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livro manutenção industrial

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Prévia do material em texto

2018
Manutenção IndustrIal
Prof. Msc. Eng. Alfredo Pieritz Netto
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Msc. Eng. Alfredo Pieritz Netto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
N476m
 Netto, Alfredo Pieritz 
 Manutenção industrial. / Alfredo Pieritz Netto. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2018.
 194 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0228-0
1.Fábricas - Manutenção. – Brasil. 2.Equipamentos industriais – 
Manutenção e reparos. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.202
III
apresentação
Prezado acadêmico do curso de engenharia! Seja bem-vindo a esta 
nova disciplina em seu curso, a qual desenvolveremos de forma dinâmica 
e buscaremos trabalhar o seu aprendizado de forma prática, mas também 
lhe traremos conceitos importantes para a sua formação de engenheiro. O 
presente curso tem como objetivo trabalhar a MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 
e estaremos juntos no desenvolvimento de conceitos relativos a esta disciplina, 
além de trazer exemplos práticos e ferramentas que você poderá aplicar em 
seu dia a dia de trabalho.
Nesta disciplina abordaremos aspectos históricos da evolução dos 
sistemas de manutenção nas indústrias, desenvolveremos os principais 
conceitos aplicados como Manutenção corretiva, Manutenção Preventiva, 
Manutenção Preditiva, TPM – Manutenção Produtiva Total, entre outros, 
bem como falaremos sobre a importância da informatização para a boa 
gestão do setor e dos processos de manutenção, buscando assim auxiliar 
o profissional de engenharia a tomar melhores decisões relacionadas ao 
processo de manutenção. Com este intuito, em diversos momentos, iremos 
trazer discussões referentes ao tema, relacionando-o com aplicações dentro 
das organizações industriais brasileira e mundial, no intuito de enriquecer a 
sua visão enquanto acadêmico sobre o tema.
Traremos tópicos atuais relativos à profissão de engenheiro de 
manutenção, uma vez que vivemos em constantes transformações e as 
técnicas, metodologias aplicadas e softwares de auxílio à manutenção 
estão constantemente evoluindo, e por isto o engenheiro, que trabalha 
em manutenção nas organizações industriais, precisa se aperfeiçoar 
constantemente nos assuntos relativos à sua área de especialização 
profissional. 
Na primeira unidade, cujo título é INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL, você estudará a evolução histórica da manutenção industrial, 
além de conhecer os principais conceitos relacionados e terminará a unidade 
conhecendo os principais desafios para a manutenção na indústria moderna 
e para o profissional que atua na área.
 A segunda unidade de estudo intitulada FERRAMENTAS DE 
GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL estará focada em trabalhar o 
seu aprendizado nas principais ferramentas de gestão utilizadas pelo setor 
de manutenção.
Na terceira e última unidade, que tem como título a ANÁLISE E 
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL, 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está 
chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso 
material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
você estudará como realizar um diagnóstico da manutenção em uma 
empresa, além de como poderemos organizar um setor de manutenção 
ajustado às necessidades da indústria moderna, trabalhando com indicadores 
de performance para medir a qualidade dos serviços realizados pelo setor.
Este livro de estudos foi desenvolvido para você dentro das mais 
modernas tecnologias de ensino e aprendizado através do estudo EAD (Ensino 
a Distância), que é uma realidade e tem de se manter no futuro. Assim, futuro 
engenheiro, não só o estude, mas o aplique na prática (quando possível), faça 
os exercícios e troque experiências com seus colegas, pois você é fundamental 
ao crescimento das indústrias e do País. 
Pronto para começar a estudar este tão importante livro para o 
segmento industrial que é a MANUTENÇÃO INDUSTRIAL? 
Então vamos começar, bons estudos!
Prof. Msc. Eng. Alfredo Pieritz Netto
V
VI
VII
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL .............................................. 1
TÓPICO 1 - A EVOLUÇÃO HISTÓRICA ........................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 HISTÓRIA DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ................................................................ 4
3 A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NA CONCEPÇÃO DA INDÚSTRIA 4.0 ............ 7
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 - PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL ........................................................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................................................... 16
3 TIPOLOGIA DA MANUTENÇÃO NAS INDÚSTRIAS .................................................. 28
3.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA ............................................................................................ 31
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 33
3.2 MANUTENÇÃO PREDITIVA ....................................................................................................... 35
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 40
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................41
TÓPICO 3 - MANUTENÇÃO E SEUS DESAFIOS ........................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 IMPACTOS DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NAS EMPRESAS ......................... 43
3 PERFIL DO PROFISSIONAL DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ........................... 47
4 APLICAÇÃO ...................................................................................................................................... 50
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 52
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 54
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 55
UNIDADE 2 - FERRAMENTAS DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ................ 57
TÓPICO 1 - EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE CONTROLE E GESTÃO EM 
MANUTENÇÃO ................................................................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS E DA MANUTENÇÃO ............... 60
3 CONFIABILIDADE DA MANUTENÇÃO ............................................................................. 63
3.1 GESTÃO DA CONFIABILIDADE ........................................................................................ 65
3.2 CONFIABILIDADE ALGUNS MODELOS ....................................................................... 67
LEITURA COMPLEMENTAR ....................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 71
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
suMárIo
VIII
TÓPICO 2 - FERRAMENTAS DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL ................................................................... 76
2.1 PILARES DA TPM ...................................................................................................................... 77
2.2 SEIS GRANDES PERDAS ........................................................................................................ 82
2.3 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TPM ............................ 84
3 DIAGNÓSTICOS DE FALHAS .................................................................................................. 88
4 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISES DE FALHAS .......................................................... 93
LEITURA COMPLEMENTAR ....................................................................................................... 95
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 98
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 3 - INFORMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO .103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................103
2 SOFTWARES DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO ............................................................103
2.1 PROCEDIMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DO CMMS .............................................105
2.1.1 Auditoria inicial .........................................................................................................................107
2.1.2 Avaliação da integração do sistema ........................................................................................107
2.1.3 Instalação ...................................................................................................................................108
2.1.4 Treinamento ...............................................................................................................................108
2.1.5 Acompanhamento .....................................................................................................................108
2.1.6 Ajustes de sistemas e procedimentos .....................................................................................109
2.1.7 Conclusão ...................................................................................................................................109
2.2 INTERFACES DO CMMS .......................................................................................................110
2.2.1 Gestão da manutenção .............................................................................................................110
2.2.2 Monitoramento 4.0 ...................................................................................................................111
2.2.3 Preditivo e estatístico ...............................................................................................................111
2.2.4 Manutenção inteligente – MI ..................................................................................................112
3 DESAFIOS DE IMPLANTAÇÃO E USO DOS SOFTWARES .....................................113
3.1 CULTURA ORGANIZACIONAL .......................................................................................114
3.2 PESSOAS ......................................................................................................................................114
3.3 TECNOLOGIA ...........................................................................................................................114
3.4 FINANCEIRO .............................................................................................................................115
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................115
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................118
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
UNIDADE 3 - ANÁLISE E IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL .........................................................................................................................................121
TÓPICO 1 - ANÁLISE DAS NECESSIDADES DA INDÚSTRIA EM RELAÇÃO À 
MANUTENÇÃO .................................................................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................123
2 DIAGNÓSTICO DO SETOR DE MANUTENÇÃO NA EMPRESA ..........................123
2.1 DIAGNÓSTICO DA MANUTENÇÃO NA EMPRESA ................................................124
2.1 DIAGNÓSTICO DA ESTRUTURA DO SETOR DE MANUTENÇÃO DA 
EMPRESA E SUA GESTÃO ...................................................................................................128
2.1.1 OEE – Overall Equipment Effectiveness.....................................................................................131
2.1.2 MP – cumprimento dos planos de manutenção preventiva ...............................................1372.1.3 MPd – cumprimento dos planos de manutenção preditiva ...............................................138
2.1.4 HHCorretiva – Alocação de mão de obra em serviços de manutenção corretiva ...........138
2.1.5 HHPreventiva – alocação de mão de obra em serviços de manutenção preventiva ......139
IX
2.1.6 HHPreditiva – Alocação de mão de obra em serviços de manutenção preditiva ...........140
2.2 DIAGNÓSTICO DA MANUTENÇÃO NA ERA 4.0 ................................................................143
3 ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE MANUTENÇÃO NAS INDÚSTRIAS 
MODERNAS ........................................................................................................................................145
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................151
TÓPICO 2 - GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO ..........................................153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................153
2 GESTÃO DA MANUTENÇÃO ..................................................................................................153
3 INDICADORES DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DA 
MANUTENÇÃO .................................................................................................................................157
LEITURA COMPLEMENTAR .....................................................................................................162
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................165
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................167
TÓPICO 3 - IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ........169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................169
2 ONTEM, HOJE E FUTURO NA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL .............................170
3 IMPLANTANDO UM PROCESSO DE MANUTENÇÃO ..............................................173
4 APLICAÇÃO PRÁTICA E EXEMPLOS .................................................................................176
LEITURA COMPLEMENTAR .....................................................................................................179
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................185
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................187
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................189
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a evolução ocorrida nos processos de manutenção industrial;
• compreender conceitos básicos relacionados à manutenção industrial;
• identificar os impactos da manutenção nos resultados da indústria;
• aprofundar os conhecimentos acerca das tipologias de manutenção aplica-
das nas indústrias; 
• capacitar o acadêmico a identificar o perfil adequado para quem trabalha 
no setor de manutenção.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer do texto, você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL
TÓPICO 3 – MANUTENÇÃO E SEUS DESAFIOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, estamos iniciando mais uma disciplina de seu curso 
de engenharia e muitos podem perguntar por que uma disciplina tão importante 
como esta, Manutenção Industrial, está sendo ofertada por metodologia EAD 
(Ensino a Distância). Retornamos à pergunta com um “Por que não ser pela 
metodologia EAD?”. Atualmente estamos vivendo uma singularidade evolutiva 
na humanidade em que a realidade virtual, a I.A. (Inteligência Artificial) está 
atingindo um novo limiar em nossas vidas e em nossos trabalhos. Todavia, 
não podemos esquecer que tudo isto começou lá nos primórdios da evolução 
humana, na pré-história, e, hoje, todos nós estamos fazendo mais coisas em 
menor tempo. Utilizando o jargão técnico, nós estamos sendo mais efetivos, mais 
eficazes nas atividades realizadas. Hoje precisamos aprender de todas as formas 
possíveis, ou seja, com a leitura de livros, com a internet, com as plataformas de 
treinamento pela internet (Webinar), cursos on-line, entre outros meios, e para 
nós, na engenharia, isso é muito importante para nos mantermos atualizados.
Assim, para adentrarmos no mundo da manutenção industrial, precisamos 
entender que ela surgiu com a própria industrialização, pois a manutenção advém 
do próprio processo de maquinização dos processos industriais nos idos da 
Revolução Industrial na Inglaterra e nos países europeus. Conforme as indústrias 
iam evoluindo, a manutenção e a sua gestão iam evoluindo juntos.
Atualmente estamos adentrando na era das indústrias 4.0, e precisamos 
entender que a engenharia e os engenheiros também deverão evoluir para uma 
engenharia 4.0, na qual não têm como trabalhar com ferramentas ultrapassadas 
buscando-se resultados superiores. A engenharia tem evoluído em conjunto 
com as necessidades da indústria e os métodos aplicados no chão de fábrica. 
As máquinas e equipamentos fabris estão cada vez mais integrados à A.I., 
necessitando-se assim de engenheiros e técnicos mais especializados para a sua 
operação e consequentemente para a sua manutenção.
Conforme Pieritz (2016, p. 6), as “necessidades da sociedade moderna 
estão cada vez maiores em relação a novos produtos e materiais, e para supri-
las surgem novas técnicas de fabricação, gerando assim uma enormidade de 
variedade de materiais e processos de fabricação”, consequentemente, temos a 
mesma necessidade de conhecimento e evolução dos métodos de manutenção 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
4
para permitir este fluxo contínuo e uniforme da produção.
Todavia não podemos esquecer que para chegar onde estamos, tudo partiu 
de um início, e para isto, é que iremos conhecer um pouco da história evolutiva da 
manutenção industrial, que está atrelada à própria evolução industrial, e assim 
tudo começou...
2 HISTÓRIA DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
A necessidade humana trouxe a evolução da forma da humanidade 
satisfazer as suas necessidades mais básicas, mas com o aumento populacional, 
o consumo tornou-se cada vez maior, o que gerou novas formas de obtenção 
dos produtos para a sua satisfação, criando novos modelos de transformação de 
recursos em produtos. 
Esse processo de transformação dos recursos em bens é definido por Slack 
et al. (2006) e é apresentado de forma sucinta na figura a seguir. Analisando este 
modelo, pode-se verificar que temos dois elementos que devem ser entendidos 
como possíveis fatores de manutenção que são os recursos de transformação 
e os processos de transformação que podem ser entendidos como todos os 
equipamentos, máquinas e acessórios de apoio à produção (transformação dos 
bens). 
Modelo de transformação:
Recursos 
transformadores - 
Inputs
Ambiente
Ambiente
PROCESSO DE
TRANSFORMAÇÃO
BENS
E
SERVIÇOS
INPUT OUTPUT
Materiais
Informações
ConsumidoresInstalações
Pessoal
Recursos de
transformação
Inputs
FIGURA 1 – MODELO DE TRANSFORMAÇÃO
FONTE: Slack et al. (2006, p. 36)
Desde os primórdios da industrialização, este modelo de transformação é 
válido, e deverá continuar assim por mais um bom tempo, somente melhorando 
a tecnologia de transformação consequência da evolução tecnológica, e, claro, 
como consequência, também teremos a evolução dos processos de manutenção.
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
5
Conforme Pieritz (2016, p. 7), as “indústrias precisaram evoluir, para 
continuarem competitivas no mercado, e como você já deve ter percebido, a 
evolução industrial é uma constante e cada vez mais os engenheiros e técnicos 
deverão acompanhar estes novos desafios que o mercado impõe”. 
Esta evolução dos modelos de transformação industrial está apresentada 
de forma resumida na figura a seguir, na qual são apresentadas as principais eras 
da Revolução Industrial. 
FIGURA 2 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
FONTE: <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em: 17 jul. 2017.
Para aprender mais sobre o tema Revolução Industrial, sugerimos leitura dos 
seguintes materiais e livros:
• Pieritz; Alfredo Netto. Organização do trabalho industrial. Indaial: UNIASSELVI, 2016.
• Pieritz; Alfredo Netto. Controle estatístico do processo. Indaial: UNIASSELVI, 2017.
• SLACK, Nigel, et al. Administração da produção. Edição compacta. São Paulo: Atlas, 2006.
• <http://www.sohistoria.com.br/resumos/revolucaoindustrial.php>. Acesso em: 25 set. 
2018.
• <https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial>. Acesso em: 25 set. 
2018.
DICAS
Fica intrínseco que com o surgimento das máquinas e dos motores elétricos 
e outros destes elementos mecânicos e posteriormente dispositivos elétricos, 
eletrônicos etc., a manutenção de elementos sempre existiu, embora fosse pouco 
significativa nestes primórdios da Revolução Industrial como uma técnica, sendo 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
6
percebida simplesmente como “algo necessário” para o funcionamento das 
máquinas.
Conforme Viana (2006) e Telecurso 2000 (2018), o termo manutenção 
surgiu por volta do século XVI na Europa central com o surgimento dos primeiros 
teares mecânicos e do relógio mecânico, que foi quando apareceram os primeiros 
mecânicos para realizar a montagem e assistência técnica destes equipamentos. 
Com a evolução dos equipamentos industriais, necessitou-se cada vez mais de 
pessoas especializadas em consertá-los quando quebravam, e assim surgiu a 
manutenção industrial.
A palavra manutenção tem a sua origem no latim, manus tenere que significa 
“manter o que se tem”, que é o objetivo intrínseco do processo de manutenção.
Conforme Gurski (2002), podemos classificar a história da manutenção 
industrial em três eras:
a) Primeira Geração – antes da Segunda Guerra Mundial. Conforme o autor:
indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na 
sua grande maioria, superdimensionados.
Aliado a tudo isto, devido à conjuntura econômica da época, a 
questão da produtividade não era prioritária. Consequentemente, não 
era necessária uma manutenção sistematizada; apenas serviços de 
limpeza, lubrificação e reparo após a quebra, ou seja, a manutenção 
era, fundamentalmente, corretiva (GURSKI, 2002, p. 7).
b) Segunda Geração – após a Segunda Guerra Mundial até os anos 1960. Conforme 
o autor:
aumentaram a demanda por todo tipo de produtos, ao mesmo 
tempo em que o contingente de mão-de-obra industrial diminuiu 
sensivelmente. Como consequência, neste período, houve forte 
aumento da mecanização, bem como da complexidade das instalações 
industriais.
Começa a se evidenciar a necessidade de mais disponibilidade, bem 
como maior confiabilidade: a indústria estava bastante dependente do 
bom funcionamento das máquinas. Isto levou à ideia de que falhas dos 
equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, o que resultou no 
conceito de manutenção preventiva.
Na década de 60, esta manutenção consistia em intervenções nos 
equipamentos feitas a intervalo fixo.
O custo da manutenção também começou a se elevar muito em 
comparação com outros custos operacionais. Esse fato fez aumentar os 
sistemas de planejamento e controle de manutenção que, atualmente, 
são parte integrante da manutenção moderna.
Finalmente, a quantidade de capital investido em itens físicos, 
juntamente com o nítido aumento do custo deste capital levou as 
pessoas a buscarem meios para aumentar a vida útil dos itens físicos 
(GURSKI, 2002, p.7).
c) Terceira Geração – após a década de 1970. Conforme Gurski (2002, p. 7):
A partir da década de 70, acelerou-se o processo de mudança 
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
7
nas indústrias. A paralisação da produção era uma preocupação 
generalizada, já que diminui a capacidade de produção, aumenta os 
custos e afeta a qualidade dos produtos. Na manufatura, os efeitos 
dos períodos de paralisação foram se agravando pela tendência 
mundial de utilizar sistemas just-in-time, em que estoques reduzidos 
para a produção em andamento significam que pequenas pausas na 
produção/entrega, naquele momento, poderiam paralisar a fábrica.
O crescimento da automatização e da mecanização passou a indicar 
que confiabilidade e disponibilidade tornaram-se pontos-chave [...]
Na Terceira Geração, reforçou-se o conceito de uma manutenção 
preditiva. A interação entre as fases de implantação de um sistema 
(projeto, fabricação, instalação e manutenção) e a Disponibilidade/
Confiabilidade torna-se mais evidente.
Como podemos ver, a complexidade nas indústrias e em seus processos 
produtivos através de processos cada vez mais automatizados influenciaram na 
necessidade de evolução da manutenção industrial e agora estamos entrando na 
próxima geração, que vem a ser a Quarta Geração: manutenção 4.0 a partir do 
ano de 2012; caracterizado pela integração total com a indústria 4.0, que vamos 
estudar mais no próximo tópico.
3 A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NA CONCEPÇÃO DA 
INDÚSTRIA 4.0
Não sei se você, caro acadêmico, já ouviu falar sobre a indústria 4.0, 
mas é a próxima evolução para que as indústrias estejam caminhando em sua 
linha evolutiva. Com cada vez menos mão de obra dentro das fábricas e mais 
robôs e equipamentos automatizados, o ser humano está substituindo a mão de 
obra operária pelas cabeças pensantes desenvolvidas pela engenharia. A era da 
mecanização está sendo substituída aos poucos pela era da automação industrial 
e da Inteligência Artificial na Indústria (I.A.I.), e por consequência incorrerão 
mudanças drásticas na manutenção destes novos equipamentos e das pessoas 
responsáveis por ela.
Antes de tudo, vamos conhecer um pouco mais sobre a indústria 4.0, 
vamos lá!
Conforme Silveira (2018, p. 1), podemos definir indústria 4.0 como um 
conceito que engloba as “principais inovações tecnológicas dos campos de 
automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de 
manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos 
Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, 
autônomos e customizáveis”.
O autor ainda pauta que este é um momento ímpar para a evolução das 
indústrias e que trará enormes mudanças no mercado como um todo quando ele 
afirma que “isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções 
industriais. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
8
em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores 
do mercado” (SILVEIRA, 2018, p. 1).
Conforme a Indústria 4.0 (2018, s.p.) os “impactos da indústria 4.0 sobre 
a produtividade, a redução de custos, o controle sobre o processo produtivo, 
a customização da produção, dentre outros apontam para uma transformação 
profunda nas plantas fabris”.Prezado acadêmico, os conceitos relacionados à indústria 4.0 são relativamente 
novos e eles estão sendo incorporados pelas indústrias de forma gradual e continua com a 
implantação de tecnologias produtivas e de acompanhamento da produção entre as quais 
podemos citar CNC (Comando Numérico Computadorizado), robôs de produção, robôs de 
transporte, robôs de limpeza, máquinas autômatas e automatizadas, e conforme apresentado 
por Indústria 4.0 (2018, s.p.) as principais tecnologias deste modelo industrial permitirá “a fusão 
dos mundos físico, digital e biológico são a Manufatura Aditiva, a IA (Inteligência artificial), a 
IoT(Internet das Coisas do inglês, Internet of Things), a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber 
Físicos (CPS)”.
Como este é um tema novo, recomendamos a leitura dos seguintes materiais sobre o tema 
disponibilizados na internet:
• <http://www.industria40.gov.br/>. 
• Silveira, C. B. O que é indústria 4.0 e como ela vai impactar o mundo. <https://www.
citisystems.com.br/industria-4-0/ >. 
• <http://universidade.humantech.com.br/industria-4-0-revolucao-industrial>. 
• <http://www.snom.mb.tu-dortmund.de/cms/de/forschung/Arbeitsberichte/Design-
Principles-for-Industrie-4_0-Scenarios.pdf>. 
• <https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-fabrica-do-futuro/>. Acesso em: 10 set. 
2018. 
Você poderá encontrar outros materiais sobre o tema na internet. BOA LEITURA!
DICAS
Com a leitura destes textos apresentados, vimos que a forma de tratarmos 
a manutenção nas indústrias 4.0 é bem diferente da forma tratada até o presente, 
pois temos que considerar os seguintes fatores que influenciaram no processo de 
manutenção:
a) equipamentos complexos integrando tecnologia de precisão com a 
automatização, robótica e I.A. (Inteligência Artificial), gerando uma 
transformação profunda nas plantas fabris;
b) software e hardware influenciando nos resultados da produção;
c) evolução contínua da produção através de um conjunto de novas tecnologias 
que integrarão o mundo físico (equipamentos, máquinas, robôs) ao digital e o 
biológico;
d) manutenção remota de software e acompanhamento de desgastes de hardware, 
minimizando paradas de manutenção;
e) eletrônica e sensores espalhados por toda a fábrica com internet integral;
f) baixo ou nenhum operador nas fábricas; a mão-de-obra sendo trocada pela 
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
9
cabeça de obra (pessoas pensantes e não operadores de máquinas);
g) engenheiros de manutenção trabalhando com hardware e software industrial, 
especialistas em eletrônica e mecânica de precisão;
h) sistemas de gestão de manutenção integrado ao software industrial;
i) a manutenção preditiva será a base da evolução da manutenção na indústria 
4.0.
Prezado acadêmico, a manutenção relacionada à indústria 4.0, fora as questões 
relacionadas à automatização, robótica, softwares e hardwares, trabalhará com os mesmos 
conceitos que estão em voga na atualidade, com as mesmas ferramentas, cálculos de vida 
dos componentes e elementos de gestão, a única diferença é que o acompanhamento 
será realizado por sistemas automatizados e com hardwares que potencializarão a previsão 
de falhas, evitando-se assim paradas e perdas de processo, e haverá mais engenheiros de 
manutenção em nossas fábricas no futuro para poderem trabalhar com todos estes novos 
elementos.
NOTA
A indústria 4.0 está simplesmente iniciando os seus primeiros passos no 
mercado, mas é uma situação que não tem volta e Silveira (2018, p.1) descreve 
que:
Os profissionais também precisarão se adaptar, pois com fábricas 
ainda mais automatizadas novas demandas surgirão enquanto 
algumas deixarão de existir. Os trabalhos manuais e repetitivos já vêm 
sendo substituídos por mão de obra automatizada, e com indústria 
4.0 isso tende a continuar. Por outro lado, as demandas em pesquisa 
e desenvolvimento oferecerão oportunidades para profissionais 
tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar para 
compreender e trabalhar com a variedade de tecnologia que compõe 
uma fábrica inteligente (SILVEIRA, 2018, p. 1).
Assim terminamos este primeiro tópico mostrando a você que a 
manutenção industrial vem de um processo evolutivo muito intenso dentro das 
indústrias e poderemos esperar verdadeiras revoluções neste campo em um 
futuro próximo com o advento da indústria 4.0, e, para isto, precisamos formar 
engenheiros capacitados para estes novos desafios. Porém, esperamos que não se 
esqueça que tudo começou lá trás, e tudo tem o primeiro passo que temos que dar 
para evoluir, e aqui estamos iniciando mais esta jornada que servirá de base para 
o seu futuro profissional.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
10
LEITURA COMPLEMENTAR
Produto da Manutenção
A produção é, de maneira básica, composta pelas atividades de operação, 
manutenção e engenharia. Existem outras atividades que dão suporte à produção: 
suprimento, inspeção de equipamentos, segurança industrial, entre outras.
O único produto que a operação deseja comprar da manutenção e da 
engenharia chama-se maior disponibilidade confiável ao menor custo. Às 
vezes, o aumento da confiabilidade é feito com prejuízo da disponibilidade; 
em sistemas de alta complexidade e risco, este balanço tende a caminhar para o 
lado da segurança, por exemplo, sistemas de intertravamento que privilegiam a 
segurança do equipamento.
Quanto maior for a Disponibilidade, menor será a Demanda de Serviços, 
e a medida desta dá, de maneira indireta, a medida daquela.
O aumento da disponibilidade, da qualidade do atendimento, da 
segurança e da redução de custos passa, necessariamente, pela redução da 
demanda de serviços, que tem as seguintes causas básicas:
• Qualidade da Manutenção – a falta de qualidade na manutenção provoca o 
“retrabalho”, que nada mais é do que uma falha prematura. 
• Qualidade da Operação – do mesmo modo, sua não-qualidade provoca uma 
falha prematura, não por uma questão da qualidade intrínseca do equipamento/
sistema, mas por uma ação operacional incorreta. Também, aqui, a consequência 
imediata é a perda de produção.
• Qualidade da Instalação/Problemas Crônicos – existem problemas que são 
decorrentes da qualidade não adequada do projeto da instalação e do próprio 
equipamento (hardware). Devido ao paradigma ultrapassado de restabelecer 
as condições dos equipamentos/ sistemas, o homem de manutenção e a 
própria organização habituaram-se a não buscar a causa básica dos problemas 
e, com isto, dar uma solução definitiva que evite a repetição da falha. Com 
este procedimento, é comum conviver com problemas repetitivos, ainda que 
de solução conhecida. Isto traduz uma cultura conservadora que precisa ser 
mudada.
• Qualidade da Instalação/Problemas Tecnológicos – a situação é exatamente a 
mesma da anterior, apenas a solução não é de todo conhecida, o que exigirá uma 
engenharia mais aprofundada que redundará em melhorias ou modernização 
dos equipamentos/sistemas.
• Serviços Desnecessários – isto acontece não só devido a uma filosofia errada de 
aplicar uma manutenção preventiva exagerada, sem se considerar o binômio 
Custo x Benefício, como, também, por uma natural insegurança, pelo excesso 
de falhas, que levam os homens de manutenção e de operação a agirem 
“preventivamente” em excesso.
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
11
Pode-se afirmar, com certeza, que esta demanda de serviços pode ser 
sensivelmente reduzida!
A visão estratégica da manutenção pode ser resumida no quadro a seguir:
VISÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO
Q - qualidade
DISPONIBILIDADE
PRODUÇÃO
Q - MANUTENÇÃO
Q - OPERAÇÃO
Q - INSTALAÇÃO
CUSTO DE MANUTENÇÃO
QUADRO 1 – VISÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO
FONTE: Gurski (2002, p. 11)
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que: 
• As organizações industriais são organizações complexas e com característicasparticulares exigindo processos de manutenção aprimorados.
• A manutenção dentro das indústrias evolui em conjunto com as evoluções 
ocorridas nos processos produtivos. 
 
• Na era das indústrias 4.0, a engenharia e os engenheiros também deverão 
evoluir para uma engenharia 4.0, onde terão de trabalhar com ferramentas de 
ponta, integrando o software com o hardware.
 
• O termo manutenção surgiu por volta do século XVI na Europa central e a 
palavra manutenção tem a sua origem no latim, “manus tenere” que significa 
“manter o que se tem”.
 
• Podemos definir indústria 4.0 como um conceito que engloba as principais 
inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da 
informação, aplicadas aos processos de manufatura. 
 
• A manutenção preditiva será a base da evolução da manutenção na indústria 
4.0, utilizando-se de sistemas de gestão de manutenção integrado ao software 
industrial.
13
1 Para que o engenheiro de manutenção possa se sintonizar com as necessidades 
de conhecimento e habilidades para desenvolver o seu serviço com o advento 
da indústria 4.0, o mesmo precisa conhecer aprofundadamente os princípios 
que fundam esta indústria para então se preparar adequadamente. Descreva 
os seis princípios que fundamentam as indústrias 4.0.
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO 
INDUSTRIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Sempre que iniciamos o aprendizado de uma nova disciplina, é necessário 
passar ao acadêmico dois elementos fundamentais para o correto aprendizado 
dele, ou seja, precisamos falar da evolução histórica do tema estudado, pois é 
importante que ele entenda como ocorreu toda a evolução do tema (realizado no 
Tópico 1 deste livro), e o segundo elemento importante é o estudo dos principais 
conceitos utilizados.
Neste tópico estaremos apresentando os principais conceitos relacionados 
à área da engenharia de manutenção como Disponibilidade, Mantenabilidade, 
Confiabilidade, Defeito, Diagnóstico, Inspeção, Manutenção Corretiva, 
Manutenção Preventiva, Manutenção Preditiva etc.
Assim, para iniciar, vamos entender o conceito de Manutenção, mas como 
qualquer outro conceito, ele também evoluiu. Inicialmente, ele era entendido 
como função de restabelecer as condições originais dos equipamentos ou 
sistemas, atualmente tal conceito precisou ser ampliado para um passo além, ou 
seja, conforme Gurski (2002, p. 7), a manutenção visa “garantir a disponibilidade 
da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de 
produção e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e 
custos adequados”.
Segundo a ABNT (NBR 5462/1994, p. 6), o conceito de manutenção é dado 
como a “combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as 
de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual 
possa desempenhar uma função requerida. A norma ainda apresenta uma nota 
que diz que “a manutenção pode incluir uma modificação do item”.
Logo, podemos definir manutenção como todo esforço realizado para 
manter em funcionamento os equipamentos de uma indústria ou organização.
Todavia, tem muito mais por traz disto, e como já aprendemos, quando 
falamos da indústria 4.0, a manutenção terá novos desafios para se ajustar a esta 
nova realidade, mas vamos agora aprender um pouco mais sobre os principais 
conceitos na área. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
16
Prezado acadêmico, é sempre importante para nós, na engenharia, trabalharmos 
com as normas nacionais, e estamos trazendo a dica para você consultar a norma ABNT 
NBR 5462:1994 que apresenta os principais conceitos utilizados em manutenção.
DICAS
FIGURA 3 – CAPA NORMA NBR 5462
FONTE: NBR 5462 (1994)
2 CONCEITOS BÁSICOS
Prezado acadêmico, na engenharia cada área de trabalho possui conceitos 
específicos como na área mecânica, elétrica, mecatrônica, aeronáutica, agrícola 
etc., mas nós iremos enfocar somente nos principais conceitos relacionados à área 
de manutenção industrial, e por isto iremos começar a conceituar os defeitos/ 
falhas/ pane, que podem ocorrer.
Podemos definir “defeito” conforme a NBR 5462 (1994, p. 3), como 
“qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus requisitos”. 
A referida norma ainda acrescenta as seguintes notas para esclarecer:
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
17
“Notas: 
a) Os requisitos podem, ou não, ser expressos na forma de uma especificação.
b) Um defeito pode, ou não, afetar a capacidade de um item em desempenhar 
uma função requerida” (ABNT,1994, p. 3).
Os defeitos são ainda classificados segundo a NBR 5462 como:
2.3.2 Bug
Defeito de software.
2.3.3 Defeito crítico
Defeito que provavelmente resultará em condições perigosas e 
inseguras para pessoas, danos materiais significativos ou outras 
consequências inaceitáveis.
2.3.4 Defeito não-crítico
Defeito que não seja crítico.
2.3.5 Defeito maior
Defeito que provavelmente resultará em uma falha ou reduzirá 
substancialmente a utilização do item para o fim a que se destina.
Nota: Um defeito maior pode ser crítico ou não crítico.
2.3.6 Defeito menor
Defeito que não seja maior.
Nota: Um defeito menor pode ser crítico ou não crítico.
2.3.7 Defeituoso
Item que contém um ou mais defeitos.
2.3.8 Defeituoso crítico
Item que contém um ou mais defeitos críticos.
2.3.9 Defeituoso maior
Item que contém um ou mais defeitos maiores.
2.3.10 Defeituoso menor
Item que contém um ou mais defeitos menores, mas nenhum defeito 
maior.
2.3.11 Defeito de projeto
Defeito de um item devido a projeto inadequado.
2.3.12 Defeito de fabricação
Defeito de um item devido à não conformidade da fabricação com o 
projeto ou com os processos de fabricação especificados (ABNT,1994, 
p. 3).
Prezado acadêmico, como você pôde ver e aprender acima, um defeito pode ter 
diversas classificações como apresentado na norma NBR 5462:1994. Isto é importante, pois 
assim podemos programar melhor a nossa ação de manutenção, bem como desenvolver 
softwares que trabalhem com esta ou outra classificação para nos ajudar a programar o 
sistema de manutenção da indústria.
NOTA
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
18
Assim como definimos defeito, também o faremos para a falha. Conforme 
a NBR 5462 (1994, p. 3), uma falha pode ser entendida como o “término da 
capacidade de um item desempenhar a função requerida”. A referida norma, 
ainda acrescenta as seguintes notas para esclarecer:
Notas: a) Depois da falha, o item tem uma pane.
b) A “falha” é um evento; diferente de “pane” que é um estado.
c) Este conceito, como definido, não se aplica a itens compostos 
somente por software (ABNT, 1994, p. 3).
A norma NBR 5462 (1994, p. 3) ainda apresenta o conceito de critério 
de falha, o qual pode ser definido como um “conjunto de regras aplicáveis ao 
julgamento de tipos e gravidade de falhas, para determinação dos limites de 
aceitação de um item”.
Xenos (1998, p. 81) apresenta o círculo vicioso das falhas, o qual está 
esquematizado na figura que explica em parte por que a manutenção muitas 
vezes “peca” dentro das organizações e é importante que você reflita para se 
eliminar este ciclo vicioso tão danoso nas organizações.
FIGURA 4 – CÍRCULO VICIOSO DA FALHA
FONTE: Xenos (1998, p. 81)
Assim como os defeitos, existem diversos tipos de falhas que são 
classificados na norma, os quais descrevemos a seguir:
Causa
Fundamental
Causa
Fundamental
Causa
Fundamental
Ação corretiva
somente para
remoção do
sintoma
Causas
fundamentais da
falha não são
investigadas
Não são tomadas
ações para 
bloquear as causas 
fundamentais da 
falha
Mesmas causas
fundamentais
atuam novamente
Falha
reincidente
Falha
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOSÀ MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
19
2.4.3 Falha crítica
Falha que provavelmente resultará em condições perigosas e inseguras 
para pessoas, danos materiais significativos ou outras consequências 
inaceitáveis.
2.4.4 Falha não crítica
Falha que não seja crítica.
2.4.5 Falha por uso incorreto
Falha devida à aplicação de solicitações além dos limites especificados 
ou a erros de instalação ou operação.
2.4.6 Falha por manuseio
Falha causada por manuseio incorreto ou falta de cuidado com o item.
2.4.7 Falha por fragilidade
Falha devida a uma fragilidade no próprio item, quando submetido a 
solicitações previstas nas especificações.
Nota: Uma fragilidade pode ser inerente ou induzida.
2.4.8 Falha de projeto
Falha de um item devida a projeto inadequado.
2.4.9 Falha de fabricação
Falha de um item devida à não-conformidade da fabricação com o 
projeto ou com os processos de fabricação especificados.
2.4.10 Falha aleatória
Qualquer falha cuja causa ou mecanismo faça com que seu instante de 
ocorrência se torne imprevisível, a não ser no sentido probabilístico ou 
estatístico.
2.4.11 Falha por deterioração
Falha que resulta de mecanismos de deterioração inerentes ao item, os 
quais determinam uma taxa de falha instantânea crescente ao longo 
do tempo.
2.4.12 Falha repentina
Falha que não poderia ser prevista por um exame anterior ou 
monitoração.
2.4.13 Falha gradual
Falha devida a uma mudança gradual com o tempo de dadas 
características de um item.
Nota: Uma falha gradual pode ser prevista por um exame anterior ou 
monitoração e pode, às vezes, ser evitada por ações de manutenção.
2.4.14 Falha catastrófica
Falha repentina que resulta na incapacidade completa de um item 
desempenhar todas as funções requeridas.
2.4.15 Falha relevante
Falha que deve ser considerada na interpretação dos resultados 
operacionais ou de ensaios, ou no cálculo do valor de uma medida de 
confiabilidade.
Nota: O critério para consideração deve ser especificado.
2.4.16 Falha não relevante
Falha a ser desconsiderada na interpretação dos resultados 
operacionais ou de ensaios, ou no cálculo do valor de uma medida de 
confiabilidade.
Nota: O critério para desconsideração deve ser especificado.
2.4.17 Falha primária
Falha de um item que não é causada direta ou indiretamente pela falha 
ou pane de outro item.
2.4.18 Falha secundária
Falha de um item causada direta ou indiretamente pela falha ou pane 
de outro item.
2.4.19 Causa de falha
Circunstâncias relativas ao projeto, fabricação ou uso que conduzem 
a uma falha.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
20
2.4.20 Mecanismo de falha
Conjunto de processos físicos, químicos ou outros que conduzem a 
uma falha.
2.4.21 Falha sistemática
Falha relacionada de um modo determinístico a uma certa causa, 
que somente pode ser eliminada por uma modificação do projeto, 
do processo de fabricação, dos procedimentos operacionais, da 
documentação ou de outros fatores relevantes.
Nota: A falha sistemática pode ser reproduzida, sempre que se queira, 
simulando-se a causa da falha.
2.4.22 Falha parcial
Falha que resulta na incapacidade de o item desempenhar algumas, 
mas não todas, funções requeridas.
2.4.23 Falha por degradação
Falha que é simultaneamente gradual e parcial.
2.4.24 Falha completa
Falha caracterizada pelo fato de o item não conseguir 
desempenhar nenhuma das funções requeridas (ABNT, 1994, 
p. 3).
Prezado acadêmico, um ponto importante para se entender as falhas está em 
compreender um conceito interessante chamado de curva da banheira. Esta teoria expressa 
que a curva da banheira apresenta o comportamento característico de uma máquina ou 
componente no seu tempo de vida e que alguns autores o classificam inclusive como uma 
fase infantil, uma de vida útil e outra com o período final de desgaste, como podemos ver 
na figura a seguir.
NOTA
Mortalidade
Infantil
Redução da
taxa de falha
Taxa de falha
constante
Aumento da
taxa de falha
Período de
vida útil
Período de
desgaste
FIGURA 4 – CURVA DA BANHEIRA
FONTE: <https://www.manutencaoemfoco.com.br/curva-da-banheira/>. Acesso em: 
18 jul. 2018.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
21
A curva de banheira, conforme Xenos (1998), explica a relação da 
manutenção dos ativos com o ciclo de vida do equipamento, buscando um 
comportamento médio do seu desgaste e seus históricos desde o seu início de 
funcionamento, em que o equipamento possui uma alta taxa de falhas motivadas 
por problemas de fabricação; falhas na instalação; erros e problemas de projeto; 
componentes problemáticos e problemas de montagem. Como estas falhas ocorrem 
no começo de operação dos equipamentos, são conhecidas comumente de área de 
mortalidade infantil. Após este período inicial, estas falhas são corrigidas e os 
equipamentos se estabilizam e o nível de erros caem e estabilizam e é conhecido 
como fase de estabilidade ou período de vida útil do equipamento, conforme 
pode ser visto na figura anterior. Depois deste período, por diversos fatores 
relacionados aos desgastes de uso e condições de deterioração e ambientais, o 
equipamento passa a sofrer novamente um aumento considerável de falhas 
quando começa a ocorrer de novo um elevado nível de falhas, indicando que a 
vida útil do equipamento está chegando ao fim.
Está curva também permite aos engenheiros de manutenção a lançar mão 
de processos de previsão para melhorar a manutenção nas indústrias 4.0.
Ainda temos o conceito de pane, que conforme a NBR 5462 (1994, p. 4) 
pode ser entendido como um “estado de um item caracterizado pela incapacidade 
de desempenhar uma função requerida, excluindo a incapacidade durante a 
manutenção preventiva ou outras ações planejadas, ou pela falta de recursos 
externos”, e ainda acrescenta uma nota explicativa dizendo que “uma pane é 
geralmente o resultado de uma falha de um item, mas pode existir sem uma falha 
anterior”.
Assim como nas definições de defeitos e falhas, que a norma apresenta 
diversas classificações, o mesmo acontece com as panes, que podem ser 
classificadas conforme a norma em:
2.5.2 Pane crítica
Pane que provavelmente resultará em condições perigosas e inseguras 
para pessoas, danos materiais significativos ou outras consequências 
inaceitáveis.
2.5.3 Pane não crítica
Pane que não seja crítica.
2.5.4 Pane maior
Pane que afeta uma função considerada de maior importância.
2.5.5 Pane menor
Pane que não afeta uma função considerada de maior importância.
2.5.6 Pane por uso incorreto
Pane devida à aplicação de solicitações além dos limites especificados 
ou por erros de instalação ou operação.
2.5.7 Pane por manuseio
Pane causada por manuseio incorreto ou falta de cuidado.
2.5.8 Pane por fragilidade
Pane devida a uma fragilidade do próprio item, quando submetido a 
solicitações previstas nas especificações.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
22
Nota: Uma fragilidade pode ser inerente ou induzida.
2.5.9 Pane de projeto
Pane de um item devido a projeto inadequado.
2.5.10 Pane de fabricação
Pane de um item devida à não conformidade da fabricação com o 
projeto ou com os processos de fabricação especificados.
2.5.11 Pane por deterioração
Pane de um item devida a uma falha por deterioração.
2.5.12 Pane evidenciada por programa
Pane revelada pela execução de uma certa sequência de instruções de 
um programa de computador.
2.5.13 Pane evidenciada por dados
Pane revelada pelo processamento de uma configuração particular de 
dados.
2.5.14 Pane completa
Pane caracterizada pelo fato de o item não conseguir desempenhar 
nenhuma das funções requeridas.
2.5.15 Pane parcial
Pane que não seja completa.
2.5.16 Pane permanente
Pane que persiste até que uma ação de manutenção corretiva seja 
realizada.
2.5.17 Pane temporária
Pane que persiste por uma duração limitada, após a qual o item 
recupera sua capacidadede executar a função requerida sem ser 
submetido a qualquer ação de manutenção corretiva.
Nota: Esta pane normalmente se repete.
2.5.18 Pane intermitente
Pane temporária, que se repete.
2.5.19 Pane determinada
Pane cuja resposta é sempre a mesma para todas as ações (para itens 
que produzem uma resposta como resultado de uma ação).
2.5.20 Pane indeterminada
Pane em que o erro que afeta a resposta depende da ação aplicada 
(para itens que produzem uma resposta como resultado de uma ação).
Nota: Um exemplo é a pane evidenciada por dados.
2.5.21 Pane latente
Pane existente, mas que ainda não foi percebida.
2.5.22 Pane sistemática
Pane resultante de uma falha sistemática.
2.5.23 Modo de pane
Um dos possíveis estados de um item em pane.
2.5.24 Item em pane
Item em estado de pane.
Prezado acadêmico, você poderá pegar todos estes conceitos aprendidos 
referentes a defeitos, falhas e panes conforme a NBR 5462:1994 e utilizá-los em seu dia a dia 
classificando e analisando os problemas que ocorrem em sua vida profissional para ir treinando 
estes conceitos. Como exemplo, poderíamos citar um problema ocorrido em uma prensa que 
fabrica arruela, que parou devido à quebra de um parafuso de fixação da matriz de estampar. 
O engenheiro, analisando o parafuso, identificou que a sua quebra foi devido a ser uma peça 
NOTA
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
23
velha e desgastada. Logo podemos classificar o problema como:
 Sendo uma “falha por degradação” que é uma falha que ocorre de forma simultânea 
e gradual e é uma “falha completa” pois é caracterizada pelo fato de o item não conseguir 
desempenhar mais nenhuma das funções requeridas. Poderia ainda ser considerado como 
uma “falha não-crítica” se ela foi identificada no processo de montagem da ferramenta, 
mas se ela tivesse ocorrido durante a operação do processo de fabricação, ela poderia ser 
classificada inclusive como uma “FALHA CRÍTICA”, gerando consequências terríveis, como 
danificar toda a ferramenta, ou inclusive o equipamento, ou situação mais grave, como o 
ferimento do operador, por isso a importância de se cuidar da manutenção em todos os 
níveis de uma organização.
Analisando todas estas classificações e conceitos estudados, precisamos 
entender que um setor de manutenção precisa ser eficiente e também ser eficaz 
em seu processo e conforme Gurski (2002, p. 8) temos:
• “Eficiência: fazer certo a intervenção”.
• “Eficácia: fazer a intervenção certa”.
Assim, falando em uma visão estratégica da manutenção em uma 
organização, ela precisa também contribuir para alguns fatores como:
• faturamento e lucro da empresa;
• segurança da instalação;
• segurança das pessoas;
• preservação ambiental (GURSKI, 2002, p. 8). 
Ainda, conforme Gurski (2002, p. 8), o “gerenciamento estratégico da 
atividade de manutenção consiste em ter a equipe atuando para evitar que 
ocorram falhas, e não apenas na correção rápida destas falhas”. A manutenção 
moderna deve buscar algo além de só consertar o que estragou, ou seja, ela deve 
buscar antecipar possíveis eventos que possam gerar falhas e assim minimizar 
as perdas por máquinas com defeitos ou quebradas. Conforme Xenos (1998), a 
manutenção em uma empresa busca atingir dois objetivos específicos, os quais 
são: manter os equipamentos e máquinas em pleno funcionamento, garantindo 
a produção e qualidade da produção; e a prevenir prováveis falhas ou quebras.
Quando ocorre um problema de manutenção em um equipamento ou máquina, 
a empresa poderá sofrer com:
• Perda da produção devido à falha.
DICAS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
24
• Redução da vida útil do equipamento.
• Diminuição na confiança do equipamento.
• Produtos com probabilidade de apresentar defeitos de fabricação.
• Atrasos de produção e em entregas.
• Possíveis perdas de faturamento.
• Custo de manutenção alto, gerando o aumento dos custos mensais.
• Stress entre os funcionários etc.
Portando, uma gestão da manutenção estratégica deve buscar desenvolver 
uma manutenção que gere uma disponibilidade com confiabilidade dos ativos 
produtivos de uma organização, sempre focando em resultados e assim evitando 
os pontos negativos (prejudiciais) listados anteriormente.
Por consequência das questões relacionadas à manutenção, temos os 
conceitos ligados aos custos da manutenção. Muitas empresas com visão míope 
veem o setor de manutenção como um setor gerador de gastos, quando na verdade, 
ele é um mantenedor de resultados operacionais, pois não existe equipamento 
no mundo indestrutível. Logo, todos os equipamentos ou máquinas geraram 
manutenção em algum momento de sua vida útil, sendo assim, reforçamos o 
conceito de que manutenção é um setor “MANTENEDOR DE RESULTADOS 
OPERACIONAIS” da empresa.
Todavia, os custos existem e eles precisam ser alocados dentro do sistema 
de custos da empresa, então as principais contas alocadas estão em:
• Custos diretos que podem ser os custos referentes à mão-de-obra aplicados no 
setor de manutenção e os custos de materiais.
• Custos indiretos como gestão do setor, lucros cessantes etc.
Abraman (2013, s.p.) apresenta dados de uma pesquisa realizada no ano 
de 2013, em que os custos de manutenção anual equivalem, em média, a 4,69% 
do faturamento anual de uma empresa, e que neste ano de 2012 equivaleu a um 
montante no país gasto de 4,4 bilhões de reais gastos em manutenção. Todavia, 
conforme dados apresentados, já esteve em patamares menores. Veja a tabela a 
seguir.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
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TABELA 1 – DADOS SOBRE O CUSTO DE MANUTENÇÃO NO BRASIL
FONTE: <http://www.abraman.org.br/Arquivos/403/403.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
Por causa destes custos crescentes que a indústria nacional tem e 
conforme expresso por Gurski (2002, p. 8), os gestores de manutenção têm uma 
preocupação em reduzir o custo de manutenção, e é “saudável à medida que 
se constata que, na quase totalidade das empresas brasileiras e na maioria das 
empresas internacionais, o custo de manutenção é elevado e não compatível com 
a competitividade globalizada”.
Conforme Nascif e Dorigo (2018, p. 2), “os custos são consequências das 
práticas adotadas pelas empresas” e logo eles complementam que “práticas ruins 
ou inadequadas implicam resultados pobres ou fracos, normalmente associados 
a altos custos. O corte de custos promove, adicionalmente o aumento dos riscos” 
e eles apresentam a figura a seguir para explicar.
CUSTO DA MANUTENÇÃO NO BRASIL
Ano da 
Pesquisa
Ano 
Base
PIB
(Milhões de R$)
CTM/FB
(%)
Custo
(Milhões de R$)
2013 2012 4.403.000 4,69 206.500,700
2011 2010 3.675.000 3,95 145.162,500
2009 2008 2..900.000 4,14 120.060,000
2007 2006 2.322.000 3,89 90.325,800
2005 2004 1.769.202 410 72.537.282
2003 2002 1.346.028 427 57.475.396
2001 2000 1.101.255 4,47 49.226,099
1999 1998 914.188 3,56 32.545,093
1997 1996 778.887 4,39 34.193,139
1995 1994 349.205 4,26 14.876,133
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
26
FIGURA 5 – REDUÇÃO DE CUSTOS – AUMENTO DE RISCOS
FONTE: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe0AkAG/manutencao-orientada-
resultado#>. Acesso em: 20 jul. 2018. 
Deste estudo dos custos da manutenção enveredamos por um outro 
conceito importante na manutenção que é a “confiabilidade”, que conforme a NBR 
5462 (1994, p. 3) pode ser definido como a “capacidade de um item desempenhar 
uma função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de 
tempo”. Os autores Fogliatto e Ribeiro (2009, p. 2) descrevem que “a confiabilidade 
de um item corresponde à sua probabilidade de desempenhar adequadamente 
o seu propósito especificado, por um determinado período de tempo e sob 
condições ambientais predeterminadas”.
Assim, buscamos a confiabilidade das ações de manutençãopara que 
após a ação da correção/conserto do equipamento com falha, ele possa trabalhar 
bom por um longo período sem gerar novas falhas. Para que possamos assim, 
trabalhar com um “nível de confiança” adequado e que pode ser interpretado 
como definido pela estatística como sendo a probabilidade para que um evento 
ocorra de modo que um determinado intervalo de confiança aceitável pelos 
gestores da manutenção seja atingido dentro dos valores calculados a partir de um 
valor amostral do evento em estudo e que contenha a expectativa do verdadeiro 
valor da população do evento estudado.
Como você está aprendendo, já deve ter verificado que não adianta somente 
fazer a manutenção (conserto) da máquina ou equipamento que estragou, e que, 
na indústria moderna, existem muito mais coisas envolvidas para a existência de 
um setor de manutenção eficiente e eficaz. E este elemento é a gestão do setor. 
Logo, para haver um bom setor de manutenção, precisamos ter um bom gestor 
do setor de manutenção, pois a gestão é uma função fundamental na organização, 
pois apesar de o conhecimento técnico e a mão de obra e, futuramente, os robôs 
desenvolverem os serviços na organização, é a gestão do processo que permitirá 
que as coisas aconteçam.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
27
Prezado acadêmico, por isso é tão importante o aperfeiçoamento contínuo 
do profissional em todas as áreas, e isso também é verdadeiro para os engenheiros e 
gerentes relacionados à área de manutenção, e por isso é que indicamos a leitura dos textos 
complementares de livros, artigos técnicos e materiais disponíveis na internet. Nós estamos 
fazendo a nossa parte lhe ajudando com estas indicações, mas você precisa fazer a sua que 
é buscá-los e estudá-los, mas também pesquisar novas fontes que surgem constantemente 
para o seu aperfeiçoamento pessoal e profissional.
BOAS LEITURAS E SUCESSO!
DICAS
Mesmo nos dias atuais, com tantas tecnologias inovadoras, entrando no 
limiar das indústrias 4.0, ainda existem muitas empresas na quais não existe 
um sistema estruturado de gestão de manutenção e, desse modo, todos buscam 
individualmente fazer o melhor, sem coordenação e por que não dizer sem uma 
gestão focada nas necessidades da empresa.
Conforme apresentado por Nascif e Dorigo (2018, p. 3), uma gestão 
adequada da manutenção precisa focar em:
• Aplicação das melhores práticas
• Aplicação de auditorias internas e externas
• Análise e correção dos planos de ação.
 E os autores Nascif e Dorigo (2013) ainda descrevem em seu livro 
MANUTENÇÃO ORIENTADA PARA RESULTADOS que a gestão 
da manutenção busca dois objetivos principais que são a Disponibilidade e 
Confiabilidade dos Ativos e foco nos Resultados.
Prezado acadêmico, sugerimos a leitura do livro 
MANUTENÇÃO ORIENTADA PARA RESULTADOS para aprofundar os seus 
conhecimentos na temática de gestão da manutenção e expectativas dos 
resultados esperados para um setor de manutenção.
NASCIF, Júlio; DORIGO, Luiz Carlos. Manutenção orientada para 
resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013.
DICAS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
28
Lendo-se o livro de Nascif e Dorigo (2013) compreende-se por que o setor 
de manutenção e a operação de manutenção em si é uma função estratégica nas 
organizações, e os autores reforçam citando: 
• A produção depende da operação e da manutenção.
• O desempenho das atividades de manutenção afeta diretamente a 
disponibilidade e confiabilidade dos ativos necessários para a produção. 
• A capacidade técnica da manutenção é fundamental para a performance da 
área da organização.
• A experiência acumulada na manutenção ajuda na melhoria dos projetos 
novos. 
Assim, reforçamos que o objetivo principal da manutenção é PRODUZIR 
RESULTADOS para a organização.
Para terminarmos este tópico de conceitos básicos, gostaria ainda de 
trazer um termo para a nossa reflexão que é a especificação de ENGENHARIA DE 
MANUTENÇÃO. Logo, podemos definir engenharia de manutenção conforme 
Kardec e Nascif (2001) como sendo um dos níveis mais elevados de investimento 
em manutenção em que se busca as causas das possíveis falhas já no projeto 
do equipamento, modificando situações permanentes de mau desempenho e 
possíveis problemas crônicos destes já no momento do seu projeto desenvolvendo 
a manutenibilidade. Assim, na engenharia de manutenção, buscamos:
• Identificar possíveis causas básicas de manutenção.
• Treinamento da mão de obra de manutenção e operação.
• Gestão profissionalizada e focada em resultados.
• Melhorar situações permanentes que possam gerar mau desempenho no 
produto.
• Melhorar padrões e sistemas.
• Redução de custos.
• Desenvolver a manutenibilidade do produto/processo.
• Eliminar problemas crônicos.
• Fornecer informações do produto/processo.
• Abastecer de informações técnicas o setor de compras.
• Intervenções planejadas.
• Utilização de técnicas preditivas e preventivas etc.
Agora que conhecemos alguns conceitos relacionados à manutenção, além 
de indicarmos mais alguns materiais complementares que trazem mais conceitos 
interessantes, vamos a seguir estudar as tipologias relacionadas à manutenção.
3 TIPOLOGIA DA MANUTENÇÃO NAS INDÚSTRIAS
Como já estudamos, a manutenção evolui através das eras industriais 
e agora que estamos no limiar da indústria 4.0, ela precisará acompanhar esta 
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
29
evolução também. Não conseguimos imaginar um mecânico andando com a 
sua chave de grifo e mais uma marreta de 5 kg para fazer a manutenção de um 
equipamento de precisão ou um técnico com suas ferramentas computadorizadas, 
ou quem sabe com uma I.A. (Inteligência Artificial) para análise do que está 
gerando a falha? Veja a figura a seguir.
FIGURA 6 – MANUTENÇÃO NA INDÚSTRIA 4.0
FONTE: O autor (2018)
Vamos agora desenvolver os conceitos relacionados a tipologias de 
manutenção, que estão relacionados a uma visão de engenharia de manutenção, 
para que você possa analisá-las, mas principalmente identificar formas de aplicá-
las dentro das organizações/empresas em que trabalha.
Para iniciar a descrever as tipologias ou classificações dos tipos de 
manutenção que estão em voga no mundo corporativo, vamos entender mais 
alguns focos e conceitos úteis para entender o motivo da evolução dos modelos e 
da engenharia de manutenção, então sempre buscamos na manutenção garantir a 
confiabilidade e a disponibilidade dos ativos para a operação/produção, e os ativos 
(do inglês asset) podem ser entendido como qualquer equipamento máquina ou 
sistema de uma fábrica (planta) ou instalação e todo o conjunto de bens duráveis 
que os compõem e que possuem um valor monetário. Logo podemos deduzir 
que o objetivo do setor de manutenção é manter todos os ativos funcionando e 
operacionais para a produção, veja a figura a seguir.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
30
FIGURA 7 – ATIVOS INDUSTRIAIS
FONTE: O autor (2018)
O engenheiro precisa conhecer as técnicas de manutenção comumente 
utilizadas na indústria que fazem parte do processo de gestão da manutenção de 
modo que possa interagir e desenvolver uma manutenção centrada em resultados 
e de modo a aplicá-las aos ativos de forma eficaz, garantindo longo tempo de 
operação.
Analisando os processos de manutenção, podemos afirmar que existem 
dois tipos básicos que podemos classificar a manutenção em uma organização, 
que são a não planejada e a planejada.
A primeira é a manutenção não planejada, a qual ocorre quando não 
existe um planejamento ou a sua programação de execução e que pode ocorrer 
a qualquer momento na empresa, e por isto é muito indesejada em nível 
organizacional, principalmente, por não ser planejada, é possível inclusive 
de o setor de manutenção não possuir as peças que falharam em seu estoque,gerando diversos transtornos para a sua aquisição e para a produção. Ela também 
é conhecida como manutenção corretiva, já que ela tem como objetivo corrigir 
problemas que ocorreram nos equipamentos. Podemos afirmar que a manutenção 
corretiva não planejada é a correção de uma falha que ocorreu de forma aleatória 
no equipamento.
A manutenção não planejada pode ainda ser dividida em dois tipos, ou 
seja a manutenção de falha inesperada que ocorre quando esta ocorre de forma 
repentina nos equipamentos de produção e a manutenção considerada de forma 
ocasional, a qual consiste nos consertos de falhas que não geram a parada de 
máquina por motivo de falha ou defeito, mas sim a manutenção é feito em 
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
31
momento de parada de máquina normal, como no exemplo de uma parada para 
troca de ferramental, ou mesmo no final de semana quando os equipamentos 
estão parados normalmente nas empresas que trabalham de segunda a sexta-
feira.
Prezado acadêmico, como você pôde perceber, a manutenção não planejada 
ou mais corriqueiramente conhecida como manutenção corretiva pode ser bem prejudicial 
para a produção, e hoje as grandes indústrias já não aceitam mais que ocorra, pois temos 
muitas técnicas para evitá-la. A SURPRESA é algo inaceitável na manutenção moderna.
DICAS
No mundo contemporânea, não podemos mais aceitar uma parada de 
máquina que não seja planejada, preparada para minimizar os seus efeitos na 
linha de produção, ou seja uma manutenção planejada. Como o nome sugere, a 
manutenção planejada ocorre com os gestores trabalhando de forma planejada e 
programada de suas ações. Podemos classificar as manutenções planejadas em 
manutenção preventiva que desenvolve um conjunto de procedimentos e ações 
de forma antecipada, que buscam manter os equipamentos em funcionamento, 
gerando a maior disponibilidade possível do equipamento para a produção. A 
manutenção preditiva é um tipo de manutenção de ação preventiva que tem como 
foco prever os possíveis problemas preventivamente baseada em conhecimentos 
prévios de manuais, fornecedores e outras técnicas matemáticas que buscam 
prever as condições de cada componente dos equipamentos produtivos, e que 
estudaremos mais profundamente a seguir. 
3.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA
O “sonho” de todo gestor de manutenção é conseguir prever 
antecipadamente todos os problemas que possam surgir antes que eles surjam 
e assim programar manutenções preventivas no momento oportuno, evitando 
assim as paradas não programadas da produção. Quanto mais as indústrias 
evoluem para a indústria 4.0 com máquinas automatizadas, mais premente é esta 
necessidade de antecipar as paradas de manutenção.
A manutenção preventiva busca manter o nível operacional dos ativos 
(equipamentos), buscando programar ações de manutenção periódicas a fim de 
reduzir as paradas não programadas e as deteriorações deles, de forma exagerada, 
que possa gerar prejuízos maiores à operação. A manutenção preventiva tem como 
base trabalhar métodos com base em previsão de durabilidade de componentes 
em relação ao tempo de trabalho do equipamento e em condições de se manter o 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
32
equipamento funcionando pelas ações do desempenho dos materiais estruturais, 
componentes utilizados, ambiente de trabalho como a corrosão, a fadiga entre 
outras condições que podem influenciar a deterioração do equipamento, conforme 
podemos ver na figura a seguir.
Um dos principais pontos em relação à manutenção preventiva é a 
necessidade de inspeção e execução de intervenção periódica no equipamento 
mesmo que inicialmente não seja identificado problema algum.
MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
MANUTENÇÃO
BASEADA NO
TEMPO
- Verificações diárias
- Verficações periódicas
- Inspeções periódicas
- Serviços periódicos
- Termografia
- Análise de Vibração
- Inspeção por Ultrassom
- Análise de óleo
MANUTENÇÃO
BASEADA NAS
CONDIÇÕES
FIGURA 8 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA
FONTE: Adaptado de Nascif e Dorigo (2013)
Prezado acadêmico, você precisa entender que a manutenção preventiva se 
baseia em inspeções periódicas, e sua execução, mesmo que não tenha sinais de deterioração 
aparente, uma das grandes falhas que vivenciamos é acreditar em julgamentos pessoais de 
que “eu acho que o equipamento ainda está bom”. A manutenção preventiva é baseada 
em probabilidades estatísticas que são muitas vezes explicadas pela “curva da banheira” 
como já estudamos anteriormente. Mesmo que aparentemente a peça a ser substituída 
esteja boa, a probabilidade de ela falhar é grande com o passar do tempo previsto para se 
fazer a manutenção. Como você pôde ver na figura anterior, na indústria 4.0, a Inteligência 
Artificial ajudará a planejar as manutenções preventivas baseadas em estatísticas temporais 
de vida dos componentes, bem como poderá mapeá-las através de diversas ferramentas e 
sensores de análise de condições dos componentes que ajudaram a desenvolver planos de 
manutenção preventiva.
DICAS
A manutenção preventiva é definida por Gurski (2002, p. 14) como “a 
atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, 
de acordo com um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos 
de tempo”.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONCEITOS RELACIONADOS À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
33
A NBR 5462 (1994, p. 7), define manutenção preventiva como a “manutenção 
efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, 
destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento 
de um item”.
Prezado acadêmico, esta dica é muito importante para você que está implantando 
a manutenção preventiva em uma organização e tem aquela dúvida inicial: onde começar? 
Qual é a periodicidade adequada para as manutenções? A verdade é que para iniciarmos a 
implantação da manutenção preventiva, devemos, inicialmente, fazer uma boa manutenção 
em todos os equipamentos, mapeando-os um a um e, se possível, registrar em um software 
específico de gestão da manutenção. Em seguida, é fundamental, através dos manuais dos 
equipamentos, estudar os equipamentos e verificar a periodicidade já estabelecida ou defini-
la como manutenção empiricamente, a fim de garantir que o equipamento não estrague, 
mantendo-se a disponibilidade e confiabilidade dele.
DICAS
Assim, podemos concluir que a Manutenção Preventiva busca evitar 
obstinadamente que as falhas ocorram, ou seja, ela procura trabalhar a prevenção 
em todas as suas formas, podemos citar como exemplo extremo de importância da 
manutenção preventiva setores da aviação, em que a sua adoção é fundamental, 
pois o fator segurança é condição sine qua non aos demais.
LEITURA COMPLEMENTAR
COMO ELABORAR UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA 
EFICIENTE?
Elaborar um plano de manutenção geralmente não é uma tarefa difícil 
de fazer. Mas criar um plano de manutenção abrangente e eficaz nos traz alguns 
desafios interessantes. Seria difícil apreciar as sutilezas do que torna um plano 
de manutenção eficaz sem entender como o plano faz parte do ambiente de 
manutenção como um todo. 
Um plano de manutenção pode ser criado com o auxílio de várias 
ferramentas. Algumas podem elevar ou diminuir a produtividade da construção, 
execução e gestão do plano. Mas independentemente da ferramenta escolhida, 
o que é e sempre será mais importante dentro do plano de manutenção são as 
informações nele contidas.
Para harmonizar todos os processos que interagem na manutenção 
preventiva, é fundamental a existência de um plano de manutenção que contenha 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
34
as seguintes informações:
• Que serviços serão realizados.
• Quando os serviços serão realizados.
• Quem são os responsáveis pela execução dos serviços (nome, cargo ou função).
• Que recursos

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