entrevista: papel de cada um dos membros da família, regras principais de
funcionamento desse sistema familiar, as interações familiares, como avaliam e entendem o filho, como
percebem e entendem a demanda pelo atendimento.
É interessante explorar pontos da história de vida dos pais que possam estar correlacionados com a atual
queixa relativa ao filho. Esse item, por exemplo, pode falar sobre grau de diferenciação entre os membros da
família (dificuldades de aprendizagem que se repetem no mesmo período de tempo, as expectativas e as
formas de interpretar os fatos dentro do ambiente familiar). Na entrevista com a família, na qual se acha
incluído o avaliado, pode ser solicitada uma tarefa conjunta tal como um jogo ou brincadeira, ou um
desenho, e posterior descrição de cada um dos membros. Essa técnica pode colaborar com um acervo de
informações específicos desse tipo de jogo.
A entrevista familiar no psicodiagnóstico pode contribuir na medida em que traz uma visão mais global e
sistêmica dos conflitos e da demanda do paciente em questão.
Particularidades da entrevista em grupo e com a família
Neste vídeo, apresentaremos as características e particularidades da entrevista em grupo e da entrevista
com a família, refletindo sobre cada uma delas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1
A realização de entrevista clínica é considerada uma das principais competências do psicólogo,
independentemente de sua abordagem teórica. Sobre a entrevista clínica, é correto afirmar:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A entrevista clínica é o instrumento fundamental do trabalho do psicólogo. Ela possui vários objetivos e
um deles é o diagnóstico. Para alcançar as informações necessárias para tal, o psicólogo precisa ser
empático, possuir conhecimentos psicológicos que o ajudem a entender o que é apresentado pelo
paciente.
Questão 2
(Prefeitura Municipal de Jataí – Psicólogo – 2019). A entrevista clínica em psicologia representa um
meio importante para o trabalho do psicólogo. Assinale a alternativa que apresenta o objetivo da
entrevista clínica em psicologia.
A Entrevista clínica deve restringir-se a 30 minutos, para que o enquadre seja mantido.
B O silêncio é algo a ser evitado, pois indica inabilidade do entrevistado.
C Principal técnica utilizada nos psicodiagnósticos.
D Costuma ser fundamental quando o psicólogo registra as informações.
E O profissional deve evitar acolher o paciente.
A Emitir documentos psicológicos.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O contato com o entrevistado se constitui como uma relação de ajuda. Por meio de um diálogo
empático, uma aproximação se realiza, e informações são dadas, um conhecimento sobre o outro é
construído e hipóteses são levantadas sobre a demanda de um atendimento.
4 - O lúdico como recurso de avaliação psíquica
B Descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos.
C Realizar psicodiagnóstico.
D Realizar avaliação psicológica.
E Verificar a legitimidade do discurso do entrevistado.
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a possibilidade de uso do lúdico para
observação, avaliação e interpretação de indicadores da dinâmica psíquica do paciente.
O brincar
A hora de jogo é realizada predominantemente na avaliação de crianças. Essa técnica tem seu surgimento a
partir da percepção crescente de que a criança não é um miniadulto, mas um indivíduo com características
próprias e singularidades desse período de vida.
Um aspecto fundamental da experiência infantil é o ato de brincar como uma linguagem da criança. O
brincar é uma atividade presente desde sempre na vida dos indivíduos, a partir do início da infância, e
contribui no desenvolvimento total da criança, em seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais.
Antes de aprofundar o sentido do “brincar”, vale frisar que, independentemente da abordagem que estuda o
mundo da criança, o brincar possui, sem exceção, uma função, e encontra-se associada à linguagem.
Historicamente, foi Freud (1920) quem primeiro pôde perceber, analisar e entender o sentido simbólico do
ato de brincar. Conseguiu, ao observar um bebê brincando com um carretel (que jogava longe e depois o
trazia para perto, repetidamente) vincular a relação simbólica do brincar com um conjunto de ansiedades
que eram vividas e precisavam ser elaboradas, ou mesmo dominadas pela criança – o ir e vir da mãe, seu
afastamento e retorno. Indicou que o brincar era a possibilidade de elaboração de situações traumáticasou
conflitivas. Nesse sentido, também podemos nos remeter à teoria kleiniana, que diz:
...o brincar é a linguagem típica da criança. Quando falta a palavra, o brincar expressa
tudo, e mesmo quando a palavra já tiver sido incorporada a linguagem lúdica é mais
expressiva que a verbal ou, então, no mínimo, um complemento imprescindível.
(KLEIN apud GARCIA ARZENO, 1995, p. 48)
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Pela brincadeira, toda criança consegue, além de crescer cognitivamente, criar, reforçar atitudes positivas,
treinar papéis sociais, expressar seu cotidiano, seus medos, angústias, raivas, e suas experiências e
relações com o mundo familiar. Toda brincadeira representa o que está sendo vivido pela criança em seu
mundo interno e externo.
O jogo representa um instrumento para observação e avaliação da realidade, do
mundo interno, da criança que foi encaminhada ao psicodiagnóstico. Como o
brincar é uma atividade natural para a criança, a proposta do lúdico será
facilitadora para a comunicação entre ela e o psicólogo.
Lembre-se de que a hora de jogo é sempre precedida de um conjunto de entrevistas. A hora de jogo é
considerada como uma entrevista aberta e com a perspectiva de que, inicialmente, a criança consiga dizer o
que acha estar acontecendo com ela. Precisamos saber se ela tem conhecimento sobre o porquê está ali no
espaço de atendimento. A resposta a essa pergunta poderá nos dar algumas pistas sobre o grau de
defasagem entre o que a criança expressa com o seu sofrimento e o que os pais pensam ser, além de novas
informações sobre a criança.
Importância da brincadeira para as crianças
Neste vídeo, falaremos sobre a importância do brincar para a avaliação psíquica. Abordaremos ainda a hora
do jogo, o brincar para a criança e o sentido simbólico de brincar.
Hora de jogo diagnóstica

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Foi a psicanalista Arminda Aberastury (1982) quem primeiro estudou de modo sistematizado a entrevista
lúdica como forma de diagnóstico capaz de observar conflitos e sintomas de sofrimento psíquico da
criança. Comparava a hora de jogo à primeira entrevista com adultos em sua possibilidade de comunicar
seus desejos, fantasias, sofrimentos e ações.
Exemplo
Existem também outras técnicas com os mesmos objetivos da hora de jogo com o brincar livre. O Jogo do
rabisco de Winnicott (1984) e o Procedimento de Desenhos-Estórias de Walter Trinca (1984) são alguns.
Para a realização da hora de jogo, pode-se utilizar um grupo de materiais relativamente simples, por
exemplo: material de desenho, lápis de cor, tinta, cubos diversos, blocos de construção, caixinhas, carrinhos,
animais, bonequinhos capazes de representar pessoas em idades diferentes, joguinho de pires, xícaras e
talheres, miniaturas de aparelhos do cotidiano, massinha de modelar, argila. Também podem ser incluídos
jogos de cartas, fantoches e outros representantes do mundo real. Mas não são necessários jogos
altamente estruturados ou tecnológicos.
O psicólogo apresentará o material lúdico ao paciente e este poderá brincar da maneira que quiser. Em
alguns momentos, se for convidado, o profissional poderá se juntar à brincadeira.
Será possível identificar a projeção de conflitos e emoções múltiplas na brincadeira.
De modo geral, é necessário entender que nesse brincar acontece o acesso ao inconsciente e angústias
podem aparecer e necessitam ser identificadas. O momento do brincar e também como se utilizam dos
brinquedos trará indicações das emoções envolvidas e de sua maturidade.
Existem vários critérios específicos a serem investigados e avaliados na hora de jogo. Passaremos a
apresentar alguns, mas não temos como objetivo esgotar esses critérios, tanto devido ao seu número
quanto à variedade de concepções teóricas que os embasa. Confira alguns desses critérios:
Desenvolvimento físico e neurológico 
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Este item considera a coordenação motora em todos os níveis (desde marcha, equilíbrio, capacidade
de atividade, integração do esquema corporal, lateralidade, desenvolvimento da linguagem, tudo de
acordo com seu momento evolutivo). A avaliação desse desenvolvimento pode ajudar na
necessidade de indicação de uma avaliação neurológica ou psicopedagógica. Avalia-se também o
bem-estar físico geral (altura, peso, saúde).
Este item é bastante importante, pois se correlacionará a alguns outros, como o humor, a sensação
geral que é experimentada ao longo da hora de jogo, traduzida pelas expressões faciais, por
exemplo.
A medida dessa capacidade aparecerá na relação com o entrevistador. Contatos visuais são
fundamentais, expressões faciais de afeto e outras, gestos, emissão de sons, o modo e a qualidade
de como ocorre o vínculo com o psicólogo, como lida com o afastamento das figuras parentais para
ir para a sala de atendimento (refere-se ao processo de separação-individuação segundo Mahler
1982).
Podemos incluir aqui a observação de aspectos transferenciais e contratransferenciais nessa
relação, ou seja, sentimentos que ressurgem e se atualizam-se na experiência da relação e do brincar
com os objetos. As crianças expressam simbolicamente seus sentimentos e conflitos nas histórias
de faz de conta, nas quais gigantes malvados e animais brigam pelo controle da selva, mas no final
tudo pode ficar bem se os animais obedecerem aos grandalhões.
Este item aponta que, durante todo o período da entrevista, deve-se observar os diferentes afetos
que vão surgindo e atentar para os conteúdos relacionados a eles (inveja, raiva, agressividade,
gratidão, competição, etc.).
Por exemplo, uma criança de 7 anos que inicia uma brincadeira com os blocos, construindo uma
casa, mas logo ao terminar sacode a mão derrubando tudo e nos olha com fisionomia de apreensão.
Vários afetos presentes associados à destruição e agressividade, mas também um temor
relacionado ao entendimento e a interpretação do ocorrido.
Capacidade de relacionamento humano 
Afetos e ansiedades 
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O aparecimento de ansiedade é comum devido à situação nova, mas é importante avaliar se está
referida a temas específicos, ou à separação das figuras parentais.
Este item aponta como a criança se manifesta após ser oferecido o material. Observa primeiro e
depois interage, ou só observa e não participa, é hesitante; aguarda autorização do profissional ou se
aproxima livremente; brinca de modo rígido, repetindo a mesma brincadeira ou é capaz de alternar e
criar novos objetos a partir dos já existentes.
Este item tem relação com avaliar se a capacidade de expressão e intelectual se encontra em acordo
com seu nível de desenvolvimento, segundo critérios evolutivos de Piaget (1999). Segundo o autor,
desenvolver a aprendizagem está relacionado à maturidade de aspectos biológicos, um processo de
autorregulação que adapta o ser humano a um novo ambiente, além de promover suas interações
com esse meio. São fases:
Período sensório-motor (0 a 2 anos)
Período pré-operatório (2 a 7 anos)
Período das operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
Período das operações formais (11 ou 12 anos em diante)
Este item relaciona-se com a resposta à colocação de limites, por exemplo, o término da sessão ou
regras de algum jogo, o grau de frustração, papéis estabelecidos durante o transcorrer da avaliação.
Aspectos a serem investigados na hora do jogo
Escolha de brinquedos e brincadeiras 
Capacidade simbólica 
Adequação à realidade 
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Neste vídeo, falaremossobre os diferentes aspectos a serem investigados na hora do jogo no
psicodiagnóstico, como desenvolvimento físico e neurológico, capacidade de relacionamento, afetos e
ansiedades, escolha de brinquedos, capacidade simbólica e adequação à realidade.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Pedro, 6 anos, é encaminhado ao psicólogo pela escola, pois está apresentando retraimento na relação
com os colegas, chegando a influenciar sua aprendizagem. O profissional, após falar com os pais, faz
uma primeira entrevista com o menino usando jogos e brincadeiras. A essa técnica dá-se o nome de
A entrevista operacional.
B anamnese.
C entrevista devolutiva lúdica.
D hora de jogo.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Em todas as avaliações, podemos observar que existe a possibilidade de expressão verbal e não verbal.
Entretanto, as crianças têm a capacidade de se expressar mais facilmente por meio do brincar. Nesse
sentido, o psicodiagnóstico infantil não pode prescindir de uma hora de jogo diagnóstica.
Questão 2
Estatisticamente, sabe-se que o encaminhamento de crianças para avaliação e atendimento
psicológico é alto, devido a problemas de aprendizagem. Segundo os profissionais que atuam nessa
área para a escuta dessas crianças é fundamental
Parabéns! A alternativa E está correta.
A escuta de um adulto e seu sofrimento acontece a partir de seu discurso e de sua fala. Reconhecemos
que o brincar infantil é a contrapartida da palavra do adulto. O brincar é uma forma característica do
mundo infantil e por meio dela a criança se expressa em sua totalidade.
E exame mental orientado.
A que os pais não apresentem informações para não contaminar o atendimento.
B que o psicólogo questione a criança com perguntas bem específicas.
C que realize apenas uma entrevista com cada professor do aluno.
D que previamente à entrevista de escuta sejam realizados exames neurológicos.
E que avalie a criança a partir do brincar, pois é sua linguagem natural.
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Considerações �nais
A realização de um psicodiagnóstico demanda um conjunto de informações prévias importantes na
elaboração de possíveis hipóteses sobre o sofrimento daquele que busca o atendimento, antes da escolha
dos testes psicológicos a serem aplicados.
Foram apresentados os recursos básicos que viabilizarão tais informações iniciais – a anamnese, o exame
do estado mental, as técnicas de entrevista e a hora de jogo – e como obtê-los.
Somente a partir da coleta desses dados, conseguimos alcançar uma primeira compreensão do indivíduo,
tornando possível dar prosseguimento ao psicodiagnóstico.
Podcast
Ouça agora uma análise dos diferentes dados necessários para conhecimento do paciente e de sua história
clínica. Falaremos também sobre a importância da avaliação do funcionamento mental do paciente, as
diferenças técnicas entre as entrevistas individual, grupo e família e a utilização do lúdico.
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Explore +
Confira as indicações que separamos para você!
Assista ao vídeo Programa 3X4 – Casa da Afasia USP Bauru.
Faça uma leitura de dois livros importantes, de referência, sobre a prática do psicodiagnóstico: -
Psicodiagnóstico, de Jurema Alcides Cunha, publicado pela Artmed, em 2008. - Psicodiagnóstico, com
organização de C. S. Hutz, D. R. Bandeira, C. M. Trenetini e J. S. Krug, publicado também pela Artmed, em
2016.
Escutar é uma arte e Rubem Alves bem sabia disso. Para saber mais sobre escuta ativa, leia seu ensaio
Escutatória, de 1999.
Referências
ABERASTURY, A. Psicanálise da criança – teoria e técnica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.
BLEGER, J. Temas de Psicologia – Entrevistas e Grupos. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2019.
GARCIA ARZENO, M. E. Psicodiagnóstico Clínico - novas contribuições. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016.
INTELIGÊNCIA. Dicionário de Psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2010.
KLEIN, M. Contribuições à Psicanálise. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
MAHLER, M. O Processo de Separação-individuação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.
MUNHÓZ, M. L. A criança participante do psicodiagnóstico infantil grupal. In: Psicodiagnóstico: processo
de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995.
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OCAMPO, M. L. S. et al. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes,
2005.
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
SILVA, M.; BANDEIRA, D. R. A entrevista de Anamnese. In: HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
TRINCA, W. et al. Diagnóstico Psicológico – a prática clínica. São Paulo: EPU, 1984.
WINNICOTT, D. Consultas terapêuticas em Psiquiatria Infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1984.
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