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Trabalho ética

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UNIVERSIDADE PAULISTA
CLÉBER GONZAGA SOARES
Regulamentação do exercício da enfermagem. 
Lei n° 7.498de 25 junho de 1986.
Santos – SP
2019
Regulamentação do exercício da enfermagem. 
Lei n° 7.498de 25 junho de 1986.
Trabalho, apresentado a Universidade Paulista em mãos da professora Margarida Salvador, como parte das exigências para a obtenção de nota 1° semestre.
Santos, 19 de setembro de 2019.
Santos – SP
2019
No dia 8 de junho de 1987, o Presidente da República José Sarnei assinou o decreto nº 94.406, que regulamenta a Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício profissional da enfermagem (art.25).
Com isto, conclui-se a primeira etapa de um processo de quase 10 nos de luta pela atualização do exercício profissional da enfermagem, estabelecida até aqui, na Lei nº 2.604 de 17 de setembro de 1955.
Como qualquer bom profissional, exige-se que o enfermeiro conheça essa lei na íntegra e a cumpra com responsabilidade, a legislação profissional e trabalhista da enfermagem precisa ser analisada no contexto da evolução e das dificuldades apresentada na profissão.
A legislação que disciplina as condições e o papel de uma profissão e do próprio conjunto da Sociedade, como a constituição, é o resultado da situação objetiva das relações sociais e não o desejo ideal de um grupo ou de seus dirigentes. Ou seja, a Lei estabelece e disciplina situações dadas e não o contrário. É preciso primeiro conquistar e afirmar na prática uma determinada realidade para depois assegura lá em lei. Não será a lei que vai trazer, por si só, pela chamada “força da lei”, a conquista das nossas aspirações e reivindicações. Poderemos ter leis mais ou menos avançadas, porém, elas não substituem a nossa força concreta, resultado do nosso grau de organização, no contexto da sociedade. Este entendimento é fundamental para orientar a nossa análise e considerações sobre a legislação de enfermagem.
Por mais que a enfermagem brasileira ainda não possui uma só linha de legislação que proteja o seu trabalho, mesmo sendo amplamente considerada uma profissão com características especiais. A única Lei, neste sentido, que conseguimos aprovação no Congresso Nacional, de jornada de 30 horas para todo o pessoal de enfermagem e com algumas conquistas de condições de trabalho, foi simplesmente vetada, em 1983, pelo Presidente da República com a humilhante justificativa de que não havia razões sociais e profissionais para sua aprovação.
Faz-se necessário recuperar a história da luta por uma legislação de enfermagem, que atenda aos nossos interesses e através de um amplo e profundo debate, entender e explicar as razões e motivos que são o pano de fundo desta situação.
A criação do Conselho Federal de Enfermagem, CO-FEn, e dos Conselhos Regionais de Enfermagem, CO-REns, através da Lei nº 5.905 de 12 de julho de 1973, estabelece a exigência de uma nova legislação do exercício profissional da enfermagem. A lei ABEn-Central, de 17 de setembro de 1955, que até aqui regulamentava o exercício da enfermagem, determinava que a fiscalização da profissão era responsabilidade do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia. Com isto, o COFEn, por sua iniciativa e sem debate no interior da enfermagem, elabora um Projeto de Lei que efetivamente começa a tramitar no Congresso Nacional em 1980 e é aprovado, finalmente, em 1986. Desta forma, a discussão, para enfermagem brasileira, de uma nova lei do exercício profissional, ocorre durante a tramitação deste projeto no Congresso Nacional. E, nestes 6 anos de tramitação e debate até a sua aprovação, a enfermagem brasileira não conseguiu chegar a um consenso mais geral sobre uma Lei do Exercício Profissional que atendesse aos interesses do conjunto da profissão.
Pontos positivos da aprovação da Lei
 No art. 1º Diz é livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional.
 (Fato assegurado na Constituição Federal em seu art. 5º, ao tratar dos direitos fundamentais, insere a liberdade de exercício profissional, assim definida: XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;)
Art. 2° Habilidade é comprovada por meio do título. Além disso, é necessário que o profissional seja inscrito no conselho regional da região em que será exercida a profissão. 
“A enfermagem é exercida privativamente pelo enfermeiro, pelo técnico de enfermagem, pleo auxiliar de enfermagem e pela parteira respeitando os respectivos grau de habilitação.”
Art. 3° Participação da enfermagem no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde e nos planos assistenciais de saúde, incluída consulta de enfermagem. 
“Pode ser definido como uma série de ações sistemáticas que visam a um determinado resultado. Define ações dessa equipe com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência ao paciente de maneira individualizada. Deve ser elaborado pelo Enfermeiro e executado pela equipe de Enfermagem”. (ZAINET, 2008). 
• Necessidade de órgão de enfermagem na estrutura básica de todas as instituições de saúde, sob direção de enfermeiros.
• Obrigatoriedade de habilitação legal e registro no Conselho (COREns/COFEn) para exercício da enfermagem.
• Reconhecimento legal do técnico de enfermagem.
• Reconhecimento da nova autonomia técnica do enfermeiro para exercício da enfermagem nas instituições de saúde e para o exercício liberal da profissão.
• Obrigatoriedade de registro das instituições privadas de serviços de saúde e de ensino nos Conselhos de Enfermagem (COREns).
• Definição do prazo de dez anos para profissionalização de todo o pessoal de enfermagem (atendentes de enfermagem).
Pontos negativos aprovados
• Não faz nenhuma referência aos parâmetros dos recursos humanos necessários para uma adequada assistência de enfermagem.
• Exclui completamente as condições de trabalho necessárias para o exercício de uma profissão com características especiais como a enfermagem.
• Não faz nenhuma referência ao direito de livre organização da enfermagem a partir do local de trabalho.
Ponto polêmico aprovado
A definição das atribuições de cada um dos exercentes da enfermagem é um dos pontos mais importantes da problemática atual e que identificamos como polêmico, porque a versão final aprovada conta com enfermeiros que discordam e têm uma forte oposição e indignação aos auxiliares de enfermagem.
A versão original aprovada na Câmara dos Deputados tinha uma concepção mais genérica das atribuições, e assim, não despertava maiores dificuldades, porém, limitava as atividades na área de obstetrícia apenas à obstetriz ou enfermeira obstétrica.
As emendas apresentadas no Senado corrigiram esta deficiência na área da obstetrícia, porém, ao procurar especificar e detalhar as atribuições de cada profissional, introduziu conceitos e definições polêmicas e problemáticas.
A primeira é a que cabe ao enfermeiro:
• prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral.
• prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem.
• assistência de enfermagem a gestante, parturiente e puérpera.
• cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida.
• (art.11) Cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas.
A segunda é que ao definir as competências do auxiliar de enfermagem estabelece as mesmas como sendo “de natureza repetitiva”.
Todos os atendentes de enfermagem que exerciam suas atividades antes da lei e não tiveram formação profissional foram autorizados as atividades elementares sob a supervisão de um enfermeiro. artigo 15. (Redação dada pela Lei nº 8.967, de 1986) 
Bibliografia.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71671987000300014http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html 
ZAINET, N. Curso Didático de Enfermagem. Módulo I. Organizadora – Andréia Porto. 4ª ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008, p.14.

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