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Resumo de Retalho (Neligan, Sabiston e Goffi)

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Retalho 
É definido como um segmento de tecido parcial ou completamente isolado 
perfundido com seu próprio suprimento vascular. 
É a unidade constituída por pele e tela subcutânea transferida de uma área 
doadora para outra receptoras, sendo os vasos de seu pedículo responsáveis por 
sua nutrição. 
Opção de escolha quando é necessária uma cobertura acolchoada e durável para 
reconstruir um defeito tegumentar sobre estruturas vitais, tecidos desprovidos 
de membrana perivascular ou sobre implantes. 
Variam conforme a complexidade. Mais simples: relatlho cutâneo com 
suprimento vascular randômico até retalhos microvasculares contendo tecidos 
compostos. 
 
Anatomia Vascular da Pele 
 
Macrocirculação 
Ramos direitos da aorta (chamados segmentares) se dirigem aos grandes grupos 
musculares em feixes vásculo-nervoso. Estes ramos se dividem em 3 sistemas: 
 Artérias fáscio-cutâneas - correm pela fáscia que separa dois grupos 
musculares. 
 Artérias músculo-cutâneas – irrigam a musculatura, mantêm anastomoses 
com as artérias perfurantes. 
 Artérias cutâneas diretas – ramos de artérias segmentares que se situam no 
plano da fáscia superficial e emitem ramos para o plexo dérmico. 
Esses sistemas dão origem a plexos vasculares intensamente interligados que 
são: fascial, subcutâneo, cutâneo, dérmico (ou subdérmico) e dermo-epidérmico 
(ou subepidermal). 
Microcirculação 
É constituída por arteríolas, vênulas, anastomoses arteriovenosas e rede capilar. 
Tem como função permitir trocas metabólicas e controle do fluxo sanguíneo. 
As arteríolas dão origem à rede capilar onde ocorrem as trocas metabólicas. 
Histologicamente, arteríolas e anastomoses arteriovenosas possuem 
musculatura lisa inervada pelo sistema nervoso simpática (para controle do fluxo 
sanguíneo). Os vasos da rede capilar apresentam apenas a camada de células 
endoteliais. 
Classificação 
Segundo o tipo de tecido: 
 Retalhos fasciocutâneos 
 Retalhos musculocutâneo 
 Retalhos osteocutâneos 
Segundo o seu planejamento e método de transferência: 
 Avanço 
 Rotação 
 Transposição 
 Interpolação 
 
Segundo a origem do seu suprimento sanguíneo: 
 Randômicos ou ao acaso 
 Axial 
 Livre 
Retalhos Randômicos 
Baseiam-se na pressão de baixa perfusão encontrada nos plexos subdérmicos 
para manter o retalho, e não num vaso sanguíneo específico. 
São largamente utilizados na reconstrução de defeitos cutâneos incluindo 
aqueles resultantes de excisões de tumores malignos cutâneos pela operação de 
Mohs (O procedimento consiste na retirada do câncer da pele, camada por camada, e do exame de cada uma delas 
ao microscópio, até que se obtenha margem livre, ou seja, até a remoção completa do tumor. Após a obtenção da 
margem livre, é realizada a reconstrução da ferida (resultante da “retirada“ do tumor) 
Esses retalhos locais recrutam tecido adjacente com base em padrões de 
planejamento geométricos. 
Retalhos de avanço, rotação ou tranposição, zetaplasia, bilobado, romboide e de 
avanço V-Y (ou Y-V) são retalhos randômicos comumente usados. 
Zetaplasia 
Envolve a transposição de dois retalhos em forma de triângulos adjacentes para 
redirecionar e alongar uma cicatriz prévia. 
 
Os ângulos de uma zetaplasia podem ser aumentados para fornecer um 
alongamento maior. Normalmente é usado em um ângulo de 60 graus, que 
alonga o membro central em 75%. 
Retalho Bilobado 
É comumente utilizado para reconstrução nasal. Um grande retalho primário e 
um retalho secundário menor são transpostos para um defeito adjacente, 
levando o tecido adjacente frouxo para fechar a ferida. 
 
 
Retalho Romboide 
Utiliza um paralelograma com ângulos de 60 e 120 graus para transpor tecido 
para um defeito em forma de diamante. 
É uma opção de retalho extremamente versátil e a escolha de muitos cirurgiões. 
 
 
 
Retalho em avanço tipo V-Y (ou Y-V) 
Comumente utilizados a fim de alongar cicatrizes em torno do nariz ou boca. 
Uma pequena incisão na base do retalho, avançando pelo pedículo, pode 
diminuir a tensão em sua extremidade, criando, assim, um arco maior de rotação, 
se essa incisão for muito exagerada ou existir tensão no retalho, pode haver 
isquemia no retalho e risco para sua viabilidade. 
 
 
 
Retalho Axial 
É baseado em um vaso sanguíneo específico, constituindo um retalho cutâneo ou 
musculocutâneo estável e reprodutível. 
Os retalhos podem ser levantados englobando a fáscia subjacente 
(fasciocutêneo), que recruta suprimento sanguíneo fascial e, através disso, 
aumenta a vascularização do retalho. 
O retalho axial promove o comprimento e volume sanguíneos necessários que 
usualmente o retalho randômico não consegue. 
O retalho axial que permanece ligado ao seu suprimento vascular proximal e é 
transposto para o defeito denomina-se retalbo pediculado. 
Alternativamente, o pedículo vascular pode ser completamente seccionado, o 
tecido é transferido e os vasos reanastomosados aos vasos receptores na sua 
nova localização (esse técnica requer uso de microscópio  microcirurgia  
utilizada fios de calibre entre 8-0 a 11-0 permitindo realizar suturas e vasos 
menores que 1,0mm de diâmetro). 
Autonomização 
Consiste em incisar a pele e a tela subcutânea mantendo mais de um pedículo já 
definindo a forma e a dimensão do futuro retalho. 
Descolá-lo em plano supra-aponeurótico. A circulação será feita por vários 
pedículos garantindo o fluxo capilar até que o tônus vascular esteja restabelecido. 
História dos Retalhos 
Um conceito prévio de anatomia vascular no que se refere à cirurgia com retalho 
foi o raciocínio de que a circulação dérmica foi baseada no plexo subdérmico 
longitudinal. 
Embora limitado em seu alcance, o retalho de padrão aleatório pode ser elevado 
e rodado para proporcionar uma pele viável e tecido subcutâneo para cobrir uma 
ferida ou lesão adjacente. 
Tentativas de usar um retalho com padrão aleatório baseado na circulação 
subdérmica distante do local da lesão resultaram eventualmente na introdução 
do retalho tubular pediculado. 
Apesar disso, o retalho randomizado não ofereceu uma nova fonte de circulação 
quando transferido para um sítio distante. Dessa forma, os sucessos desses 
retalhos ultimamente dependem do ambiente do local da ferida para a nutrição. 
Outras restrições de retalhos aleatórios incluem o arco limitado de rotação, a 
proximidade do retalho à ferida e a zona associada de lesão, e a resistência 
bacteriana reduzida. 
O objetivo do procedimento cirúrgico de autonomização de um retalho é 
melhorar sua circulação, garantindo a sobrevida do mesmo após o avanço, 
transposição ou transplante para um sítio de defeito. O procedimento cirúrgico 
de autonomização do retalho pode ser usado para aumentar a circulação para o 
músculo ou fáscia ou para melhorar as conexões vasculares para o território 
cutâneo ou para as estruturas adjacentes a serem incluídas durante as elevações 
dos retalhos (tendão, fáscia e osso). 
Existem duas teorias que descrevem o mecanismo potencial pelo qual o 
fenômeno de autonomização evita a necrose dérmica. A primeira é que o 
procedimento de autonomização aclimata o retalho à isquemia (tolerância), 
permitindo que o retalho sobreviva com menor fluxo sanguíneo do que 
normalmente seria necessário. A segunda teoria é que o procedimento cirúrgico 
tardio melhora a vascularização pelo aumento do fluxo através dos vasos pré-
existentes, reorganizando o padrão de fluxo sanguíneo para as áreas mais 
isquêmicas. 
O procedimento cirúrgico de autonomização dos retalhos é realizado de duas 
formas: autonomização padrão, com uma incisão na periferia do territóriocutâneo ou elevação parcial do retalho; e autonomização estratégica, com a 
divisão de pedículos selecionados para o retalho, para melhorar a perfusão 
através do pedículo ou pedículos remanescentes. 
O território cutâneo do retalho é delineado e são realizadas incisões totais ou em 
parte da borda de um território cutâneo planejado. 
 
A seguir, é realizado um descolamento cirúrgico mínimo a parcial do retalho. As 
incisões então são fechadas. Em seguida, o retalho é elevado após 10-14 dias. Foi 
observado que, após 1 semana, o fluxo sanguíneo dentro da área do 
procedimento cirúrgico alcança um pico máximo. 
O procedimento de autonomização estratégico do pedículo é realizado fazendo 
incisões na borda do território cutâneo planejado do retalho. A dissecção é 
realizada de forma profunda no músculo ou fáscia, dependendo do tipo de 
retalho, para alcançar os pedículos na entrada do território do retalho. 
O segundo estágio de elevação do retalho é realizado após um período de 2 
semanas. A eficácia do procedimento de autonomização estratégico com base na 
ligação do pedículo vascular dominante foi demonstrada inicialmente no modelo 
invertido do retalho musculocutâneo do grácil. 
Como ocorre com o retalho de padrão aleatório, a limitação do retalho com 
procedimento cirúrgico de autonomização refere-se ao suprimento sanguíneo 
paralelo não eficiente. O procedimento cirúrgico de autonomização do retalho 
apresenta também desvantagens: é necessária uma cirurgia preliminar; é 
possível a ocorrência de uma lesão acidental no pedículo selecionado para o 
projeto do retalho; e o tecido cicatrizado resultante no sítio do procedimento 
cirúrgico tardio do retalho pode prejudicar a manipulação subsequente e a 
inserção do retalho no sítio receptor. 
Entretanto, a necessidade de retalhos mais longos sem um requisito do 
procedimento de autonomização resultou na identificação de retalhos com 
territórios vasculares específicos baseados no mapeamento dos pedículos 
vasculares superficiais com um alinhamento axial. 
 
Os retalhos axiais baseados nesse conceito incluem a fronte lateral (artéria 
temporal superficial), a região deltopeitoral (ramos mamários internos), 
groin(artéria circunflexa ilíaca superficial) e a região dorsal do pé (artéria dorsal 
do pé ). O desenvolvimento desses retalhos axiais causou um grande impacto, 
especialmente na reconstrução de cabeça e do pescoço, bem como da 
extremidade superior. 
Os retalhos axiais mais longos, não submetidos ao procedimento cirúrgico de 
autonomização, tornaram possível a reconstrução imediata de defeitos na cabeça 
e pescoço, virilha e extremidade superior, incentivando a busca por novos 
retalhos baseados em pedículos vasculares consistentes no tronco e 
extremidades. O músculo foi logo identificado como uma fonte de tecido que 
poderia ser separada de sua origem normal ou inserção e transposto como um 
retalho baseado em seu suprimento vascular principal (dominante). 
A análise complementar da circulação dérmica revelou a existência de vasos 
perfurantes musculocutâneos importantes suprindo a pele sobrejacente, 
alterando a abordagem para o projeto do retalho. Esse processo conduz 
eventualmente para o conceito de que músculos e fáscia apresentam pedículos 
vasculares distintos. O sucesso de retalhos musculares na cirurgia reconstrutiva 
é baseado no suprimento sanguíneo seguro. Com o conhecimento do local e a 
preservação subsequente dos pedículos vasculares para a musculatura, todo 
músculo pode ser rodado como um retalho. 
Retalhos musculares musculocutâneos 
Em 1981, Mathes e Nahai descreveram um sistema de classificação para 
músculos baseado nas seguintes relações anatômicas entre músculo e seus 
pedículos vasculares: 
1. O local de origem do pedículo penetrando o músculo. 
2. O número e o tamanho do pedículo. 
3. O local do pedículo no que se refere à origem do músculo e inserção. 
4. Os padrões angiográficos dos vasos intramusculares. 
Existem cinco padrões vasculares diferentes, pelos quais diversos músculos são 
classificados: 
Tipo I: um pedículo vascular 
Os músculos Tipo I são supridos por um único pedículo vascular. 
 
Tipo II: pedículo vascular dominante e pedículo menor 
Os músculos Tipo II são supridos por um pedículo vascular menor e um 
dominante. O pedículo vascular dominante em geral sustentará a circulação 
desses músculos, após a elevação do retalho quando os pedículos menores são 
seccionados. Esse é o padrão mais comum de circulação observado na 
musculatura humana. 
 
Tipo III: dois pedículos dominantes. 
Os músculos Tipo III possuem dois pedículos vasculares amplos, com origem 
vascular distinta. Esses pedículos apresentam uma origem separada de circulação 
ou estão localizados em lados opostos do músculo. A secção de um pedículo 
durante a elevação do retalho raramente resulta na perda de músculo dentro de 
sua distribuição vascular. O músculo geralmente sobreviverá com um de seus 
pedículos vasculares dominantes. Esse padrão vascular permite que o músculo se 
divida, possibilitando o uso de apenas parte da musculatura como um retalho 
muscular ou musculocutâneo. 
 
Tipo IV- pedículos vasculares segmentar 
Os músculos tipo IV são supridos pelos pedículos vasculares segmentares, 
penetrando ao longo do ventre muscular. Cada pedículo fornece circulação para 
um segmento do músculo. A secção de mais de dois ou três dos pedículos durante 
a elevação de um retalho pode resultar em necrose da porção distal do músculo. 
 
Tipo V - um pedículo vascular dominante e pedículos vasculares segmentares 
secundários 
Os músculos tipo V são supridos por um único pedículo dominante e pedículos 
secundários vasculares segmentares. Esses músculos apresentam um pedículo 
vascular dominante amplo próximo da inserção do músculo com diversos 
pedículos segmentar es na proximidade da origem. A vascularização interna pode 
ser suprida pelos pedículos dominantes ou segmentares e, desta forma, o 
músculo pode ser elevado como um retalho em cada sistema vascular. 
 
 
 
 
Retalhos fasciocutâneo da fáscia 
Um retalho fascial consiste da fáscia separada de sua origem normal ou inserção, 
transposta para um outro local. A ausência de pele sobrejacente e gordura 
representa um retalho frágil. Um retalho fasciocutâneo, originalmente 
denominado retalho axial, inclui a pele, tecido subcutâneo e fáscia subjacente. 
O suprimento vascular é originado na base do retalho, a partir dos perfurantes 
musculocutâneos ou diretamente dos ramos septocutâneos das artérias 
principais (ou maiores). 
Três sistemas vasculares principais da fáscia profunda: 
1. Artérias perfurantes da musculatura subjacente liberam diversos ramos 
irradiadores que perfuram a fáscia antes de prosseguir para o plexo subdérmico. 
2. Artérias subcutâneas percorrendo a região de gordura, anastomosando 
frequentemente com o plexo superficial da fáscia profunda e entre ambos . 
3. Artérias subfasciais surgindo a partir do septo intermuscular percorrendo no 
tecido conjuntivo (areolar) frouxo abaixo da fáscia profunda, e adjacente do plexo 
superficial e profundo. 
Esses pedículos consistem de uma artéria (geralmente um ramo da artéria para a 
região anatômica específica da fáscia e da musculatura regional) e veias 
comitentes emparelhadas. 
Retalhos fasciocutâneos tipo A apresentam um pedículo vascular para a fáscia 
profunda que surge a partir de uma fonte regional, percorrendo inicialmente 
abaixo da fáscia profunda e, eventualmente, prossegue seu curso superficial para 
a fáscia profunda. Esse pedículo fornece inúmeros perfurantes fasciocutâneos 
para a pele. O curso relativamente superficial e longo do pedículodominante 
permite a avaliação por palpação ou sonda Doppler. 
 
 
Retalhos fasciocutâneos tipo B apresentam um pedículo septocutâneo, que 
percorre entre os grupos musculares principais em um septo intermuscular ou 
entre os músculos adjacentes. Esse pedículo está localizado dentro do septo 
intermuscular ou no espaço potencial entre os músculos adjacentes e supre um 
sistema vascular fascial regional. 
 
 
Retalho fasciocutâneo tipo C - Em certas regiões, os perfurantes 
musculocutâneos maiores penetram a fáscia profunda e contribuem tanto para a 
circulação cutânea como da fáscia profunda. O projeto de um retalho 
fasciocutâneo pode ser baseado nesses vasos perfurantes dominantes, sem 
incorporação da musculatura subjacente. 
 
Cormark e Lamberty classificaram também os retalhos fasciocutâneos de acordo 
com a anatomia vascular. O retalho tipo A é suprido por múltiplos perfurantes. 
fasciocutâneos que penetram na base do retalho e se estendem por toda a 
extensão longitudinal. O retalho pode ser baseado de forma proximal ou distal, 
ou como uma "ilha". O retalho tipo B apresenta um único perfurante 
fasciocutâneo, que é de tamanho moderado e razoavelmente estável. Esse tipo 
de retalho é direcionado para uso como um retalho livre. O retalho tipo C é 
baseado em múltiplos perfurantes pequenos que percorrem ao longo de um 
septo fascial. A artéria de suprimento está incluída dentro do retalho. Esse 
retalho pode apresentar uma base proximal ou distal, ou como um retalho livre. 
O retalho tipo D é osteomuscular fasciocutâneo baseado em múltiplos 
perfurantes pequenos semelhantes ao retalho tipo C, porém inclui também uma 
porção óssea e de músculo adjacente. Esse retalho pode apresentar uma base 
proximal ou distal em um pedículo ou ser usado para transplante de tecido 
microvascular. 
 
 
 
 
Vantagens: 
 
Retalhos perfurantes 
Os aperfeiçoamentos complementares na aplicação do retalho têm conduzido 
para o desenvolvimento de retalhos perfurantes. Os retalhos perfurantes têm 
evoluído a partir de retalhos musculocutâneos e fasciocutâneos sem levar 
músculo ou fáscia. Foi demonstrado que nem o músculo carregador de forma 
passiva nem o plexo vascular fascial profundo são necessários para a sobrevida 
do retalho. As vantagens dos retalhos perfurantes incluem a morbidade reduzida 
da área doadora, a versatilidade no desenho do retalho, a preservação muscular 
(menor déficit funcional) e uma melhor recuperação pós-operatória do paciente. 
As desvantagens dos retalhos perfurantes incluem a dissecção meticulosa, 
necessária para isolar os vasos perfurantes (resultando no aumento do período 
de cirurgia), a variabilidade da posição e do tamanho dos vasos perfurantes e a 
facilidade com que os vasos podem ser danificados. 
Geddes sugeriram a padronização da nomenclatura dos retalhos de perfurantes 
pela descrição de todos os retalhos de perfurantes de acordo com a artéria 
principal de origem. Nesse sistema, os retalhos cutâneos estão divididos em 
retalhos cutâneos ou retalhos de perfurantes musculocutâneos. Os retalhos 
cutâneos incluem aqueles descritos previamente como axiais, septocutâneos e 
fasciocutâneos (retalhos fasciocutâneos tipo A e B, de acordo com Mathes e 
Nahai). Os retalhos de perfurantes musculocutâneos são os retalhos 
fasciocutâneos tipo C de acordo com Mathes e Nahai, nos quais o pedículo para 
o retalho perfurante é o dominante ou o pedículo principal para o músculo, com 
seu vaso perfurante passando através do músculo para a fáscia sobrejacente, 
tecido subcutâneo e pele. Considerando que o músculo é excluído do retalho, o 
retalho de perfurante é anatomicamente um retalho fasciocutâneo tipo C. 
Os sítios doadores de retalhos de perfurantes aceitáveis apresentam quatro 
características comuns: (1) suprimento sanguíneo adequado e previsível; (2) ao 
menos um vaso perfurante amplo (diâmetro≥0,5 mm ); (3) extensão suficiente do 
pedículo para a anastomose necessária, a não ser que o retalho seja usado como 
um retalho pediculado; (4) capacidade para fechar o sítio doador primeiramente. 
Os retalhos de perfurantes usados normalmente incluem o retalho de perfurante 
da artéria epigástrica inferior profunda, o retalho de perfurante da artéria glútea 
superior, retalho de perfurante da artéria toracodorsal, retalho anterolateral da 
coxa, retalho de perfurante do músculo tensor da fáscia lata e retalho de 
perfurante da artéria sural medial. 
 
Classificação das vísceras abdominais 
Para o transplante microvascular, o segmento do intestino (jejuno ou colón) é 
elevado em uma arcada vascular com um único vaso dominante, um padrão de 
circulação tipo I. Em circunstâncias excepcionais, duas arcadas devem ser 
incluídas para garantir a viabilidade desse segmento mais longo do intestino. 
Nesse caso, o padrão de circulação será tipo III (duas arcadas dominantes ou 
pedículos). É possível reconstruir o esôfago a partir da base da língua para o 
estômago com um segmento longo de jejuno. Outras utilizações do cólon ou do 
jejuno como retalhos foram para a reconstrução vaginal. 
O omento pode ser determinado como um retalho de transposição nos vasos 
gastroepiploicos da direita ou da esquerda e é assim classificado como tendo um 
padrão de circulação tipo III. Usado para reconstruir uma ampla variedade de 
defeitos intraperitoneais, demonstrando possuir propriedades imunológicas e 
angiogênicas, mas tem risco de infecção da parede abdominal e hérnia. 
 
 
Expansão de tecido 
Tecnicamente, o expansor de tecidos é inserido sob a pele para proporcionar um 
mecanismo que possibilite o aumento das dimensões da pele e oferecer uma 
circunferência dérmica suficiente para projetar um retalho de transposição ou de 
avanço. Se for planejado um retalho fasciocutâneo, o expansor é colocado abaixo 
da fáscia profunda. Se for planejado um retalho musculocutâneo, o expansor é 
colocado abaixo da superfície profunda do músculo. 
O expansor não deve ser colocado diretamente abaixo do pedículo vascular 
dominante no seu ponto de entrada no território do retalho para evitar a lesão 
do pedículo durante o processo de expansão. Embora seja possível a expansão 
imediata da pele, a expansão prévia geralmente é realizada antes da elevação do 
retalho. Durante um intervalo de tempo determinado, normalmente 6 semanas 
a 3 meses, o expansor é preenchido com solução salina em intervalos semanais. 
Quando a quantidade de expansão estabelecida for alcançada, o expansor é 
removido e o território cutâneo do retalho modificado é conduzido para a 
reconstrução. 
Retalhos musculares funcionais 
A liberação da origem ou inserção do retalho de transposição muscular resultará 
na perda de função muscular. Entretanto, muitos dos retalhos musculares podem 
ser projetados tanto para a cobertura como para a transferência de músculos 
funcionais. Para a função ser preservada, o nervo motor deve ser preservado 
juntamente com o suprimento vascular dominante; o músculo deve ser 
reinserido a um novo osso ou tendão através de uma articulação; e o músculo 
deve exercer uma força direta em seu novo ponto de inserção. Músculos 
adequados: músculos latíssimo, glúteo máximo (segmentar ), grácil, 
gastrocnêmio e serrátil. 
O retalho do músculo Iatíssimo do dorso tem sido usado para: proporcionar 
movimento neodiafragmático para o reparo de hérnias diafragmáticas 
congênitas recorrentes; restaurar a função dos joelhos após a ressecção do 
mecanismo do quadríceps na extremidade inferior; restaurar o movimento do 
ombro e cotovelo na extremidade superior; e restaurar a função oral e nasal após 
a ablação de tumores da cabeça e do pescoço. 
Retalho sensorial 
Os nervossensoriais específicos são identificados no território cutâneo de muitos 
retalhos disponíveis para a cirurgia reconstrutiva. Tanto os retalhos de 
transposição fasciocutâneos com os musculocutâneos podem ser indicados para 
incorporar o nervo sensorial na base do retalho. Se o nervo cutâneo não penetrar 
a base do retalho na proximidade do pedículo vascular, é possível também dividir 
o nervo sensorial durante a elevação do retalho e depois coaptar o nervo a um 
nervo sensorial adequado no sítio receptor. 
Retalhos combinados 
Dois retalhos musculares frequentemente compartilham uma fonte regional 
comum para suas veias ou artérias dominantes. Ambos os retalhos podem ser 
elevados simultaneamente e também transpostos como um retalho regional ou 
transplantados pela cirurgia microvascular baseada na veia ou artéria regional 
comum. 
Aplicação do retalho 
O conceito de escada reconstrutiva foi proposto para estabelecer prioridades 
para a seleção da técnica baseada na sua complexidade e nos requisitos do 
defeito para o fechamento seguro da ferida. 
 
Um novo paradigma, o triângulo reconstrutivo, é mais apropriado à luz de opções 
mais sofisticadas disponíveis atualmente. Isso enfatiza a seleção de uma técnica 
que alcança seguramente uma reconstrução bem-sucedida e restaura forma e 
função. 
 
 
Pós-operatório do Retalho 
A avaliação clínica é o padrão-ouro para monitorar o retalho livre, embora 
também possa ser avaliada por Doppler e monitoração da temperatura. 
A causa mais comum de insucesso do retalho é a congestão venosa. Na suspeita 
do problema, a primeira atitude consiste em remover os pontos de sutura para 
aliviar a pressão do retalho, além de drenar qual tipo de coleção fluida, eliminar 
fontes de torção do pedículo vascular, examinar e, possivelmente, revisar a 
anastomose arterial e/ou venosa. Outro alternativa para congestão venosa 
significativa é a terapia com sanguessugas. 
Muitos agentes farmacológicos tem sidos usados para manipular o tônus 
vascular, cascata de coagulação e redução dos efeitos adversos de mediadores 
inflamatórios liberados pela via do ácido aracdônico.

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