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Portifólio 1º semestre As classes hospitalares

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Letras – habilitação: LicenciaturA em língua portuguesa e RESPECTIVAS LITERATURAS
DÉBORA PAULINO LOBATO
o trabalho docente nas classes hospitalares
Contagem
2019
débora paulino lobato
o trabalho docente nas classes hospitalares
Trabalho de Letras apresentado à Universidade Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média Semestral nas disciplinas: Educação Inclusiva, Libras – Língua Brasileira de Sinais, Homem, Cultura e Sociedade, Educação e Tecnologias, Práticas Pedagógicas: Identidade Docente, Ed – Gramática e Educação à distância.
Orientadores: Juliana Chueire Lyra, Sandra Cristina Malzinoti Vedoato, Marcio Gutuzo Saviani, Amanda Larissa Zilli, Luana Pagano Peres Molina, Idelma Maria Nunes Porto
Tutor Eletrônico: Angela Medeiros.
 Contagem
2019
INTRODUÇÃO
A educação é um direito fundamental do indivíuo que o eleva a um status de cidadão. O aluno em situação hospitalar merece e tem o direito a mesma educação que alunos em condições normais, porém, respeitando as peculiadridas da situação. Este trabalho acadêmico tem por objetivo esclarecer como deve ser feita a educação inclusiva em cada situação e é de grande importância para complementar os conteúdos estudados durante todo o semestre.
Desenvolvimento
As classes hospitalares tiveram inicio no início do séc. XX na França.( Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013). E no Brasil se deu início em 1950,com a classe hospitalar no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro. ( Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013) Mas há alguns registros que em 1600, no Brasil Colônia, existia atendimento escolar ao cadeirantes na Santa Casa de Misericórdia em São Paulo. O reconhecimento dessa modalidade de ensino pelo MEC (Ministério da Educação e do Desporto), somente ocorreu em 1994, através da Política de Educação Especial, e posteriormente em 2001 e 2002, normalizado pelo MEC, intitulado como: Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica( Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013) e Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: orientações e estratégias( Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
A partir da segunda metade do séc. XX, Inglaterra, Estados Unidos e o Canadá, observou-se que, nos orfanatos, asilos e instituições para crianças violavam aspectos básicos do seu desenvolvimento emocional, o que podia leva-as a condições psiquiátricas sérias acarretando sequelas em sua vida adulta. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
Em pesquisas publicadas sobre Classes Hospitalares, mostram que nas primeiras décadas do séc.XX a Europa via em alguns hospitais surgir algumas atividades educativas que podem ser consideradas o inicio do que é conhecido hoje como Classe Hospitalar (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
No inicio do século XX, (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013)quando mal se diferenciava as doenças da miséria (como lepra, tuberculose e sífilis) da insanidade mental ocorreu como uma atitude de vanguarda, distinguir, dentro do manicômio, o asilamento de crianças(Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).O Pavilhão-Escola Bourneville para crianças anormais, do Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro fundado em 1902 e extinto em 1942. No Brasil do inicio do século XX, era uma prática comum, a internação de crianças nos manicômios. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
Razões de ordem econômicas ou de saúde pública, onde deficiência mental e anormalidades semelhantes ou com diagnóstico equivocado, eram motivo para internação hospitalar.
A origem da possível classe hospitalar no Brasil estar vinculada ao mesmo tempo com a origem do ensino especial do nosso país, os asilos para alienados ajudam a compreender o pertencimento ao qual a escolarização em hospitais se enquadrou quando finalmente se fez regulamentada como uma modalidade de ensino. Assim, os mesmos anos 30 do século XX antecipavam o fechamento do Pavilhão Bourneville, anunciavam o surgimento das primeiras, reconhecidas oficialmente, classes especiais nas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
Em 1600 na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, foram encontrados arquivos de relatórios anuais do movimento escolar de alunos deficientes físicos que datam de 1931. Tecnicamente, tais classes funcionam todas como classes hospitalares ou, ainda, configurando a modalidade “ensino hospitalar”, isto é, cada professora tem uma programação de atendimento individualizado aos 27690 alunos que estão como pacientes no hospital. Apesar de ter iniciado na década de 30, somente a partir de 1953 encontram-se registros mais acurados. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
O direito a Classe Hospitalar, foi reconhecido pela Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados (Resolução número 41, de 13 de outubro de 1995, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do adolescente) em função da preocupação da Sociedade Brasileira de 27693 Pediatria em mapear o conjunto de necessidades de atenção à criança ou adolescente que precisam de cuidados de saúde em ambientes de internação hospitalar. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013). O Ministério da Educação e do Desporto formula a Política Nacional da Educação Especial (MEC, 1994), propondo que a educação em hospital se faça através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional não só às crianças com transtornos do desenvolvimento, mas também, às crianças e adolescentes em situação de risco ao desenvolvimento, como é o caso da internação hospitalar, uma vez que a hospitalização determina restrições às relações de convivência, às oportunidades sócias interativas escolares (relação com colegas e relações de aprendizagens mediadas por professor) e à exportação intelectual dos ambientes de vida social (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
De acordo com a Constituição Nacional (BRASIL, 1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) a Lei Orgânica da Saúde (BRASIL,1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (BRASIL, 1996), o atendimento à saúde deve ser integral (promoção, prevenção, recuperação, etc.) e a educação escolar deve ser de acordo às necessidades especiais dos educandos (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).
Buscando adequar-se ao que prevê a legislação em vigor o MEC através da Secretaria de Educação Especial procedeu à revisão em sua documentação no que tange as estratégias e orientações para o trabalho pedagógico para as pessoas com necessidades especiais (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013). A partir dessa revisão, a área de atendimento pedagógico hospitalar e o atendimento domiciliar passaram a dispor de uma publicação que regulamenta essas modalidades de atendimento que se denomina: Classe Hospitalar e Atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013). Esse documento visa a estruturar e promover a oferta do atendimento pedagógico em ambientes hospitalares e domiciliares de forma a assegurar o acesso à educação básica e à atenção às necessidades educacionais especiais. (Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo,2013).Segundo Kohn (2010), desde 1959, que a Declaração dos Direitos da Criança, promulgada pela Organização das Nações Unidas, apresenta a preocupação com a educação e o lazer no hospital
Segundo Kohn (2010), desde 1959, que a Declaração dos Direitos da Criança, promulgada pela Organização das Nações Unidas, apresenta a preocupação com a educação e o lazer no hospital. No seu Artigo 4º a Declaração defendia o direito a recreação, ladeado a direitos primordiais como a alimentação, a moradia e a assistência médica. Percebendo nesse direito as condições essenciais para o desenvolvimento da criança, nos aspectos físicos, cognitivos, psicológicos e sociais. No Brasil, de acordo com Kohn (2010), a ação educativa no espaço hospitalar mais antiga ocorreu em 1950, no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro, seguido pelo Hospital Barata Ribeiro. A vinculação do atendimento educativo no hospital ocorreu com a parceria com a Secretaria de Educação do Município.
Assim, a legislação brasileira, desde 1990, vem promulgando leis que amparam quanto ao atendimento dos hospitalizados, enfocando especificamente a criança e o atendimento pedagógico no contexto hospitalar. Regulamentando as práticas educativas através das políticas públicas desenvolvidas pelo Ministério da Educação (MEC), das políticas educacionais do Brasil, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e da política da Educação Especial, através da Secretaria de Educação Especial (SEESP), oficializando essa modalidade de ensino, norteando ações para o seu desenvolvimento. Segundo Kohn (2010), a Declaração dos Direitos do Doente e do Médico, em seu artigo 11º diz: “O doente tem direito{...} a todos os meios culturais que podem ajudá-lo a recuperar sua saúde física e moral”. (KOHN, 2010, p.36) Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados, instituída através do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, através da Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995, estende o direito à proteção integral à infância e adolescência aos eventos de hospitalização também nos âmbitos jurídico e político além da questão moral.
São eles:
1 – Direito à proteção, à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação. 2 – Direito a ser hospitalizada, quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça crença religiosa. 3 – Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão não alheia ao melhor tratamento da sua enfermidade. 4 – Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante a todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas. 5 – Direito de não ser separado de sua mãe ao nascer. 6 – Direito de receber aleitamento materno sem restrições. 7 – Direito de não sentir dor, quando existam meios para evitá-la. 8 – Direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos a serem utilizados e do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário. 9 – Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar. 10 – Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente de seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetida. 11 – Direito a receber apoio espiritual/religioso, conforme a prática de sua família. 12 – Direito de não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver discernimento para tal. 13 – Direito a receber todos os tratamentos terapêuticos disponíveis para a sua cura, reabilitação e/ou prevenção secundária e terciária. 14 – Direito a proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus tratos. 15 – Direito ao respeito a sua integridade física, psíquica e moral. 7 16 – Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e objetos pessoais. 17 – Direito a não ser utilizado pelos meios de comunicação de massa, sem a expressa vontade de seus pais ou responsáveis ou a sua própria vontade, resguardando-se a ética. 18 – Direito à confidência de seus dados clínicos, bem como o direito a tomar conhecimento dos mesmos, arquivados na instituição, pelo prazo estipulado em lei. 19 – Direito a ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente. 20 – Direito a ter uma morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis (BRASIL, 1995, p. 319 – 320).
A modalidade de ensino de classe hospitalar contribui para que juntos, saúde e educação possam unificar esforços, transpondo barreiras que poderão garantir a excelência dos serviços sejam estes prestados por pedagogos, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais ou quaisquer outros profissionais em exercício no ambiente hospitalar, contribuindo assim para a política de humanização dos hospitais. Isto não quer dizer que já não esteja em ação este tipo de postura entre os profissionais aqui mencionados, mas, sabe-se também, que ainda falta cumprir e praticar o que diz as pesquisas e a lei.
CONSIDERAÇÕE FINAIS
Esta atividade demonstrou a importância da preparação de profissionais para atendimento a alunos de classe hospitalar que consigam se conectar ao “mundo do aluno”, para que essa experiência seja efetiva. 
Mostrou também que ainda são poucos hospitais que proporcionam esta modalidade de ensino.
A educação inclusiva é de suma importância para a socialização do indivíduo que mesmo com dificuldade momentânea o permanente é um cidadão e possui direitos como qualquer outro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Tyara C. de. Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/9052_5537.pdf Acesso em: 01/04/2019.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. Histórias de formação de professores para a Classe Hospitalar. Revista Educação Especial. Vol. 28. N. 51. 2015. Disponível: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/9118Acesso em:01/04/2019.
SANDRONI, Giuseppina Antonia. Classe Hospitalar: Um recurso a mais para a inclusão educacional de crianças e jovens. Cadernos da Pedagogia - Ano 2, Vol.2, No.3 jan./jul. 2008. Disponível em: http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/50/43 Acesso em: 01/04/2019.
MACHADO, Jucilene; CAMPOS, Jurema. Relação Professor – Aluno: Um diferencial na Classe Hospitalar. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/10499_7066.pdf Acesso em:01/04/2019
MEDEIROS, Milena; Moura, MSC O DIREITO À EDUCAÇÃO E AS CLASSES HOSPITALARES:
DISCURSO DE GESTORES DE UM HOSPITAL-ESCOLA. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:fZF6RrK5rW0J:www.ce.ufpb.br/mppgav/contents/documentos/dissertacoes/turma-2/m-sc-milena-moura-medeiros-pdf-completo.pdf/%40%40download/file/M.Sc.%2520MILENA%2520MOURA%2520MEDEIROS%2520-%2520(pdf%2520completo).pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Acesso em: 14/04/2019
G1. Crianças internadas há mais de 15 dias podem ter aulas em hospitais. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/criancas-internadas-ha-mais-de-15-dias-podem-ter-aulas-em-hospitais.html Acesso em: 01/04/2019.
Classes Hospitalar:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=UfL8N35bklM
Acesso: 01/04/2019
Educação e cultura no Hospital Pequeno Príncipe
Link: https://www.youtube.com/watch?v=SU9KK2Q-2es
Acesso 13/12/2018

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