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Protocolo de Estética Protocolo de Estética Edição 01 - Ano 2013 Autores Vanderlei Salvador Bagnato Fernanda Paolillo Priscila Fernanda Campos de Menezes Cecília do Amparo Manoel A p li c a ç ã o e P r in c íp io s d a F o to te r a p ia E st é ti c a Este livro tem por objetivo nivelar o conhecimento de todos os profissionais da saúde quanto aos benefícios da fototerapia na estética. A compreensão dos princípios de interação da luz com a pele possibilita aos profissionais da área de saúde um maior entendimento sobre a forma efetiva do tratamento estético da pele. Prefácio A p li c a ç ã o e P r in c íp io s d a F o to te r a p ia E st é ti c a Sumário 03 A p li c a ç ã o e P r in c íp io s d a F o to te r a p ia E st é ti c a Introdução....................................................................................... Propriedades benéficas da luz........................................................... Princípios básicos da fototerapia....................................................... 3.1. Mecanismos de interação da luz com a pele.......................... Principais tratamentos na fototerapia estética..................................... 4.1. Envelhecimento da pele........................................................ 4.2. Hidratação.......................................................................... 4.3. Acne................................................................................... 4.4. Manchas............................................................................. 4.5. Estrias................................................................................. 4.6. Celulite............................................................................... Interação da luz com cosméticos, dermocosméticos e outras tecnologias..................................................................................... Tipos de luzes utilizadas nos tratamentos dermatológicos e estéticos.......................................................................................... 6.1. Aplicação da luz na estética.................................................. 6.2. Tratamentos específicos da pele............................................ Aplicações e protocolos.................................................................... 7.1. Metodologia para Anamnese................................................ 7.2. Preparo da pele antes da aplicação da fototerapia................. 7.3. Protocolos sugeridos............................................................ 7.3.1. Acne.......................................................................... 7.3.2. Celulite e Gordura localizada...................................... 7.3.3. Drenagem linfática..................................................... 7.3.3. Estrias........................................................................ 7.3.5. Hematomas............................................................... 05 07 08 09 14 14 14 16 17 17 18 21 23 25 27 30 30 30 31 31 33 33 35 36 Sumário 04 A p li c a ç ã o e P r in c íp io s d a F o to te r a p ia E st é ti c a 7.3.6. Limpeza de pele e hidratação com fototerapia.............. 7.3.7. Maquiagem definitiva e micropigmentação................... 7.3.8. Olheiras vasculares e/ou hiperpigmentação peri-orbital e edema palpebral............................................................... 7.3.9. Pós laser fracionado e peelings químicos profundos...... 7.3.10. Pós operatórios (cirurgias estéticos)............................ 7.3.11. Quelóide................................................................. 7.3.12. Rejuvenescimento e efeito lifting................................. 7.3.13. Sequela de acne e hiperpigmentação (manchas), pós peelings mecânicos de cristal e diamante ou peelings químicos.............................................................................. 7.3.14. Tratamento da dor.................................................... 7.3.15. Tricoterapia - Terapia capilar...................................... Referências Bibliográficas................................................................. 37 39 39 40 42 43 44 47 54 54 55 Introdução O uso da luz como elemento de tratamento para diversas patologias tem uma longa historia que remonta os primórdios da história do homem [1]. Acreditava os antigos que o poder terapêutico da luz superava as demais alternativas para a cura de diversos males. Ainda, no século 19 e começo do século 20, terapias que utilizavam a luz como elemento essencial era comum em toda a Europa e Ásia, incluindo até tratamentos para tuberculosos que envolviam ciclos de exposição solar dos pacientes com alternâncias de climas. Com o advento da fármacoquímica as técnicas terapêuticas com o uso da luz ficaram em um segundo plano tendo em vista o grande avanço farmacológico dos últimos 100 anos. O advento dos antibióticos eliminou por completo possíveis avanços na fototerapia nesta direção. Posteriormente, o uso de cosméticos substituiu na estética, feminina principalmente, os hábitos de utilização de luz natural ou artificial como ferramentas alternativas para tratamentos estéticos. Com o passar do tempo, todos estes produtos tantos farmacêuticos como cosméticos evoluíram muito passando a ser quase uma necessidade para o uso humano. Em paralelo, a sociedade vem sofrendo grandes transformações e o período dentro do qual as pessoas utilizam técnicas para a manutenção da estética tem se estendido. O aumento da expectativa de vida ocorre de forma acentuada e tem transformado os fatos que eram considerados normas na mudança visual em praticamente doenças que contribuem de forma negativa para a autoestima e convivência social. Se no passado celulite, rugas e linhas, estrias, manchas eram consideradas naturais com o passar da idade, hoje já não são mais aceitáveis nos padrões de estética humana. Esta mudança de perfil da sociedade e das suas necessidades fez com que antigos conceitos e técnicas fossem revisitados e modernizados para o amplo uso tanto na terapêutica quanto na estética. 05 O advento dos lasers causou uma revolução nos procedimentos estéticos, pois adicionaram aos bem estabelecidos procedimentos cirúrgicos um certo teor de menor agressividade aos tratamentos (não invasivo). Apesar disso, os lasers de alta potência constituem-se em procedimentos quase cirúrgicos, no qual as técnicas de ablação e cortes são utilizadas e, portanto, são procedimentos que demandam cuidado pós-tratamento. Simultaneamente, as técnicas de fototerapia de baixa e média potência cresceram no ponto de vista cientifico e de aplicação clínica, incorporando diversas modalidades profissionais, como da fisioterapia, do condicionamento físico e da estética. A evolução dos lasers e LEDs permitiu o avanço rápido na produção de equipamentos e propiciou grande assistência aos profissionais, ao mesmo tempo em que promoveu segurança e eficácia aos pacientes. Os tratamentos que há algumas décadas só poderiam ser realizados em hospitais por médicos ou em clinicas especializadas, hoje encontram no desenvolvimento tecnológico a possibilidade de serem aplicados por diversos profissionais, entre eles, os esteticistas efisioterapeutas, de forma eficiente e mais acessível. O intuito deste texto é informar, aos profissionais ou usuários da fototerapia aplicada na estética, os fatos considerados relevantes para o amplo uso da fototerapia com segurança e sucesso. O conhecimento dos princípios básicos da interação da luz com o tecido biológico, bem como dos instrumentos utilizados nestes procedimentos e os protocolos que podem ser aplicados estão aqui expostos de forma simplificada e de fácil compreensão. O entendimento do uso da luz nas áreas da estética e fisioterapia para diversos tratamentos está longe de ser totalmente compreendido. Estudos científicos e clínicos têm possibilitado uma rápida evolução deste entendimento, fato que tem permitido melhorias contínuas e rápidas dos resultados obtidos. 06 2. Propriedades benéficas da luz As propriedades benéficas da luz (fototerapia) têm sido revisitadas ao longo dos anos, já que se trata de uma das mais antigas terapias no tratamento de doenças. Esta terapia que utilizava a luz do sol natural para tratamento médico da pele de diferentes desordens, por exemplo, psoríase, vitiligo, icterícia neonatal e acne, atualmente, encontra-se bem difundida nos procedimentos dermatológicos de prevenção e tratamento da pele [1]. A luz solar ou luz branca é constituída pela radiação ultravioleta e visível (UV-VIS), bem como pela radiação infravermelha. A radiação pode apresentar efeitos benéficos ou maléficos dependendo do comprimento de onda utilizado [2]. Neste contexto, o entendimento dos princípios da fototerapia, isto é, da interação da luz com a pele e dos efeitos dos diferentes comprimentos de onda ou cores, permite maior segurança e efetividade dos tratamentos. Atualmente, a luz solar já não é a fonte mais utilizada para fototerapia o advento dos lasers e LEDs tornaram possíveis à criação de eficientes fontes de luz que permitem realizar de forma controlada diversos tratamentos. O uso destas fontes de luz tem comprovada eficiência e recebe embasamento cientifico advindo de quase toda a parte do mundo inclusive de grandes centros médicos como, o da universidade de Harvard, de Miami, de Michigan, de Minnesota, entre outros centros. O uso benéfico da luz vai desde o tratamento da icterícia neonatal passando pela estética e atingindo técnicas modernas para tratamentos de câncer. Na estética, a fototerapia vem sendo aplicada no tratamento de estrias, manchas, celulite, acne, bolsas e olheiras, contra os efeitos adversos do envelhecimento e fotoenvelhecimento (rugas, linhas de expressão, elasticidade e firmeza), bem como na alopecia, no pós- operatório, nos processos de cicatrização da pele, para analgesia, drenagem linfática e hidratação, além de ser aplicada em hematomas, rosáceas, entre outros. 07 3. Princípios básicos da fototerapia Para entendermos os princípios básicos de interação da luz com o tecido biológico e seus efeitos terapêuticos é preciso ter uma noção sobre o tecido biológico e sua interação com a luz. De forma simplificada, a luz é um fenômeno de natureza elétrica e magnética que vem sendo estudada de forma profunda, por exemplo, pela física e engenharia. A essência da luz no que diz respeito a sua interação com a matéria é sem duvida a sua natureza elétrica. Um dos grandes sucessos da física moderna foi ter entendido que a luz contém uma voltagem (campo elétrico) que oscila no tempo e espaço. Ainda, a frequência com que esta oscilação ocorre determina a sua cor. Já a ampla variedade de frequências ou comprimentos de onda da luz dá origem ao chamado espectro da radiação eletromagnética (Figura 1). É incrível que ondas de radio, micro-ondas, radiofrequência, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios-X e radiação gama constituem o mesmo principio físico que é a luz [3]. De acordo com cada faixa do espectro eletromagnético, a luz interage de forma diferente com a matéria. Se por um lado a luz é de 08 Figura 1: Espectro eletromagnético. Fonte: http://luztecnologiaearte.weebly.com/luz-natural-e-luz-cecircnica.html natureza elétrica por outro a matéria também o é. A composição de tudo que existe no universo inclusive os tecidos biológicos são feitos de átomos e moléculas compostos das cargas fundamentais (prótons, nêutrons e elétrons). Os elétrons realizam as ligações químicas através dos quais tudo adquire a forma e funcionalidade que tem. Na matéria bruta, as ligações químicas e configurações de cargas são fixas, enquanto na matéria viva ou biológica a ocorrência das reações metabólicas faz com que exista uma mudança dinâmica destas configurações [4]. Pela natureza elétrica da luz e da matéria ocorre uma grande interação entre elas. As cargas da matéria podem ser severamente modificadas quando interagindo com a luz. Esta interação é acompanhada de modificações importantes nas rotas bioquímico- metabólicas que podem sofrer aceleração resultando em fenômenos bioquímicos mais rápidos. Este mecanismo básico de interação da luz com a matéria é o pilar principal que torna capaz de sustentar o desenvolvimento da fototerapia. Fototerapia é o tratamento através da luz e eficientes fontes de luz são laser e LEDs. Laser é um acrônimo da palavra em inglês Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation e sua tradução para o português significa a amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. Enquanto, o LED é um acrônimo da palavra Light Emitting Diodes e sua tradução significa diodos emissores de luz [3]. Laser e LED apresentam propriedades que os diferenciam. O laser produz um feixe de luz monocromático (mesmo comprimento de onda eletromagnética com pouca dispersão do calor), altamente colimado (paralelo) e com sincronização da radiação com ondas eletromagnéticas que apresentam coerência temporal e espacial, no qual os picos e vales das ondas se coincidem. Diferentemente do laser, a luz originada do LED não é coerente, nem colimada e atua numa banda mais ampla de comprimento de onda, mas produzem uma banda de espectro eletromagnético próxima do laser. 3.1.Mecanismos de interação da luz com a pele Os efeitos da interação da luz com os tecidos biológicos, através de eventos fotoquímicos e fotofísicos, são aqueles relacionados às 09 mitocôndrias celulares que sofrem modificações estruturais e metabólicas. A luz penetra nos tecidos e são absorvidas pelos fotoaceptores celulares denominados cromóforos. Os diferentes tipos de biomoléculas presentes nas células, citoplasma celular, bem com na própria membrana celular (proteínas, lipídeos, ácidos nucleicos, porfirinas) absorvem esta luz. Assim, as mitocôndrias que são organelas especializadas na regulação do metabolismo celular são então fotoativadas para estimular ou regular os processos fisiológicos [5]. Então, a luz age no metabolismo energético celular quando absorvida por fotoaceptores celulares, como a enzima citrato sintase, NADH desidrogenase e citocromo C oxidase, que aceleram o transporte de elétrons na cadeia respiratória da mitocôndria (Figura 2), aumentam a síntese de energia [adenosina trifosfato (ATP)] e possibilitam diversos efeitos terapêuticos, como alterações nas expressões de DNA/RNA, ação antiinflamatória e regeneração do tecido ósseo,, muscular, neural e, principal-mente, o cutâneo [6]. É importante ressaltar que a fotobioestimulação gera aumento da proliferação de fibroblastos, com consequente aumento de proteínas de colágeno, elastina, proteoglicanas e outros componentes da matriz extracelular, bem como possibilita o aumento dos vasos sanguíneos e do aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos,o que potencializa o aumento do metabolismo e renovação celular (aumento da proliferação celular controlada) [7]. A absorção e penetração da luz no tecido biológico são 10 Figura 2: A luz interage com as moléculas no interior da célula e altera seu ritmo biológico com aceleração das reações bioquímicas o que promove diversos efeitos terapêuticos. Fonte: http://www.thorlaser.com/LLLT/ how-does-LLLT-work.htm dependentes do comprimento de onda e dos cromóforos no tecido. A hemoglobina e a melanina tem alta absorção nas bandas com comprimentos de onda menores que 600 nm. Enquanto, a água começa a absorver significativamente em comprimentos de onda maior que 1.150 nm. Assim, a janela óptica terapêutica é primeiramente limitada pela absorção, devido ao sangue em menores comprimentos de onda e à água em maiores comprimentos de onda [8]. Isto explica o fato do infravermelho mostrar maior penetração nos tecidos corpóreos comparado à luz visível. Então, o infravermelho é utilizado para atingir estruturas corpóreas mais profundas que vão além da pele, com consequentes efeitos não só na pele, mas também sobre a gordura localizada, drenagem linfática, tratamento da dor e aumento da atividade osteo-neuro-muscular. Em relação à luz visível, seu amplo uso é evidente nos tratamentos dermatológicos e estéticos em decorrência da sua maior absorção nas camadas da pele e menor penetração tecidual [9]. Em relação ao espectro eletromagnético na faixa do ultra-violeta (UV), menores comprimentos de onda são ondas mais energéticas e com frequência maior comparada a faixa do visível e infravermelho e, por isso o UV pode gerar danos agudos e crônicos à pele, como manchas, queimaduras, descamação, envelhecimento precoce, danos ao DNA, inflamação e câncer de pele. Entretanto, o UV também apresenta efeitos benéficos para saúde, por estimular a produção da vitamina D3 (colecalciferol) que atua no metabolismo ósseo e no sistema imunológico, além de ser utilizada para o tratamento de doenças de pele, como a psoríase e o vitiligo [10]. Portanto, a janela terapêutica na fototerapia compreende comprimentos de onda do UV, da luz visível e do infravermelho, isto é de 300 nm a 1.100 nm. Um dos grandes conflitos na fototerapia é a definição das variáveis físicas nos casos clínicos. Na evolução fototerapêutica, a aplicação em dias pode ser sequencial ou esporádica, e a transferência da energia é realizada com o emissor de luz no modo pontual com contato direto ou indireto (à distância), bem como, em sistema de varredura. A grande vantagem para o modo de contato é a perda mínima de energia, principalmente com a ponteira à 90º com a pele para minimizar ainda mais esta perda de energia. Entretanto, no modo indireto ocorrem reflexão 11 e refração da luz que resultam em maior perda de energia. Ainda, o modo indireto geralmente é realizado em varredura. Assim, o tratamento com aplicação aleatória, pode gerar maior erro no cálculo da dose de energia comparado ao tratamento sequencial [9]. Neste contexto, a padronização de protocolos para efeito terapêutico é fundamental. Para efetividade terapêutica também é importante conhecer a potência ótica da fonte de luz para determinar o cálculo da dose tradicional na fototerapia. Para compreensão dos cálculos o conhecimento das grandezas físicas são fundamentais. Potência óptica é definida como a taxa com que uma quantidade de energia é transmitida ao tecido. Irradiância ou Intensidade ou Densidade de Potência é a razão com que a potência é dissipada numa certa área do tecido, ou a quantidade de energia por segundo aplicada numa certa área. Energia é a quantidade de luz depositada no tecido. Fluência ou Dose ou Densidade de Energia é a quantidade de energia aplicada no tecido com relação à área sobre a qual esta energia é aplicada, ou é a distribuição da energia por unidade de área [11]. As fórmulas utilizadas para o cálculo da dose na fototerapia são: Intensidade, irradiância ou densidade de potência = potência / área (mW/cm2) Energia = potência x tempo (W.s ou J) Fluência, dose ou densidade de energia= energia / área (J/cm2) Na interação luz-tecido são observados efeitos termofísicos, químicos e biológicos. A fototerapia de baixa e média potência apresenta várias vantagens. Assim, destaca-se por ser um tratamento não invasivo, indolor e com várias aplicações nos diferentes nichos de mercado de clinicas médicas, odontológicas, fisioterapêuticas (tratamento e prevenção de doenças, bem como aumento do condicionamento físico) e estéticas. Além disso, devido a sua baixa complexidade de manuseio e ausência de efeitos colaterais os princípios da fototerapia podem ser aplicados em procedimentos estilo home care (em casa). Embora não haja efeitos colaterais, alguns cuidados devem ser considerados para não gerar danos teciduais, por exemplo, óculos de proteção devem ser usados pelos clientes e profissionais durante a fototerapia para não gerar lesões oculares. Também, deve-se colocar filme de PVC na ponteira para higiene e para não propiciar o risco de infecção. 12 Sempre limpar com álcool a ponteira imediatamente após sua utilização. Ainda, o profissional deve ser cauteloso quanto ao local de aplicação, por exemplo, não realizar fototerapia no abdômen de gestantes e em pacientes com lesões cutâneas sem diagnóstico médico [12]. Os medicamentos de uso contínuo ou não dos clientes também devem ser considerados para maior segurança e sucesso do tratamento. 13 4. Principais tratamentos na fototerapia estética 4.1. Envelhecimento da pele O envelhecimento advém do aumento progressivo dos processos oxidativos gerados ao longo da nossa vida. Durante estes processos chamados de fosforilação oxidativa, forma-se radicais livres (EROs), que são responsáveis pelos danos aos constituintes celulares, por exemplo, na peroxidação lipídica das membranas celulares, na degradação das biomoléculas (lipídeos, proteínas, carboidratos e outros) e até mesmo do DNA mitocondrial. O acúmulo de danos assim gerados pode ser definido como “envelhecimento intrínseco”. Por outro lado, o acúmulo de danos provocados pela interação com outros fatores ambientais (alimentação, radiação solar, doenças, estresse) pode ser definido como envelhecimento “extrínseco” [13]. O envelhecimento é um processo biológico complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente a do tecido conectivo da derme. Os três principais componentes do tecido conectivo da derme são fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas (elastina) e os glicosaminoglicanose proteoglicanosque juntos constituem a matriz extracelular. Clinicamente, o envelhecimento da pele é caracterizado pela diminuição da elasticidade da pele (firmeza), aumento de rugas e linhas, falta de hidratação, excesso de manchas, dificuldade nos processos de cicatrização da pele e outros. 4.2. Hidratação A hidratação do estrato córneo corresponde a um estado de equilíbrio entre o fornecimento e as perdas de água, resultante da evaporação da superfície cutânea. A intensidade de evaporação depende da temperatura da superfície da pele e da umidade relativa do ar. A capacidade de retenção de água pelo estrato córneo depende da presença de substâncias higroscópicas no interior das células denominadas NMF (Fator Natural de Hidratação), lipídeos bem como da presença da proteína queratina. Todos estes componentes biomoleculares tornam a 14 camada córnea impermeável à água [14]. A queratina é uma proteína fibrosa porque a sua estrutura tridimensional lhe confere características especiais: microfilamentos com resistência,elasticidade e impermeabilidade à água. Mesmo mortas, as camadas de células queratinizadas detêm os micróbios e impedem a desidratação das células que estão logo abaixo. Isso ocorre porque a queratina é impermeável à água. Além disso, essas células mortas impedem que o atrito prejudique as células vivas, funcionando como uma barreira. A queratina é sintetizada em células diferenciadas - queratinócitos - do tecido epitelial (pele) e invaginações da epiderme e invaginações da epiderme para a derme (como os cabelos e unhas) de animais terrestres [15]. A hidratação cutânea se efetua pela fixação da água sobre as moléculas de queratina, que tem fraco poder de retenção, o que é aumentado pelo poder higroscópico das substâncias contidas no NMF. O teor de água no estrato córneo resulta do equilíbrio entre fornecimento de água do meio interior e exterior e a perda de água para o meio ambiente, por evaporação. Fatores que causam a desidratação: a) Vento e ar seco; b) Substâncias químicas: sabonetes, detergentes, álcool; c) Desidratação orgânica; d) Patologias cutâneas; e) Luz solar (UV); f) Envelhecimento. Restabelecimento da hidratação: a pele aumenta a sua capacidade de reter água ao aumentar sua hidrofilia, através de substâncias emolientes, umectantes e hidratantes. Mecanismos de hidratação: a) Oclusão: uso de tratamentos/substâncias capazes de reduzir a perda de água, pela formação de um filme protetor gorduroso que impede a evaporação de água; b) Umectação: uso de tratamentos/substâncias capazes de reter água na superfície da pele e manter a umidade natural da pele; c) Emolientes: uso de tratamentos/substâncias para restaurar a oleosidade perdida devido ao ressecamento da pele. 15 4.3. Acne A acne é caracterizada por erupções na pele provenientes de inflamação das glândulas sebáceas. A espinha origina-se devido a uma alteração no processo de queratinização da epiderme, que dificulta a drenagem da secreção produzida pela glândula sebácea, que vai se acumulando no folículo, constituindo o comedão. O sebo é extremamente ácido, o que ajuda a corroer o tecido, formando uma espécie de rolha, que causa o processo inflamatório [16]. As lesões da acne são decorrentes da obstrução com ou sem inflamação dos folículos pilosebáceos, envolvendo os seguintes fatores. Origem da Patologia: Aumento da secreção sebácea A composição química do sebo é constituída basicamente de uma mistura dos seguintes elementos: triglicérides, ácidos graxos e colesterol com seus ésteres e o esqualeno, cuja proporção varia de uma pessoa para outra dependendo da ação dos hormônios androgênicos (testosterona-DHT). Hiperqueratinização com obstrução dos condutos pilosebáceos O mecanismo principal de formação dos comedões que podem ser abertos (cravos pretos) ou fechados (cravos brancos, induz a uma hiperqueratinização no folículo pilosebáceo, cujo acúmulo de escamas aderentes obstrui a drenagem normal, preparando a formação do comedão. Alteração e participação da flora bacteriana da pele Os principais microrganismos isolados da superfície cutânea e dos ductos pilossebáceos nos pacientes com acne são: propionibacterium acnes, propionibacteriumgranulosun e propionibacteriumavidum e o sthaphylococcusepidermides. Classificação universal da acne: GRAU I: predominância de comedões sem reações inflamatórias; GRAU II: predominam lesões pápulo-pustulosas com reações inflamatórias; GRAU III: presença maior de nódulos, cistos, abscessos e intensa inflamação; GRAU IV: presença de cicatrizes profundas; severa reação inflamatória e todas as lesões anteriormente citadas. 16 4.4. Manchas As manchas são alterações na coloração da pele que podem aparecer em qualquer idade e apresentar diferentes tonalidades. As causas são variadas, como: alterações na produção de melanina (pigmento da pele), infecções (micoses, vírus), distúrbios hormonais (cloasmas), alterações vasculares, exposição ao sol e marcas de acne. Existem vários tipos de manchas, por exemplo: · Sardas: são manchas castanho-claras ou escuras que são causadas após a exposição UV e principalmente após a queimadura solar. Elas costumam ser mais freqüentes em pessoas de pele clara, cabelos loiros e ruivos. Atinge principalmente a face e membros superiores. Acentua-se no verão e melhora no inverno; · Melanose solar ou senil: é causada por uma ação acumulativa da luz solar na pele, após décadas de vida. São manchas de até 1,5 cm de diâmetro, castanhas, aparecem no dorso das mãos, antebraços e face; · Melasma: atinge o rosto, é mais freqüente em mulheres com mais de 25 anos, aparecendo após a gravidez ou terapia hormonal. Mas, também podem atingir jovens que nunca estiveram grávidas ou que nunca receberam hormônio. Homens também podem ser afetados por este tipo de mancha. Mecanismos envolvidos no tratamento das manchas: inibição da biossíntese de tirosina, inibindo a formação da melanina, interferência no transporte dos grânulos de melanina, alteração química da melanina, destruição seletiva dos melanócitos, e inibição da formação de melanossomas e transporte para os queratinócitos da pele [17]. 4.5. Estrias Estrias são cicatrizes internas na pele, consequência da ruptura da derme. São fibras elásticas na camada profunda da pele onde estão os fibroblastos; célula que produz fibras elásticas e colágenas [18]. Várias hipóteses para explicar sua origem não foram confirmadas. As estrias podem aparecer quando ocorre esticamento da pele e estão normalmente associadas ao aumento de peso durante a puberdade, na gravidez e ao ganho excessivo de peso ao longo dos anos. 17 Elas surgem numa tonalidade semelhante ao vermelho e na região, a pele é fina e brilhante, tornando-se esbranquiçadas, algumas vezes com até 30 cm de comprimento, com aspecto de cicatriz. As estrias podem ser mais suaves e ter apenas uma textura um pouco diferente da pele normal. O tratamento para estrias seguem um mesmo padrão: lesionar a pele com estrias para estimular nova formação de células elásticas e com isso, melhorar o aspecto da pele. 4.6. Celulite Obesidade e gordura localizada não são sinônimos de celulite, mas podem estar associadas. Na obesidade há hiperplasia e hipertrofia dos adipócitos, enquanto na gordura localizada há hipertrofia dos adipócitos que se apresentam em diferentes formas e tamanhos, desagregadas ou unidas. A celulite ocorre tanto em mulheres obesas quanto nas magras, este problema estético é caracterizado por alterações da microcirculação e do sistema linfático, bem como por disfunção do tecido adiposo e cutâneo com reação fibrótica que conduz o aspecto da pele parecido com casca de laranja [19]. A composição da epiderme, derme e hipoderme é bastante complexa, uma vez que se observa a presença em sua estrutura de elementos como: células, fibras, substância fundamental, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. O acúmulo de gordura está presente na região da hipoderme, que é um tecido especial com funções de sintetizar, renovar, estocar e distribuir substâncias e nutrientes dependendo das estruturas ou órgãos onde este tecido se coloca. O tecido adiposo participa do metabolismo energético e pode sofrer alterações devido à instalação da celulite. Com o aumento do acúmulo de gordura, ocorrem alterações da microcirculação, assim como uma modificação da rede fibrosa (espessamento de fibras e polimerização molecular), aparecendo à chamada celulite. A etiologia da celulite é multifatorial e inclui causas endócrinas, genéticas e estruturais, bem como idade, dieta, estilo de vida sedentário e sexo [20]. 18 Fatores Genéticos: caráter familiar; Desequilíbrio Energético: quantidade de energia obtida através da ingestão de alimentos é maior do que a energia que se gasta, e assim, o organismo tende a acumular gordura; Fatores Metabólicos: resistência à insulina, gravidez, hipotireoidismo, aumento da síntese de ácido graxo (lipogênese) e maior armazenamento de gordura; Hábitos: sedentarismo, dieta e vestuário; Sexo: a celulite é predominantemente encontrada na mulher porque a sua arquitetura tecidual é diferente do homem. Nas mulheres, as fibras são dispostas de maneira perpendicular á superfície cutânea, enquanto os homens apresentam septos fibrosos cruzados. Ainda, as mulheres apresentam matrix do tecido conectivo alterada e adipogênese aumentada o que explica as invaginações hipodérmicas (gordura subcutânea) dentro da derme (tecido conjuntivo) que causa a deformidade Onde se localiza a celulite: em várias regiões do corpo, porém com uma predileção pela região glútea, região lateral (ou externa) da coxa, a face interna e posterior da coxa, o abdômen, parte posterior lateral dos braços e a face interna dos joelhos. São considerados 4 estágios de evolução da celulite: 1º ESTÁGIO Acontece um aumento de volume das células do tecido gorduroso na região acometida, ocasionado por acúmulo de gordura dentro da célula. Há uma hipertrofia da camada de tecido adiposo, sendo característico de uma pré-disposição ao problema. A pele nas coxas e glúteos é lisa, tanto na posição deitada como na posição em pé. 2º ESTÁGIO Começa a surgir alterações antiestéticas, principalmente em mulheres magras. Ocorre uma distermia zonal, uma hipotermia. Uma discreta parestesia, como um formigamento. O aumento do volume das células provoca alteração circulatória por provocar a compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa (líquido aquoso que banha as células) ficam represados. Ocorre então um maior "inchaço" das células gordurosas e detritos tóxicos, que deveriam ser eliminados, começam a 19 ficar acumulados. Na pele, já é possível se observar irregularidades à palpação e ainda não existe dor. 3º ESTÁGIO Neste estágio, pode estar presente tanto em mulheres magras quanto obesas, uma desordenação do tecido e aparecimento dos nódulos. A pele é lisa somente na posição de descanso, mas mostra ondulação na posição em pé. Há uma alteração do relevo, lesão de fibras conjuntivas, pele frequentemente com hipotonia e sensibilidade aumentada. A fibrose pode estar presente e caracteriza-se pelo endurecimento do tecido de sustentação (onde estão as fibras) e a circulação fica ainda mais comprometida. A pele tem o aspecto parecido com "casca de laranja". Também, ocorre a sensação de peso e cansaço nas pernas. 4º ESTÁGIO Há hipotonia cutânea, a palpação é dolorosa e a dor é espontânea. O inchaço desordenado das células gordurosas é acentuado, o tecido de sustentação se torna mais endurecido (fibroesclerose) e a circulação de retorno está muito comprometida. Nesse estágio, a celulite é dura e a pele fica "lustrosa", cheia de depressões e bem visível em qualquer posição. As pernas ficam pesadas, inchadas, doloridas e a sensação de cansaço está frequentemente presente, mesmo sem esforço. O tratamento da celulite consiste em emagrecimento, realização de dieta, exercício físico e drenagem linfática. 20 5. INTERAÇÃO DA LUZ COM COSMÉTICOS, DERMOCOSMÉTICOS E OUTRAS TECNOLOGIAS A funcionalidade dos cosméticos no tratamento da pele já está bem estabelecida. Entretanto, a aplicação de luz na presença de cosméticos requer alguns cuidados referentes ao tipo de veículo da emulsão ou gel que podem conter compostos que espalham e ou refletem a luz, o que resulta na diminuição da penetração da luz na pele com consequente redução do efeito terapêutico. Por outro lado, o efeito combinado de cosméticos e luz deve ser realizado visando o efeito imediato para favorecer a penetração do creme na pele, bem como o efeito a longo prazo para manter e ou potencializar os benefícios contínuo de tratamento na pele. Neste contexto, é importante ressaltar que os princípios ativos podem ser aplicados seguramente após a fototerapia, pois a luz propicia o aumento da circulação sanguínea, favorecendo a penetração dos princípios ativos. Ainda, diversas técnicas são associadas e utilizadas no tratamento estético para que os resultados sejam mais satisfatórios. Dispositivos mecânicos, como o ultrassom, a vacuoterapia e os sistemas vibratórios, bem como a estimulação elétrica e a radiofrequência promovem diversos estímulos ao organismo, como mudanças energéticas, metabólicas, de temperatura, circulação sanguínea, entre outras respostas fisiológicas que alteram a homeotase corpórea. Neste contexto, a fototerapia aplicada em associação com estas técnicas interage com as respostas fisiológicas e devolve mais rapidamente a homeostasia celular e tecidual ao organismo potencializando e acelerando os efeitos terapêuticos na estética [9]. Ainda, o emulgel transparente para ultrassom, utilizado como meio acoplador não interfere na penetração da luz na pele e, ainda, os meios ativos comumente utilizados na estética podem penetrar mais na pele com o uso de massagens manuais ou mecânicas, como a vacuoterapia e o ultrassom ou ainda com a estimulação elétrica. Pode-se destacar o conhecido efeito da iontoforese (aumento da transferência transdermal de princípios ativos por corrente elétrica) ou fonoforese (aumento da transferência transdermal de princípios ativos por ultrassom) [MASON, 2011]. Em relação aos óleos para vacuoterapia, principalmente os 21 vegetais, não resultam em interferência na penetração da luz. Ainda, a pressão negativa do vácuo promove o aumento do aporte sanguíneo e de nutrientes com aumento da taxa metabólica na região alvo. Neste contexto, é importante ressaltar que os princípios ativos podem ser aplicados seguramente antes da fototerapia, pois diversas técnicas favorecem a penetração dos princípios ativos. Ainda, dermocosméticos fotoativos estão sendo desenvolvidos para realização da terapia fotodinâmica (TFD), ou seja, a aplicação simultânea de creme e luz. Os dermocosméticos mais utilizados em TFD são constituídos de ácido-5-aminolevulínico (ALA) e o seu derivado metilaminolevulinato (MAL) e quando aplicados na pele são absorvidos e convertidos via endógena em porfirina (protoporfirina IX). Após a iluminação do tecido sensibilizado com uma fonte de luz com comprimento de onda adequado, por exemplo, a luz vermelha ou azul, as porfirinas fotoativas são excitadas e produzem espécies reativas de oxigênio, especialmente o oxigênio singlet, que resulta em tratamento da acne, redução de cicatrizes, clareamento de manchas e rejuvenescimento cutâneo [30]. Por tanto, a fotoativação de cremes na pele deve ser realizada de acordo com o objetivo de cada tratamento, número de sessões, cor de luz, tipo de creme e outras técnicas associadas. [9] Paolillo, F.R. et al. Fototerapia Aplicada à Motricidade Orofacial e Corporal: Novas Perspectivas. Implant News. 2012; 9, 62-67. [X] Mason TJ (2011). Therapeutic ultrasound an overview. Ultrasonics Sonochemistry. 18:847-852. DOI:10.1016/j.ultsonch.2011.01.004. [30] Uebelhoer, N.S., Dover, J.S. Photodynamic therapy for cosmetic applications. Dermatol Ther. 2005, 18, 242-52. 22 6. Tipos das luzes utilizadas em tratamentos dermatológicos e Estéticos Para efeito cortante, coagulante e destrutivo da luz no tecido é utilizado luz em altas potências (1 a 100 W) e a luz pode ser utilizada em cirurgias, na odontologia, oftalmologia, remoção de tatuagense em diversos tratamentos estéticos. O primeiro relato do uso do laser em dermatologia ocorreu em 1963 e foi utilizado um laser de rubi para tratamento de variadas doenças de pele. Posteriormente, utilizou-se o laser de argônio e o de dióxiodo de carbono (CO2) para má-formações vasculares congênitas, como as manchas vinho do porto e hemangiomas, bem como para lesões epidérmicas e dérmicas. Na década de 80, destaca-se a técnica da fototermólise seletiva que revolucionaram a cirurgia cutânea à laser, devido ao mínimo dano térmico fornecido a outros componentes teciduais adjacentes que está relacionado com o comprimento de onda apropriado e controlada entrega de energia através do tempo de exposição do tecido à luz (duração do pulso). Alguns exemplos de equipamentos utilizados na medicina dermatológica e estética são: Neodímio-Ítrio-Alumínio-Granada (Nd:YAG 1.064 nm e 1.320 nm); Díodo (1.450 nm); Erbium (1.540 nm); Q-switched Nd:YAG (1.064 nm); Crípton/Nd:YAG (532 nm), Laser pulsado de corantes (595 nm); Erbium:YAG (2.940 nm) e; a luz intensa pulsada (IPL) [21, 22, 23]. Entretanto, a fototerapia de baixa e média potência não gera danos teciduais e na década de 60 foi desenvolvido o laser de Hélio- Neônio (He-Ne) com emissão de luz vermelha e no final da década de 70, surgiu uma nova tecnologia laser à base de diodo, operando no espectro infravermelho próximo, denominado de diodos lasers semicondutores, sendo constituído de arsenieto de gálio (As-Ga) ou arsenieto de gálio e alumínio (GaAlAs), que podem atuar na forma contínua ou pulsada, enquanto que o He-Ne opera somente em modo contínuo [2]. Os LEDs também podem operar no modo contínuo e pulsado o que pode contribuir consideravelmente para aplicabilidade médica e dermatológica [8].É importante ressaltar que os LEDs são fontes emissoras de luz mais acessíveis do ponto de vista econômico e possuem uma maior área emissora de luz comparada ao laser [9]. Além disso, os efeitos terapêuticos 23 sobre os tecidos biológicos parecem estar mais relacionados ao comprimento de onda e à dose aplicada, e menos relacionado com a fonte emissora de luz [7]. Ainda, a banda mais ampla de comprimento de onda do LED é uma vantagem para diferentes tratamentos, pois permite a absorção da luz por diferentes cromóforos. Em relação a outras fontes de luz, os LEDs têm grandes vantagens sobre as lâmpadas incandescentes convencionais, pois não possuem filamento que queimam facilmente, o que proporciona maior tempo de vida útil e possuem menor consumo energético. Dessa maneira, a fototerapia por LEDs tornou-se uma alternativa muito atraente para a fotoestimulação de grandes áreas corpóreas, produzindo efeitos satisfatórios, por exemplo, para a estética corpórea, incluindo a redução de medidas e o tratamento da celulite [24]. LEDs que emitem luz azul (415 nm ou 470 nm) combinados com a luz vermelha (630 ou 660 nm) [25], ou quando combinado com a infravermelha (940 nm ou 850 nm) são utilizados para o tratamento da acne. Ainda, o uso de arranjos de LEDs que emitem no vermelho e no infravermelho tem demonstrado vários benefícios terapêuticos e estéticos, principalmente para o rejuvenescimento da pele [26], drenagem linfática, tratamento da celulite e redução de medidas [24]. Já, para o tratamento da perda parcial ou total de pêlos ou cabelos (alopecia) [27] a luz vermelha e infravermelha são bastante utilizadas. O destaque para o aumento da hidratação da pele e clareamento de manchas é o LED azul. Em relação ao tratamento de várias desordens da pele, incluindo lesões cutâneas, estrias e fotoenvelhecimento, o âmbar (590 nm) também tem demonstrado excelentes resultados [28]. Ainda, a fototerapia quando conjugada com substâncias fotossensíveis adquire o nome de terapia fotodinâmica, sendo neste caso, amplamente utilizada na terapia de câncer de pele [29] e em aplicações estéticas como acnes, remoção de manchas, pilling cutâneo, entre outras [30]. Ainda, a luz azul quando associada a um fotossensibilizador (por exemplo, a curcumina) propicia à ação bactericida que é importante para o tratamento de feridas cutâneas infeccionadas, além da ação fungicida, por exemplo, para o tratamento de micoses [31, 32]. Outra importante técnica é a utilização, por exemplo, do fotossensibilizador ácido 5-amino- 24 levulinico (ALA) que também auxilia no tratamento da acne, ameniza a cicatrização e rejuvenesce a pele, através de uma leve descamação seguida de regeneração cutânea [29]. 6.1. Aplicação da luz na estética A pele apresenta as seguintes camadas: estrato córneo, epiderme, junção derme epiderme, derme sendo que cada uma destas camadas apresentam as espessuras nas faixas descritas abaixo: · Estrato córneo 5-15um; · Epiderme com 20-94um; · Junção derme epiderme: 60-94um; · Derme 100-2716 um; É importante salientar que a pele envelhecida difere na espessura destas camadas: 1. Espessura da epiderme no grupo idoso (0,059mm = 59um); 2. Espessura da epiderme dos grupos jovem (0,094mm=94um); 3. Espessura da derme no grupo idoso (1,798mm =1798um); 4. Espessura da derme no grupo jovem (2,716mm= 2716um) A luz tem que penetrar em torno de 150um na derme da pele onde encontramos o colágeno, elastina, proteoglicanas e outras biomoléculas que constituem a matriz extracelular que atuam no remodelamento da derme. Além disso, na derme encontramos os vasos sanguíneos responsáveis pelo suprimento energético das células e tecidos. Além de atuar na derme, a luz quando atua na epiderme e junção derme- epiderme leva a diminuição da quantidade de melanina na pele, esta responsável pelas manchas resultantes do fotoenvelhecimento, tratamentos hormonais e outros. Neste caso, o tratamento mais superficial leva a degradação da melanina já formada e quando mais profundo a interação da luz, ocorre à diminuição da formação de melanina via processos de melanogenese. É importante considerar que na presença de manchas na pele, ocorre maior acúmulo de resíduos ou biomoléculas degradadas de colágeno, elastina, melanina, hemoglobina, entre outros. Essas moléculas absorvem na faixa de 400-600 nm e, por isso, comprimentos de onda acima de 600 nm podem penetrar mais na pele e apresentar menor interferência de 25 competição com grupos cromóforos [33]. Os comprimentos de onda são muitas vezes referidos pela sua cor e incluem a luz azul (400-470 nm), verde (470-550 nm), vermelha (630- 700 nm) e o infravermelho próximo (700-1200 nm). Em geral, dependendo do tipo de tecido, a penetração da luz atinge diferentes profundidades, ou seja, em 400 nm a penetração pode ser inferiores a 1 mm, em 514 nm a profundidade pode atingir de 0,5 a 2 mm e em 630 nm de 2 a 3 mm, enquanto a penetração máxima em 700-900 nm pode atingir até 6 mm [8], como observado na figura 3. Comprimentos de onda diferentes são absorvidos por cromóforos diferentes e podem ter vários efeitos terapêuticos sobre o tecido biológico para auxiliar no tratamento estético, entre eles: Violeta: tem ação antisséptica e germicida. Azul: promove a hidratação, clareia manchas e tem ação bactericida Vermelha e infravermelha: propicia efeito anti-inflamatório, analgésico, aumenta a regeneração tecidual, em especial da pele, além de vários benefícios biomodulatórios e bioestimulatórios. Amarelo ou Âmbar: auxilia no clareamento da pele, bem como, aumenta a síntese de colágeno e de elastina para estética facial, além de diminuir as depressões na pele que contribui para o tratamento da celulite e gordura localizada, além de melhorar o aspecto das estrias. Figura 3: Penetração da luz em função dos diferentescomprimentos de onda na pele. Fonte: www.stelisi.co.nz 26 6.2 Tratamentos específicos da pele 6.2.1 Tratamento da hidratação da pele. Para hidratação fotônica, deve-se utilizar a luz azul na pele para fotoativar a queratina presente no estrato córneo. Deste modo, aumenta-se a barreira de proteção natural da pele com consequente aumento do conteúdo hídrico da pele, já que diminui a perda de água transepidermal. 6.2.2 Tratamento da acne. A luz azul e violeta promove o tratamento da acne, devido sua absorção pela porfirina que é produzida pela bactéria Propionibacterium acnes (P.acnes) o que resulta em formação de oxigênio singleto com ação bactericida. A luz violeta também atua na redução e controle microbiológico do P acnes (micro-organismo responsável pela acne). Ainda, o tratamento para acne deve ser associado ao laser vermelho ou infravermelho para efeito anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante [25]. Também, pode-se utilizar o LED âmbar e azul para redução da pigmentação da pele decorrente dos mecanismos inflamatórios, pois a pele quando inflamada induz uma pigmentação como mecanismo de defesa. 6.2.3 Tratamento de manchas. A luz âmbar [27] atua reduzindo a formação de melanina na pele, pois diminui a produção de tirosina que está relacionada com a formação da melanina pelos melanócitos. Já a luz azul diminui as manchas da pele através da degradação da melanina nas camadas superficiais. 6.2.4 Tratamento de estrias. Para o tratamento das estrias precisa-se primeiramente diminuir a queratinização superficial da pele e depois reverter o processo bioquímico de formação de proteínas da derme e epiderme que não é funcional. Nas estrias, a produção de proteínas das membranas que constituem a matriz extracelular, colágeno e elastina não é organizada e sim desorganizada [18]. Neste contexto, é importante reestabelecer os processos bioquímicos utilizando lasers no vermelho e infravermelho. Ainda, o âmbar pode 27 auxiliar no clareamento da pele, principalmente nos locais de estrias, além de aumentar a elasticidade e firmeza da pele. 6.2.5 Tratamento da celulite e redução de medidas. O tratamento da celulite através da luz vermelha e infravermelha possibilita a drenagem linfática, o tratamento da flacidez com aumento da tonicidade, além da redução de medidas [24]. Ainda, é importante considerar que para os diferentes estágios da celulite deve-se trabalhar modulando o tratamento. Drenagem linfática: a luz possibilita a ativação da circulação saguínea, bem como, a redução de fluido e da concentração proteica excedente, que resulta em desintoxicação metabólica, desinchaço, redução de medidas e tratamento da celulite. A drenagem linfática pode ser feita com aplicação direta nos linfonodos também chamados de gânglios linfáticos e em toda rede linfática. A drenagem linfática é indicada para inflamação com quadro de edema, linfedema de membro inferior e de membro superior decorrente de mastectomia, em outros pós- operatórios, bem como, nos locais de celulite e de inchaços principalmente na mulher; Tonicidade da pele: o aumento da circulação sanguínea pela luz, aumenta o oxigênio tecidual e promove regeneração celular, principalmente na pele com aumento da angiogênese e da síntese de colágeno e elastina o que melhora o aspecto da celulite e da textura da pele, como a flacidez. Assim, ocorre o remodelamento do tecido da matriz extracelular que constitui a pele (derme e epiderme); Redução de medidas: a melhora na estética corpórea promovida pela fototerapia também pode ser decorrente da indução de poros transitórios nas membranas dos adipócitos com remoção de gordura. 6.2.6.Tratamento pós-cirúrgico (Cirurgias estéticas) A fototerapia ameniza e/ou previne as intercorrências comuns no pós- operatório, principalmente relacionado às cirurgias plásticas, dentre elas, o previsível processo inflamatório e o prematuro restabelecimento do equilíbrio das regiões agredidas, com finalidade de controlar edemas e 28 acelerar o processo cicatricial. Além do efeito analgésico. 6.2.7 Analgesia, acupuntura e bem estar. Vários são os efeitos da fotobiomodulação energética, entre eles o alívio da dor. A fototerapia possibilita a modulação da nocicepção, bem como o aumento da produção de serotonina, betaendorfina e de antioxidantes com redução de mediadores inflamatórios, que resultam em efeito analgésico, anti-inflamatório e de relaxamento muscular [9, 34]. 6.2.8 Terapia Capilar - Tricoterapia. O efeito da fotobioestimulação através da luz vermelha e infravermelha é muito importante para terapia capilar, pois, a luz aumenta a síntese de ATP, promove a liberação de óxido nítrico (um excelente vasodilatador periférico) e possibilita a regeneração tecidual. Assim, a luz aumenta a concentração de mastócitos e ativa as células do folículo pilo sebáceo para o processo de crescimento, aumento do tônus e resistência capilar, o que resulta na prevenção de queda de cabelo e tratamento da alopecia [27]. Outros benefícios são o controle da caspa e da dermatite. No entanto para este tratamento associamos também a luz azul mais superficial. 29 7. Aplicações e protocolos 7.1 Metodologia para Anamnese. A idade do cliente, estado nutricional e imunológico, fototipo cutâneo, nível da lesão e objetivo de tratamento são fatores importantíssimos para definir a dosimetria, tempo de aplicação, e número de sessões do tratamento estético com fototerapia. 7.2 Preparo da pele antes da aplicação da fototerapia. A assepsia da pele ou até mesmo uma esfoliação se necessário for é o primeiro passo para qualquer tratamento, independentemente do tipo de pele, pois a pele é uma barreira queratinizada e é reduzir a espessura da camada córnea e baixar o pH da pele. O preparo tem a finalidade de uniformizar o extrato córneo e desobstruir os folículos pilossebáceos. Peelings químicos ou mecânicos, como cristal e/ou diamantes também podem ser associados no preparo da pele para a aplicação do procedimento. 30 Protocolos sugeridos 7.3.1 Acne - Tratamento com fototerapia Demaquilar: Remover a maquiagem da região dos olhos e lábios com demaquilante; Higienizar: Realizar a higienização com gel de limpeza de alta adstringência; Tonificar: Aplicar loção tônica para equilíbrio do pH da pele; Massagem: com o objetivo de promover o pré-aquecimento promovendo a emoliência da pele; Emoliência: Realizar compressas umedecidas com fluido emoliente, auxiliando na remoção dos comedões. Fazer uso do vapor de ozônio ou máscara térmica por 10 a 15 minutos; Fototerapia com LED azul: Aplicar o LED azul por 2 minutos, pontuando toda a face perpendicularmente sobre a pele limpa e seca; Fototerapia com Laser vermelho: Aplicação pontual nas lesões pustulares, comedões e cistos sebáceos (3/Jcm²); Fototerapia com Laser infravermelho: Aplicação pontual nas lesões papulosas e nodulares (3/Jcm²); Máscara Facial: Aplicar máscara calmante, deixar agir por 20 minutos e remover; Finalizar: Aplicar secativos nas lesões e protetor F.P.S.30 para peles oleosas. Recomenda-se a realização de 8 a 12 sessões, ou mais, se o profissional julgar necessário. Observações e orientações: As lesões nodulares e papulosas poderão ficar arroxeadas após aplicação de LED azul; Realizar aplicações em 24, 48 e 72 horas para o melhor resultado; Realizar o tratamento 2 vezes por semana. Com a melhora da pele, realizar 1 vez por semana até término do tratamento; Para ajudar no processo cicatricial é importante orientar o cliente para 31 aumentar a ingestão de proteínas ediminuir a ingestão de carboidratos e gorduras saturadas; Não é permitido exposição solar durante o tratamento; Realizar drenagem linfática manual facial; Pele masculina deve estar com a barba feita; Retirar lentes de contato; Não remover as crostas; Não manipular pápulas e nódulos; Utilizar filtro de proteção solar. Caso 1: Adolescente do sexo masculino com 14 anos de idade O adolescente apresenta quadro de acne grau 4 com proliferação no corpo. Tratamento realizado sem intervenção medicamentosa, somente tratamento tópico com dermocosméticos e fototerapia durante 10 sessões, sendo cada sessão realizada 1 vez por semana. 32 Quadro 2: Fotos da pele após 10 dias de tratamento da acne com fototerapia. Quadro 1: Fotos da pele antes do protocolo. Quadro 3: Fotos da pele mostram evolução clínica durante 10 dias de tratamento da acne com fototerapia. 7.3.2. Celulite e gordura localizada Iniciar: Fazer bombeamento das cadeias linfáticas; Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicar nas cadeias dos linfonodos corporal (4J); Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicação pontual em toda região de celulite e gordura localizada (6J); Fototerapia com Led âmbar e Laser Infravermelho: Aplicação pontual em toda região de celulite e gordura localizada; Princípios ativos: Fazer uso de ativos que interajam com a microcirculação periférica e gordura localizada; Massagem: Massagear para melhor permeação; Finalizar: Drenagem linfática manual para finalizar. Recomenda-se a realização de 8 a 10 sessões. 7.3.3. Drenagem Linfática Iniciar: Realizar bombeamento das cadeias linfáticas; Fototerapia com laser Infravermelho: Aplicar nas cadeias dos linfonodos facial (3J) e corporal (4J); Finalizar: Drenagem linfática manual para finalizar. Caso 1: Mulher com 32 anos de idade Foi realizada uma limpeza de pele que pode resultar em edema 33 (em alguns casos até excessivo) e para isso utiliza-se o LED azul para ação bactericida e posteriormente, o Laser infravermelho para drenagem linfática. Quadro 4: Fotos da pele antes do início da sessão. Quadro 6: Fotos da pele mostram evolução clínica durante 1 sessão. 34 7.3.4. Estrias Higienizar: aplicar fluido de limpeza corporal; Esfoliar: aplicar emulsão esfoliante, física ou química com manobras circulares; Eletroterapia para estimulação dérmica: peeling de cristal, diamante, eletrolifiting e outros. Observação: A estimulação dérmica com corrente galvânica está contra indicada em peles de fototipo III, IV, V e VI; Fototerapia com Led Azul: Aplicar 3 minutos pontualmente nas estrias; Fototerapia com Laser vermelho: Aplicação pontual nas estrias vermelhas (3J) e nacaradas (4J); Fototerapia com Led âmbar e Laser infravermelho: Aplicação pontual nas estrias; Finalizar: Finalizar com ácidos ascórbico, glicólico, retinóico. Recomenda-se, intercalar os procedimentos peeling químicos com estimulação térmica e fototerapia. Pode-se realizar 12 sessões, ou mais, se o profissional julgar necessário. Caso 1: Mulher com 36 anos de idade. Foram realizadas 12 sessões, sendo cada sessão realizada 1 vez por semana, incluindo eletroestimulação, peeling de diamante e peeling químico, enquanto as sessões de fototerapia foram realizadas 2 vezes por semana. 35 Quadro 7: Fotos da pele mostram evolução clínica durante 10 semanas de tratamento para estrias com eletroestimulação, peeling e fototerapia. 7.3.5. Hematomas Fototerapia com Laser vermelho: Aplicação pontal na região tratada (4J); Fototerapia com Laser infravermelho: Aplicação pontal na região tratada(3J); Recomenda-se a realização de 5 a 8 sessões em dias alternados. Quadro 8: Fotos de pós-cirúrgico recente e 10 dias pós-cirúrgico. 36 7.3.6. Limpeza de pele e hidratação com fototerapia Demaquilar: Remover a maquiagem das regiões olhos e lábios com demaquilante; Higienizar: Aplicar fluido de limpeza facial, de acordo com o tipo de pele; Esfoliar: Aplicar emulsão esfoliante, física ou química com manobras circulares; Tonificar: Aplicar loção tônica para equilíbrio do pH da pele; Massagem: Rea lizar a massagem com o objetivo de promover o pré-aquecimento promovendo a emoliência da pele; Emoliência: compressas umedecidas com fluido emoliente, auxiliando na remoção dos comedões. Fazer uso de vapor de ozônio ou máscara térmica 10 a 15 minutos; Extração: extração minuciosa de comedões e pústulas(acnes); Fototerapia com LED azul: Aplicar por 2 minutos pontuando a face toda; Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicação pontual nas lesões pós-extração (3J); Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicação pontual nas lesões papulosas e nodulares (3J); Máscara Facial: Aplicar máscara descongestionante, calmante e cicatrizante. Se julgar necessário; Hidratar: Realizar a hidratação com gel, creme gel ou loção de acordo com o biótipo cutâneo. Proteção: Aplicar protetor F.P.S.30 livres de parabenos e benzofenonas. Recomenda-se avaliar a sensibilidade da pele e não manipularas lesões sólidas. 37 Caso 1: Jovem do sexo masculino com 17 anos de idade Quadro 9: Fotos da pele antes do protocolo. Quadro 10: Fotos da pele após 10 dias de tratamento (limpeza de pele e hidratação com fototerapia). Quadro 11: Fotos de antes e depois de 10 dias de tratamento. 38 7.3.7. Maquiagem definitiva ou micropigmentação Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicar pontual sobre a micropigmentação (3J/cm²); Fototerapia com Laser Infravermelho:Aplicar pontual nas bordas da micropigmentação (2J/cm²); Observação: Aplicar o Laser antes e depois do procedimento. Recomenda-se a realização de 3 a 5 sessões a cada dois dias. Quadro 12: Fotos do preparo para micropigmentação e da pele logo após a micropigmentação e fototerapia. 7.3.8. Olheiras vasculares e/ou hiperpigmentação peri-orbital e edema palpebral Demaquilar: Remover a maquiagem da região dos olhos com demaquilante; Higienizar: Aplicar fluido de limpeza facial; Esfoliar: Aplicar gomagem na região peri-orbital com manobras circulares; Fototerapia com LED azul: Aplicar 3 minutos na região infra- orbicular; Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicação pontual na região 39 infra-orbicular (3J); Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicar na região infra- orbicular (4J); Máscara Facial: Aplicar máscara na região peri-orbital e deixar agir por 20 minutos; Massagem: Realizar manobras de massagem, drenagem linfática, na região orbicular; Finalizar: Aplicar serum com manobras circulares e dedilhamento; Proteção: Aplicar filtro de proteção solar (F.P.S. 30) livres de parabenos e benzofenonas. Recomenda-se a realização de 8 a 10 sessões ou mais, se o profissional julgar necessário. Caso 1: Mulher com 55 anos de idade Quadro 13: Fotos antes e após 8 sessões de tratamento. 7.3.9. Pós Laser fracionado e peelings químicos profundos Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicação pontual em toda face (3/Jcm²); Fototerapia com Laser Vermelho: Finalizar com a aplicação 40 pontual na face (2/Jcm²). Recomenda-se, a realização de 6 sessões ou mais, se o profissional julgar necessário. Em relação a periodicidade, o tratamento pode ser realizado em 24, 48 e 72 horas, iniciando com 2 vezes por semana e espaçando para 1 vez por semana. Caso1: Mulher com 26 anos de idade Para o clareamento de manchas, foi realizada 1 sessão de peeling químico profundo e sessões de fototerapia em 24, 48 e 72 horas. Quadro 14: Fotos antes do tratamento. Quadro 15: Fotos após 10 dias dotérmino do tratamento. 41 7.3.10. Pós-operatórios (cirurgias estéticas) Higienizar: Aplicar antisséptico na área a ser tratada, se for necessário; Tonificar: Aplicar loção tônica, caso estiver utilizado antisséptico; Manobras de DLM Bombeamento: Nas cadeias linfonodais proximais; Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicar nas cadeias dos linfonodos facial (3J) e corporal (4J); Fototerapia com Led âmbar com Laser Infravermelho: Aplicar em toda região cicatricial; Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicar nas bordas cicatriciais e região central (3J); Drenagem linfática: Aplicar manobras de drenagem linfática manual, sem produto cosmético; Finalizar: O produto para finalização do procedimento deve ser indicado pelo médico cirurgião; Recomenda-se, a realização de 10 a 15 sessões ou mais de acordo com a orientação do cirurgião. Caso 1: Paciente realizou Blefaroplastia e lifting total na face. 42 Quadro 16: Fotos antes do início do tratamento 7.3.11. Queloide Demaquilar: Retirar a maquiagem das regiões dosolhos e lábios com demaquilante; Higienizar:Aplicar fluido de limpeza facial, de acordo com o tipo de pele; Tonificar:Aplicar loção tônica para equilíbrio do pH da pele. Esfoliar:Aplicar emulsão esfoliante, física ou química com manobras circulares; Peeling Mecânico: Aplicar peeling de cristal e/ou diamante, potencializando nas áreas de cicatriz após acne e manchas. Alternar com ácidos; Quadro 17: Drenagem manual e aplicação laser infra 808 mn e vermelho 660 mn. Atenção à redução do edema após 5 dias. Quadro 18: Fotos mostram evolução em 10 dias de pós cirúrgico. Qualidade tecidual e redução de edema. 43 Fototerapia com LED azul: Aplicar 3 minutos, pontuando a face toda; Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicação pontual nas sequelas e manchas (3J); Fototerapia com Led âmbar e Laser Infravermelho: Aplicação pontual nas sequelas ou manchas; Máscara Facial sugerida: Ácidos, Calmantes, vitamina C ou outros. Hidratar: com gel, creme gel ou loção de acordo com o biótipo cutâneo. Proteção: F.P.S. 30 livres de parabenos e benzofenonas. Observações e orientações: Após o tratamento com peeling e fototerapia, realizar apenas a fototerapia nas próximas 2 ou até 3 sessões; Sugere-se, a realização de 8 sessões no mínimo para peles mais espessas, para sequela de acne e hiperpigmentação pós inflamatória, ou menos sessões quando a pele for mais delicada; Quando a pele estiver mais sensível espaçar as sessões de peeling. Recomenda-se, a realização de 6 sessões ou mais, se o profissional julgar necessário. Em relação a periodicidade, o tratamento pode ser realizado em 24, 48 e 72 horas, iniciando com 2 vezes por semana e espaçando para 1 vez por semana. 7.3.12. Rejuvenescimento e efeito lifting Demaquilar: Retirar a maquiagem das regiões dosolhos e lábios com demaquilante; Higienizar: Aplicar fluido de limpeza facial de acordo com o tipo d pele; Esfoliar: Aplicar emulsão esfoliante, física ou química com manobras circulares; 44 Tonificar: Aplicar loção tônica para equilibrar pH da pele; Fototerapia com LED azul: Aplicar 3 minutos, pontuando na face toda perpendicularmente sobre a pele, limpa e seca; Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicaçãopontualnos locais críticos de rugas e linhas de expressão (4J); Fototerapia com Laser Infravermelho e luz âmbar: Aplicação temporal, vital e mandibular atendendo toda a face e linhas de expressão e rugas; Máscara facial: nutritiva, com ácido glicólico ou outros; Hidratar: com gel, creme gel ou loção de peptídeos, aminoácido e/ou D.M.A.E.; Proteção: F.P.S. 30 livres de parabenos e benzofenonas. Recomenda-se intercalar os procedimentos peeling com ácidos e fototerapia.Pode-se realizar 8 a 12 sessões ou mais, se o profissional julgar necessário. Caso 1: Mulher com 55 anos de idade Foram realizadas 10 sessões para rejuvenescimento, 1vez por semana, compeeling de diamante, peeling químico e fototerapia.A avaliação fotográfica foi realizada após 6 mesesdo término do tratamento eobservou-se a manutenção do rejuvenescimento. Quadro 19: Fotos antes do tratamento. 45 Quadro 20: Fotos após 6 sessões do tratamento. Caso 2: Mulher com 59 anos de idade Foram realizadas 10 sessões para rejuvenescimento, 1 vez por semana, com peeling de diamante, peeling químico e fototerapia. A avaliação fotográfica foi realizada após 6 meses do término do tratamento e observou-se a manutenção do rejuvenescimento. Quadro 21: Fotos antes do tratamento. 46 Quadro 22: Fotos após 6 sessões do término do tratamento. 7.3.13. Sequela de acne e hiperpigmentação com peelings mecânicos de cristal e diamante ou peelings químicos. Demaquilar: Remover a maquiagem das regiões dos olhos e lábios com demaquilante; Higienizar: Aplicar fluido de limpeza facial, de acordo com o tipo de pele; Tonificar: Aplicar loção tônica para equilíbrio do pH da pele. Esfoliar: Aplicar emulsão esfoliante, física ou química com manobras circulares; Peeling Mecânico: Aplicar peeling de cristal e/ou diamante, potencializando nas áreas de cicatriz de acne e manchas. Alternar com ácidos; Fototerapia com LED azul: Aplicar 3 minutos, pontuando a face toda; 47 Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicação pontual nas sequelas e manchas (3J); Fototerapia com Led âmbar e Laser Infravermelho: Aplicação pontual nas sequelas ou manchas; Máscara facial: Aplicar ácidos, máscaras calmantes, vitamina C ou outros. Hidratar: Realizar a hidratação com gel, creme gel ou loção de acordo com o biótipo cutâneo. Proteção: Aplicar filtro protetor solar (F.P.S. 30) livres de parabenos e benzofenonas. Observações e orientações: Após o tratamento com peeling e fototerapia, realizar apenas a fototerapia nas próximas 2 ou até 3 sessões; Sugere-se, a realização de 8 sessões no mínimo para peles mais espessas, para sequela de acne e hiperpigmentação pós inflamatória, ou menos sessões quando a pele for mais delicada; Quando a pele estiver mais sensível espaçar as sessões de peeling. Caso 1: Mulher com 35 anos de idade A cliente foi submetida apenas a 1 sessão de peeling biológico e de peeling de diamante. A fototerapia foi aplicada em 24, 48 e 72 horas após o peeling. Quadro 23: Fotos pré-tratamento. 48 Quadro 24: Fotos de 3 dias após peeling e fototerapia Quadro 25: Fotos de 7 dias após peeling e fototerapia Quadro 26: Fotos da pele mostram evolução clínica durante 3 e 7 dias após tratamento de peeling e aplicação de fototerapia. 49 Caso 2: Mulher com 23 anos de idade Foram realizados o peeling quimico, o peeling de dimante e a fototerapia. Após este procedimento, o LED azul foi aplicado em todas as sessões para intensificar o clareamento. Foram realizadas 8 sessões, sendo cada sessão realizada 1 vez por semana. Quadro 27: Fotos pré-tratamento. Quadro 28: Fotos de 3 dias após peeling e fototerapia. 50 Quadro 29: Fotos de 8 dias após peeling e fototerapia. Caso 3:Mulher com 28 anos de idade O tratamento foi realizado basicamente com ácidos de baixa concentração, como sálicilico, pois a cliente possui pele extremamente sensível e alérgica. Neste contexto, a intervenção com fototerapia foi importantíssima para a melhoria da qualidade tecidual. O tratamento foi realizado durante 5 sessões, sendo cada sessão realizada quinzenalmente, enquanto a fototerapia foi realizada 3 vezes por semana. 51 Quadro 30: Fotos da pele mostram evolução clínica durante 10 semanas após tratamento de peeling químico e aplicaçãode fototerapia. Caso 4 : Homem com 30 anos de idade Foi realizado 1 sessão de peeling químico com ácido tricloroacético (ATA) seguida da realização de fototerapia. 52 Quadro 31: Fotos pré-tratamento. Quadro 33: Fotos pós-tratamento com fototerapia 53 7.3.14. Tratamento da dor Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicar sobre o local da dor, ou sobre a área de lesão, nos pontos de acupuntura ou pontos gatilhos (4J). 7.3.15. Tricoterapia – Terapia Capilar Iniciar: Higienizar e esfoliar o couro cabeludo. Fototerapia com Laser Vermelho: Aplicar pontal na alopecia (4J); Fototerapia com Laser Infravermelho: Aplicar pontal na alopecia (2J); Finalizar: Aplicar tônico capilar com fatores de crescimento; Recomenda-se a realização deste tratamento 2 vezes por semana durante 2 mês e, posteriormente, 1 vez por semana por no mínimo 3 meses ou mais. Quadro 34: Fotos antes e após 6 meses de tratamento. 54 Referências Bibliográficas [1] Hönigsmann H. History of phototherapy in dermatology. Photochem. Photobiol. Sci., 2013, 12: 16-21. [2] Baxter GD. Therapeutic lasers: theory and practice. New York: Ed. Churchill Livingstone, 1994. p.259. [3] Bagnato, V.S. Novas Técnicas Ópticas. Ed. Livraria da Física. 2008b. pp. 1-239. [4] Bagnato, V.S. Laser e suas aplicações em Ciência e Tecnologia. Ed. Livraria da Física. 2008a. pp. 1-87. [5] Vladimirov, Y.A., Osipov, A.N., Klebanov, G.I. Photobiological Principles of Therapeutic Applications of Laser Radiation. Biochemistry (Moscow). 2004; 69, 81-90. 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