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NOTA DE AULA 2-CRIMES CONTRA A FAMÍLIA. Professor: Samuel Arruda. Monitor: João Mikael Costa de Carvalho. Turno: Manhã. TÍTULO VII DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO Bigamia Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. 1. O núcleo “contrair” denota a ideia de efetivamente oficializar um novo casamento. Ou seja, casos extraconjugais como a conhecida “traição” não são englobadas nessa modalidade se não houver o rito do casamento devidamente realizado no registro civil. 2. O agente já deve ser uma pessoa casada. 3. Apesar de ao praticar o delito de bigamia o agente, obrigatoriamente, cometer , também, o delito de falsidade ideológica , o crime de falsidade ideológica é absorvido pelo delito de bigamia, em razão do princípio da consunção (relação crime-meio e crime-fim). 4. §1º traz modalidade privilegiada à pessoa que contrai casamento com pessoa conhecidamente já casada. Ou seja, outro cônjuge que contraiu casamento sem que, para tanto, houvesse qualquer óbice legal que fosse de seu conhecimento, até mesmo o status de casado do outro cônjuge, não pratica a infração penal em estudo. Pelo contrário, será considerado um dos sujeitos passivos do delito de bigamia. Por outro lado, aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, será responsabilizado pelo tipo derivado privilegiado, constante do § 1º do art. 235 do Código Penal, sendo-lhe cominada uma pena menor do que a que seria atribuída ao agente casado. 5. Consuma-se ao momento em que o juiz declara os nubentes como casados (ver art. 1.514 do CC). A execução de acordo com Greco, inicia-se com a abertura da solenidade de celebração do casamento. 6. PRESCRIÇÃO: art. 111, IV CP – começa a correr da data em que foi conhecido o segundo casamento por qualquer autoridade pública (delegado de polícia, MP e juiz de direito). 7. § 2º trata de questão prejudicial ao reconhecimento da bigamia. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 1. Para que ocorra a infração penal em exame, o casamento deverá ter sido realizado com a indução do outro cônjuge em erro essencial ou sobre a ocultação de impedimentos para o casamento sobre aquele que o induziu, caracterizando , assim, uma normal penal em branco homogênea. 2. O delito de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento tem seu momento de consumação quando da efetiva realização do casamento, que ocorre, de acordo com o art. 1.514 do Código Civil, no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. 3. Pela redação do mencionado parágrafo, chegamos à conclusão de que a ação penal sub examen é de iniciativa privada personalíssima e somente o ofendido, no caso o contraente enganado, é que pode propô-la. Em virtude da natureza da infração penal praticada, entendeu por bem a lei penal que tal infração atinge a vítima de forma tão pessoal, tão íntima, que somente a ela caberá emitir o juízo de pertinência a respeito da propositura ou não dessa ação penal. Conhecimento prévio de impedimento Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. 1. O elemento material consiste em o indivíduo casar, conhecendo a existência do impedimento. Ao contrário do dispositivo anterior, aqui não se exige comportamento ativo do agente, a fraude veiculada pelo emprego de um ou mais meios; basta não declarar a causa dirimente absoluta, suficiente, pois, a simples omissão. 2. O delito de conhecimento prévio de impedimento tem seu momento de consumação quando da efetiva realização do casamento, que ocorre, de acordo com o art. 1.514 do Código Civil, no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. Simulação de autoridade para celebração de casamento Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave. 1. O agente assume o papel de presidente da celebração do casamento, podendo levar a efeito, ilegalmente, a declaração de que os contraentes estão casados. 2. Trata-se de modalidade especial de usurpação pública (especial em relação ao delito tipificado no art. 328 do CP). 3. Por ser crime de mera conduta, consuma-se quando o infrator realiza qualquer dos atos atribuídos à autoridade celebrante de casamento. Simulação de casamento Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa: Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. 1. Simular casamento é fingir casamento, é figurar como contraente de matrimônio numa farsa de que resulte para o outro contraente a convicção de que está casando seriamente. Com a simulação, o agente engana o outro contraente, que acredita estar realizando, com seriedade e de acordo com as determinações legais, o ato solene. 2. Para configurar o crime é indispensável que a simulação de casamento ocorra por meio de engano (ardil, fraude, armadilha) do outro contraente. 3. A consumação ocorre com a simulação de qualquer ato constante da celebração do casamento, independentemente de se o agente conseguiu ou não alcançar a simulação do ato considerado culminante. Adultério Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO Registro de nascimento inexistente Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: Pena - reclusão, de dois a seis anos. 1.Absolve possível falsidade ideológica. 2. O delito se consuma no exato instante em que é procedida a inscrição do nascimento inexistente no Cartório do Registro Civil. 3. Não se tem por iniciada a contagem do prazo prescricional do dia em que o crime se consumou, vale dizer, quando da efetivação do registro falso de nascimento, mas, sim, a partir do momento em que o fato se torna conhecido por qualquer autoridade pública (delegado de polícia, MP e juiz de direito). Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) Pena - detenção, de um a dois anos,podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981) 1.Ao contrário do que ocorre com o delito de registro de nascimento inexistente, na infração penal tipificada pelo art. 242 do Código Penal, na modalidade de dar parto alheio como próprio, existe, efetivamente, o nascimento de uma criança. No entanto, a agente atribui a si como próprio o filho nascido de outra mulher. 2. A segunda modalidade de comportamento típico diz respeito à conduta de registrar como seu o filho de outrem, conhecida, popularmente, como “adoção à brasileira”, sendo extremamente comum sua ocorrência, praticada, principalmente, por famílias que atuam no sentido de ajudar um amigo, um parente próximo ou, mesmo, uma pessoa estranha que não possui condições para criar e cuidar de seu filho. Essa é razão pela qual existe o reconhecimento legal da nobreza do comportamento, criando, assim, nos termos do parágrafo único do art. 242 do Código Penal, um tipo derivado privilegiado, permitindo-se, ainda, ao julgador a aplicação do perdão judicial, oportunidade em que deixará de aplicar a pena. 3.Deve ser ressaltado que tanto o homem quanto a mulher podem praticar o comportamento típico. 4. A lei penal menciona, expressamente, a figura do recém-nascido, não se podendo incluir, consequentemente, por meio dessa expressão, o natimorto. 5. O tipo penal do art. 242 é de natureza mista cumulativa.(Permite concurso material). Sonegação de estado de filiação Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 1.Asilo de expostos significa o local onde são entregues crianças abandonadas, como orfanatos. Ao se valer da expressão “ou outra instituição”, permite-se interpretação analógica para englobar outros estabelecimentos que se destine ao abrigo de crianças. 2.Deixada a criança em local não destinado ao abrigo de crianças, pode se configurar o delito de abandono de incapaz (art. 133 CP) 3.A expressão “com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil” traduz elemento subjetivo especial, sem o qual o delito não se configura. CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR Abandono material Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968) Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído pela Lei nº 5.478, de 1968). 1.A palavra subsistência deve ser tomada em um sentido estrito, dizendo respeito tão somente às necessidades fundamentais para a normal manutenção da pessoa humana, com dignidade, a exemplo da sua necessidade em se alimentar, vestir, medicar, abrigar etc. O agente, portanto, dentro de suas possibilidades, deverá prover a subsistência do cônjuge, aqui compreendido tanto o homem, quanto a mulher. 2. Devemos ressaltar, no entanto, que a lei penal não deve fomentar o ócio. Assim, se aquele que necessita de recursos para que possa subsistir possui força suficiente para conquistar o pão de cada dia com o suor de seu rosto, entendemos que haverá justa causa para a recusa da promoção de sua subsistência pelos pais. 3.Vale ressalvar que o agente somente será responsabilizado criminalmente pelo abandono material se, podendo, faltar com o pagamento da pensão alimentícia. Assim, poderá surgir um fato relevante que o impeça de cumprir o compromisso determinado judicialmente, a exemplo de ter sido demitido do seu emprego, ou de se encontrar, quando profissional liberal ou autônomo, impossibilitado de trabalhar em virtude de estar acometido por alguma doença, ou, ainda, mesmo trabalhando, estar passando por sérias dificuldades econômicas que o impeçam de honrar o seu compromisso, enfim, alguma justa causa, para usarmos a expressão legal. 4.O tipo penal do art. 244 aponta aqueles que podem figurar como sujeito ativo, vale dizer, o cônjuge, ascendentes e descendentes. Sujeitos passivos são também os cônjuges, o filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, o ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, bem como qualquer descendente ou ascendente, não importando o grau de parentesco, que estiver gravemente enfermo. Entrega de filho menor a pessoa inidônea Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984) Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984) § 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984) § 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984) 1.A lei penal exige efetivo conhecimento da situação de perigo causada com a entrega do menor a pessoa inidônea ou, pelo menos, a possibilidade de o agente conhecer o perigo que acarreta essa entrega (abrindo espaço para dolo direto ou eventual) 2.Corresponde a crime próprio tanto no que se refere ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo. 3.Parágrafo 1º traduz modalidade qualificada. 4.Parágrafo 2º foi tacitamente revogado pelo art. 239 do ECA (“Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro”) 5. Consuma-se o delito com a entrega do menor de 18 (dezoito) anos aos cuidados de pessoa inidônea. No entanto, sendo possível o raciocínio correspondente à exigência de concreção do perigo, somente podemos entender como consumada a presente infração penal quando ficar efetivamente demonstrado que o menor se encontrou, concretamente, numa situação de perigo moral ou material. Abandono intelectual Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Busca proteger o direito à instrução intelectual mínima. 1.O núcleo “deixar” possui sentido de não cumprir com aquilo que lhe competia. 2.A justa causa para eventual descumprimento do dever que compete aos leva em consideração as peculiaridades de cada caso concreto. 3. A partir dos 4 anos de idade, os pais são obrigados a matricular seus filhos em estabelecimento de educação básica, sob pena de serem responsabilizados penalmente, de acordo com o art. 246 do estatuto repressivo. 4.Corresponde a crime próprio tanto no que se refere ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo. 5.Crime omissivo próprio!6.Consuma-se “quando esgotado o último dia do prazo para a realização da matrícula daquele que necessita do ensino fundamental”. Abandono Moral. Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância: I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 1.O tipo penal não limita a sua prática aos pais do menor, abrangendo, também, aqueles que possuem a sua guarda ou a quem lhe foi entregue a sua vigilância. 2. O diploma repressivo entende que o menor de 18 anos corre risco em sua formação moral caso venha a frequentar casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida. A conduta de frequentar nos traduz a ideia de habitualidade. Assim, somente a frequência constante a esses lugares permitirá o reconhecimento da figura típica, por meio dessa modalidade, sendo atípico o comportamento do agente que permite ao menor de 18 anos que vá, por exemplo, uma única vez a uma casa de prostituição. 3.O último dos comportamentos considerados suficientes a perverter o menor de 18 anos diz respeito à permissão para que mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública. Infelizmente, tem sido uma prática usual até mesmo o “aluguel” de crianças para que, juntamente com uma pessoa maior de idade, se passe por seu filho, a fim de excitar a comiseração pública, ou seja, fazer com que as pessoas se sensibilizem, nelas despertando um sentimento de compaixão para com aquela situação e, assim, deem algum tipo de oferta em dinheiro para o pedinte. CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 1.O núcleo “induzir” possui sentido de criar ideia na cabeça do sujeito passivo. 2.Não engloba o pródigo! (a curatela deste se resume a atos de disposição patrimonial). 3. O tipo penal do art. 248 do Código Penal é de natureza mista alternativa e cumulativa, podendo, dependendo da hipótese concreta, responder o agente por um único delito ou pela prática de duas figuras típicas. Assim, conforme esclarece Guilherme de Souza Nucci, “a primeira conduta (induzir menor ou interdito a fugir) pode ser associada à segunda, que é alternativa (confiar a outrem ou deixar de entregá-lo), configurando dois delitos.” Subtração de incapazes Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial: Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime. § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena. 1. O núcleo subtrair é utilizado no sentido de retirar, afastar o menor de 18 anos ou interdito. Não importa, aqui, se o fato é cometido com a anuência do menor de 18 anos ou do interdito, ou nse o crime é praticado contra a sua vontade, mediante o emprego de violência ou grave ameaça por parte do agente. Nesse último caso, deverá ser aplicada a regra relativa ao concurso formal impróprio de crimes. 2. Segundo a posição dominante, o delito se consuma no momento em que o menor de 18 anos ou o interdito é retirado da esfera espacial de quem sobre eles detinha a guarda. 3.O art. 237 da Lei nº 8.060, de 13 de julho de 1990, prevê uma modalidade especial de subtração de incapazes, cominando pena de reclusão de dois a seis anos, e multa, para aquele que subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto.
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