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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDAM 
Técnico Extensionista Social 
 
1. Desenvolvimento social sustentável em áreas urbanas e rurais. .................................................... 1 
2. Extensão rural e trabalho social. ..................................................................................................... 5 
3. Cuidados básicos da saúde coletiva. ............................................................................................ 13 
4. Alimentação e saúde. .................................................................................................................... 14 
5. Políticas para o bem-estar social .................................................................................................. 22 
6. Movimentos sociais. ...................................................................................................................... 40 
7. Programas sociais e parcerias. ..................................................................................................... 55 
8. Cooperativismo no Estado do Amazonas. ................................................................................... 103 
9. Vigilância epidemiológica em saúde pública. .............................................................................. 105 
10. Saúde pública e educação alimentar. ....................................................................................... 111 
11. Política Nacional de Saúde: Evolução Histórica, principais propostas de organização da 
assistência, com destaque para a estratégia Saúde da Família. ......................................................... 115 
12. Política Estadual e Programas. ................................................................................................. 134 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi oficialmente declarado na Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, e, por isso, 
também chamada de Conferência de Estocolmo. A importância da elaboração do conceito, nessa época, 
foi a de unir as noções de crescimento e desenvolvimento econômico com a preservação da natureza, 
questões que, até então, eram vistas de forma separada. 
Em 1987, foi elaborado o Relatório “Nosso Futuro Comum”, mais conhecido como Relatório 
Brundtland, que formalizou o termo desenvolvimento sustentável e o tornou de conhecimento público 
mundial. Em 1992, durante a ECO-92, o conceito “satisfazer as necessidades presentes, sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” tornou-se o eixo 
principal da conferência, concentrando os esforços internacionais para o atendimento dessa premissa. 
Com esse objetivo, foi elaborada a Agenda 21, com vistas a diminuir os impactos gerados pelo aumento 
do consumo e do crescimento da economia pelo mundo. 
 
Medidas Sustentáveis 
 
Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos governos quanto pela sociedade civil em geral 
para a construção de um mundo pautado na sustentabilidade, podemos citar: 
- redução ou eliminação do desmatamento; 
- reflorestamento de áreas naturais devastadas; 
- preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades de conservação de matas 
ciliares; 
- fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação ao meio ambiente; 
- adoção da política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) ou dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, 
reutilizar e reciclar); 
- contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente para a diminuição de seus impactos; 
- diminuição da incidência de queimadas; 
- diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés das indústrias quanto pelos 
escapamentos de veículos e outros; 
- opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos ambientais em larga e 
média escala; 
- adoção de formas de conscientizar o meio político e social das medidas acimas apresentadas. 
 
Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se construir uma sociedade sustentável que 
não comprometa o meio natural tanto na atualidade quanto para o futuro a médio e longo prazo. 
 
Desenvolvimento Sustentável Urbano 
 
O tema desenvolvimento sustentável está intimamente relacionado com mudanças de 
comportamentos que contribuam para que os indivíduos vivam em harmonia com os recursos naturais e 
com o meio ambiente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias 
necessidades. 
Nos países industrializados, os padrões de consumo das cidades representam uma pressão muito 
séria sobre o ecossistema global, ao passo que no mundo em desenvolvimento os assentamentos 
humanos necessitam de mais matéria-prima, energia e desenvolvimento econômico simplesmente para 
superar seus problemas econômicos e sociais básicos. 
Nesse sentido, os processos de urbanização estão diretamente relacionados com aumento dos 
impactos ambientais. O processo de Industrialização e seus efeitos para a poluição do meio ambientem, 
e as aglomerações urbanas são dois exemplos impactantes desse processo, tendo em vista que 
1. Desenvolvimento social sustentável em áreas urbanas e rurais. 
 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 2 
produzem grande consumo energético, movimentações de terra e impermeabilização do solo, 
desflorestamento, alto nível de emissões de gases poluentes, poluição dos corpos d’água, contaminação 
do solo e problemas ambientais diretamente decorrentes da urbanização. 
Dentre as prioridades do desenvolvimento sustentável podemos mencionar1: 
- manter as cidades arborizadas; 
- ruas e calçadas limpas, dotadas de segurança, acessibilidade, sinalização e iluminação adequada; 
- incentivar a locomoção a pé ou o uso de bicicletas, que além de reduzir a poluição evitam o 
sedentarismo; 
- incentivar um planejamento sustentável de forma que os bairros possuam estruturas tais como 
comércio, farmácias, supermercados, padarias e academias, evitando longos deslocamentos da 
população, evitando engarrafamentos, poluição e estresse; 
- otimização do uso da água e energia; 
- criar espaços públicos de convivência, atraentes e seguros; 
- equilíbrio entre áreas verdes e áreas construídas; 
- correta destinação dos resíduos sólidos; 
- redução da poluição sonora; 
 
Construção Sustentável2 
O setor da construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do 
desenvolvimento sustentável. 
O Conselho Internacionalda Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de 
atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando 
consideráveis impactos ambientais. 
Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração 
de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo 
conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais, somados 
à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as relações entre construção e 
meio ambiente. 
A busca de minimizar os impactos ambientais provocados pela construção, surge o paradigma da 
construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em 
Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como: "um processo holístico que aspira a 
restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de 
assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica". No contexto do 
desenvolvimento sustentável, o conceito transcende a sustentabilidade ambiental, para abraçar a 
sustentabilidade econômica e social, que enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e 
das comunidades. 
 
Os desafios para o setor da construção são diversos, porém, em síntese, consistem na redução e 
otimização do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na preservação do 
ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído. Para tanto, recomenda-se: 
- mudança dos conceitos da arquitetura convencional na direção de projetos flexíveis com possibilidade 
de readequação para futuras mudanças de uso e atendimento de novas necessidades, reduzindo as 
demolições; 
- busca de soluções que potencializem o uso racional de energia ou de energias renováveis; 
- gestão ecológica da água; 
- redução do uso de materiais com alto impacto ambiental; 
- redução dos resíduos da construção com modulação de componentes para diminuir perdas e 
especificações que permitam a reutilização de materiais. 
 
Além disso, a construção e o gerenciamento do ambiente construído devem ser encarados dentro da 
perspectiva de ciclo de vida. 
Os governos municipais possuem grande potencial de atuação na temática das construções 
sustentáveis. As prefeituras podem induzir e fomentar boas práticas por meio da legislação urbanística e 
código de edificações, incentivos tributários e convênios com as concessionárias dos serviços públicos 
de água, esgotos e energia. 
 
 
1 Adaptado de: http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ecod-basico-urbanismo-sustentavel 
 
2 http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-sustentavel/item/8059.html 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 3 
Mobilidade Sustentável3 
A questão da mobilidade urbana surge como um novo desafio às políticas ambientais e urbanas, num 
cenário de desenvolvimento social e econômico do país, no qual as crescentes taxas de urbanização, as 
limitações das políticas públicas de transporte coletivo e a retomada do crescimento econômico têm 
implicado num aumento expressivo da motorização individual (automóveis e motocicletas), bem como da 
frota de veículos dedicados ao transporte de cargas. 
Em outras palavras, o padrão de mobilidade centrado no transporte motorizado individual mostra-se 
insustentável, tanto no que se refere à proteção ambiental quanto no atendimento das necessidades de 
deslocamento que caracterizam a vida urbana. A resposta tradicional aos problemas de 
congestionamento, por meio do aumento da capacidade viária, estimula o uso do carro e gera novos 
congestionamentos, alimentando um ciclo vicioso responsável pela degradação da qualidade do ar, 
aquecimento global e comprometimento da qualidade de vida nas cidades (aumento significativo nos 
níveis de ruídos, perda de tempo, degradação do espaço público, atropelamentos e stress). 
 
A necessidade de mudanças profundas nos padrões tradicionais de mobilidade, na perspectiva de 
cidades mais justas e sustentáveis, levou à recente aprovação da Lei Federal nº 12.587 de 2012, que 
trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana e contém princípios, diretrizes e instrumentos 
fundamentais para o processo de transição. Dentre estes, vale destacar: 
- integração (da Política Nacional de Mobilidade Urbana) com a política de desenvolvimento urbano e 
respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo 
no âmbito dos entes federativos; 
- prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de 
transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado; 
- integração entre os modos e serviços de transporte urbano; 
- mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na 
cidade; 
- incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos 
poluentes; 
- priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do 
desenvolvimento urbano integrado; 
- restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em 
locais e horários predeterminados; 
- aplicação de tributos sobre modos e serviços de transporte urbano pela utilização da infraestrutura 
urbana, visando a desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade, vinculando-se a 
receita à aplicação exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao 
transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público, na forma 
da lei; 
- dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e 
modos de transporte não motorizados; 
- monitoramento e controle das emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa dos modos de 
transporte motorizado, facultando a restrição de acesso a determinadas vias em razão da criticidade dos 
índices de emissões de poluição. 
 
Prevenção de Desastres4 
Mais recentemente, num contexto de crescimento econômico e de compromisso do governo brasileiro 
com a erradicação da miséria e resgate da dívida social, a vulnerabilidade aos desastres permanece 
como um desafio que vem sendo enfrentado. 
O Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, dirigido ao fortalecimento do Sistema 
Nacional de Defesa Civil (SINDEC), por meio de um conjunto articulado de ações que incluem 
desenvolvimento institucional e intervenções estruturais, corretivas e preventivas, conta com crescente 
destinação de recursos orçamentários, que aumentaram de R$ 130 milhões em 2004 para R$ 3 bilhões 
em 2010. 
Entre os fatores que justificam esse aumento de recursos, além do compromisso já mencionado, há 
também a maior frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. 
Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, que 
coordena grande parte das ações do Programa, o Executivo Federal emitiu, entre 2003 e 2009, um total 
 
3 http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-sustentavel/item/8060.html 
4 http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-sustentavel/item/8061.html 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 4 
de 10.803 Portarias de reconhecimento de situações de emergência ou estado de calamidade pública em 
municípios brasileiros. 
A média anual de cerca de 1.500 Portarias emitidas foi superada em 2010 com a emissão de 2.765 
Portarias. A distribuição geográfica dessas ocorrências denota sua grande concentração nas regiões 
Nordeste,Sudeste e Sul, que são justamente as mais urbanizadas do país. 
O sucesso do Programa, especialmente em áreas urbanas, depende diretamente de iniciativas da 
instância de poder municipal, tanto nas ações de resposta aos desastres – alerta, socorro, assistência às 
vítimas e reconstrução de áreas atingidas - quanto nas ações preventivas diretamente relacionadas às 
competências municipais sobre o planejamento e gestão do desenvolvimento urbano. 
Para dar apoio aos municípios nessas questões, o Programa de Gestão de Riscos e Resposta a 
Desastres prevê o mapeamento das áreas ambientalmente frágeis – geralmente áreas de preservação 
permanente definidas pelo Código Florestal – e o seu monitoramento, de forma a tornar efetivos o controle 
e fiscalização sobre as ocupações inadequadas de áreas de risco e a implementação das leis ambientais 
e urbanísticas. 
No que se refere aos investimentos em intervenções estruturais de caráter preventivo, cabe destacar: 
o manejo adequado das águas pluviais mediante novos parâmetros para os projetos de drenagem; a 
implantação rápida de usos adequados em áreas onde ocorreu remoção de moradias em situação de 
risco, evitando-se novas ocupações; e a criação de parques e áreas de esporte e lazer em APP de 
margens de rios. É importante a participação das comunidades na elaboração dos projetos e 
acompanhamento das intervenções para a sua valorização e sustentabilidade. 
 
Desenvolvimento Rural Sustentável 
 
Entende-se como Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS) um conjunto de práticas e tecnologias 
aplicadas ao meio rural que possibilite a exploração e utilização de recursos no meio rural, que podem 
ser no âmbito da agropecuário ou outro, tal como o turismo rural por exemplo, de forma a tender os 
critérios definidos internacionalmente para o Desenvolvimento sustentável 
O desenvolvimento sustentável pressupõe a parceria entre governos e empresas para a reorientação 
do consumo e produção baseada na ética, transparência e factibilidade. À medida que a humanidade 
aumenta sua capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades crescentes, surgem 
tensões e conflitos quanto ao uso do território e seus recursos5. 
Por esta razão, o crescimento sustentável na área rural também vem sendo um fator básico para o 
crescimento do país. Nesse sentido, a preocupação dos produtores agrícolas, tanto de grande ou 
pequeno porte, é desenvolver um modelo de agricultura que não traga danos ao meio ambiente e que 
promova uma crescimento economicamente viável, capaz inclusive de oferecer melhores condições para 
os trabalhadores. 
O objetivo do desenvolvimento rural sustentável, portanto, é incentivar o uso adequado da terra e dos 
recursos naturais, seja nas áreas de agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária, Terras 
Indígenas ou Comunidades Extrativistas, nas Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD) e nas áreas de 
produção agropecuária de tipo patronal/empresarial de grande escala. 
O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural 
Sustentável, trabalha com diversos projetos na área de gestão ambiental sustentável: 
 
Gestão Ambiental Rural (Gestar)6 
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o projeto de Gestão Ambiental Rural (Gestar) promove 
atividades de motivação, capacitação e engajamento com a participação dos moradores das 
comunidades e de representantes de organizações da sociedade civil, das escolas, das universidades e 
dos governos. 
 
Entre seus objetivos estão: 
 
- Estimular o uso de tecnologias ambientalmente corretas, com ênfase na segurança alimentar e no 
melhoramento tecnológico e financeiro dos participantes. O público são os moradores do meio rural que 
realizam atividades agrícolas, agroindustriais e de serviços. 
- Estimular a conscientização dos moradores das comunidades sobre questões ambientais em 
espaços de discussão onde sejam geradas propostas de recuperação, de preservação e de conservação 
de áreas impactadas pela ação do homem. 
 
5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_rural_sustent%C3%A1vel 
6 http://www.brasil.gov.br/noticias/meio-ambiente/2010/01/desenvolvimento-rural-sustentavel 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 5 
- Apoiar pesquisas ambientais e o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, promover a 
identificação e facilitação de financiamentos nacionais e internacionais e de créditos que tenham relação 
com a gestão ambiental rural. 
 
Dessa forma, verificamos que o desafio do desenvolvimento rural sustentável engloba duas metas 
principais: reverter o estágio atual de degradação dos ecossistemas provocada pela agropecuária, e 
ainda, promover, difundir e consolidar formas de desenvolvimento rural praticados em bases sustentáveis. 
 
Questões 
 
01. (Transpetro – Técnico Ambiental Junior – CESGRANRIO) A ideia de suprir as necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às próprias necessidades 
refere-se ao conceito de 
(A) desenvolvimento presente 
(B) desenvolvimento sustentável 
(C) desenvolvimento operacional 
(D) desenvolvimento capitalista 
(E) subdesenvolvimento 
 
02. (Pref. Rio de Janeiro – Assistente Administrativo – Pref. Rio de Janeiro) O processo 
participativo de criar e almejar uma visão de comunidade que respeita e usa com prudência todos os 
recursos, atendendo às necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade de 
atendimento das necessidades das gerações futuras, refere-se ao conceito de: 
(A) desenvolvimento sustentável 
(B) ecologia e meio-ambiente 
(C) governança corporativa 
(D) balanço social 
 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.A 
 
Comentários 
01. Resposta: B 
Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações presentes sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras na satisfação de suas próprias necessidades. 
 
02. Resposta: A 
O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras dt satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que 
as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de 
realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável. (Fonte: Relatório Brundtland) 
 
 
 
A extensão rural pode ser entendida como um processo educacional baseado no conhecimento da 
realidade rural e adequado às necessidades do meio, tendo a participação da família rural, dos líderes da 
comunidade e o apoio das autoridades locais, de forma a promover um desenvolvimento socioeconômico 
do meio rural. 
Nesse sentido, a Lei nº. 12.188/2010, em vigor desde janeiro de 2010, que instituiu a Institui a Política 
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – 
(PNATER) e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na 
Reforma Agrária (PRONATER) pode ser considerada uma evolução na extensão rural pública no Brasil. 
Isso porque, ela é um dos caminhos para que o Brasil alcance a universalização dos serviços da 
assistência técnica e extensão rural para os agricultores familiares. 
2. Extensão rural e trabalho social. 
 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 6 
Nos termos da Lei nº. 12.188/2010, a Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER, pode ser definida 
como um serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos 
de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e 
não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais; 
 
Política Nacionalde Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater)7 
 
 A PNATER foi construída em parceria com as organizações governamentais e não governamentais 
de Assistência Técnica e Extensão Rural e a sociedade civil organizada e instituída pelo Governo Federal 
em 2003. 
 Orientada pelo Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater), a Pnater foi 
elaborada a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável, incluindo a diversidade de categorias e 
atividades da agricultura familiar, e considerando elementos como gênero, geração e etnia e o papel das 
organizações governamentais e não governamentais. 
O Pronater é o instrumento orientador do processo de implementação da Pnater e estabelece as 
diretrizes e metas para os serviços públicos de Ater no País. É coordenado pelo Departamento de 
Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) e elaborado, anualmente, para cada Plano Safra da 
Agricultura Familiar com base nas políticas da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), nos Programas 
Estaduais de Ater e nas demandas da agricultura familiar. 
 
Ações orçamentárias 
Para atender às demandas diferenciadas dos diversos setores da sociedade civil, instituições públicas 
de Ater e de pesquisa, universidades, prefeituras municipais, as ações orçamentárias que compõem o 
Pronater são adequadas a cada tipo de parceria estabelecida: 
 
Fomento à Ater 
Desenvolvimento de parcerias com órgãos de governo, empresas e entidades públicas e da sociedade 
civil, permitindo as condições necessárias para a prestação dos serviços de Ater para agricultores 
familiares. 
 
Formação de agentes de Ater 
Formulação e coordenação, em parceria com as organizações de ensino formal e não formal, 
elaboração e publicação de materiais informativos, e realização de atividades de formação inicial e 
avançada, de forma continuada para os agentes de Ater 
 
Fomento à produção de tecnologias e de conhecimento apropriados para a agricultura familiar 
Apoio a projetos de validação, teste e disponibilização de tecnologias que respondam a demandas da 
agricultura familiar das diferentes regiões do País, de forma articulada com organizações governamentais 
e não governamentais que atuam na área de pesquisa e desenvolvimento. 
 
Apoio a projetos de inovação tecnológica da agricultura familiar no semi-árido 
Experimentação e implantação de tecnologias apropriadas ao potencial local da agricultura familiar, 
aperfeiçoando e inovando os sistemas locais de produção; introdução de práticas que promovam a 
reconversão dos sistemas de produção, contribuindo para a conservação e preservação dos recursos 
naturais; apoio à formação e fortalecimento de redes de agricultores experimentadores, com o intuito de 
difundir processos produtivos sustentáveis. 
 
Extensão Rural e o Serviço Social 
 
O constante processo de implementação das políticas públicas de Assistência Técnica e Extensão 
rural, bem como dos programas educacionais no meio rural, fez surgir a necessidade de capacitação de 
profissionais de diversas áreas para a efetiva operacionalização das ações. 
Nesse sentido, os assistentes sócias, vem desenvolvendo um importante papel junto às comunidades 
do meio rural, atuando como importantes agentes planejadores, implementadores, executores e 
avaliadores das ações de extensão rural. 
O Serviço Social, diante de uma perspectiva que se posiciona a favor da justiça social e da 
emancipação da classe trabalhadora e diante da competência da profissão para promover ações 
 
7 http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-captec/pol%C3%ADtica-nacional-de-assist%C3%AAncia-t%C3%A9cnica-e-extens%C3%A3o-rural-pnater 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 7 
intersetoriais, desempenha um papel essencial de articulador no meio rural, contribuindo para o 
fortalecimento do setor agrícola e consequentemente para a economia nacional. 
Ainda pode-se afirmar que o assistente social na ATER poderá planejar, executar e avaliar programas 
e projetos que são geridas pelas instituições de ATER, adequando-os à realidade de cada local. 
Portanto, o assistente social, no âmbito da ATER, poderá assessorar e/ou desenvolver consultoria a 
movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a 
Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), grupos produtivos, 
dentre outros, propiciando-lhes formação tanto no que tange sua organização política, a definição de seu 
direcionamento enquanto coletivo, e as estratégias de acesso às política públicas e de efetivação dos 
direitos. 
 
Atribuições privativas do assistente social na ATER8 
 
Assessoria e Consultoria sobre o Serviço Social na ATER 
A assessoria e/ou consultoria em matéria de serviço social são ações exclusivas que podem ser 
prestadas somente por profissionais da área, especialmente aqueles que possuem experiência e/ou 
desenvolvem estudos acerca das questões agrárias e do exercício profissional na ATER. 
 
Supervisão de estagiários/as de serviço social 
Conforme as Diretrizes Curriculares do Serviço Social, a formação profissional deve capacitar teórico-
metodologicamente e ético-politicamente os futuros profissionais, pois se tratam de requisitos 
indispensáveis para o exercício de atividades técnico-operativas. 
Assim sendo, com base nessa afirmação e nos princípios que essas diretrizes apontam, sobretudo, 
quando se supõe a indissociabilidade da supervisão acadêmica e profissional na atividade de estágio 
como requisito necessário, explicita-se que a supervisão de estagiários/as discentes do Serviço Social é 
privativo ao assistente social. 
Somente ele domina o conhecimento necessário para discutir o exercício profissional com outro sujeito 
que ainda encontra-se em formação nesta área. Tanto como ocorre em outras políticas, o processo de 
formação resultante do estágio supervisionado em serviço social inserido/a na ATER, depender do nível 
de comprometimento dos/as discentes, da supervisão acadêmica e da própria supervisão de campo, 
poderá promover a troca de saberes, além da relação teoria e prática e da apreensão da realidade, para 
melhor intervir nas expressões da questão social. 
 
Estudo ou Perícia Social: Informação Técnica, Relatório, Laudo e Parecer Social 
A realização do estudo ou perícia social, enquanto atividade privativa ao profissional do serviço social, 
segundo a Lei de Regulamentação, em seu Art. 4º, efetivada através de vistorias, perícias técnicas, laudos 
periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social, possibilita a transmissão de 
informações a outros profissionais, instituições, ou órgãos sobre sujeitos, coletividades e processos 
sociais, especialmente no âmbito da organização e dos direitos sociais. 
De acordo com Fávero9, o estudo, também denominado perícia social, pode ser solicitado por um 
magistrado, que nomeará um perito, que, nesse caso, será um/a assistente social. 
A solicitação dessa perícia tem a finalidade de oferecer elementos para a decisão judicial. “No meio 
judiciário, o estudo e/ou perícia social pode ser realizado por assistente social servidor da instituição, por 
servidor de outro órgão da Administração Pública estadual ou municipal [...] e por perito ou assistente 
técnico, com formação na área”. 
Portanto, também o/a assistente social que está inserido/a na ATER pode ser nomeado/a como perito 
social, especialmente quando a situação envolve sujeitos que vivem e trabalham no campo. 
Assim, para realizar o estudo social e, posteriormente, emitir um parecer, cabe a esse/a profissional a 
escolha dos instrumentos que ele/a se utilizará para o conhecimento da realidade e de quais registros 
devem ser integrados aos autos processuais. 
 
Diante disso, assegura-se que a atuação do/aassistente social na ATER é muito mais ampla do que 
se imagina e que, esse/a profissional poderá contribuir para realização de atividades interdisciplinares e 
intersetoriais, assim como estimular o processo de participação dos/as trabalhadores/as rurais, através 
do Controle Social. 
 
8https://www.uniara.com.br/legado/nupedor/nupedor_2014/Trabalhos%20Completos/7_Experi%C3%AAncias%20de%20Capacita%C3%A7%C3%A3o%20e%2
0Extens%C3%A3o%20rural/7B_Experi%C3%AAncias%20de%20Capacita%C3%A7%C3%A3o%20e%20Extens%C3%A3o%20rural/4_Amanda%20Santos.pdf 
9 FÁVERO, E.T. Instruções sociais de processos, sentenças e decisões. In: CFESS, Conselho Federal de Serviço Social; ABEPSS, Associação Brasileira de 
Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. 
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. 8 
Sua formação generalista, baseada em um Projeto Ético-Político Profissional, que almeja uma nova 
ordem societária, revela dimensões (ético-políticas, teórico-metodológicas e técnico-operativas) 
relevantes para a leitura da realidade e para realização de intervenções que garantam a efetivação de 
direitos sociais, políticos, culturais, humanos e econômico. 
Deste modo, há que se considerar o caráter de educador/a não formal e a afinidade que a profissional 
com ações socioeducativas. Suas práticas devem ter como objetivo principal o fortalecimento da 
autonomia dos homens e mulheres do campo, de forma que a produtividade e a lucratividade não sejam 
os principais motivos de suas ações; há que pensar, primeiramente, na qualidade de vida da população 
usuária dos serviços10. 
 
Na sequência, como complemento da matéria, vamos disponibilizar a Lei nº. 12.188/2010 que trata da 
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária 
- PNATER e do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na 
Reforma Agrária – PRONATER, vejamos: 
 
LEI Nº 12.188, DE 11 DE JANEIRO DE 201011. 
 
Institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e 
Reforma Agrária - PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na 
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER, altera a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, 
e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
CAPÍTULO I 
DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL PARA A 
AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA - PNATER 
 
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura 
Familiar e Reforma Agrária - PNATER, cuja formulação e supervisão são de competência do Ministério 
do Desenvolvimento Agrário - MDA. 
Parágrafo único. Na destinação dos recursos financeiros da Pnater, será priorizado o apoio às 
entidades e aos órgãos públicos e oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER. 
 
Art. 2º Para os fins desta Lei, entende-se por: 
I - Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER: serviço de educação não formal, de caráter 
continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e 
comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das 
atividades agroextrativistas, florestais e artesanais; 
II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - DAP: 
documento que identifica os beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar 
- PRONAF; e 
III - Relação de Beneficiários - RB: relação de beneficiários do Programa de Reforma Agrária, conforme 
definido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. 
Parágrafo único. Nas referências aos Estados, entende-se considerado o Distrito Federal. 
 
Art. 3º São princípios da Pnater: 
I - desenvolvimento rural sustentável, compatível com a utilização adequada dos recursos naturais e 
com a preservação do meio ambiente; 
II - gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de assistência técnica e extensão rural; 
III - adoção de metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural, 
buscando a construção da cidadania e a democratização da gestão da política pública; 
IV - adoção dos princípios da agricultura de base ecológica como enfoque preferencial para o 
desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis; 
V - equidade nas relações de gênero, geração, raça e etnia; e 
VI - contribuição para a segurança e soberania alimentar e nutricional. 
 
10https://www.uniara.com.br/legado/nupedor/nupedor_2014/Trabalhos%20Completos/7_Experi%C3%AAncias%20de%20Capacita%C3%A7%C3%A3o%20e%
20Extens%C3%A3o%20rural/7B_Experi%C3%AAncias%20de%20Capacita%C3%A7%C3%A3o%20e%20Extens%C3%A3o%20rural/4_Amanda%20Santos.pdf 
11Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm - acesso 29.11.2018. 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 9 
 
Art. 4º São objetivos da Pnater: 
I - promover o desenvolvimento rural sustentável; 
II - apoiar iniciativas econômicas que promovam as potencialidades e vocações regionais e locais; 
III - aumentar a produção, a qualidade e a produtividade das atividades e serviços agropecuários e não 
agropecuários, inclusive agroextrativistas, florestais e artesanais; 
IV - promover a melhoria da qualidade de vida de seus beneficiários; 
V - assessorar as diversas fases das atividades econômicas, a gestão de negócios, sua organização, 
a produção, inserção no mercado e abastecimento, observando as peculiaridades das diferentes cadeias 
produtivas; 
VI - desenvolver ações voltadas ao uso, manejo, proteção, conservação e recuperação dos recursos 
naturais, dos agro ecossistemas e da biodiversidade; 
VII - construir sistemas de produção sustentáveis a partir do conhecimento científico, empírico e 
tradicional; 
VIII - aumentar a renda do público beneficiário e agregar valor a sua produção; 
IX - apoiar o associativismo e o cooperativismo, bem como a formação de agentes de assistência 
técnica e extensão rural; 
X - promover o desenvolvimento e a apropriação de inovações tecnológicas e organizativas adequadas 
ao público beneficiário e a integração deste ao mercado produtivo nacional; 
XI - promover a integração da Ater com a pesquisa, aproximando a produção agrícola e o meio rural 
do conhecimento científico; e 
XII - contribuir para a expansão do aprendizado e da qualificação profissional e diversificada, 
apropriada e contextualizada à realidade do meio rural brasileiro. 
 
Art. 5º São beneficiários da Pnater: 
I - os assentados da reforma agrária, os povos indígenas, os remanescentes de quilombos e os demais 
povos e comunidades tradicionais; e 
II - nos termos da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, os agricultores familiares ou empreendimentos 
familiares rurais, os silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores, bem como os beneficiários de 
programas de colonização e irrigação enquadrados nos limites daquela Lei. 
Parágrafo único. Para comprovação da qualidade de beneficiário da Pnater, exigir-se-á ser detentor 
da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - DAP ou 
constar na Relação de Beneficiário - RB, homologada no Sistema de Informação do Programa de Reforma 
Agrária - SIPRA. 
 
CAPÍTULO II 
DO PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA 
AGRICULTURA FAMILIAR E NA REFORMA AGRÁRIA - PRONATER 
 
Art. 6º Fica instituído, como principal instrumentode implementação da Pnater, o Programa Nacional 
de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER. 
 
Art. 7º O Pronater terá como objetivos a organização e a execução dos serviços de Ater ao público 
beneficiário previsto no art. 5º desta Lei, respeitadas suas disponibilidades orçamentária e financeira. 
 
Art. 8º A proposta contendo as diretrizes do Pronater, a ser encaminhada pelo MDA para compor o 
Plano Plurianual, será elaborada tendo por base as deliberações de Conferência Nacional, a ser realizada 
sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - CONDRAF. 
Parágrafo único. O regulamento desta Lei definirá as normas de realização e de participação na 
Conferência, assegurada a participação paritária de representantes da sociedade civil. 
 
Art. 9º O Condraf opinará sobre a definição das prioridades do Pronater, bem como sobre a elaboração 
de sua proposta orçamentária anual, recomendando a adoção de critérios e parâmetros para a 
regionalização de suas ações. 
 
Art. 10. O Pronater será implementado em parceria com os Conselhos Estaduais de Desenvolvimento 
Sustentável e da Agricultura Familiar ou órgãos similares. 
 
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. 10 
Art. 11. As Entidades Executoras do Pronater compreendem as instituições ou organizações públicas 
ou privadas, com ou sem fins lucrativos, previamente credenciadas na forma desta Lei, e que preencham 
os requisitos previstos no art. 15 desta Lei. 
 
Art. 12. Os Estados cujos Conselhos referidos no art. 10 desta Lei firmarem Termo de Adesão ao 
Pronater poderão dele participar, mediante: 
I - o credenciamento das Entidades Executoras, na forma do disposto no art. 13 desta Lei; 
II - a formulação de sugestões relativas à programação das ações do Pronater; 
III - a cooperação nas atividades de acompanhamento, controle, fiscalização e avaliação dos 
resultados obtidos com a execução do Pronater; 
IV - a execução de serviços de Ater por suas empresas públicas ou órgãos, devidamente credenciados 
e selecionados em chamada pública. 
 
CAPÍTULO III 
DO CREDENCIAMENTO DAS ENTIDADES EXECUTORAS 
 
Art. 13. O credenciamento de Entidades Executoras do Pronater será realizado pelos Conselhos a que 
se refere o art. 10 desta Lei. 
 
Art. 14. Caberá ao MDA realizar diretamente o credenciamento de Entidades Executoras, nas 
seguintes hipóteses: 
I - não adesão do Conselho ao Pronater no Estado onde pretenda a Entidade Executora ser 
credenciada; 
II - provimento de recurso de que trata o inciso I do art. 16 desta Lei. 
 
Art. 15. São requisitos para obter o credenciamento como Entidade Executora do Pronater: 
I - contemplar em seu objeto social a execução de serviços de assistência técnica e extensão rural; 
II - estar legalmente constituída há mais de 5 (cinco) anos; 
III - possuir base geográfica de atuação no Estado em que solicitar o credenciamento; 
IV - contar com corpo técnico multidisciplinar, abrangendo as áreas de especialidade exigidas para a 
atividade; 
V - dispor de profissionais registrados em suas respectivas entidades profissionais competentes, 
quando for o caso; 
VI - atender a outras exigências estipuladas em regulamento. 
Parágrafo único. O prazo previsto no inciso II não se aplica às entidades públicas. 
 
Art. 16. Do indeferimento de pedido de credenciamento, bem como do ato de descredenciamento de 
Entidade Executora do Pronater, caberá recurso, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data em que 
o interessado tomar ciência do ato contestado: 
I - ao gestor do Pronater no MDA, na hipótese de indeferimento ou descredenciamento por Conselho 
Estadual; 
II - ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, nas demais hipóteses de indeferimento ou 
descredenciamento. 
 
Art. 17. A critério do órgão responsável pelo credenciamento ou pela contratação, será descredenciada 
a Entidade Executora que: 
I - deixe de atender a qualquer dos requisitos de credenciamento estabelecidos no art. 15 desta Lei; 
II - descumpra qualquer das cláusulas ou condições estabelecidas em contrato. 
Parágrafo único. A Entidade Executora descredenciada nos termos do inciso II deste artigo somente 
poderá ser novamente credenciada decorridos 5 (cinco) anos, contados da data de publicação do ato que 
aplicar a sanção. 
 
CAPÍTULO IV 
DA CONTRATAÇÃO DAS ENTIDADES EXECUTORAS 
 
Art. 18. A contratação das Entidades Executoras será efetivada pelo MDA ou pelo Incra, observadas 
as disposições desta Lei, bem como as da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
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. 11 
Art. 19. A contratação de serviços de Ater será realizada por meio de chamada pública, que conterá, 
pelo menos: 
I - o objeto a ser contratado, descrito de forma clara, precisa e sucinta; 
II - a qualificação e a quantificação do público beneficiário; 
III - a área geográfica da prestação dos serviços; 
IV - o prazo de execução dos serviços; 
V - os valores para contratação dos serviços; 
VI - a qualificação técnica exigida dos profissionais, dentro das áreas de especialidade em que serão 
prestados os serviços; 
VII - a exigência de especificação pela entidade que atender à chamada pública do número de 
profissionais que executarão os serviços, com suas respectivas qualificações técnico-profissionais; 
VIII - os critérios objetivos para a seleção da Entidade Executora. 
Parágrafo único. Será dada publicidade à chamada pública, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, por 
meio de divulgação na página inicial do órgão contratante na internet e no Diário Oficial da União, bem 
como, quando julgado necessário, por outros meios. 
 
CAPÍTULO V 
DO ACOMPANHAMENTO, CONTROLE, FISCALIZAÇÃO E DA AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS 
DA EXECUÇÃO DO PRONATER 
 
Art. 20. A execução dos contratos será acompanhada e fiscalizada nos termos do art. 67 da Lei no 
8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
Art. 21. Os contratos e todas as demais ações do Pronater serão objeto de controle e acompanhamento 
por sistema eletrônico, sem prejuízo do lançamento dos dados e informações relativos ao Programa nos 
demais sistemas eletrônicos do Governo Federal. 
Parágrafo único. Os dados e informações contidos no sistema eletrônico deverão ser plenamente 
acessíveis a qualquer cidadão por meio da internet. 
 
Art. 22. Para fins de acompanhamento da execução dos contratos firmados no âmbito do Pronater, as 
Entidades Executoras lançarão, periodicamente, em sistema eletrônico, as informações sobre as 
atividades executadas, conforme dispuser regulamento. 
 
Art. 23. Para fins de liquidação de despesa, as Entidades Executoras lançarão Relatório de Execução 
dos Serviços Contratados em sistema eletrônico, contendo: 
I - identificação de cada beneficiário assistido, contendo nome, qualificação e endereço; 
II - descrição das atividades realizadas; 
III - horas trabalhadas para realização das atividades; 
IV - período dedicado à execução do serviço contratado; 
V - dificuldades e obstáculos encontrados, se for o caso; 
VI - resultados obtidos com a execução do serviço; 
VII - o ateste do beneficiário assistido, preenchido por este, de próprio punho; 
VIII - outros dados e informações exigidos em regulamento. 
§ 1º A Entidade Executora manterá em arquivo, em sua sede, toda a documentação original referente 
ao contrato firmado, incluindo o Relatório a que se refere o caput deste artigo, para fins de fiscalização, 
pelo prazo de 5 (cinco) anos, a contar da aprovação das contas anuais do órgão contratante pelo Tribunal 
de Contas da União. 
§ 2º O órgão contratante bem como os órgãos responsáveis pelo controle externo e interno poderão, 
a qualquer tempo, requisitar vista, na sede da Entidade Executora,da documentação original a que se 
refere o § 1º deste artigo, ou cópia de seu inteiro teor, a qual deverá ser providenciada e postada pela 
Entidade Executora no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de recebimento da requisição. 
 
Art. 24. A metodologia e os mecanismos de acompanhamento, controle, fiscalização e avaliação dos 
resultados obtidos com a execução de cada serviço contratado serão objeto de regulamento. 
 
Art. 25. Os relatórios de execução do Pronater, incluindo nome, CNPJ e endereço das Entidades 
Executoras, bem como o valor dos respectivos contratos e a descrição sucinta das atividades 
desenvolvidas, serão disponibilizados nas páginas do MDA e do Incra na internet. 
 
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. 12 
Art. 26. O MDA encaminhará ao Condraf, para apreciação, relatório anual consolidado de execução 
do Pronater, abrangendo tanto as ações de sua responsabilidade como as do Incra. 
 
CAPÍTULO VI 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 27. O art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso 
XXX: 
“Art. 24. ............................................................................... 
............................................................................................. 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, 
para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de 
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei 
federal. 
..........................................................................................” (NR) 
 
Art. 28. A instituição do Pronater não exclui a responsabilidade dos Estados na prestação de serviços 
de Ater. 
 
Art. 29. Esta Lei entra em vigor 30 (trinta) dias após a data de sua publicação oficial, observado o 
disposto no inciso I do art. 167 da Constituição Federal. 
 
Brasília, 11 de janeiro de 2010; 189º da Independência e 122º da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
Questões 
 
01. Segundo dispõe a lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, julgue o item a seguir: 
 
“A Entidade Executora descredenciada nos termos desta lei somente poderá ser novamente 
credenciada decorridos 2 (dois) anos, contados da data de publicação do ato que aplicar a sanção”. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. Segundo dispõe a lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, julgue o item a seguir: 
 
“É requisitos para obter o credenciamento como Entidade Executora do Pronater, contemplar em seu 
objeto social a execução de serviços de assistência técnica e extensão rural”. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.Certo 
 
Comentários 
 
01.Resposta: Errado 
Art. 17. A critério do órgão responsável pelo credenciamento ou pela contratação, será descredenciada 
a Entidade Executora que: 
[...] 
Parágrafo único. A Entidade Executora descredenciada nos termos do inciso II deste artigo somente 
poderá ser novamente credenciada decorridos 5 (cinco) anos, contados da data de publicação do ato 
que aplicar a sanção. 
 
02.Resposta: Certo 
Art. 15. São requisitos para obter o credenciamento como Entidade Executora do Pronater: 
I - contemplar em seu objeto social a execução de serviços de assistência técnica e extensão rural; 
 
Apostila gerada especialmente para: suelen da silva alexandre 784.110.092-20
 
. 13 
 
 
Saúde Coletiva 
 
A Saúde Coletiva faz referência às Políticas e aos Programas de Saúde no Brasil. Estuda o Sistema 
Único de Saúde (SUS) brasileiro, sua história e evolução; propostas e diretrizes - aspectos legais e 
constitucionais. Abrange o referencial teórico do processo de trabalho em saúde coletiva e sua implicação 
nos modelos assistenciais de saúde. Tem como um de seus enfoques de trabalho social e epidemiológico 
o processo saúde-doença na coletividade, mediante a identificação, análise e discussão das 
características sociais, econômicas, sanitárias, políticas e culturais da comunidade estudada e sua 
produção. Aborda o diagnóstico coletivo de saúde e reflexão sobre medidas de intervenção no campo da 
saúde coletiva. Compreende a estrutura e o funcionamento dos Sistemas e Serviços de Saúde e suas 
relações com a comunidade com ênfase na participação popular/controle social. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “estado de completo bem-estar físico, 
mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. 
A definição consta no preâmbulo da Constituição da Assembleia Mundial da Saúde, adotada pela 
Conferência Sanitária Internacional realizada em Nova York (19/22 de junho de 1946) 
Ao definir como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de 
enfermidade ou invalidez”, estamos excluindo os doentes crônicos e, por tabela, a maioria dos idosos. 
Será que não deveríamos contemplar nesse conceito de saúde o bem-estar físico, mental e social de 
pacientes bem controlados clinicamente? 
No conceito de saúde, vai-se além do binômio saúde-doença, para também incluir o bem-estar 
psíquico e social (ambiental também?) 
É simplista reduzir o conceito de saúde à ausência de doença, assim como não admitir saúde na 
presença de doença. 
Na avaliação global da saúde, devemos levar em consideração não apenas a presença (ausência) de 
sintomas e sinais, mas também o grau de saúde psíquica e social, assim como o potencial de 
desenvolvimento de doenças no futuro próximo ou distante. 
Os agravos podem ser biológicos, químicos, físicos, emocionais, sociais, ambientais, comportamentais 
etc. 
 
Conceituando a Saúde Coletiva12 
 
A Saúde Coletiva, em síntese, implica em levar em conta a diversidade e a especificidade dos grupos 
populacionais e das individualidades com seus modos próprios de adoecer – ou representa tal processo, 
que não passa necessariamente pelas instâncias governamentais ditas responsáveis diretas pela saúde 
pública. (CASTIEL) 
A saúde, enquanto estado vital, setor de produção e campo do saber, está articulada à estrutura da 
sociedade, através das suas instâncias econômica e político-ideológica, possuindo, portanto, uma 
historicidade. 
O objeto da saúde coletiva é construído nos limites do biológico e do social, e compreende a 
investigação dos determinantes da produção social das doenças e da organização dos serviços de saúde, 
bem como o estudo da historicidade do saber e das práticas a partir dele. Nesse sentido, o caráter 
interdisciplinar do objeto sugere uma integração no plano do conhecimento, não no plano da estratégia, 
reunindo profissionais com múltiplas formações. 
 
 
 
 
 
 
 
12 Conteúdo extraído de PEREIRA, Adriana Lemos et al. Programas de Atenção à Saúde. P. 255-339. In: FIGUEIREDO, Nébia Maria Almenida de. Ensinando 
a cuidar em saúde pública. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editoras, 2005. 
3. Cuidados básicos da saúde coletiva 
 
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ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
 
Para entendermos melhor essa diferença, vamos começar com o significado da palavra alimentação: 
A alimentação é um ato voluntário e consciente. Ela depende totalmente da vontade do indivíduo e é o 
homem quem escolhe o alimento para o seu consumo. A alimentação está relacionada com as práticas 
alimentares, que envolvem opções e decisões quanto à quantidade; o tipo de alimento que comemos; 
quais os que consideramos comestíveis ou aceitáveis para nosso padrão de consumo; a forma como 
adquirimos, conservamos e preparamos os alimentos; além dos horários, do local e com quem realizamos 
nossas refeições. 
Agora que já entendemos o que é alimentação,vamos explicar o que é nutrição. A nutrição é um ato 
involuntário, uma etapa sobre a qual o indivíduo não tem controle. Começa quando o alimento é levado 
à boca. A partir desse momento, o sistema digestório entra em ação, ou seja, a boca, o estômago, o 
intestino e outros órgãos desse sistema começam a trabalhar em processos que vão desde a trituração 
dos alimentos até a absorção dos nutrientes, que são os componentes dos alimentos que consumimos e 
são muito importantes para a nossa saúde. 
Os nutrientes são componentes dos alimentos que consumimos e estão divididos em macronutrientes 
(carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais). Apenas os macronutrientes 
são responsáveis pelo fornecimento de energia, que às vezes é indicada como “caloria” do alimento. 
Os carboidratos estão presentes nos pães, cereais, biscoitos, frutas, massas, tubérculos e raízes. Além 
desses alimentos, os carboidratos também estão presentes em produtos como: açúcar refinado, 
chocolates, doces em geral, mas não são considerados tão saudáveis quanto aqueles que estão 
presentes em cereais, frutas, massas, etc. 
A principal função do carboidrato é fornecer energia para o corpo humano, sendo, na sua maioria, 
transformado em glicose. 
As proteínas são nutrientes que podem ser de origem animal e de origem vegetal. As proteínas de 
origem animal são encontradas principalmente nas carnes (aves, bovino, suíno, pescado e outros 
animais); ovos; leite e seus derivados, como queijo, requeijão, iogurte e outros produtos. As proteínas de 
origem vegetal são encontradas nos diversos tipos de feijões, soja, lentilha e grão-de-bico. Todas as 
proteínas são chamadas de nutrientes construtores, pois são responsáveis pela formação dos músculos 
e tecidos (como pele, olhos, nervos, glândulas e outras estruturas); além de regularem outras funções 
importantes no nosso corpo. 
As gorduras animais (presentes em todo tipo de carne) e os óleos vegetais (soja, milho, girassol, canola 
e outros) são os nutrientes mais calóricos. Por isso, devemos consumir com moderação os alimentos que 
nos fornecem as gorduras. Entretanto, elas são importantes, pois mesmo em pequena quantidade, 
fornecem ácidos graxos indispensáveis à manutenção da saúde, além de facilitarem a utilização de 
vitaminas importantes pelo corpo. 
Os micronutrientes exercem outras funções no organismo, tão importantes quanto as que são 
realizadas pelos macronutrientes, conforme já visto. 
As vitaminas (A, D, E, K, C e todas as vitaminas chamadas do complexo B) e minerais (cálcio, ferro, 
potássio, fósforo e outros) estão presentes nas frutas, verduras e legumes. Tanto as vitaminas quanto os 
minerais, são essenciais na digestão, na circulação sanguínea e no funcionamento intestinal, além de 
fortalecerem o sistema imunológico, responsável pela defesa do nosso corpo contra invasores como 
vírus, bactérias e parasitas. 
Hortaliças é o nome técnico dado às verduras e aos legumes, que são plantas ou parte de plantas que 
servem para consumo humano. 
Chama-se “verdura” quando a parte comestível do vegetal são as folhas, flores, botões ou hastes, 
como acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, brócolis, chicória, couve, couve-flor, escarola, espinafre, 
mostarda, repolho, rúcula, salsa e salsão. 
Chama-se “legume” quando as partes comestíveis do vegetal são os frutos, sementes ou as partes 
que se desenvolvem na terra, como cenoura, beterraba, abobrinha, abóbora, pepino e cebola. 
Como você pode ver, os alimentos fornecem nutrientes muito importantes para nossa saúde. Somente 
uma alimentação adequada em termos quantitativos e qualitativos pode fornecer esses nutrientes. Por 
outro lado, o consumo inadequado de alimentos pode trazer danos para a saúde das pessoas. Por 
4. Alimentação e saúde 
 
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exemplo, o excesso de alimentos pode causar a obesidade e a deficiência pode causar a desnutrição, 
como você poderá ver nas próximas unidades. 
O consumo de alimentos com alta quantidade de gordura, açúcar e sal (seja por quantidades erradas 
adicionadas no preparo dos alimentos ou pela frequência de consumo de produtos industrializados que 
tenham alto teor de sal), pode causar muitos problemas à saúde, como obesidade, diabetes, cárie dental, 
hipertensão (pressão alta), alterações ortopédicas (relativa aos ossos), aumento dos níveis de colesterol 
e triglicerídeos e doenças cardíacas. 
Com isso, só confirmamos a ideia de que uma alimentação saudável deve ser estimulada em todos os 
lugares, principalmente na escola. E para que isso aconteça, você poderá colaborar incentivando o 
consumo de frutas, verduras e legumes, por exemplo, e diminuindo a oferta de alimentos ricos em açúcar, 
gordura e sal. 
A Obesidade é o acumulo excessivo de gordura corporal, sendo normalmente causada pelo consumo 
exagerado de comida e falta de atividade física. 
A desnutrição é uma doença causada por alimentação inadequada e insuficiente, com baixa 
quantidade de energia e proteína; também pode ser causada por má-absorção, anorexia ou falta de 
apetite. Pode ter influência de fatores sociais, e nesse caso, acomete principalmente indivíduos de classe 
social mais desfavorecida. Também pode estar relacionada a problemas psiquiátricos ou a alguma outra 
doença. 
 
Significados da alimentação 
 
Como explicamos anteriormente, a alimentação não se resume aos nutrientes. O ato de comer é 
influenciado por diversos fatores como os valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. Dessa forma, 
as pessoas, diferentemente dos animais, ao se alimentarem, não buscam exclusivamente preencher suas 
necessidades de energia e nutrientes, mas querem alimentos com cheiro, sabor, cor e textura. Além disso, 
o conhecimento científico, as religiões e a condição econômica do indivíduo também influenciam nos 
hábitos alimentares. 
Algumas religiões, por exemplo, costumam criar proibições para o consumo de alguns alimentos, que 
são considerados culturalmente nocivos. As grandes religiões sempre se preocuparam, em seus livros 
sagrados, em estabelecer proibições, mostrando o que os fiéis podem ou não comer. 
Essas proibições são chamadas de tabus alimentares, que são crenças e superstições relacionadas 
ao consumo de alguns alimentos ou à combinação deles, que seriam prejudiciais à saúde. Muitos 
folcloristas chamam estes tabus de faz mal. Você já deve ter conhecido alguma pessoa que não come 
carne de porco ou que não misture manga e leite, não é? 
Várias religiões proíbem o consumo de certos tipos de carnes. Por exemplo, o judeu e o muçulmano 
não comem carne de porco. A proibição do consumo de alguns animais pode ser também pelo fato dele 
ser criado em casa, como bicho de estimação. Já em outros locais, alguns tipos de carne são proibidas 
por não serem consideradas comida, não necessariamente porque tem o sabor ou o aroma ruins. Por 
exemplo, algumas culturas comem certos tipos de gafanhotos, e em outras, comer gafanhoto é nojento. 
Outros insetos, como larvas, são associadas à comida estragada. Em alguns países do oriente, porém, é 
comum comer grilos, gafanhotos, lagartas e formigas. Em algumas regiões rurais do Brasil, costuma-se 
comer içá (a parte traseira de algumas formigas). 
O tabu alimentar também pode ser criado e mantido por razão de saúde. Na maioria das culturas, o 
alimento sempre foi relacionado à saúde e isso acontece não apenas porque o excesso ou a falta de 
alimentos coloca em risco a sobrevivência dos homens, mas, também, pelas instruções dadas por alguns 
profissionais de saúde, que influenciam o tipo de dieta, visto que alguns alimentos podem piorar a saúde 
ou atrapalhar algum tratamento. 
Por exemplo, comer carne de porco mal cozida pode levar à teníase ou comer alimentos ricos em sal 
pode piorar a saúde de quem tem pressão alta. Já nocristianismo, a cerimônia mais sagrada ocorre em 
torno da ingestão do pão e do vinho, simbolizando o corpo e o sangue de Cristo. Ser hinduísta é ser 
vegetariano. Com esses exemplos, queremos mostrar que é importante você descobrir se existe na sua 
escola alguma criança que siga algum tabu alimentar, a fim de criar alternativas para os lanches que 
possuam algum alimento proibido para eles. 
Os vegetarianos são aquelas pessoas que seguem uma dieta baseada exclusivamente em alimentos 
de origem vegetal. Eles excluem da sua dieta carne, ovos e leite, assim como os produtos derivados 
deles. Os ovolactovegetarianos não consomem carne, mas consomem ovos e leite, e os lacto-
vegetarianos, incluem apenas o leite e derivados. 
O conhecimento científico que você encontra em alguns jornais e revistas, por exemplo, também 
influencia na escolha dos alimentos, pois por meio dessas informações as pessoas passam a conhecer 
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quais alimentos são considerados saudáveis e como eles podem ser utilizados da melhor forma. Contudo, 
não basta ter acesso a esses conhecimentos para mudar o hábito alimentar, pois normalmente as 
pessoas levam em consideração os prazeres propiciados pela comida, além dos vários fatores que 
interferem na formação do costume alimentar. 
O significado da alimentação também muda de acordo com a condição econômica da pessoa. Para a 
população de baixa renda, em geral, os alimentos são classificados entre os alimentos “fortes” e os 
“fracos”. 
Os alimentos fortes são aqueles que sustentam, como o arroz, feijão e carne, enquanto que os fracos 
são as frutas, verduras e legumes, que servem somente para “tapear a fome”. 
Quando essas pessoas dividem os alimentos em fortes e fracos, elas não se baseiam no valor nutritivo 
dos alimentos, mas sim na capacidade que eles têm de matar a fome, como é o caso dos alimentos fortes, 
que dão a sensação de “barriga cheia”, pois são mais gordurosos e mais difíceis para digerir. 
Normalmente, eles sabem que as frutas, verduras e legumes são ricos em vitaminas e minerais, mas seu 
consumo deixa a “sensação” de fome. Porém, isso torna a alimentação repetitiva e pobre em vitaminas e 
minerais, o que pode prejudicar a saúde dessas pessoas, principalmente das crianças. 
Lembre-se que uma alimentação saudável deve ser variada, com preferência para o consumo dos 
alimentos dos vários grupos, como por exemplo, frutas, verduras e legumes, feijão e grãos integrais. Dê 
preferência também aos alimentos regionais ou locais. 
Sabe-se que as crianças se acostumam aos hábitos alimentares da família. Por outro lado, em 
situações onde a alimentação não é variada, elas poderão preferir alimentos como doces, bolachas, 
guloseimas e refrigerantes, pois esses alimentos são considerados mais saborosos. Para os pais, muitas 
vezes dar esses alimentos para os seus filhos é uma forma de demostrar afeto. Porém, é importante 
lembrar que o consumo excessivo desses alimentos pode causar danos à saúde, como obesidade, 
diabetes, pressão alta, entre outros. 
E, por último, vamos falar do caráter social da alimentação, presente desde o nascimento. 
Normalmente, nossas atitudes em relação à comida são aprendidas cedo, desde a amamentação. O leite 
materno é o primeiro alimento oferecido à criança e sua ingestão envolve o contato com a mãe. Com isso, 
desde o início da vida, a alimentação está ligada ao afeto e proteção quanto à presença feminina. 
Por exemplo, o momento de afeto na alimentação pode ser visto nos encontros familiares, que são 
momentos de conversação e de troca de informações. A hora de comer é um momento de socialização 
entre as pessoas. Todos se sentam à mesa para comer, beber e celebrar o momento em que estão juntos. 
Esse processo é chamado comensalidade. 
Vamos entender o que significa comensalidade. Comensalidade é a prática de comer junto, dividindo 
a comida, mesmo que de forma desigual. A mesa, ao redor da qual ocorre a comensalidade, é um dos 
símbolos das trocas familiares. É o local onde se divide o alimento e a alegria dos encontros, as opiniões 
sobre os acontecimentos do mundo, sem a preocupação de agradar, sem precisar disfarçar que se está 
bem. 
Porém, hoje as refeições costumam ser feitas com os colegas de trabalho, amigos ou até 
desconhecidos que se sentam à mesma mesa. No caso de desconhecidos, não existe uma socialização, 
mas pode surgir uma conversa, mesmo que seja apenas naquele momento. 
Como você pode ver, os alimentos possuem vários significados de acordo com a religião, cultura ou 
condição econômica. 
 
Ciclos de vida (da alimentação da criança à alimentação do adulto) 
 
Na infância, a alimentação adequada é fundamental para garantir o crescimento e o desenvolvimento 
normal da criança, mantendo, assim, a saúde. Isso é muito importante, principalmente entre os pré-
escolares, pois eles se constituem em um dos grupos populacionais que mais necessitam de atendimento, 
em função de estarem em intenso processo de crescimento e de serem vulneráveis às doenças. 
É muito importante ter uma criança bem alimentada durante sua permanência em sala de aula, pois 
isso contribui para a melhora do desempenho escolar, além de reduzir a evasão e a repetência escolar. 
E para que isso ocorra, sua colaboração é de extrema importância, pois o objetivo do Programa Nacional 
de Alimentação Escolar (PNAE) é atender às necessidades nutricionais dos alunos durante o horário em 
que se encontram em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem 
e o rendimento escolar dos estudantes, bem como para a formação de hábitos alimentares saudáveis. 
As práticas alimentares no primeiro ano de vida são muito importantes na formação dos hábitos 
alimentares da criança. Nos primeiros seis meses, espera-se que a criança receba exclusivamente o leite 
materno ou retarde o máximo possível o consumo de novos alimentos. A partir dos seis meses de vida, 
outros alimentos devem ser acrescentados paulatinamente na alimentação da criança, pois só o leite 
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materno não satisfaz mais as necessidades de nutrientes da criança. Nessa etapa, são recomendadas 
duas papas de fruta e duas papas salgadas ao dia. O leite materno pode ser oferecido nos intervalos das 
refeições principais. 
A partir de agora, vamos aprender as diversas fases que existem desde o período pré-escolar até a 
idade adulta. 
 
Pré-escolar 
A fase pré-escolar compreende crianças de 1 a 6 anos de idade e caracteriza-se por redução na 
velocidade de ganho de peso e altura, o que leva a uma redução do apetite. Isso significa que a criança 
continuará a crescer, só que com uma menor velocidade, quando comparado ao primeiro ano de vida. 
Nessa época da vida, as crianças necessitam de menos energia para garantir o crescimento normal. 
Nesse período, o apetite é irregular, apresentando variações de uma refeição para a outra. Por exemplo, 
a criança pode comer muito no almoço e não ter vontade de se alimentar na hora do jantar. A diminuição 
do apetite pode estar associada a outros aspectos como a atenção desviada para outras atividades, por 
exemplo, andar e mexer em objetos espalhados pela casa. Além disso, a criança começa a buscar o seu 
próprio alimento e a mostrar recusa ou aceitação deste. Nesta fase é natural que a criança recuse um ou 
vários tipos de alimentos. É a fase do “Eu não quero”, em que a criança, descobrindo suas próprias 
preferências, diz não a tudo o que ela pensa não ser bom para ela. Ou ainda, distraída com essa ou 
aquela brincadeira, a criança simplesmente esquece de comer. 
Essas novas descobertas costumam gerar ansiedade nas pessoas que cuidam da criança, pois elas 
não têm mais controle sobre a alimentação dos pequeninos, o que pode geraratitudes erradas. Por 
exemplo, é muito comum os pais usarem certa “chantagem” alimentar com a criança, dizendo que se não 
comer espinafre não vai jogar bola, ou ainda que, se não comer chuchu, não vai comer a sobremesa. É 
uma tática que muitas vezes dá certo, porém, a criança passa a associar o fato de comer um alimento 
que não gosta a um prêmio ou o não comer a um castigo, fazendo com que ela apenas coma por 
obrigação e, assim, ela não cria um hábito alimentar sadio. A falta de apetite também pode ser uma forma 
de chamar a atenção dos pais, o que é muito comum entre as crianças, mas que deve ter uma atenção 
especial, pois pode influenciar negativamente os hábitos alimentares delas. 
É nesta fase que a criança está desenvolvendo os seus sentidos e diversificando os sabores, e, com 
isso, formando suas próprias preferências. Suas escolhas alimentares são um dos principais fatores que 
influenciam na alimentação da criança, e essas preferências surgem por meio de experiências repetidas 
no consumo de certos alimentos e da relação com o ambiente social e familiar. Algumas maneiras 
utilizadas pela família para estimular o consumo de alguns alimentos como frutas, verduras e legumes, 
podem aumentar a rejeição da criança pelo alimento. Por isso, não se deve forçar o consumo de nenhum 
alimento, ao contrário, deve ser oferecido várias vezes, mas sem uma atitude rígida. 
Você sabia que as crianças normalmente preferem os alimentos com maior densidade energética? Isto 
acontece porque estes alimentos saciam a fome mais rápida, e também garantem a quantidade de 
energia e nutrientes suficiente para atender suas necessidades. Por isso, adequar a alimentação da 
criança à dos pais não significa dar a elas todos os alimentos que os adultos estão ingerindo em casa. 
Evitar refrigerantes e substituí-los por suco natural é recomendado. Não servir doces entre as refeições 
e introduzir uma grande variedade de verduras e legumes em suas refeições são chaves da “boa 
alimentação”, hábito que, uma vez adquirido, segue com o indivíduo por toda a sua vida. 
 
Escolar 
A fase escolar inclui crianças com idade de 7 anos até o início da puberdade. No entanto, o escolar no 
âmbito educacional é a criança de 6 a 14 anos de idade. Esta etapa caracteriza-se por um lento e 
constante crescimento. Os dentes permanentes começam a aparecer nesta fase. 
Desse modo, os bons hábitos de saúde, como a alimentação e a higiene, devem ser reforçados para 
evitar a ocorrência de problemas dentários, como, por exemplo, a cárie. Nesse período, a criança é mais 
independente e, portanto, começa a demonstrar preferências, aversões, apresentando senso crítico. Isso 
reflete diretamente nos hábitos alimentares, promovendo uma melhor aceitação de preparações 
alimentares diferentes e mais sofisticadas. É nessa época da vida que ocorre um aumento da atividade 
física por meio do uso de bicicletas, patins e outras brincadeiras, o que aumenta o gasto de energia. 
Porém, é nessa fase também que as crianças podem se tornar sedentárias com o uso de videogames, 
computador e televisão. Por isso, é importante que a escola estimule a prática de atividade física. 
O apetite do escolar costuma ser muito maior que o do pré- escolar, sendo também compatível com o 
estilo de vida da criança. 
Porém, a falta do café da manhã normalmente começa nessa fase, provavelmente pela maior 
independência da criança. Este aspecto deve ser observado pelos familiares e pelos educadores, pois 
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pode prejudicar o desenvolvimento da criança, comprometendo o seu rendimento escolar. Por isso, é 
importante que todas as crianças estejam bem alimentadas, principalmente no período escolar, para 
evitar que fiquem desatentas durante a aula. E para que isso ocorra, o Programa Nacional de Alimentação 
Escolar (PNAE) deve estar funcionando corretamente. Caso você identifique algum problema no 
desenvolvimento do programa, entre em contato com os órgãos responsáveis. 
Outro problema verificado é a diminuição na ingestão de leite, o que pode prejudicar o fornecimento 
de cálcio necessário para a formação dos ossos. Essa situação pode piorar durante o estirão da 
adolescência, período em que se atinge o máximo da formação dos ossos, principalmente nas meninas, 
nas quais o estirão ocorre entre os 10 e 11 anos de idade. 
Próximo à adolescência, os meninos e as meninas podem começar a ganhar mais peso devido a um 
período de repleção energética. Mas o que é repleção energética? É um processo que ocorre quando o 
nosso corpo começa a poupar energia na forma de gordura, para depois gastar com o crescimento que 
ocorre na época do estirão da adolescência. Normalmente, esse fato ocorre entre as meninas nas idades 
de 8 a 10 anos e, entre os meninos, de 11 a 13 anos, mas esse ganho de peso não pode ser muito 
grande. Por isso, verifica-se que nesse período algumas crianças ficam mais gordinhas e logo depois elas 
crescem e ficam mais altas e mais magras. Resumindo, eles ganham peso inicialmente para crescer 
depois. Por esses motivos, as crianças e os pais devem ser orientados de que esse ganho de peso faz 
parte do processo de crescimento, caso contrário podem achar que seus filhos estão “gordinhos” e 
recomendarem então uma dieta, o que pode atrapalhar o crescimento destas crianças. Sabe-se que, pior 
ainda do que isso, o excesso de peso e, muitas vezes, a pressão dos pais, podem gerar ansiedade nessas 
crianças e, assim, elas realmente passam a comer mais e se tornam obesas. Com isso, o mais importante 
nessa fase é possuir uma alimentação saudável e o PNAE é uma das maneiras de promover a saúde e 
os hábitos alimentares saudáveis. Como você pode ver, sua ação é de extrema importância para a 
formação dos hábitos alimentares da criança, pois, por meio da alimentação oferecida na escola, as 
crianças podem aprender a se alimentar de forma adequada e melhorar sua qualidade de vida. 
 
Adolescência 
A adolescência é um período de várias mudanças, que acontecem dos 12 aos 20 anos de idade, e 
quando ocorrem diversas alterações no corpo e no comportamento. Algumas mudanças físicas que 
podem ser notadas são o crescimento das mamas nas meninas, o surgimento de pelos e o 
amadurecimento das genitálias. Além das alterações que ocorrem no seu corpo, o adolescente começa 
a assumir mais responsabilidades e se torna mais independente, o que provoca mudanças no seu 
comportamento. Todas essas transformações da adolescência influenciam o comportamento alimentar. 
Para compreendermos melhor o comportamento alimentar dos adolescentes, nós precisamos considerar 
que vários fatores interferem nessa fase da vida. Os principais fatores externos são: a família, as atitudes 
dos amigos, as regras e valores sociais e culturais, as informações trazidas pela mídia, por conhecimentos 
relativos à nutrição e até mesmo por “manias”. 
Já os fatores internos são formados pela imagem do seu próprio corpo, por valores e experiências 
pessoais, preferências alimentares, pelas características psicológicas, pela autoestima, pelas condições 
de saúde e pelo desenvolvimento psicológico. Esses fatores estão ligados às condições sociais e 
econômicas, à disponibilidade de alimentos, à produção e à forma de distribuição de alimentos, o que 
leva a um determinado estilo de vida, resultando em hábitos alimentares individuais. 
Como vimos, os adolescentes são influenciados por vários fatores na formação dos seus hábitos 
alimentares e, por isso, eles se dividem em vários grupos, também de acordo com a motivação com a 
qual selecionam os alimentos. Porém, é importante lembrar que há informação disponível sobre nutrição 
e alimentação saudável para os adolescentes, mas eles têm dificuldade para aplicar esses 
conhecimentos, pois alguns adolescentes também costumam associar os alimentos saudáveis com 
atividades

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