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FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
E SAÚDE DA MULHER
FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
E SAÚDE DA MULHER
Fisioterapia Derm
atofuncional e Saúde da M
ulher
Denise Pirillo Nicida Denise Pirillo Nicida 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Em 2009, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) reconhe-
ceu a � sioterapia dermatofuncional como especialidade do � sioterapeuta, somando-se 
a outras já reconhecidas, como � sioterapia neurofuncional, respiratória e esportiva.
Essa especialidade trata da pele e de distúrbios metabólicos, atuando tanto na preven-
ção e promoção quanto na recuperação. Uma de suas grandes áreas é a prevenção e tra-
tamento de disfunções estéticas da face e do corpo, como acne, envelhecimento, man-
chas, estrias e gordura localizada. A � sioterapia dermatofuncional, porém, é bem mais 
ampla. Trata também de doenças de pele, como hanseníase, psoríase e queimaduras. 
Outra grande frente de atuação do � sioterapeuta dermatofuncional são as cirurgias 
plásticas, tanto no pré quanto no pós-operatório.
O � sioterapeuta que deseja atuar na área da � sioterapia dermatofuncional precisa ter 
um conhecimento profundo da anatomia e da � siologia da pele, das principais disfun-
ções dermatológicas faciais, corporais e dos recursos de tratamento. Eletroterapia, re-
cursos manuais e cosméticos compõem os protocolos de tratamento, assim como as 
práticas integrativas e complementares.
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© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Denise Pirillo Nicida
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_FISIO_FIDSAM_UNID1.indd 2 07/06/2021 16:39:32
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
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Unidade 1 - Princípios da fisioterapia dermatofuncional
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Anatomia e fisiologia dermatológica ............................................................................... 13
Epiderme ........................................................................................................................... 14
Derme ................................................................................................................................ 16
Tela subcutânea (hipoderme) ........................................................................................ 16
Anexos da pele ................................................................................................................ 17
Envelhecimento .................................................................................................................... 18
Tipos de envelhecimento ............................................................................................... 18
Teorias sobre o envelhecimento ................................................................................... 18
Modificações da pele com o envelhecimento ........................................................... 21
Técnicas de revitalização da pele ................................................................................ 24
Acne ........................................................................................................................................ 25
Etiopatogenia da acne .................................................................................................... 26
Classificação da acne .................................................................................................... 28
Tratamento da acne ........................................................................................................ 29
Cosméticos ............................................................................................................................ 30
Classificação da pele ...................................................................................................... 31
Higienizantes .................................................................................................................... 33
Esfoliantes ........................................................................................................................ 33
Nutrição ............................................................................................................................ 35
Fotoprotetores .................................................................................................................. 36
Sintetizando ........................................................................................................................... 37
Referências bibliográficas ................................................................................................. 38
Sumário
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Sumário
Unidade 2 - Eletroterapia na fisioterapia dermatofuncional
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 41
Corrente galvânica ............................................................................................................... 42
Iontoforese ....................................................................................................................... 42
Desincrustação ................................................................................................................ 44
Eletrolifting ........................................................................................................................ 45
Eletrolipólise ..................................................................................................................... 47
Correntes alternadas ........................................................................................................... 49
Microcorrentes ................................................................................................................ 50
Corrente russa ................................................................................................................. 52
Corrente Aussie ............................................................................................................... 55
Alta frequência ................................................................................................................55
Pressão positiva e negativa ............................................................................................... 58
Ventosaterapia ................................................................................................................. 58
Endermologia ................................................................................................................... 60
Ondas mecânicas ................................................................................................................. 61
Ultrassom .......................................................................................................................... 62
Ultracavitação .................................................................................................................. 64
Sintetizando ........................................................................................................................... 66
Referências bibliográficas ................................................................................................. 68
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Sumário
Unidade 3 - Disfunções em Fisioterapia Dermatofuncional
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 70
Fibroedema geloide (celulite) ............................................................................................ 71
Definição, sinônimos e formação ................................................................................. 71
Fatores predisponentes e agravantes ......................................................................... 73
Classificação .................................................................................................................... 74
Tratamento ........................................................................................................................ 75
Estrias, cicatrizes e queloides ........................................................................................... 75
Estrias ................................................................................................................................ 76
Estágios e fatores que interferem na cicatrização .................................................... 78
Cicatrizes inestéticas ...................................................................................................... 78
Obesidade e flacidez ........................................................................................................... 80
Obesidade e gordura localizada ................................................................................... 81
Flacidez tissular ............................................................................................................... 82
Flacidez muscular ............................................................................................................ 83
Avaliação e tratamento ....................................................................................................... 84
Avaliação em Dermatofuncional................................................................................... 85
Patologias estéticas – tratamento ................................................................................ 89
Sintetizando ........................................................................................................................... 96
Referências bibliográficas ................................................................................................. 98
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Sumário
Unidade 4 - Outras áreas de intervenção da Fisioterapia Dermatofuncional
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 70
Intervenção fisioterapêutica nas cirurgias plásticas ................................................... 71
Fisioterapia nas abdominoplastias e na lipoaspiração ............................................. 72
Fisioterapia nas cirurgias plásticas de mamas .......................................................... 76
Fisioterapia nas cirurgias plásticas faciais ................................................................ 78
Fisioterapia nas cirurgias de rejuvenescimento facial ............................................. 80
Intervenção fisioterapêutica nas queimaduras ............................................................. 81
Classificação e etiologia das queimaduras ................................................................ 82
Evolução e tratamento das queimaduras .................................................................... 85
Recursos da Fisioterapia Dermatofuncional nos queimados .................................. 87
Intervenção fisioterapêutica na hansenologia .............................................................. 88
Formas de transmissão, classificação e diagnóstico ............................................... 88
Sinais e sintomas dermatológicos ................................................................................ 90
Sinais e sintomas neurológicos .................................................................................... 91
Fisioterapia na hanseníase ............................................................................................ 92
Sintetizando ........................................................................................................................... 94
Referências bibliográficas ................................................................................................. 96
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Em 2009, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
(COFFITO) reconheceu a fi sioterapia dermatofuncional como especialidade do 
fi sioterapeuta, somando-se a outras já reconhecidas, como fi sioterapia neuro-
funcional, respiratória e esportiva.
Essa especialidade trata da pele e de distúrbios metabólicos, atuando tan-
to na prevenção e promoção quanto na recuperação. Uma de suas grandes 
áreas é a prevenção e tratamento de disfunções estéticas da face e do corpo, 
como acne, envelhecimento, manchas, estrias e gordura localizada. A fi siote-
rapia dermatofuncional, porém, é bem mais ampla. Trata também de doenças 
de pele, como hanseníase, psoríase e queimaduras. Outra grande frente de 
atuação do fi sioterapeuta dermatofuncional são as cirurgias plásticas, tanto no 
pré quanto no pós-operatório.
O fi sioterapeuta que deseja atuar na área da fi sioterapia dermatofuncional 
precisa ter um conhecimento profundo da anatomia e da fi siologia da pele, das 
principais disfunções dermatológicas faciais, corporais e dos recursos de trata-
mento. Eletroterapia, recursos manuais e cosméticos compõem os protocolos 
de tratamento, assim como as práticas integrativas e complementares.
Então, fi cou interessado(a)? Vamos iniciar, então, a leitura desse livro-texto 
e aprender mais sobre essa área tão fascinante da fi sioterapia. Bons estudos!
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 9
Apresentação
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Dedico este trabalho a todos que não se cansam de estudar, aprender e 
ensinar – e que buscam diariamente desenvolvimento pessoal, satisfação no 
trabalho e reconhecimento. 
A professora Denise Pirillo Nicida 
tem Especialização em Fisioterapia 
Dermatofuncional pela Universidade 
Estácio de Sá (2014) e em Neuroedu-
cação pelo Centro Universitário Ítalo-
-Brasileiro – UniÍtalo (2011), Mestrado 
em Educação pela Universidade Cidade 
de São Paulo – Unicid (2002), Especiali-
zação em Didática do Ensino Superior 
pela Universidade Ibirapuera (1999) e é 
graduada em Fisioterapia pela Univer-
sidade de São Paulo – USP (1991).
Ministra disciplinas de Estética Facial; 
Estética em Pré e Pós-Operatório; Téc-
nicas Complementares; Terapiasde 
Spa; e Técnicas Básicas de Massagem 
para cursos de tecnólogos em Estética 
e Cosmética.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/7926938890371321
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 10
A autora
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PRINCÍPIOS DA 
FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar as bases anatômicas e fisiológicas da dermatologia;
 Apresentar as bases fisiológicas do envelhecimento cutâneo;
 Abordar a fisiopatologia da acne, sua classificação e tratamento;
 Discorrer sobre alguns cosméticos utilizados nos tratamentos da fisioterapia 
dermatofuncional a partir de cada tipo de pele.
 Anatomia e fisiologia
dermatológica
 Epiderme
 Derme
 Tela subcutânea (hipoderme)
 Anexos da pele
 Envelhecimento
 Tipos de envelhecimento
 Teorias sobre o envelhecimento
 Modificações da pele com o 
envelhecimento
 Técnicas de revitalização da pele
 Acne
 Etiopatogenia da acne
 Classificação da acne
 Tratamento da acne
 Cosméticos
 Classificação da pele
 Higienizantes
 Esfoliantes
 Nutrição
 Fotoprotetores
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 12
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Anatomia e fisiologia dermatológica
Você sabia que a pele é um órgão? Aliás, é o maior órgão do corpo huma-
no – e, assim como nossos demais órgãos (coração, estômago, pulmões etc.), é 
uma estrutura viva que desempenha funções específi cas. Então, vamos come-
çar aprendendo sobre a anatomia e a fi siologia da pele e de outras estruturas 
que compõem o sistema tegumentar.
A pele reveste toda a parte externa do nosso corpo, com exceção dos órgãos 
genitais. Sua principal função é de proteção, funcionando como uma barreira entre 
o meio externo e o interno. As proteínas e os lipídeos presentes na camada mais ex-
terna da pele impedem o atrito, a entrada de sujeira e de microrganismos e a saída de 
água. Já a melanina, pigmento produzido pelos melanócitos, protege a pele da radia-
ção ultravioleta. Finalmente, as células de Langerhans, presentes na epiderme, auxi-
liam na nossa imunidade celular, protegendo o organismo de ataques microbianos.
CURIOSIDADE
Um adulto médio tem cerca de 2 m² de pele. Além disso, o peso 
total da pele corresponde a duas vezes o peso do cérebro. 
Conheça outras curiosidades sobre a pele no site Enfermagem 
Ilustrada: Experiências de um Técnico de Enfermagem.
Outra importante função da pele é regular a temperatura do corpo, auxilian-
do a manter nossa temperatura interna estável (em torno de 36 °C). Essa função 
é exercida principalmente pelos vasos sanguíneos subcutâneos, que se contraem 
para conservar o calor e se dilatam para auxiliar na eliminação de calor, e pelas 
glândulas sudoríparas, que produzem suor para baixar nossa temperatura.
A pele também age como uma reserva de nutrientes: armazena gordura 
na forma de triglicérides nos adipócitos da tela subcutânea (hipoderme). Final-
mente, a moderação de impactos sensitivos é outra função da pele. Recepto-
res de tato, pressão, calor, frio e dor presentes na pele captam esses estímulos 
e os transmitem até o sistema nervoso central (SNC).
A pele é composta por três camadas: epiderme, derme e tela subcutânea 
(Figura 1). Na sequência, estudaremos cada camada, assim como os anexos 
cutâneos.
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Figura 1. Anatomia da pele. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 15/02/2021. (Adaptado).
Pele humana
Pelo
Poro de suor
Hipoderme
Arteríola
Nervo sensorial
Bulbo do pelo 
Músculo 
eretor do pelo
Terminação 
nervosa livre
Glândula sebácea
Nervo
Epiderme
Derme
Glândula sudorípara VênulaGordura, colágeno
Epiderme
A epiderme é a camada mais superfi cial da pele, com espessura mui-
to delgada: menos de 0,12 mm na maior parte do corpo, segundo Guirro e 
Guirro (2003).
É formada por tecido epitelial, composto por células chamadas queratinó-
citos (que produzem a queratina, uma proteína insolúvel, fi brosa, resistente e 
impermeável), por melanócitos (células que produzem a melanina, que dá pig-
mento à pele e aos pelos), pelas células de Langerhans (células de proteção e 
defesa) e pelas células de Merkel (responsáveis pela sensibilidade tátil). A epi-
derme não tem vasos sanguíneos, e as células de sua camada basal recebem 
nutrientes e oxigênio dos vasos sanguíneos presentes na derme por difusão.
Apesar de sua pequena espessura, a epiderme é composta por células que 
se dispõem em quatro a cinco camadas, conforme demonstra a Figura 2.
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 14
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Figura 2. Estrutura da epiderme. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 16/02/2021. (Adaptado).
Estrato córneo Antiga
Recente
Estrato lúcido
Estrato granuloso
Estrato espinhoso
Estrato basal
Derme
A camada mais profunda é chamada basal ou germinativa, e é constituída 
por células vivas, que estão constantemente se dividindo. Essas células empur-
ram as células maduras para cima e vão perdendo água até morrerem e des-
camarem para a superfície. Em um indivíduo jovem, esse ciclo de renovação 
celular acontece a cada 28 a 30 dias.
Acima da camada germinativa, temos as camadas espinhosa, granulosa 
e lúcida (presente apenas na pele espessa), e, mais externamente, a camada 
córnea. Essa última é formada por vários planos de células mortas, achatadas, 
ricas em queratina, que conferem impermeabilidade e proteção à pele e são 
eliminadas regularmente.
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 15
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Derme
Logo abaixo da epiderme, encontramos a derme. Segundo Guirro e Guirro 
(2003), a derme tem espessura média de 2 mm, é formada por tecido conjun-
tivo e, sobre ela, está apoiada a epiderme. É na derme que encontramos as 
fi bras elásticas, colágenas e reticulares, os vasos sanguíneos, os vasos linfáti-
cos e os nervos. Ela também contém as glândulas sebáceas e sudoríparas, que 
produzem, respectivamente, o sebo e o suor.
A derme tem duas camadas: a derme papilar e a derme reticular. Na 
camada papilar, formada por tecido conjuntivo frouxo, encon-
tramos as papilas dérmicas, projeções digitiformes que, por 
aumentarem a área de contato entre derme e epi-
derme, permitem a troca de nutrientes entre essas 
duas camadas. A camada reticular é constituída 
por tecido conjuntivo denso não modelado, e é 
nela que encontramos a maior parte das fi bras 
(MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2014).
Tela subcutânea (hipoderme)
Abaixo da derme, encontra-se a tela subcutânea, também denominada 
hipoderme. Camada mais profunda da pele, é formada por tecido adiposo e 
tecido conjuntivo frouxo. Guirro e Guirro (2003) listam as funções desse tecido 
adiposo: reservatório de energia, isolante térmico, modelagem da superfície 
corporal, absorção de choque e fi xação de órgãos. A principal célula do tecido 
adiposo é o adipócito (Figura 3), capaz de armazenar gordura em seu interior 
sob a forma de triglicerídeos.
DICA
Lembre-se de que a epiderme é avascular, e sua nutrição depen-
de dos nutrientes que passam por difusão da derme até a camada 
germinativa. A presença das papilas dérmicas aumenta a área de 
superfície entre a epiderme e a derme; assim, mais nutrientes são 
transportados. A superposição da derme e epiderme chama-se jun-
ção dermoepidérmica.
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Figura 3. Adipócito. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 16/02/2021.
Com o ganho de peso, a tela subcutânea fi ca mais espessa. Nas mulheres, a 
gordura subcutânea acumula-se inicialmente nas coxas e mamas. Nos homens, 
acumula-se inicialmente na parte anterior do abdômen (MARIEB; WILHELM; 
MALLAT, 2014, p. 115).
Anexos da pele
Completam as estruturas do sistema tegumentar os chamados anexos dapele, ou cutâneos: pelos, unhas, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
Os pelos nascem dos folículos pilosos e são excelentes receptores táteis. 
Também servem para manter o corpo aquecido – função que, porém, 
foi diminuída ao longo da evolução humana. As unhas são feitas 
de queratina – por isso, são resistentes –, e sua princi-
pal função é nos auxiliar a pegar objetos pequenos 
e fi nos. As glândulas sebáceas produzem o sebo, 
que lubrifi ca e amacia nossa pele e nossos pelos. 
As glândulas sudoríparas, por sua vez, produzem 
o suor, auxiliando no resfriamento do nosso corpo.
ASSISTA
Para uma revisão completa e mais detalhada sobre a 
pele e seus anexos, assista à série de aulas da Prof.ª 
Dra. Natalia Reinecke, que chega a abordar até mesmo a 
fi siologia da tatuagem entre os temas. 
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 17
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Envelhecimento
Envelhecer é um processo natural, comum a todos os seres vivos. É progres-
sivo, inevitável e irreversível. Todos os nossos órgãos envelhecem; porém, é na 
pele que o passar dos anos torna-se mais evidente. Rugas, fl acidez, manchas e 
diminuição dos pelos são alguns dos sinais de que já não somos mais jovens.
O conhecimento sobre o processo de envelhecimento permite ao fi siotera-
peuta dermatofuncional lançar mão de várias técnicas e cosméticos para retar-
dar o aparecimento desses sinais e promover uma revitalização da pele madura.
Tipos de envelhecimento
Borges e Scorza (2016) explicam que há dois tipos de processo de envelheci-
mento: envelhecimento intrínseco e envelhecimento extrínseco.
O envelhecimento intrínseco é o envelhecimento natural, incontrolável, 
determinado pelo passar dos anos e pela nossa genética. Já o envelhecimento 
extrínseco, também chamado fotoenvelhecimento, é provocado por fatores 
externos que aceleram o processo de envelhecimento, sendo a radiação ultra-
violeta proveniente do Sol o principal fator de envelhecimento da pele. Além 
dela, são responsáveis pelo envelhecimento extrínseco: radiação ionizante, po-
luição e fumo, entre outros fatores.
Como podemos ver, não há como parar o processo de envelhecimento intrín-
seco. No entanto, podemos adotar, desde cedo, hábitos que retardem o enve-
lhecimento extrínseco, mantendo a pele saudável e com aparência mais jovem.
Podemos, portanto, dizer que o envelhecimento é multifatorial, com fatores 
de origem genética e ambiental. Vamos conhecer as teorias que explicam esse 
processo tão complexo.
Teorias sobre o envelhecimento
Atualmente, uma das teorias mais aceitas sobre o porquê de envelhecermos é 
a teoria dos radicais livres. Conforme nos explicam Borges e Scorza:
os radicais livres são átomos ou moléculas com elétrons não parea-
dos, ou seja, falta em sua estrutura química um elétron. Por esse 
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motivo, os radicais livres atacam outras moléculas para “roubar” 
elétrons e, assim, tornarem-se estáveis. Essas moléculas atacadas 
se tornam radicais livres que irão tentar o mesmo com outras molé-
culas, estabelecendo uma reação em cadeia, que pode causar vários 
danos ao organismo, até o ponto em que a célula morre. Essa reação 
em cadeia é chamada de estresse oxidativo (2016, p. 72).
Figura 4. Estresse oxidativo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/03/2021. (Adaptado).
Célula normal
Célula atacada por radicais livres
Célula com estresse oxidativo
Com o tempo, cada vez mais as células sofrem os efeitos dos radicais livres. 
Na pele, as principais alterações acontecem nas funções biológicas das proteí-
nas (como o colágeno) e do ácido hialurônico, que vão perdendo suas funções. 
Dessa maneira, a pele torna-se flácida e desidratada.
Os radicais livres vêm de fontes internas, associadas a reações metabólicas 
de oxidação nas mitocôndrias, fagocitose durante o processo de inflamação 
e ação de enzimas que podem, indiretamente, produzir espécies reativas de 
oxigênio; porém, também há as fontes externas, como a radiação solar UVA, 
pesticidas, poluição, cigarros e estresse.
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E SAÚDE DA MULHER 19
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Outra explicação para o envelhecimento relaciona-se aos telômeros. O 
envelhecimento é geneticamente programado por um tipo de “relógio bioló-
gico”, que pode localizar-se em toda a célula ou influenciar outros tecidos: é o 
telômero. Cada vez que a célula se divide, o telômero encurta-se ligeiramente, 
garantindo, porém, que a informação genética relevante seja copiada para a 
célula duplicada.
Como os telômeros não se regeneram, chega-se a a um ponto em que, de 
tão encurtados, não permitem mais a ideal replicação cromossômica. Desse 
modo, a célula perde sua capacidade de divisão, desencadeando o processo de 
envelhecimento. Veja a representação desse fenômeno na Figura 5.
Figura 5. Telômeros e processo de envelhecimento. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/03/2021. (Adaptado).
Divisão celular Cromossomos
Telômeros
Telômeros 
encurtados
Células envelhecidas Telômeros encurtam-se, 
cessando a divisão celular
Célula
Por fim, temos também a glicação. A glicose fixa-se às fibras de colágeno e 
elastina da derme, enrijecendo e quebrando essas fibras; desse modo, a derme 
é danificada, perde sua elasticidade, e as rugas e a flacidez instalam-se. Tudo 
isso acarreta mudanças graduais na estrutura e na função da pele, que passa a 
apresentar sinais visíveis de envelhecimento.
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Modificações da pele com o envelhecimento
Durante o processo de envelhecimento intrínseco, as células vão perdendo 
a capacidade de se replicar e de captar nutrientes. As fi bras colágenas, elás-
ticas e reticulares vão-se degenerando, e surgem a fl acidez e as rugas. A pele 
torna-se menos hidratada e elástica, e as glândulas passam a secretar menos 
sebo e suor, deixando a pele ressecada e áspera. Há um achatamento da jun-
ção dermoepidérmica, o que diminui a passagem de oxigênio e nutrientes da 
derme para a camada basal da epiderme (BORGES; SCORZA, 2016).
Já no envelhecimento extrínseco, a pele envelhecida pelo sol apresenta-se 
amarelada, com pigmentação irregular, enrugada, atrófi ca, com telangiectasias 
e com lesões pré-malignas. O sol degenera as fi bras elásticas e colágenas, o 
que torna a pele fl ácida e desvitalizada. Além disso, altera a permeabilidade da 
membrana celular, tornando inefi ciente  a absorção de água e nutrientes e dei-
xando a pele com aspecto ressecado, com coloração ligeiramente amarelada e 
resposta imunológica diminuída (BORGES; SCORZA, 2016).
Segundo Hirata, Sato e Santos, os envelhecimentos intrínseco e extrínseco 
sobrepõem-se, resultando na
formação de rugas, aumento da fragilidade e diminuição da cica-
trização de feridas. A pele torna-se mais fi na, pálida, seca e há um 
aumento de rugas. O sistema superfi cial capilar torna-se visível, de-
sordens pigmentares aparecem, a pele perde a fi rmeza e as suas 
propriedades mecânicas. Células cutâneas se proliferam na epider-
me dando aparência irregular. Há menos colágeno e fi bras elásticas, 
resultando na diminuição da elasticidade da pele. Os fi broblastos 
e os queratinócitos se reproduzem mais lentamente. A função de 
barreira da pele é diminuída e o sistema de defesa da pele é menos 
efi ciente, pois as células de Langerhans são exauridas e as que res-
tam são menos ativas. A atividade do fi broblasto é diminuída, com 
síntese lenta de colágeno (2004, p. 419).
A Figura 6 mostra algumas modifi cações da pele com o envelhecimento. Na 
derme, as fi bras de colágeno atrofi am-se, e as elásticas rompem-se. Com isso, 
a derme perde sua capacidade de sustentação. A epiderme torna-se mais fi na 
e desidratada, e surgem sulcos na superfície, formando as rugas. As glândulas 
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sebáceas têm sua atividade diminuída e passam a produzir menos sebo, lubri-
ficando e protegendo menos a pele. A melanina deixa de ser produzida na raiz 
do pelo, tornando-o branco.
Figura 6. Comparação entre a pele jovem e a pele envelhecida. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 16/02/2021. (Adaptado).
Glândulas 
sebáceas
Melanina deixa de ser
produzida na raiz do
pelo/cabelo
Pele perde
umidade
Rugas
profundas
Rompimento de
fibras elásticas
Colágeno
(atrofia)
Cutícula
Epiderme
Derme
Hipoderme
Pele mais jovem Pele envelhecida
Um dos sinais mais evidentes do envelhecimento cutâneo são os sulcos ou 
pregas na superfície da pele, ou seja, as rugas. Elas podem ser classificadas em:
• Superficiais: desaparecem quando esticamos a pele;
• Profundas: não desaparecem ao esticarmos a pele, ou seja, são permanentes.
Também podemos classificá-las em:
• Dinâmicas: são as rugas de expressão (Figura 7), que aparecem ao reali-
zarmos movimentos da mímica facial e que desaparecem ao repouso;
• Estáticas: presentes mesmo na ausência de movimento (Figura 8).
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Figura 7. Rugas dinâmicas. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 02/03/2021.
Figura 8. Rugas estáticas. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 02/03/2021.
Durante o envelhecimento, a pele, principalmente das regiões expostas 
ao sol, fica mais propensa ao aparecimento de manchas – chamadas melano-
ses solares, lentigos solares ou manchas senis (Figura 9). Essas manchas são 
hiperpigmentadas, acastanhadas, causadas pela hiperprodução de melanina 
pelos melanócitos.
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Figura 9. Manchas senis. Fonte: Shutterstock. Acesso em 04/03/2021.
Apesar do processo de envelhecimento ser inevitável, há diversas técnicas 
fi sioterápicas que melhoraram o aspecto geral da pele, tornando-a mais hidra-
tada, nutrida, luminosa e suave ao toque.
Técnicas de revitalização da pele
O processo de envelhecimento é natural e atinge a todos nós, mas isso não 
signifi ca que não seja possível retardar o aparecimento de alguns sinais nem 
minimizar os efeitos do tempo na pele.
As chamadas técnicas de revitalização da pele compreendem o uso de 
eletroterapia, de terapias manuais e de cosméticos, compondo protocolos de 
fi sioterapia dermatofuncional para os diversos tipos e situações da pele. Os 
objetivos desses protocolos são:
• Melhorar a qualidade e a aparência da pele da face, do colo e do pescoço;
• Estimular o metabolismo cutâneo;
• Potencializar a renovação celular;
• Repor a umidade da pele;
• Melhorar o contorno facial.
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Os equipamentos de eletroterapia podem ajudar a combater o envelheci-
mento. São eles: o laser de baixa potência; a radiofrequência; as microcorren-
tes; a vacuoterapia; o peeling de cristal; e o jato de plasma (ALBERINI, 2020).
Já em relação às terapias manuais, o fi sioterapeuta pode utilizar técnicas 
de mobilizações manuais da face, visando alongá-la e liberá-la de aderências. 
Devido à plasticidade do tecido conjuntivo, essa técnica é capaz de alterar sua 
morfologia, gerando adaptações aos estímulos mecânicos e um “efeito lifting” 
(SILVA et al., 2013, p. 535). A massagem relaxante facial contribui para aumen-
tar a circulação e, consequentemente, a nutrição das células, além de relaxar 
pontos de tensão e aumentar a permeação dos ativos dos cosméticos.
Por fi m, em relação aos cosméticos, destaca-se a importância do uso dos 
fotoprotetores e dos hidratantes cutâneos; dos retinoides e das vitaminas; e 
dos fatores de crescimento (COSTA, 2012).
Os antioxidantes têm funções muito benéfi cas ao organismo para proteção 
contra os radicais livres, sendo sua função primária o fornecimento de elétrons no 
intuito de reduzir a velocidade de iniciação e/ou propagação dos processos oxida-
tivos, o que minimiza danos às moléculas e estruturas celulares. Esses antioxidan-
tes podem ser obtidos por meio da alimentação ou pelo uso de cosméticos. Ativos 
como a vitamina E, a coenzima Q10 e os oligoelementos (zinco, selênio, cobre e man-
ganês) auxiliam a neutralizar a ação danosa dos radicais livres e, consequentemen-
te, reduzem o estresse oxidativo e o envelhecimento celular.
Após anamnese e avaliação detalhada do tipo de pele do cliente, o 
fi sioterapeuta lança mão de seus conhecimentos acerca dos recursos 
disponíveis na fi sioterapia dermatofuncional e monta um 
protocolo individualizado para a revitalização da pele, 
diminuindo os sinais do envelhecimento e tratando 
queixas específi cas. Além disso, orienta seus clien-
tes a prevenirem o envelhecimento da pele, usando 
fotoprotetores e mantendo hábitos de vida saudáveis.
Acne
A acne é uma doença de pele que se traduz pelos indesejáveis cravos e 
espinhas, conforme vemos na Figura 10. Segundo a Sociedade Brasileira de 
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Dermatologia (SBD), surge devido a um processo infl amatório das glândulas 
sebáceas e dos folículos pilossebáceos.
Figura 10. Acne. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/03/2021.
Apesar de mais comum na adolescência, pode atingir também adultos – e 
afetar negativamente a autoestima do indivíduo. Por isso, é uma doença que 
precisa ser tratada. 
Há muitos mitos envolvendo a acne, assim como inúmeras “soluções casei-
ras” para eliminá-la. O fi sioterapeuta dermatofuncional, portanto, deve estar 
preparado para avaliar o quadro de acne, propor o tratamento adequado para 
cada caso e orientar cosméticos e cuidados domiciliares que, mesmo não elimi-
nando completamente o quadro de acne, possam minimizar as incômodas le-
sões. O primeiro passo para tratar a acne é, então, entender como ela se forma.
Etiopatogenia da acne
As glândulas sebáceas produzem o sebo, uma mistura de triglicerídeos, 
ácidos graxos e colesterol que lubrifi ca a pele e os pelos, evitando o resseca-
mento e impedindo a perda excessiva de água para a superfície. Quando há 
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produção excessiva desse sebo, a pele torna-se lipídica (oleosa), o que favorece 
o aparecimento da acne, conforme a Figura 11.
Figura 11. Formação da acne. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/02/2021. (Adaptado).
Poro Glândula sebácea
1
3
2
4
Proliferação 
bacteriana
Ruptura do canal 
do folículoEspinha
Folículo piloso
Inflamação
Derme
Sebo
Epiderme
Acúmulo de 
células 
mortas e 
sebo
Segundo Costa, Alchorne e Goldschmidt (2008), os fatores implicados na 
etiopatogenia da acne são: hiperprodução de sebo glandular, hiperqueratini-
zação folicular, colonização bacteriana folicular e liberação de mediadores da 
inflamação no folículo e derme adjacente.
Alguns hormônios sexuais andrógenos, principalmente a testosterona, es-
timulam as glândulas sebáceas, que passam a produzir mais sebo. Esse sebo 
acaba por obstruir o folículo piloso. Há uma proliferação dos queratinócitos, ge-
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A acne tem um componente hereditário. A infl uência da hereditariedade é 
maior quanto mais elevado for o grau da acne.
Atualmente, temos vários tipos de tratamento para a acne, realizados 
por médicos, fi sioterapeutas e esteticistas. O passo inicial para o bom trata-
mento é estabelecer qual o grau da acne, a partir da identifi cação dos tipos 
de lesão presentes.
ASSISTA
Assista, no canal Telemedicina Nuvem do Conhecimento, 
a uma animação que demonstra como a acne se forma.
Classificação da acne
A acne aparece principalmente nas regiões em que há maior concentraçãodas glândulas sebáceas: face, pescoço, costas, tórax, ombros e na porção supe-
rior dos braços. Apresenta lesões distintas, como descrevem Figueiredo, Mas-
sa e Picoto (2011). A Figura 12 ilustra essas lesões.
• Comedões: de início fechados, manifestam-se como pequenos grãos mi-
liares, levemente salientes, brancos (comedão fechado, ou “cravo branco”). 
Quando o orifício folicular se dilata, o comedão oxida-se e torna-se escuro (co-
medão aberto, ou “cravo preto”);
• Pápula: surge como área de eritema e edema em redor do comedão, com 
pequenas dimensões (até 3 mm);
• Pústula: sobrepõe-se à pápula, por infl amação da mesma e conteúdo 
purulento;
• Cisto: grande comedão que sofre várias rupturas e recapsulações – globo-
so, tenso, saliente, com conteúdo pastoso e caseoso;
• Nódulos: têm estrutura idêntica à pápula, mas de maiores dimensões, 
podendo atingir 2 cm.
rando uma hiperqueratinização folicular. Isso torna o ambiente propício para o 
desenvolvimento bacteriano, principalmente para a bactéria Propionibacterium 
acnes. A pele torna-se infl amada, apresentando pápulas, pústulas e nódulos.
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Figura 12. Tipos de lesões da acne. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 23/02/2021. (Adaptado).
Comedões abertos
Pústula
Comedões fechados
Cisto
Pápula
Nódulos
O grau da acne é defi nido pelo tipo de lesão:
• Grau I: presença de comedões abertos e fechados. Não é infl amatória, e é 
denominada comedogênica;
• Grau II: presença de comedões abertos e fechados, pápulas e pústulas;
• Grau III: presença de comedões abertos e fechados, pápulas, pústulas 
e nódulos;
• Grau IV: comedões abertos e fechados, pápulas, pústulas, nódulos e cistos.
Alguns autores citam, ainda, uma acne grau V, chamada acne fulminans, 
ou acne fulminante. É rara, mas bem grave. Ela é considerada uma doença 
sistêmica, pois, além dos nódulos infl amatórios e das crostas hemorrágicas, há 
artralgia (dores nas articulações) e febre.
Tratamento da acne
O tratamento da acne é multiprofi ssional, e envolve medicamentos, cos-
méticos e fototerapia. Além disso, é necessário atuar em todas as fases da sua 
formação, com os objetivo de: 
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• Diminuir a atividade da glândula sebácea;
• Diminuir a população da Propionibacterium acnes;
• Corrigir a queratinização folicular; 
• Inibir a infl amação.
O tratamento sistêmico – de responsabilidade do médico – utiliza antibió-
ticos, terapia hormonal e isotretinoína. Já o tratamento tópico (fi sioterápico) 
consiste em usar agentes de limpeza que controlem a produção e removam o 
sebo, além de ácidos que afi nem a camada córnea.
A limpeza de pele é fundamental no tratamento da acne, pois 
haverá a extração dos comedões e das pápulas. A ca-
mufl agem consiste no uso de maquiagem para ca-
mufl ar (disfarçar) as lesões de acne e uniformizar 
a pele. O tratamento exige paciência e persistên-
cia; porém, os resultados compensam o tempo e 
o dinheiro investidos. 
Cosméticos
Você sabe o que é um cosmético? Segundo Borges e Scorza (2016), é um 
produto destinado a embelezar a pele e seus anexos, sem afetar sua estrutura 
ou função (Figura 13).
Figura 13. Cosméticos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/03/2021.
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Classificação da pele
A polonesa Helena Rubinstein foi quem primeiro desenvolveu uma classi-
fi cação da pele, utilizada até hoje. Essa classifi cação depende da quantidade da 
secreção das glândulas sebáceas (BORGES; SCORZA, 2016).
Os cosméticos são aliados importantíssimos 
nos tratamentos dermatofuncionais, e o fisio-
terapeuta deve ter segurança na escolha dos 
produtos que comporão seus protocolos de tra-
tamentos e o seguimento doméstico. Assim, deve 
conhecer os principais compostos de um cosmético: 
princípio ativo, veículo, corante, fragrância, correti-
vos e conservantes (BORGES; SCORZA, 2016).
• Princípio ativo: é responsável pela ação do cos-
mético na pele (BORGES; SCORZA, 2016). Exemplos: ácido 
hialurônico, azuleno, sílica, matrixyl e castanha-da-índia.
Podem ter ação hidratante, adstringente, antirradicais livres, entre várias 
outras;
• Veículo: é a substância que leva o princípio ativo para a pele e constitui 
a maior parte da formulação. É o que determina a forma física do cosmético – 
emulsão, gel, óleo etc. (BORGES; SCORZA, 2016);
• Corante e fragrância: são substâncias responsáveis pela cor e pelo 
odor do produto e visam ao aspecto comercial (BORGES; SCORZA, 2016), ou 
seja, não têm uma ação específi ca – e, em algumas peles, podem desenca-
dear reações alérgicas;
• Corretivos: são substâncias utilizadas para corrigir a fórmula do cosméti-
co, conforme o efeito desejado (BORGES; SCORZA, 2016);
• Conservantes: servem para preservar o cosmético, assegurando seu pra-
zo de validade e a segurança de seu uso (BORGES; SCORZA, 2016). Normalmen-
te, são antimicrobianos e antioxidantes.
Antes de o fi sioterapeuta selecionar quais cosméticos usará no seu pro-
tocolo de tratamento ou indicará para uso doméstico, é necessário avaliar e 
classifi car a pele do cliente.
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CONTEXTUALIZANDO
Helena Rubinstein nasceu em 1872, em um bairro pobre da cidade de Cra-
cóvia, na Polônia. Desde pequena, demonstrava interesse por negócios e 
pelo mercado da beleza. Aos 24 anos, mudou-se para a Austrália para não 
se submeter a um casamento arranjado pela família, e lá passou a estudar 
a manipulação de produtos cosméticos, criando cremes que rapidamente 
fizeram sucesso entre as mulheres. Posteriormente, ampliou seus negó-
cios para Londres e Paris, criando as profissões de demonstradora de 
cosméticos e de esteticista. Faleceu em 1965, milionária e eternizada pela 
indústria de cosméticos e da beleza (THOMAZINI, 2018).
Os tipos de pele são:
• Pele alípica: seca, fina, descamativa, tem pouca produção de sebo;
• Pele lipídica: oleosa, espessa, brilhosa, tem a produção de sebo aumentada;
• Pele eudérmica: normal, lisa, não brilhante, com produção equilibrada de sebo;
• Pele mista: produção de sebo aumentada na zona T (testa, nariz e queixo) 
e com a pele do restante da face eudérmica ou alípica.
Outra forma de classificar a pele é pelo fototipo cutâneo. Em 1976, o Dr. Tho-
mas Fitzpatrick desenvolveu uma classificação da pele baseada na cor e na reação 
à exposição solar, estabelecendo seis fototipos, como demonstra a Figura 14.
Figura 14. Fototipos de Fitzpatrick. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/03/2021.
• Fototipo I: queima com facilidade, raramente se bronzeia, muito sensível ao sol;
• Fototipo II: queima com facilidade, bronzeia muito pouco, sensível ao sol;
• Fototipo III: queima e bronzeia moderadamente, sensibilidade normal ao sol;
• Fototipo IV: queima pouco, bronzeia com facilidade, sensibilidade normal ao sol;
• Fototipo V: queima pouco, bronzeia bastante, pouco sensível ao sol;
• Fototipo VI: queima pouco e menos aparentemente, mais resistente ao sol.
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A partir da classifi cação da pele, levando em consideração o tipo, fototipo, 
grau de envelhecimento e outras características, é possível eleger os cosméti-
cos. Esses cosméticos serão usados nas fases indispensáveis a todo tratamen-
to dermatofuncional: higienização, esfoliação, nutrição e fotoproteção.
Higienizantes
O primeiro passo do cuidado com a pele é a higienização, que eliminará as im-
purezas da poluição, células mortas, suor, sebo e, eventualmente, maquiagem. Deve 
ser realizada com cosméticos e técnicas que não danifi quem a pele nem removam 
totalmente o manto hidrolipídico, o que comprometeria a proteção e a hidratação. 
Sãocosméticos higienizantes os sabonetes em barra ou líquidos, as espu-
mas de limpeza, o leite de limpeza e a água micelar. Qual escolher, porém? 
Dependendo do tipo de pele, usaremos:
• Sabonete e gel de limpeza: são indicados para peles oleosas, por con-
terem maior poder adstringente e serem, normalmente, livres de oleosidade;
• Leites e emulsões de limpeza: devem ser utilizados em peles secas e sen-
síveis, por conterem um teor oleoso maior, deslizarem de forma suave e serem 
facilmente removidos, evitando abrasão sobre a pele durante sua aplicação ou 
retirada, além de manterem a umectação superfi cial;
• Sabonete líquido suave ou loção de limpeza: para as peles mistas, por 
constituírem o meio-termo entre os limpadores citados anteriormente, ou seja, 
não adstringem demais e ainda mantêm a umectação da pele.
O produto escolhido deve ser espalhado com as mãos pelo rosto e pescoço, em 
pequena quantidade, com movimentos circulares. Para retirá-lo, usar água fria. Água 
quente não deve ser utilizada, pois o calor dilata os poros. Outro cuidado a tomar é 
em relação ao pH (escala de acidez) do produto. Como o pH da nossa pele é ácido, 
devemos usar produtos que respeitem essa acidez, evitando higienizantes alcalinos.
Esfoliantes
A frequência da esfoliação dependerá do que foi analisado na avaliação 
inicial, ou seja, na classifi cação da pele. A esfoliação consiste na eliminação das 
células mortas da camada córnea da epiderme, conforme ilustra a Figura 15. 
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Objetiva suavizar a superfície cutânea, estimular o fluxo sanguíneo na face e 
facilitar a permeação dos ativos dos cosméticos.
Figura 15. Esfoliação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 03/03/2021. (Adaptado).
Células antigas 
mortas na 
superfície mais 
externa da pele
Poros grandes 
e abertos
Antes Depois
Poros 
pequenos
Células 
mortas 
da pele
Também denominada peeling, pode ser feita de várias formas e prepara a 
pele para a etapa seguinte – a nutrição:
• Esfoliação/peeling físico: aplicação de cosméticos com substâncias abra-
sivas, como semente de damasco, casca de arroz, casca de noz ou sílica, em 
movimentos circulares que esfoliam mecanicamente a pele;
• Esfoliação/peeling enzimático ou biológico: utiliza enzimas derivadas de 
frutas, como a papaína, bromelina ou quimotripsina, que quebram as ligações 
químicas dos queratinócitos e favorecem seu desprendimento;
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• Esfoliação/peeling mecânico: abrasão mecânica da pele, com o uso de 
cristais de óxido de alumínio (peeling de cristal) ou com uma lixa de ponta de 
diamante (peeling de diamante). 
• Esfoliação/peeling químico: uso de alfa-hidroxiácidos (AHAs), que redu-
zem a coesão entre os queratinócitos. Alguns dos ácidos mais utilizados para 
esse fi m são o mandélico, salicílico e glicólico.
Nutrição
Os nutrientes fundamentais para o bom funcionamento das células e es-
truturas que compõem nossa pele vêm principalmente da alimentação (é a nu-
trição “de dentro para fora”). Podemos, porém, reforçar essa nutrição com o 
uso de cosméticos, fazendo um processo “de fora para dentro”.
Vitaminas e oligoelementos são nutrientes indispensáveis à saúde da pele. 
As vitaminas são micronutrientes, substâncias importantes para o bom fun-
cionamento das nossas células. Podem ser adicionadas a cosméticos, como sa-
bonetes, cremes e séruns. Entre as vitaminas mais importantes para a saúde 
da nossa pele, destacam-se:
• Vitamina A: participa da conservação do tecido epitelial, regenerando o 
tecido e melhorando sua elasticidade. Também tem ação antioxidante, comba-
tendo os radicais livres;
• Vitamina C: também é antioxidante, auxilia na produção de colágeno e 
tem efeito clareador;
• Vitamina B: antioxidante e regeneradora da pele.
Os oligoelementos são minerais que participam das reações químicas do nos-
so corpo, melhorando o metabolismo celular e agindo como antioxidantes, mini-
mizando os efeitos dos radicais livres. São eles: zinco, selênio, cobre e manganês.
As argilas são ricas em oligoelementos e outros minerais e usadas em di-
versos tratamentos dermatofuncionais. Segundo Amorim e Piazza (2015), os 
benefícios das argilas incluem a purifi cação e a remineralização da pele, ação 
tensora e efi cácia no controle da oleosidade. A cor da argila é determinada pelo 
principal elemento que a compõe. Assim, temos:
• Argila branca: rica em silício e alumínio, tem ação antisséptica, indicada para 
controle da acne. Também clareia a pele e, por isso, é indicada para tratar manchas;
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• Argila verde: rica em silício e zinco, é adstringente e purifi cadora, indicada 
para controle da oleosidade. É ideal para peles lipídicas e acneicas;
• Argila amarela: rica em silício e potássio, induz a síntese de colágeno. É 
indicada para peles maduras e envelhecidas;
• Argila vermelha: rica em silício e óxido de ferro, regula o fl uxo sanguíneo 
e tem efeito tensor. Indicada para peles desvitalizadas.
Incluídas na composição de cosméticos ou utilizadas na forma de máscaras, as 
argilas têm lugar garantido nos protocolos dermatofuncionais. Nenhum protocolo 
dermatofuncional, porém, está completo sem a fi nalização dos fotoprotetores.
Fotoprotetores
O uso dos fotoprotetores, protetores solares ou fi ltros solares é indispensá-
vel para todos os tipos de pele. São objetivos da fotoproteção:
• Diminuir/impedir as queimaduras solares;
• Proteger contra o fotoenvelhecimento;
• Proteger contra o câncer de pele;
• Manter a hidratação.
Os fotoprotetores são classifi cados em:
• Inorgânicos ou físicos: com partículas de óxidos metálicos (como dióxido 
de titânio e óxido de zinco), com alta capacidade de refl etir a luz, baixa permea-
ção cutânea e baixo potencial alergênico;
• Orgânicos ou químicos: contêm moléculas que absorvem a radiação e 
têm alto potencial alergênico.
Segundo o Consenso Brasileiro de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de 
Dermatologia (SCHALKA; STEINER, 2013), na aplicação do produto, devemos se-
guir a regra da colher de chá: para utilizar no rosto, cabeça e pescoço, coloque 
na mão a quantidade equivalente a uma colher de chá; para cada braço, tam-
bém; nas partes da frente e de trás do dorso, duas colheres para cada lado; e 
duas colheres para cada perna. 
O Consenso (SCHALKA; STEINER, 2013) também orienta a aplicar fotoproteto-
res todos os dias, inclusive quando ao fi car em casa, e não se esquecer de reapli-
car. Finalmente, quando não há exposição direta por tempo prolongado, contato 
com a água ou sudorese excessiva, o intervalo para reaplicação pode ser menor.
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Sintetizando
A pele exerce a função de proteção e age como uma barreira entre o meio 
interno e o externo. Manter a pele saudável contribui não somente para a apa-
rência física, mas também para o bom funcionamento do nosso organismo.
A pele é constituída por três camadas: epiderme; derme; e tela subcutânea, ou hi-
poderme. A epiderme é a camada mais superficial, formada por tecido epitelial, com-
posto por células chamadas queratinócitos (que produzem a queratina, uma proteína 
insolúvel, fibrosa, resistente e impermeável), por melanócitos (células que produzem 
a melanina, que dá pigmento à pele e aos pelos), pelas células de Langerhans (células 
de proteção e defesa) e pelas células de Merkel (responsáveis pela sensibilidade tátil). 
Ela é composta por células que se dispõem em quatro a cinco camadas, sendo que, na 
camada basal da epiderme (mais profunda), há produção de novas células.
Abaixo da epiderme há a derme, formada por tecido conjuntivo. Ali, encon-
tramos as fibras elásticas, colágenas e reticulares, osvasos sanguíneos, os vasos 
linfáticos e os nervos, além das glândulas sebáceas e sudoríparas.
Abaixo da derme, encontra-se a tela subcutânea, também denominada hipo-
derme, formada por tecido adiposo, que se constitui em reserva energética, e 
tecido conjuntivo frouxo.
É na pele que aparecem os sinais da idade, sinais esses que são inevitáveis. 
No entanto, a fisioterapia dermatofuncional tem conhecimentos e recursos para 
retardar o aparecimento de rugas, manchas e flacidez e para tratar a pele já en-
velhecida. Além do envelhecimento cutâneo, que pode ser intrínseco ou extrín-
seco, podemos tratar também a acne, outra queixa dermatológica constante nos 
consultórios e clínicas dermatológicas.
Para esses tratamentos, os cosméticos são recursos fundamentais, não ape-
nas mantendo a saúde da pele e prevenindo o fotoenvelhecimento, mas tam-
bém controlando a acne. Além disso, é preciso respeitar as etapas de higieniza-
ção, esfoliação, nutrição e fotoproteção no uso desses recursos.
O fisioterapeuta dermatofuncional deve dominar as formas de avaliação da 
pele, entender a anatomia e a fisiologia de todo o sistema tegumentar, com-
preender os processos de envelhecimento e de formação da acne e a indicação 
cosmética. Assim, realizará seu trabalho com ciência, segurança e eficácia, atin-
gindo objetivos satisfatórios para seus clientes e para si mesmo.
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ELETROTERAPIA 
NA FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar os efeitos fisiológicos e as indicações terapêuticas da corrente 
galvânica, utilizada nos aparelhos de iontoforese, desincrustação, eletrolifting e 
eletrolipólise;
 Discorrer sobre o uso das correntes alternadas na fisioterapia 
dermatofuncional, representadas por microcorrente, corrente russa, corrente 
Aussie e alta frequência; 
 Abordar o uso da pressão positiva e negativa no tratamento das disfunções 
dermatofuncionais com a indicação de ventosaterapia e endermoterapia;
 Apresentar o recurso do ultrassom na fisioterapia dermatofuncional.
 Corrente galvânica
 Iontoforese
 Desincrustação
 Eletrolifting
 Eletrolipólise
 Correntes alternadas
 Microcorrentes
 Corrente russa
 Corrente Aussie
 Alta frequência
 Pressão positiva e negativa
 Ventosaterapia
 Endermologia
 Ondas mecânicas
 Ultrassom
 Ultracavitação
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Corrente galvânica
 A corrente galvânica é uma corrente polarizada, contínua e unidirecional; isso 
signifi ca que ela não altera o sentido de suas partículas carregadas, que fl uem 
ordenadamente em um único sentido. Esta técnica surgiu em 1780, quando 
Alessandro Volta descobriu a pilha elétrica.
Segundo Pereira (2019), os aparelhos eletroestéticos que utilizam essa 
corrente são concebidos de forma a permitir que a corrente flua de um ele-
trodo para outro. Como esses eletrodos estão em contato com a pele, essa 
corrente acaba fluindo na pele. Assim, essas cargas elétricas que se movem 
pelo tecido são íons existentes no interstício e, portanto, a corrente é iônica 
no tecido.
A corrente fl ui com uma intensidade constante, transferindo energia elétrica 
para o tecido. Essa energia elétrica é sentida na pele como calor, aumentando a 
temperatura local. Isso posto, os efeitos fi siológicos da corrente galvânica são: 
a hiperemia, o aumento da circulação periférica, o aumento do metabolismo e 
uma maior nutrição e oxigenação tecidual. Esses efeitos são restritos ao local de 
aplicação da corrente.
Na fi sioterapia dermatofuncional, a corrente galvânica é utilizada de forma 
isolada (galvanização) e para iontoforese (ionização), além da desincrustação 
eletrolifting e eletrolipólise.
Iontoforese
A iontoforese, ou ionização, é uma técnica de tratamento que permite a intro-
dução, a partir da pele e mucosas, de íons medicamentosos para o interior dos 
tecidos, utilizando-se, para tanto, as propriedades polares da corrente galvânica 
(GUIRRO; GUIRRO, 2003).
Isso posto, pode-se afi rmar que a pele apresenta uma resistência natural no 
que diz respeito à penetração de substâncias ativas, o que ocorre devido à pre-
sença do estrato córneo. Em relação aos fármacos e cosméticos, a administração 
transdérmica é dividida em:
• Penetração: as substâncias (geralmente cosméticos) atingem somente a 
camada córnea;
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• Permeação: as substâncias (geralmente cosméticos) atingem a derme, mas 
sem alcançar os vasos sanguíneos;• Absorção: as substâncias (medicamentos) atingem a corrente sanguínea.
A corrente galvânica aumenta a permeabilidade da pele, o que possibilita que 
as substâncias presentes no produto ionizável atinjam camadas mais profundas 
da pele, realizando a permeação.
Assim, “as substâncias utilizadas se encontram em forma de soluções ioni-
záveis e, diante do campo elétrico da corrente contínua, são movimentadas de 
acordo com sua polaridade, assim como da polaridade do eletrodo ativo” (BOR-
GES, 2010, p. 274).
Isso ocorre porque, na passagem da corrente, a solução eletrolítica (ionizá-
vel) se dissocia em carga positiva ou negativa, e assim os íons positivamente 
carregados são atraídos pelo polo negativo, ao passo que os íons negativamente 
carregados são atraídos para o polo positivo. Dessa forma, essas substâncias 
conseguem penetrar na pele.
A técnica é realizada com dois eletrodos: o eletrodo ativo, que receberá a 
solução ionizável, e o eletrodo dispersivo, que completará o circuito elétrico. O 
uso de um rolo metálico como eletrodo ativo é bastante comum (Figura 1), uma 
vez que permite distribuir melhor o produto na pele. Todavia, também podem 
ser utilizados eletrodos em forma de bastão ou eletrodos de borracha.
Figura 1. Iontoforese. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 06/03/2021.
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Os efeitos da iontoforese correspondem à soma dos frutos da corrente gal-
vânica (hiperemia, vasodilatação local, elevação da temperatura local e melhora 
da circulação sanguínea) com os efeitos do princípio ativo ionizado. Por exemplo:
• Ácido hialurônico: hidratante;
• DMAE: fi rmador;
• Hialuronidase: tratamento do fi broedema geloide;
• Óxido de zinco: cicatrizante.
Assim, as etapas da aplicação da ionização facial com eletrodo rolete são:
1. Higienizar a pele;
2. Esfoliar a camada córnea;
3. Selecionar a polaridade da corrente galvânica (de acordo com a polaridade 
do produto a ser ionizado);
4. Aplicar o produto sobre a pele;
5. Regular a intensidade da corrente conforme indicação do fabricante do 
aparelho;
6. Deslizar o eletrodo rolete por toda a superfície da face.
Devemos estar atentos às contraindicações da iontoforese, como aponta 
Borges (2010, p. 282):
• Lesões da pele;
• Diabetes;
• Regiões com implantes metálicos;
• Alergia ao produto utilizado;
• Neoplasias.
A iontoforese pode ser utilizada em protocolos faciais ou corporais, sendo 
de fácil manejo. No entanto, ressalta-se que essa é apenas uma das várias 
formas de aplicação da corrente galvânica na fi sioterapia dermatofuncional.
Desincrustação
Também denominada desincruste ou saponifi cação, a desincrusta-
ção é uma técnica empregada para retirar o excesso de sebo 
das peles lipídicas. Esse sebo deixa a pele gordurosa, pega-
josa e com aspecto brilhante, além de poder obstruir os po-
ros, contribuindo para o desenvolvimento da acne.
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Utiliza-se um aparelho gerador de corrente galvânica, um eletrodo do tipo 
gancho ou jacaré como eletrodo ativo e uma substância desincrustante à base 
de sódio (laurel sulfato de sódio polarizado). Assim, a retirada do excesso de 
gordura incrustada no folículo piloso ocorre devido à ação de uma força elétrica, 
a qual “puxa” a gordura para fora do folículo (PEREIRA, 2019).
As etapas de aplicação são:
1. Higienizar a pele;
2. Encaixar o eletrodo gancho ou jacaré (ativo), envolvendo-o em algodão 
embebido na substância desincrustante;
3. Posicionar o eletrodo de borracha ou silicone (dispersivo) sob a escápula 
ou ombro do cliente;
4. Regular a intensidade da corrente conforme indicação do fabricante do 
aparelho;
5. Movimentar o eletrodo ativo sobre toda a face, de forma uniforme e fi rme;
6. Higienizar e tonifi car a pele, a fi m de restabelecer o pH.
A desincrustação é indicada em protocolos de tratamento de peles sebor-
reicas e acneicas e contraindicada na presença de alergia ao produto desincrus-
tante ou hipersensibilidade à corrente elétrica. Também pode ser utilizada para 
facilitar a extração de comedões e pústulas durante a limpeza de pele. Por fi m, 
esta técnica também pode ser empregada no couro cabeludo, facilitando a reti-
rada do sebo e desobstruindo os folículos pilosos.
EXPLICANDO
Caso o couro cabeludo produza sebo em excesso, pode haver obstrução 
dos folículos pilosos, difi cultando a chegada de nutrientes à raiz dos pelos. 
Esse quadro pode contribuir para a queda de cabelo. 
Eletrolifting
Esta técnica, também conhecida como galvanopuntura ou microgalvanopun-
tura, realiza um lifting (levantamento) da pele, sendo utilizada para suavizar, 
atenuar ou eliminar linhas de expressão, rugas e estrias.
As linhas de expressão e as rugas surgem principalmente pela perda do colá-
geno, a substância que dá sustentação à pele. Mas também contribui para o apa-
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recimento desses sinais a perda de elastina – responsável pela elasticidade da pele 
– e de ácido hialurônico, importante para a hidratação. Já as estrias surgem pela 
destruição de fibras elásticas e colágenas na pele, devido ao estiramento da mesma. 
O aparelho de eletrolifting lança mão da corrente galvânica e de um eletrodo em 
forma de agulha. Segundo Borges (2010), o objetivo é provocar uma lesão tecidual 
que, associada aos efeitos galvânicos da microcorrente polarizada, produz um pro-
cesso inflamatório que será responsável pelo efeito de reparo nas rugas e estrias. 
Em resposta à lesão provocada pela agulha em conjunto à corrente elétrica, haverá 
dilatação dos pequenos vasos da derme, resultando em um discreto edema. 
O processo inflamatório induzido ativa os fibroblastos, que irão produzir no-
vas fibras colágenas e elásticas. Dessa forma, haverá a reparação das linhas de 
expressão, rugas e estrias.
As etapas de aplicação são:
1. Higienizar a pele com álcool ou clorexidina;
2. Encaixar a agulha no porta-agulhas do aparelho no polo negativo;
3. Pedir para o cliente segurar o eletrodo dispersivo bastão (que estará ligado 
no polo positivo);
4. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante;
5. Deslizar a agulha dentro do canal da ruga ou estria;
6. Introduzir a agulha na epiderme, levantando-a com um suave deslocamen-
to (Figura 2);
7. Repetir por toda extensão da ruga ou estria.
Figura 2. Introdução e levantamento da agulha. Fonte: BORGES, 2010, p. 257.
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Pode-se utilizar também o método da escarifi cação, no qual a agulha é posicio-
nada em 90º. Segundo Guirro e Guirro (2003), a lesão por agulha nas regiões aco-
metidas pelas rugas promovem uma sensação não muito agradável. Devido a este 
fato, alguns terapeutas preferem a técnica de deslizamento, sem a penetração.
A técnica do eletrolifting exige prática, posto que a agulha deve ser introdu-
zida entre as camadas da epiderme sem atingir a derme, ou seja, sem provocar 
sangramento. Apesar disso, este não é considerado um método invasivo, pois 
a agulha atinge apenas a superfície da pele. As agulhas devem ser utilizadas 
somente uma vez e posteriormente descartadas em recipiente próprio. 
O eletrolifting é contraindicado em áreas com feridas ou processos 
inflamatórios e em clientes com diabetes, tendência a queloides e que fazem 
uso de glicocorticoides. Também é necessário que haja alguns cuidados na pós-
aplicação, como não se expor ao sol e hidratar a pele.
Eletrolipólise
A eletrolipólise, ou eletrolipoforese, é uma técnica indicada para auxiliar no 
tratamento da gordura localizada e/ou do fi broedema geloide, uma vez que pro-
duz lipólise. Isso posto, antes de estudarmos essa técnica, iremos analisar bre-
vemente o tecido adiposo.
Na telasubcutânea há os adipócitos, que são células capazes de armazenar 
gordura na forma de triglicerídeos, um processo de armazenamento chamado 
de lipogênese. Havendo excesso de gordura, proveniente, por exemplo, de uma 
dieta desbalanceada e hipercalórica, esse excesso será armazenado nas regiões 
do corpo em que há maior concentração de adipócitos. Isso resul-
ta em um quadro de gordura localizada, presente no abdome, 
coxas e glúteos, por exemplo. 
Com o aumento do volume dos adipócitos, 
pode surgir também o fi broedema geloide, 
popularmente chamado de celulite, que se 
apresenta como uma alteração da pele 
que adquire um aspecto de “casca de la-
ranja” com depressões irregulares (PEREIRA, 
2019), conforme ilustrado na Figura 3. 
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Pele normal Celulite
Figura 3. Fibroedema geloide. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/03/2021.
Toda gordura armazenada nos adipócitos, para ser utilizada como fonte de 
energia, precisa ser quebrada, ou seja, separada em ácido graxo e glicerol: isto é 
a lipólise. Segundo Sawaya e colaboradores (2018), a lipólise é modulada por uma 
série de fatores, incluindo o sistema nervoso central, hormônios e nutrientes. 
Dentre esses fatores, destacam-se as catecolaminas (hormônios estimulantes, 
como a adrenalina e noradrenalina), as quais se ligam aos receptores beta-a-
drenérgicos que estão na membrana do adipócito, ativando a proteína quinase. 
Segue-se a cascata lipolítica no interior do adipócito, culminando com a ati-
vação da enzima lipase hormônio sensível, que realiza a hidrólise (quebra) do 
triglicerídeo ácido graxo livre e glicerol. Como esses hormônios possuem um 
menor peso molecular, extravasam a célula (esvaziamento do adipócito) e caem 
na corrente sanguínea para serem utilizados sob a forma de energia.
A eletrolipólise estimula o sistema nervoso simpático, libertando as cateco-
laminas. Dessa forma, há divisão dos triglicerídeos, liberando os ácidos graxos 
na corrente sanguínea para serem utilizados como fonte de energia. A técnica 
utiliza um equipamento que produz corrente galvânica, aplicada com eletrodos 
de superfície ou eletrodos agulha. Com isso, cria-se um campo elétrico que, além 
de estimular a liberação de catecolaminas, cria o chamado efeito Joule a partir 
do aumento da temperatura local e vasodilatação e da estimulação do metabo-
lismo local. 
Etapas da aplicação com eletrodos de borracha (técnica transcutânea):
1. Higienizar a pele;
2. Esfoliá-la levemente, para facilitar a passagem da corrente;
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3. Colocar os eletrodos de forma paralela na área a ser tratada;
4. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante.
ASSISTA
Veja uma demonstração da aplicação da eletrolipólise trans-
cutânea em gordura localizada no vídeo disponibilizado. 
Etapas da aplicação com eletrodos agulha (técnica percutânea):
1. Desinfetar a pele com álcool ou clorexidina;
2. Introduzir as agulhas horizontalmente na área a ser tratada com auxílio de 
um tubo guia ou mandril;
3. Conectar os eletrodos tipo jacaré nas agulhas e prendê-los com esparadrapo;
4. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante.
É importante frisar que a eletrolipólise não “queima” as gorduras. Portanto, 
após a aplicação, é fundamental que o cliente aumente sua demanda energética 
por meio de atividades físicas aeróbicas, a fi m de que a gordura liberada pela 
eletrolipólise seja de fato consumida. Também deve haver uma reeducação ali-
mentar para que se atinja melhores resultados no tratamento da gordura locali-
zada e do fi broedema geloide.
A eletrolipólise é contraindicada para pacientes que fazem uso de anticoagu-
lantes, com insufi ciência cardíaca ou renal, portadores de marca-passo, trombo-
se venosa profunda, epilepsia ou gestantes (PEREIRA, 2019). 
Correntes alternadas
Também denominadas de bipolares, bifásicas ou bidirecionais, nas cor-
rentes alternadas o sentido da condução das cargas elétricas 
muda rapidamente. Ao contrário da corrente contínua, cujos 
elétrons caminham sempre na mesma direção, 
na corrente alternada eles mudam constante-
mente de direção, ora num sentido, ora em 
sentido contrário. Devido a essas inversões de 
fluxo, as correntes alternadas são graficamente 
representadas por ondas, como ilustra a Figura 4. 
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As correntes alternadas são muito utilizadas na fi sioterapia dermatofuncio-
nal. Alguns exemplos de aparelhos que utilizam essas correntes são microcor-
rentes, corrente russa, corrente Aussie e alta frequência.
DC = corrente contínua
AC = corrente alternada
Figura 4. Correntes elétricas, em que DC representa uma corrente contínua e AC uma corrente alternada. Fonte: 
Shutterstock. Acesso em: 07/03/2021. 
Microcorrentes
Também chamadas de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation), aqui utilizam-
-se correntes com intensidade de baixa frequência na faixa dos microamperes. 
Segundo Guirro e Guirro (2003), essas correntes podem ser contínuas ou pulsa-
das, com amplitudes máximas correspondentes a 1.000 mA. 
Devido a essas características, essa corrente não ativa as fi bras sensoriais 
subcutâneas. Dessa forma, ao contrário de outras correntes elétricas que po-
dem produzir sensação de formigamento ou desconforto, as microcorrentes 
são subsensoriais, ou seja, imperceptível para o cliente.
São vários os efeitos fi siológicos das microcorrentes, sendo os mais importantes: 
• Restabelecimento da bioeletricidade tecidual com incremento do transpor-
te pela membrana plasmática;
• Aumento da síntese de adenosina trifosfato (ATP) e transporte de aminoácidos;
• Aceleração da síntese de proteínas;
• Estímulo do crescimento do tecido conjuntivo (KORELO et al., 2012).
Esses efeitos aceleram o processo de reparação tecidual e promovem a revi-
talização da pele. As microcorrentes são utilizadas em protocolos de tratamento 
de acne, estrias, revitalização de peles envelhecidas e no pré e pós-operatório de 
cirurgias plásticas.
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Podem ser aplicadas com vários tipos de eletrodos, dependendo do local do 
corpo e objetivo terapêutico: eletrodos convencionais (borracha de silicone ou 
autoadesivos), eletrodos tipo caneta (bastonetes ou cotonetes) e eletrodos em 
forma de luvas condutoras.
As etapas da aplicação facial com eletrodos tipo caneta são:
1. Higienizar a pele;
2. Esfoliar levemente para facilitar a passagem da corrente;
3. Colocar cotonetes embebidos em soro fisiológico nos eletrodos tipo caneta;
4. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante;
5. Manter o eletrodo negativo parado, enquanto movimenta o eletrodo posi-
tivo no sentido das fibras musculares da face;
6. Substituir pelos eletrodos bastonetes e realizar movimentos de pinçamen-
to das rugas e linhas de expressão.
Já as etapas da aplicação corporal com eletrodos luva são:
1. Colocar um eletrodo no dorso da mão do fisioterapeuta e outro no corpo 
do cliente, fechando o circuito;
2. Umedecer as luvas em soro fisiológico;
3. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante;
4. Massagear levemente a área a ser trabalhada, como mostrado na Figura 5.
Figura 5. Aplicação de microcorrentes com luvas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/03/2021. 
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Como contraindicações para o uso dessa corrente, Borges (2010) cita a osteo-
mielite, a dor de origem desconhecida e a irritação ou alergia à corrente elétrica.
Corrente russa
Também chamada de eletroestimulação, a corrente russa utiliza a corren-
te alternadapara promover a excitação do fuso neuromuscular da muscula-
tura estriada, originando a contração muscular. É indicada para tonifi cação 
muscular, hipertrofi a muscular e aumento do retorno venoso e linfático e, des-
sa forma, é utilizada em protocolos de fl acidez muscular, fi broedema geloide 
e gordura localizada.
CURIOSIDADE
A corrente russa recebeu esse nome por ter sido desenvolvida na Rússia 
por Yakov Kots por volta de 1977. Inicialmente foi utilizada em astronautas 
para estimular a musculatura que fi cava hipotônica e hipotrófi ca devido à 
ausência da força de gravidade no espaço. Posteriormente, passou a ser 
utilizada nos atletas soviéticos de ginástica olímpica, a fi m de aumentar a 
força muscular.
O tecido muscular possui quatro propriedades funcionais:
• Contratilidade: capacidade de se contrair;
• Excitabilidade: capacidade de as células musculares serem estimuladas pe-
los sinais nervosos;
• Extensibilidade: capacidade de se esticar;
• Elasticidade: capacidade de voltar à forma original após ser esticado (MA-
RIEB et al., 2014, p. 275).
Graças a essas propriedades, os músculos respondem ao treinamento, seja 
um treinamento físico ou elétrico. Isso posto, pode-se afi rmar que os músculos 
têm dois tipos de fi bras musculares. As fi bras do tipo I são volumosas, vermelhas 
(devido ao alto nível de mioglobina) e possuem muitas mitocôndrias. Assim, seu 
metabolismo é oxidativo, se contraem de forma lenta e são mais resistentes 
à fadiga. Por exemplo: um maratonista tem maior porcentagem dessas fi bras 
musculares, posto que precisa de maior resistência à fadiga.
Já as fi bras do tipo II são brancas e com metabolismo anaeróbico (glicolíti-
co). Contraem-se de forma rápida e apresentam baixa resistência à fadiga. Por 
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exemplo: um jogador de basquete, que precisa de explosão, velocidade e força, 
tem maior porcentagem dessas fibras musculares.
Os músculos possuem os dois tipos de fibras, mas, dependendo de sua lo-
calização e função, predominantemente um tipo ou outro. Segundo Marieb e 
colaboradores (2014), as fibras do tipo I estão mais presentes nos músculos pos-
turais, que se contraem continuamente para manter nossa postura (fibras de 
sustentação). As fibras do tipo II, por sua vez, encontram-se mais presentes nos 
músculos dos membros (fibras de velocidade). 
A contração muscular gera movimento, força, manutenção da postura e 
contribui para a silhueta corporal. Para que haja a contração muscular, é neces-
sário que um estímulo elétrico proveniente dos neurônios ative as fibras muscu-
lares, conforme evidencia a Figura 6. 
Dendritos
coletam o sinal
Axônios
transmitem o sinal
Fibras musculares
Junção
neuromuscular
Mielina
Figura 6. Motoneurônio. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/03/2021. 
A flacidez muscular caracteriza-se pela diminuição do tônus do músculo, dan-
do um aspecto de “amolecimento” aos músculos. Havendo flacidez muscular, além 
da dificuldade de desenvolver força, haverá perda de contorno corporal. Isso ocorre 
por diversos fatores: genética, envelhecimento, nutrição e inatividade física. 
Segundo Alberini (2020), a estimulação por corrente russa possui a capa-
cidade de recrutar mais unidades motoras, produzindo, como consequência, 
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maior recrutamento de fibras musculares e maior sincronia entre estas durante 
a contração. As unidades motoras compreendem o complexo funcional do mús-
culo esquelético e são formadas pelo neurônio motor e pelas fibras musculares 
que esse neurônio inerva. 
O aparelho é capaz de selecionar, por meio da frequência de modulação, 
o tipo de fibra que será trabalhada. Ele também pode controlar as diferentes 
fibras musculares e o tempo de repouso entre essas contrações. Ressalta-se que 
para aumentar a eficácia de ganho muscular, devemos associar exercícios físicos 
ao uso do aparelho. Dessa forma, haverá a solicitação de fibras diferentes. 
São etapas da aplicação:
1. Higienizar a pele com loção higienizante ou lenços umedecidos;
2. Esfoliar a área a ser trabalhada;
3. Colocar os eletrodos de borracha ou silicone nos pontos motores dos mús-
culos que serão estimulados (Figura 7);
4. Regular os parâmetros do equipamento conforme instruções do fabricante;
5. Solicitar que o cliente contraia a musculatura quando sentir a corrente.
Figura 7. Corrente russa. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/03/2021. 
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Com as contrações e relaxamento dos músculos, os fl uxos sanguíneo e linfá-
tico irão se acelerar, favorecendo o retorno venoso e a drenagem linfática. Assim, 
podemos também utilizar a corrente russa nos protocolos de fi broedema geloide.
As contraindicações da corrente russa são: fraturas não consolidadas, in-
fl amações articulares agudas e lesões musculares, tendinosas, ligamentares e/
ou nervosas (BORGES, 2010). Devemos respeitar também as contraindicações 
gerais para o uso da eletroterapia: cardiopatias, portadores de marca-passo e 
próteses metálicas, entre outras.
Para o uso regular da corrente russa, o fi sioterapeuta deve ter conhecimento 
da localização e função dos músculos esqueléticos. Assim, os músculos mais es-
timulados por essa técnica são: reto abdominal e oblíquos, glúteos, adutores de 
coxa, ísquio tibiais e tríceps braquial.
Corrente Aussie
A corrente Aussie produz um estímulo elétrico que causa a contração mus-
cular no local em que é aplicada. Seu efeito é o mesmo da corrente russa, pois 
recruta as fi bras musculares para ganho de força e tonifi cação.
Alta frequência
Esta é uma técnica que utiliza eletrodos de vidro conectados a um porta-ele-
trodos, o qual é ligado a um aparelho que produz correntes variáveis alternadas 
de elevada frequência (superior a 100.000 Hz) (PEREIRA, 2019). A alta frequên-
cia possui efeito térmico e, consequentemente, vasodilatador. Com isso, há o 
CURIOSIDADE
“Aussie” é um termo coloquial em inglês para australiano, uma vez que 
este tipo de corrente foi desenvolvido por Alex Ward, em Melbourne, na 
Austrália, em 2007. Após estudar as várias características das correntes 
para estimulação muscular, Ward chegou a parâmetros que tornam a 
corrente mais efi ciente e mais confortável para o paciente. 
Suas indicações, contraindicações e modo de utilização são similares à 
corrente russa, e ambas são utilizadas em protocolos de fl acidez muscular, 
fi broedema geloide e gordura localizada.
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aumento do fluxo sanguíneo no local da aplicação, melhorando o trofismo, a 
oxigenação e o metabolismo celular. 
Porém, seu principal efeito é bactericida e antisséptico. O faiscamento pro-
duzido pelo aparelho, em contato com o oxigênio ambiental, gera ozônio. Esse 
ozônio tem ação muito oxidante, e, portanto, é um bom bactericida, germicida 
e antisséptico em geral. Dessa forma, podemos dizer que a alta frequência tam-
bém possui efeito anti-inflamatório (BORGES, 2010).
Indica-se a alta frequência para:
• Pós-limpeza de pele;
• Acne;
• Pós-depilação e após o barbear, principalmente na presença de foliculite;
• Seborreia (dermatite seborreica) do couro cabeludo;
• Onicomicose (micose de unhas);
• Úlceras de pressão, úlceras diabéticas e úlceras varicosas.
Formas de aplicação:
Aplicação direta ou efluviação: aplicar o eletrodo diretamente sobre a pele, 
com uma massagem lenta e suave, mantendo sempre o eletrodo em contato com 
a pele (Figura 8). Pode-se utilizar também uma gaze seca entre a pele e o eletrodo;
Figura 8. Alta frequência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/03/2021.
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SER_FISIO_FIDSAM_UNID2.indd 56 07/06/2021 14:27:43Aplicação à distância ou faiscamento: manter o eletrodo a alguns milíme-
tros da pele, sem encostar;
Aplicação indireta ou saturação: o cliente segura o eletrodo do tipo satura-
dor com uma das mãos e o porta-eletrodo com a outra. O fisioterapeuta mani-
pula a face do cliente com toques suaves, fechando o circuito. 
Os eletrodos de vidro têm diversos formatos que se adequam às várias re-
giões e funções, como evidencia a Figura 9. 
Figura 9. Eletrodos de vidro. Fonte: BORGES, 2010, p. 90.
Da esquerda para a direita temos: 
• Esférico menor (“cebolinha”): utilizado diretamente sobre a pele do rosto, 
principalmente em regiões não planas;
• Esférico maior (“cebolão”): utilizado diretamente sobre a pele do rosto e 
áreas maiores e planas;
• Cauterizador: utilizado para faiscamento de modo pontual em áreas peque-
nas e específicas;
• Saturador: utilizado para faiscamento indireto, visando à melhora da vascu-
larização da pele e permeação de ativos;
• Forquilha: utilizado para áreas curvas, como o pescoço;
• Pente: utilizado em tratamentos capilares como a alopecia androgenética 
e seborreica.
As contraindicações para o uso da alta frequência incluem portadores de 
marca-passo, gestantes e clientes com distúrbios de sensibilidade. Por fim, o 
fisioterapeuta deve estar atento à composição dos produtos utilizados para hi-
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gienização ou desinfecção antes do uso da alta frequência, visto que estes não 
podem conter álcool ou éter para que não haja queimadura na pele causada 
pelo faiscamento.
Ventosaterapia
A ventosaterapia é uma técnica muito antiga que pertence à Medicina Tradi-
cional Chinesa. Originalmente eram utilizados chifres ocos e bambus, dentro dos 
quais colocava-se fogo para criar vácuo e uma força de sucção aplicada sobre a 
pele nos pontos de acupuntura, liberando os bloqueios de anergia.
Atualmente, as ventosas são de vidro ou acrílico e 
a sucção é realizada por uma pistola manual (Figura 
10). Na área de dermatofuncional, elas são utiliza-
das para ativar a circulação sanguínea e linfática, 
diminuir aderências e fibroses e reduzir as ten-
sões musculares.
Pressão positiva e negativa
Alguns equipamentos empregados na fi sioterapia dermatofuncional não uti-
lizam correntes elétricas para produzir efeitos fi siológicos, mas sim aparelhos 
que sejam capazes de produzir pressão positiva e negativa por meio de vácuo, 
sucção e massagem.
Chamada de dermotonia, essa técnica foi desenvolvida no início dos anos 
1990 pelo médico francês Serge Karagozian, especialista em depressodrenagem 
e depressomassagem (BORGES, 2010). No entanto, há milhares de anos chine-
ses e egípcios já faziam algo semelhante, utilizando ventosas para promover 
vácuo e sucção sobre a pele. 
Devido a seus efeitos fi siológicos sobre a pele e à circulação sanguínea e 
linfática, esta técnica é utilizada em protocolos de fi broedema geloide, revitali-
zação facial e estrias. Também é efi ciente no pré e pós-operatório de cirurgias 
plásticas, melhorando a elasticidade da pele e tratando aderências e fi broses. 
Atualmente, o uso de pressão positiva e negativa é realizado por meio da vento-
saterapia e da endermologia.
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Quando aplicadas na pele, as ventosas mobilizam o sangue dos capilares 
sanguíneos, favorecendo a nutrição celular. Esse é um efeito desejável em tra-
tamentos de revitalização facial, por exemplo, para aumentar a chegada de nu-
trientes e oxigênio para as células da pele. Ademais, as ventosas também podem 
ser utilizadas de forma deslizante sobre a pele. Para esta técnica emprega-se um 
creme para massagem, respeitando a direção das linhas de Langer ou linhas 
de clivagem, como pode ser visto na Figura 11. Ressalta-se que essas linhas 
correspondem à orientação natural das fibras de colágeno. 
Figura 10. Ventosas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/03/2021. 
Figura 11. Deslizamento seguindo as linhas de Langer. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/03/2021. 
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Em casos de fi broedema geloide, as ventosas estimulam as vias linfáticas, 
reduzindo o edema da região, e mobilizam a pele, descongestionando e melho-
rando a circulação sanguínea, além de diminuir as aderências. 
Endermologia
Sobre a endermologia, Guirro e Guirro afi rmam que esta
é uma técnica que engloba equipamentos que fazem aspiração (suc-
ção), acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos 
motorizados (vácuo + rolamento). Produz uma mobilização profunda 
na pele e tela subcutânea, permitindo aumentar a circulação sanguí-
nea superfi cial e melhorar a maleabilidade do tecido (2003, p. 381).
O cabeçote da endermologia executa a função de apalpar – sugar – rolar. 
A pressão de ar gerada entre os dois roletes forma uma prega cutânea, o que 
permite uma distorção das fi bras dos tecidos (PEREIRA, 2019). Com isso, pode-se 
reverter o fi broedema geloide, recuperando a maleabilidade dos tecidos, dissol-
vendo os nódulos, liberando as aderências e estimulando o sistema circulatório.
Dependendo do aparelho, a técnica pode ser realizada diretamente sobre a 
pele, utilizando óleo vegetal para favorecer o deslizamento dos roletes. Alguns 
equipamentos necessitam do uso de uma malha de algodão, o que facilita o 
manejo e evita pinçamentos (Figura 12).
Figura 12. Endermologia. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/03/2021.
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Ao movimentar os roletes, o fi sioterapeuta deve fazê-lo no sentido das fi bras 
musculares e das linhas de tensão da pele. Dessa forma, evita a fl acidez tecidual. 
São contraindicações para a técnica: “tumores cutâneos, afecções da pele, fl ebi-
tes e tromboses, fragilidade capilar, doenças infecciosas evolutivas e reumatis-
mo infl amatório” (PEREIRA, 2019, p. 232).
Tanto a ventosaterapia quanto a endermologia podem ser utilizadas em ci-
rurgias plásticas, visto que uma das complicações mais comuns no pós-ope-
ratório destas cirurgias é a fi brose. Segundo Borges, “a fi brose é um processo 
natural do organismo em reação a uma incisão ou trauma. É a formação ou o 
desenvolvimento em excesso de tecido conjuntivo” (2010, p. 447). Esta manifes-
ta-se como um espessamento da pele, de forma irregular, com ondulações e 
depressões, comprometendo o resultado fi nal da cirurgia plástica.
Assim, a mobilização do tecido conjuntivo realizada por meio das ventosas 
ou da endermoterapia auxilia na redução dessa fi brose. No entanto, esta mobi-
lização pode ser empregada apenas em fases mais tardias do processo de cica-
trização pós-cirúrgica.
Ondas mecânicas 
Segundo a física, as ondas mecânicas são as ondas que se propagam em 
meios materiais, transmitindo energia sem, contudo, carregar matéria. Essas 
ondas são capazes de gerar uma perturbação no meio. Como exemplos, temos 
as ondas sonoras e as ondas marítimas. 
Dessa forma, as ondas são uma forma de energia mecânica, e como tal não 
se propagam no vácuo. Isso ocorre porque a energia passa pelo meio através do 
movimento de moléculas que transferem seu momento na direção da onda. À 
medida que a superfície se move adiante, ela comprime as moléculas imediata-
mente à frente. 
Essas moléculas empurram para frente suas vizinhas em uma tentativa de 
restaurar seu arranjo anterior e essas, por sua vez, empurram suas vizinhas. A 
compressão, portanto, se move, afastando-se de sua fonte. Esse tipo de onda é 
chamado de onda longitudinal, uma vez que o deslocamento das moléculas se 
dá ao longo da direção na qual a onda se move (KITCHEN, 2003). A onda mecâni-
ca mais importante utilizada em fi sioterapia é o ultrassom. 
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Ultrassom
O aparelho de ultrassom terapêutico consiste em um console, considerando o 
aparelho propriamente dito, que possui um circuito apropriado para receber a corren-
te elétrica da rede comercial e transformá-la em oscilações elétricas de alta frequência.
Essas oscilações são conduzidas ao transdutor (cabeçote), construído 
com um cristal piezelétrico. Ao receber a corrente elétrica, esse cristal 
muda a sua espessura na mesma frequência das oscilações elétricas re-
cebidas, emitindo, assim, ondas ultrassonoras (BORGES, 2020, p. 35).
Essas ondas, ao percorrerem os tecidos, provocam vários efeitos:
• Agitam as células, aumentando a atividade metabólica e a temperatura;
• Movimentam os tecidos, provocando uma espécie de micromassagem ce-
lular, que aumenta a circulação dos fl uidos intra e extracelulares, facilitando a 
oferta de nutrientes, a retirada de catabólicos e a liberação de aderência;
• Promovem um “amolecimento” dos tecidos (efeito tixotrópico), aumentan-
do a elasticidade e diminuindo a fi brose;
• Estimulam a angiogênese, ou seja, a formação de novos vasos.
Dessa forma, podemos afi rmar que o ultrassom possui efeitos mecânicos 
e térmicos. Além disso, provoca a cavitação, ou seja, a formação de bolhas nos 
líquidos que contêm gás. Segundo Pereira (2019, p. 90 e 91), a cavitação pode 
ser de dois tipos:
ASSISTA
Assista ao vídeo disponibilizado para compreender melhor 
a ação do ultrassom, além da cavitação e ultracavitação.
• Cavitação estável: é a oscilação das microbolhas produzidas pela energia 
ultrassônica, exercendo pressão sobre as membranas plasmáticas celulares e 
interfaces teciduais. Esse efeito favorece as inúmeras trocas metabólicas e as 
atividades celulares, dentre elas a atividade dos fi broblastos. Com isso, há au-
mento na síntese de colágeno, contribuindo para a cicatrização pós-operatória;
• Cavitação instável: é o colapso total das microbolhas em função da elevada 
energia ultrassônica. Esse efeito é desejável nos casos de fi broses e aderências 
pós-cirúrgicas e das fi broses presentes no fi broedema geloide.
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As técnicas de aplicação podem se dar de dois modos:
• Contínuo: as ondas não são interrompidas, gerando maior concentração 
de calor e efeito térmico maior que o mecânico;
• Pulsado: as ondas fluem com intervalos de pausa, havendo maior disper-
são do calor, sendo o efeito mecânico maior que o térmico.
As ondas ultrassônicas são absorvidas nos tecidos e, portanto, sua intensida-
de vai diminuindo à medida que elas penetram nas camadas menos superficiais. 
Com isso, as ondas ultrassônicas emitidas pelo aparelho comumente utilizado na 
fisioterapia derma-funcional são de 3 MHz por possuírem maior frequência que 
aquelas utilizadas nas afecções de traumato-ortopedia, reumatologia, desporti-
va, entre outras, que correspondem a 1 MHz (BORGES, 2010). Ou seja: a frequên-
cia de 3 MHz possui ação mais concentrada na pele e na gordura subcutânea, ao 
passo que a de 1 MHz pode chegar até articulações e músculos.
Como as ondas de ultrassom não conseguem se propagar pelo ar, torna-se 
necessário um meio de acoplamento entre o transdutor e a pele do cliente. Na 
fisioterapia, utiliza-se um gel hidrossolúvel denominado de gel condutor, que é 
livre de princípios ativos (Figura 13). 
Figura 13. Gel condutor aplicado no cabeçote do ultrassom. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/03/2021. 
Porém, também há a possibilidade de utilizar um gel com princípios ati-
vos. Nesse caso, a técnica é chamada de fonoforese ou sonoforese. Dessa 
maneira, o ultrassom irá incrementar a penetração do princípio ativo através 
da pele. 
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Por todas essas ações, os principais efeitos terapêuticos são:
• Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles: auxilia no processo de 
cicatrização, tanto acelerando o reparo tecidual (muito empregado no pós-ope-
ratório de cirurgias plásticas e em úlceras e queimaduras) quanto melhorando a 
qualidade das cicatrizes mais antigas;
• Anti-Infl amatório: ação desejada nas sequelas pós-cirúrgicas, acne e demais 
feridas;
• Fibrinolítico: auxilia a diminuir a fi brose pós cirurgias plásticas e as aderên-
cias e fi broses do fi broedema geloide.
Como em toda eletroterapia, devemos observar as contraindicações do ul-
trassom: “sobre o útero gravídico, área cardíaca e globo ocular, em regiões de 
implantes metálicos e na presença de processos infecciosos, trombofl ebites e 
varizes” (GUIRRO; GUIRRO, 2013, p. 207).
Ultracavitação
Segundo Borges e Scorza, “a terapia com ultracavitação conta com os 
mesmos princípios do ultrassom terapêutico convencional; porém, as on-
das sonoras são emitidas de forma diferenciada, de maneira que produzam 
um altíssimo nível de intensidade ultrassônica” (2017, p. 379). 
A principal indicação da ultracavitação é a gordura localizada. A propa-
gação das ondas gera compressão/descompressão nos líquidos, forman-
do bolhas microscópicas no espaço intersticial. A implosão dessas bolhas 
gera a ruptura da membrana dos adipócitos, com liberação de triglicerídeos 
para o líquido intersticial e circulação. Conforme a necessidade metabó-
lica, os triglicérides são transportados para outros tecidos ou novamente 
armazenados.
Se não houver demanda energética, a gordura voltará a ser 
armazenada. Portanto, devemos orientar o cliente a 
controlar o consumo calórico antes, durante e de-
pois do tratamento, e realizar atividades físicas até 
duas horas após as sessões. Uma sugestão é ter 
uma plataforma vibratória no consultório, como 
ilustrada na Figura 14.
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A ultracavitação é contraindicada na presença de arteriosclerose, doenças 
hepáticas ativas e antecedentes, gravidez, implantes metálicos no local da apli-
cação, neoplasias e taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos.
Terapias combinadas
Como aponta Pereira (2019), o ultrassom pode ser associado a determinados 
tipos de correntes eletroterapêuticas, visando potencializar ou associar os efeitos 
terapêuticos dos recursos. Chamadas de terapias combinadas, o transdutor ul-
trassônico funciona como um eletrodo para uma corrente de estimulação elétrica. 
São exemplos de terapias combinadas ultrassom e microcorrentes, ultras-
som e corrente russa e ultrassom e corrente Aussie. Assim, os efeitos das tera-
pias combinadas configuram-se como a soma dos efeitos individuais de cada te-
rapia, esperando-se resultados mais expressivos e rápidos quando comparados 
à utilização dos recursos de forma separada.
Figura 14. Plataforma vibratória. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/03/2021.
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Sintetizando
Os aparelhos de eletroterapia utilizados na fisioterapia dermatofuncional têm 
várias ações: vasodilatadoras, ionizantes, excitomotoras e cicatrizantes, entre ou-
tras. Para desempenharem essas ações várias correntes são utilizadas. Estas, ao 
entrarem em contato com a pele, desencadeiam diversos efeitos fisiológicos.
As correntes contínuas são correntes unidirecionais, que não têm seu sentido 
alterado. É o caso da corrente galvânica, utilizada para ionização, desincrustação, 
eletrolifting e eletrolipólise. A ionização auxilia a entrada de princípios ativos na pele, 
e seus efeitos devem-se ao aquecimento que a corrente produz na pele associado 
aos efeitos dos ativos cosméticos. Assim, esta pode melhorar a circulação, a hidrata-
ção e a firmeza da pele, tratar o fibroedema geloide e acelerar a cicatrização. 
A desincrustação tem como objetivo reduzir a oleosidade das peles lipídicas 
e acneicas. Já o eletrolifting provocauma lesão na pele que, em resposta, irá 
produzir mais colágeno e elastina. Assim, é utilizado no tratamento de rugas e 
estrias. A eletrolipólise, por sua vez, estimula a lipólise, ou seja, a separação e saí-
da dos triglicerídeos dos adipócitos, sendo de grande utilidade nos tratamentos 
de gordura localizada e de fibroedema geloide.
Por outro lado, as correntes alternadas são variáveis, tendo seu sentido in-
vertido periodicamente. São exemplos desse tipo de corrente: as microcorrentes, 
a corrente russa, a corrente Aussie e a alta frequência. As microcorrentes são 
indicadas para revitalizar a pele e acelerar o processo de cicatrização, ao passo 
que as correntes russa e Aussie estimulam os músculos esqueléticos a se contraí-
rem e, com isso, desenvolverem força e trofismo muscular. Já a alta frequência, 
por seus efeitos bactericidas, anti-inflamatórios e fungicidas, é utilizada em proto-
colos de acne, foliculite, pós-limpeza de pele e afecções do couro cabeludo.
A ventosaterapia e a endermoterapia são realizadas com aparelhos elé-
tricos que geram pressão positiva e negativa, realizando sucção seguida de 
deslizamento na pele e, com isso, tratam fibroses e aderências. Os aparelhos 
podem também gerar ondas mecânicas, como as ultrassônicas (ultrassom). 
Essas ondas provocam cavitação e ultracavitação, geram efeitos de aqueci-
mento e de massagem nos tecidos, contribuindo para aumentar a circulação, 
acelerar o processo cicatricial e tratar fibroedema geloide, gordura localizada 
e fibroses pós-cirúrgicas. 
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Essa variedade de aparelhos e correntes elétricas, aliada às terapias manuais 
e aos cosméticos, permite ao fisioterapeuta desenvolver inúmeros protocolos de 
tratamento para as mais diversas disfunções estéticas do corpo e da face com 
bons resultados.
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DISFUNÇÕES EM 
FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
3
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Abordar a disfunção dermatofuncional fibroedema geloide, englobando sua 
fisiopatologia, causas, tipos e principais tratamentos;
 Apresentar o processo de reparação tecidual e os tipos de cicatrizes 
resultantes desse processo, inclusive as estrias;
 Discorrer sobre a obesidade, a gordura localizada e a flacidez de pele e 
músculos;
 Apresentar os principais modos de avaliação utilizados pelo(a) fisioterapeuta 
nas disfunções dermatofuncionais corporais;
 Discorrer sobre os objetivos e exemplos de protocolos em Fisioterapia 
Dermatofuncional.
 Fibroedema geloide (celulite)
 Definição, sinônimos e formação
 Fatores predisponentes e 
agravantes
 Classificação
 Tratamento
 Estrias, cicatrizes e queloides
 Estrias
 Estágios e fatores que interfe-
rem na cicatrização
 Cicatrizes inestéticas
 Obesidade e flacidez
 Obesidade e gordura localizada
 Flacidez tissular
 Flacidez muscular
 Avaliação e tratamento
 Avaliação em Dermatofuncional
 Patologias estéticas – tratamento
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Fibroedema geloide (celulite)
O fi broedema geloide (FEG) (Figura 1), popularmente conhecido como ce-
lulite, está presente na maioria das mulheres e, portanto, é uma das disfun-
ções corporais mais comuns da Fisioterapia Dermatofuncional.
Figura 1. Fibroedema geloide. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 09/04/2021. 
Há muitos mitos sobre as causas e os tratamentos do fi broedema geloide. 
A verdade é que sua etiologia é multifatorial, composta por uma mistura de 
fatores ligados ao sexo feminino, à genética, hormônios, biótipo, alimentação 
e sedentarismo.
O tratamento visa diminuir os graus do fi broedema geloide, pois é pratica-
mente impossível eliminar totalmente essa disfunção. A Fisioterapia Dermato-
funcional dispõe de recursos eletroterápicos, cosméticos e manuais para tratar 
essa disfunção. Todavia, o resultado depende, em grande parte, da contribui-
ção do(a) paciente, que deve adotar hábitos alimentares saudáveis e praticar 
atividades físicas regularmente.
Definição, sinônimos e formação
O fi broedema geloide recebe outras denominações, tais como: fi broedema 
ginecoide, lipodistrofi a localizada, lipodistrofi a ginoide, lipodistrofi a ginecoide, hi-
drolipodistrofi a ginoide, hidrolipodistrofi a ginecoide e, a mais conhecido, celulite.
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CURIOSIDADE
O termo celulite foi usado pela primeira vez em 1920, entretanto, somente em 
1978, surgiu o primeiro artigo científi co sobre o tema, escrito por dois pesqui-
sadores alemães, denominado “A chamada celulite: uma doença inventada”.
É uma disfunção do panículo adiposo que deixa a pele com aspecto ondu-
lado, semelhante à casca de laranja. Segundo Alberini (2020, p. 91), afeta entre 
80 e 90% das mulheres e se concentra principalmente nas regiões glútea e das 
coxas, podendo aparecer também no abdômen e nos braços. Apesar de ser 
uma disfunção benigna, é considerada antiestética e, em casos graves, pode 
haver dor local. Também pode comprometer a autoestima de algumas mulhe-
res, levando-as, inclusive, a restringir atividades sociais que necessitem expor 
as regiões acometidas e interferir na vida afetiva e sexual.
Como citado por Borges e Scorza (2016, p. 605), ocorre uma infi ltração ede-
matosa do tecido conjuntivo subcutâneo, de característica não infl amatória, 
seguida de polimerização da substância fundamental amorfa presente no es-
paço intersticial da derme. Esse edema se infi ltra no tecido conjuntivo e produz 
uma reação fi brótica consecutiva.
Ao observar o esquema de uma pele com fi broedema geloide comparada 
a uma pele saudável (Figura 2), é possível perceber que, ao armazenar maior 
quantidade de gordura, os adipócitos se tornam mais volumosos e passam 
a comprimir os vasos sanguíneos e linfáticos à sua volta. A pele passa a ser 
menos nutrida e oxigenada, com edema local. Esse edema, juntamente com 
os adipócitos mais volumosos, esticam as trabéculas de colágeno que unem 
a derme à tela subcutânea, “puxando” a pele para baixo. Com isso, aparecem 
depressões na superfície da pele, as conhecidas ondulações ou “furinhos”.
Pele saudável Pele com celulite
Figura 2. Pele comfi broedema geloide versus pele saudável. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 09/04/2021. 
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Com o tempo, há mudanças na estrutura do tecido adiposo subcutâneo, 
na derme e na microcirculação da região acometida, ou seja, além de edema, 
nota-se também aderências e fi brose, alterações na cor, na temperatura e na 
sensibilidade da pele.
Tende a ocorrer nas regiões em que a gordura está sob a infl uência do es-
trógeno, como quadris, coxas e nádegas, mas pode ser encontrado nas mamas, 
parte inferior do abdômen, braços e nuca (AFONSO et al., 2010, p. 214-215).
Fatores predisponentes e agravantes
O fi broedema geloide é resultado de uma soma de fatores, tais como:
• Hereditariedade;
• Hormônio estrógeno: mulheres têm quantidade de estrógeno muito su-
perior aos homens, sendo que essa quantidade pode ser ainda maior no pe-
ríodo pré-menstrual, na gestação e com o uso prologado de alguns tipos de 
pílulas anticoncepcionais;
• Sedentarismo: difi culta a eliminação da gordura acumulada e aumenta a 
estase venosa e linfática na parte inferior do corpo;
• Dieta inadequada: excesso de gorduras e carboidratos aumenta a síntese 
de gorduras. Em exagero, o sal favorece a retenção hídrica;
• Tabagismo e álcool: o cigarro interfere na microcirculação e o álcool, por 
ser bem calórico, aumenta o acúmulo de gordura nos adipócitos.
O fato do fi broedema geloide ser raro em homens tem duas 
explicações, a primeira é hormonal, pois o estrógeno é um hor-
mônio presente em pequena quantidade no sexo masculino. 
Esse hormônio determina a quantidade e a disposição da gor-
dura corporal, além de absorver água. O outro fator está ligado 
às diferenças da organização do tecido adiposo nos dois 
sexos, sendo que, nas mulheres, as bandas fasciais, 
que separam os conjuntos de adipócitos, são ver-
ticais e mais fi nas, e, nos homens, essas bandas 
são diagonais e mais grossas. Com isso, mesmo 
acumulando gordura, não há tração da pele pelas 
fáscias conjuntivas.
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Classificação
A classifi cação do fi broedema geloide pode ser feita pelo grau e pela forma 
clínica. Toda avaliação deve ser feita com o(a) paciente em pé e com uma boa 
iluminação. O(a) fi sioterapeuta deve identifi car as alterações no relevo da pele, 
a presença de edema e a sensibilidade na região. Também deve realizar o teste 
da casca de laranja (Figura 3).
Figura 3. Teste da casca de laranja. Fonte: BORGES; SCORZA, 2016, p. 610.
O teste da casca de laranja consiste em pressionar o tecido adiposo entre 
os dedos, acentuando na pele o aspecto ondulado de casca de laranja. Outro 
modo é solicitar que o(a) paciente contraia ativamente a musculatura da re-
gião, o que deve acentuar o fi broedema geloide.
A partir da avaliação, o fi broedema geloide pode ser classifi cado em:
• Grau I: não é visível à inspeção, aparecendo apenas no teste da casca de 
laranja;
• Grau II: depressões visíveis na inspeção, fi cando mais evidentes no teste 
da casca de laranja;
• Grau III: depressões visíveis na simples inspeção e em qualquer posição 
(sentada ou decúbito) com presença de nódulos palpáveis e dolorosos deixan-
do a pele com aspecto de “saco de nozes”;
• Grau IV: maior acometimento com depressões visíveis na simples inspe-
ção e em qualquer posição (sentada ou decúbito) com presença de nódulos 
fi bróticos palpáveis, aderentes e dolorosos nos planos mais profundos.
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Outro tipo de classifi cação é pela forma clínica, que, segundo Borges e 
Scorza (2016, p. 616), pode ser:
• Dura: mais comum em mulheres jovens e ativas fi sicamente, é consisten-
te, compacta e não há fl acidez do tecido;
• Flácida: acompanha frouxidão da pele e sua textura é amolecida;
• Edematosa: associada a um edema maior.
Tratamento
São várias as possibilidades de abordagem fi sioterápica na presença de
fi broedema geloide:
• Recursos manuais: destaca-se a drenagem linfática como o principal re-
curso manual que atua na melhora do sistema linfático, reduzindo o edema. 
Massagem clássica, que melhora a circulação local e, consequentemente, a nu-
trição e a oxigenação. Massagem modeladora, que redistribui os adipócitos;
• Eletroterapia: ultrassom, endermoterapia e eletrolipólise são os recursos 
mais utilizados;
• Cosméticos: com ativos termogênicos e lipolíticos, por exemplo, Ginkgo 
biloba, cafeína, cavalinha, Centella asiática, gengibre, pimenta, guaraná, casta-
nha-da-índia e outros.
Como apontam Guirro e Guirro (2003, p. 367), o fi broedema geloide é um 
distúrbio de etiologia multifatorial, desse modo, os melhores re-
sultados são obtidos com procedimentos variados e complementa-
res entre si. Contudo, é muito importante que haja uma orientação 
ao(à) paciente para manutenção e/ou complementação doméstica.
Estrias, cicatrizes e queloides
Sempre que a pele sofre algum tipo de agressão, há um reparo natural 
do organismo e, em decorrência dessas lesões e da regeneração da pele, 
surgem as cicatrizes.
As estrias são um tipo de cicatriz que surgem após o rompimento de fi -
bras elásticas e colágenas da derme devido a um grande estiramento da pele. 
Podem acontecer durante estirões de crescimento, gravidez e ganho de peso.
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Cicatrizes hipertrófi cas e queloides aparecem após cortes espontâneos 
ou intencionais da pele, como as cirurgias plásticas.
Já as cicatrizes atrófi cas surgem como sequelas da acne em graus mais 
elevados.
Estrias
Guirro e Guirro (2003, p. 392) defi nem estria como uma atrofi a tegumentar 
adquirida, de aspecto linear, sinuoso, com um ou mais milímetros de largura, 
a princípio avermelhadas, depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas).
A presença de estrias indica que houve uma lesão no tecido elástico da pele. 
No local das estrias, a pele é menos espessa, mais seca, menos elástica e com 
pelos esparsos.
Ao ocorrer o rompimento das fi bras elásticas da pele, as estrias são verme-
lhas (estrias rubras), infl amadas, com prurido e, eventualmente, dor. Conforme o 
processo infl amatório cessa, as estrias se tornam esbranquiçadas ou nacaradas, 
conforme exemplos da Figura 4.
Figura 4. A) Estrias vermelhas; B) estrias brancas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/04/2021. 
As estrias são caudadas por:
• Gestação (abdômen, glúteos, quadris e mamas);
• Estirão de crescimento (região lombodorsal, região dos joelhos, glúteos e 
mamas);
• Deposição rápida de gordura (abdômen, glúteos e quadris);
• Ganho rápido de massa muscular, como por exemplo, em praticantes de 
musculação (braços e costas);
• Pós-implante de silicone (mamas).
A B
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DICA
As estrias podem ser evitadas com o controle de peso na gravidez e em 
outras fases da vida, minimizando os danos que a pele pode sofrer com a 
grande distensão. O uso de cosméticos hidratantes mantém a qualidade 
da pele e pode contribuir para a prevenção das estrias.
Mecanismos endócrinos também 
podem causar estrias, como a hipe-
ratividade adrenal e o excesso de 
cortisol, como o que acontece na sín-
drome de Cushing.
Há um senso comum ao se dizer 
que não há tratamento para estrias. 
Na verdade, é possível minimizar sua 
aparência, principalmente, se forem 
tratadas na fase inicial, ou seja, quando ainda estão vermelhas e inflamadas. 
Os principais objetivos no tratamento das estrias, segundo Borges e Scorza 
(2016, p. 687), são:
• Aumentar a microcirculação e a espessura da derme;
• Acelerar o crescimento e a espessura da epiderme;
• Estimular a produção sebácea e restaurar o manto lipídico, para um maior 
grau de hidrataçãocutânea;
• Estimular os fibroblastos.
Para isso, o(a) fisioterapeuta dermatofuncional pode utilizar:
• Peelings físicos ou químicos: provocam uma esfoliação e, posteriormen-
te, uma regeneração da pele;
• Cosméticos hidratantes e com vitaminas;
• Argilas: a argila branca é cicatrizante, sendo a mais indicada no tratamen-
to de estrias;
• Eletrolifting: visa estimular os fibroblastos a produzirem mais elastina e 
colágeno;
• Microagulhamento ou terapia para indução do colágeno: técnica que 
utiliza um aparelho chamado de roller, dotado de microagulhas que realizam 
uma leve perfuração da pele. A perfuração acaba estimulando o colágeno, me-
lhorando a textura da pele.
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Estágios e fatores que interferem na cicatrização
A cicatrização é o restabelecimento do tecido lesado, resultando em uma 
cicatriz. Dá-se pela regeneração das células mortas por meio do processo de 
proliferação das sobreviventes, pela formação de tecido de granulação e, fi nal-
mente, pela reconstrução do tecido.
A reparação tecidual acontece em três estágios que vão se sobrepondo e 
se completando:
• Infl amação: inicia-se imediatamente após a lesão com a liberação de 
substâncias vasoconstritoras. Em seguida, ocorre a vasodilatação, favorecendo 
a chegada de neutrófi los e macrófagos na região ferida. Essa fase dura cerca 
de três dias;
• Proliferação: Campos, Borges-Branco e Groth (2007, p. 52) apontam que 
essa fase é constituída por quatro etapas fundamentais: epitelização, angiogê-
nese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno. Tem início 
por volta do quarto dia após a lesão e se estende até o término da segunda 
semana;
• Remodelação: a característica mais importante dessa fase é a deposição 
de colágeno de modo organizado, portanto, é a mais importante clinicamen-
te. O colágeno produzido inicialmente é mais fi no do que o colágeno presente 
na pele normal e tem orientação paralela à pele (CAMPOS; BORGES-BRANCO; 
GROTH, 2007, p. 52).
Os fatores que interferem na cicatrização se classificam em:
• Sistêmicos (relacionados ao indivíduo): idade, estado nutricional, dia-
betes, uso de medicamentos (principalmente os glicocorticoides) e tabagismo;
• Locais (relacionados à ferida): características da ferida (tipo, localização 
e dimensão), tensão na ferida, infecção local, edema e os cuidados adotados 
pelo(a) paciente.
Cicatrizes inestéticas
Quando a cicatriz se apresenta muito evidente, denomina-se cicatriz ines-
tética ou distúrbio cicatricial. Trata-se da cicatriz hipertrófi ca, do queloide e 
da cicatriz atrófi ca (Figura 5).
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Cicatriz normotrófi ca 
Cicatriz hipertrófi ca Cicatriz atrófi caQueloide
Tipos de cicatrizes 
Figura 5. Tipos de cicatrizes. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/04/2021. 
As cicatrizes inestéticas podem ser tratadas pela Fisioterapia Dermatofun-
cional do mesmo modo que as estrias.
Cicatriz hipertrófi ca
Lesão elevada que não ultrapassa os limites da ferida inicial, ou seja, res-
peita a extensão original da lesão e apresenta tendência à regressão. É uma 
resposta exacerbada do tecido conjuntivo cutâneo a ferimentos, interven-
ções cirúrgicas, queimaduras ou quadros infl amatórios (BORGES; SCORZA, 
2016, p. 61).
Queloide
Lesão elevada, brilhante, pruriginosa ou dolorosa que ultrapassa os li-
mites da ferida original, ou seja, invade a pele normal adjacente (Figura 6). 
Apresenta crescimento ao longo do tempo e não regride espontaneamente 
(BORGES; SCORZA, 2016, p. 61).
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Figura 6. Queloide. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/04/2021. 
Figura 7. Cicatriz atrófi ca. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/04/2021. 
Cicatriz atrófi ca
É uma lesão com aparência afundada em relação à pele, 
como, por exemplo, as cicatrizes de acne de graus III ou IV 
(Figura 7).
Obesidade e flacidez
A obesidade é um distúrbio que envolve excesso de gordura corporal, au-
mentando o risco para problemas de saúde. Geralmente, acontece quando a 
ingestão alimentar é superior ao gasto calórico.
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CURIOSIDADE
No dia 04 de março, celebra-se o Dia Mundial da Obesidade, instituído 
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar atenção sobre os 
problemas decorrentes da obesidade e para estimular medidas de enfren-
tamento da doença.
Já a fl acidez se refere à qualidade ou ao estado de fl ácido, ou seja, mole, 
frouxo, lânguido. Em Dermatofuncional, a fl acidez pode ser dérmica (também 
chamada de tissular ou cutânea), muscular ou ambas.
Obesidade e gordura localizada
Na avaliação da obesidade e da gordura localizada, deve-se calcular o índi-
ce de massa corporal (IMC), que é obtido pela divisão do peso pela altura ao 
quadrado, ou seja:
IMC =
kg
m² 
(1)
Sendo que o peso corporal deve ser sempre medido em quilogramas e a 
altura em metros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o valor do IMC de 25 kg/m2 
como o limite para a normalidade. Assim, classifi ca-se:
• Baixo peso: < 20;
• Normal: 20-25;
• Sobrepeso: 26-30;
• Obesidade: > 30.
EXEMPLIFICANDO
O cálculo do IMC para um paciente cujo peso é 78 kg e a altura é 1,65 m, é:
= 28,67=78
1,65 � 1,65
78
2,72
Ou seja, esse paciente tem IMC = 28,67, indicando sobrepeso, de acordo 
com a classifi cação estabelecida pela OMS.
O tratamento da obesidade envolve mudanças no estilo de vida por meio 
de dieta equilibrada, reeducação alimentar, atividade física e, em alguns ca-
sos, medicamentos e/ou cirurgias. Após a redução do peso corpóreo a Fisio-
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terapia Dermatofuncional pode atuar nas regiões em que a gordura não foi 
eliminada, fi cando localizada.
A gordura localizada, também denominada lipodistrofi a localizada (Figura 
8), está presente em indivíduos com sobrepeso e ocorre pelo excesso de volu-
me nos adipócitos de determinadas áreas do corpo (abdômen, culote, costas, 
glúteos etc.). O tratamento também envolve reeducação alimentar e atividades 
físicas, sendo que a Fisioterapia Dermatofuncional pode potencializar os efei-
tos desses novos hábitos.
Figura 8. Gordura localizada. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
Uma boa técnica é aliar a massagem modeladora a cosméticos hipere-
miantes e lipolíticos, com ativos como cafeína, arnica, cavalinha, castanha-da-
-índia, pimenta, chá verde e guaraná.
A eletroterapia é uma importante aliada nos tratamentos da gordura lo-
calizada. Eletrolipólise, ultrassom, carboxiterapia e criolipólise são alguns dos 
recursos utilizados para esses protocolos.
Flacidez tissular
A fl acidez da pele (Figura 9) acontece quando a derme perde a elasticidade 
e a capacidade de sustentação, adquirindo um aspecto frouxo. É um sinal visí-
vel do nosso envelhecimento, pois com o passar dos anos há uma diminuição 
da matriz extracelular, do colágeno, da elastina e dos glicosaminoglicanos – 
substâncias fundamentais para a manutenção da tonicidade da pele.
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Pode também ser resultado de forças de tração, como, por exemplo, um 
indivíduo magro que se tornou obeso em um curto período e, depois, emagre-
ceu novamente, causando fragmentação e dissociação das fi bras colágenas e 
elásticas. Esse efeito, chamado de efeito sanfona, pode causar a fl acidez da 
pele. Também pode acontecer após a gestação ou cirurgia bariátrica.
Figura 9. Flacidez tissular. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
No tratamento da fl acidez, pode-se utilizar ativos que promovam hidratação 
(para mantera elasticidade cutânea) e estimulem a síntese de colágeno. São alguns 
exemplos: ácido hialurônico, ureia, D-pantenol, óleos vegetais, glicerina, vaselina, 
colágeno lipossomado, lipossoma de elastina e dimetilaminoetanol (DMAE).
As argilas também podem ser incorporadas aos protocolos de tratamento 
da fl acidez tissular, devido a suas propriedades hidratantes e tensoras. A argila 
amarela é um elemento catalisador para formação de colágeno da pele, au-
mentando a elasticidade e reduzindo a fl acidez tissular.
Entre os recursos eletroterápicos, a radiofrequência é o mais indicado 
para a fl acidez, pois estimula a síntese de colágeno.
Flacidez muscular
A fl acidez muscular (Figura 10) ocorre especifi camente nos músculos es-
triados que promovem o movimento e a sustentação do corpo. Pode ser de-
sencadeada por vários fatores, tais como: genético, envelhecimento, nutrição 
e/ou inatividade física.
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Figura 10. Flacidez muscular. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
Os músculos são formados por fi bras de proteínas, capazes de se contrair e 
alongar, produzindo força. A diminuição dessas proteínas enfraquece os mús-
culos, dando a eles uma aparência “amolecida”.
O tratamento para esse tipo de fl acidez envolve eletroestimulação com 
corrente russa ou Aussie. Essas correntes são aplicadas na pele e estimulam a 
contração dos músculos superfi ciais, aumentando o trofi smo muscular. Para 
um resultado melhor, a eletroestimulação deve estar aliada a exercícios ativos 
de fortalecimento muscular, como caminhada, corrida, musculação etc.
Avaliação e tratamento
A avaliação corporal em Fisioterapia Dermatofuncional é fundamental 
para que o profi ssional compreenda as características do corpo do(a) paciente 
e suas queixas. A partir dessa avaliação, o(a) fi sioterapeuta pode montar ou 
selecionar o protocolo mais adequado para o(a) paciente, de modo individuali-
zado e com mais chances de bons resultados.
Os tratamentos envolvem o uso de recursos de eletroterapia, recursos 
manuais e cosméticos. Além disso, o(a) paciente deve adotar cuidados com a 
alimentação e a prática regular de atividade física, além de utilizar produtos 
cosméticos em casa.
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Avaliação em Dermatofuncional
Toda avaliação se inicia com uma 
anamnese (entrevista), em que de-
vem ser coletadas informações bási-
cas sobre o(a) paciente e sua saúde. 
Uma fi cha de anamnese efi ciente é 
constituída de:
• Identifi cação: nome, sexo, idade, 
profi ssão, telefone, e-mail etc.;
• Queixa principal: aquilo que 
mais incomoda o(a) paciente em rela-
ção à estética de seu corpo, o motivo 
dele(a) ter procurado os serviços de 
um(a) profi ssional;
• Histórico de saúde: doenças 
preexistentes, antecedentes de doen-
ças, tratamentos médicos, cirurgias, alergias, medicamentos em uso etc.;
• Hábitos diários: importante saber como é o dia a dia do(a) paciente e 
quais os cuidados que ele(a) tem com a pele e com o corpo. Deve-se perguntar 
sobre o tipo de alimentação, ingestão de água, atividades físicas, exposição ao 
sol, sono, estresse, cosméticos, vícios (tabagismo, álcool) etc.
Após a anamnese, passa-se à avaliação visual, palpatória e realização da 
mensuração do peso, altura, perimetria e dobras cutâneas. Para a avaliação, o(a) 
paciente deve estar trajando roupa de banho (biquíni ou sunga) ou roupas ínti-
mas e o ambiente deve estar bem iluminado e com uma temperatura agradável.
A mensuração do peso e da altura do(a) paciente, utilizando respectivamen-
te a balança e a fi ta métrica, fornecem dados para o cálculo do índice de massa 
corporal (IMC). Assim, tem-se a informação se o peso está normal, diminuído 
ou aumentado.
O modo como a gordura localizada se distribui no corpo caracteriza o bioti-
po corporal, que pode ser:
• Androide: apresenta acúmulo de gordura no abdômen, lembrando a for-
ma de uma maçã (Figura 11);
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Formato corporal 
Maçã
Formato corporal 
Pera
Figura 11. Biotipo androide. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
Figura 12. Biotipo ginoide. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
• Ginoide: apresenta acúmulo de gordura nos quadris e coxas, lembrando a 
forma de uma pera (Figura 12);
• Misto: apresenta características dos tipos androide e ginoide.
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A presença de gordura localizada é uma queixa bem comum nos consultó-
rios e clínicas dermatofuncionais. Para se mensurar os padrões de distribuição 
de gordura no corpo, deve-se realizar a perimetria ou medidas de circunferên-
cia. Com o uso de uma fita métrica, mede-se a circunferência de várias regiões, 
com base em pontos anatômicos preestabelecidos:
• Quadris: região de maior circunferência do culote;
• Coxa direita: parte superior da coxa imediatamente abaixo das nádegas;
• Panturrilha: circunferência máxima;
• Braço: no ponto médio do braço;
• Antebraço: circunferência máxima da porção proximal;
• Peito: região das axilas;
• Abdômen: 2,5 cm acima do umbigo.
Outro método para se medir a gordura localizada é a avaliação das dobras 
cutâneas. Conforme orientam Guirro e Guirro (2003, p. 312), as medidas da 
espessura das dobras cutâneas devem sempre ser realizadas no hemicorpo 
direito, com o(a) paciente em pé. Deve-se, então, pinçar fortemente uma dobra 
de pele e gordura, utilizando o polegar e o indicador, destacando-a do tecido 
muscular. Aproximadamente 1 cm abaixo da dobra pinçada, deve-se introduzir 
a extremidade da pinça do adipômetro (Figura 13).
Figura 13. Mensuração de dobra cutânea com adipômetro. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2021. 
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Pode-se tirar três medidas e fazer uma média para um resultado mais fide-
digno. Desse modo, deve-se medir as seguintes dobras cutâneas:
• Tríceps: prega vertical medida a “meio caminho” entre a ponta do ombro 
e a ponta do cotovelo;
• Suprailíaca: prega ligeiramente oblíqua, realizada entre a última costela 
e a crista ilíaca;
• Abdominal: prega vertical medida a 2,5 cm do umbigo;
• Subescapular: prega oblíqua medida na altura do ângulo inferior da es-
cápula;
• Coxa: prega vertical medida na linha média da coxa.
Entre as disfunções estéticas corporais mais comuns, sobretudo entre as 
mulheres, destaca-se o fibroedema geloide. Deve ser avaliado com o(a) pacien-
te em pé, com boa iluminação. Deve-se buscar alterações do relevo da pele, 
flacidez de pele, edema, aderências e alterações de sensibilidade. No teste da 
casca de laranja, o profissional deve pressionar o tecido adiposo entre os dedos 
polegar e indicador ou entre as palmas das mãos, evidenciando na pele um 
aspecto de casca de laranja. Quanto mais evidente o aspecto ondulado, maior 
o grau do fibroedema geloide.
As estrias podem ser vermelhas ou brancas. Deve-se anotar sua localização 
e medir seu tamanho (largura e comprimento) e avaliar se são hipertróficas 
(acima do nível da pele), normotróficas (no nível da pele) ou atróficas (abaixo 
do nível da pele). Também se deve observar a qualidade da pele acometida pela 
estria (hidratação, elasticidade, coloração e sensibilidade).
A flacidez da pele é avaliada esticando a pele com os dedos formando uma 
pinça e soltando em seguida. Se a pele voltar ao normal imediatamente não há 
flacidez, todavia, se demorar alguns segundos indica que a pele está flácida. A 
pele flácida contribui para a perda do segmento corporal, dando a impressão 
de “sobra de pele”.
Para testar a flacidez muscular, solicita-se ao(à) paciente que contraia ati-
vamente a musculatura. Se a mobilidade e o contornodos músculos não es-
tiverem bem-definidos é sinal de flacidez. Na palpação, o músculo flácido tem 
pouco tônus e, ao ser movimentado, parece uma “gelatina”. É muito comum 
o(a) paciente ter a associação desses dois tipos de flacidez e, nesses casos, o 
tratamento deve contemplar tanto a pele como os músculos.
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Por fi m, deve-se fazer o registro fotográfi co do(a) paciente, para documen-
tar e acompanhar a evolução de seu tratamento. As fotos devem ser tiradas 
com um fundo de cor neutra, sem objetos que distraiam a atenção do obser-
vador e com uma iluminação que não provoque sombras ou refl exos. Um afas-
tamento de cerca de 30 cm entre os membros inferiores é solicitado para que 
não haja compressão entre as coxas.
É importante que as fotos a serem utilizadas para acompanhar a evolução 
do tratamento obedeçam a uma padronização, pois do contrário a compara-
ção pode não ser real. Na clínica ou consultório, o(a) fi sioterapeuta pode de-
marcar o piso, indicando o local da câmera fotográfi ca/celular e do(a) paciente 
em relação ao fundo fotográfi co. As fotografi as devem ser feitas em incidência 
anterior e posterior e em perfi l esquerdo e direito. Também podem ser feitas 
fotos obliquas à direita e à esquerda.
Fotografi as em close das lesões, como nos casos de estrias e cicatrizes, de-
vem ser realizadas próximas a uma fi ta métrica, para registar comprimento e 
largura dessas lesões.
Vale lembrar que todas as informações e imagens de pacientes 
são sigilosas e cabe ao(à) fi sioterapeuta zelar pela proteção des-
ses dados. É considerada infração ética divulgar imagens e/ou 
informações de pacientes em meios impressos e eletrônicos (li-
vros, sites, blogs etc.) sem autorização prévia.
Patologias estéticas – tratamento
Antes de se iniciar o tratamento, é necessário que se faça o preparo da 
pele por meio de esfoliação e hidratação. A esfoliação deve promover um 
afi namento do estrato córneo, com eliminação das células mortas. Esse pro-
cedimento aumenta a biodisponibilidade do tecido aos princípios ativos dos 
cosméticos utilizados nos procedimentos que o seguem e facilita a passagem 
das correntes elétricas. Isso também dá um agradável benefício sensorial ao(à) 
paciente. Em seguida, é importante fazer a hidratação externa da pele para 
impedir a evaporação da água para o meio externo.
Como exemplo de protocolo de esfoliação e hidratação corporal, pode-se 
considerar:
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• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente, explicar o procedimento, orientá-lo(a) a se despir e se deitar 
na maca;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
• Esfoliação: aplicar o esfoliante na região, fazendo movimentos suaves. 
Remover o excesso com toalha descartável úmida ou papel toalha;
• Hidratação: aplicar hidratante na região a ser tratada, sem massagear;
• Oclusão: envolver a região a ser tratada com filme osmótico (PVC);
• Aquecimento: aplicar manta térmica por 20 minutos (Figura 14). Retirar a 
manta e o PVC;
• Massagem relaxante: massagear o corpo todo, iniciando pelas regiões 
que não foram aquecidas;
• Finalização: avisar o(a) paciente que o procedimento acabou, ajudá-lo(a) 
a se levantar e descer da maca. Limpar e arrumar o local de atendimento e o 
material utilizado, fazendo o descarte adequado dos resíduos.
Figura 14. Uso de manta térmica em paciente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 15/04/2021. 
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O fibroedema geloide pode ser tratado por protocolos que envolvam ele-
troterapia, recursos manuais e cosmetologia. Os objetivos desses protocolos 
são diminuir o volume do panículo adiposo no local da disfunção, estimular a 
circulação para oxigenar e nutrir os tecidos, estimular a circulação linfática para 
reduzir o edema e diminuir aderências e fibroses.
Como exemplo de protocolo para fibroedema geloide, pode-se considerar:
• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente, explicar o procedimento;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
• Endermoterapia:
• Encaixar a mangueira;
• Escolher os roletes de acordo com a região, sendo os maiores para 
glúteos e coxas e os menores para abdômen e braços;
• Espalhar uma pequena quantidade de creme ou gel para massagem;
• Ligar o aparelho e selecionar a vacuoterapia contínua;
• Marcar o tempo (de 20 a 30 minutos);
• Regular a pressão de acordo com a sensibilidade do(a) paciente;
• Deslizar o cabeçote de acordo com o sentido das fibras musculares;
• Desrosquear o cabeçote e desencaixar a mangueira;
• Drenagem linfática manual;
• Finalização: limpar e arrumar o local de atendimento, o material e equipa-
mento utilizados, fazendo o descarte adequado dos resíduos. Retirar resíduos 
de produtos dos roletes com papel toalha e, em seguida, lavar com água e sabão.
O(a) fisioterapeuta pode elaborar outros protocolos a partir desses, substi-
tuindo as etapas por outros procedimentos. Por exemplo, a endermoterapia 
pode ser utilizada em casos de fibroedema geloide duro ou edematoso, já o 
ultrassom é indicado para os casos de fibroedema geloide duro ou flácido.
No caso das terapias manuais, a drenagem linfática é o recurso mais indi-
cado no fibroedema geloide edematoso ou no flácido. No duro, pode-se aplicar 
a massagem modeladora, enquanto, no flácido, deve ser a massagem relaxante.
Em casos de estrias ou cicatrizes hipertróficas ou queloides, deve-se obje-
tivar hipervascularização local, melhora da oxigenação e da nutrição, melhora 
da maleabilidade tecidual, reorganização do tecido e hidratação. 
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Como exemplo de protocolo para esses fins, pode-se considerar:
• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente, explicar o procedimento;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
• Esfoliação: aplicar esfoliante na região a ser tratada, fazendo movimentos 
suaves. Remover o excesso com toalha descartável úmida ou papel toalha;
• Vacuoterapia:
• Encaixar a mangueira;
• Escolher a ventosa de bico de pato;
• Espalhar uma pequena quantidade de creme ou óleo para massagem;
• Ligar o aparelho e selecionar vacuoterapia contínua;
• Marcar o tempo (de 15 a 20 minutos);
• Regular a pressão em torno de -300 mmHg (pressão negativa);
• Realizar movimentos de vai e vem por todo o trajeto da estria ou cica-
triz, até causar uma hiperemia intensa;
• Desrosquear o cabeçote e desencaixar a mangueira;
• Máscara de argila: preparar uma mistura de argila branca e água filtra-
da, espalhar na região e deixar secar (cerca de 20 minutos). Retirar com toalha 
descartável e água;
• Hidratação: passar produto hidratante na região trabalhada;
• Finalização: limpar e arrumar o local de atendimento, o material e equipa-
mento utilizados, fazendo o descarte adequado dos resíduos. Retirar resíduos 
de produtos das ventosas com papel toalha, lavar com água e sabão e limpar 
com álcool.
No tratamento da gordura localizada, objetiva-se o aumento da circulação 
periférica, a oxigenação dos tecidos e o metabolismo local, favorecendo a li-
pólise, além de promover a modelagem corporal, reduzir medidas e diminuir 
edemas. Como exemplo de protocolo, pode-se considerar:
• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente e explicar o procedimento;
• Perimetria: com fitamétrica, fazer a perimetria da região a ser trabalhada;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
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• Esfoliação: aplicar esfoliante, fazendo movimentos suaves. Remover o ex-
cesso de produto com uma toalha descartável úmida ou papel toalha;
• Ultrassom:
• Espalhar gel condutor na região a ser trabalhada;
• Ligar o aparelho e selecionar o protocolo: frequência de 3 mHz, modo 
contínuo, intensidade de 2 w/cm2, tempo de 20 a 30 minutos;
• Encostar o transdutor na pele do(a) paciente e iniciar;
• Realizar movimentos lentos e circulares por toda a região a ser traba-
lhada, sempre mantendo o contato do transdutor com a pele;
• Retirar o gel condutor da pele do(a) paciente com toalha de pano ou 
papel toalha;
• Fluído termoativo: borrifar na pele e fazer movimentos de pinçamento;
• Massagem modeladora: aplicar creme de massagem com ativos hipe-
rêmicos e realizar manobras de massagem modeladora; retirar o excesso de 
creme, no final, com toalha de pano ou papel toalha;
• Perimetria: com fita métrica, fazer nova perimetria e comparar os resul-
tados;
• Finalização: limpar e arrumar o local de atendimento e o material e equi-
pamento utilizados, fazendo o descarte adequado dos resíduos.
Outra possibilidade é substituir o ultrassom pela eletrolipólise. Após a 
sessão, é fundamental que o cliente realize atividades para consumir a gor-
dura da lipólise, como caminhada rápida, corrida, bicicleta, dança ou plata-
forma vibratória.
Nos protocolos de flacidez tissular, deve-se objetivar a melhora da qualida-
de da pele, com maior nutrição e elasticidade, além de estimular a síntese de 
colágeno.
Como exemplo de protocolo para flacidez tissular, pode-se considerar:
• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente, explicar o procedimento;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
• Esfoliação: aplicar esfoliante na região a ser tratada, fazendo movimen-
tos suaves. Remover o excesso de produto com toalha descartável úmida ou 
papel toalha;
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• Radiofrequência (Figura 15):
• Passar gel condutor na região a ser trabalhada;
• Regular os parâmetros do aparelho segundo recomendações do fabri-
cante;
• Movimentar a manopla do aparelho em movimentos constantes, sem-
pre monitorando a temperatura local;
• Retirar o gel condutor da pele do(a) paciente com toalha de pano ou 
papel toalha;
• Máscara de argila: prepara uma mistura de argila amarela e água filtrada, 
espalhar na região e deixar até secar (cerca de 20 minutos). Limpar a região 
com toalha descartável e água;
• Hidratação: passar produto hidratante na região trabalhada;
• Finalização: limpar e arrumar o local de atendimento, o material e equipa-
mento utilizados, fazendo o descarte adequado dos resíduos. Retirar resíduos 
de produtos das ventosas com papel toalha, lavar com água e sabão e limpar 
com álcool.
Figura 15. Radiofrequência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 15/04/2021. 
No caso de flacidez muscular, deve-se aumentar a circulação periférica, a 
oxigenação dos tecidos e o metabolismo local e fortalecer a musculatura, pro-
movendo a modelagem corporal. Como exemplo de um protocolo para flacidez 
muscular, pode-se considerar:
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• Preparação: lavar as mãos, colocar as luvas, separar o material, recepcio-
nar o(a) paciente, explicar o procedimento;
• Higienização: borrifar loção higienizante corporal na região a ser tratada 
e massagear. Não é necessário remover a loção;
• Esfoliação: aplicar esfoliante na região a ser tratada, fazendo movimentos 
suaves. Remover o excesso do produto com toalha descartável úmida ou papel 
toalha;
• Eletroestimulação:
• Conectar os cabos duplos nos canais;
• Conectar os eletrodos condutivos nos cabos;
• Colocar a faixa de elástico na região a ser trabalhada;
• Passar gel condutor no eletrodo e posicionar no(a) paciente, por baixo 
da faixa elástica;
• Utilizar corrente russa ou Aussie com os parâmetros indicados para 
cada marca de aparelho;
• Retirar o gel condutor da pele do(a) paciente com toalha de pano ou 
papel toalha;
• Higienizar os eletrodos com água e sabão, secar e higienizar com álcool;
• Finalização: limpar e arrumar o local de atendimento, o material e equipa-
mento utilizados, fazendo o descarte adequado dos resíduos.
Após todo o atendimento, o(a) fisioterapeuta deve registrar no prontuário 
do(a) paciente o que foi realizado, incluindo os parâmetros da eletroterapia e 
os cosméticos utilizados. Também é necessário registrar as reações como hipe-
remia, dor e desconforto e as orientações passadas para os cuidados em casa.
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Sintetizando
Nessa unidade, aprendemos que entre as diversas disfunções corporais em 
Fisioterapia Dermatofuncional a mais prevalente é o fibroedema geloide, tam-
bém conhecido como celulite. Causado por uma série de fatores, incluindo a ana-
tomia feminina, hormônios e estilo de vida, manifesta-se por ondulações e de-
pressões na pele, semelhantes à casca de laranja. Essas manifestações evoluem 
em quatro graus, além de se apresentarem de forma mais compacta, flácida ou 
com edema. Seu tratamento pode ser realizado com uma combinação de ultras-
som, vacuoterapia, drenagem linfática e cosméticos lipolíticos e hiperemiantes.
Vimos também que uma lesão tecidual na pele desencadeia uma série de 
reações bioquímicas e fisiológicas que seguem uma sequência de inflamação, 
proliferação e remodelação. Após a reparação tecidual pode restar uma cicatriz 
inestética, do tipo atrófica, hipertrófica ou queloide. A estria é também um tipo 
de cicatriz, resultante do excesso de estiramento muscular e pode se apresentar 
vermelha (quando mais nova) ou branca (mais antiga). Todas essas lesões podem 
ser tratadas, estimulando-se a renovação tecidual, como por exemplo, por meio 
de eletrolifting, peelings e cosméticos com ativos regeneradores e cicatrizantes.
Abordamos ainda algumas questões relacionadas à obesidade, considerada 
uma epidemia mundial, gerando não apenas problemas estéticos como de saú-
de. Já a gordura localizada se refere ao acúmulo de tecido adiposo em determi-
nadas áreas do corpo. Para o tratamento dessa disfunção, a fisioterapia utiliza 
protocolos para aumentar o metabolismo local e diminuir a concentração des-
sa gordura, compostos por massagem modeladora, eletrolipólise, ultrassom e 
ativos hiperemiantes e lipolíticos.
Em seguida, entendemos que a flacidez é um estado de frouxidão que pode 
acometer a pele e/ou os músculos. No caso da pele, é resultante do processo 
de envelhecimento e de alterações bruscas de peso e pode ser tratada com ra-
diofrequência e ativos firmantes. A flacidez muscular costuma ser causada pelo 
envelhecimento e pelo sedentarismo, sendo que correntes eletroestimulantes, 
como a russa e a Aussie, melhoram esse quadro.
Destacamos que a avaliação em Fisioterapia Dermatofuncional é primordial 
para o entendimento das causas da queixa do(a) paciente e para a elaboração 
de um protocolo de tratamento eficaz.
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Por fim, vimos que, para a elaboração e aplicação de tratamentos, o(a) fi-
sioterapeuta dispõe de uma série de recursos para desenvolver protocolos 
personalizados, tais como: aparelhos de eletroterapia com múltiplas funções, 
recursos manuais e cosméticos com diversos princípios ativos. Todavia, tão 
importante quantoo trabalho do(a) fisioterapeuta dermatofuncional é a co-
laboração do(a) paciente, buscando hábitos de vida mais saudáveis, incluindo 
alimentação balanceada, atividade física e complementação domiciliar do tra-
tamento clínico.
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Referências bibliográficas
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BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São 
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OUTRAS ÁREAS 
DE INTERVENÇÃO 
DA FISIOTERAPIA 
DERMATOFUNCIONAL
4
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Identificar as fases do processo de reparação tecidual;
 Descrever as cirurgias plásticas de abdômen, mama e rejuvenescimento 
facial, listando os sinais e as complicações do pós-operatório;
 Explicar o uso dos recursos fisioterápicos nas cirurgias plásticas corporais 
e faciais;
 Explicar as bases das queimaduras, englobando classificação, etiologia e 
evolução;
 Explicar o uso dos recursos fisioterápicos nas queimaduras, no âmbito 
hospitalar e ambulatorial;
 Descrever os quadros clínicos, a forma de transmissão e a evolução da 
hanseníase, nos seus aspectos dermatológicos e neurológicos;
 Explicar o uso dos recursos fisioterápicos na hansenologia, tanto para 
prevenção quanto para reabilitação neurológica e dermatológica.
 Intervenção fisioterapêutica 
nas cirurgias plásticas
 Fisioterapia nas abdominoplas-
tias e na lipoaspiração
 Fisioterapia nas cirurgias plásti-
cas de mamas
 Fisioterapia nas cirurgias plásti-
cas faciais
 Fisioterapia nas cirurgias de 
rejuvenescimento facial
 Intervenção fisioterapêutica 
nas queimaduras
 Classificação e etiologia das 
queimaduras
 Evolução e tratamento das 
queimaduras
 Recursos da Fisioterapia Der-
matofuncional nos queimados
 Intervenção fisioterapêutica na 
hansenologia
 Formas de transmissão, classifi-
cação e diagnóstico
 Sinais e sintomas dermatoló-
gicos
 Sinais e sintomas neurológicos
 Fisioterapia na hanseníase
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 Intervenção fisioterapêutica nas cirurgias plásticas
Segundo dados divulgados em dezembro de 2019, o Brasil 
ultrapassou os Estados Unidos e tornou-se o país que mais 
realiza cirurgias plásticas no mundo: em 2018, foram registra-
das mais de 1,498 milhão de cirurgias plásticas estéticas em nosso 
país (COLTRO, 2020).
Isso demonstra o imenso potencial de absorção de profi ssionais 
qualifi cados não apenas em realizar os procedimentos cirúrgicos, mas 
em fazer o acompanhamento pré e pós-operatório para uma recuperação mais 
rápida e segura. Entre esses profi ssionais, destaca-se o fi sioterapeuta dermato-
funcional, que tem competências técnicas e legais para atuar nessa área.
A cirurgia plástica apresenta cinco grandes áreas de atuação: estética; de-
feitos e deformidades congênitas; trauma; queimados; e reparação após 
tumores (FERNANDES, 2016). Em suma, apesar de a área estética ser uma das 
mais conhecidas da cirurgia plástica, englobando uma série de procedimentos 
corporais e faciais, há também intervenções na recuperação de diferentes defei-
tos e deformidades, tanto congênitos quanto adquiridos.
Vale lembrar que o ato cirúrgico é uma agressão tecidual que, mesmo rea-
lizada corretamente, pode prejudicar temporariamente a funcionalidade dos te-
cidos lesados. No pré-operatório, o fi sioterapeuta deve preparar o organismo 
para receber a agressão da cirurgia, deixando a pele mais hidratada, elástica e 
nutrida, e incentivando o sistema linfático, que possivelmente estará compro-
metido após a cirurgia. Já no pós-operatório, os objetivos da fi sioterapia são ali-
viar a dor, reduzir edemas e hematomas e acelerar a cicatrização, contribuindo 
para a formação de uma cicatriz menos visível. O fi sioterapeuta também pode 
tratar algumas intercorrências das cirurgias plásticas, como as fi broses, aderên-
cias e cicatrizes inestéticas.
EXPLICANDO
A fi brose é o excesso e desorganização de tecido conjuntivo, formada em 
resposta à incisão ou trauma. Pode causar dor e deformar a região, com-
prometendo o resultado estético das cirurgias plásticas. Trata-se de algo 
frequente nesses procedimentos, que pode ser prevenido e tratado pelo 
fi sioterapeuta.
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Os recursos utilizados pelo fisioterapeuta dermatofuncional que acom-
panhará os pacientes são os eletroterápicos, os manuais e os cosméticos. 
No pós-operatório, será a fase da cicatrização que orientará as condutas a 
serem adotadas.
Segundo Borges (2010), a fi siopatologia da cicatrização, em qualquer tipo 
de trauma, é descrita em três fases, e seu entendimento é necessário, a fi m de 
que se possa intervir de forma mais efetiva no pós-operatório. São elas:
• Fase infl amatória: reação defensiva localizada, traduzida por uma infl a-
mação aguda que dura entre 48 e 72 horas. É comum haver dor, hiperemia e 
edema, e é fundamental, nessa fase, obedecer ao repouso e fazer compressão 
com faixas ou cintas elásticas, evitando qualquer tração sobre a região do corte 
cirúrgico. A drenagem linfática manual pode ser iniciada já nessa fase;
• Fase proliferativa: há uma reparação temporária do tecido chamada te-
cido de granulação. Os fi broblastos estão bem ativos e formam novas fi bras 
de colágeno e nova matriz extracelular. Há também a formação de novos ca-
pilares sanguíneos; porém, esse tecido ainda não é o defi nitivo e, por ser mais 
frágil, não pode ser submetido a trações intensas. Essa fase costuma durar 
cerca de três a 10 dias, com a presença de edema, dor e alterações na sensibi-
lidade local. O fi sioterapeuta pode utilizar diversos recursos para minimizar es-
ses sintomas e acelerar o processo de cicatrização, como a drenagem linfática 
manual e o ultrassom, além de massagem cicatricial leve;
• Fase de remodelação: fase em que o tecido formado anteriormente ama-
durecerá, conferindo gradativamente maior resistência. Didaticamente, ela se 
inicia no 11º dia no pós-operatório e prolonga-se até o 40º dia de pós-opera-
tório ou até mais. O fi sioterapeuta pode continuar utilizando os recursos em-
pregados nas fases anteriores e acrescentar outros, como endermoterapia, 
vacuoterapia e radiofrequência.
Fisioterapia nas abdominoplastias e na lipoaspiração
A abdominoplastia é um procedimento em que se remove o excesso de 
gordura e de pele e, na maioria dos casos, restaura os músculos enfraqueci-
dos ou separados, criando um perfil abdominal mais suave e tonificado. As 
indicações são: gravidez, envelhecimento, oscilações significativas de peso, 
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Figura 1. Abdominoplastia. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021. (Adaptado).
hereditariedade e cirurgia prévia, conforme indica a Sociedade Brasileira de 
Cirurgia Plástica (SBCP, 2017).
CURIOSIDADE
O cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy (1926-2016) foiconsiderado 
um dos maiores cirurgiões plásticos mundiais, tendo desenvolvido várias 
técnicas inovadoras. Uma delas foi a introdução da plicatura dos múscu-
los retos abdominais durante a abdominoplastia. 
A incisão cirúrgica da abdominoplastia é horizontal, entre a linha do púbis e a 
cicatriz umbilical. É realizada uma aproximação com sutura da musculatura reta 
abdominal e retirado o excesso de pele e de gordura (Figura 1). 
No pós-operatório imediato, há dor, edema, hematomas e equimoses. O 
paciente deve permanecer em repouso e fazer uso de uma cinta ou de uma 
malha elástica compressiva (Figura 2). Essa malha ajudará na absorção de ede-
mas e contribuirá para a reorganização do tecido cicatricial, diminuindo a ocor-
rência de cicatrizes hipertróficas ou queloides.
Abdominoplastia (correção do volume abdominal)
Pele puxada para baixo 
Remoção do excesso de 
pele e gordura
Sutura
Marcação da linha 
de incisão
Reparo dos músculos 
abdominais e sutura
Elevação da pele
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Figura 2. Cinta compressiva abdominal. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021.
Muitos são os recursos à disposição do fisioterapeuta no pós-operatório da 
abdominoplastia; porém, devemos ficar atentos às contraindicações devido às 
fases da cicatrização:
• Drenagem linfática manual: objetiva a redução do edema gerado pelo 
processo cirúrgico e pode iniciar-se após 48 horas da cirurgia. No pós-opera-
tório de abdominoplastia, a interrupção dos vasos linfáticos na região impede 
a utilização dos linfonodos inguinais. Assim, é necessária uma adequação em 
que a drenagem linfática manual é feita de forma reversa, direcionando a linfa 
para os linfonodos íntegros. Dessa forma, na chamada drenagem linfática re-
versa, toda a linfa da região abdominal, tanto supra quanto intra-abdominal, 
deve ser direcionada para os linfonodos axilares;
• TENS: a eletroestimulação nervosa transcutânea, conhecida como TENS, 
é um valioso recurso físico para o alívio sintomático da dor, seja ela provenien-
te de lesões agudas, seja decorrente de processos crônicos (GUIRRO; GUIRRO, 
2003). Pode ser utilizada já no pós-operatório imediato, diminuindo a dor na 
região da cirurgia ou em regiões próximas;
• Ultrassom: como citam Guirro e Guirro (2003), o objetivo da utilização do 
ultrassom no pós-operatório imediato é promover uma melhora tanto na circu-
lação sanguínea quanto na linfática, possibilitando, assim, uma melhor nutrição 
celular. Isso acelerará o processo de reparação tecidual. Nesse caso, a opção 
mais eficiente é o uso do ultrassom de 3 MHz no modo pulsátil, para que haja 
mais benefícios mecânicos do que térmicos. Já na fase de remodelação, haven-
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do aderências ou fibrose, o ultrassom auxiliará na diminuição dessas sequelas, 
podendo, nessa fase, ser utilizado tanto no modo pulsátil quanto no contínuo;
• Massagem ou manipulação cicatricial: para evitar a formação de aderên-
cias cicatriciais, Guirro e Guirro (2003) recomendam manobras de fricção suaves 
sobre a incisão. Na fase proliferativa, essas manobras devem ser suaves, sem 
provocar tração na cicatriz. Já na fase de remodelagem, havendo a presença de 
fibrose, as manobras podem ser mais profundas (Figura 3);
Figura 3. Massagem cicatricial profunda. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021.
• Endermoterapia ou vacuoterapia: utilizando pressão negativa sobre a 
pele, com ventosas de vidro ou ponteiras do tipo rolete, essa técnica é utilizada 
para diminuir as fibroses. É necessário que haja maior resistência do tecido à 
pressão; portanto, recomenda-se utilizar esse recurso somente na fase de re-
modelação tardia;
• Radiofrequência: provoca aquecimento profundo nos tecidos. Os efeitos 
térmicos da radiofrequência (aquecimento entre 37 e 38 oC) degradam o exces-
so de colágeno, dissolvendo as fibroses e melhorando o aspecto das cicatrizes 
hipertróficas. Já os efeitos hipertérmicos (aquecimento entre 40 e 42 oC) provo-
cam uma contração do colágeno, sendo utilizados para melhora nos quadros de 
flacidez tissular. Em virtude do grau de aquecimento produzido na pele, deve-se 
esperar a fase de remodelação para utilizar esse recurso;
• Cosméticos: deve-se continuar a hidratação cutânea externa iniciada 
no pré-operatório, visando a melhorar o aspecto e o funcionamento da pele. 
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Os ativos hidratantes garantem quantidade adequada de água em todas as 
camadas da pele e aceleram sua recuperação, principalmente nos processos 
cicatriciais.
Por sua vez, a lipoaspiração (lipossucção) é uma cirurgia plástica indicada 
para remover cirurgicamente a gordura subcutânea, em regiões como abdô-
men, coxas, fl ancos ou braços. É feita por meio de cânulas submetidas a uma 
pressão negativa e introduzidas por pequenas incisões na pele (Figura 4).
Figura 4. Lipoaspiração. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/04/2021. (Adaptado).
Os traumatismos nos vasos sanguíneos e linfáticos causados pela cânula de 
lipoaspiração podem gerar edema e, posteriormente, fi brose. A fi brose causa 
um aspecto disforme na região operada e necessita ser tratada. 
O acompanhamento do fi sioterapeuta no pós-operatório de lipoaspiração é 
semelhante ao da abdominoplastia. Drenagem linfática manual, ultrassom, en-
dermoterapia e massagens suaves de descolamento e mobilização tecidual são 
os procedimentos mais utilizados.
Fisioterapia nas cirurgias plásticas de mamas
A função das mamas, em indivíduos do sexo biológico feminino, é pro-
duzir o colostro e o leite, que alimentarão o bebê, mas os seios também es-
Lipoaspiração
Epiderme
Derme
Gordura
Músculo
Cânula
Antes Procedimento de 
lipossucção
Depois
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tão ligados à feminilidade, à sexualidade e à autoestima, fatores que levam 
tantas mulheres a procurarem as cirurgias plásticas de mamas.
Uma das cirurgias plásticas mais procuradas pelas mulheres é o implante de 
silicone, para aumento do volume das mamas. Segundo Alberini (2020), mamas 
pouco desenvolvidas podem ser consequência de alterações hormonais, tendên-
cia hereditária ou atrofia do tecido mamário após gestações. A colocação da pró-
tese nas mamas corrige o volume mamário e, em alguns casos, a ptose mamária.
A incisão cirúrgica pode ser em três áreas, dependendo da anatomia da 
mama, do tamanho da prótese e da técnica do cirurgião (Figura 5). 
• Incisão inframamária: abaixo da mama, na prega inframamária. Essa 
técnica agride pouco o tecido mamário; porém, a cicatriz fica visível, na região 
inferior da mama;
• Incisão periareolar: ao longo da metade da borda inferior da aréola, em 
formato de meia-lua. As cicatrizes ficam quase imperceptíveis;
• Incisão transaxilar: na região axilar. Apesar de não deixar cicatrizes na 
mama, favorece a ocorrência de assimetrias entre as mamas.
Figura 5. Tipos de incisão para colocação de próteses mamárias. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021. (Adaptado).
Incisão transaxilar
Incisão periareolar
Incisão inframamária 
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No pós-cirúrgico, a paciente deverá permanecer em repouso relativo, sem 
movimentar os braços nos primeiros dias. O uso de sutiã compressivo é fun-
damental para auxiliar no reposicionamento dos tecidos descolados, além de 
sustentar as mamas.
O fi sioterapeuta deve iniciar o atendimento à paciente no pós-operatório 
imediato, respeitando as indicações e contraindicações dos recursos para cada 
fase do processo cicatricial:
• Drenagem linfática manual: pode ser iniciada 24 horas após a cirur-
gia, com movimentos leves. Independentementeda técnica que o cirurgião 
utilizar, as manobras da drenagem linfática seguirão sempre para a mesma 
direção. A porção lateral externa da mama direciona o fl uxo linfático para a 
região dos linfonodos axilares. A porção lateral da mama para os linfonodos 
paraesternais; e o polo superior da mama para os linfonodos da região clavi-
cular (ALBERINI, 2020);
• Massagem ou manipulação cicatricial: pode ser iniciada na fase prolife-
rativa, para evitar aderências e fi broses;
• Cosméticos: podem ser utilizados hidratantes para melhorar as condições 
da pele e da cicatriz que se está formando.
Outro tipo de cirurgia plástica mamária é a mamoplastia redutora ou mas-
topexia. Consiste na correção da queda das mamas e da fl acidez de pele. Se-
gundo Alberini (2020), visa a reduzir o volume das mamas, retirar o excesso de 
pele e corrigir a queda da mama, obtendo equilíbrio entre o conteúdo (tecido 
mamário) e o continente (pele). Todo esse procedimento deve ter uma forma de 
simetria adequada às mamas. As cicatrizes devem ser mínimas e imperceptíveis. 
As mamas com excesso de volume também têm de obter a correção de aspectos 
funcionais para a melhora da postura e dores na coluna. Os procedimentos fi sio-
terápicos pós-cirúrgicos são os mesmos das cirurgias de aumento.
Fisioterapia nas cirurgias plásticas faciais
A fi sioterapia nas cirurgias plásticas faciais engloba uma série de procedimentos 
reparadores e estéticos para diversas estruturas da face. A melhora da aparência das 
estruturas e das características faciais tem impacto positivo na autoestima dos pa-
cientes, além de, em alguns casos, também contribuir para uma melhora funcional.
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• Rinoplastia: correções no nariz. Tem a finalidade de remover o excesso, 
corrigir desvios e assimetrias, moldando os tecidos remanescentes de modo a 
formarem um todo harmônico com o conjunto facial. Podem ser fechadas (sem 
incisões externas) ou abertas (com incisões na frente do nariz);
• Otoplastia: cirurgia dos pavilhões auriculares para correção das orelhas 
salientes (“orelhas de abano”);
• Mentoplastia: cirurgia para redesenhar o mento (queixo), que pode ser de 
aumento ou de redução. Nas mentoplastias de aumento, podem ser utilizadas 
as técnicas de avanço ósseo ou de implante de silicone.
Em todas essas cirurgias, no pós-operatório, haverá equimose, hematoma, 
edema e dor.
DICA
Antes das cirurgias plásticas faciais, é importante que o fisioterapeuta 
dermatofuncional prepare a pele do paciente, fazendo nela uma limpeza 
profunda para evitar a contaminação por sebo e bactérias no momento da 
cirurgia; ele deve esfoliar levemente a pele para diminuir sua espessura, 
hidratar e estimular a circulação local com microcorrentes, vacuoterapia 
ou massagens.
A Fisioterapia Dermatofuncional poderá atuar no pós-operatório com drena-
gem linfática manual facial, feita com a cabeceira da cama elevada e movimentos 
de captação da linfa, sem deslizamentos. As esferas geladas (Figura 6) também 
podem ser utilizadas para massagens suaves e alívio da dor.
Figura 6. Esferas geladas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021.
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A indicação de cosméticos hidratantes e de protetor solar é fundamental 
para a recuperação e proteção da pele. Além disso, pode ser recomendado o 
uso de cosméticos com ativos cicatrizantes e nutritivos, como as vitaminas. 
Fisioterapia nas cirurgias de rejuvenescimento facial
As cirurgias plásticas podem ser uma alternativa para as pessoas desconten-
tes com os sinais de envelhecimento facial. O lifting facial ou ritidoplastia tem 
como objetivo o rejuvenescimento e o realce da aparência facial.
A cirurgia da face é um procedimento cirúrgico para melhorar sinais 
visíveis de envelhecimento no rosto e no pescoço, tais como:
• Flacidez no terço médio da face;
• Vincos profundos abaixo das pálpebras inferiores;
• Vincos profundos ao longo do nariz que se estende ao canto 
da boca;
• Gordura que tenha baixado ou tenha sido deslocada;
• Perda de tônus muscular na face inferior, podendo causar papada; 
pele frouxa e excesso de depósitos de gordura sob o queixo e a man-
díbula (SBCP, 2012).
A técnica mais comum consiste em uma incisão próxima ao implante do couro 
cabeludo e no contorno posterior das orelhas. Em seguida, o cirurgião faz o repo-
sicionamento das estruturas faciais, remove o excesso de pele e faz a sutura. 
No pós-operatório, há edema facial, sendo indicado o uso de curativos 
compressivos e de drenagem linfática manual. Entre os recursos eletroterápicos 
destacam-se as microcorrentes, que aumentam a síntese de trifosfato de adeno-
sina (ATP) e favorece o restabelecimento da bioeletricidade tecidual lesionada. 
Isso acarretará um estímulo do processo de cicatrização. Caso haja dor em re-
gião cervical ou em ombros, devido ao posicionamento e à tensão, a massagem 
relaxante é indicada.
Segundo Borges (2010), a mímica facial precisa ser estimulada, e a ci-
nesioterapia deve fazer parte do protocolo de pós-cirurgia de ritidoplastia 
durante todo o período de recuperação, mesmo após a alta fi sioterapêutica. 
Deve ser feita com o paciente em frente ao espelho, para que o fi sioterapeuta 
ensine os exercícios. 
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A ritidoplastia pode ser feita em conjunto com a blefaroplastia, que, por sua 
vez, é uma cirurgia indicada para o rejuvenescimento da região periorbitária. A 
técnica cirúrgica está ilustrada na Figura 7.
Figura 7. Etapas da blefaroplastia. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/04/2021. (Adaptado).
Pode ser feita tanto nas pálpebras superiores, para retirar o excesso de pele, 
quanto nas inferiores, para retirada de pele e do excesso de bolsas gordurosas. 
O pós-operatório costuma acontecer sem grandes intercorrências, podendo 
o fi sioterapeuta realizar drenagem linfática manual para alívio do desconforto e 
da dor, manobras manuais no tecido conjuntivo para tornar o tecido mais elásti-
co e evitar fi broses e o uso de compressas frias locais.
Nos últimos anos, com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas e com a 
maior divulgação das cirurgias plásticas, o fi sioterapeuta passou a ter um pa-
pel de destaque na equipe multiprofi ssional, contribuindo para minimizar as 
intercorrências e acelerando os resultados das cirurgias. Por estar em contato 
frequente com o paciente, o fi sioterapeuta também consegue acompanhar a 
evolução do pós-cirúrgico, reforçando as orientações domiciliares. 
Intervenção fisioterapêutica nas queimaduras
Queimadura é qualquer trauma de origem térmica que pode causar lesões 
nas diversas camadas da pele e até mesmo nos músculos e órgãos internos. 
Suas sequelas podem ter um forte impacto sobre as funções e a autoestima dos 
Fase de projeto Anestesia local A incisão Sutura Resultado
Infográfi co de 
cirurgia plástica Cirurgia de pálpebra dupla (técnica incisional)
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acometidos, levando a diversos desarranjos de ordem física, social e emocional. 
Podem, inclusive, levar ao óbito.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ, s.d.), cerca 
de 1 milhão de pessoas são acometidas por queimaduras a cada ano. As quei-
maduras atingem pessoas de qualquer faixa etária, mas podem ser facilmente 
evitadas. A maior parte dos acidentes, cerca de 77%, acontecem em casa e 40% 
são com crianças de até 10 anos de idade.
Quando internado, o paciente queimado necessita de acompanhamento 
hospitalar do fi sioterapeuta, a fi m de conservar suas funções respiratórias, cir-
culatórias e motoras. Ao receber alta, o fi sioterapeuta dermatofuncional busca 
recuperar a estética e a função do sistema tegumentar,utilizando eletroterapia 
em conjunto com algumas terapias manuais e da cinesioterapia.
Classificação e etiologia das queimaduras
A classifi cação das queimaduras refere-se a suas profundidades, podendo 
chegar a ter três graus (BORGES, 2010):
• Primeiro grau: contato com superfícies aquecidas ou pequenas exposi-
ções solares. Presença de eritema (Figura 8) e dor. Acomete a epiderme e pode 
ocorrer descamação da pele;
Figura 8. Queimadura de 1º grau. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2021.
• Segundo grau: ocorre por grandes exposições solares, contato com líqui-
dos aquecidos ou combustão de substâncias infl amáveis. Apresenta fl ictenas 
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(bolhas) e restos epiteliais (Figura 9). Há dor e sensibilidade à exposição. Aco-
mete a epiderme e partes variáveis da derme. Quando superficial, apresenta 
melhor regeneração, com baixa probabilidade de sequelas. Quanto maior a des-
truição do colágeno dérmico, mais profunda a queimadura, com regeneração 
lenta e sequelas cicatriciais;
• Terceiro grau: origina-se da combustão de substâncias inflamáveis, cha-
ma direta, prolongada exposição a líquidos superaquecidos, contato direto com 
objetos superaquecidos, substâncias químicas, fontes ou correntes elétricas. Há 
destruição da pele (toda a epiderme e a derme), com exposição de tecido gordu-
roso (Figura 10). São indolores, em virtude da destruição das terminações nervo-
sas cutâneas. Podem necessitar de enxertos.
Figura 9. Queimadura de 2º grau. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2021.
Figura 10. Queimadura de 3º grau. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2021.
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Alguns serviços de queimados também consideram um quarto grau de 
queimadura, no qual, além das características da queimadura de terceiro grau, 
há também lesão de tendões, músculos e ossos.
Na avaliação do queimado pelo serviço de emergência, também deve ser ava-
liado o percentual da superfície atingida, usando a regra dos nove (Figura 11). Nes-
se cálculo, o corpo é dividido em múltiplos de nove: os tórax anterior e posterior 
valem 18 cada, o períneo vale 1 e cada membro inferior vale 18 (BORGES, 2010).
Figura 11. Regra dos nove. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/04/2021. (Adaptado).
9%
9%
Frente 18%
Costas 18%
18% 18%1%
9%
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A etiologia das queimaduras é bem variada:
• Agentes físicos: temperatura (vapores, água quente, objetos aqueci-
dos, chama ou frio intenso), eletricidade (corrente elétrica ou raios) e radia-
ção (solar, de aparelhos de raio X ou raios nucleares);
• Agentes químicos: produtos químicos como ácidos, soda cáustica, ál-
cool ou gasolina;
• Agentes biológicos: animais ou plantas, como lagarta, água-viva ou 
urtiga.
As queimaduras, muitas vezes, são causadas por defeitos de aparelhos 
usados na produção de calor, uso inadequado de recursos, de descuido 
(como os acidentes domésticos com crianças) ou causa voluntária.
A classificação da gravidade da queimadura depende do grau, da causa, 
da extensão da lesão e do potencial para haver complicações locais ou sistê-
micas. As queimaduras podem necessitar ou não de internação hospitalar, 
devendo ser avaliadas por um médico para indicar qual o seguimento de 
tratamento mais adequado.
Evolução e tratamento das queimaduras
Nas queimaduras, o paciente perde a pri-
meira linha de defesa do organismo – a pele. 
O tecido queimado é um excelente meio 
de cultura para bactérias e fungos, po-
dendo causar infecções, sepse e até mes-
mo levá-lo a óbito.
Além das alterações locais, podem ocor-
rer alterações fi siológicas sistêmicas, como 
choque hipovolêmico (perda de grande quantidade de líqui-
do), hiperventilação, prejuízo da função renal e aumento do me-
tabolismo. Essas complicações também podem causar a morte do paciente. 
Durante a fase hospitalar, é fundamental preservar a vida do paciente, 
evitar as infecções e cuidar da cicatrização. Nesse período, o fi sioterapeuta 
deve monitorar a função cardiorrespiratória e posicionar o paciente, a fi m de 
melhorar o processo de cicatrização.
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A cinesioterapia respiratória e motora é fundamental durante o pe-
ríodo de internação hospitalar. As complicações pulmonares primárias após 
uma significativa lesão por queimaduras englobam lesões por inalação, 
doenças restritivas e complicações tardias, como embolia e edema pulmo-
nar (GUIRRO; GUIRRO, 2003). Nessas situações, o fisioterapeuta utiliza as 
técnicas de drenagem postural, técnicas manuais e exercícios respiratórios 
para desobstrução brônquica, reexpansão pulmonar e reeducação da mus-
culatura respiratória.
A cinesioterapia motora geral deve ser realizada dentro do limite de 
dor e da tração tecidual permitida (Figura 12). Dessa forma, haverá gradati-
va recuperação da amplitude de movimento, da força muscular e da função 
motora. Assim que possível, o fisioterapeuta deve estimular a sedestação, o 
ortostatismo e a deambulação. 
Figura 12. Fisioterapia motora em paciente queimado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/04/2021.
A atuação do fisioterapeuta na equipe multiprofissional prevenirá se-
quelas e reduzirá o tempo de internação. Além disso, estimulará o paciente 
a ter mais independência e a preparar-se para a alta hospitalar.
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Recursos da Fisioterapia Dermatofuncional nos queimados
Segundo Guirro e Guirro (2003), é necessária uma equipe multiprofi ssio-
nal para o tratamento do paciente. Ademais, o tratamento fi sioterapêutico 
atua também de maneira complementar às cirurgias, principalmente as en-
xertias. Os autores destacam, ainda, que são amplas as ações do fi siotera-
peuta, que incluem importantes condutas que se estendem da internação ao 
acompanhamento ambulatorial, em todas as fases (GUIRRO; GUIRRO, 2003).
A escolha do recurso passa por uma criteriosa avaliação do fi sioterapeuta, 
que levará em consideração a fase do processo de recuperação da queima-
dura, assim como o grau e a extensão. De forma geral, os recursos utilizados 
são variados, dependendo da fase em que a cicatrização das queimaduras se 
encontra e dos objetivos terapêuticos:
• Terapias manuais: as massagens melhoram a circulação local, ace-
lerando o processo de cicatrização, além de auxiliarem na deposição do 
colágeno de uma forma mais organizada, prevenindo aderências. Podem 
ser realizadas a massagem clássica e a massagem cicatricial, sempre 
respeitando as características do tecido que está em formação. Além dis-
so, temos a drenagem linfática manual, que atua nos edemas e linfe-
demas. As terapias manuais podem ser utilizadas em áreas cicatrizadas,
 enxertadas ou até mesmo em áreas doadoras, desde que observado o pro-
cesso de cicatrização;
• Ultrassom: de acordo com Borges (2010), o ultrassom pode ser utilizado 
na fase ambulatorial, atuando na modelagem das fi bras colágenas subjacentes 
à lesão cicatricial. É indicado por seus efeitos de redução da fase infl amatória, 
acelerando a formação do tecido de granulação. Também estimula a neovas-
cularização (formação de novos capilares sanguíneos e linfáticos) e aumenta a 
extensibilidade das novas fi bras de colágeno, melhorando as propriedades me-
cânicas nas áreas em processo de cicatrização;
• Laser: o laser terapêutico acelera a reparação tecidual, pois aumenta a pro-
liferação de várias células, incluindo os fi broblastos, as células endoteliais e os 
queratinócitos (ANDRADE; LIMA; ALBUQUERQUE, 2010), ou seja, o laser acelera 
a proliferação de células, aumenta a vascularização e melhora a organizaçãodo 
colágeno. Além disso, tem efeito anti-infl amatório e analgésico; 
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• Vacuoterapia: utilizada nas cicatrizes tardias, pouco elásticas e aderidas. 
Seus efeitos são de hipervascularização, tonifi cação tissular e desfi brosagem. 
O modo utilizado é o de depressomassagem pulsátil nas regiões próximas da 
lesão para liberar as zonas tensionadas; sobre as cicatrizes, realiza-se a depres-
somassagem contínua, e a pressão vai depender da sensibilidade do paciente 
(BORGES, 2010).
Devemos lembrar que, no tratamento do queimado, o fi sioterapeuta deve 
buscar o retorno funcional das regiões acometidas e um melhor resultado es-
tético da pele. Afi nal, as sequelas deixadas pelas queimaduras podem impactar 
negativamente a autoestima do paciente, pois as cicatrizes têm o estigma social 
de serem visualmente repelentes.
Intervenção fisioterapêutica na hansenologia
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico e evolução 
insidiosa, que acomete, principalmente, a pele e os nervos periféricos. É causada 
pelo Mycobacterium leprae (ROTTA, 2008). É uma das doenças mais antigas da 
humanidade e, inclusive, está presente na Bíblia.
A fi sioterapia é indicada para atuar na recuperação funcional dos pacientes, 
em razão das lesões neurológicas. A abordagem fi sioterápica inclui a prevenção 
das incapacidades e o tratamento das úlceras plantares.
Formas de transmissão, classificação e diagnóstico
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD ([2017?]) discorre sobre a 
transmissão do M. leprae: 
[...] se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com 
o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se 
encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou se-
creções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. 
Cerca de 90% da população tem defesa contra a doença. O período 
de incubação (tempo entre a aquisição da doença e da manifestação 
dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. A maneira como ela se 
manifesta varia de acordo com a genética de cada pessoa (SBD, 2017).
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A classificação da hanseníase pode apresentar quatro quadros clínicos dis-
tintos, de acordo com as características e o número de manchas na pele e a 
presença ou não de comprometimento neural.
ASSISTA
O vídeo educacional da TV Saúde Brasil apresenta o tema da hanseníase, 
englobando a forma de transmissão, a classificação e o tratamento. 
Segundo Rodini e colaboradores (2010), o Brasil é o país que tem o segun-
do maior número absoluto de casos da doença no mundo. A hanseníase exige 
notificação compulsória e vigilância epidemiológica e necessita de diagnóstico e 
atendimento precoces. 
Ainda há muito desconhecimento e preconceito por parte da população e 
dos profissionais de saúde. A doença nem sempre é abordada nos cursos de 
Fisioterapia, e são poucos os profissionais que se dedicam ao tratamento desses 
pacientes. Da mesma forma, também há falta de pesquisas científicas na área.
Tipo paucibacilar
• Hanseníase indeterminada: estágio inicial, com manchas indefinidas na 
pele e sem comprometimento neural;
• Hanseníase tuberculoide: manchas bem definidas e comprometimento 
neural, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
Tipo multibacilar
• Hanseníase borderline ou dimorfa: maior número de manchas e compro-
metimento de dois ou mais nervos. Como o acometimento dos nervos é mais 
extenso, o prognóstico é mais grave;
• Hanseníase virchowiana: neurite e nódulos dolorosos na pele. É um qua-
dro grave, com anestesia dos pés e das mãos, que favorece a ocorrência de trau-
matismos e feridas, que, por sua vez, podem causar atrofias e deformidades.
O diagnóstico é laboratorial e clínico, de acordo com as lesões de pele com 
alterações de sensibilidade e os sinais e sintomas neurológicos de dor e espessa-
mento dos nervos periféricos e perda de sensibilidade e força muscular. 
É importante ressaltar que o tratamento é gratuito e fornecido pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas pau-
cibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado 
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ou feita a substituição da medicação em casos especiais. O trata-
mento é efi caz e cura. Após a primeira dose da medicação não há 
mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode 
conviver em meio à sociedade (SBD, 2017).
Sinais e s intomas dermatológicos
A hanseníase manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com 
diminuição ou ausência de sensibilidade. Essas lesões podem ser manchas pig-
mentares ou discrômicas, placas, infi ltração, tubérculo ou nódulo (Figura 13). 
Elas podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem também 
acometer a mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porém, com maior fre-
quência, na face, nas orelhas, nas nádegas, nos braços, nas pernas e nas costas 
(BRASIL, 2002).
Figura 13. Lesões dermatológicas na hanseníase. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/04/2021.
As lesões de pele na hanseníase sempre apresentam alteração de sensi-
bilidade, o que as difere de outras lesões dermatológicas. Essas alterações 
podem ser a hipoestesia (diminuição da sensibilidade) ou a anestesia (au-
sência de sensibilidade).
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Sinais e sintomas neurológicos
Além das lesões de pele, a hanseníase manifesta-se através de lesões nos 
nervos periféricos, pelos processos infl amatórios decorrentes da ação do baci-
lo diretamente nos nervos, da reação do organismo ao bacilo ou de ambas. Elas 
manifestam-se por meio de:
[...]
• Dor e espessamento dos nervos periféricos; 
• Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, prin-
cipalmente nos olhos, mãos e pés; 
• Perda de força nos músculos inervados por esses nervos, prin-
cipalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores. 
(BRASIL, 2002, p. 15).
O bacilo tem tropismo pela pele e nervos periféricos, tendo como principal 
alvo de acometimento o nervo e a célula de Schwann. O comprometimento neu-
ral ocorre em todas as formas hansênicas e é conhecido como neurite (SOUZA; 
CUNHA; BROMERSCHENKEL, 2011).
Quando o acometimento neural não é tratado, pode provocar incapacidades 
e deformidades pela alteração de sensibilidade nas áreas inervadas pelos nervos 
comprometidos.
A hanseníase causa perdas sensoriais e motoras nos nervos, que podem evo-
luir para ulcerações da pele. Os principais nervos acometidos são:
• Ulnar e mediano: causando a chamada “mão em garra” (Figura 14), com 
dedos encurvados e rígidos;
Figura 14. Mão em garra na hanseníase. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/04/2021.
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• Fibular comum: causando o “pé caído”, com a incapacidade de realizar a 
dorsifl exão;
• Tibial posterior: causando os artelhos em garra e a insensibilidade plantar. 
As úlceras plantares são lesões secundárias ao comprometimento desse nervo e 
são muito presentes nesses pacientes devido à predisposição da região plantar 
a pressões externas, forças e tensões principalmente durante a marcha, que, 
em um pé com defi cit sensitivos, autonômicos e motores, pode resultar em uma 
necrose neuropática formando a ulceração plantar, como na Figura 15 (SOUZA; 
CUNHA; BROMERSCHENKEL, 2011).
Figura 15. Úlcera plantar. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/04/2021.
O acometimento de nervos periféricos da face pode causar alterações na face, 
nos olhos e nariz, como alterações de sensibilidade, ressecamento e prurido.
Fisioterapia na hanseníase
A fi sioterapia atua na prevençãode incapacidades, realizando e orientan-
do exercícios e massagens. Na avaliação, deve-se pesquisar a presença de 
dor, parestesia e fraqueza muscular. As condições da pele também devem 
ser avaliadas.
As condutas fi sioterápicas na hanseníase fortalecem músculos, diminuem 
e previnem contraturas, recuperam e mantêm mobilidade articular, mantêm o 
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tônus, a integridade e a elasticidade da pele e evitam deformidades (ÁLVAREZ; 
HANS FILHO, 2019). 
As técnicas utilizadas são:
• Cinesioterapia: ativa ou passiva, com resistência no limite da capacidade 
do paciente: para ganho de amplitude de movimento e força;
• Alongamentos: para ganho de flexibilidade;
• Prescrição de órteses: para melhorar o posicionamento e a função de 
mãos e pés quando acometidos pela doença. 
O foco do fisioterapeuta deve estar em prevenir deformidades e garantir in-
dependência funcional ao paciente.
DICA
Além dos cuidados profissionais, é importante que o paciente com hanse-
níase faça os autocuidados domiciliares. Hidratar diariamente mãos e pés, 
usar luvas quando manipular objetos quentes ou cortantes e usar sapatos 
macios e adequados ao formato e tamanho dos pés estão entre os princi-
pais cuidados que devem fazer parte do dia a dia.
Na presença de úlceras, o fisioterapeuta atuará para acelerar o processo de 
cicatrização, além de orientar os autocuidados.
Souza, Cunha e Bromerschenkel (2011) listam os recursos disponíveis ao fi-
sioterapeuta para acelerar o processo de cicatrização de úlceras plantares em 
portadores de hanseníase. Eles devem ser aplicados na região perilesional, ou 
seja, em volta da lesão.
• Massagem superficial: melhora a circulação sanguínea e a qualidade da cicatriz;
• Radiação infravermelha: aceleração do reparo tecidual;
• Radiação ultravioleta: tem efeito bactericida;
• Ultrassom: estimula a cicatrização. Em conjunto com a massagem superfi-
cial, previne as aderências;
• Laser: o laser de baixa intensidade acelera o processo de cicatrização.
O tratamento da hanseníase deve ser multiprofissional, englobando médi-
cos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos, entre 
outros. A combinação de medicamentos e reabilitação física e psicossocial inter-
rompe a cadeia de transmissão da doença e fornece uma melhor qualidade de 
vida aos pacientes.
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Sintetizando
A área da Fisioterapia Dermatofuncional é ampla e vai muito além do trata-
mento de disfunções de caráter estético. O fisioterapeuta faz parte da equipe 
multiprofissional que acompanha os pacientes nas cirurgias plásticas, propor-
cionando uma recuperação mais rápida e com menos intercorrências.
Sempre que o fisioterapeuta for atuar em situações em que haja cicatri-
zação da pele (cirurgias, queimaduras e na hanseníase), precisa estar aten-
to às fases do reparo tecidual, pois as condutas empregadas devem estar 
adequadas para o que está acontecendo no organismo e para a situação do 
tecido cicatricial. 
Após toda lesão tecidual, o corpo desenvolve uma inflamação local, funda-
mental para iniciar o processo de reparação. Esse período dura apenas alguns 
dias e antecede a chamada fase de proliferação. Conforme a inflamação vai 
cedendo, o organismo passa a produzir um tecido de cicatrização provisório, 
chamado tecido de granulação, além de novos capilares sanguíneos e linfáticos. 
Com o passar do tempo, esse tecido amadurece a adquire características mais 
definitivas: é a fase de remodelação.
A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais procuradas e a que 
mobiliza uma maior quantidade de tecido: pele, gordura e músculos. Por isso, no 
pós-operatório, são encontrados equimoses, hematomas e edemas. Também é 
comum o surgimento de fibroses, que podem comprometer todo o resultado 
estético da cirurgia. As cirurgias de mama costumam apresentar menos inter-
corrências; porém, a cicatrização deve ser objeto de atenção especial, pois as 
cicatrizes ficam em lugares visíveis. Cicatrizes hipertróficas ou queloides devem 
ser evitadas.
O fisioterapeuta dispõe de vários recursos para o pós-operatório de cirurgias 
plásticas. Drenagem linfática manual, TENS, ultrassom, massagem cicatricial, va-
cuoterapia, radiofrequência e cosméticos são alguns deles. Esses recursos de-
vem ser utilizados respeitando suas indicações, contraindicações e a fase cicatri-
cial na qual o paciente se encontra.
Em relação às cirurgias faciais, o pós-operatório costuma transcorrer sem 
grandes intercorrências, mas nem por isso a fisioterapia deve deixar de assistir 
esses pacientes, utilizando drenagem linfática e massagens faciais.
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As queimaduras são um grande problema de saúde pública, atingindo des-
de crianças até idosos, e podem causar sérias sequelas e até mesmo a morte. 
Dependendo da profundidade do acometimento, que pode ir da epiderme até 
a destruição óssea, as queimaduras são classificadas em graus que vão de um 
a quatro. Para a classificação das queimaduras, também são considerados os 
agentes que as causaram e a extensão da superfície corporal atingida.
Quando hospitalizado, o paciente queimado necessita de fisioterapia respi-
ratória e motora para melhorar o padrão respiratório e recuperar a função, con-
tribuindo para uma alta hospitalar mais precoce. Já no nível ambulatorial, o fi-
sioterapeuta trabalhará no processo de cicatrização com seus recursos: terapias 
manuais, ultrassom, laser e vacuoterapia. Garantir a vida, a função e melhorar a 
qualidade de vida dos queimados são os objetivos da fisioterapia.
Finalmente, quando pensamos em hanseníase, parece algo distante da nossa 
realidade, mas não é. Infelizmente, o Brasil é o segundo país do mundo em casos 
dessa doença. A hanseníase atinge os nervos periféricos, causando lesões der-
matológicas e neurites. O acontecimento sensorial e motor dos nervos periféri-
cos pode levar a contraturas, deformidade e perda de função, além de úlceras.
A fisioterapia na hansenologia deve atuar desde a prevenção até a reabili-
tação, com cinesioterapia e eletroterapia. Preservar ou recuperar a função dos 
pacientes é o principal objetivo dos fisioterapeutas. 
Dessa forma, vimos que a Fisioterapia Dermatofuncional tem passado por 
grandes transformações, abrangendo cada vez mais áreas e unindo saúde, fun-
ção e bem-estar.
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