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A DIFICULDADE DA IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

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A dificuldade da implantação da educação ambiental na escola
Maria Isabel da Cunha da Silva¹
Maria Rosangela Pontes Guimarães¹
Renata Aparecida Batista de Souza Melo¹
Viviane Lopes Rodovalho de Souza¹
Juliana Ribeiro²
	
RESUMO
O objetivo do estudo é verificar por meio da pesquisa bibliográfica a definição de Educação Ambiental, verificar a forma como os educadores trabalham a Educação Ambiental nas escolas e ao trabalhá-la, qual a melhor maneira, se estão conseguindo alcançar o objetivo esperado que é a conscientização dos educandos sobre a necessidade de mudar a conduta em relação ao meio ambiente e quais as dificuldades encontradas, pois trabalhar a questão ambiental na escola não tem sido uma tarefa fácil, sendo aconselhável que os professores trabalhem de forma interdisciplinar, onde todas as disciplinas contemplem este ensino.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Objetivo. Interdisciplinar. 
1. INTRODUÇÃO
Nem sempre houve preocupação com as questões ambientais, até porque acreditava- se que os recursos naturais eram inesgotáveis, entretanto, nos últimos tempos percebeu-se que o consumo desenfreado desses recursos pode levá-los a extinção, caso o homem não faça uso racional dos mesmos.
As ações do homem em busca pelo progresso desenfreado tem conseguido ocasionar impactos ambientais de grandes proporções como é o caso do aquecimento global. Impactos que tem mobilizado a população mundial para a necessidade de se tomar atitudes urgentes a fim de mudar a realidade presente (SILVA, FRANCISCHETT, 2012).
Uma dessas atitudes emergenciais foi a realização de conferências a fim de mobilizar todos os países para a necessidade de projetar planos de ação concretos visando a resolução dos problemas ambientais. No caso do Brasil uma das ações foi a implantação da Educação Ambiental tanto na modalidade formal e informal (PASSOS, 2009).
No início das discussões sobre Educação Ambiental (EA) esta não era trabalhada de maneira formal, mas apenas informal, normalmente com enfoque preservacionista sem considerar a questão do desenvolvimento sustentado. Porém, houve um entendimento que isso não era satisfatório, e que a EA necessitaria fazer parte da educação formal, momento em que aconteceu a inclusão por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, já que a necessidade de oferta da EA de maneira formal estava contemplada nas legislações nacionais e internacionais (PASSOS, 2009).
2.1 O HOMEM FRENTE À QUESTÃO AMBIENTAL
A questão ambiental é um desafio para o ser humano, ironicamente, terá que encontrar meios plausíveis de reverter a situação em que ele próprio deixou o planeta por meio de ações impensáveis, com o intuito de aumentar suas riquezas e suas conquistas não se levou em conta que o meio ambiente possui reservas naturais que são sim esgotáveis.
A problemática ambiental deve ser entendida como um todo, não tem como analisar os problemas ambientais e chegar a conclusões estudando os elementos de forma separada, lembrando que se considera elemento o próprio homem, ser que tem a capacidade de alterar com facilidade o meio (PINTO et al.,2007).
De acordo com Silva Neto (2005) os sistemas ambientais são organizados pelos processos físicos e biológicos, contudo a intervenção do homem acrescentou características dos sistemas socioeconômicos. São os resultados das modificações próprias do ambiente juntamente com as ações humanas.
Nesse comentário não se exclui o homem da relação natural com o meio, mas o mesmo não pode ser encarado como qualquer outro animal devido seus avanços tecnológicos e sua ambição por conquistas de áreas e modificações das mesmas para seu bem estar.
Várias foram às atividades econômicas desenvolvidas pelo homem para saciar suas “necessidades” fisiológicas e sociais trazendo danos incalculáveis ao ambiente. Berríos (2002) enfatiza que o cotidiano do homem foi modelado diante dos objetivos das indústrias e de sua tecnologia, que através do marketing induz à criação dessas “necessidades” que incutem gastos, direcionam ao consumismo para atender o mundo da mercadoria e serviços o que traz o acúmulo de lucro – objetivo do capitalismo.
2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS
Na esfera educativa tem-se percebido a formação de um consenso sobre a necessidade de problematização da questão ambiental em todos os níveis do ensino. Pensando nessa necessidade é que ela foi idealizada e colocada em prática pelo governo em parceria com o MEC.
As inquietações em relação ao ambiente foram confirmadas pela Política Nacional de Educação Ambiental aprovada em 1999 e regulamentada em 2002, quando a EA passou a ser obrigatória em todos os níveis de ensino e considerada componente curricular de extrema relevância do ensino fundamental. A partir de então esse nível de ensino passou a ser objeto de políticas de capacitação do MEC e a EA surge como um dos temas transversais destacados pelos PCNs.
Sobre esse aspecto Lipai et al. (2007, p. 25) ressaltam que:
Sobre a operacionalização da educação ambiental em sala de aula, existem os Parâmetros Curriculares Nacionais, que se constituem como referencial orientador para o programa pedagógico das escolas, embora até o momento não tenham sido aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE para a Educação Ambiental.
Assim, nas universidades, tanto na graduação, quanto na pós-graduação tem sido expressivo o crescimento de cursos de formação de especialistas ambientais, com diferentes ênfases ambientais. Constata-se também na sociedade o surgimento de um conjunto de iniciativas que incorporam a preocupação com a gestão do meio ambiente, conselhos de desenvolvimento sustentável, campanhas e movimentos ambientais (CARVALHO, 2004).
Enquanto ação educativa a EA tem sido importante mediadora entre a esfera educacional e o campo ambiental visando construir bases de conhecimento e valores ecológicos nesta e nas futuras gerações.
A educação ambiental é parte do movimento ecológico. Surge da preocupação da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade da existência das presentes e futuras gerações. Nesse sentido, podemos dizer que a EA é herdeira direta do debate ecológico e está entre as alternativas que visam construir novas maneiras de os grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente (CARVALHO, 2004, p. 51).
Assim, o que se percebe é que a EA é concebida inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos com uma prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a má distribuição no acesso aos recursos naturais e envolver os cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas e em um segundo momento a EA vai se transformando em uma proposta educativa.
Segundo Narcizo (2009) condutas ambientalmente adequadas devem ser assimiladas pelas crianças desde a mais tenra idade, bem como devem fazer parte do seu cotidiano escolar. E isso somente será possível se os professores forem os modelos a ser copiado.
A necessidade de se trabalhar a questão ambiental como tema transversal na escola foi reafirmada pelos PCNs (1998, p. 181):
A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno – em seu meio, sua comunidade – não é novidade. Ela vem crescendo especialmente desde a década de 60 no Brasil. (...) Porém, a partir da década de 70, com o crescimento dos movimentos ambientalistas, passou-se a adotar explicitamente a expressão Educação Ambiental para qualificar iniciativas de universidades, escolas, instituições governamentais e não governamentais por meio das quais se busca conscientizar setores da sociedade para as questões ambientais. Um importante passo foi dado com a Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência a ser garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225, § 1º,VI).
De acordo com Narcizo (2009) a EA deve ser oferecida na escola não por ser uma exigência do Ministério da Educação, mas porque é preciso que as crianças aprendam desde cedo que o ser humanonão é o único habitante do planeta e que, portanto, não possui o direito de destruí-lo. Além disso, somente será possível às futuras gerações conhecerem as belezas da natureza se houver desde já a conscientização de que é preciso preservar o meio ambiente.
Sabe-se que existem diversas formas de discutir a educação ambiental em sala de aula. Os PCNs, (1998) asseguram que uma das formas mais eficaz é por meio da interdisciplinaridade, já que ela possibilita desfragmentar os vários conteúdos relacionados ao meio ambiente nas distintas disciplinas.
Segundo o referido documento, os projetos voltados de EA é uma maneira dinâmica e prazerosa de abordar os conteúdos em sala de aula, nas mais diferentes disciplinas, já que eles fomentam a criatividade e o raciocínio dos alunos, unindo teoria à prática.
Na legislação educacional brasileira, a referência que se faz sobre a EA é bastante limitada, tendo em vista a importância que ela tem na atualidade. A única referência feita à EA na Lei de Diretrizes e Bases, (LDB) nº 9.394/96, está no artigo 32, inciso II, no qual o documente determina que haja no ensino fundamental, a “compreensão ambiental natural social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”. (BRASIL, 1996, art. 32).
O artigo 36, § 1º, do referido documento também faz uma breve referência a EA ao estabelecer que os currículos do ensino fundamental e médio “devem abranger, obrigatoriamente, (...) o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil”. (BRASIL, 1996, art. 36).
O Plano Nacional de Educação (PNE) também faz uma pequena observação sobre a EA, ressaltando que ela deve ser ofertada tanto no Ensino Fundamental e Médio, seguindo o que se encontra determinado pela Lei nº 9.795/99 - e que já foi enfatizada anteriormente.
Reis et al. (2012) também frisam sobre a necessidade de enfatizar a questão ambiental de forma interdisciplinar e por meio de projetos que coloquem os alunos em ação, tanto em sala de aula como em campo despertando nos mesmos o compromisso com a preservação ambiental.
Para os autores, ao crescerem com uma nova visão sobre o meio ambiente, sobre agressão que o mesmo está sofrendo ininterruptamente e as consequências para todo o ser vivo do planeta com certeza os alunos adotarão uma nova postura frente ao meio ambiente.
Trabalhar a questão ambiental em sala de aula não é uma tarefa fácil, tendo em vista que o objetivo é proporcionar mudança de comportamento tanto em nível individual como coletivo a fim de que se traduzam em atitudes concretas por isso se faz necessário trabalhá-la de maneira prazerosa.
Dias (1992) explica que a grande finalidade de se dar ênfase a questão ambiental nas escolas é para que se conscientizem os alunos a se tornarem cidadãos ecologicamente corretos, por isso tem-se que trabalhar concomitantemente os aspectos políticos, culturais e socioeconômicos, já que todos estão diretamente relacionados com as questões ambientais.
De acordo com Narcizo (2009) não basta apenas discutir de forma aleatória a educação ambiental na escola, é necessário que ao trabalhá-la fique claro para o aluno a correlação existente entre os problemas ambientais e a realidade da comunidade onde vive, pois somente assim ele poderá sensibilizar com os problemas ambientais e, fora do âmbito escolar buscar realizar tudo o que aprendeu dentro da escola.
Trabalhar formalmente a questão ambiental é a melhor maneira de formar cidadãos responsáveis e comprometidos com a questão ambiental, ou seja, indivíduos possuidores de condutas ambientalmente adequadas.
3. CONCLUSÃO
 	Podemos dizer que a educação ambiental na pratica, representa promover a exploração de áreas ou de recursos planetários (naturais ou não naturais) de forma a prejudicar o menos possível o meio ambiente e as comunidades humanas e todas as biosferas que dele dependem para existir. Concluiu-se que a educação ambiental não é desenvolvida como deveria, não há prática educativa integrando as disciplinas, com continuidade ou contexto, os professores não recebem estímulos e o governo não dá o suporte que deveria de modo a deixar uma grande lacuna de conhecimento para os alunos. 
Outro fato é que nas escolas públicas a situação é ainda mais agravante, pois como sabemos a educação esta sucateada e não oferece condições adequadas para o desenvolvimento de uma educação eficaz e de boa qualidade, falta estímulo através de atividades e projetos sociais.
Um programa de educação ambiental para ser efetivo deve promover simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental.  A aprendizagem será mais efetiva se a atividade estiver adaptada às situações da vida real da cidade, ou do meio em que vivem a sociedade.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERRÍOS, M. R. O lixo nosso de cada dia. In: Campos, J. O., Braga, R. e Carvalho, P. F., (Orgs). Manejo de resíduos sólidos: pressuposto para a gestão ambiental. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal – DEPLAN – IGCE – UNESP, 2002.
 . Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
 . Lei nº 9.795, de 27 de Abril de 1999 Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. 
CARVALHO, Isabel Cristina Moura de; GRÜN, Mauro; TRAJBER, Rachel. Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2006.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2011. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,2002.
MENDONÇA, Francisco. Diagnóstico e análise ambiental de microbacia hidrográfica: proposição metodológica na perspectiva do zoneamento, planejamento e gestão ambiental. In: RA 'E GA: O Espaço Geográfico em Análise. E. UFPR. n.º 3. Ano III. 1999.
NARCIZO, Kaliane Roberta dos Santos. Uma análise sobre a importância de trabalhar educação ambiental nas escolas. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 22, janeiro a julho de 2009.
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1 Maria Isabel da Cunha da Silva / Maria Rosangela Pontes Guimarães/Renata Aparecida Batista de Souza Melo/Viviane Lopes Rodovalho de Souza
2 Juliana Ribeiro
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Formação Pedagógica para Graduados em Pedagogia (FGP0129/01) – Prática do Módulo I – 25/06/2018
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