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Trabalho - 01 Semestre - entregue dia Novembro 2016

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Universidade Anhanguera – UNIDERP
Centro de Educação a Distância
Curso: Educação Física - Licenciatura
Disciplinas Norteadoras: Filosofia da Educação; O Pensamento Pedagógico; Organização do Trabalho Pedagógico e Psicologia da Educação e da Aprendizagem.
Tutora: Lucineia Pereira
Alunos:
Antonio Carlos Fernandes Araujo Junior – RA: 3398634008
Ariane Cristine Araujo – RA: 3368528535
Creberson Batista de Sales – RA: 3319485095
Eduardo Zimmermam Costa – RA: 3398633991
Keslley Floriano da Silva – RA: 4020670859
Juara - MT
Novembro|2016
Sumário
INTRODUÇÃO........................................................................................_3
DESENVOLVIMENTO:
1.PASSO 1.............................................................................................._5
2.PASSO 2............................................................................................_12
3.PASSO 3............................................................................................_15
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................._17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................._18
Introdução
A palavra escola deriva do latim “schola” e refere-se ao estabelecimento onde se dá qualquer gênero de instrução ou um lugar onde o ensino que se transmite, tem a função de contribuir para a formação de um cidadão de caráter. No entanto, essa importante instituição, tem sido cenário de atos de violência entre alunos, ficando claro, dessa forma, a conduta do bullying, caracterizado como um dos maiores problemas sociais que vem perturbando crianças, adolescentes e jovens em escolas públicas e privadas no mundo inteiro. O termo bullying compreende todas as expressões de atitudes agressivas, intencionais, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando sofrimento, e executadas dentro de uma relação muitas das vezes desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre alunos e o desequilíbrio de poder são as características imprescindíveis, que tornam possível a intimidação da vítima.
O ato bullying “ocorre quando um ou mais alunos passam a perseguir, intimidar, humilhar, chamar por apelidos cruéis, excluir, ridicularizar, demonstrar comportamento racista e preconceituoso ou, por fim, agredir fisicamente, de forma sistemática, e sem razão aparente, um outro aluno” (RAMOS, 2008, p. 1).
Sem termo específico na língua portuguesa que o explique claramente, podemos definir bullying como “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento”. Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e perturbam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying.
Trata-se de um problema mundialmente conhecido, encontrado em todas as escolas, que vem se disseminado largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado em nosso país. Em todo o mundo, as taxas de prevalência de bullying revelam que o número de alunos envolvidos neste fenômeno vem aumentando cada vez mais, trazendo consequências drásticas àqueles que sofrem deste mal. Diante dessa problemática, é importante que pais e educadores não ignorem o bullying, é preciso dar uma importância diferenciada nas aulas, no dia a dia desses alunos para que as situações envolvendo a prática do bullying sejam erradicadas. À justiça,“cabe intervir a fim de manter os princípios morais e sociais que todo cidadão tem direito” (GUIMARÃES, 2009, s.p.), pois conforme descreve o artigo 5º da Constituição Federal de 1988: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988, s.p.). Entretanto, é importante ressaltar que a cultura a qual pertencemos possui grande influência em nosso comportamento, e, portanto, pode influenciar nas agressões relatadas pelas vítimas de bullying, diante disso, algumas medidas precisam ser implantadas urgentemente nas escolas do mundo todo para que o problema seja solucionado.
Desenvolvimento
1. Passo 1
O bullying é um problema que afeta crianças, adolescentes e jovens das mais variadas faixas etárias em diversos lugares do mundo, ocorre em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas se relacionem, principalmente em escolas, faculdades/universidades. Muitas escolas tendem a não admitirem a prática do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou ainda se negam a enfrentá-lo e resolvê-lo de maneira eficaz. O bullying, na maioria das vezes, acontece em áreas onde a presença ou supervisão de adultos é praticamente inexistente. Indivíduos que presenciam o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se calam em razão das retaliações que podem vir a receber do agressor. No ambiente escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying,crianças, adolescentes e jovens são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade que podem levar a problemas mais sérios, podendo vir a tornarem-se adultos depressivos, com baixa estima, entre outros prejuízos. São propícios a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
Apesar de o bullying ter a característica de repetição, muitas vezes passa despercebido pelos gestores da escola e por pessoas próximas às crianças envolvidas – tanto agressores quanto as vítimas. As situações a seguir descrevem o papel fundamental das pessoas que podem influenciar diretamente no combate ao bullying escolar, como a família, escola e alunos, bem como suas consequências. A autora Cléo Fante (2011) destaca que a violência doméstica que a criança presencia no espaço familiar influencia na sua formação e em seus atos.
A relação afetiva entre pais e filhos repercute na formação da personalidade do indivíduo. Um bom relacionamento afetivo, em que o carinho e o amor se evidência no trato com a criança, criará registros altamente positivos em sua memória, fortalecendo a autoestima e a autoconfiança. Por outro lado, um relacionamento marcado pela falta de afetividade positiva e pelos maus-tratos físicos ou verbais influenciará o indivíduo, determinando seu desempenho social e sua capacidade de adaptação às normas de convivência, bem como sua habilidade de integração social. Portanto, as raízes do comportamento agressivo estão fincadas na infância, sendo o modelo de identificação familiar o elemento fundamental para a sua compreensão. (FANTE, 2011, p.175).
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
	Quando falamos em bullying, a maioria das pessoas pensa que é um fenômeno novo, praticado por alunos pertencentes ao século XVI, mas não é bem assim, pois o bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a relacionar a palavra a uma prática foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying era um mal a combater. A popularidade dofenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter consequências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil .
Os estudos sobre o termo bullying no Brasil vêm sendo realizados há alguns anos, o nosso país encontra-se em atraso em relação a outros países, como por exemplo, os Estados Unidos que apresenta elevados índices dessa violência escolar.
De acordo com Fante (2011) e Silva (2010), os estudos sobre o bullying iniciaram na década de 1970 na Suécia, avançaram em 1980 primeiramente na Noruega e depois se estendendo por toda a Europa.
Silva (2010) relata que os estudos sobre o bullying foram iniciados com pesquisas realizadas pelo professor Dan Olweus, da Universidade de Berger, na Noruega(1978 a 1993) que tinha como objetivo principal:
[...] avaliar as taxas de ocorrência e as formas pelas quais o bullying se apresentava na vida escolar das crianças e dos adolescentes de seu país. O estudo constatou que um em cada sete alunos encontrava-se envolvido em casos de bullying, tanto no papel de vítima como no de agressor. Essa revelação mobilizou toda a sociedade civil e deu origem a uma campanha nacional antibullying, que recebeu amplo apoio do governo norueguês. Em pouco tempo, houve uma redução em cerca de 50% dos casos dessa prática escolar. (SILVA, 2010, p.111-112).
A pesquisa realizada por Dan Olwes serviu de incentivo às escolas norueguesas, que se mobilizaram e criaram a campanha nacional contra o bullying, conseguindo assim diminuir as incidências do bullying escola (Silva, 2010). Essa pesquisa pode ser constatada a seguir:
Os estudos de Olweus deram origem a um programa de intervenção antibullying, que teve como tônica os seguintes objetivos: Aumentar a conscientização sobre o problema para desfazer mitos e ideias erradas sobre o bullying. Promover apoio e proteção às vítimas contra esse tipo de violência escolar. (SILVA, 2010, p. 1 12).
De acordo com especialistas, são diversas as causas desse tipo de comportamento abusivo. Deve-se à carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos, por meio de “práticas educativas” que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas. Estudos apontam que 80% daqueles classificados como “agressores”, atribuíram como causa principal do seu comportamento, a necessidade de reproduzir contra outros os maus-tratos sofridos em casa ou na escola. Em decorrência desse dado extremamente relevante, identificou-se a existência de uma doença psicossocial expansiva, desencadeadora de um conjunto de sinais e sintomas, denominada SMAR – Síndrome de Maus-tratos Repetitivos. O portador dessa síndrome possui necessidade de dominar, de subjugar e de impor sua autoridade sobre o outro, mediante pressão psicológica, necessidade de aceitação e de inserção a um grupo, de auto-afirmação, de chamar a atenção para si. Possui ainda, a inabilidade de expressar seus sentimentos mais íntimos, de se colocar no lugar do outro e de perceber suas dores e sentimentos.
Os sintomas mais frequentes desta síndrome são: irritabilidade, agressividade, impulsividade, intolerância, tensão, explosões emocionais, raiva reprimida, depressão, stress, sintomas psicossomáticos, alteração do humor, pensamentos suicidas. É proveniente do modelo educativo predominante exercido pela criança na primeira infância. Sendo repetidamente exposta a estímulos agressivos, aversivos ao seu psiquismo, a criança os introjeta inconscientemente ao seu repertório comportamental e transforma-se posteriormente em uma dinâmica psíquica “mandante” de suas ações e reações. Dessa forma, se tornará predisposta a reproduzir a agressividade sofrida ou a reprimi-la, comprometendo, assim, seu processo de desenvolvimento social.
As consequências para as vítimas desse fenômeno são graves e muito abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, a separação do grupo e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na auto-estima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e muitas das vezes o suicídio.
Para os agressores, ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os espectadores, que é a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional.
Este fenômeno comportamental atinge a área mais íntima do ser humano, a sua alma. Envolve e vitimiza a criança, na sua mais tenra idade escolar, tornando-a refém de ansiedade e de emoções, que interferem negativamente nos seus processos de aprendizagem devido à excessiva mobilização de emoções de medo, de angústia e de raiva reprimida. A forte carga emocional traumática da experiência vivenciada, registrada em seus arquivos de memória, poderá aprisionar sua mente a construções inconscientes de cadeias de pensamentos desorganizados, que interferirão no desenvolvimento da sua autopercepção e auto-estima, comprometendo sua capacidade de auto-superação na vida, podendo levá-lo a ser um adulto totalmente desequilibrado.Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesmas e à sociedade, isto se não houver intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços interdisciplinares conjugados, por toda a comunidade escolar. Nesse sentido podemos citar as recentes tragédias ocorridas em escolas, como por exemplo, Columbine (E.U.A.); Taiuva (SP); Remanso (BA), Carmen de Patagones (ARG) e Red Lake (E.U.A.).
Muitas vezes a escola e os familiares não conseguem identificar tão facilmente a prática do bullying, pois a vítima tem receio em denunciar seus agressores, devido a supostas represálias que possa vir a sofrer ou por vergonha de admitir que está a passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão ouvidos. Denunciar seria o mesmo que uma confissão de fraqueza ou impotência de defesa. Os “agressores” se valem da “lei do silêncio” e do terror que impõem às suas “vítimas”, bem como do receio dos “espectadores”, que temem se transformarem na “próxima vítima”.
	É muito comum observarmos práticas relacionadas ao bullying nas aulas de Educação Física, se por um lado a Educação Física pode despertar nos alunos sentimentos de cooperativismo, companheirismo e inclusão, por outro, tende a criar situações de competitividade, agressividade e discriminação em meio às quais práticas de bullying podem surgir - sobretudo em relação aos alunos acima do peso ou com pouca habilidade nos esportes, e em muitas das vezes os próprios alunos têm a ideia de que só os melhores podem participar de determinadas modalidades e começam selecionar quem eles querem em seus times, começando aí, primeiros indícios da prática do bullying. Cabe ao professor, perceber e direcionar isso de forma positiva, fazendo com que os alunos interajam positivamente, respeitando as limitações de cada um. 
De acordo com a doutora Vanessa Vicentin, (doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP), "O alvo e o autor de bullying sempre apresentam algum problema em relação ao valor de si. Por isso, o maior antídoto é promover um ambiente onde crianças e adolescentes se sintam valorizados e que possam reconhecero valor do outro", para a pesquisadora, ao colocar a cooperação como pilar para as atividades da disciplina de educação física, o professor consegue demonstrar para os alunos que o respeito mútuo é o princípio que deve nortear as relações entre as pessoas. "Praticando e analisando as regras que criaram, as crianças se sentem pertencentes a sua construção e percebem a necessidade de colocá-las em prática", explica.Para ela, neste ambiente construído com base na participação dos alunos o professor atua como um mediador nas situações de conflito e o índice de casos de bullying tende a diminuir. "O professor não deve resolver os conflitos entre os alunos e dizer quem está certo ou errado, mas incentivá-los a expressar pontos de vista e sentimentos e discutir formas alternativas de resolver os problemas sem se prejudicar ou prejudicar o próximo", alerta Vicentin.A especialista também indica uma técnica que pode ser usada pelo professor em sala de aula: "o estatuto antibullying". Na primeira etapa, os alunos devem responder de forma anônima a questionários que busquem avaliar as condutas de bullying em sala. Depois, os próprios alunos ajudam a tabular os resultados e passam a discutir em subgrupos como resolver os problemas de desrespeito. Ao final, eles apresentam as propostas e, por votação, elaboram o "estatuto antibullying", com regras de condutas deliberadas e discutidas por todos.
Algumas iniciativas bem sucedidas vem sendo implantadas em escolas dos mais diversos países, na tentativa de diminuir esse tipo de comportamento. No Brasil, em uma escola de São José do Rio Preto, foi implantado um programa antibullying, conhecido como “Programa Educar para a Paz”, onde vem obtendo índices significativos de redução do comportamento agressivo e expressiva melhora nas relações entre alunos e professores, além de melhorias no desempenho escolar. O resultado das pesquisas iniciais, que detectava em torno de 26% de vitimização, já no segundo semestre de implantação do programa caiu para 10%; e após dois anos, o resultado mostrava que havíamos chegado a patamares toleráveis, com índices de apenas 4% de vitimização. Esse programa pode ser definido como um conjunto de estratégias psicopedagógicas que se fundamenta sobre princípios de solidariedade, tolerância e respeito às diferenças. Recebeu esse nome por acreditarem que a paz é o maior anseio das crianças envolvidas no fenômeno, bem como de toda a sociedade. Envolve toda a comunidade escolar, inclusive os pais e a comunidade onde a escola está inserida. As estratégias do programa incluem o trabalho individualizado com os envolvidos em bullying – visando à inclusão e o fortalecimento da auto-estima das “vítimas” e a canalização da agressividade do “agressor” em ações pró-ativas – bem como o envolvimento de toda escola, pais e a comunidade em geral. 
A prevenção começa pelo conhecimento por isso é importante que professores e os demais profissionais relacionados ao espaço escolar desenvolvam um olhar mais observador e crítico ao problema, é importante que a escola esteja atenta aos sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados.Para Aramis Lopes Neto, coordenador do programa de bullying da ABRAPIA:
Não se pode admitir que os alunos sofram violências que lhes tragam danos físicos ou psicológicos, que testemunhem tais fatos e se calem para que não sejam também agredidos e acabem por achá-los banais ou, pior ainda, diante da omissão e tolerâncias dos adultos adotem comportamentos agressivos. (LOPES NETO, 2010).
A escola precisa capacitar seus profissionais e orientar os pais para a observação, para que possam identificar e saber intervir nas situações do bullying ou até mesmo aos encaminhamentos corretos. Fante, ressalta que qualquer tipo de agressão: 
Deve ser denunciada não somente pelas vítimas, como também pelos espectadores. Entretanto, são raros os que denunciam. O Estatuto da Criança e do Adolescente obriga a denúncia de casos suspeitos e propõe linhas de ensino, pesquisa, assistência e serviços à comunidade (FANTE, 2011, p.183).
Nesse sentido torna-se necessário que a instituição escolar leve o tema à discussão com toda a comunidade para que juntos possam traçar estratégias capazes de fazer frente ao bullying, e tomar algumas iniciativas para coibi-lo. Deve existir uma parceria entre família e escola, baseada na cooperação, no respeito e na confiança, uma vez que seus objetivos são comuns.
2. Passo 2
Podemos entender como bullying qualquer forma de comportamento agressivo praticado no âmbito escolar, principalmente nos períodos da infância e adolescência e como cita Lopes Neto, 2005, p.165, abrange “todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder”. Tal prática inclui agressões de natureza física, verbal e psicológica.
O bullying vem se tornando cada vez mais real em praticamente todas as escolas no mundo e seus altos índices de prevalência chamam a atenção. “A elevada frequência desse fenômeno, associada às diversas consequências negativas acarretadas às vítimas, observadores, agressores, comunidade escolar e sociedade em geral, contribui para que ele seja considerado um problema de saúde pública” (Feder, 2007).
Infelizmente vivemos em uma sociedade onde a violência vem crescendo cada dia mais, influenciando nossos adolescentes e jovens a serem violentos, essa cultura vem sendo empreendida em determinados grupos sociais disseminando o comportamento agressivo nas escolas provocando a prática violenta denominada bullying. Neste sentido, podemos atentar se as condutas expressas são de ordem sociais, familiares ou outro problema de distúrbio de ordem psicológica por parte do agressor, pois o ambiente em que o indivíduo vive pode desempenhar um grande papel em sua vida, influenciando seus atos para com os outros ao seu redor. O comportamento agressivo de muitas crianças, adolescentes e jovens é incentivado pelo modo como são tratados por seus pais, parentes, amigos e professores. “É dentro deste contexto que nos permitimos perguntar e questionar a existência de enormes, abrangentes e altamente sofisticados aparelhos repressivos.” (AMORETTI, 1992, p.127). 
A violência ocorre em diversos contextos, e abrange diferentes conceitos. A violência pode ser analisada como um problema histórico, que tem suas raízes fincadas em macroestruturas, conferindo-lhe formas de expressão conjunturais, atualizando-se no cotidiano das relações interpessoais, sendo uma questão essencialmente social (MINAYO, 2006; SANTOS e FERRIANI, 2007).
Nesse sentido a violência seria uma questão estrutural e das relações entre as sociedades. No dicionário Houaiss (2009, p. 772), o termo “violência” significa: “o uso da força física; ação de intimidar alguém moralmente ou o seu efeito; ação destrutiva, exercida com ímpeto, força; expressão ou sentimento vigoroso; fervor”. 
Para Teles e Melo (2003, p. 15), violência é o uso da força física, psicológica ou intelectual para obrigar a outra pessoa a fazer algo contra a sua vontade; é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade. É um meio de manter a outra pessoa sob seu domínio. É uma violação dos direitos humanos. 
Para Lopes e Saavedra (2003) o termo violência escolar diz respeito a todos os comportamentos agressivos e antissociais que ocorrem no ambiente escolar, o que inclui danos ao patrimônio, atos criminosos, conflitos interpessoais etc. 
Saffioti (2004, p. 17) define a violência como ruptura de qualquer forma de integridade da vítima, seja de forma física, psíquica, sexual ou moral.
O que podemos observar diante dos vários estudos acerca da concepção de violência, é que ela é um ato de violação dos direitos humanos, sendo um crime contra a integridade física da vítima humana ou a patrimônios públicos, por exemplo. 
Para Cléo Fante (2011,p. 168):
O comportamento agressivo ou violento nas escolas é hoje o fenômeno social mais complexo e difícil de compreender, por afetar a sociedade como um todo, atingindo diretamente as crianças de todas as idades, em todas as escolas do país e do mundo. Sabemos ser o fenômeno resultante de inúmeros fatores, tanto externos como internos à escola, caracterizados pelos tipos de interações sociais, familiares, socioeducacionais e pelas expressões comportamentais agressivas manifestadas nas relações interpessoais.
Outro fator que vale ressaltar para a má influência de crianças, jovens e adolescentes são os meios de comunicação, “o comportamento violento em programas televisivos ou filmes; e o bombardeio ideológico constante dos meios de comunicação que por um lado exaltam o ser violento (destrutivo) [...] e, por outro, não permitem diferenciar esses atos agressivos e destrutivos, da agressividade sadia e necessária para desconstruir-se e reconstruir-se como sujeito autor da própria história (FERNANDEZ, 1994, p. 122)”.
Diante dos fatores acima descritos, Maluf (2009, s.p.) descreve que a cada dia que passa, as crianças estão se tornando mais agressivas e neste sentido, muitos estudos mostram que há grande número de fatores que elevam o risco do aparecimento de condutas violentas e de jovens envolvidos para que o bullying se desenvolva, como: ter vivido cenas violentas ou sofrido violência, abuso sexual, físico, excessiva exposição à violência através de jogos, televisão, uso de drogas e álcool, fatores socioeconômicos prejudicados, família desestruturada, problemas psiquiátricos, entre outros. 
Mediante os fatos constatados, verificamos que a escola é um importante meio intermediador para lidar com o bullying. Diretor, coordenador e professores podem encontrar informações em qualquer meio de comunicação (internet, jornal, televisão, revistas, entre outros), facilitando o trabalho em conjunto para que esse mal seja erradicado. “Segundo (Catunda 2010) antes de tudo o professor deve se informar a fundo sobre o fenômeno, deste modo, será possível estar atento ás diferentes formas de manifestações. Além disso, é preciso assumir – se como educador, tendo claro entendimento sobre a importância dessa função. Ao estar na escola, á missão do professor é ensinar bem para a formação humana e cidadã.”
É necessário que haja interesse e união de todos principalmente das escolas para que se possa encontrar soluções, é preciso que todos se envolvam, professores, escolas e pais de alunos para buscarem meios de prevenção e se necessário, meios de intervenção.“Cabe a escola unir forças no sentido de buscar alternativas para o bullying; nas reuniões de pais, informá-los e sensibilizá-los quanto ao problema; discutir nas coordenações com professores e auxiliares em educação; e solicitar ao serviço de orientação educacional que apresente um plano de trabalho com possíveis estratégias de combate ao problema” (GUIMARÃES, 2010).
A escola deve agir precocemente contra o bullying, intervir imediatamente, tão logo seja identificada a existência de bullying na escola e manter atenção permanente sobre isso é estratégia ideal. E a única forma de se combater o bullying é através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e pais.
3. Passo 3
Plano de Aula
	Data:18|10|2016
	Horário:16:40 às 17:30
	Ano:2016
	Nº de Alunos:22 alunos
	Tema:Bullying: causas e consequências
	Subtema:Bullying no ambiente escolar
	
Objetivos:
D
Conversar sobre o Bullying, conceituando-o e apresentando suas consequências e possíveis soluções;
Identificar ações preconceituosas em colegas de sala e na sociedade de uma maneira geral;
Destacar a importância da convivência pacífica e consciente mediante ao preconceito, visando a construção de uma postura tolerante e respeitosa para com o outro;
Proporcionar a interação social, estimulando o diálogo e a troca de ideias entre os alunos;
Promover a reflexão sobre a atitude de cada um perante o próximo;
	
Procedimentos metodológicos
O professor fará uma explanação da aula expondo o conceito de Bullying, dando alguns exemplos práticos do dia a dia dos alunos;
Leitura coletiva do texto “O espelho e eu”;
Na sequência o professor proporá uma atividade prática, executando a dinâmica “Vencendo o Bullying”, que tem como principal objetivo desenvolver em cada aluno a autoconfiança, para não ser afetado pelo bullying;
Assistir ao filme “Meu Melhor Inimigo” (Min BedsteFjende, Dinamarca 2010);
	
Recursos: 
Apresentação do texto “O espelho e eu” em slides – Uso do data show;
Espelho para a realização da dinâmica “Vencendo o Bullying”;
Data show para a execução do filme “Meu Melhor Inimigo”
Avaliação: 
No processo avaliativo, o professor deverá observar se o aluno é capaz de identificar e relatar situações de bullying em relação a si próprio e aos demais colegas em seu cotidiano. Também será avaliado o envolvimento de cada aluno na leitura do texto e nas dinâmicas executadas em sala, bem como sua interação a respeito do tema, seu empenho em participar e suas atitudes de reconhecimento da importância do respeito ao próximo. Posteriormente, será realizado um trabalho escrito referente ao filme “Meu melhor inimigo”, onde cada aluno deverá relatar o que entendeu sobre tal e identificar práticas do bullying no mesmo.
	
Considerações Finais
Mediante pesquisas realizadas sobre o bullying, percebemos que se trata de um problema gravíssimo que vem assolando as escolas no mundo todo. No contexto atual em que vivemos, constata-se a falta de informação e muitas vezes até a falta de preparo tanto das escolas quanto dos professores para lidar com o bullying. Analisamos que esse fenômeno acontece com mais frequência nas aulas de Educação Física, sendo extremamente importante a intervenção do profissional de tal área para que o problema não se alastre tornando-se mais grave.
Diante dos dados constatados sobre bullying, percebe-se a grande importância das escolas, dos professores, dos pais e da sociedade em geral, para que se tome algumas medidas e busquem soluções capazes de combater ou ao menos prevenir o bullying.
Nota-se também que há a necessidade de uma maior abordagem sobre o bullying na vida acadêmica dos futuros profissionais da educação, logo deve-se, preocupar com a capacitação e a formação continuada dos professores, dando-lhes subsídios para conhecer melhor e saber como intervir e diminuir os casos, assumindo assim, uma postura crítica diante do problema.
Entretanto, por meio deste trabalho observamos que a cada dia aumenta mais o número de casos onde há a prática do bullying, ouvimos muito sobre o assunto, mas muitas vezes não são tomadas medidas satisfatórias para que o fato não se reincida. Diante disso, concluímos que as aulas de Educação Física é uma importante ferramenta para que se inicie um bom trabalho de intervenção, pois é um momento oportuno em que os alunos se sentem mais a vontade para expressar seus sentimentos e medos, seja através de atitudes ou diálogo. Adotar estratégias de prevenção, bem como detectar precocemente o problema, parece ser a maneira mais adequada para reduzir a chance de que este e outros problemas, como, as dificuldades emocionais e de aprendizagem sejam desenvolvidas no âmbito escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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