Buscar

AUDIÇÃO - ANATO, FISIO, PAIR E PRESBIACUSIA RESUMO/TUTORIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Problema 6 – O problema do Sr. Geraldo
Estudar a anatomia e fisiologia da audição.
CONCEITOS BÁSICOS
O som é um tipo de energia mecânica que resulta da transmissão de energia de partículas de ar em vibração, de uma fonte sonora em direção a partes mais distantes. 
Frequência sonora é um conceito que caracteriza a altura de um som e o define como grave, médio ou agudo. É expressa em Hertz ou ciclos por segundo, e é inversamente proporcional ao comprimento de onda. 
Intensidade sonora corresponde à amplitude das vibrações periódicas das partículas de ar e está associada à pressão e energia sonora (som fraco e forte), e é expressa em decibéis, a unidade de sensação sonora. 
O timbre ou qualidade do som é dado pelas diferenças de amplitude dos sons harmônicos, que são sons de frequências múltiplas em relação à frequência do som fundamental. 
ORELHA EXTERNA
Possui a função de coletar e encaminhar as ondas sonoras até a orelha média, amplificar o som, auxiliar na localização da fonte sonora e proteger a orelhas média e interna.
O pavilhão funciona como um coletor de ondas sonoras; o meato direciona as ondas mecânicas em direção à membrana timpânica que vibra em ressonância.
O meato acústico externo transfere e amplifica o som para a orelha média, em frequências de 2000 a 5000 Hz, sendo máxima entre 200 e 3000 Hz (aproximadamente 20 dB). 
Também serve para auxiliar na localização da fonte sonora pela impressão do volume sonoro causada pela aplicação de pressão sobre as orelhas. 
A principal função da orelha externa é a proteção da membrana do tímpano, além de manter equilíbrio de temperatura e umidade para a preservação da elasticidade da membrana. 
As glândulas ceruminosas produtoras de cerúmen, os pelos e a migração epitelial da região interna para a externa contribuem para essas funções.	
ORELHA MÉDIA
É uma “bolsa” preenchida por ar e se comunica com a nasofaringe através da tuba auditiva, que equilibra a pressão em ambos os lados do tímpano.
Localizada na cavidade do osso temporal, denominada caixa do tímpano.
Possui em seu interior a cadeia ossicular, composta por: martelo (em contato direto com a membrana timpânica); bigorna e estribo (em contato com a cóclea pela janela oval). 
Seu papel mais importante é a equalização das impedâncias da orelha média (vibrações aéreas que invadem a membrana timpânica) e da interna (variações de pressão nos compartimentos líquidos da orelha interna). 
A membrana timpânica vibra sob o impacto de ondas sonoras sucessivas, deslocando-se para dentro e para fora da orelha média (fases de compressão e de rarefação) junto com o cabo do martelo, onde está fixada. Somente 55 mm2 (de 85 mm2) da área entram em vibração. 
É acinzentada e sua tensão é regulável graças às fibras concêntricas que lhe conferem elasticidade e fibras radiais que conferem resistência mecânica.
O deslocamento da membrana timpânica apresenta a capacidade de variar de amplitude em cada zona da membrana de acordo com a frequência sonora, porém o deslocamento máximo sempre ocorre na região póstero-superior. 
À medida que a frequência aumenta, o deslocamento da membrana é cada vez mais complexo. 
A cadeia ossicular transmite a vibração acústica desde a membrana até a base do estribo, passando pelo martelo e bigorna.
UNIDADE TÍMPANO-OSSICULAR
A orelha média serve para corrigir a perda que ocorre na transmissão da onda sonora do meio aéreo para o meio líquido da cóclea. Existem dois mecanismos: 
1- Mecanismo hidráulico: A relação de superfície entre a área de vibração útil da membrana (55 mm2) e a platina do estribo (3,2 mm2) é de 17/1, o que significa um aumento de pressão que chega à janela oval de 17 - 25 vezes. 
2- Mecanismo de alavanca martelo-bigorna: Vibram em conjunto em torno do seu eixo de rotação. O ramo longo da bigorna, que é menor que o cabo do martelo, faz com que as ondas sonoras transmitidas à janela oval aumentem a pressão acústica numa relação de 2/1. 
O movimento de deslocamento da cadeia ossicular envolve rotação, que ocorre nas frequências baixas, e o de translação, que ocorre nas frequências altas e pode ser mais proeminente que a rotação. 
A amplificação global da pressão transmitida da membrana do tímpano até a platina do estribo é de 22 vezes. Portanto, a adaptação da impedância entre o meio aéreo e a cóclea é indispensável à boa transmissão sonora. Sem este mecanismo, haveria uma perda auditiva de 30 dB. 
Existe um predomínio de pressão acústica das ondas que chegam à janela oval em relação às que chegam à janela redonda. Elas alcançam as janelas em oposição de fase: compressão na janela oval e rarefação na redonda. 
Essa diferença de pressão acústica e de fase entre as duas janelas é indispensável para a mobilização da perilinfa e ativação da membrana basilar que aloja o órgão de Corti. 
A impedância de entrada da energia sonora na orelha interna depende da pressão acústica na rampa vestibular (janela oval), da pressão acústica na platina do estribo (janela oval => rampa vestibular) e do volume de perilinfa deslocado pela platina por unidade de tempo.
 Os movimentos da platina são limitados pela inércia da perilinfa e pela extensibilidade da membrana basilar. Portanto, a impedância da orelha interna é "resistiva", por isso, toda a energia acústica incidente é dissipada na cóclea.
FUNÇÃO PROTETORA DA ORELHA INTERNA
Realizada pela presença mecânica da membrana timpânica e reflexo do estapédio. 
O reflexo do estapédio é desencadeado por um estímulo sonoro intenso e consiste em uma contração bilateral do músculo do estribo (estapédio). 
A contração isolada do m. do estapédio faz com que ele gire em torno de um eixo vertical, facilitando a transmissão de sons fracos. 
Sob estímulos de grande intensidade, ele se desloca sob o eixo longitudinal, aumentando a rigidez e a resistência à transmissão de sons graves.
A aferência é feita pelo NC VIII (nervo auditivo) e a eferência pelo nervo do estapédio, ramo do NC VII (nervo facial). 
A atenuação do som pelo reflexo estapediano para uma intensidade de 20 dB acima da intensidade desencadeadora do reflexo é de apenas 2 dB. Este reflexo possui um período de latência (14 a 16 ms), não oferecendo proteção contra ruídos bruscos e apresenta fatigabilidade, limitando a duração do seu papel protetor em casos de sons intensos e prolongados. 
Outras funções: redução dos ruídos da fonte sonora; atenuação seletiva de frequências graves, com a finalidade de não deixar que os sons graves mascarem os agudos, melhorando a percepção de sons complexos (agudos); redução da excitação da orelha interna, diminuindo o ruído provocado por ela mesma. Também colabora com a proteção o m. tensor do tímpano. 
TUBA AUDITIVA
Função de manter o arejamento das cavidades da orelha média.
O equilíbrio entre a pressão atmosférica e a do ar contido na cavidade timpânica é indispensável para que a unidade tímpano-ossicular vibre sem obstáculos. 
ORELHA INTERNA – CÓCLEA
A orelha interna está situada na porção petrosa do osso temporal.
A cóclea constitui o labirinto anterior.
É um órgão de cerca de 9 mm de diâmetro com estrutura cônica composta por três “tubos” paralelos que se afilam da base para o ápice. 
Têm uma parede muito delgada disposta em espiral, em torno de um osso (columela ou modíolo), ao redor do qual dá três voltas. Suas paredes externas são ósseas.
É responsável pela transdução de energia acústica (mecânica) em energia elétrica. 
A base da cóclea é mais alargada e possui duas janelas, a oval e a redonda.
Os três “tubos” são denominados:
1) Rampa vestibular: Mais superior, limita-se com a orelha média pela janela oval.
2) Rampa média ou ducto coclear: Posição intermediária; contém o órgão de Corti e é delimitada em sua base pela membrana basilar.
3) Rampa timpânica: Mais inferior; limita-se com a orelha média pela janela redonda.
As rampas vestibulares e timpânica comunicam-se entre si pelo helicotrema, no ápice da cóclea. 
Em seu interior contêm perilinfa, um fluido semelhante ao extracelular,rico em Na+.
O interior do ducto coclear contém endolinfa, semelhante ao líquido intracelular, rico em K+. 
A lâmina espiral é uma lâmina óssea separada da columela e completada pela membrana basilar, que se insere sobre sua borda livre. 
A rampa vestibular está separada do ducto coclear pela membrana vestibular de Reissner e o ducto coclear está separado da rampa timpânica pela membrana basilar, onde fica o órgão de Corti. 
A membrana tectória é projetada sobre o órgão de Corti, com sua borda interna fixa ao modíolo e a borda externa livre. 
MEMBRANA BASILAR
Durante a transmissão sonora pela cadeia ossicular, a platina do estribo se projeta para o interior do vestíbulo pela janela oval, impulsionando a perilinfa. 
Como esse líquido se encontra dentro de uma caixa óssea rígida a pressão aplicada acaba sendo direcionada sobre a membrana basilar e em direção ao ápice; com isso, a onda mecânica se desloca ao longo da rampa vestibular, atinge o helicotrema e retorna pela rampa timpânica alcançando a janela oval, que é empurrada em direção à caixa timpânica.
Deslocamento ida-volta
Platina do estribo janela oval interior do vestíbulo perilinfa impulsionada pressão na membrana basilar.
Onda mecânica rampa vestibular helicotrema volta pela rampa timpânica janela oval.
Nesse deslocamento de “ida e volta” da onda sonora, há uma diferença de pressão hidrostática que se aplica sobre a membrana basilar, a fazendo vibrar de cima para baixo. 
As propriedades mecânicas da membrana basilar são muito importantes na fisiologia adequada da cóclea. 
Caso a membrana fosse uniforme em toda a sua extensão, durante o processo de variação de pressão entre as escalas vestibular e timpânica ela se moveria de maneira similar em toda a sua extensão, independentemente da frequência e da intensidade sonora, pois as forças mecânicas tenderiam a se distribuir uniformemente por toda a membrana. 
Porém, a principal característica da membrana é que ela não é uniforme. Suas propriedades mecânicas variam ao longo de seu comprimento: no ápice, a membrana é mais delgada e solta enquanto na base ela é mais espessa e fixa. Além disso, ela é mais larga no ápice, afinando em direção à base, ao contrário da estrutura da cóclea, que vai se alargando em direção à base. 
Um estimulo vibratório (som puro) se propagará através de toda a membrana basilar, causando maior amplitude de movimento em alguns pontos, enquanto outros permanecem próximos da inércia. 
Essa estrutura também permite que dois sons distintos estimulem simultaneamente a cóclea, de modo que provocarão vibrações em diferentes locais, ou seja, não haverá interposição de ondas. 
Isso atribui à membrana uma estrutura tonotópica, ou seja, sons agudos (até 20 kHz) têm seu pico na espira basal do ducto coclear e sons graves, na espira apical. Sons muito graves (menor que 200 Hz) provocam mobilização de toda a membrana basilar. 
Assim, a cóclea provoca uma segmentação do som que chega ao ouvido, confinando a cada tom uma região diferente da membrana. As deformações ondulatórias da membrana basilar repercutem sobre as células ciliadas do órgão de Corti.
NEUROEPITÉLIO
Possui células sensoriais ciliadas, sendo que um feixe de cílios é mais longo e são denominados quinecílios (ou cinocílios – frequências mais altas) e outros, mais curtos, denominados estereocílios. 
Estes cílios se movem apenas em um único plano: ao serem deslocados na direção dos quinecílios se despolarizam e em sentido oposto, hiperpolarizam. 
A despolarização causa o aumento na secreção de neurotransmissores excitatórios e a hiperpolarização, diminuição. 
A despolarização aumenta a frequência dos potenciais de ação nas fibras sensoriais primárias e a hiperpolarização diminui.
ÓRGÃO DE CORTI
O órgão de Corti é a estrutura transdutora de energia mecânica para energia elétrica; localiza-se ao longo e sobre a membrana basilar, sendo formado por cinco tipos básicos de células: 
1) Células ciliadas internas (CCI): são as principais células receptoras auditivas. Formam a coluna mais interna ao longo do órgão de Corti (aproximadamente 3500 células), são piriformes. Seu potencial de ação no repouso é de –40 mV na base e –32 mV no ápice.
2) Células ciliadas externas (CCE): formam as três fileiras mais externas; em maior número (12000 a 16000) e são cilíndricas. O potencial de ação de repouso é de –53mV no ápice e –70 mV na base. Têm alta seletividade frequencial. 
3) Células de sustentação: Deiters, Hensen, Claudius. 
Além desses tipos celulares, o órgão de Corti também possui as aferências neuronais. 
Por fim, recobrindo o órgão de Corti, existe a membrana tectória. Em íntimo contato com os esteriocílios das CCI e CCE, é responsável pela deflexão e hiperflexão dessas estruturas durante a vibração da membrana basilar. 
ESTEREOCÍLIOS DAS CÉLULAS CELIADAS
Tanto as CCI como as CCE possuem feixe de estereocílios.
CCI: Seu polo apical é recoberto de estereocílios, dispostos em várias fileiras de tamanho decrescente. Estereocílios em forma de “V”. 
CCE: Seus estereocílios estão no ápice da célula, organizados em três ou quatro fileiras, cuja altura aumenta do interior para o exterior e têm forma de “W” com suas pontas para fora. A parte apical dos cílios maiores está implantada na membrana tectória. O ápice dos estereocílios é mais rígido que a base. 
Estrutura proteica: Seu centro é constituído por um filamento de actina formado por associação em hélice de monômeros. Sua parte basal está presa à placa cuticular por proteínas contráteis.
ETAPAS DA FISIOLOGIA COCLEAR
1. Transdução mecanoelétrica nas células ciliadas externas.
As vibrações mecânicas da membrana basilar e órgão de Corti provocadas pelas vibrações da perilinfa causa a deflexão mecânica do feixe de estereocílios, que se deflete como um todo, devido às conexões laterais existentes entre cada estereocílio e pelo fato da base ser mais estreita em relação ao corpo. 
As conexões laterais permitem que a pressão aplicada a um estereocílio seja aplicada ao cílio vizinho. Há também uma conexão (“tip link”) que une a extremidade de um estereocílio ao vizinho mais alto, onde há um canal iônico de transdução. 
No repouso, esse canal oscila entre aberto e fechado, mas fica fechado a maior parte do tempo.
Se o feixe é defletido, cada estereocílio desliza sobre o vizinho, fazendo com que o tip link (conexão) seja esticado, abrindo o canal de transdução e permitindo o influxo de cálcio e potássio, despolarizando a membrana celular.
Potencial de repouso: -50 mV Composição do meio extracelular: maior concentração de K⁺ no meio externo Deflexão dos cílios: abertura de canais de Ca+2 e K+.
2. Transdução eletromecânica nas células ciliadas externas (cóclea ativa). 
Os potenciais elétricos assim formados provocariam contrações mecânicas rápidas das células ciliadas externas, que constituem a base da eletromotilidade e ocorrem em fase com a frequência sonora estimulante.
Estas contrações provocam a amplificação da vibração da membrana basilar numa área restrita do órgão de Corti, devido ao acoplamento que as células ciliadas externas realizam entre a membrana basilar e a membrana tectórica. 
Essas contrações rápidas ocorrem por um mecanismo de eletrosmose que depende da presença do sistema de cisternas laminadas das células ciliadas externas. 
3. Transdução mecanoelétrica nas células ciliadas internas. 
A amplificação das vibrações da membrana basilar provoca o contato dos cílios mais longos das células ciliadas internas com a membrana tectórica, fazendo com que eles se inclinem.
Isso ocorre em células de uma área delimitada pequena, onde é liberada a energia pelo mecanismo ativo. 
Nesta área, um pequeno número de células ciliadas internas é estimulado com máxima intensidade. 
A inclinação e estimulação dos cílios determinaria a despolarização das células ciliadas internas.
Os canais de Ca sensíveis à variação de voltagem despolarizante se abrem e o aumento de Ca+ intracelular estimula a liberação de NT excitatórios para afenda sináptica cuja membrana pós-sinaptica pertence às terminações nervosas do nervo VIII. 
Assim a frequência dos potenciais de ação desencadeados nessas fibras ficará aumentada quando o potencial receptor for despolarizante e diminuída quando ocorre a hiperpolarização. 
POTENCIAS GLOBAIS DA CÓCLEA
1- Potencial endococlear de repouso: é o único que não é gerado em reposta à estimulação sonora. 
Dependente da estria vascular, que é considerada a “bateria” da cóclea, sua fonte de energia essencial para a transdução.
 A cóclea em repouso mantém um gradiente elevado. O potencial da endolinfa é de +80µV (alta concentração de potássio) e da perilinfa é de –60µV (alta concentração de sódio) resultando num potencial de 140µV. 
Alterações nos mecanismos envolvidos na produção de endolinfa e do potencial podem produzir perda auditiva (presbiacusia metabólica). 
2- Potencial microfônico coclear: é a primeira transformação no potencial de ação que ocorre após a estimulação sonora.
Representa o influxo de K+ nas CCE, proporcional ao deslocamento da membrana basilar. 
Reproduz a frequência do som estimulante. 
É um potencial de corrente alternada, que segue a morfologia da onda sonora que o desencadeou. 
Não têm latência, ocorrendo ao mesmo tempo que o som. 
3- Potencial de somação: É a segunda alteração elétrica de corrente contínua, simultânea a um tom contínuo ou a um estímulo sonoro transitório. 
Tem a mesma direção do potencial de ação do nervo.
Está relacionado com os movimentos da membrana basilar.
Seu valor depende da frequência, da intensidade e do nível de registro na cóclea.
É gerado pelas CCI e CCE. 
4- Potencial de ação do nervo auditivo: resultado do disparo sincrônico de muitas fibras do nervo auditivo, após a estimulação sonora ser processada em energia bioelétrica, pelas CCI.
O tempo de ocorrência de cada potencial depende da velocidade da onda viajante pela membrana basilar.
 A velocidade é maior na espira basal e diminui na direção da espira apical.
NC VIII (NERVO AUDITIVO OU COCLEAR)
O corpo celular das fibras está no gânglio espiral, que recebe dendritos da lâmina espiral (lâmina óssea onde está inserida a membrana basilar) e manda axônios para o núcleo coclear. 
 Inervação Aferente É composta dos neurônios tipo I (maioria) que inervam as CCI e pelos neurônios tipo II que inervam as CCE.
Os neurônios tipo I são células grandes, mielinizadas e bipolares, apresentam condução rápida e o neurotransmissor é o glutamato. 
Os dendritos tipo I são conectados de forma radial com as CCI, configurando um corpo sináptico rodeado de vesículas. 
Os neurônios tipo II são células pequenas com axônio não mielinizado de pequeno diâmetro, sua extremidade é pobre em organelas especializadas. O neurotransmissor é desconhecido. 
 As fibras do nervo auditivo também têm seletividade frequência, dependente da tonotopia coclear.
A frequência característica de uma fibra é aquela que possui um limiar de resposta mais baixo.
Respostas do n. auditivo a dois estímulos com frequências diferentes: quando dois tons são apresentados simultaneamente, a resposta do nervo não é a soma das respostas individuais. 
A descarga elétrica em resposta a dois tons pode ser menor que a resposta a um só. Um tom pode suprimir a resposta do outro.
Propriedades de adaptação: As interações sonoras podem ocorrer também com a estimulação não simultânea.
A recuperação de adaptação ocorre em tempos diferentes, dependente do nível e duração do estímulo adaptador.
Se a duração é curta (menor que um segundo) a recuperação é rápida. 
Respostas a vários estímulos: o efeito de “ruído de fundo” na percepção de um estímulo sonoro é um fenômeno psico-físico. O ruído de fundo pode diminuir a sensibilidade e o nível de resposta a um tom, por efeitos de supressão e adaptação. 
VIAS AUDITIVAS
Gânglio espiral fibras aferentes auditivas de 1º ordem + fibras do sistema vestibular nervo vestíbulo-coclear bulbo projeção no núcleo coclear (dividido em 3) neurônios de 2º ordem núcleo coclear ventral núcleo olivar superior lemnisco lateral fibras chegam ao colículo inferior (dividido em 3) núcleo central fibras comissurais (integração, via auditiva tem projeção bilateral) tálamo homolateral núcleo geniculado medial cortéx auditivo.
As fibras aferentes auditivas de 1ª ordem cujos corpos celulares estão no gânglio espiral se juntam às do sistema vestibular para formar o VIII par craniano (nervo vestíbulo-coclear). 
O nervo chega no bulbo e projeta-se no núcleo coclear de onde se originam os neurônios de 2a ordem. 
O núcleo coclear é dividido em núcleos cocleares dorsal, ântero-ventral e póstero-ventral. 
Dos núcleos cocleares ventrais partem fibras para a ponte, tanto no núcleo olivar superior do mesmo lado como do lado contralateral. 
Já as fibras do núcleo coclear dorsal partem totalmente para mesencéfalo no colículo inferior do lado contralateral. 
O núcleo olivar superior é dividido em três partes: lateral, medial e corpo trapezóide (recebem fibras dos núcleos cocleares ventrais de ambos os lados) e emitem fibras para o colículo inferior através do lemnisco lateral. 
Do núcleo olivar também partem fibras eferentes olivo-cocleares e influenciam as células cocleares. 
O colículo inferior recebe todas as fibras auditivas ascendentes e é divido em três partes: núcleo central, núcleo externo e o córtex dorsal. 
Do núcleo central partem fibras para o tálamo homolateral (núcleo geniculado medial, participando da percepção auditiva) e dos dois outros, fibras que vão fazer parte dos reflexos auditivos mediados pelo tronco encefálico. 
No colículo inferior há fibras comissurais que integram as informações os de ambos os lados.
O tálamo também possui três divisões: a região ventral tem neurônios cujos axônios formam a radiação talâmica cortical e as regiões dorsal e medial, possuem neurônios fazem projeções difusas intralaminares.
O córtex auditivo situa-se no giro temporal transverso do lobo temporal e identificamos os córtices auditivos primário, secundários e a área auditiva associativa (área de Wernicke).
A via auditiva tem projeção bilateral. 
Projeções corticais eferentes desta área partem para o tálamo e coliculos inferiores; e destes para os núcleos cocleares e para os complexos olivares.
Estudar PAIR (perda auditiva induzida pelo ruído).
Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) é a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao ruído. 
É uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído.
Niveis sonoros contibunos em dBNA		Duração diária da exposição
80 db						8 horas
83 db						4 horas
86 db						2 horas
89 db						1 hora
92 db 						30 minutos
95 db						15 minutos
98 db						7,5 minutos
101 db						3 min 45 s
104 db						1 min 52 s
107 db						56 s
110 db						28s
113 db						14s
116 db						7s
A maior característica da Pair é a degeneração das células ciliadas do órgão de Corti. 
O desencadeamento de lesões e de apoptose celular acontecem em decorrência da oxidação provocada pela presença de radicais livres formados pelo excesso de estimulação sonora ou pela exposição a determinados agentes químicos. 
É sempre neurossensorial, uma vez que a lesão é no órgão de Corti da orelha interna.
Não costuma produzir perda maior que 40dB(NA) nas freqüências baixas e que 75dB(NA) nas altas.
A sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso.
A presença de Pair não torna a orelha mais sensível ao ruído; à medida que aumenta o limiar, a progressão da perda se dá de forma mais lenta.
A perda tem seu início e predomínio nas frequências de 3, 4 ou 6 kHz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1, 0,5 e 0,25 kHz.
Em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou 6 kHz, geralmente atingirão um nível máximo, em cerca de 10 a 15 anos.
O trabalhador portador de Pair pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e de diminuição de inteligibilidade da fala,com prejuízo da comunicação oral.
A deficiência auditiva provocada pela exposição continuada a ruído pode provocar diversas limitações auditivas funcionais, as quais referem-se, além da alteração da sensibilidade auditiva, às alterações de seletividade de frequência, das resoluções temporal e espacial, do recrutamento e do zumbido.
A alteração da seletividade de frequência provoca dificuldades na discriminação auditiva. Essa lesão provoca aumento do tempo mínimo requerido para resolver um evento sonoro (resolução temporal), o que, principalmente associado com a reverberação dos ambientes de trabalho, provoca limitação da capacidade do portador de Pair em reconhecer sons.
Quando o indivíduo é portador de uma Pair, que tem como característica ser neurossensorial, ocorre uma redução na faixa dinâmica entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto, provocando um aumento na ocorrência de recrutamento (fenômeno de crescimento rápido e anormal da sensação de intensidade sonora) e, portanto, um aumento da sensação de desconforto. Isso é comum nos ambientes de trabalho com elevados níveis de pressão sonora. 
O zumbido é um dos sintomas mais comumente relatados pelos portadores de Pair, e provoca muito incômodo.
Ele é definido como sendo a manifestação do mau funcionamento no processamento de sinais auditivos envolvendo componentes perceptuais e psicológicos.
As dificuldades de compreensão de fala são as mais relatadas pelo trabalhador portador de Pair, cujo padrão de fala poderá sofrer alterações, de acordo com o grau de perda auditiva.
O ruído não é o único fator presente no ambiente de trabalho capaz de desencadear efeitos nocivos à saúde em geral, como nervosismo, irritabilidade, cefaléia, insônia, alterações circulatórias, alteração de visão, alterações gastrointestinais, entre outros apontados como efeitos não-auditivo.
O efeito lesional do ruído pode ser comparado a um envelhecimento acelerado da audição, começando pelas altas frequências.
O uso de protetores individuais limita as perdas auditivas e modera a marcha da evolução da surdez profissional. 
A surdez profissional é reconhecida como doença profissional desde 1963. Representa, na escala mundial, em média, 16% da surdez do adulto.
Susceptibilidade individual pode facilitar o desenvolvimento da PAIR Otites médias agudas de repetição, uso de medicamentos ototóxicos, e a existência de uma exposição sonora antes do inicio da vida profissional são fatores que tendem a agravar o desenvolvimento da PAIR. 
Trauma acústico É uma perda auditiva súbita, decorrente de uma única exposição a ruído intenso. Quando ocorre uma explosão, a descompressão brusca e violenta pode acarretar dor e lesões simultâneas da orelha média, como rotura da membrana timpânica e/ou desarticulação dos ossículos, assim como distúrbios vestibulares (vertigem e perturbações de equilíbrio). 
Conhecer presbiacusia.
Presbiacusia é definida como diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento, por alterações degenerativas, fazendo parte do processo geral de envelhecimento do organismo. 
Com o avançar da idade, ocorre diminuição da capacidade de mitose de certas células, acúmulo de pigmentos intracelulares (lipofucsina) e alterações químicas no fluido intercelular. 
A presbiacusia não deve ser interpretada como comprometimento apenas do osso temporal, mas também das vias auditivas e do córtex cerebral. 
Existem alterações celulares importantes como perda de DNA, depleção de RNA, acúmulo de enzimas inativas, inativação de receptores de membrana e deleção mitocondrial progressiva como ocorre a nível coclear. 
Com o envelhecimento do organismo ocorre um progressivo estado de hipoperfusão do tecido coclear levando à isquemia e formação de radicais livres, que são altamente tóxicos e nocivos ao neuroepitélio auditivo. 
Estes radicais livres causam lesão ao DNA mitocondrial, levando então ao aparecimento das mutações mitocôndrias e redução do potencial de membrana mitocondrial. 
O resultado é a formação de uma mitocôndria bioenergeticamente ineficiente. 
Também ocorre diminuição da função da estria vascular. 
O decréscimo da velocidade do fluxo sanguíneo, a diminuição da permeabilidade vascular e a redução no diâmetro dos vasos também acarretariam redução dos níveis de oxigênio e nutrientes, contribuindo para evolução do processo.
O fenômeno da presbiacusia é de origem multifatorial. 
Há forte relação entre perda auditiva no idoso e o ruído ambiental, sem excluir a atividade física, dieta, uso de drogas ototóxicas, arteriosclerose e doenças associadas nas populações comparadas. 
No processo de envelhecimento, ocorre uma perda progressiva no epitélio sensorial e nos componentes do labirinto, assim como na cóclea. 
A redução progressiva do número das células começa aproximadamente aos 40 anos.
Existem reduções similares nos neurônios vestibulares periféricos e diminuição no calibre das fibras nervosas mielinizadas periféricas remanescentes.
Há uma perda média de 2000 neurônios cocleares por década de vida.
As perdas neuronais também ocorrem nas vias auditivas centrais, ocorrendo uma diminuição de 50% no número total de neurônios do núcleo coclear dorsal e ventral até os 80 anos.
Sensorial Degeneração celular.
Neural Diminuição dos neurônios cocleares.
Metabólica Comprometimento da estria vascular, o que muda a qualidade da endolinfa no ducto coclear e o potencial endococlear, causando perda auditiva em todas as frequências.
Mecânica (coclear condutiva) Distúrbio na motilidade mecânica coclear por enrijecimento da membrana basilar e alteração nas características de ressonância do ducto coclear.

Continue navegando