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Psicologia da Saude

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O NASCIMENTO DA MEDICINA SOCIAL.
Foucault M. O nascimento da medicina social. In: Foucault M Microfísica dopoder. 20ª edição. Rio de Janeiro: Graal; 1979. p.79-98.	
	Em seu texto, “Onascimento da medicina social” Foucault procura mostrar que a medicina moderna é uma medicina social, embora alguns achem que ela é individualista por uma visão capitalista. Na tentativa de evidenciar o oposto, ele diz que a individualidade da medicina moderna está em apenas um aspecto (relação médico-doente), no mais, ela se apresenta como uma prática social. Como argumento, o autor diz que o capitalismo socializou o corpo enquanto força de produção/trabalho. Mas só na segunda metade do século XIX, que pensou-se no problema do corpo, tornando-o objeto de intervenção médica.O texto de Michel Foucault é de uma conferência que tem por principal objetivo indagar se a medicina sempre foi social, coletiva e não centradas no indivíduo. Principalmente se a medicina moderna, que nasceu nos fins do século XVIII, teria ou não essa concentração no individual. Poderia ser correta a hipótese de que a medicina moderna tornou-se individual porque penetrou no interior das relações de mercado, tendo em vista a economia capitalista que prima pela relação médico-doente, ignorando a dimensão global, coletiva da sociedade?
Foucault procura mostrar o contrário: que na realidade a medicina moderna é uma prática social que possui uma tecnologia do corpo e tendo apenas como um de seus usos o tipo individual que valorizaria essa relação médico-doente. Para esclarecer essa indagação, Foucault menciona que no livro de Victor Bullough (1965), conta sobre a história da medicina na Idade Média que já era do tipo individualista, mas com dimensões coletivas discretas e limitadas. Por isso e outros indícios Foucault aposta da hipótese de que o capitalismo ao invés de ter transformado a medicina coletiva em privada, fez exatamente o contrário. Ocorreu a socialização da medicina, pois o corpo tornou-se força de produção, força de trabalho, existindo o interesse, com isso, de controlar a sociedade através do indivíduo, investindo-se primeiro no âmbito biológico, somático e corporal, para só adiante controlar as consciências e ideologias.
O corpotorna-se uma realidade bio-política e a medicina é uma estratégia bio-política, que serviu e serve para o controle do corpo. Mas apesar do corpo ter sido investido político e socialmente como forma de trabalho, esta não foi a primeira forma assumida pela medicina e sim em último lugar, já na segunda metade do século XIX. Para organizar didaticamente a grosso modo, Foucault indica três etapas para a formação da medicina social: a medicina de Estado, a medicina urbana e a medicina da força de trabalho.
	Ele divide então, a formação da medicina social em três etapas (medicina de Estado, medicina urbana e medicina da força de trabalho).
	A primeira etapa, a medicina do Estado, se desenvolveu na Alemanha, no começo do século XVIII. Ele apresentava-se como “objetode conhecimento e como instrumento e lugar de formação de conhecimentos específicos” (pag 48). A estagnação do desenvolvimento econômico da Alemanha foi um outro motivo para o desenvolvimento da ciência do Estado, pois uma vez que a economia estava bloqueada e vários funcionários parados, os soberanos eram obrigados a fazer planejamentos e organizações, produzindo, assim, uma cumplicidade e organização dos Estados.Tais conhecimentos sedesenvolveram de forma mais rápida e concentrada neste país, tendo entre as razões, a necessidade de se fazer inquéritos sobre recursos e o funcionamento dos estados que compunham a Alemanha, que naquela época ainda se encontrava dividida, sob intenso clima de conflitos e afrontamentos. Uma outra razão para essa rápida ascensão da ciência do Estado foi a condição econômica estagnada em que se encontrava a Alemanha, que impulsionou a burguesia se aliar ao soberano para melhor organizar o Estado.
O mercantilismo era a teoria econômica ou prática política que delineava as ações daquele momento, final do século XVII para início do século XVIII. Com fins de melhor controlar a produção e por sua vez a quantidade de população ativa, a Alemanha desenvolve a chamada política médica de Estado. Este sistema teria um modo muito mais completo de observação da morbidade, ao requerer a contabilidade de médicos e hospitais das diversas regiões da Alemanha, além do registro dos diferentes fenômenos epidêmicos ou endêmicos. Essa política permitiu ainda o acontecimento de uma série de inovaçõestais como: a organização de um saber médico estatal, a normalização da profissão médica, a subordinação central e integral de vários médicos em uma nova organização estatal.
Isso explica o porquê da medicina do Estado nascer primeiro na Alemanha, segundoo autor.
	O estado de saúde de sua população tornou-se uma preocupação de todas as nações do mundo europeu no final do século XVI e começo do século XVII. Mas o cenário foi esse: a Alemanha preocupava-se o nível de saúde da população, desenvolvendo a partir disso uma prática médica.
A França, a Inglaterra e a Áustria, no entanto,preocupavam-se em aumentar a população,estabelecendo de estatísticas de nascimento e mortalidade, mas sem intervir efetivamente no nível de saúde do seu povo.
	Assim, a políticamédica da Alemanha consiste em:
a) Um sistema de observação da morbidade considerando os diferentes fenômenos epidêmicos ou endêmicos observados.
b) normalização da prática e do saber médicos (programas de ensino e da atribuição dos diplomas).
c) Umaorganização administrativa para controlar a atividade dos médicos.
d) a integração de vários médicos em uma organização médica estatal, tornando o médico como administrador de saúde, que tem responsabilidade sobre uma região.
Esses 4 itens caracterizama medicina de Estado. Vê-se aqui, uma medicina estatizada, socializada (neste momento a preocupação não é saúde do corpo por uma demanda industrial. Não se trata da força do trabalho e sim da força do Estado).A medicina de Estado tinha por objetivo não degarantir uma força de trabalho, mas o corpo dos indivíduos enquanto força do Estado. Não é a toa que essa medicina se propôs a mais funcionalizada, estatizada, coletivizada dessa época fazendo com que os outros modelos nada mais sejam do que atenuações.
A segunda etapa, a medicina urbana, ocorreu na França, no fim do século XVIII. Foi o desenvolvimento das estruturas urbanas que permitiu o nascimento da medicina social.
A cidade francesa no final do século XVIII não era uma unidade territorial, pelo contrário, apresentava-se como múltiplos territórios e poderes rivais. Mas, sentiu-se a necessidade da unificação do poder urbano, com um único poder regulamentado, por razões econômicas (pois a cidade por ser lugar de mercado torna as relações comerciais, ateem medidas internacionais unificadas) e políticas (as diversasrevoltas oriundas da desigualdade social mostraram a necessidade de um poder político).
Este país também se encontrava fracionado em múltiplos territórios heterogêneos, além da existência de poderes senhoriais rivais num mesmo território e a estratificação do poder em representantes do poder estatal. Com essa situação, fica clara a necessidade da unificação do poder urbano bem regulamentado, que por sua vez proporcionará a unificação do território francês de modo coerente e homogêneo.
Esse objetivo vinha por razões, tanto econômicas, pela intenção de tornar a cidade um importante lugar de mercado, além de unificar as relações comerciais à nível de nação; quanto por razões políticas, pois com odesenvolvimento das cidades, ocorre o aparecimento do proletariado, que fará com que as tensões aumentem consideravelmente. Isso se deve ao afrontamento entre pequenos grupos (plebe e burguês, ricos e pobres) o que ocasiona agitações e sublevações urbanascada vez mais numerosas, que se chamam de revoltas de subsistência.
	Com o crescimento urbano, amontoamento populacional, aumento esgotos, epidemias urbanas, entre outras coisas, surgeo medo e inquietação político−sanitária. Para apaziguar essa situação,o método adotado foio modelo médico e político da quarentenacom um regulamento de urgência, usado com o aparecimento de pestes ou doenças epidêmicas. Esse regulamento previa o isolamento das pessoas em suas casas, vigilância generalizada, registro centralizado, revista dos vivos e dos mortos (os doentes eram levados para fora da cidade para uma enfermaria. mas para a lepra a organização médica era diferente, com um mecanismo era de exílio para o leproso e purificação da cidade (medicina de exclusão).
Assim, pode-se dizer que a medicina urbana provém do modelo de quarentena.
Consistindo em 3 objetivos:
a) “analisar os lugares de acúmulo e amontoamento de tudo que, no espaço urbano, pode provocar doença”, por exemplo os cemitérios.O fato de analisar regiões de amontoamento, confusão e perigo urbano, que são propícios a doenças e fenômenos epidêmicos e endêmicos. Espaços como cemitérios passavam a se localizar em regiões afastadas da cidade(as emigrações de cemitérios para a periferia da cidade)e a organizar seus cadáveres tal qual um exército enfileirado e classificado(e com caixão individual).
b)O controle e estabelecimento de uma boa circulação do ar e da água. Isso se devia por pensar que o ar seria um dos grandes fatores patogênicos, pois agiadiretamente por ação mecânica sobre o corpo. Com isso se organizou métodos de arejamento das cidades;o controle da circulação da água e do ar, com a organização de corredores de ar e de água.
c)A organização da distribuição e seqüências de água e esgoto,de maneira que não entrassem em contato
Já a importância da medicalização das cidades se deu principalmente: · quando a prática médica entrou em contato direto com as ciências extra-médica ou físico-quimicos, graças a socialização da medicina; · quando amedicina passou a se preocupar com as condições de vida e o meio de existência, ou seja, da relação do organismo com seu meio, e isso devido a união das ciências naturais à medicina; · quando surge a noção de salubridade caracterizada pela preocupação como estado das coisas, do meio e dos elementos constitutivos que afetam a saúde dos indivíduos. Junto a essa idéia surge a noção de higienepública que seria as técnicas de controle político-científico e modificação dos elementos materiais do meio que sejamsuscetíveis a favorecer ou prejudicar a saúde.
A terceira etapa, por sua vez, é analisada através do exemplo inglês.Caracteriza-se por ser a medicina dos pobres, da força de trabalho.Assim, é notório que“o operário não foi o primeiro alvo da medicinasocial, mas o último”(primeiro foi o Estado, depois a cidade e por fim o operário), isso porque até então o pobre não era visto como perigo, somente no segundo terço do século XIX foi visto como tal. Por alguns motivos: politico, uma vez que a população crescia e eles podiam juntar suas forças em uma revolta. Ou perigo sanitário da coabitação de pobres e ricos em um mesmo espaço (propagação da cólera de 1832 foi um marco), começando assim, o direito da propriedade privada.	
Assim, o aparecimento da medicina social na Inglaterra, com o desenvolvimento industrial, e por conseguinte o crescimento do proletariado garantiu a saúde das classes pobres e, consequentemente, a proteção das classes ricas. Nasce assim, a lei dos pobres, que uma vez que se beneficiam com a assistência medica também precisam se submeter a os controles médicos (controle vacinal, organização epidemiológica obrigando as pessoas à declaração de doenças perigosas, destruição desses focos de insalubridade). Entretanto havia uma resistência popular ao controle médico. Surge então, no século XIX, grupos de dissidência religiosa, que lutam contra a medicalização autoritária, uma vez que consideram que as pessoas deviam ter o direito do seu próprio corpo.
	Pode-se dizer então, que a medicina socialdiferencia-se da medicina urbana e da de Estado pois trata-se de um controle da saúde e do corpo das classes mais pobres para torná−las propícios ao trabalho e menos perigosas às classes mais ricas.
	E foi a medicina social inglesa que teve futuro, pois os sistemas médicos dos países industrializados funcionam com os três setores, ainda que articulados de maneira diferente: “uma medicina assistencial aos mais pobres, uma medicina administrativa encarregada de problemas gerais como a vacinação, as epidemias, etc., e uma medicina privada que beneficiava quem tinha meios para pagá−la”.
	Ao fazer analise desses processos, é perceptivo que no Brasil há um misto dessas etapas: com uma medicina inicialmente para quem podia pagar, depois para os trabalhadores, umavez que haviam epidemias e a força de trabalho estava ameaçada. Com muita luta do povo é que o sistema de saúde se ampliou para toda a população.
	Conhecer o nascimento da medicina social é imprescindível para que o profissional de saúde tenha um olhar holístico dos processos que o envolvem, podendo repetir e contribuir com o que é proveitoso nessa historia e não repetir e buscar quebrar paradigmas com aquilo que não é proveitoso, pois a medicina não deve ser só para a classe dominante, a medicina também não deve ser controladora pois as pessoas devem ter autonomia do seu corpo, a medicina deve ser comunicativa e não impositiva (muitas revoltas poderiam ter sido evitadas com uma comunicação efetiva e não imposição), entre outros aspectos.
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
Síntese do texto O nascimento do hospital.In.: FOUCAULT, M., 1984. Microfísica do Poder. O nascimento do hospital é um dos capítulos integrantes do livro Microfísica do Poder, de Michel Foucault, no qual estão reunidas algumas obras do filósofo, muitas das quais de muita valia para osestudos da área das Ciências da Saúde. Em princípio, é dito que a concepção de um hospital como instrumento terapêutico é algo recente, datando do final do século XVIII, com a ocorrência de algumas viagens de investigação, principalmente as empreendidas por Howard e Tenon. Tais viagens, embora não tenham se prestado a detalhar as condições hospitalares gerais da Europa, pode-se dizer que serviram como base para a reformulação/reconstrução de hospitais (agora vistos como “fatos médico-hospitalares”), a partir do acesso a dados quantitativos (número de doentes, leitos, área, etc) e mesmo a formulação de causalidades para algumas enfermidades (condições de vida e localização dos internos, localização funcional de elementosda estrutura hospitalar, por exemplo). Nessa época, germina a ideia de que um hospital podia ser considerado como “máquina de curar”, embora não fizessem o prometido – curar – a contento. Foucault, por sua vez, objeta quanto a esta hipótese, dizendo, entre outras coisas, que nessa época a medicina não era tida ainda como uma “pratica hospitalar”, mas sim “uma instituição de assistência aos pobres”. Daí, autor chegar a dizer que até então, o hospital acolhia o pobre que estava morrendo e não o doente carente de cura (“morredouro”). Para exemplificar o que diz anteriormente, Foucault recorre ao exemplo do exército militar e marítimo, onde se processou a reorganização hospitalar destinada aos soldados através daDISCIPLINA, que por sua vez teve outro paradigmana constituição das relações escolares (a reorganização dos espaços, o ensino coletivo, o uso da disciplina da “análise do espaço” e a classificação dos corpos).A disciplina, tomada aqui pelo exemplo do militarismo e do ambiente escolar, acaba, segundo Foucault a exercer um papel preponderante na constituição daquilo que integra o ambiente hospitalar e a própria medicina. Se antes do século XVIII a medicina era individualista, a partir de agora, a medicina passaria a ser “hospitalar” e o hospital passariaa ser “medicalizado”. Foucault, explica, entre outros aspectos, que isso aconteceu por conta de fatores como: – a busca pela “anulação dos efeitos negativos do hospital” (naquilo que ele tinha de contaminável ou de servir de refúgio a práticas ilícitas cometidas por parte de traficantes hospitalizados, por exemplo); –o fato de que a disciplina pode exercer controle no desenvolvimento de uma ação (por exemplo, a fiscalização de determinados processos para um melhor aproveitamento final); – o fato de que adisciplina “é uma técnica que implica vigilância perpétua e constante dos indivíduos” (daí surgirem os sistemas de inspeção, vistorias, revistas, desfiles, oriundos do militarismo); – o fato de que a disciplina exigir “registro contínuo”: isso explica a característica essencial dos exames, de ser o produto arraigado do senso de “vigilância permanente, classificatória”. Portanto, sem a inserção da técnica disciplinar no espaço do hospital, seria inviável se promover a sua medicalização (hospital disciplinado). Nesse processo chamado de “inteligibilidade da doença”, Foucault exemplifica citando o caso da botânica, com a sua perspectiva classificatória (espécies, características, desenvolvimento e curso de vida das plantas). Portanto, para Foucault, o “ajuste desses dois processos, deslocamento da intervenção médica e disciplinarização do espaço hospitalar, que está na origem do hospital como instrumento terapêutico”, tal como pode ser entendido ainda hoje. A disciplinarização do espaço hospitalar levará cada vez mais à individualização e a distribuição dos doentes “em uma espaço onde possam ser vigiados”, isto é, monitorados. Partindo desse ponto de vista, o filósofo tece algumas conclusões, conforme se seguem: - O hospital não pode ser concebido sem se levar emconta o seu espaço físico (suas condições de localização, sua assepsia, mesmo em quartos coletivos, já que sua arquitetura é “instrumento de cura”); - O sistema de poder no interior do hospital foi sensivelmente modificado após o século XVII. Saem de cenaos religiosos gestores para dar lugar aos médicos, que passam a cuidar do hospital tanto do ponto de vista médico quanto administrativo.Assim, o médico passa a ser figura presente e constante no hospital, saindo de cena a figura do “médico de consulta privada”; O hospital se torna lugar de registro permanente. A documentação das atividades o “acúmulo e a formação do saber”. O conhecimento enciclopédico da academia (sem a prática) dá lugar ao registro hospitalar e isso contribui para a formação plena dos profissionais de saúde. -Assim, Foucault conclui afirmando que as duas medicinas – a do individuo e a da população – serão redistribuídas no decorrer dos séculos e chegaria à configuração patente do século XX e, por que não, do presente século, o XXI.
ACasa dos Loucos de Michel Foucault
Em A casa dos loucos, texto publicado originalmente em 1975, Foucault se detém no exame do surgimento da antipsiquiatria. Para tanto, retoma o processo histórico que configurou a relação de poder médico-paciente a partirdos hospitais do século XVIII. Refaçamos, então, em linhas sucintas, esse percurso foulcaultiano. Antes, contudo, uma ressalva que, de tão fundamental, talvez seja desnecessária: nosso olhar sobre este texto é deslocado para pontos específicos, ou seja, nossa leitura é interessada. Com efeito, privilegiamos alguns encadeamentos históricos específicos que culminaram na criação da antipsiquiatria em detrimento de outros aspectos também centrais da "casa dos loucos".
O hospital no século XVIII era um lugar demanifestação da doença. Ao médico cabia o exercício de uma ação direta sobre ela de tal forma que permitisse a eclosão de sua verdade. Ele deveria invocar e criar as condições para a doença desenvolver todas as suas potencialidades intrínsecas e libertar-se de formas confusas e misturadas a outras doenças. Para isso, era necessário atocaiá-la e surpreendê-la em rituais e ocasiões privilegiados. Portanto, a relação médicopaciente de então era pautada por procedimentos de apreensão e produção - tratava-se deapanhar a verdade da doença em uma situação específica ocasionada pelo médico. A ação terapêutica encontraria aí sua possibilidade de exercício.
A concepção de crise, noção médica presente até o final do século XVIII, é exemplar dessa dimensão:
"A crise,tal como era concebida e exercida, é precisamente o momento em que a natureza profunda da doença sobe à superfície e se deixa ver. É o momento em que o processo doentio, por sua própria energia, se desfaz de seus entraves, se liberta de tudo aquilo que oimpedia de completar-se e, de alguma forma, se decide a ser isto e não aquilo, decide o seu futuro - favorável ou desfavorável. Movimento em certo sentido autônomo, mas do qual o médico pode e deve participar. Este deve reunir em torno dela todas as conjunções que lhe são favoráveis e prepará-la, ou seja, invocá-la e suscitá-la. Mas deve também colhê-la como se fosse uma ocasião, nela inserir sua ação terapêutica e combatê-la no dia mais propício. Sem dúvida, a crise pode ocorrer sem o médico, mas se este quiser intervir, que seja segundo uma estratégia que se imponha à crise como momento de verdade, pronta a subrepticiamente conduzir o momento a uma data que seja favorável ao terapeuta. No pensamento e na prática médica, a crise era ao mesmo tempo momento fatal, efeito de um ritual e ocasião estratégica." (FOUCAULT, 2001, p.114)
No entanto, o hospital era também o local por excelência da ambiguidade. Uma outra figura protagonizava alianças e duelos imprecisos na noite das práticas hospitalares. De fato,junto à dimensão produtiva, outra perspectiva atravessava a relação médico-paciente: o conhecimento. Ao médico cabia conhecer a doença, para coagi-la a apresentar-se. A doença era suscitada para que pudesse ser desvelada em sua verdade. As espécies de doenças precisavam ser contempladas pelo olhar médico que as categorizava.
"As grandes estruturas hospitalares instauradas no século XIX tomaram para si durante muito tempo esta dupla função. E durante um século (1760-1860) a prática e a teoria da hospitalização, e de uma forma geral a concepção de doença, foram dominadas por esse equívoco: o hospital, estrutura de acolhimento da doença, deve ser um lugar de conhecimento ou um lugar de prova."3 (FOUCAULT, 2001, p.119)
Coerção mútua que envolvia a produção da verdade nos hospitais até o final do século XVIII. Práticas de constatação da verdade, que deveria ser desvelada ao olhar atento do médico conhecedor; e, ao mesmo tempo, rituais do acontecimento-verdade que deveria ser suscitado pelo médico astucioso. No hospital, a determinação dupla dessas práticas não era uma contradição, era seu modo possível de ser. Não se trata de uma etapa do conhecimento que, orientado pela razão, pôde superar-se em direção a uma forma em que a ciência atual pudesse enfim se reconhecer. O que está em pauta é antes um outro equilíbrio na distribuição entre poderes e saberes. A relação de poder médico-paciente envolvia, então, modos de sujeição que não mais podemos reconhecer integralmente em nós; e isso não equivale a afirmar de forma peremptória que estamos diante do progresso da objetividade científica. Assim, por meio de um saber crítico, Foucault se esquiva de cometer essa ilusão retrospectiva tão frequente nos historiadores da medicina.
A CASA DOS LOUCOS 
Uma realidade nova está para surgir no internamento após o surgimento da psiquiatria na história do louco. Graças então a uma nova consciência sobre o mesmo que não se permanecerá à visão do desatino, da desordem. O louco, neste momento, é o doente que se difere dos outros perigosos do internamento. Esta passagem se certificará da necessidade de surgir a mudança de lar. O louco não é mais confundido com os bandidos, assassinos e etc. Ele é fraco de saúde, desprovido de sanidade mental e deve possuir um lugar especial que não é mais o internamento. Procura-se então, a Psiquiatria, um novo internamento para o louco, tratando-se de uma doença, um hospital – a casa dos loucos:
 
Fenômeno quase tão repentino quanto o do grande Internamento do século XVII mas que, ainda mais que este, passou despercebido. No entanto, sua significação é essencial. Já em 1695 havia sido aberto em Aix um hospital para os insensatos, com a condição de que fossem violentos e perigosos, oque indicava bem o caráter puramente repressivo, ainda, dessa instituição.
 
Mas no século XVIII o internamento em casas reservadas estritamente aos loucos começa a ser praticado de modo regular [...] Esse é um dado quase inteiramente novo em relação ao século XVII. Muitos loucos, que cinqüenta anos antes teriam sido encerrados nas grandes casas de internamento, encontram agora uma terra de asilo que é só deles. (FOUCAULT, 1972, p. 382).
 
O hospital já não passa a ser o espaço artificial da loucura, um lugar onde o louco possa manifestar livremente sua loucura, mas que agora possuirá dentro de seus sintomas a esperança e a necessidade de sua cura, pois o hospital, agora nos cuidados da medicina, passa a ser residência experimental e constatável do saber médico:
 
Sabemos bem que a biologia de Pasteur simplificou prodigiosamente todos estes problemas. Determinado o agente do mal e fixando-o como organismo singular, permitiu que o hospital se tornasse um lugar de observação, de diagnóstico, de localização clínica e experimental, mas também de intervenção imediata, ataque voltado para a invasão microbiana. (FOUCAULT, 1979, p. 119).
 
Podemos muito bem dizer que o internamento psiquiátrico (a exemplo dos hospitais na Idade Clássica) tornou-se o grande laboratório experimental da loucura. Entretanto, se parte da percepção relacional de cura, onde se enxerga a melhora do louco quanto ao seu delírio, “a volta às afeições morais dentro de seus justos limites”. (ESQUIROL apud FOUCAULT, 1979, p. 119). Desta forma constrói-se a partir deste pressuposto o processo último de cura, o critério valioso da verdade alcançado pelo médico. Neste sentido, faz-se possível analisar toda uma ocasião de experiências terapêuticas nos asilos, em busca desta melhora do doente mental.
 
Todavia, encontramos como um dos primeiros momentos deste lugar terapêutico, o contato com a natureza, de modo a imaginar que esta, sendo a forma visível de verdade, dissiparia com o erro. Assim, este tipo de retiro, será uma das recomendações de Esquirol ao fazer planos para a construção de um hospital psiquiátrico.
 
As prescrições dadas habitualmente pelos médicos eram, assim, a viagem, o repouso, o passeio, o retiro, o corte com o mundo artificial e vão da cidade. Esquirol se lembrará disso, quando, ao projetar os planos de um hospital psiquiátrico, recomendava que cada pátio fosse largamente aberto com vista para um jardim. (FOUCAULT, 1997, p. 47).
 
Assim, seguem-se estas idéias terapêuticas praticadas nos hospitais como por exemplo a imersão onde a água, numa visão de panacéia, era o líquido que purificava qualquer loucura, ou mesmo os banhosgelados, no intuito de consolidar o organismo. (FOUCAULT, 1972, p. 313-316). Mas a visão na natureza como dissipação do erro não pára por aí: as chamadas regulamentações dos movimentos serão aplicadas, uma vez que a loucura, sendo desordem, poderá suscitar no doente, movimentos naturais que lhe devolva o bom senso. Nesta imaginação, destacam-se as terapias como andar de cavalo, viagem no mar, exercícios ao ar livre e o famoso processo de centrifugação por uma espécie de máquina giratória descrita por Foucault:
 
Um pilar perpendicular é fixado no teto e no assoalho; amarra-se o doente numa cadeira ou numa cama suspensa a um braço horizontal móvel ao redor do pilar; graças a uma ‘engrenagem pouco complicada|’, imprime-se ‘à máquina o grau de velocidade desejado’. Cox cita uma de suas próprias observações; trata-se de um homem atingido por uma melancolia lia sob a forma de estupor: “sua pele estava escura, os olhos amarelos, o olhar constantemente fixo no chão, os membros parecendo imóveis, a língua seca e sulcada e o pulso lento”. (1972, p.320-321).
 
Desta forma, o asilo não só estará aberto para as terapias de cunho físico, mas também, por meio de formas discursivas ou teatrais. A intenção era de confrontar ou se utilizar da própria loucura para obter resultados:
 
Lusitanus narra assim a cura de um melancólico que se acreditava danado, desde sua vida terrestre, por causa da enormidade dos pecados que tinha cometido. Na impossibilidade de convence-lo através de argumentos razoáveis, segundo os quais ele poderia salvar-se, aceita seu delírio, e faz com que lhe apareça um anjo vestido de branco, espada na mão, que, após severa exortação, anuncia-lhe que seus pecados foram redimidos. (FOUCAULT, 1972, p. 329-330).
 
A representação teatral não se prende apenas à pura imagem do delírio, pois ela ultrapassa a noção do simples engano, da pobre mentira: ela continua o discurso delirante. O louco em sua loucura obedece sim, a uma razão, “há uma voz que fala; ela obedece à sua gramática, e enuncia um sentido”. (FOUCAULT, 1972, p. 330). O louco possui um mundo próprio e uma língua própria que deverá ser descoberta e interpretada pela ciência. O médico é aquele que sabe falar na língua dos doentes, mas que trará o limite entre a doença e a saúde. O psiquiatra então, representa o verdadeiro limite da loucura; ele é a referência da loucura por saber de seus sintomas, entender seu idioma e encontrar (obtendo resultados) a sua cura.
 
Seu conhecimento e seu saber lhe permitem emitir verdades e manifestar sua vontade sobre o corpo do doente. Deste modo, podemos perceber que os procedimentos utilizados (por mais heterodoxos que sejam) partem das determinações do médico do Asilo em seu total direito sobre o louco. Sua relação com o doente será curiosamente de senhor para com seu vassalo, do mestre que bem entende de sua propriedade e nela exerce sua liberdade:
 
Isolamento, interrogatório particular ou público, tratamentos - punições como a ducha, pregações morais, encorajamentos ou repreensões, disciplina rigorosa, trabalho obrigatório, recompensa, relações de vassalagem, de posse, de domesticidade e às vezes de servidão entre doente e médico – tudo isto tinha por função fazer do personagem do médico o “mestre da loucura”, aquele que a faz se manifestar em sua verdade quando ela se esconde, quando permanece soterrada e silenciosa, e aquele que a domina, a acalma e absorve depois de a ter sabiamente desencadeado. (FOUCAULT, 1979, p. 122).
 
Este espaço de grande laboratório dado ao médico que é o asilo, concedeulhe poderes científicos e sociais do mesmo nível de um biólogo ou físico. E como já  temos visto, o desvinculamento da internação não provocará uma idéia de prisão, mas sim, um profundo processo imaginário de cura. Nestas intenções, as justificativas para o internamento tornam-se constantes. O estudo científico da loucura expressará suas essências num papel cada vez mais sistemático e essencial para a existência dos asilos. Como vimos, este papel do hospital primeiramente é, de fato, reduzir a loucura em sua total verdade onde a mesma se expressa de modo objetivo e experimental. Estabelecer então, conseqüentemente, à própria razão através do retiro e da natureza do mundo é querer de fato que a loucura seja conduzida à verdade única no homem que é seu estado puro: racional, moral e natural.
 
A instituição permite estabelecer critérios para a busca desta verdade. Voltamos então à sutileza efetiva do poder, exercida e obtida pelo olhar, a visibilidade e a observação do médico. A esta concepção do espaço institucional, temos a noção de geografia do poder já pesquisada por Goffman que, assim como Foucault, analisou os modos de como este poder se atua através das disciplinas e punições. Será dentro deste espaço de poder que teremos os frutos das relações de poder, no caso, o objeto científico da loucura – o corpo do louco. Assim nos explica o artigo escrito por Costa-Rosa (2003, p. 37):
 
A vida no contexto institucional produz “suposições” referentes à natureza, aos modos de ser e agir dos seus diversos habitantes: costumo ser normativa e normativizante. Esses atores institucionais podem enfrentar de modo variável essa “definição de si mesmos” que a instituição produz: podem resistir abertamente “e desafiar com desfaçatez os olhares de redefinição que as pessoas lhes dirigem”.Percebemos bem esta força do discurso médico: além de se estar reafirmando através de dados científicos, objetivos e comprovados, também possui o espaço institucional em suas mãos, que lhe garante a possibilidade de fazer suposições acerca de seus pacientes, de modo que, submetê-los aos métodos mais bizarros possíveis, dentro dos muros do hospício, não represente grandes problemas.
 
No hospício não há uma reprovação da loucura dos loucos, mas um julgamento; uma ciência de doenças mentais que invadiu os asilos e que racionalmente julga atos, vigia corpos e observa, escuta e fala com os doentes: “mas ao mesmo tempo uma psicologia da loucura torna-se possível, uma vez que sob o olhar é ela continuamente convocada, na superfície de si mesma, a negar sua dissimulação.” (FOUCAULT, 1972, p. 482).
 
No entanto, fica-se a constante pergunta: deste conhecimento médico se conhece de fato a loucura? Vejamos o papel do retiro (asilo) em seu início: era a preocupação propriamente de cura, mas que por traz disto, está a verificação da qual aspirou uma confusa divisão de doenças mentais. Os médicos Pinel e Tuke, conseqüentemente, procuraram abrir as portas para a busca deste conhecimento mas nada sistematizaram – não fizeram propriamente ciência, e, mesmo assim, o médico possuía sua posição moral e social inabalável porque domina um saber camuflado.
 
Acredita-se que Tuke e Pinel abriram o asilo ao conhecimento médico. Não introduziram uma ciência, mas uma personagem, cujos poderes atribuíam a esse saber apenas um disfarce ou, no máximo, sua justificativa. Esses poderes, por natureza, são de ordem moral e social; estão enraizados na minoridade do louco, na alienação de sua pessoa, e não de seu espírito. Se a personagem do médico pode delimitar a loucura, não é porque a conhece, é porque a domina; e aquilo que para o positivismo assumirá a figura da objetividade é apenas o outro lado, o nascimento desse domínio. (FOUCAULT, 1972, p. 498).
 
O hospital, reflete assim, uma estrutura delicada no seu interior. É um processo de finuras éticas que se traduzem em nada mais do que as próprias aspirações da sociedade burguesa. Este é o caminho pelo qual o asilo deve percorrer: transferir uma sociedade em sua estrutura familiar, jurídica e normativa para uma esfera micro, um estado constituído de paredes e muros que é o hospício. Um país onde reside sua nação insana que segue, na sua dinâmica, os mesmos padrões dos homens sãos e civilizados. O louco reside em sua casa, mas vive com o espírito voltado para fora destes muros, não porque este se desprendeu de sua loucura, mas porque a civilização habita no seu lar. O vigilante desalienador que lhe é o espelho, o mestre cidadão e burguês: “o médico só pôde exercer sua autoridade absoluta sobre o mundo asilar na medida em que, desde o começo, foi Pai, Juiz, Família e Lei”. (FOUCAULT,1972, p. 498). O louco, deste modo, regride, aceita sua minoridade perante o médico e a sociedade; é uma criança que necessita de cuidados para que aprenda novamente os bons e bonitos modos.
 
Assim, as relações entre médico e doente no asilo caracterizadas nas formas mais variadas (vassalo, lacaio, objeto e criança) terão ainda seus impasses. Mesmo existindo a personificação do saber científico e a representação de justo e civilizado na pessoa do médico, sua atuação estará para ser questionada. Mas ainda restará um perigo: será o domínio representado na pessoa do médico que deverá ser substituído ou o médico em si? Talvez seja este o fator importante que se possa procurar quando mencionamos a psiquiatria e as hipóteses de suas possíveis extensões de poder: a psicologia e a psicanálise.
O movimento da anti-psiquiatria surgiu, no
final do século XIX, caracterizou-se por ser um movimento que reagia contra as
estruturas asilares da psiquiatria. Esse movimento contrariava as estruturas
asilares (ambientes onde se tratava os loucos), pois eles condenavam a maneira
como o poder dos médicos se exercia (sobrepunha) sobre os loucos – doentes
mentais – os quais eram tratados isoladamente da sociedade – não conviviam ao
lado de seus familiares, não tinham (recebiam) influências externas; eram
tratados como “robôs” ou até como “animais”, pois eram obrigados a seguir um
regime médico, era imposto a eles hábitos intelectuais e morais os quais não
poderiam ser violados, eram adestrados a fazerem tudo oque era pedido. Este
regime, esta estrutura asilar feita pela psiquiatria, leva uma separação entre
aquele que tem o poder e aquele que não tem – o doente mental nesse caso era
tratado como um cidadão sem direitos, o médico e os enfermeiros podiam fazer o
que bem entendia com seus pacientes com problemas mentais. Na prática e no
pensamento psiquiátrico clássico a uma relação de poder o qual é mascarado e
invisível.
A anti-psiquiatria vem contrapor todos estes fatores existentes na psiquiatria, e
tem comointenção mudar este tratamento do louco, mudar como ele é
caracterizado, como ele é visto, mudar a relação paciente médico, e do poder
que é dado ao médico.
Assim como dito por Foucault, no livro “A Micro-Física do Poder”: “A antipsiquiatria pretende desfazer este jogo de relação de poder existente na psiquiatria clássica, dando ao
indivíduo a tarefa e o direito de realizar sua loucura levando-a até o fim numa
experiência em que os outros podem contribuir, porém jamais em nome de um poder
que lhe seria conferido por sua razão ou normalidade, mas sim destacando as
condutas, os sofrimentos, os desejos de estatutos médicos que lhe tinham sido
conferidos, libertando-os de um diagnóstico e de uma sintomatologia que não tinham
apenas valor classificatório, mas dedecisão e de decreto invalidando enfim a
grande retranscrição da loucura em doença mental”.
A SIGNIFICAÇÃO DA PSICOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITALARPSICOLOGIA
Resumo:
Traça roteiros da psicologia no contexto hospitalar.
     A dificuldade em se contextualizara psicologia no contexto hospitalar, dentro de um paradigma científico, deixou lacunas na tarefa profissional diária do psicólogo no hospital, como também na inter-relação com outros profissionais de saúde.
     A psicologia hospitalar utilizou-se muitotempo, de recursos metodológicos “emprestados” de outras áreas do saber psicológico, esbarrando em dificuldades estruturais que tornaram pouco clara e confusa a prática do psicólogo.
     Diante disso, fica difícil estabelecer uma forma adequada de atuaçãodo psicólogo no contexto hospitalar, embora muitos profissionais da área tentem resolver o problema à sua maneira.
     Com esse impasse, o questionamento do que é psicologia hospitalar, como inserir o trabalho do psicólogo, seus objetivos e os limites desua prática no hospital, são questões que merecem uma análise acurada e que podem permitir uma minimização das lacunas teóricas que prejudicam o trabalho do psicólogo no contexto hospitalar.
     No que concerne à prática da psicologia hospitalar, verificou-se múltiplas demandas, diferentes níveis de populações atingidas, variados recursos técnicos ou teóricos, ou seja, fragmentos em torno de um mesmo problema. Tudo isso fez com que a Psicologia adquirisse diferentes interfaces, gerando profissionais com saberes, práticas, destinações, linguagens, alianças e limites muito específicos. Os efeitos dessa pluralidade podem ser preocupantes, porque os psicológos que atuam nos hospitais podem perder seus objetivos, diluindo a assistência psicológica aos doentes ecom isso aumentando ainda mais as lacunas.
     Com esta indefinição do campo de atuação do psicólogo, em virtude da complexidade e pluralidade epistemológica que ampliou e diversificou os diferentes campos de ação em psicologia e em saúde, sugere-se um diálogo inter e transdisciplinar com outras categorias de profissionais, caso contrário, seu trabalho pode ser confundido com incapacidade e imprecisão. Desta forma, qualquer tentativa de contextualização de um novo campo de saber dentro da psicologia, comoé o caso da referente ao hospital, precisa considerar afragmentação de métodos e do objeto em si da própria psicologia.
     Na tentativa de buscar um eixo de referência dessa pluralidade, buscou-se as origens da psicologia. No Brasil, as práticas psicológicas já existiam desde o início do século passado, mas foramregulamentadas em 1962, através da Lei n. 4.119, que definiu suas funções: a de ensinar psicologia e o exercício da profissão de psicólogo, demarcando três grandes áreas de atuação, além do ensino: a clínica, a escolar e a industrial.
     Contudo, a diversidade de práticas trazidas para a nova profissão, dificultou a possibilidade de se submeter a uma problematização e confronto com outras matrizes teóricas, encaminhando-se para critérios avaliativos (e errôneos) de senso comum, criando-se até uma aura “mística” em torno dos fenômenos ou estudos psicológicos.
     Conhecedor dessa diversidade de “especialidades” do psicólogo, o Conselho Regional de Psicologia elaborou um documento integrante doCatálogo Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho estabelecendo várias áreas de atuação do psicólogo: psicólogo clínico, do trabalho, do trânsito, educacional, jurídico, do esporte, psicólogo social e professor de psicologia. Com essa interdisciplinaridade de funções, o profissional é instado a responder pela especificidade do seu conhecimento na saúde mental, na saúde pública, na escola, na empresa e na fábrica. Contudo, diante de novas áreas consideradas emergentes, o psicólogo defronta-se com adesintegração entre a prática profissional e sua própria formação, apontando para um consenso: a psicologia ainda não atingiu o estágio paradigmático, pois dividida em escolas de pensamento, onde a maioria de seus membros não consegue estabelecer um consenso acerca de questões teóricas e metodológicas, apesar de tentarem buscar, acolher e rejeitar diferentes definições, sem conseguir unificar as várias posições, apresentando-se como uma ciência multiparadigmática, em que vários arcabouços teóricos estabeleceram-se com linguagens particulares, seus métodos, seus conceitos e suas comunidades.
     No contexto hospitalar a psicologia enfrenta problemas de toda ordem, principalmente aos referentes a dificuldade de se aliar a teoria e prática. Seria interessantese na psicologia hospitalar o conhecimento estivesse ao lado do objeto de estudo (o ser doente, o paciente, a doença, etc), assim, o conhecimento seria construído pelos métodos, procedimentos e conceitos da psicologia hospitalar.
     Busca-se assim, a elaboração de uma psicologia separada de suas raízes filosóficas e investida no rigor científico, ao desenvolvimento de novas ciências psicológicas, considerando-se a diversidade dos campos de investigação e dos métodos, convergindo para o estudo do homem emsua totalidade, sem esquecer da ética que deve conduzir os psicólogo a um exercício de questionamentos de aspectos fundamentais, abrangendo sua postura diante dos outros e de si, a moderação, a conduta, a educação, o trabalho na construção de uma subjetividade realizada e bem sucedida.
     Por sua vez, a psicologia clínica é distinta das demais áreas pela maneira de pensar e atuar, pois o estudo do comportamento, personalidade, normas de ação constituem-se objeto de estudo de muitos campos da psicologia etambém das ciências humanas em geral. Contudo, a psicologia clínica estuda o comportamento dos indivíduos em seus mais variados contextos, distinguindo a observação, a compreensão e a intervenção, em razão das contínuas transformações inerentes ao equilíbrio psicológico dos indivíduos.
     Nos hospitais, o trabalho do psicólogo clínico nem sempre é bem sucedido, seja pelo distanciamento da realidade institucional, pela inadequação na assistência, pelo exercício do poder, ou mesmo pelas peculiaridades a queo mesmo está submetido, como aos tipos de pessoas a serem atendidas, as relações interpessoais do ambiente, aos pacientes que deve atender. Além disso, o próprio psicólogo na sua prática nos hospitais, chega muitas vezes a duvidar da eficiência de sua tarefa, devido ao que ele aprendeu na sua formação acadêmica, que não lhe proporcionou o respaldo necessário para enfrentar assituações de um hospital.
     Assim, é consenso que o psicólogo deve seguir os requisitos mínimos, teóricos e práticos, para a atuação, orientação e supervisão, formação específica nas áreas clínica e hospitalar, em nível de graduação, especialização ou pós-graduação e experiência pertinente e adequada na área.
     Muito se tem debatido através de pesquisas, reformas curriculares, acompanhamento dos cursos de graduação, à respeito da formação do psicólogo, combatendo-se a formação individualista e egocêntrica, onde ele permanece fechado, principalmente aos problemas referentes à sua classe e à sociedade como um todo. No campo da psicologia hospitalar muito pouco se tem feito.
     É em contato com o hospital, que o psicólogo percebe a necessidade de reaprender suas práticas, que devem ser voltadas à constante investigação, ao trabalho colaborativo e articulado, porque um hospital é caracterizado por regras, rotinas, condutas específicas, dinâmicas que devem ser respeitadas, o que de certa forma, limita a atuação do psicólogo. O psicólogo no hospital, deve inserir-se nas equipes de saúde, necessitando-se de uma avaliação do aspecto teórico-prático próprio de sua função, que discrimine atividades exercidas em hospitais. No hospital, o psicólogo precisa transpor os limites de seu consultório, mantendo contato obrigatório com outras profissões, o que determina multiplicidade de enfoques ao mesmo problema e, em conseqüência, ações diversas.
     O trabalho em equipe num hospital tem de funcionar de maneira uniforme e colaboradora e o resultado dessa relação deve atingir sempre, o paciente. Neste dinâmica, o psicólogo deve inserir suas avaliações e seus atendimentos, respeitando e sendo respeitado por outros membros, sempre atento às normas internas.
     A atuação do psicólogo num hospital não deve sempre estar limitada à atenção direta aos pacientes, mas a tríade paciente-família-equipe de saúde, no qual o mesmo deve fundamentar a sua atuação profissional. Outrossim, deve-se levar em conta que esta atuação abrange uma multiplicidade de solicitações: tentativas de suicídios, pacientes terminais, pacientes que não aceitam tomar a medicação, ora um familiar desestruturado, ou mesmo, um membro da equipe de saúde “estressado”.
     É nos hospitais que são reconhecidos os transtornos mentais orgânicos, causados por drogas utilizadas no tratamento de doenças primárias, complicações psiquiátricas de doença orgânicas, e vários outros distúrbios psicossomáticos. O doente, torna-se psicologicamente frágil, pois se confronta com os conflitos entre a vida e a morte. Dessa forma, surge o medo, estimulando a produção de fantasias irracionais que afetam o comportamento do doente.
     Esses exemplos, servem ilustrar a enorme amplitude de situações as quais o psicólogo está exposto, e para enfrentar tudo isso, ele deve estar preparado com formação específica, objetividade e coerência que abrangem reformulações teóricas e metodológicas.
     Outro fator importante que afeta o trabalho do psicólogo hospitalar é o local de trabalho, que passa a ser diferente do ambiente do consultório tradicional, e passa a ser entre macas, no pronto-socorro ou no centro cirúrgico e nas enfermarias. Com essa reformulação do seu ambiente, o psicólogo precisa estar preparado para o desenvolvimento de suas tarefas assistenciais, e o que ocorre? Ora, a estimulação dessas relações, o incentivo à troca de sentimentos entre o grupo do qual opsicólogo faz parte, como também, o exercício de apreensão de suas necessidades psicológicas aliadas à situação de doença e hospitalização do paciente. Desta forma, é interessante ressaltar que não pode haver o distanciamento ou incompreensão do psicólogodas verdadeiras necessidades de sua tarefa.
     No contato com o paciente enfermo, o psicólogo hospitalar lida com sofrimento físico sobreposto aosofrimento psíquico,e pode sentir-se deslocado de seu campo de atuação. Outrossim, o psicólogo defronta-secom a crueldade da fome, da violência, da miséria, da injustiça social e muitas vezes pode dar respostas incompatíveis à realidade, porque sua formação foi mais teórica e sua prática está restrita aos consultórios.
     É interessante constatar também, quea psicologia, que pressupõe o estudo da relação do homem com o mundo, praticamente desconsidere, o estudo da morte, ao qual a mesma se mantém distanciada. A necessidade de atendimento psicológico, nestes casos, é bastante procurada, e como o profissionalpode resolver isto? Ressalte-se aqui, a necessidade do caráter preventivista da prática do psicólogo no hospital. Esta prática pode evitar dissabores para o psicólogo, porque ele pode prevenir e saber atuar com base em experiências que vai adquirindo ao longo do tempo.
     A prática da psicoterapia também pode ser aconselhada, porque ela pode trazer ao paciente, a possibilidade uma adaptação ao seu estado doentio, e é especialmente indicada para situações em que o estado psicológico atual do paciente mostra-se diretamente relacionado com eventos da vida recente, geralmente de natureza traumática, como a situação de doença e hospitalização.
     O aspecto “morte” é uma constante nos hospitais. O hospital é a instituição marcada pela luta constante entre a vida e a morte, que, sempre alerta, sempre presente, curiosamente exercitando uma batalha constante diante das condutas terapêuticas, tensionando o profissional de saúde que deve estar sempre preparado para a melhora, para a cura, mas sempre angustiado frente à morte.
     É neste contexto que o psicólogo atuará, contaminado pela visão de morte, despreparado e com formação especialmente voltada a construtos de vida e princípios de prazer. Estaria o psicólogo preparado para trabalhar neste contexto? Ao admitira morte como componente de sua própria realidade, pode despertar no psicólogo as mesmas vivências, ferindo seu narcisismo e a sua onipotência e colocando-o diante do incompleto e do não-terminado. Assim, a posição do psicólogo diante da morte e do morrer,pode significar a tomada de consciência de sua própria finitude, de seu limitado período de vida. Ao contrário, pode reforçar seus medos, exacerba seus mecanismos de defesa e aliena-o da responsabilidade para com a sua própria existência. Outrossim, ao reconhecer as questões que envolvem a morte e o morrer torna-se tarefa difícil, porque sempre o psicólogo reporta aos seus sentimentos, questionamentos e sobre a sua própria mortalidade e até, da sua própria vida.
     No caso de morte, o psicólogo hospitalar deve estruturar um trabalho de psicoterapia breve, enfatizando-se a crise da morte e da perda e a atuação deve se dar ao nível da comunicação, reforçando o trabalho estrutural e de adaptação dos pacientes e familiares ao enfrentamento da crise.
     A significação da Psicologia no contexto hospitalar tenta firmar-se como uma nova especialidade na psicologia, mas precisa definir novas perspectivas teóricas que redimensionem esse saber emergente. Ao tomar de “empréstimo” outras áreas afins, como Ciências, Medicina, Biologia e Filosofia, a psicologia tem se distanciado da própria psicologia, pois ao operar em dinâmicas mais determinadas, mais exatas e mais claras, o erros tendem a diminuir e a probabilidade de êxito aumenta, conferindo uma falsa sensação de independência e de sucesso. O que se observa é que tudo isso, gera mais fragmentação na psicologia, e em muitos casos, aquilo que poderia ajudar, nortear, dar algum significado tem confundido o profissional, levando-o a tentar resolver o problema à sua maneira, de forma isolada, buscando alternativas na tarefa sem a rpecisa avaliação metodológica.
     Neste ponto, ao buscar significar a psicologia no contexto hospitalar, o psicólogo pode seguir dois caminhos: o psicológico e o social. Na primeira, a necessidade de demarcação de um caminhodistingue-se pela consideração da psicologia e da psicologia no contexto hospitalar, em seu sentido mais amplo, pois o fenômeno do adoecer e infinito em suas possibilidades. Assim, é que a psicologia determina seu papel nocontexto hospitalar, partindo da premissa de que a integração dos conhecimentos deve transformar-se numa tendência e explicá-los. Pressupõe também, o estabelecimento de conexões entre vários fatos ou vários grupos de fatos, referindo uma série de fenômenos, definindo-se a causalidade desses num mesmo domínio.
     O novo enfoque da psicologia hospitalar refere-se a uma mudança de estratégias na forma de prover saúde, em seu sentido mais amplo, como também, otimizando o trabalho interdisciplinar, visando aintegração das ciências médicas e sociais, estreitanto os vínculos das vertentes assistenciais, de formação e investigativas.
     Para atender a demanda dos psicólogos hospitalares é importante lançar mão de recursos teórico-metodológicos disponíveis, emprestando de outras áreas da psicologia ou da medicina conteúdos para implementar suas intervenções. Com estas considerações, pode-se dizer que os psicólogos são protagonistas de um novo pensar em saúde, definidos pela abordagem holística inerente à psicologia, na solução dos problemas mais relevantes da saúde contemporânea, mas, conservando a essência da psicologia e ampliando a atuação do psicólogo em áreas de promoção da saúde e prevenção de doenças.   
Setting clínico - dispositivo de atendimento.
Setting - vínculo - hospital
Maior habilidade e disposição para criar o vínculo.
problema na entrada do Psicologia no hospital, os processos de trabalho, protocolização externa dos hospitais.
Disciplina- vigilância, Controle sobre os fluxos, registro.
Aatuaçãodo Psicólogo Hospitalar, subdividindo tópicosreferentesàsuas condutas,setoresde atuação doprofissionalnohospital e suasmaneiras de atuação.
Psicologia Hospitalar não é amesma coisa quePsicologia da Saúde.
Psicologia da Saúde
Apsicologiadasaúdeagregaoconhecimentoeducacional,científicoe
profissional da disciplinada psicologia, para utilizá-lo na promoçãodasaúde,
naprevenção e no tratamentoda doença,naidentificação daetiologia enodiagnóstico relacionado a saúde,adoença e asdisfunções, bem como noaperfeiçoamentodo sistema políticode saúde.
Psicologia Hospitalar
PsicólogoHospitalaré umpsicólogoespecialista,noqualestáinserido noâmbitohospitalar,atuandoeminstituiçõesdesaúde e utilizando-se desuaprática,promovendo melhor qualidadepsíquica e comportamental depacientes, familiaresetambémda equipemultidisciplinar,viabilizando
oportunidades para que o pacienteexpresse suas emoções e descubra amelhor maneiradelidar comas limitações impostas peladoença/hospitalização,dêsignificado asuadoençadentrodoseu quadro de vida etrabalhe suasquestõesemergenciais,ondeoobjetivoprincipaléoreconhecimento dopacientecomo otodo.
AAtuaçãodoPsicólogo Hospitalar:
Opsicólogoespecialistaem psicologiahospitalartemsuafunçãocentradanosâmbitos secundárioe terciáriode atenção asaúde, atuando em instituições de saúdecom oobjetivo trataros aspectos psicológicos frente aoadoecer,realizandoatendimento psicoterapêutico, podendo ser utilizado dediversascondutas como:
	AvaliaçãoPsicológica de pacientes e familiares,
	Suportedepacientes,familiares etambémdaequipede saúde,
	Acolhimento,
	Acompanhamento terapêutico de pacientes e familiares,
	Evolução de ProntuárioeProtocolosrealizados pela equipe de saúde.
Podendo atuar em diversos setores nohospital, como por exemplo:
	Atendimentos em ambulatório;
	Atendimentos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), UTI Pediátrica,Semi-Intensiva eNeo-Natal;
	ProntoAtendimento(Pronto-Socorro Adulto, Obstetrícia, Infantil,Emergência)
	Enfermarias em geral (Adultoe Pediatria)
	Centro MédicoCirúrgico (Préoperatório/Pós operatório)
O Psicólogo Hospitalartambém pode trabalhar de diversasmaneiras no âmbito hospitalarcomo:
	Grupos Terapêuticos
	Cuidados Paliativos
	Sistema de Plantão
	Visita Multidisciplinar
	Grupos de psicoprofilaxia,Atendimentosemambulatório e unidadede terapia intensiva,prontoatendimento, enfermarias em geral,
	Interconsulta,
	Programas de Humanização,
	Entreoutros.
Cuidados Paliativos,deveser realizadamediante auma especializaçãodeCuidados Paliativos.
VisitaMultidisciplinar:São reunidos representantes decada equipemultidisciplinar( médicos,enfermeiros,psicólogos,fisioterapeutas,fonoaudiólogos,etc)dorespectivosetorpassandoemtodosos leitos ediscutindosobre cada paciente,é escolhido um determinadado horáriopara apassagem da junta, na maioria das vezes no período da manhã.
Interconsulta:Ainterconsultapsicológicaé uminstrumento utilizado peloprofissional paracompreender eaprimorar aassistência aopaciente nohospital geral
O queo psicólogonão deve fazerquando estáinseridono âmbito hospitalar.
	NÃOconcede nenhumanotícia referenteao diagnóstico do paciente;
	NÃOinformanotíciade óbitoaos familiares,esim dáumsuporteeacolhimento;
	NÃOpode fornecer cartão de suaclínica para pacientes efamiliares,a menosque solicitem;
	NÃOpode interferir naconduta médica ou de qualquer equipe;
	NÃOaplica teste psicológico,raras asexceções.
Conclusão:OPsicólogo Hospitalarutiliza-seda teoria epráticadaPsicologiada Saúde.
É uma áreaquese propõe atrabalhar com o sofrimento dapessoa em face asuahospitalização, não objetivacurarapatologia emsi , masdar mecanismospara dar um sentido diferentea seu adoecimentoe aprenda alidarmelhor com essa transição. Assimtemosapsicologia hospitalar que se constrói a cada diaem sua prática, e que tem como técnica, possibilitar o surgimentodapalavra naquele que sofre, isto é, amenizar osofrimento e auxi liar no campo preventivo para queo caso não evolua. Éumtrabalhoque lida diretamentecom asubjetividadedo outroe que necessitade umcompromisso ético coma condição humana.
O que caracteriza a psicologia clínica?
Discuta as dificuldades de acesso ao atendimento psiquiátrico:
Como a psicologia clínicamudou a formação do psicólogo no Brasil? E com isso impactou na entrada do Psicólogo clinico no espaço hospitalar:
O que se exige a mais do psi clinico para atuar com pacientes hospitalar.
.
Quais são os dilemas da transposição ao método clinico da psicologia para o hospital?
Defina a psicologia hospitalar distinguindo de outros campos da psicologia:

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