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ATIVIDADE SOBRE O DOCUMENTÁRIO ESTAMIRA


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ATIVIDADE SOBRE O DOCUMENTÁRIO ESTAMIRA
 
Comente sobre as relações de Estamira com seus familiares: pai, mãe, pai da mãe, marido e seus filhos.
O rompimento brusco do Édipo, que pode ser suposto, com a morte de seu pai, onde ela mesma narra que o perdeu muito cedo e menciona com pesar “Eles levaram meu pai no 43. Aí meu pai nunca mais volto, entendeu? Meu pai chamava eu de tanto nomezinho... chamava de uns nome engraçado: merdinha, neném, filhinha do pai.[...] ”(Estamira)
Em seguida, outra figura masculina aparece na história: o avô. O avô que violentou sexualmente sua mãe, e que a violentou na infância. Com apenas doze anos, o avô a leva para um prostíbulo, onde vive por cinco anos, até encontrar seu primeiro marido. O casamento não é duradouro e Estamira é abandonada com um filho.
Podemos observar que os acontecimentos mais marcantes e traumáticos na vida da Estamira estão relacionados à figura masculina, desde a perda do pai às violências sexuais que iniciaram com o seu avô e que estiveram presentes em diversos momentos de sua vida.
Tem uma relação muito próxima e bem significativa com sua filha mais velha, com o filho ela tem uma relação conflituosa pelo fato dele ser evangélico e ela correlacionar seus momentos traumáticos com a ausência de Deus. A filha caçula a qual os filhos mais velhos levam para uma mulher criar, acreditando que a mãe não tem mais capacidade de criar essa, Estamira mantém uma relação de puro amor e que é correspondida a altura. Tanto que a filha lamenta não ter sido criada por ela.
Como Estamira sente-se com relação ao lixão?
Estamira ver o lixão como um trabalho como outro qualquer, mostra uma grande gratidão ao lixão e diz que foi através dele que conseguiu conquistar a sua casa própria.
Os companheiros de trabalho a admiram e com os quais ela mantém uma relação de amizade. O papel que Estamira desempenha, entre os catadores de lixo mais antigos, é o de uma protetora, a sua filha relata que entende que a mãe vive como deseja e não quer carregar a culpa pela internação da mãe.
3- Para sua filha mais velha o que desencadeou a sua primeira crise?
A filha mais velha de Estamira relata que existia um relacionamento saudável entre seus pais, até ela começar a trair a sua mãe, a partir daí começaram as brigas e as agressões, onde Estamira e sua filha foram expulsas de casa, passando a dormir na rua, no lixão.
O desencadeamento da sua primeira crise se deu depois do segundo estupro que sofreu, quando estava a caminho de casa, a partir daí, segundo sua filha, ela começou a ter quadros de alucinações.
4- Explique a relação de Estamira com Deus?
Estamira expressa seu sofrimento, sua decepção com um Deus em que tanto acreditou. Expõe seus traumas relacionados ao abuso sexual, sua relação com o seu corpo, com sua família, com o aterro, com a opressão social, com a fome e com a vida, onde, em um dos seus discursos, culpa Deus e através destes discursos que ela afirma e reafirma seu lugar no mundo, sua existência. Em um dos estupros ela menciona que chamava por Deus e pedia para que o homem parasse pelo “amor de Deus” e o homem com ironia respondeu “que Deus moça?” Pra Estamira Deus se ausentou nesse momento e ali naquele momento ela que era muito religiosa segundo relatos dos filhos, rompe de alguma forma com Deus. Chamando o de estuprador por ter permitido aquele ato com ela. Porém ela aparentemente não rompe literalmente, pois ainda conserva a bíblia em casa, a qual algumas vezes a mostra em mãos e menciona trechos, porém na linguagem dela em ocasiões no documentário.
5- Você consegue identificar as alterações nas funções psíquicas de Estamira? Quais?
São nítidos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia no decorrer do documentário, e é possível perceber também a apresentação reduzida dos sintomas negativos. Os sintomas positivos mais aparentes. No documentário, “Estamira” não apresenta nenhum tipo de retração social (ela lida bem com a família, os amigos, os colegas de trabalho no lixão), nem havia nenhum sinal de empobrecimento de linguagem e pensamento, ao contrário, Estamira mostrava-se inteligente, disposta e bastante falante, muito produtiva. Não apresentava também diminuição da fluência verbal, da volição e nem lentidão psicomotora. Em relação ao distanciamento afetivo apenas pelo documentário é precipitado falar se houve ou não um distanciamento afetivo. Em momento algum é relatado que depois da esquizofrenia ela tenha ficado menos afetuosa.
6- Comente o documentário articulando com os conteúdos estudados.
Identificamos diversos assuntos discursados em sala. Grande parte dos signos associados a casos de esquizofrenia e depressão consegue ser visualizada. Estamira chegou a um estágio patológico onde nota-se um ego fragilizado, uma melancolia, ela perdeu a capacidade de planejar o futuro ou pensar nele, ficando presa ao presente de uma forma negativa. Isso é comum em pacientes com sintomas depressivos. Podemos ver isso através da fala de Estamira: uma fala sem perspectiva, chegando a ser incoerente em seus argumentos. Também podemos ver com freqüência falas relacionadas a ilusões e alucinações, a exemplo de quando ela fala do controle remoto que há dentro dela e de sua relação íntima com Deus, chegando a dizer que conhece Jesus desde a sua nascença. Sua percepção falsa da realidade, ouve vozes dos astros como ela menciona e no telefone quebrado que ela utiliza no lixão num episódio, vê coisas que não existem, sente cheiros esquisitos e pode ter sensações tácteis desagradáveis. Em relação aos pensamentos de Estamira, ela demonstra Desintegração do Conceito, Pensamento Mágico (fantasioso) e o Pensamento Vago, quando fala uma porção de coisas, com gramática coerente, mas que nada diz; o que nos leva a certo grau de impaciência ao ouvir o seu discurso. Estamira apesar de seu diagnóstico e toda sua trajetória traumática ela em seus momentos de lucidez, nos convida a refletir sobre sua posição de revelar o que nós negamos em nós mesmos. Obriga-nos a lidar com nossas angústias e sofrimentos, diante da incompletude da vida. Ao mesmo tempo, traz à tona a maneira como encaramos o conceito de normalidade e insanidade, demonstrando que ignoramos o paradigma na qual a ciência assume diante de tais indivíduos que são vistos como “desajustados” e inaptos para a convivência social, não sabemos ao certo, mas Estamira consegue se manter, cozinhar, ser inserida no convivo se talvez mantivesse o continuo do remédio de forma rigorosa.

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