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A questão do Aborto

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 UNIDADE DE PINHEIROS - MANHÃ
CURSO DE PSICOLOGIA
Prof.ª
 Maria Emília Lopuff
A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Gustavo Cervantes RA N2312J4
Lucas Mello RA D54835-2
Maria Fernanda Lobo RA D814EJ-5
Maria Luiza Moraes RA D66BEB-2
Marina de Andrade RA N286FE-8
Myllena Matsudo RA D691872
William Soares RA D8263D3
São Paulo
2018
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho foi realizado pelos alunos do curso de psicologia da Universidade Paulista, campus Pinheiros, tendo a orientação da professora Maria Emília Lopuff nas aulas da matéria de Ética.
A função deste trabalho é confirmar todo o aprendizado obtido em sala de aula, aumentando o conhecimento geral acerca dos dilemas que nos cercam, sendo nosso enfoque, os argumentos que circundam a descriminalização do aborto no Brasil.
O aborto é um tema de corrente debate na sociedade. Dentro deste dilema, encontram-se discussões e controvérsias de cunho moral, ético, e legal sobre a prática. Nessa discussão, há dois grupos que defendem ideias opostas, os “pró-vida” e os “pró-escolha”, e que ao longo do trabalho iremos abordar seus principais argumentos sobre o tema.
No Brasil, o aborto é considerado crime previsto no Código Penal, em vigor desde 1984, exceto em três situações: estupro, risco de vida à gestante e feto anencéfalo — este último caso foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2012. 
ARGUMENTOS À FAVOR:
Não pode haver homicídio se não há vida humana.
No ventre materno, o que se encontra é apenas protoplasma, uma substância que contem os processos vitais contidos no interior da célula. Ou seja, um grande aglomerado de células de sistema nervoso central. Apenas é possível considerar como pessoa humana quando o embrião se implanta na parede uterina.
É também uma questão de direitos sexuais e reprodutivos.
O ser humano deve ter o direito de decidir sobre seu corpo, sua liberdade e seu futuro. Optar pela criminalização do aborto é sinônimo de botar em prática a mutilação da cidadania, negando o direito das mulheres ao seu próprio corpo.
O aborto deve ser considerado uma opção quando a prevenção falha.
Existe a crença de que a mulher usaria a possibilidade do aborto para não se precaver na sua vida sexual. O aborto não pode ser considerado um método contraceptivo. A proposta da legalização deve vir acompanhada de uma política integral que trabalhe a conscientização através da educação sexual.
O perigo de se abortar na clandestinidade.
Não há perigo no aborto quando é assistido adequadamente, sobe cuidados e lugares especializados. Inclusive, a legalização pode trazer consigo uma porta de acesso para evitar novos episódios. O que se discute é a legalização e não a clandestinidade. A marginalização gera riscos a integridade física, moral e psicológica da mulher.
Afinal de contas, quando se fala em aborto, fala-se em desigualdade social.
Mulheres de baixa renda submetem-se a abortos clandestinos, arriscando a vida em lugares precários, sem condições de higiene. As complicações decorrentes de um aborto são a principal causa de morte materna no Brasil. Quem morre são aqueles que não possuem acesso à informação e às condições para uma interrupção segura da gravidez. 
A legalização do aborto não aumenta o percentual de mulheres que abortam, mas diminuem as taxas de mortalidade materna.
Em países onde a prática é liberada, o número de abortos diminuiu ao longo dos últimos vinte anos e a mortalidade materna deixou de ser um problema de primeira ordem da saúde pública. No Uruguai, a taxa de mortes vinculadas ao aborto é a mais baixa da América Latina e Caribe. 
ARGUMENTOS CONTRA:
A ciência afirma: a vida se inicia na concepção.
O início da vida humana não deve ser apresentado como uma questão predominantemente religiosa, pois é, sobretudo, um tema científico, biológico e genético. De acordo com o livro de Embriologia Clínica de Keith L. Moore, a vida inicia-se na concepção, quando o óvulo de uma fêmea é fecundado pelo espermatozoide de um macho. O desenvolvimento humano se inicia a partir dessa fecundação, portanto já é considerado vida a partir da fertilização. Além disso, o coração do bebê já começa a bater com 20 dias, ou de 5 a 6 semanas. Já o sistema nervoso, como muitos acreditam, não começa a se formar no terceiro mês, e sim a partir da sexta semana, e mesmo se sentisse dor alguma, sua morte não seria justificável. 
O bebê não faz parte do corpo da mulher.
De maneira alguma pode-se dizer que o feto é parte do corpo da mulher, pois ele está apenas alojado no seu ventre por um curto período de sua vida. A partir do momento da fecundação, é criado um novo ser que possui DNA do pai e da mãe, é um ser diferente de qualquer outro existente no universo, sendo único. A única coisa que separa a sua existência da de um adulto são os fatores nutrição e tempo. Para o corpo da mulher, o feto é um corpo estranho, e se ele não fosse protegido pela membrana que o envolve, o organismo da mãe o expulsaria. Em última instância, é o bebê quem diz o momento de sair. .Alguns abortos espontâneos acontecem por que o organismo entende a criança como um ser estranho e o que impede que ele seja expulso da mãe é justamente a cápsula protetora. 
“Casas Pró-Vida”.
As gestantes desfavorecidas economicamente em geral recorrem ao aborto por se encontrarem em situação de desespero e de abandono. A Casa Pró-Vida Mãe Imaculada se dedica a atender mulheres grávidas em risco de aborto, oferecendo-lhes todo suporte, de acordo com a necessidade da mãe (podendo ser material, jurídico, médico e espiritual). e com o objetivo de salvar vidas. Além disso, a Casa também acolhe mulheres que já abortaram e necessitam de cura interior. Até Julho de 2017 (em quase cinco anos de fundação) foram atendidas mais de 300 mulheres e cerca de 200 crianças nasceram. 
As sequelas de abortar.
O processo da curetagem pode deixar sequelas graves tanto físicas como psicológicas. Milhares de mulheres se submetem a um aborto clandestino no Brasil e enfrentam, muitas vezes, problemas de ordem emocional. A psiquiatra e psicanalista Gilda Paoliello, integrante da diretoria da Associação Mineira de Psiquiatria e professora da residência de psiquiatria do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), diz que “A mulher vive o transtorno de estresse pós-traumático, com vivências de flashbacks do ato do aborto, vivências persecutórias e ideação suicida em torno de 40% dos casos”. A psicanalista também explica que pode haver “gravidez de substituição” que, futuramente, implica nas ligações maternas posteriores.
Legalizar o aborto NÃO diminui a mortalidade materna.
Há países com leis extremamente restritas em relação ao aborto, como o Chile, com mortalidade materna baixa, que diminuiu de 275 mortes maternas por 100.000 NV em 1960 para 18,7% em 2000, a maior redução da América Latina inteira.E há países onde o aborto é legal e tem mortalidade materna alta, como a Índia, ocorrendo 200 em 2010. Esses dados mostram que não há relação entre a legalização e a diminuição da mortalidade materna, pois o que, na realidade, interfere nesse índice é investir na assistência no período de pré-natal, parto e o pós-parto. 
A adoção é uma opção a se levar em consideração.
Para os pró-aborto, há o argumento de que, caso a criança indesejada venha a nascer, dada uma situação hipotética de uma família sem condições financeiras, a criança crescera num âmbito impróprio e poderá vir a ser um marginal, ou coisa do tipo. Mas será o aborto a única solução para uma gravidez indesejada? No Brasil, segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, para cada criança na fila, há cinco famílias querendo adotar, e é absurdo e desumano sugerir que matar é melhor do que colocar para a adoção. 
DISCUSSÃO SOBRE O DILEMA:
	Tratando-se de um dilema, o tema da legalização do aborto varia de opinião e com ele inúmeros argumentos são postos à mesa. Discussões sobre essa temática são, geralmente, polêmicas,já que é um assunto complexo e delicado. A maioria da população brasileira se posiciona contra a legalização do aborto por acreditar que a prática é um crime contra a vida. Tratando o ato como eutanásia, não podendo ser, portanto, realizado de maneira alguma. Já os que são “pró-escolha”, assim como o próprio nome já deduz, defendem os direitos individuais da mulher de decidir sobre o próprio corpo, acreditando que a decisão depende única e exclusivamente dela, a mãe. 
A opinião acerca do dilema no grupo é unânime, sendo todos a favor da descriminalização do aborto. Fica-se claro que independente de ser ilegal, o aborto acontece. Porém, quem vai a óbito são aquelas que optam pela clandestinidade, as que não tem acesso a informação e às condições para uma interrupção segura da gravidez. Sendo assim, a discussão não é sobre abortar de fato ou não, mas sim em que condição.
A população e as autoridades não enxergam que esse tipo de aborto clandestino se torna problema de saúde pública. Se a operação fosse legalizada, feita com segurança, diminuiria os gastos com problemas de saúde derivados deste processo, já que a mulher que optasse pela operação estaria num ambiente seguro e adequado, acompanhado por médicos especializados.
	É fato que a educação sexual e a promoção de atendimento médico mais acessível, incluindo aí o acompanhamento familiar e psicológico, podem ser capazes de contornar consideravelmente essa questão. É fundamental que toda a população tenha acesso a essas informações para então se conscientizar e buscar métodos contraceptivos adequados para a prevenção. 
BIBLIOGRAFIA:
BARBOSA. Renan. Defesa da vida: por que o aborto não deve ser legalizado no Brasil. Gazeta do Povo. Disponível em: https://especiais.gazetadopovo.com.br/defesa-da-vida-por-que-o-aborto-nao-deve-ser-legalizado-no-brasil/. Acesso em: 20 de nov.2018
EVANS. Luciane. Aborto deixa sequelas psicológicas. EM. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2013/04/16/interna_tecnologia,372063/aborto-deixa-sequelas-psicologicas.shtml. Acesso em: 20 de nov. 2018
FAVRETTO. Angélica. Por que a luta contra o aborto é também uma luta em favor das mulheres. SempreFamília. Acesso em: https://www.semprefamilia.com.br/por-que-a-luta-contra-o-aborto-e-tambem-uma-luta-em-favor-das-mulheres/. Acesso em: 20 de nov. 2018.

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