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Gabriela Nogueira Barros Porto Nacional 2019/2 INTRODUÇÃO Conceito: protrusão de órgão ou tecido por defeito na parede. Pode ocorrer em vários locais do corpo Fatores de risco: persistência do processo vaginal, prematuridade e baixo peso, deficiências de colágeno - tabagismo e idade avançada Aumento repetitivo de P. intra-abdominal Anatomia do Canal Inguinal: Parede anterior ou teto: aponeurose do m. oblíquo externo Parede posterior ou assoalho: aponeurose do m. transverso do abdome, Fáscia transversalis Parede medial: tendão conjunto (junção aponeurose OI + transverso) Parede lateral: ligamento inguinal INTRODUÇÃO Triângulo de Hasselbach – parte mais frágil, borda do reto abdominal medialmente, ligamento inguinal inferiormente e pelos vasos epigástricos inferiores lateralmente) Canal inguinal: 4 cm Funículo espermático no homem: ramo genital do n. genitofemoral; Artérias e veias testiculares; Veias do plexo pampiniforme; Ducto deferente e Músculo cremaster. Caso o canal deferente seja lesionado o paciente pode evoluir estéril. Ligamento redondo na mulher. São os tipos mais comuns, independente do sexo (75%); São mais comuns em homens. Localização: direita (mais comum – 60%), esquerda (30%), bilateral (10%). A maior parte das hérnias estranguladas são inguinais (porque têm mais) As hérnias femorais são as que têm maior taxa de estrangulamento (15 a 20%) Classificação: 1 – Diretas: ocorre por enfraquecimento da parede inguinal e por esforço físico. 2 – Indiretas: persistência do conduto peritôneo vaginal. É o tipo mais comum. Hérnias Inguinais Vasos epigástricos inferiores. Medialmente ao vasos epigástricos hérnia direta localizada no triângulo de Hesselbach (delimitado por aponeurose do musculo reto abdominal, ligamento inguinal e vasos epigástricos. Lateralmente aos vasos epigástricos hérnia indireta. Qual estrutura diferencia hérnia direta e indireta? Abaulamento na região inguinal ou na bolsa escrotal, que pode retornar ou não espontaneamante, e que geralmente ocorre após um esforço físico, dor, desconforto ou peso na virilha. Quadro clínico do paciente 1º - Palpar anel inguinal interno e observar se tem abaulamento quando o paciente faz esforço (Manobra de Vasalva). 2º Manobra de landivar: Identificar anel inguinal profundo. Se ao realizar a manobra de vasalva o abaulamento vier na polpa do dedo a hérnia é indireta, se sentir ao lado da polpa é direta. Como realizar o diagnóstico no exame físico? 1 – USG Abdome 2 – TC abdome Exames complementares 1 – Encarceramento: quando não é possível a redução do conteúdo herniado, porém não há sofrimento vascular. Vai apresentar sinais de obstrução. A maior parte das hérnias estranguladas são inguinais (porque têm mais) As hérnias femorais são as que têm maior taxa de estrangulamento (15 a 20%) Redução manual com analgesia. Se refratária: Cirurgia de Urgência 2 – Estrangulamento: quando não há redução do conteúdo herniado e deixa de chegar sangue naquela alça de intestino, causando sofrimento vascular e necrose. Pele sensível, quente, eritema, febre, hipotensão, leucocitose. Emergência cirúrgcca: enterectomia + reparo da hérnia Ambas podem se apresentar como abdomen agudo obstrutivo. Complicações da hérnia inguinal Assim que diagnostica as hérnias, devem ser tratadas cirurgicamente. As duas técnicas mais utilizadas são: Bassini e Lichtenstein que visam fortalecer a parede da região inguinal. Sem peritonite generalizada: inguinotomia Com peritonite generalizada: laparotomia mediana Técnica de Bassini: Sutura do tendão conjunto com o ligamento inguinal. Alta taxa de recidiva e muita tensão Tratamento: Técnica de Lichtenstein: menos recidiva, dor e desconforto PADRÃO-OURO (recidiva < 1%). Técnica sem tensão, que utiliza uma tela de polipropileno colocada na parede posterior do canal inguinal, e é fixada no pube, ligamento inguinal e tendão conjunto. Principal complicação: infecção de ferida operatória. Neoplasias benignas e malignas (lipoma) Linfonodos Hidrocele Orquite Torção de testículo Varicocele Diagnósticos Diferenciais Saída do saco herniário pelo trígono femoral (abaixo do ligamento inguinal). Mais comum no sexo feminino, acima de 45 anos. Mais comum do lado direito. (90%). Quadro clínico: igual ao quadro clínico da hérnia inguinal. Limites do canal femoral: Vasos femorais Ligamento ileopúbico Ligamento pectíneo Hérnia femoral Cirúrgico: Principal técnica: McVay – sutura do tendão conjunto com o ligamento pectíneo (Cooper). Única técnica que repara hérnias inguinais e femorais ao mesmo tempo Tratamento Ocorre devido a persistência do anel umbilical. Etiologia: 1 – Em crianças até 3 anos: congênitas. 2 – Adultos: congênitas que não foram tratadas ou adquiridas (obesidade, gravidez, tabagismo). Quadro clínico: Abaulamento sobre a cicatriz umbilical. Pode ocorrer encarceramento porém é raro. Hérnia umbilical Depende da idade e do tamanho do anel herniário. Tratamento hérnia umbilical. Crianças Anel < 1,5 cm pode fechar espontaneamente até 6 anos Anel >1,5 cm ou > 6 anos de idade devem ser tratadas cirurgicamente Adultos Toda hérnia umbilical deve ser operada. Técnica cirúrgica: Técnica de Mayo. (Não usa tela). É a presença de saco herniário na região epigástrica, sobre a linha alba. Ocorre por aumento da pressão intra-abdominal (esforço físico, obesidade). É mais comum em homens. Quadro clínico: a maioria é assintomática ou apresenta dor a palpação, com abaulamento local. O principal diagnóstico diferencial é diástase de reto. Tratamento cirúrgico. Identifica o saco herniário e faz a correção deste. Hérnia epigástrica É a protrusão do conteúdo abdominal por meio de áreas enfraquecidas na parede abdominal devido à uma cirurgia anterior. Apresenta-se com abaulamento em área de cicatriz cirúrgica prévia. Fatores de risco: Infecção; desnutrição; imunodepressão (DM, uso de corticoide), aumento da pressão intra abdominal (vômitos). Técnica cirúrgica inadequada. Incisões que apresentam maior risco de hérnias: Mediana!!!! Os principais exames diagnósticos são USG e TC. Tratamento: Cirúrgico e precoce. Hérnia incisional 1 – Hérnia de Richter: quando há pinçamento da parede lateral antimesentérica da alça. 2 – Hérnia de Littre: quando há divertículo de Meckel no conteúdo herniado. 3 – Hérnia de Amyand: quando, na hérnia inguinal, o apêndice cecal faz parte do conteúdo herniado fazendo um quadro de apendicite aguda. Hérnias especiais e epônimos 4 – Hérnia de Grynfeltt: trígono lombar superior, 12ª costela. 2 – Hérnia de Petit: trígono lombar inferior, crista ilíaca, músculo oblíquo externo Hérnias especiais e epônimos Paciente, 25 anos, masculino, chega ao ambulatório de cirurgia com queixa de dor e abaulamento em região inguinal direita há 3 meses. Refere que a dor piora aos esforços físicos e ao final do dia. Relata ainda que o abaulamento regride quando o paciente se deita ou quando faz uma pressão manual sobre o local. Nega comorbidades,tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. Ao exame: BEG, corado, hidratado, PA 120x80mmHg, FC 90bpm. Abdome: flácido, sem defesa a palpação, sem presença de cicatriz, com presença de abaulamento redutível em região inguinal direita, sem sinais flogísticos. De acordo com o caso clínico responda: A) Hipótese diagnóstica principal. Justifique B) Cite 2 diagnósticos diferenciais principais C) Essa localização do lado direito é a mais comum? Justifique D) Se durante o exame físico, o abaulamento vier de encontro a ponta do dedo, como se classificaria essa hérnia? E) Se durante a manobra de Landivar, obstruísse o orifício interno e pedisse ao paciente para realizar Valssalva, o abaulamento apareceria ou não? F) Quais exames pré-operatórios você solicitaria para esse paciente? Paciente foi encaminhado ao procedimento cirúrgico. Com relação a cirurgia, responda: G) Qual a 1ª estrutura a ser aberta e que corresponde ao teto do canal inguinal? Durante o procedimento cirurgico, foi evidenciado saco herniário lateral aos vasos epigástricos. H) Como se classifica essa hérnia? I) Qual é a fisiopatologia dessa hérnia? J) Qual procedimento cirúrgico deve ser feito após a identificação do saco herniário? K) Qual técnica cirúrgica indicaria para esse paciente? L) Cite 2 sintomas que o paciente iria apresentar se tivesse uma hérnia encarcerada. Paciente, 25 anos, masculino, chega ao ambulatório de cirurgia com queixa de dor e abaulamento em região inguinal direita há 3 meses. Refere que a dor piora aos esforços físicos e ao final do dia. Relata ainda que o abaulamento regride quando o paciente se deita ou quando faz uma pressão manual sobre o local. Nega comorbidades, tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. Ao exame: BEG, corado, hidratado, PA 120x80mmHg, FC 90bpm. Abdome: flácido, sem defesa a palpação, sem presença de cicatriz, com presença de abaulamento redutível em região inguinal direita, sem sinais flogísticos. De acordo com o caso clínico responda: A) Hipótese diagnóstica principal. Justifique Hérnia inguinal. Paciente apresenta quadro característico com dor, abaulamento na região inguinal direita, que piora com esforços e melhora quando deita, além da regressão manual. B) Cite 2 diagnósticos diferenciais principais Lipoma, hidrocele, linfonodomegalia, orquite C) Essa localização do lado direito é a mais comum? Justifique Sim devido a demora, atraso da atrofia vaginal e a presença do sigmóide do lado esquerdo ajuda a fazer um “tampão”. D) Se durante o exame físico, o abaulamento vier de encontro a ponta do dedo, como se classificaria essa hérnia? Hérnia inguinal indireta E) Se durante a manobra de Landivar, obstruísse o orifício interno e pedisse ao paciente para realizar Valssalva, o abaulamento apareceria ou não? Não apareceria o abaulamento F) Quais exames pré-operatórios você solicitaria para esse paciente? Nenhum Paciente foi encaminhado ao procedimento cirúrgico. Com relação a cirurgia, responda: G) Qual a 1ª estrutura a ser aberta e que corresponde ao teto do canal inguinal? Aponeurose do músculo oblíquo externo Durante o procedimento cirúrgico, foi evidenciado saco herniário lateral aos vasos epigástricos. H) Como se classifica essa hérnia? Hérnia inguinal indireta I) Qual é a fisiopatologia dessa hérnia? Persistência do conduto peritônio vaginal J) Qual procedimento cirúrgico deve ser feito após a identificação do saco herniário? Abertura do saco herniário, colocar as estruturas para dentro da cavidade e fechar o saco K) Qual técnica cirúrgica indicaria para esse paciente? Técnica de Lichtenstein L) Cite 2 sintomas que o paciente iria apresentar se tivesse uma hérnia encarcerada. Dor intensa, abaulamento persistente Um paciente refere dor constante na região inguinal direita associada a náuseas nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta tumoração inguinal irredutível, distensão abdominal discreta e irritação peritoneal. Nessas circunstâncias, a conduta mais indicada consiste em: A) Cirurgia B) Tomografia computadorizada de abdome C) Repouso absoluto e hidratação hidroeletrolítica D) Sedação inicial seguida de tentativa de redução da tumoração E) Antibioticoprofilaxia Um paciente refere dor constante na região inguinal direita associada a náuseas nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta tumoração inguinal irredutível, distensão abdominal discreta e irritação peritoneal. Nessas circunstâncias, a conduta mais indicada consiste em: A) Cirurgia B) Tomografia computadorizada de abdome C) Repouso absoluto e hidratação hidroeletrolítica D) Sedação inicial seguida de tentativa de redução da tumoração E) Antibioticoprofilaxia Homem, 63 anos, diabético, é admitido no PS com queixa de abaulamento em região inguinal à direita, que antes desaparecia espontaneamente e que, há 3 dias, tornou- se irredutível. Refere vômitos copiosos, distensão abdominal e parada de eliminação de flatos e fezes há 2 dias. Ao exame físico, está febril, desidratado (+/4+), com abdome globoso, ruídos hidroaéreos diminuídos, sem peritonismo; região inguinal direita evidencia sinais flogísticos e tumoração palpável. Nesse caso, a conduta adequada é: A) Analgesia, hidratação e redução de uma provável hérnia inguinal encarcerada B) Jejum, hidratação, SNG e cirurgia de urgência por acesso inguinotômico C) Analgesia, hidratação e TC de abdome D) Jejum, hidratação, SNG e cirurgia de urgência por acesso laparotômico E) Analgesia, hidratação e USG de região inguinal e bolsa escrotal Homem, 63 anos, diabético, é admitido no PS com queixa de abaulamento em região inguinal à direita, que antes desaparecia espontaneamente e que, há 3 dias, tornou-se irredutível. Refere vômitos copiosos, distensão abdominal e parada de eliminação de flatos e fezes há 2 dias. Ao exame físico, está febril, desidratado (+/4+), com abdome globoso, ruídos hidroaéreos diminuídos, sem peritonismo; região inguinal direita evidencia sinais flogísticos e tumoração palpável. Nesse caso, a conduta adequada é: A) Analgesia, hidratação e redução de uma provável hérnia inguinal encarcerada B) Jejum, hidratação, SNG e cirurgia de urgência por acesso inguinotômico C) Analgesia, hidratação e TC de abdome D) Jejum, hidratação, SNG e cirurgia de urgência por acesso laparotômico E) Analgesia, hidratação e USG de região inguinal e bolsa escrotal Atenção para sexo e idade do paciente (NÃO PEÇA beta-HCG para homens ou para mulheres fora da idade fértil e histerectomizadas); “Nada” ou “Nenhum” também podem ser a resposta correta; Se você tem certeza de uma resposta, não fique procurando interpretações amplas para as perguntas. Atenção para questões em que há duas perguntas (Exemplo: “Qual o diagnóstico sindrômico? Justifique.”) Não esqueça de colocar de que região vai pedir o exame de imagem. (Exemplo: “USG de abdome total”, “Rx de tórax”, “TC de abdome com contraste VO”... DICAS DE PROVA Leia com muita atenção, palavra por palavra. Geralmente as armadilhas ficam NO MEIO da frase... Quem lê somente o início e o fim, erra. Ao ler o caso clínico, vai destacando tudo que pode direcionar para o tipo de abdome agudo, para não se confundir na hora de responder; RISQUE LOGO PALAVRAS ERRADAS. A prova geralmente é muito extensa, não dá tempo de colar (e os monitores não deixam); FIQUE CALMO (A)! A maioria das pessoas que se saem mal na N1 surtam na hora da prova e escrevem coisas incoerentes, mesmo sabendo a matéria. O que de tão ruim pode acontecerse você tirar 1 nota baixa? Se acontecer, estude o dobro pra N2 (em que você já vai estar acostumado com o tipo de prova , portanto vai se sair melhor) e segue o baile. DICAS DE PROVA FIM
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