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Encontro 5 e 6

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UNIPLAN
 Curso: ENGENHARIA CIVIL
Disciplina: Complementos de Estradas e Aeroportos
Professor: Luiz Berber Costa
Encontro 5 e 6 
2) Projeto de Pavimentação.
a) Materiais
Introdução 
O Projeto de Pavimentação desenvolvido definiu a seção transversal do pavimento, em tangente e em curva, suas espessuras ao longo do trecho, bem como o estabelecimento do tipo do pavimento, definindo geometricamente as diferentes camadas componentes, estabelecendo os materiais constituintes.
 O objetivo do projeto de pavimentação é o de estudar e apresentar a melhor estrutura para o pavimento, analisando sob o ponto de vista técnico e econômico, de forma a aperfeiçoar a solução proposta no tocante aos aspectos técnicos com a maior economia possível. 
De forma geral, a estrutura dimensionada deverá atender as seguintes características: 
 Dar conforto ao usuário; 
 Resistir e distribuir os esforços verticais oriundos do tráfego; 
Resistir aos esforços horizontais; 
 Ser impermeável, evitando a infiltração das águas superficiais; 
Melhorar a qualidade de vida da população e do sistema viário.
Dimensionamento do pavimento 
O dimensionamento da estrutura de pavimento do projeto alicerçou-se nas “Especificações para Projeto e Execução de Pavimentação a Paralelepípedo e Lajota” do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/SC). Para definição das espessuras a serem utilizadas usa-se a Equação de Peltier, aplicável ao Método de Dimensionamento pelo Índice de Suporte California, que e preconizado dimensionamentos envolvendo pavimentações com blocos de concreto. 
A Equação de PELTIER e dada pela seguinte expressão: Utilizando como referência o CBR subleito estimado de projeto de 5,5% e tendo em vista não se dispor de uma contagem de trafego muito rigorosa devido as características das vias. Substituindo os dados na equação temos uma espessura total do pavimento E= 18 cm. Assim a camada estrutural proposta de pavimento será constituída por: Subleito existente compactado Base de areia para assentamento: e=10 cm; Bloco de concreto (LAJOTA SEXTAVADA) fck ≥ 35 Mpa: e= 8cm.
Etapas Terraplenagem para Asfalto.
As etapas de terraplenagem são todas importantes e cheias de macetes. Para isso, o conhecimento das máquinas, do material e dos ensaios de laboratório são fundamentais para um trabalho de qualidade.
1° Passo: Corpo de Aterro ou Corte
Corpo de aterro: A locação topográfica que vai dizer os pontos que sofrerão corte ou aterro. Nos pontos que devem ser aterrados as camadas de aterro de material de 1° categoria que devem ser de no máximo 30cm compactadas, possuírem GC (grau de compactação) >= 95% Proctor Normal e desvio de umidade de +/- 2%.
A função do corpo de aterro é aterrar o terreno da cota primitiva até a cota de projeto, ou cota de terraplenagem. A etapa seguinte são as camadas finais.
Macete 01: ao lançar uma camada deve-se considerar o empolamento do material, ou seja, se o material possui 27% de empolamento, ao lançar o material para conseguir uma camada de 30cm compactada, deve-se lançar 30,0cm X 1,27 = 38,1cm. Uma camada de 38,1cm de material solto.
A partir do Passo 2 já estamos no Pavimento
Pavimento é toda estrutura apoiada sobre a Camada Final de Terraplenagem (CFT) e destinada a receber o tráfego proporcionando conforto e segurança ao usuário.
2° Passo: Camadas Finais
São as 3 últimas camadas de MS – material selecionado – de 1° categoria, espessura de 20cm compactadas, possuírem GC (grau de compactação) >= 100% Proctor Normal e desvio de umidade de +/- 2%.
Macete 02: As camadas finais são divididas em 1° final, 2° final e 3° final (ou subleito).
Em todas as camadas é preciso “correr linha”. Correr linha é a atividade para verificar se a camada está executada de acordo com o greide locado pela topografia. Essa atividade que vai dizer se há a necessidade de cortar ou aterrar em alguns pontos ao longo do trecho executado.
A partir do subleito, 3° camada final, é preciso “correr viga”, Viga de Benkelman, para determinar a deflexão do pavimento.
Macete 03: Ao correr a Viga de Benkelman verificar a distância em que devem ser medidos os pontos em relação ao bordo de pavimento ou da faixa de rolamento.
Macete 04: Nas camadas finais é preciso fazer o controle de umidade das camadas para que elas não percam a umidade e, assim, não precisem ser retratadas.
3° Passo: Sub-base
A sub-base em rodovias e grandes avenidas é, geralmente, formada por uma composição de materiais dosados em uma usina de solos. Esses materiais atendem a uma faixa granulométrica A, B ou C. Para atender a essa faixa granulométrica faz-se a composição de materiais como: MS (material selecionado) + Brita 0 + Brita 1 + Areia.
As vezes alguns projetos são compostos apenas de MS e Brita 1, em percentuais, por exemplo 70% MS e 30% Brita 1.
Quando sai da usina em caminhões o material já está na umidade ótima, pronto para ser aplicado. Assim, não há a necessidade de ser “gradeado”. Caso ele perca a umidade ótima será necessário “gradear” para colocá-lo novamente na umidade ótima. Evite esse retrabalho!
Macete 05: A usina de solos é calibrada para uma produção em toneladas por hora (t/h), de acordo com a produção planejada por dia.
A espessura da camada depende do projeto, deve possuir GC (grau de compactação) 100% PI (proctor intermediário).
Na sub-base também é necessário “correr linha” e “correr viga”.
Macete 06: Ao finalizar a sub-base é preciso dar o acabamento nela, ou seja, dê uma raspada de leve com a motoniveladora e passe o rolo liso (ou rolo chapa) sem vibrar.
4° Passo: Base
A base tem a função de resistir e distribuir a sub-base a os esforços do tráfego sobre o revestimento ou capa (no caso de asfalto/CBUQ).
A espessura da camada depende do projeto, deve possuir GC (grau de compactação) 100% PIm (proctor Inter modificado).
Também pode ser dosada em usina de solos de acordo com a faixa e com os materiais mais nobres em maiores percentuais. Por exemplo 70% Brita 1 e 30% MS (uma inversão da sub-base proposta anterior).
Na Base também corre-se linha, corre-se viga com muito critério em relação a qualidade do serviço porque é na base se será aplicado o revestimento ou, capa.
Macete 07: é necessário dar o acabamento na Base com uma raspada com Patrol, rolo de pneu e uma final com rolo chapa sem vibrar.
Finalizada essas etapas entra-se na aplicação do CBUQ, conhecido popularmente como Asfalto.  Essa etapa será tratada em um post a parte porque é longa e, também, cheia de macetes.
Normas Técnicas de Referência
DNIT 104/2009-ES – Terraplenagem – Serviços preliminares.
DNIT 105/2009-ES – Terraplenagem – Caminhos de serviço.
DNIT 106/2009-ES – Terraplenagem – Cortes.
DNIT 107/2009-ES – Terraplenagem – Empréstimos.
DNIT 108/2009-ES – Terraplenagem – Aterros.
Equipamentos de Terraplenagem
Em uma Terraplenagem utilizamos vários equipamentos e precisamos conhecer cada um deles e suas funções. Vejam o banner abaixo:
Macete 01: O ritmo da Terraplenagem é ditado pela Motoniveladora (Patrol) e pela Escavadeira Hidráulica. Dimensione bem o ciclo de trabalho desses equipamentos.
Normas Técnicas de Referência
DNIT 104/2009-ES – Terraplenagem – Serviços preliminares
DNIT 105/2009-ES – Terraplenagem – Caminhos de serviço
DNIT 106/2009-ES – Terraplenagem – Cortes
DNIT 107/2009-ES – Terraplenagem – Empréstimos
DNIT 108/2009-ES – Terraplenagem – Aterros
Materiais e Equipamentos 
Misturas Betuminosas: CBUQ, CAP, RR, CM!
Existem várias misturas betuminosas com funções diferentes para a aplicação de Asfalto (CBUQ) e outros tipos de pavimentação asfáltica também.
O Asfalto, tecnicamente falando, é conhecido como CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado à Quente. Sua produção é feita em uma Usina de Asfalto.
A temperatura que o CBUQ sai da usina é em torno de 165 a 168 graus Celsius, já a sua aplicação é entre 150 e 160 graus.
Vejam abaixo o significado e a aplicação das misturas betuminosas para a aplicação de CBUQ:
Em resumo, o CBUQ é composto de CAP, injetado no balão da usina juntocom os agregados em percentual de acordo com o traço.
O CM, geralmente CM-30, é o material utilizado na imprimação da base. Sua função é de impermeabilização para evitar que infiltração de água da base para o CBUQ. Após a aplicação do CM é necessário um tempo de, pelo menos, 48h  de cura para que ele “rompa”, ou seja, evapore todo o querosene presente na sua composição.
Macete 01: CM não deve ser aquecido devido ao seu baixo ponto de fulgor e risco de incêndio.
Macete 02: A taxa de imprimação varia de 0,9l/m2 a 1,2l/m2.
O RR, geralmente RR-2c ou RR-1C, é a Pintura de Ligação, ou seja, é o material que vai fazer a ligação entre a Base Imprimada com o CBUQ que será aplicado.
Sua aplicação é imediatamente antes de iniciar a aplicação do CBUQ.
Macete 03: Não devem ser aquecidos acima de 70 graus celcius.
Caso a aplicação de CBUQ seja de uma capa sobre Binder, aplica-se apenas a Pintura de Ligação com RR.
Normas Técnicas de Referência
DNER-ES 385/99 (#) – Pavimentação – concreto asfáltico com asfalto polímero
DNER-ES 386/99 (#) – Pavimentação – pré- misturado a quente com asfalto polímero – camada porosa de atrito
DNER-ES 387/99 (#) – Pavimentação – areia asfalto a quente com asfalto polímero
DNER-ES 388/99 (#) – Pavimentação – micro pré-misturado a quente com asfalto polímero
DNER-ES 395/99 (#) – Pavimentação – Pavimentação – pintura de ligação com asfalto polímero
Equipamentos de Asfalto – CBUQ
A aplicação de Asfalto (CBUQ) é feita com vários equipamentos, cada um com sua função, e tempo exato para entrar durante a aplicação da massa asfáltica.
Acabadora de Asfalto: equipamento responsável por aplicar o CBUQ em faixa e espessura determinados pelo operador. O responsável por operar a acabadora de asfalto é o Mesista.
Rolo Pneumático: realizar a compactação da camada de CBUQ.
Macete 01: O rolo de pneus possui um lastro (sobrepeso) e atenção pela calibragem uniforme dos pneus.
Rolo Chapa ou Tandem: equipamento responsável pelo acabamento da faixa aplicada, retirando as marcas do rolo de pneus, e complementando, também, a compactação do CBUQ.
Caminhão Espargidor: equipamento responsável por aplicar as misturas betuminosas, CM e RR.
Macete 02: Não utilizar o mesmo caminhão para aplicar CM e RR, porque são materiais que tem comportamentos diferentes e a contaminação de um com o outro vai gerar problemas.

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