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Efeitos de sentido produzidos por recursos sonoros


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Efeitos de sentido produzidos por recursos sonoros
Sons e expressividade
A onomatopeia é um dos recursos sonoros que podemos explorar para dar expressividade a uma mensagem.
A poesia, a publicidade, o jornalismo, os ditados populares, muitas vezes, valem-se de recursos sonoros para encantar, chamar a atenção, convencer; em outras palavras, usam-se recursos sonoros para aumentar a expressividade dos textos.
Eis a constante busca pela eufonia, ou seja, pela combinação sonora mais agradável aos ouvidos.
Existem diversas figuras de linguagem, diversos recursos expressivos que, explorando a dimensão fonética do idioma, tornam os enunciados mais interessantes. Quem nunca ouviu o trava-línguas “O rato roeu a roupa do rei de Roma”? Ao ouvir isso, nem paramos para pensar se tem sentido falar em rei de Roma, pois é óbvio que a frase não tem outro fim que não seja a sua própria sonoridade.
No vídeo a seguir, vamos tratar mais detidamente desses recursos linguísticos de sonoridade.
Questão 1
O tempo em que o mundo tinha a nossa idade
Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos seus imprevistos improvisos. As estórias dele faziam o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo. Nenhuma narração tinha fim, o sono lhe apagava a boca antes do desfecho. Éramos nós que recolhíamos seu corpo dorminhoso. Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita. Seu conceito era que a morte nos apanha deitados sobre a moleza de uma esteira. Leito dele era o puro chão, lugar onde a chuva também gosta de deitar. Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa. Ali ficava até de manhã. Lhe encontrávamos coberto de formigas. Parece que os insectos gostavam do suor docicado do velho Taímo.
COUTO, M. Terra sonâmbula. São Paulo, Cia das Letras, 2007.
A escrita literária de Mia Couto explora diversas camadas da linguagem: vocabulário, construções sintáticas, sonoridade.
O exemplo em que ocorre claramente exploração da sonoridade das palavras é:
Origem: Uerj
a) 
Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos seus imprevistos improvisos.
b) 
Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita.
c) 
Leito dele era o puro chão, lugar onde a chuva também gosta de deitar.
d) 
Seu conceito era que a morte nos apanha deitados sobre a moleza de uma esteira.
e) 
Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa.
RESOLUÇÃO
Na alternativa A, ocorrem assonância do /e/ em “Nesse entretempo” e várias aliterações em “imprevistos improvisos”.
Questão 2
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas 
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
MORAES, V. Antologia poética.
Dentre os recursos expressivos presentes no poema, pode-se apontar uma aliteração dupla no verso
Origem: Fuvest-SP
a) 
“Cegas inexatas”.
b) 
“Pensem nas feridas”.
c) 
“A rosa hereditária”.
d) 
“A rosa com cirrose”.
e) 
“Sem rosa sem nada”.
RESOLUÇÃO
Em “rosa com cirrose”, há uma aliteração dupla, por causa da repetição dos fonemas consonantais /r/ e /s/.
Questão 3
Vestindo água, só saído o cimo do pescoço, o burrinho tinha de se enqueixar para o alto, a salvar também de fora o focinho. Uma peitada. Outro tacar de patas. Chu-áa! Chu-áa... – ruge o rio, como chuva deitada no chão. Nenhuma pressa! Outra remada, vagarosa. No fim de tudo, tem o pátio, com os cochos, muito milho, na Fazenda; e depois o pasto: sombra, capim e sossego... Nenhuma pressa. Aqui, por ora, este poço doido, que barulha como um fogo, e faz medo, não é novo: tudo é ruim e uma só coisa, no caminho: como os homens e os seus modos, costumeira confusão. É só fechar os olhos. Como sempre. Outra passada, na massa fria. E ir sem afã, à voga surda, amigo da água, bem com o escuro, filho do fundo, poupando forças para o fim. Nada mais, nada de graça; nem um arranco, fora de hora. Assim.
GUIMARÃES ROSA, J. “O burrinho pedrês”, Sagarana.
Como exemplos da expressividade sonora presente nesse excerto, podemos citar a onomatopeia, em "Chu-áa! Chu-áa...", e a fusão de onomatopeia com aliteração em:
Origem: Fuvest-SP
a) 
"vestindo água".
b) 
"ruge o rio".
c) 
"poço doido".
d) 
"filho do fundo".
e) 
"fora de hora".
RESOLUÇÃO
Em “ruge o rio”, a aliteração do /r/ sugere a força das águas, numa espécie de onomatopeia que procura imitar os sons da correnteza.

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