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Ciência Política O CONTRATUALIMO EM ROUSSEAU 1 Sumário Introdução ............................................................................................................................... 2 Objetivos .................................................................................................................................. 2 1. O pensamento Filosófico em Jean Jacques Rousseau ..........................................................2 1.1. Breve apresentação da vida e do pensamento Rousseauniano ...................................2 1.2. O Contrato social e seus desdobramentos......................................................................3 2. Democracia em Jean Jacques Rousseau……………………….............................................5 2.1. Aplicação Política ...............................................................................................................3 Exercícios ................................................................................................................................. 6 Gabarito ................................................................................................................................... 7 Resumo .................................................................................................................................... 7 2 Introdução Nesta apostila, vamos estudar sobre o filósofo Jean Jacques Rousseau, importante teórico nascido em Genebra no ano de 1712 e falecido em 1778. Sua trajetória enquanto intelectual foi de extrema importância para o iluminismo, seus conceitos ainda reverberam na política atual. O livro o “Contrato Social” se destaca enquanto sua grande obra no campo político e social. O filósofo suíço que viveu na França continua a tradição iniciada por Hobbes e Locke de crítica ao absolutismo e da necessidade do pacto social, no entanto, se diferencia ao inovar com ideias sobre a democracia e a soberania popular. Objetivos • Apresentar a vida e o pensamento de Jean Jacques Rousseau. • Analisar o pensamento do Filósofo baseado no Contrato Social. 1. O pensamento Filosófico em Jean Jacques Rousseau 1.1. Breve apresentação da vida e do pensamento de Rousseau Jean Jacques Rousseau foi um pensador diferente para seu século e para região em que nasceu. Contribuiu com a difusão do Iluminismo, movimento filosófico que tinha a razão como centro das suas ideias. Ele defendia que embora o homem era ser de essência natural livre de qualquer amarra, era necessário que a razão fosse parte dessa naturalidade, pois somente assim seria possível lutar pela liberdade e fazer do homem o único senhor de si. Dentre suas obras, escreveu romances, músicas e atuou fortemente no campo da escrita política e filosófica. Seu pensamento focava-se no homem enquanto ser natural. Em sua obra “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” escrito em 1754, Rousseau chega a situar o homem como ser quase inútil, desprovido de pensamento, pois sua essência natural só lhes permitia sensações, daí se explica sua contraposição de que o homem é razão. No entanto, em obras como o contrato social, a sua abordagem central passa ser a liberdade do homem, pois ele nasce livre e assim deve continuar. Defende também a ideia de uma sociedade coletiva na qual o poder tem que advir do povo. Em sua obra “Emílio, ou da Educação” se contradiz à sua própria forma de cuidar e educar seus cinco filhos. Nessa obra, o autor se debruça em ensinar a importância da boa educação, porém suas filhas foram criadas em um orfanato. 3 Rousseau, embora tenha sido um pensador antagônico em vários momentos de sua vida foi um filósofo revolucionário que propôs ideias levando em consideração a sociedade e seu todo. Ao final de sua vida escreve a obra “Devaneios de um caminhante solitário” o qual ilustra sua solidão, ao se isolar do mundo externo se dedicando ao munda da natureza, em especial às plantas. SAIBA MAIS! 1.2. O Contrato social e seus desdobramentos A obra “O Contrato Social” foi escrita no ano de 1762 por Jean Jacques Rousseau com uma proposta baseada em uma sociedade mais justa, regida por contrato, onde cada contratante recolheria seus interesses individuais ou sua liberdade priorizando o bem comum. Assim, os anseios da maioria viriam em primeiro plano. O pensador iluminista se coloca enquanto escritor político e logo no princípio da obra questiona o papel do principado e do legislador. Explicita em sua fala que não deve provar nada para sociedade em relação ao tema que ele desenvolve no Contrato Social, visto que se fosse um príncipe ou um legislador, não perderia tempo em escrever a obra e sim colocaria a mão na massa para promover mudanças, de outra forma preferiria o silencio e se calaria. Rousseau, defende a liberdade em todas as instâncias e o direito ao voto para que o indivíduo possa se constituir enquanto cidadão. Sua premissa é que as sociedades são cruéis e enquanto um povo é coibido a obedecer, ele obedece, mas quando esse mesmo povo se exaure de obedecer, o levante é muito melhor. O homem não nasceu para ser escravo pois, ele nasce livre e ser acorrentado vai contra sua natureza essencial. Ele defende a hipótese de que os homens viviam no estado de natureza felizes cuidando de suas vidas com tranquilidade até o surgimento da propriedade que impôs a desigualdade, miséria e escravidão. Verifique outras obras do autor: “Discurso sobre as ciências e as artes” “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” “Os devaneios de um caminhante solitário” “Confissões” 4 O legítimo pacto social nasce de um consenso unânime em que todos abdicam igualmente dos seus direitos. Na passagem do estado natural para o estado civil o homem substitui o instinto pela justiça trocando o impulso físico pela razão. Rousseau aponta que a soberania é o exercício da vontade geral, que não se pode alienar. A vontade de todos olha para o interesse privado, enquanto a vontade geral olha somente para o interesse comum. A vontade geral deve aparecer no interior das leis, ela deve ser entendida como a totalidade. Como soberano, o povo faz as leis, mas também é súdito e passivo ao obedecer às mesmas leis. Nessa premissa se baseia a sua ideia de liberdade, que é a submissão a uma lei que está acima do indivíduo e foi criada por ele. O Estado para Rousseau é um ser passivo, quem é ativo é o povo. O governo é constituído pelo executivo e legislativo, mas não seriam fundamentais, pois fundamental é o povo que possui o poder de destituir o governo. Sua teoria política inova ao distinguir: soberano e governo, pois quem possui a soberania inalienável é o povo que expressa por meio da lei a vontade geral que por sua vez é manifestada no legislativo. DICA! Quando o pensador fala em convenções, ele se refere a vários segmentos pré- estabelecidos socialmente, sendo a família a primeira instituição a se enquadrar nesse modelo. Seu pensamento converge ao longo de todos os livros, trazendo o homem comum para o centro da história, no intuito de preservar sua essência. O autor se preocupa em trazer reflexões que sempre apontaram para a sociedade a ideia de institucionalização em contraposição a do homem livre. Para ele, a ideia de que a sociedade pertence o direito de a minoria institucionalizar a maioria e delesfazerem escravos contraria totalmente o sentido da lei natural. Alinhado a isso, o tema poder se contrapõe ao conceito de moralidade, nesse sentido os discursos se confundem e o poder é medido em força, esvaziando o discurso da moralidade. Rousseau ressalta que a escravidão como poder legítimo de quem escraviza é ilegítimo de quem é escravizado, uma vez que essa não pode ser uma forma de subsistência. Ao mesmo tempo, o pacto social exige do homem que perde sua capacidade de subsistência, agregar-se a outros homens passando do estado natural à união com sociedade civil, o que leva a crer que nessa união, valores passam a se A leitura completa da obra em questão, é de extrema importância para o aluno que pretende entender o processo político e social no mundo. 5 confundir. Dessa forma, o sistema político se apresenta na sua forma cruel, tirando do homem, a sua capacidade de ser livre. Outras prerrogativas justificam a posição do autor que se posiciona contra a manutenção de uma história hegemônica. A obra “O contrato social”, vem corroborar a ideia de uma sociedade pautada em pilares dialéticos e não em uma sociedade plana. Outros temas relevantes são abordados pelo autor, uma vez que para o mesmo a sociedade não pode ser observada e concebida em partes, mas sim em uma visão do todo. Temas como formas de governo, ditadura, soberania, sufrágio, eleições e censura. Cada tema com sua particularidade, mas todos convergindo para o mesmo núcleo, ou seja, o ser homem no contexto político e social. 2. Democracia em Jean Jacques Rousseau 2.1. Aplicação política Rousseau foi importante por ser um influenciador da Revolução Francesa de 1789 e porque seu pensamento político permanece atual. Ele foi o primeiro a abordar a participação política do povo como um elemento fundamental para a democracia. A democracia implica uma vontade geral expressa no contrato que deve possuir os conteúdos e os procedimentos. Com a participação constante dos cidadãos em assembleias seria possível constituir a vontade geral. A representação política é uma questão problemática em Rousseau, tendo em vista, que a vontade geral não pode ser representada, o governante deve agir no lugar do povo cumprindo a vontade geral. Ele apresenta três formas de governo: monarquias para estados grandes, aristocracia para estados médios e democracia para estados pequenos. Ele é partidário da democracia direta, pois acredita que a participação dos cidadãos deve ser consentida pelo povo, portanto, ela deve ser aplicada em um pequeno estado com população deve ser reduzida. DICA! O Filme “Os miseráveis” (2012) do diretor Tom Hooper, baseado na obra de Victor Hugo retrata muito bem as teorias fundamentadas por Jean Jacques Rousseau. 6 Exercícios 1. (ENEM, 2012) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade e só seja percebido no todo. Rousseau, J.J. Emilio ou da Educação. São Paulo: Martins fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação a natureza humana, conforme expressa o texto, diz que: a. O homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. b. As instituições sociais formam o homem de acordo com sua essência natural. c. O homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. d. O Homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. e. As instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. 2. Jean Jacques Rousseau em sua obra “O Contrato Social” ressalta que a escravidão como poder legitimo de quem escraviza é ilegítimo de quem é escravizado, uma vez que essa não pode ser uma forma de subsistência. Sobre isso pode-se considerar que: a. Que o homem nasce predestinado a ser escravo e contra isso não vale a luta. b. Que o homem, por nascer livre deverá ser sempre livre e que se for escravizado por ser obediente, no momento em que ele recobra a liberdade a luta é ainda melhor. c. As convenções sociais existem, mas elas não escravizam ninguém. d. O homem se dá gratuitamente a escravidão em troca de subsistência e isso é da sua natureza. 7 Gabarito 1. Resposta correta: Letra A. Nas divulgações de seus pensamentos, Rousseau sempre defendeu o homem, como ser naturalmente bom, a sociedade que o corrompe. Enquanto ele se encontra em seu estado natural ele consegue manter a sua essência, mas ao aceitar as convenções impostas pela sociedade naturalmente ele também se corrompe. 2. Resposta correta: Letra B. O pensamento de Rousseau acerca da escravidão do homem se torna algo inconcebível, pois ele nasce homem e livre, ressalta ainda que “sua liberdade lhes pertence, ninguém exceto eles próprios tem o direito de dela dispor” Resumo Jean Jacques Rousseau foi um filósofo iluminista, nascido na Suíça no ano de 1712. Contribuiu amplamente no campo do pensamento político e social. Defendia a ideia de que o homem era um ser bom por natureza, sendo permeado de sensações, e que nada mais lhe faltava. É crítico ferrenho da razão enquanto parte da vida do homem. Defende que a escravidão jamais deveria fazer parte da vida humana, pois o homem nasce livre e ninguém tem o direito de os aprisionar, salvo se for seu desejo. Defende também que a sociedade deveria funcionar sob o julgo do contrato social e que os mais ricos devem abster de suas vontades individuais e de sua liberdade para servir e governar junto do povo. Profere sob as formas de governo que cabem para cada tipo de país sendo que a democracia funciona em países pequenos, a aristocracia em países médios e a monarquia em grandes países. Disserta sob a corrupção e abusos de poder, o que pode levar um Estado ao colapso. Por fim, trabalha acerca da temática educação com uma obra volumosa intitulada Emílio ou da Educação, onde disserta sobre a importância de uma boa educação. 8 Referências bibliográficas ROUSSEAU, J.J. Do Contrato Social. Disponível www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf. Acesso em 12/10/2018. ROUSSEAU, J.J. Discurso sobre a origem da desigualdade. Disponível em www.ebooksbrasil.org/adobeebook/desigualdada.pdf. Acesso em 12/10/2018. ROUSSEAU, J.J. Emílio ou da Educação. Disponível em www.ensinarfilosofia.com.br/wp- content/uploads/2017/03/Rousseau-Emílio-Ou-Da-Educacao.pdf. Acesso em 13/10/2018 SILVA, H.A.D. O Iluminismo relutante de Jean Jacques Rousseau. Disponível em www.revistas.ufg.br/philosophos/article/view/28174/16984. Acesso em 13/10/2018.
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