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Resenha Critica filme Luto à luta

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Resenha Critica filme Luto à luta
Ingride Júlia Oliveira da Costa 
PSICOLOGIA E NECESSIDADES ESPECIAIS
Síndrome de Down é uma condição congenital causada pela presença de uma cópia adicional do cromossomo 21. Este adicional causa as características físicas e os problemas desenvolventes associados com a síndrome.
Síndrome de Down foi descrita primeiramente por um médico inglês. Usou o termo “mongoloid” para descrever a circunstância, devido a sua opinião que as crianças com Síndrome de Down compartilharam de características físicas similares aos povos da raça do Mongolian, esse termo tornou-se pejorativo.
Historicamente, muitos indivíduos com Síndrome de Down foram matados, abandonados ou condenados ao ostracismo da sociedade. No século XX, era comum para que estes indivíduos sejam institucionalizados e não receberam o tratamento apropriado para as complicações médicas associadas tais como desordens de coração, defeitos de visão e problemas intestinais.Mostra-se aqui um retrato do desconhecimento de todos, inclusive dos médicos sobre a doença, e de como esse desconhecimento traz consigo toda uma carga de preconceitos e medos.
No início do filme Do luto à luta, o documentarista Evaldo Mocarzel, mostra uma cena, onde os personagens aparecem com máscaras.O sentido não está na imagem, mas nas máscaras, no que elas escondem. Ao retirá-las percebemos que são atores diferentes, todos têm síndrome de Down. 
Quando tratados corretamente, eles vão tão longe quanto os ditos normais. Cenas de danças, esportes, músicas e até direção de filmes são abordadas tendo os portadores da Síndrome como protagonistas. Investiga-se a relação deles com o mundo, seus pensamentos, suas dificuldades e potencialidades. Descobre-se um novo universo, com uma visão particular, não mais correta ou incorreta do que a da maioria, mas diferente.
A aceitação de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência por parte da sociedade não é uma atitude comum. A diferença sempre surpreende. E quanto mais essa diferença é visível, mais difícil é o acolher. Há sempre uma admiração nesse olhar defensivo. É como se dissesemos ainda bem que não sou assim. E quando se trata dos pais, talvez a decepção seja a primeira reação. Mas, logo em seguida, essa mesma atitude pode mudar. Pouco a pouco surge uma força interior passa a tomar conta desses pais. E tudo se reverte, pos aquele bebê exige o máximo de atenção dos pais nos primeiros anos de vida. Pois são muito mais frágeis e sujeitos ao preconceito.
Do Luto à Luta é um registro alegre sobre pais de portadores de Síndrome de Down. Não há nenhum depoimento de médicos ou agentes da área da saúde, não interessa o caráter técnico da doença, mas sim a relação pessoal de cada indivíduo afetado por ela.
Não é um documentário que explica uma doença, e sim um documentário humanizado que fala muito mais do indivíduo do que da síndrome. Ensinar de forma didática sobre o Down não é a proposta do documentário. 
O nome do documentário por si só, é auto explicativo do processo que os pais passam no momento em que descobrem sobre a síndrome de seus filhos, durante as cenas, os pais admitem terem passado do luto até a luta, ou seja, a passagem do sentimento de perda para o de afirmação da vida, que nem todos os pais de crianças com Down conseguem, do choque e da tristeza inicial para uma imensa alegria enquanto aprendem a conviver com a subjetividade de cada portador.
No estudo que faz sobre a Síndrome, Mocarzel desmistifica não só suposições errôneas do senso comum que a associam a diversas incapacidades como também, e principalmente, suposições e prognósticos da clínica médica às quais alguns pais são expostos por ocasião do nascimento de seus filhos.O documentário abre a mente das pessoas para que estas deixem de encarar o portador da síndrome como alguém incapaz.
Do Luto à Luta mostra que o portador da Síndrome de Down tem capacidade para ler, escrever, trabalhar, estudar, raciocinar, usar a internet, aprender novas línguas, ele se diverte e se apaixona, possibilidades totais de ajuste à sociedade, podendo viver uma vida dita ‘’normal’’. Pais e filhos relatam histórias de rejeição, superação, amor, dificuldades, perdas, apenas histórias que vão além do fato de serem pais ou portadores da síndrome. 
No documentário, vemos como os caminhos percorridos pelas pessoas portadoras da Síndrome são diversos. Vemos um adolescente que gosta de surfe e um adulto que gosta de whisky e leva jeito de boêmio, outro que é dado à erudição, e também uma garota muito inteligente e perspicaz que é atriz.
O maior desafio de um documentário, aquilo que lhe permite retratar a realidade como tal, é fazer desaparecer a câmera. Isto é, deixar o objeto de estudo à vontade para que ele não atue, sabendo que está sendo registrado, e sim reaja como se estivesse diante de um igual. Só assim é possível encostar na utopia de enxergar o mundo com os olhos do outro.
O filme se constrói numa narrativa que desfaz as imagens de sofrimento contidas nas primeiras cenas. Pois nos apresenta entrevistas, em tom de conversa, esses momentos são reveladores da intensa mudança que se processa na vida dessas pessoas. O que mais emociona nesse filme não são as possíveis explicações da ciência, mas o sentimento de humanidade que ele nos transmite.O que podemos sentir, afinal, é que o produtor do filme quer mesmo entender e desfazer os preconceitos que todos carregamos com relação a essas pessoas especiais. 
Os portadores da Síndrome de Down possuem um pequeno atraso para desenvolverem as coordenações motoras e mentais, mas isso não os impede de ter uma vida normal. Eles aprendem e se desenvolvem no tempo deles e a sociedade tem que estar preparada para lidar com isso. A sociedade precisa entender que diferença não é sinônimo de incapacidade. O julgamento sem ter conhecimento apenas gera um preconceito que pode atrapalhar a vida de muitas pessoas.
Com esses dados é possível perceber que a deficiência que os portadores da Síndrome de Down possuem não afeta, em grande parte, o desenvolvimento. Eles podem levar uma vida comum e normal se desde pequenos receberem os cuidados corretos e a com a compreensão da sociedade de que a diferença não significa um problema ou uma barreira para se viver.
O que precisamos hoje é reforçar o milagre que é a vida humana, lembrar que toda vida humana merece respeito e dignidade.

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