Buscar

ARTIGO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 
 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO 
FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REPERCUÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANDRA PEREIRA MOTA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLIDER 
 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 
 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO 
FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REPERCUÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
NO BRASIL 
 
 
 
 
 
SANDRA PEREIRA MOTA GOMES 
 
 
 
 
 
 
Artigo científico apresentado a FAVENI como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista em DOCÊNCIA DO ENSINO 
SUPERIOR E EJA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REPERCUÇÃO DA EDUCAÇAÕ DE JOVENS E ADULTOS 
NO BRASIL 
 
 
 
 
 Sandra Pereira Mota Gomes1 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho traz como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos o objetivo geral é 
entendermos a sua situação atual investigar os e elementos históricos essenciais da educação 
brasileira de jovens e adultos (EJA), perpassando pela correlação entre conscientização e alfabetização 
de adultos. Os objetivos. Procurar explicitar as concepções referentes ao analfabetismo e à pessoa 
analfabeta, mostrando todo o preconceito impregnado no iletramento apresentando o histórico da EJA 
no Brasil, analisar a questão da conscientização na educação, de jovens e adultos, para tanto, 
metodologicamente, foi realizada pesquisa de cunho bibliográfico, alicerçada por autores, tais como: 
Trindade (2002), Gadotti (1979), Barreto (2005), Sampaio & ALMEIDA (2009)), Freire (1997), Aranha 
(2006), dentre outros teóricos. Como conclusão, percebeu-se a necessidade de se estabelecer a 
contextualização histórica da Educação de Jovens e Adultos, proporcionando uma reflexão sobre novos 
passos a serem tomados no presente e no futuro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Alfabetização. Históricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduada em Administração pela a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Campus 
Universitário Vale do Teles Pires (Colíder/MT). Técnica administrativa na Escola Estadual de Mato 
Grosso CEJA Cleonice Miranda da Silva email:sandramottaa18@hotmail.com. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 O presente artigo traz como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos 
podemos observar que o Brasil, em sua história, sempre teve problemas com a 
educação de seu povo, tais problemas são também vividos como desafios para se 
chegar a uma educação de qualidade e para que seja um serviço público voltado para 
todos. Analisando o histórico da EJA observamos que por volta de 1970 durante o 
regime militar surgiu o MOBRAL; que foi criado como um programa pelo governo 
federal com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos. O Mobral 
propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando conduzir a pessoa a 
adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua 
comunidade, permitindo melhores condições de vida. Como aponta Sampaio & 
Almeida (2009): 
 
A história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma história que se 
produz à margem do sistema de educação, impulsionada pela luta dos 
movimentos sociais, marcada pelo domínio e pela exclusão estabelecidos 
historicamente entre a elite e as classes populares neste país. (p.13) 
 
 A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino complexa porque 
até uns anos atrás, essa educação resumia-se à alfabetização como um processo 
compreendido em aprender a ler e escrever. Desta forma o artigo resgata a história 
dos sujeitos que fizeram e fazem parte desse processo, entendendo que as lutas dos 
movimentos sociais e desses sujeitos são muito significativas para o atual 
desdobramento dessa modalidade de ensino, assim sendo entendendo que as lutas 
os aspectos de natureza social econômica, política, étnica e cultural situa-se num 
cenário globalizado. 
 A visão do analfabeto como um indivíduo alienado, incapaz, ignorante, à margem 
das decisões da sociedade e do poder construída ao longo da nossa história, continua 
influenciando a maneira pela qual os poderes públicos tratam a questão da educação 
de jovens e adultos, sua inclusão na sociedade e inserção no mundo do trabalho. São 
várias investidas em campanhas e programas que não tiveram êxito pelo seu caráter 
emergencial, e na maioria das vezes assistencialista. Este artigo pretende percorrer 
a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil do Período Colonial aos nossos 
dias, analisando as ações do poder público para com esta modalidade de ensino. 
 
 
2- DESENVOLVIMENTO 
 
 
2.1 - VISÃO DO IMPÉRIO Á REPULBLICA 
 
 
 Se olharmos para a educação brasileira, desde o período colonial, podemos perceber 
que ela tinha um cunho específico direcionado às crianças; mas indígenas e adultos 
foram também submetidos a uma intensa ação cultural e educacional de acordo com 
o autor ARANHA, 2006: A Companhia Missionária de Jesus tinha a função básica de 
catequizar iniciação à fé e alfabetizar na língua portuguesa os indígenas que viviam 
na colônia brasileira durante o processo de colonização, após a chegada dos padres 
jesuítas, em 1549. Estes se voltaram para a catequização e instrução de adultos e 
adolescentes, tanto de nativos quanto de colonizadores, diferenciando apenas os 
objetivos para cada grupo social, através dos subprodutos das escolas de ordenação 
criadas pelo Padre Manoel da Nóbrega. No séc. XVIII, os jesuítas contavam com 17 
colégios e seminários, 25 residências e 36 missões, além dos seminários menores e 
das escolas de alfabetização presentes em quase todo o território. Os colégios de 
formação religiosa abrigavam os filhos da elite; frequentavam também os que não 
queriam se tornar padres, mas que não tinham outra opção a não ser seguir as 
orientações jesuíticas, que evoluíram para o plano de estudos da Companhia de 
Jesus, que articulava um curso básico de Humanidades ordenado; com um de 
Filosofia seguido por um de Teologia, dependendo dos recursos que culminava, com 
a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, após esse episódio ocorreu uma 
desorganização do ensino, somente no Império o ensino voltou a ser ordenado. 
 Notamos que a história da educação brasileira foi sendo demarcada por uma 
situação peculiar que era o conhecimento formal monopolizado pelas classes 
dominantes, essa contextualização nos dá a situação em que se iniciou a educação 
brasileira. De acordo com o relato do autor Stephanou (2005, p.104) em 1759 com a 
saída dos jesuítas do Brasil a educação de adultos entra em colapso e fica sob a 
responsabilidade do Império a organização e emprego da educação, a identidade da 
educação brasileira foi sendo marcada então, pelo o elitismo que restringia a 
educação às classes mais abastadas as aulas régias que seria na época latim, grego, 
filosofia e retórica, ênfase da política pombalina, eram designadas especificamente 
aos filhos dos colonizadores portugueses brancos e do sexo masculinos, excluindo-
se assim as populações mulheres, negras e indígenas. 
 Durante todo o período imperial houve diversas discussões nas assembleias 
provinciais, acerca do modo como se dariam os processos de inserção das 
denominadas classes inferiores homens e mulheres pobres livres, negros e negras 
escravos, livres e libertos da sociedade nos processos formais de instrução. O Ato 
Adicional de 1834 delegou a responsabilidade da educação básica às Províncias e 
reservou ao governo imperial os direitos sobre a educaçãodas elites nessa estrutura, 
a exceção ficou com o Colégio Pedro II; este, sob a responsabilidade do poder central, 
deveria servir de modelo às escolas provinciais (ARANHA, 2006). 
 
2.2 CRIAÇÃO DOS MOVIMENTOS NO BRASIL 
 
 
 A alfabetização de jovens e adultos deixa de ser um direito para ser um ato 
de solidariedade, a ideia da pessoa analfabeta como dependente tomou força com o 
período que preconizava a república. Em 1879, a Reforma Leôncio de Carvalho 
caracterizava o analfabeto como dependente e incompetente. Posteriormente em 
1881, a Lei Saraiva corrobora com a ideia da Reforma de Leôncio de Carvalho 
restringindo o voto às pessoas (STEPHANOU; BASTOS, 2005, p. 261). Observamos 
que a educação de jovens e adultos era carregada de um princípio missionário e 
caridoso, o letramento destas pessoas era um ato de caridade das pessoas letradas 
às pessoas perigosas e degeneradas, era preciso iluminar as mentes que viviam nas 
trevas da ignorância para que houvesse progresso a alfabetização de jovens e adultos 
deixa de ser um direito para ser um ato de solidariedade. 
 Em 1915 foi criada a Liga Brasileira contra o Analfabetismo que pretendia lutar 
contra a ignorância para estabilizar a grandeza das instituições republicanas, na 
Associação Brasileira de Educação, as discussões giravam em torno de uma luta 
contra esta calamidade pública que tinha se instalado. Rui Barbosa, em 1882, postula 
que os analfabetos eram considerados, assim, como crianças, incapazes de pensar 
por si próprios. Instala-se uma grande onda de preconceito e exclusão da pessoa 
analfabeta. A frase de Rui Barbosa está carregada de preconceito, pois podemos 
perceber que há uma desvalorização da criança em considerá-la incapaz e do adulto 
de reduzi-lo a esta situação de incapacidade naquela época o analfabetismo era 
considerado uma praga que deveria ser exterminada, no âmago destas discussões 
estava presente a ideia de que as pessoas que não eram alfabetizadas deveriam 
procurar se alfabetizar. Era necessário tornar a pessoa analfabeta um ser produtivo 
que contribuísse para o desenvolvimento do país. 
 A menção à necessidade de oferecer educação aos adultos já aparecia em 
textos normativos anteriores, como na pouco duradoura Constituição de 1934, mas é 
na década seguinte que começaria a tomar corpo, em iniciativas concretas, a 
preocupação de oferecer os benefícios da escolarização a amplas camadas da 
população até então excluídas da escola, essa tendência se expressou em várias 
ações e programas governamentais, nos anos 40 e 50. Além de iniciativas nos níveis 
estadual e local, merecem ser citadas, em razão de sua amplitude nacional: o Serviço 
de Educação de Adultos e da Campanha de Educação de Adultos, ambos em 1947, 
da Campanha de Educação Rural iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de 
Erradicação do Analfabetismo em 1958, a criação do Fundo Nacional de Ensino 
Primário em 1942. 
 Em 1910, segundo informações do IBGE, o direito a ler e escrever era negado 
a quase 11 milhões e meio de pessoas com mais de 15 anos, logo, alguns grupos 
sociais mobilizaram-se para organizar campanhas de alfabetização chamadas de 
Ligas a partir de 1945, com a aprovação do Decreto nº19. 513, de 25 de agosto 
de1945, a Educação de Adultos tornou-se oficial. Daí por diante novos projetos e 
campanhas foram lançados com o intuito de alfabetizar jovens e adultos que não 
tiveram acesso à educação em período regular. Dentre estes se podem citar: a 
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos – CEAA (1947); o Movimento de 
Educação de Base – MEB, sistema rádio educativo criado na Conferência Nacional 
dos Bispos do Brasil com o apoio do Governo Federal (1961); além dos Centros 
Populares de Cultura – CPC (1963), Movimento de Cultura Popular – MCP e a 
Campanha Pé no Chão Também se Aprendem a Ler – CPCTAL, sendo que o primeiro 
estava mais voltado para atender às necessidades de qualificação da mão de-obra 
para o setor industrial além da necessidade de ampliar os currais eleitorais mantidos 
pelas práticas clientelísticas, os demais tinham o intuito de atender às populações das 
regiões menos desenvolvidas, além da preocupação de conscientização e integração 
desse grupo através da alfabetização e utilização do sistema Paulo Freire (BRASIL, 
1945). Porém, durante o regime militar (1964-1985), estes movimentos e seus 
integrantes foram perseguidos e reprimidos pelos órgãos do Governo Federal que, em 
1967, autorizou a criação do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização a partir 
de 1985 passou a se chamar Fundação Educar, ” (MEDEIROS, 1999, p.189). O 
Mobral procura restabelecer a ideia de que as pessoas que não eram alfabetizadas 
eram responsáveis por sua situação de analfabetismo e pela situação de 
subdesenvolvimento do Brasil. Um dos slogans do Mobral era: “você também é 
responsável, então me ensine a escrever, eu tenho a minha mão domável” tendo como 
principal objetivo erradicar totalmente o analfabetismo, mas, principalmente, preparar 
para a mão de obra prima (Corrêa, 1979). Com a criação do Mobral (Movimento 
Brasileiro de Alfabetização) pelo governo militar, em 1967, com o objetivo de 
alfabetizar funcionalmente e promover uma educação continuada, com esse programa 
à alfabetização ficaram restritas à apreensão da habilidade de ler e escrever, sem 
haver a compreensão contextualizada dos signos configurava-se assim, o sentido 
político do Mobral, que procurava responsabilizar o indivíduo de sua situação 
desconsiderando-o do seu papel de ser sujeito produtor de cultura, sendo identificado 
como uma “pessoa vazia sem conhecimento, a ser socializada pelos programas do 
Mobral, (STEPHANOU; BASTOS, 2005, p. 270). Junto a essa ideia, também houve 
recrutamento de alfabetizadores sem muita exigência, rebuscando a ideia de que para 
educar uma pessoa adulta é necessário ser apenas alfabetizada, sem entender o 
método pedagógico. Por fim, o Mobral foi extinto em 1985, com a chegada da Nova 
República, e seu final foi marcado por denúncias sobre desvios de recursos 
financeiros, culminando numa CPI (Comissão Parlamentar de Investigação). Muitas 
pessoas que se alfabetizaram pelo Mobral acabaram desaprendendo a ler e escrever, 
no período militar, a economia brasileira é determinada pela redução do investimento, 
a diminuição da entrada de capital estrangeiro, a queda da taxa de lucro e a 
aceleração do processo inflacionário, pode-se dizer que estas características são 
frutos de uma tentativa frustrada da fixação de um modelo econômico autônomo, além 
disso, a economia brasileira se encontrava numa grande crise de nível conjuntural, 
que acabou República. 
 
 
 
2.3 O DESENRROLAR DA HISTORIA DA EJA 
 
 
 Somente com a nova LDB nº 9394/96, art.37 e art.38, é que se passou a 
Contemplar as várias modalidades de educação de jovens e adultos e uma melhor 
adequação às novas exigências sociais, dentre algumas alterações significativas é 
possível citar a redução da idade mínima 15 anos para o ensino fundamental e 18 
anos para o ensino médio com um atraso de pelo menos 80 anos em relação à 
divulgação das pesquisas do IBGE de 1910, o uso de didática apropriada às 
características do alunado, condições de vida e trabalho e incentivo à aplicação de 
projetos especiais que proporcionem o alcance dos objetivos desejados a educação 
de jovens e adultos (EJA) no Brasil é marcada pela descontinuidade e por tênues 
políticas públicas, insuficientes para dar conta da demanda potencial e do 
cumprimento do direito, nos termos estabelecidos pela Constituição Federal de 1988. 
Podemos perceber que este descaso com a educação levou o Brasil a alcançar a 
incrível marca de 72% de analfabetismo em 1920, em 1934, foi criado o Plano 
Nacional de Educação que previa o ensino primário integral obrigatório e gratuito 
estendido às pessoas adultas. Esse foi o primeiro planona história da educação 
brasileiro que previa um tratamento específico para a educação de jovens e adultos, 
e foi a partir da década de 40 e com grande força na década de 50 que a educação 
de jovens e adultos volta a pautar a lista de prioridades necessárias do país. Em 1938 
foi criado o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) e a partir de suas 
pesquisas e estudos, foi fundando em 1942 o Fundo Nacional do Ensino Primário com 
o objetivo de realizar programas que ampliasse e incluísse o Ensino Supletivo para 
adolescentes e adultos. Em 1945, este fundo foi regulamentado, estabelecendo que 
25% dos recursos fossem empregados na educação de adolescentes e adultos. 
Porém, notamos que de acordo com Oliveira (2007, p. 4): que com a República Nova 
há a primeira explicitação legal dos direitos dos cidadãos que não foram escolarizados 
na idade ideal. 
O inciso I do artigo 208 indica que o Ensino fundamental 
passa a ser obrigatório e gratuito, “assegurada, inclusive, sua 
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na 
idade própria”. Em seu artigo 214, a Carta Magna indica 
também a que legislação “estabelecerá o Plano Nacional de 
Educação”, de duração plurianual, visando à articulação e ao 
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à 
integração das ações do poder público que conduzam à 
erradicação do analfabetismo, universalização do 
atendimento escola. 
 
Apesar do vocábulo “conscientização” estar frequentemente associado ao método de 
alfabetização de Paulo Freire, e ter sido mundialmente difundido por suas obras, não 
é ele o autor desse vocábulo, a expressão é resultado de uma reflexão conjunta dos 
professores do ISEB, (Instituto Superior de Estudos do Brasil) por volta do ano de 
1964 (OLIVEIRA; CARVALHO, 2007). Em seu sentido original, conscientização 
implicava ação, isto é, uma relação particular entre o pensar e o atuar. Relação 
particular, pois a natureza do atuar corresponde à natureza da compreensão, se a 
compreensão é ingênua, a ação também será, se for crítica, assim será a ação 
(FREIRE, 2006, p. 114). E somente a este último se refere o sentido original de 
conscientização. 
 
 De acordo com o autor Ribeiro, 1999 a demanda pelo ensino fundamental, de 
jovens e adultos é extensa e complexa, comportando em seu interior uma grande 
diversidade de necessidades formativas, primeiramente, devemos considerar a 
necessidade de consolidar a alfabetização funcional dos indivíduos, pois estudos 
atuais indicam que é preciso uma escolaridade mais prolongada para se formar 
usuários da linguagem escrita capazes de fazer dela múltiplos usos, com o objetivo 
de expressar a própria subjetividade, buscar informação, planejar e controlar 
processos e aprender novos corpos de conhecimento. 
 Como observamos a reflexão do autor (OLIVEIRA; CARVALHO, 2007, p. 9) Eis o 
segredo para a dominação de homens por homens, mistificar a realidade para 
mistificar também a consciência dos humanos, interrompendo o processo de 
transformação da realidade. É forçoso considerar os requisitos formativos cada vez 
mais complexos para o exercício de uma cidadania plena, as exigências crescentes 
por qualificações de um mercado de trabalho excludente e seletivo e as demandas 
culturais peculiares a cada subgrupo etário, de gênero, étnico-racial, socioeconômico, 
religioso ou ocupacional, a pergunta que se coloca, então, é como contemplar com 
equidade um direito básico da cidadania, retendo sob um parâmetro comum de 
qualidade necessidades formativa tão diversa? A literatura e a experiência nacional e 
internacional indicam alguns caminhos para a solução desse impasse. A mistificação 
da realidade é típica dos dominadores, impedindo o ser humano de pensar, de saber 
o porquê das coisas, e, assim, impedindo o ser humano de alterar, preservando as 
relações de dominação. Portanto a luta por uma qualidade de ensino no EJA ainda 
não acabou a muito caminho a ser percorrido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- METODOLOGIA 
 
A metodologia adotada para alcançar os objetivos propostos por este trabalho foi à 
pesquisa descritiva. Este tipo de pesquisa descreve situações, acontecimentos e 
feitos, relatando como é e como se manifesta determinado fenômeno, conforme 
descrevem Sampieri et al (2006). 
 Segundo Sampieri et al (2006, p. 102) “a pesquisa descritiva busca especificar 
propriedades e características importantes de qualquer fenômeno que se analise”. Foi 
realizado um estudo de caso sob as diversas condições e análises da trajetória da 
Educação de jovens e adultos no Brasil. Com a finalidade de verificar a toda a história 
e os processos e benefícios enfrentados para chegar até aqui, o Brasil, em sua 
história, sempre teve problemas com a educação de seu povo. Tais problemas são 
também vividos como desafio para se chegar a uma educação de qualidade e para 
que seja um serviço público voltado para todos. Analisando o histórico da EJA 
observamos que durante o regime militar surgiu vários programas voltados para 
alfabetizar as pessoas que na época não tinha nem uma escolaridade inclusive o, mas 
conhecido como o MOBRAL; que foi um programa por volta de 1970 pelo governo 
federal com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos. O Mobral 
propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos. 
 Também para desenvolver o presente estudo foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, 
que foi “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de 
livros e artigos científicos” (GIL, 1999 p. 65). A pesquisa bibliográfica, ou de fontes 
secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de 
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, 
monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação orais: rádio, 
gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é 
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado 
sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham 
sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas (LAKATOS; 
MARCONI, 2007, p.185). A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato 
de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla 
do que aquela que poderia ser pesquisada diretamente (GIL, 1999). 
 
5- CONCLUSÃO 
 
 Nesse artigo foi analisado como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos 
no Brasil, em sua história, sempre teve problemas com a educação de seu povo. Tais 
problemas também são vividos como desafio para se chegar a uma educação de 
qualidade e para que seja um serviço público voltado para todos, analisando o 
histórico da EJA observamos que foi passando por várias transformações a 
alfabetização funcional de jovens e adultos, visando conduzir a pessoa a adquirir 
técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, 
permitindo melhores condições de vida. 
 Verificou-se que essas transformações dentro de um cenário atual sofreram várias 
alterações e interesses políticos novos projetos e campanhas foram lançados com o 
intuito de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso à educação em período 
regular tendo como principal objetivo erradicar totalmente o analfabetismo, mas, 
principalmente, preparar para a mão de obra prima. 
 Portanto o trabalho cumpriu seus objetivos Específicos como: Descrever o 
processo e a história da educação de jovens adultos no Brasil relatando como foi 
implantado o sistema desde o início do império á república aos dias atuais as 
vantagens e desvantagens desse processo no Brasil notaram atualmente no EJA uma 
gama de culturas uma grande diversidade nos alunos como negros, pobres, ricos 
,mulheres e toda a mistificaçãobrasileira a cada passo do EJA e para alcançar um 
futuro melhor para as pessoas que de certa forma não tiveram oportunidades de 
estudar e estão tendo uma nova chance. 
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
A educação de pessoas jovens e adultas e a nova LDB. In: 
BRZEZINSKI, Iria (Org.). LDB interpretada: Distintos olhares se entrecruzam. São 
Paulo: Cortez, 1997 
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e 
Brasil. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2006. 
 
BRASIL. (24 de março de 2009). Disponível em: 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090324_desigualdades 
tudo_rw.shtml. Acesso em 10 maio.2017 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado, 1988. 
 
FREIRE, Ana Maria Araújo. Paulo Freire: uma história de vida. São Paulo: Villa 
Das Letras, 2006. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1997. 
 
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao 
pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2001. 
 
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Ed. Paz e 
Terra, 2006. 
 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 
51ed. São Paulo: Cortez, 2011.FURTER, Pierre. Educação permanente e 
desenvolvimento cultural. Petrópolis: Vozes, 1974. 
 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 
2002.GRANVILLE, Maria Antônia (org.). Educação de Jovens e Adultos no contexto 
das políticas curriculares. In: Currículos, sistemas de avaliação e práticas 
educativas: da escola básica à universidade. Campinas, SP. Papirus, 2011. 
 
GIL, Antônio Carlos. Técnicas de pesquisas em Economia e Elaboração de 
Monografias. São Paulo: Atlas, 2003 
 
http://www.infoescola.com/educacao/de-jovens-e-adultos. Acesso em 13 maio.2017 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 13 maio.2017 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=657-
vol1ejaelt-pdf&Itemid=30192. Acesso em 10 maio.2017 
 
http://www.seduc.ro.gov.br/curriculo/wp-content/uploads/2013/02/EDUCACAO-DE-
JOVENS-E-ADULTOS-EJA.pdf. Acesso em 13 maio.2017 
 
HERNÁNDEZ Sampieri, Roberto; et AL. Metodologia da Investigação 2º Ed. 2006. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Brasil alfabetizado. Disponível em: < 
http://portal.mec.gov.br/index.php. Acesso em 13 maio.2017 
 
OLIVEIRA, Romualdo L. Portela. Educação de Jovens e Adultos: o direito à 
educação, 2007, p. 9. 
 
OLIVEIRA, Romualdo L. Portela. Educação de Jovens e Adultos: o direito à 
educação, 2007, p. 4. 
 
OLIVEIRA, P. C. de; CARVALHO, P. de. A intencionalidade da consciência no 
Processo educativo segundo Paulo Freire. Paideia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, 
v. 17, n. 37, ago. 2007 . Disponível 
em<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 
863X2007000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 ago. 2017 
 
STEPHANOU; BASTOS (orgs), 2005, p. 266. 
 
STEPHANOU; BASTOS (orgs), 2005, p. 270 – 271. Também em DI PIERRO, Maria 
Clara; JOIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da Educação de Jovens e 
Adultos no Brasil. Cadernos Cedes, 2001, p. 61. 
www.mec.gov.br. Acesso em 16 ago. 2017.

Continue navegando