Buscar

Qualidade e sobrevivência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

QUALIDADE: UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PARA AS ORGANIZAÇÕES 
 
 
Milene Blödorn

, Marilene Soares

 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Partindo da concepção de que a qualidade, nos dias de hoje, não é mais uma função isolada 
dentro das organizações nem somente um diferencial de mercado, sendo vista como uma 
questão de sobrevivência, este trabalho tem como objetivo apresentar conceitos sobre 
qualidade, produtividade e competitividade, evidenciando a importância de que as empresas 
absorvam tais conceitos para tornarem-se aptas a buscar a excelência, garantindo assim, a 
sobrevivência no mercado. Adicionalmente, este artigo contribui com outros tópicos relativos 
à qualidade, como: sua evolução; seus métodos e ferramentas; a importância de sua 
padronização e normalização; seus princípios de gestão. Para que se pudesse fazer referência 
a essas questões, este estudo, desenvolvido por meio de consulta bibliográfica, contou com as 
teorias de Conte e Durski (2002), Abreu e Lima (1993), Paladini (1995), Coltro (1996), 
Macedo (2002) e Seleme e Stadler (2008), vistas como pertinentes para qualquer organização. 
 
Palavras-chave: Competitividade. Produtividade. Qualidade. Excelência. Sobrevivência. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde o início do século XXI, não podemos mais considerar a qualidade como uma 
função isolada ou como apenas um diferencial no mercado. Os clientes tornaram-se mais 
exigentes e conscientes, fazendo com que a qualidade seja uma questão de sobrevivência para 
as organizações. 
Conte e Durski (2002, p. 53), dentre diversos conceitos apresentados sobre qualidade, 
mencionam que ela pode ser técnica e humana: 
 
 
 Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração da Universidade Luterana do Brasil e do 6º semestre do 
curso de Bacharelado em Letras – Redação e Revisão de Textos, da Universidade Federal de Pelotas. 

 Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração da Universidade Luterana do Brasil e formanda do 
curso Técnico em Agroindústria, do Instituto Federal Sul-rio-grandense, Campus Pelotas - Visconde da Graça. 
 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
2 
 
 
 
 2011 
 
 
a qualidade técnica está em satisfazer exigências e expectativas concretas, tais como 
tempo, finanças, taxa de defeitos, funcionabilidade, durabilidade, segurança e 
garantia. A qualidade humana diz respeito à satisfação de expectativas e desejos 
emocionais, tais como atitude, comprometimento, atenção, credibilidade, 
consistência e lealdade. Além disso, trabalha-se com cinco tipos de qualidade: a 
pessoal, a departamental, a de produtos, a de serviços e a da empresa. 
 
 Percebemos que a qualidade não é restrita ao produto, compreendendo a organização 
em sua totalidade. 
Torna-se necessário que as empresas assimilem tais definições para que possam buscar 
a excelência, pois “uma empresa excelente é aquela que consegue sobreviver. E para 
sobreviver ela tem que ser competitiva. E para ser competitiva ela tem que ter Qualidade.” 
(ABREU; LIMA, 1993) 
O tema qualidade, diante de um mercado globalizado, tem ocupado um papel decisivo 
dentro das organizações, pois somente por meio da qualidade as empresas chegarão a 
resultados verdadeiramente positivos. Muitos termos têm sido apresentados com o intuito de 
tornar as organizações melhores, como eficiência, eficácia, sucesso, competitividade e 
produtividade. Ao falarmos em qualidade, acreditamos que não seja possível deixar de falar 
acerca dos dois últimos termos – competitividade e produtividade – por se tratarem de fatores 
logicamente ligados à qualidade e imprescindíveis para a excelência das organizações. 
 
 
2 CONTEXTO HISTÓRICO: EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 
 
Podemos dividir a evolução da qualidade em seis períodos, segundo Paladini (1995). 
O primeiro período, denominado de Antiguidade, pode ser caracterizado pela alta qualidade e 
por descobertas fundamentais na área da matemática. No segundo período ou Idade Média, 
surgiram os primeiros operadores de controle da qualidade, por meio da diversificação das 
linhas de produção de pequenas empresas. De 1900 a 1930, no terceiro período, aparecem os 
supervisores de controle da qualidade e, também, os primeiros métodos de controle estatístico 
da qualidade. No quarto período, que compreende as décadas de 1930 e 1940, foram 
desenvolvidas as aplicações estatísticas nos processos produtivos, com base em gráficos de 
controle e na aceitação por amostragem. A década de 1950, ou quinto período, pode ser 
caracterizada pela disseminação dos sistemas já existentes, como o plano de amostragem. 
Neste mesmo período, os métodos e a essência conceitual do controle da qualidade foram 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
3 
 
 
 
 2011 
 
 
reconhecidos. No sexto período, que abrange os anos 1960, 1970 e 1980, houve a extensão do 
conceito básico da qualidade para novas ampliações, em virtude do surgimento do conceito de 
Controle da Qualidade Total (TQC) e da criação do modelo Zero Defeito. Ainda no sexto 
período, mas mais precisamente na década de 1980, o computador facilitou a utilização de 
técnicas estatísticas e as leis de produção ao consumidor foram criadas. 
 
 
2.1 A QUALIDADE NOS DIAS DE HOJE 
 
A evolução da qualidade conta com uma relevante mudança em seu processo: o foco 
passou a estar não somente no produto, mas também nos processos, serviços e necessidades 
dos clientes. As organizações, nos anos mais recentes, têm sofrido grandes mudanças sociais e 
políticas. De modo bastante rápido surgem variadas tecnologias, e estas se tornam disponíveis 
para as organizações. As empresas, com o intuito de padronizar os processos, eliminar os 
desperdícios, qualificar seus profissionais e satisfazer seus clientes, ligam-se a programas ou 
práticas voltadas à melhoria da qualidade. A implantação de tais programas, além de adequar 
as empresas às exigências de mercado, possibilita aos funcionários melhor qualidade de vida, 
por meio do aprendizado profissional. 
Para Conte e Durski (2002, p. 60) 
 
as transformações exigidas pela modernidade estão apontando para uma nova 
relação entre trabalho, gestão, aprendizagem e capacidade de as pessoas 
contribuírem individualmente para os resultados, a partir da adoção de uma visão 
mais abrangente e integrada sobre as transformações que ocorrem na produção e 
comercialização de bens e serviços para satisfação das necessidades de 
sobrevivência pessoal e da própria qualidade de vida na sociedade. 
 
Estas transformações sociais, políticas e econômicas constituem um cenário desafiante 
para a competitividade entre as empresas. 
 
 
3 COMPETITIVIDADE 
 
 A mudança de perfil dos clientes, que passam a ser cada vez mais informados, 
exigentes e conscientes de seus poderes, faz com que as empresas busquem a diferenciação. É 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
4 
 
 
 
 2011 
 
 
necessário criatividade, agilidade e, principalmente, confiabilidade para conquistar e manter 
os clientes. Nesse ambiente, competir é preciso. 
Segundo Degen (1989 apud COLTRO, 1996, p. 1) 
 
competitividade é a base do sucesso ou fracasso de um negócio onde há livre 
concorrência. Aqueles com boa competitividade prosperam e se destacam dos seus 
concorrentes, independente do seu potencial de lucro e crescimento. [...] 
Competitividade é a correta adequação das atividades do negócio no seu micro-
ambiente. 
 
Para que uma empresa seja competitiva, ela precisa, essencialmente, de qualidade. 
Essa ideia já está mundialmente consolidada na grande maioria das instituições. Nos dias de 
hoje, a obtenção da qualidade deixou de ser um diferencialpara se tornar um pré-requisito de 
competitividade. Produzir com qualidade é um fator básico para o mercado competitivo. As 
empresas precisam buscar constantemente a inovação de técnicas e a superação da 
necessidade dos clientes para obter os melhores resultados. 
Nesse sentido, para Coltro (1996) “uma empresa diferencia-se de seus competidores 
quando provê algo único que é valorizado pelos seus clientes, além de oferecer este algo a um 
preço aceitável.” 
 
 
4 PRODUTIVIDADE 
 
Diante de um cenário mundial moderno, em que os clientes têm pressa em adquirir 
bons produtos e serviços, e no qual cada dia mais empresas entram no mercado e tornam-se 
aptas à competição, as organizações buscam incessantemente diminuir o desperdício e 
produzir com qualidade, visando ao aumento de sua produtividade. A produtividade é um dos 
fatores que contribuem para a sobrevivência das organizações. 
 
Atualmente, sem produtividade ou sem a eficiência do processo produtivo, 
dificilmente uma empresa vai ser bem-sucedida ou até mesmo sobreviver no 
mercado. Dado o acirramento da concorrência, a gestão da produtividade está se 
tornando um dos quesitos essenciais na formulação das estratégias de 
competitividade das empresas. (MACEDO, 2002, p. 18) 
 
O conceito de produtividade pode ser visto sob duas formas: uma restrita e uma ampla. 
Sob a forma restrita, a produtividade é atingida por meio da otimização do uso dos recursos 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
5 
 
 
 
 2011 
 
 
empregados para maximizar os resultados obtidos. Ela significa, portanto, eficiência. Vista de 
uma forma ampla, a produtividade não se restringe a obter o máximo de eficiência, mas deve 
também atingir o máximo de eficácia
1
. (CONTE; DURSKI, 2002) 
Percebemos que o conceito de produtividade está ligado à eficiência e à eficácia. 
Dessa forma, vê-se facilmente que a produtividade tem relação direta com a qualidade. 
 
 
5 MÉTODOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 
 
Uma das principais alternativas para o sucesso no processo de gestão da qualidade são 
os chamados métodos e ferramentas. Sendo de fundamental importância a utilização dessas 
práticas da qualidade dentro das organizações. 
Segundo Seleme e Stadler (2008, p. 24) método é “a sequência lógica empregada para 
atingir o objetivo desejado, enquanto a ferramenta é o recurso utilizado no método.” O uso 
integrado do método e das ferramentas forma a soma sinérgica destes. Portanto, para as 
organizações seguirem um correto gerenciamento da qualidade é necessária a utilização 
conjunta de métodos e ferramentas, garantindo assim, maiores e melhores resultados. 
Neste trabalho, consideramos pertinente nomear alguns métodos e ferramentas, ainda 
que brevemente. 
 
 
5.1 MÉTODO PDCA/MASP 
 
Seleme e Stadler (2008, p. 25), apontam a existência do ciclo PDCA (Planejar, 
desenvolver, controlar e ajustar) de Deming, que foi adaptado no Brasil por Falconi para o 
MASP (Metodologia de Análise e Solução de Problemas). O ciclo realiza nas organizações 
uma transformação direcionada à melhoria contínua e ao controle da qualidade total. 
O PDCA, como método de melhoria contínua divide-se em: 
 
P - Plan: planejar – É utilizado para se definirem os objetivos a serem alcançados na 
manutenção ou na melhoria dos métodos e dos processos que servirão para se 
atingirem as metas propostas. 
D – DO: fazer, executar – É a realização da educação e dos treinamentos necessários 
à execução das atividades que servirão para se atingirem os objetivos e efetivamente 
 
1 Para Conte e Durski (2002, p. 53) a eficiência é obtida “fazendo certo as coisas” e a eficácia é atingida 
“fazendo as coisas certas”. 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
6 
 
 
 
 2011 
 
 
a execução das atividades que compõem os processos e a realização da manutenção 
e das medições da qualidade. 
C – ChecK: verificar – É a averiguação dos resultados das atividades executadas, 
comparando-se as medições realizadas com os objetivos estabelecidos. Procede-se, 
portanto, à análise em direção à melhoria. 
A – Action: agir – Em função da análise anterior, essa parte compreende a realização 
das correções dos desvios apresentados em relação aos objetivos e a eliminação de 
problemas de acordo com parâmetros já definidos ou, se necessário, com novos 
padrões estabelecidos. (SELEME; STADLER, 2008, p. 26-27) 
 
O PDCA/Masp pode ser aplicado em todos os setores da organização, tais como 
produção, finanças, recursos humanos e marketing, podendo ser identificados o planejamento, 
a organização, o controle e a direção. Entretanto, não só o ambiente interno é observado, uma 
vez que o ambiente externo (clientes, bancos, comunidade, etc.) é de grande relevância para o 
processo. A adequada aplicação do Masp soluciona problemas e sistematiza os resultados, 
poupando recursos e conferindo às instituições uma base de dados que poderá garantir o 
diferencial competitivo para o mercado (SELEME; STADLER, 2008). 
 
 
5.2 FERRAMENTAS 
 
Seleme e Stadler (2008) citam inicialmente três ferramentas: os cinco sensos (5 S’s) 
que significam: Seiri – senso de descarte ou liberação de áreas, Seiton – senso de 
organização, Seiso – senso de limpeza, Seiketsu – senso de higiene, arrumação, padrão e 
Shitsuke – senso de ordem ou disciplina; 5 W’s e 2 H’s; e os cinco “porquês” Why (por que), 
What (o quê), Where (onde), When (quando), Who (quem), How much (quanto custa). 
Após, os autores citam as sete ferramentas básicas do controle da qualidade de Davis, 
Aquilano e Chase (2001): a estratificação; as cartas de controle; as folhas de verificação; os 
gráficos de dispersão; os diagramas de causa e efeito; os diagramas de Pareto e os 
histogramas. Dentre estas, quatro se classificam como ferramentas de obtenção e coleta de 
dados, pois utilizam métodos estatísticos no gerenciamento da qualidade. São elas: a folha de 
verificação; a estratificação; os histogramas; os gráficos de controle. 
Os autores consideram também as ferramentas de geração de ideias, como: 
Brainstorming; diagrama de afinidades e benchmarking. Há ainda as ferramentas de análise 
das causas, como o Diagrama Espinha de Peixe ou Diagrama de Causa e Efeito, Diagrama de 
Pareto e o gráfico de dispersão. Além dessas, cabe citar as ferramentas para análise e tomada 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
7 
 
 
 
 2011 
 
 
de decisão, como a Matriz de decisão ou Matriz de GUT; avaliação dos processos; o Masp e o 
NGT (Técnica Nominal de Grupo).
2
 
Percebe-se que há um grande número de ferramentas disponível no mercado. Cabe à 
organização a escolha daquela que melhor se adapta às necessidades vigentes, atentando 
sempre para o uso integrado de métodos e ferramentas, o qual garantirá melhores resultados. 
 
 
6 PADRONIZAÇÃO E NORMALIZAÇÃO DA QUALIDADE 
 
Faz-se necessário, primeiramente, que os conceitos de norma, de padronização e de 
normalização sejam referidos. Exporemos tais conceitos com base nas ideias de Seleme e 
Stadler (2008): entende-se por norma aquilo que se estabelece como base ou medida para 
realizar ou avaliar algo. Ela compreende regras de procedimentos que os órgãos credenciados 
pelo mercado estabelecem; entende-se por padronização a unificação dos processos de 
fabricação ou de prestação de um serviço; entende-se por normalização a aplicação do padrão 
reconhecidamente aceito pelo mercado e pelas organizações. 
Os autores consideram que a norma impõe um padrão à organização. Entretanto, para 
a evolução da qualidade, esse padrão deve ser sujeito a mudanças, permitindo a incorporação 
de novas ferramentas, denovas técnicas e de novos processos. Portanto, a norma estabelece os 
padrões mínimos de aceitação e de ordenação. 
A padronização permite que as organizações imponham responsabilidades aos seus 
funcionários, em virtude do estabelecimento de exigências claras e bem definidas. Contudo, 
para manter a eficácia do padrão estabelecido, a organização deve dar conta de alguns 
requisitos básicos, destacados por Ambrozewicz (2003 apud SELEME; STADLER, 2008, p. 
133): ser mensurável; ser de fácil compreensão; ser de fácil utilização; ser democrático; ser 
baseado na prática; ser passível de revisão; possuir autoridade; possuir informação de 
vanguarda, ser voltado para o futuro e fazer parte de um sistema de padronização. 
Atualmente, tem-se como objetivo principal das organizações a busca pela 
normalização da qualidade, a qual exige que as empresas se certifiquem através de órgãos 
credenciados para garantir um padrão de qualidade de seus produtos e serviços. Uma vez que 
 
2 Para obter detalhes acerca das ferramentas nomeadas nesta seção, consulte Seleme e Stadler (2008). 
 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
8 
 
 
 
 2011 
 
 
esse padrão é reconhecido, as organizações podem atuar em mercados nacionais e 
internacionais com um número reduzido de restrições. 
Para Ambrozewicz (2003 apud SELEME; STADLER, 2008, p. 135) 
 
as organizações, de forma geral, são estruturadas por normas, sejam internas, que 
refletem as necessidades de padronização da organização para o desenvolvimento de 
suas atividades, sejam externas, geradas por organismos nacionais e internacionais e 
que devem ser seguidas para que os produtos tenham aceitação. 
 
Segundo o autor, existem níveis de normalização: nível individual; nível empresarial; 
nível de associação; nível nacional; nível regional; nível internacional. Dentre os níveis 
mencionados, esclareceremos os níveis nacional e internacional por julgá-los relevantes: 
entende-se por nível nacional aquele que abrange as normas que pretendem adequar interesses 
do governo, das indústrias, dos consumidores e da comunidade científica de um país; por sua 
vez, o nível internacional compreende as normas resultantes da união, da cooperação e de 
acordos entre nações com interesses comuns. A seguir, discorreremos acerca de organismos 
enquadrados em tais níveis. 
 
 
6.1 ABNT: NORMA DE NÍVEL NACIONAL
3
 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma instituição privada e sem 
fins lucrativos, responsável por elaborar as normas técnicas do Brasil. Atuando desde 1940, a 
instituição promove o desenvolvimento tecnológico nacional. As solicitações da sociedade 
são recebidas pela ABNT e dirigidas a um comitê técnico específico (relativo ao tema) que 
determina as prioridades e conduz à elaboração da norma. 
Com a aplicação das normas técnicas, milhões de pessoas se beneficiam, pois o dia a 
dia destas passa a ser mais tranquilo, confortável, seguro e justo. O consumidor, por exemplo, 
pode fazer a comparação na hora da escolha de um produto e verificar a garantia de produtos 
seguros. O cidadão passa a ter um país com empresas competitivas, a ter meios eficazes para 
aferir a qualidade dos produtos e serviços, e ainda, passa a ter a melhoria na qualidade de vida 
e na preservação do meio ambiente. O profissional também é beneficiado, podendo conseguir 
uma vaga no mercado de trabalho, pelo fato do aumento da competitividade entre as 
 
3 Esta seção é baseada no gibi “Normas Técnicas: Por um futuro melhor!”, produzido em Brasília, em 2007, pela 
ABNT, FINEP e SENAI. Disponível em: <www.abnt.org.br/imprensa/gibi/normas/index.html>. 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
9 
 
 
 
 2011 
 
 
empresas; as normas definem especificações que tornam a vida profissional mais segura e 
menos desgastante; melhora a qualificação profissional, pois utilizando uma norma se adquire 
know-how, isto é, tecnologia e conhecimento já testados e aprovados. O trabalho, com a 
aplicação das normas técnicas, torna-se mais eficaz, pois podemos reduzir os custos com 
perdas e refugos e os custos com desperdícios e retrabalhos, fazendo certo da primeira vez. A 
empresa também se beneficia com a melhoria e a garantia da qualidade dos seus produtos e 
serviços; com o aumento na eficácia dos seus processos, e ainda, com o aumento da 
produtividade e da confiabilidade dos seus produtos e serviços. Assim, se cria a base para o 
crescimento sustentável das empresas, como também, do país. 
Com os exemplos citados, evidencia-se a importância da aplicação de normas. 
Podemos considerar as normas técnicas como sendo a diferença entre uma empresa vencedora 
e uma de rumo incerto. Ou, com abrangência ainda maior, a diferença entre um país 
desenvolvido e um país que quer se desenvolver. 
 
 
6.2 ISO: NORMA DE NÍVEL INTERNACIONAL 
 
 A International Organization for Standardization (ISO) é uma organização 
Internacional de Normatização, fundada em 1947, com sede em Genebra, na Suíça. A missão 
dessa organização é padronizar mundialmente serviços, produtos e sistemas. 
Seleme e Stadler (2008, p. 142) consideram como objetivo geral das normas a garantia 
de que “produtos e serviços tenham embutidos em suas características os padrões desejáveis 
com relação à qualidade, ao meio ambiente, à segurança, à eficiência, à confiabilidade e à 
capacidade de substituição com custo adequado economicamente.” 
De acordo com as normas série ISO 9000 a implementação de um sistema de gestão 
da qualidade é uma decisão estratégica que deve ser adotada pela direção geral da 
organização. No entanto, é necessário que as seguintes perguntas sejam respondidas: Quais 
sãos os princípios de qualidade fundamentais para a organização? Por que devem ser 
seguidos? Os princípios dão uma direção às organizações naquilo que elas têm que cuidar de 
maneira especial? Os princípios permitem que a organização não disperse os seus recursos, 
gastando-os em algo que não traz resultados efetivos à organização? (SELEME; STADLER, 
2008, p. 145). 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
10 
 
 
 
 2011 
 
 
7 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE 
 
Toda organização que tem seus objetivos bem delimitados, bem como suas regras e 
princípios, consegue visualizar e trilhar com mais facilidade o caminho para o sucesso. Na 
gestão da qualidade, alguns princípios, destacados por diversos autores, devem ser observados 
pelas empresas. 
O primeiro – e fundamental – desses princípios, é o foco no cliente. O cliente é o 
motivo da existência da empresa, e todas as suas necessidades devem ser sanadas. Para isso, a 
empresa deve melhorar continuamente seus produtos e serviços. A melhoria contínua, com 
intuito de manter a qualidade de produtos/serviços é também um princípio da gestão da 
qualidade, que como percebemos, tem grande relação com o foco no cliente. 
Outro princípio que deve ser observado pelas empresas é a liderança. Os líderes de 
uma organização têm o dever de manter o ambiente favorável para a prática das atividades, 
motivando os colaboradores a atingirem os objetivos da empresa. Nesse contexto, passamos 
para outro princípio: o envolvimento das pessoas. A gestão da qualidade deve abranger o 
envolvimento de todos, pois toda organização é constituída de pessoas que em conjunto são a 
essência da organização. 
 A organização deverá observar ainda, a abordagem por processos, pois esta permitirá 
uma visão sistêmica do funcionamento como um todo da empresa, contribuindo para o 
alcance dos resultados; a abordagem sistêmica, que permitirá a identificação e o 
gerenciamento dos processosinter-relacionados; a abordagem factual para a tomada de 
decisão, tendo em vista que em uma organização as decisões eficazes são tomadas com base 
em fatos. 
Por último, mas de igual importância, temos o princípio de relacionamento de 
benefício mútuo entre empresa e fornecedores. A organização deve buscar parcerias com seus 
fornecedores, pois trabalhar em conjunto aumentará a possibilidade de agregar valor. 
 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Procuramos mostrar, por meio de conceitos, o quão imprescindível a qualidade tornou-
se às organizações. Logicamente, a qualidade e a produtividade não surgiram nas últimas 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
11 
 
 
 
 2011 
 
 
décadas. Essas práticas sempre estiveram presentes nas empresas, mas com uma intensidade 
significativamente menor. Não há como negar que a evolução do mundo moderno e, 
consequentemente, da tecnologia elevaram essas práticas a requisitos de sobrevivência, pois 
somente através delas as empresas tornaram-se competitivas. 
O constante desenvolvimento tecnológico permite que os consumidores transformem-
se, tornando-se mais exigentes e conhecedores de seus desejos. Da mesma forma, certos 
recursos que a tecnologia disponibiliza proporcionam o acesso facilitado a informações, o que 
faz com que as empresas conheçam rapidamente as novidades lançadas por seus concorrentes. 
A competitividade é, portanto, característica fundamental para a sobrevivência das 
organizações em um mercado moderno e em constante avanço tecnológico. 
Nesse sentido, as organizações precisam buscar continuamente uma melhor qualidade, 
capaz de garantir que os seus produtos ou serviços atendam ou, por vezes, superem as 
necessidades dos seus clientes. Contudo, para que a qualidade seja assegurada, acreditamos 
que um conjunto de procedimentos deve ser seguido, o qual engloba: o uso integrado de 
métodos e ferramentas; a busca pela padronização e normalização; o seguimento de princípios 
de gestão da qualidade. Tais procedimentos, abordados neste artigo, são claramente 
relevantes, entretanto, são apenas alguns dentre muitos que sustentam as organizações na 
busca pela excelência. 
 
 
QUALITY: A MATTER OF SURVIVAL TO ORGANIZATIONS 
 
ABSTRACT 
 
Starting from the design that quality nowadays is no longer an isolated function within 
organizations nor only a market differential, being seen as a matter of survival, this work 
aims at presenting concepts about quality, productivity and competitiveness, demonstrating 
the importance that companies absorb such concepts to become able to seek excellence, thus 
the survival assurance on the market. Additionally, this article contributes to other topics 
related to quality such as: its evolution; its methods and tools; the importance of its 
standardization and normalization; its management principles. In order to make reference to 
these issues, this study, developed by bibliographic query, counted with the theories of Conte 
and Durski (2002), Abreu and Lima, (1993), Paladini (1995), Coltro (1996), Macedo (2002), 
and Seleme and Stadler (2008) seen as relevant to any organization. 
 
Keywords: Competitiveness. Productivity. Quality. Excellence. Survival. 
BLÖDORN, M.; SOARES, M. 
 
12 
 
 
 
 2011 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABREU, Edirson; LIMA, Jerônimo. Visão Holística da Qualidade na Administração 
Empresarial. Revista AGAS. Porto Alegre, 1993. 
 
COLTRO, Alex. A gestão da qualidade total e suas influências na competitividade 
empresarial. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 1, n. 2, 1996. 
Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C02-art04.pdf>. Acesso em: 15 
jun. 2011. 
 
CONTE, Antônio Lázaro; DURSKI, Gislene Regina. Qualidade. Gestão Empresarial / Fae 
Business School. Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, Coleção 
Gestão Empresarial, v.2, p. 51-60, 2002. 
 
MACEDO, Mariano de Matos. Gestão da produtividade nas empresas: A aplicação do 
conceito de Produtividade Sistêmica permite determinar o valor adicionado ao processo 
produtivo. Revista Fae Business, n. 3, p. 18-22, set. 2002. Disponível em: 
<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n3_setembro_2002/ambiente_econ
omico3_gestao_da_produtividade_nas_empresas.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2011. 
 
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade no processo. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
SELEME, Robson; STADLER, Humberto. Controle da Qualidade: As Ferramentas 
Essenciais. Curitiba: IBPEX, 2008.

Continue navegando