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FARMACO 4 E 5 REVISADAS

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Farmaco 4 e 5 (22 e 23/08) 
 
DISTRIBUIÇÃO 
⇒ É a passagem do fármaco para corrente sanguínea através de proteínas 
plasmáticas (todos os fármacos têm afinidade com proteínas); 
⇒ 1° local de passagem: fígado 
– É nele que se inicia o processo de transformação química (metabolização) 
⇒ Na circulação ocorre a etapa mais importante do processo de distribuição: 
– Os fármacos são absorvidos e transportados na corrente sanguínea por 
proteínas plasmáticas 
 ALBUMINA 
 𝛂𝛂-1 GLICOPROTEÍNA ÁCIDA 
– Os fármacos se ligam às proteínas plasmáticas por ligações covalentes e 
iônicas produzindo efeito farmacológico ou colateral 
 Todos os fármacos têm afinidade pelas proteínas, alguns mais e 
outros menos, mas sempre sendo transportados em alguma 
medida 
• FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS duram mais tempo no 
organismo, têm mais afinidade com as proteínas e, portanto, 
tem alto volume de distribuição 
• FÁRMACOS HIDROSSOLÚVEIS duram menos tempo no 
organismo, não tem tanta afinidade com as proteínas e, 
portanto, tem um baixo volume de distribuição 
⇒ EX. Para fármacos cujo efeito diz-se durar 8h no organismo, ele tem que ser 
liberado aos poucos das proteínas plasmáticas para ativar o receptor, pois 
somente o fármaco livre que tem capacidade de se ligar ao receptor. Ao passo 
que o fármaco que tem efeito de 4h é liberado com uma rapidez maior, ou não 
tem tanta afinidade com as proteínas plasmáticas. 
⇒ EX. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DURANTE O PROCESSO DE 
DISTRIBUIÇÃO: HIPOGLICEMIANTE + ANTI-INFLAMATÓRIO 
– Hipoglicemiante é um medicamento que diminui a glicemia (taxa de 
glicose) sanguínea, portanto deve ser administrado antes das refeições, 
uma vez que a refeição aumenta a glicemia. A prescrição de 
hipoglicemiante é realizada na dieta, sem a alimentação. 
– Administrou-se o hipoglicemiante no tempo certo, mas o paciente está 
passando por um quadro de inflamação há cerca de 4 dias e está tomando 
antiinflamatório. 
– O antiinflamatório é um medicamento de caráter ácido, devendo vir depois 
das refeições. Então o paciente administrou o hipoglicemiante, depois a 
refeição e depois o anti-inflamatório. 
– Então o hipoglicemiante foi o que chegou primeiro à proteína plasmática. 
– Qual que é a posologia de hipoglicemiante? A cada 24h em média, 
dependendo da terapia e podendo variar dependendo do fármaco. De 
modo geral o hipoglicemiante faz efeito durante 24h. A sua liberação da 
proteína plasmática é, portanto, bastante lenta, ele fica muito preso à 
proteína. Portanto o hipoglicemiante é um fármaco de alta afinidade com 
as proteínas plasmáticas, o que justifica a sua duração de ação 
prolongada. 
– É, então, administrada uma medicação de caráter ácido (anti-inflamatório) 
– medicações de caráter ácido têm altíssima afinidade com as proteínas 
plasmáticas - ela vai deslocar o hipoglicemiante que estava ligado, e todo 
hipoglicemiante ficará livre. 
– Se o hipoglicemiante vai ficar livre de maneira repentina, ele livre não 
conseguirá se ligar ao receptor. Vai haver, portanto, um pico de efeito 
hipoglicemiante, ultrapassando muito o patamar terapêutico. 
– O hipoglicemiante é aquele que é administrado antes das refeições e vai 
chegar primeiro na corrente sanguínea, após isso, irá se administrar o 
anti-inflamatório. Devido ao seu caráter ácido, o anti-inflamatório tem 
muito mais afinidade com a proteína plasmática do que o hipoglicemiante, 
de modo que ele vai deslocar o hipoglicemiante que estava ligado a essa 
mesma proteína. Essa é uma interação exclusiva dos dois com relação a 
proteína. Como o anti-inflamatório tem mais afinidade, todo 
hipoglicemiante ficará livre, e para ele fazer efeito basta estar livre. Se 
grande quantidade de hipoglicemiante está livre, irá ativar muito receptor 
(transportador de glicose) e de maneira abrupta, gerando um pico de ação 
(pico de efeito hipoglicemiante), ou seja, uma crise hipoglicemica que irá 
ultrapassar o patamar terapêutico. Uma vez que o fármaco fez efeito, ele 
será excretado mais rapidamente. 
– Essa é uma interação bem significativa quando o paciente tem diabetes 
mellitus, trata-se com hipoglicemiante e está se passando por um 
processo de inflamação. Preconiza-se, portanto, um intervalo ideal de 2h 
entre os dois para administração como um tempo mínimo seguro para que 
não haja interação medicamentosa significativa. Então, administra-se o 
hipoglicemiante, toma-se o café da manhã, e após 2h, administra-se o 
anti-inflamatório. 
– Administrar anti-inflamatório com antibiótico acarreta nessa mesma 
interação? Não, pois o restante das classes de fármacos não tem tanta 
afinidade com a mesma proteína plasmática a ponto de competir com o 
anti-inflamatório. Alguns antibióticos têm alta afinidade pela albumina, 
deixando a 𝛂𝛂-1 glicoproteína ácida para o anti-inflamatório, para o caso de 
precisar interagir ambos os medicamentos. 
 
ALVOS FARMACOLÓGICOS 
⇒ Há 5 tipos de locais onde os fármacos podem se ligar e produzir efeito: 
– Enzima 
– Canal iônico 
– Proteína transportadora 
– Receptor nuclear 
– Receptor propriamente dito 
⇒ Antes de tratar desses locais de ligação, é importante ressaltar 2 conceitos: 
– AGONISTA é um fármaco que ativa o alvo farmacológico 
 EX. BEROTEC ativa receptor 𝛃𝛃2 (receptor endógeno/específico), 
gerando broncodilatação (broncodilatador direto) 
– ANTAGONISTA é um fármaco que bloqueia o alvo farmacológico, 
impedindo que o mediador endógeno atue 
 EX. ATROVENT, produz broncodilatação bloqueando receptor 
muscarínico, ou seja, na verdade ele bloqueia a bronquioconstrição 
(broncodilatador indireto) 
 O que acontece? O SNA controla nossas funções fisiológicas e é 
construído por 3 sistemas, simpático, parassimpático e entérico. O 
simpático é mediado pela adrenalina e seus receptores são 𝛂𝛂 e 𝛃𝛃. O 
parassimpático é mediado pela acetilcolina e o receptor é o 
muscarínico. Então quando a adrenalina aumenta a frequência 
cardíaca, a acetilcolina diminui. Quando a adrenalina faz 
vasoconstrição, a acetilcolina faz vasodilatação, sendo, portanto, 
sistemas antagônicos. Então se esse fármaco ao ativar 𝛃𝛃 faz 
broncodilatação, a acetilcolina ao ativar o receptor muscarínico faz 
broncoconstrição. Com a introdução de um fármaco que iniba o 
receptor muscarínico, há o bloqueio da bronquioconstrição, sendo o 
fármaco um broncodilatador indireto. 
1. ENZIMAS 
⇒ A primeira classe de fármacos que atuam em enzimas são os inibidores da ECA. 
Então esses fármacos são antagonistas da ECA, inibindo a enzima. 
– EX. Fármacos terminados em “pril” (anti-hipertensivos): ENALAPRIL, 
CAPTOPRIL, ISONOPRIL, AMIPRIL 
⇒ A angiotensina II é um mediador formado no rim que pode provocar 
vasoconstrição renal ou até sistêmica dependendo da concentração produzida. A 
vasoconstrição renal diminui o fluxo sanguíneo renal, aumentando a pressão 
arterial. Além disso, ela induz a síntese de aldosterona, que é um outro mediador 
renal, levando à retenção de água e sódio. Ao reter a água, aumenta-se a 
pressão arterial também. 
⇒ Angiotensinogênio → Renina → Angiotensina I → ECA → Angiotensina 2 (+ 
Aldosterona) → ↑PA 
⇒ O objetivo dos anti-hipertensivos é inibir a enzima, ou seja, o alvo farmacológico 
é a enzima. Ao inibir a enzima, inibe-se a síntese de angiotensina II, e sem ela 
não há síntese de aldosterona, não havendo vasoconstrição renal, nem retenção 
de sódio e água. Se não há vasoconstrição, há vasodilatação, o fluxo sanguíneo 
renal continua normalmente e, com isso, permite a saída de líquido, diminuindo a 
pressão arterial. 
⇒ EX. MECANISMOS DE AÇÃO DOS VASODILATADORES 
– O DINITRATO DE ISOSSORBIDA é utilizada por via sublingual (absorção 
mais rápida), indicada principalmente para crises hipertensivas comdores 
agudas. O dinitrato é um complexo da molécula de OXIDO NÍTRICO, que 
é um vasodilatador endógeno. A Isossorbida nada mais é do que uma 
grande quantidade de oxido nítrico “reunido”. O papel fisiológico e 
farmacológico da Isossobida está no processo de ativação da enzima 
GUANILATO CICLASE pelo óxido nítrico. Essa enzima, por sua vez, 
converte um mediador inativo chamado GUANOSINA TRIFOSFATO em 
GUANOSINA MONOFOSFATO, ou seja, durante a ativação, essa 
molécula perde 2 fosfatos, adquirindo uma estrutura cíclica e sendo 
chamada de GUANOSINA MONOFOSFATO CÍCLICA (GMPC). 
– O GMPC ativa canais de cálcio de células musculares lisas e esses canais 
de cálcio funcionam como “sugadores”, eles recolhem o cálcio livre que 
estava no citoplasma. A ativação desses canais promove um influxo de 
cálcio para dentro do retículo endoplasmático da célula. O cálcio vai ficar 
“preso”, não conseguindo se ligar a proteína calmodulina, cujo complexo 
levaria à ativação das fibras contráteis, actina e miosina e consequente 
contração ou constrição. 
– Se o cálcio está preso por uma ação do GMPC, não ocorre formação 
desse complexo (cálcio + calmodulina), não ativando as fibras contráteis e 
não ocorrendo constrição. Assim, o GMPC consegue gerar a 
vasodilatação, com consequente redução da pressão arterial. A 
vasodilatação também é boa para quem está sofrendo de infarto, porque 
ela permite maior chegada de sangue ao coração. 
– A PDE é uma enzima conhecida como FOSFODIESTERASE. Ela tem 
como função a quebra do GMPC. Há 2 enzimas PDE importantes que são 
PDE3 e PDE5. 
 EX. O GMPC está bastante presente nos corpos cavernosos do 
pênis. Se o homem tivesse sempre o GMPC íntegro, ele iria ter 
ereção constante. Por isso atua a fosfodiesterase, uma enzima 
superespecífica e de suma importância, para quebrar o GMPC. 
 O Viagra (SILDENAFIL) serve para causar ereção e tratar a 
disfunção erétil. Ele faz isso inibindo a enzima PDE, de maneira 
que o GMPC fica ativo e atuante, causando vasodilatação 
acompanhada de ereção. O SILDENAFIL, portanto, antagoniza 
a PDE, pois, ao inibir a fosfodiesterase ele mantém o GMPC do 
corpo cavernoso do pênis mais tempo ativo e isso causa ereção. 
 Há vários efeitos colaterais e perigos no uso do Viagra, pois o 
fato de causar vasodilatação no corpo cavernoso do pênis pode 
resultar em vasodilatação sistêmica, diminuindo a pressão 
arterial sistemicamente. 
 Barorreceptores (localizados na parede dos vasos) detectam 
↓PA → Gl. adrenal produz adrenalina → ↑FC → ↑DC → ↑PA. O 
aumento da FC rebote para tentar “arrumar” a PA sistêmica 
pode levar a parada cardíaca. A taquicardia reflexa também é 
pronunciada, podendo acarretar sérios problemas para o 
paciente. 
2. CANAIS IÔNICOS 
⇒ Uma das classes farmacológicas que atuam em canal iônico são os anestésicos 
locais. 
– O objetivo do anestésico local é inibir a dor, bloqueando a transmissão das 
informações (impulsos – neurotransmissão). 
– EX. LIDOCAÍNA, ARTICAÍNA (principal variação: duração da ação) 
⇒ Para bloquear a transmissão das informações é preciso bloquear a 
neurotransmissão. Para que haja neurotransmissão deve haver despolarização 
neuronal, então entra sódio e cálcio dentro do neurônio, o neurônio despolariza, 
liberando neurotransmissor. Entra potássio, repolariza e assim por diante. A 
entrada de sódio e cálcio está associada a liberação de neurotransmissor, se há 
bloqueio da transmissão de informações, há bloqueio da condução de 
neurotransmissores. Para fazer isso, o fármaco atua no canal iônico, nesse caso 
conhecido como canais de sódio. 
– Anestésicos locais são antagonistas ou bloqueadores de canais de 
sódio. 
– O canal de cálcio é dependente dos canais de sódio, portanto bloqueando-
se os de sódio, bloqueia-se os de cálcio, desse modo não entram íons. Se 
não entram íons durante a afinidade do fármaco para com o canal iônico, 
não se libera mais o neurotransmissor. 
– O canal iônico é, portanto, o alvo de ação desses fármacos, sendo os 
anestésicos locais um exemplo de classe que atua sobre eles. 
⇒ EX. O cálcio causa constrição, por isso há fármacos que bloqueiam a entrada de 
cálcio na célula, atuando no canal iônico. A LERCANIDIPINA e o VERAPAMIL 
são vasodilatadores que bloqueiam esses canais de cálcio. Se não entra cálcio, 
ele não vai se ligar à camodulina, culminando em vasodilatação. Esses tipos de 
fármacos não são usados como anti-hipertensivos com tanta frequência porque a 
vasodilatação pode vir acompanhada de ataque cardíaco e outros sintomas. Por 
isso opta-se preferencialmente pelo uso de diuréticos e inibidores da ECA (anti-
hipertensivos) 
3. PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS 
⇒ Todo transmissor é liberado mediante despolarização neuronal e irá seguir a sua 
via. A via pode ser qualquer uma, dentre elas, se for adrenalina ou noradrenalina 
por exemplo, podem ser receptores 𝛂𝛂 e 𝛃𝛃 localizados em órgãos específicos. 
Sabe-se que a rede neuronal está presente em todo o organismo e que o 
mediador é liberado para se ligar a esses receptores específicos. Mas além dele 
poder se ligar nos receptores específicos, existe um mecanismo fisiológico 
chamado receptação neuronal, no qual grande parte do neurotransmissor que é 
liberado volta para dentro do neurônio, e esse retorno é mediado por uma 
proteína transportadora. 
⇒ Um dos fármacos que atuam por essa via são os antidepressivos (Citalopram, 
Sibutramina, Sertralina). 
– A depressão é caracterizada por um quadro de tristeza acompanhada de 
vários sinais, que estão associados a uma redução na neurotransmissão 
de SEROTONINA. 
– A serotonina é conhecida como um hormônio do bem-estar. A partir do 
momento que há uma diminuição da sensação de bem-estar, significa que 
está havendo uma baixa de serotonina. Desse modo, o objetivo 
terapêutico dos antidepressivos é aumentar a serotonina. 
– A serotonina é liberada na fenda pós-sináptica após um processo de 
despolarização e vai ativar os setores serotoninérgicos, como por exemplo 
o 5HT1A. A ativação nesse receptor aumenta a ação da serotonina e 
tende a resgatar o paciente de uma situação depressiva. 
– Na depressão há uma baixa ação de serotonina, significa que se está 
liberando pouca serotonina, ou seja, baixa ativação de receptores 
serotoninérgicos. Mesmo nessa condição, o neurotransmissor que é 
liberado volta para o neurônio, ou seja, já é liberada pouca quantidade de 
serotonina para ativar o receptor, e essa pouca quantidade ainda é 
recaptada. 
 O fármaco atua bloqueando essa proteína que atua na 
recaptação, de maneira que tudo que foi liberado seja utilizado 
para ativar todos os receptores. Em resumo, o fármaco impede 
o processo de recaptação neuronal. 
 Ativando-se o receptor, se obtém a sensação de bem-estar. 
Associadas à essa sensação também estão a diminuição da 
ansiedade e da fome. Por isso, esses medicamentos também 
são utilizados como ansiolíticos e para regimes. 
⇒ Existem dois mecanismos de receptação: 
– Recaptação neuronal → Neurotransmissores (serotonina, dopamina, etc) 
– Recaptação extraneuronal (degradação) → Acetilcolina e (nor)adrenalina 
⇒ O processo de receptação extraneuronal diminui a quantidade de 
neurotransmissor. 
– Supondo que o neurotransmissor é a (NOR)ADRENALINA. A 
(nor)adrenalina é degradada por uma enzima de localização tecidual ou 
plasmática chamada CATECOL ORTOMETILTRANSFERASE (COMT), 
cujo papel é transformar a adrenalina em metabólitos inativos. 
 Pra que que ela funciona? É como se a concentração de 
(nor)adrenalina liberada fosse de 3 milhões de unidades, uma 
quantidade muito elevada, havendo um feedback negativo no 
qual o organismo ajuda a controlar a própria liberação de 
(nor)adrenalina, por meio da atuaçãoda COMT. 
– Para a ACETILCOLINA tem-se a ACETILCOLINESTERASE, que é um 
alvo farmacológico. A acetilcolinesterase transforma a acetilcolina em 
COLINA + ACETATO. 
 No Alzheimer tem-se redução de acetilcolina, então um dos 
alvos farmacológicos para tratamento de Alzheimer é a 
acetilcolinesterase. 
 Fármacos terminados com “stigmina”, como a Neostigmina, são 
fármacos que inibem a acetilcolinesterase, impedindo que a 
acetilcolina seja degradada. Aumenta-se, dessa maneira, a 
concentração de acetilcolina que estava diminuindo com o 
Alzheimer. Portanto, uma das terapias iniciais para Alzheimer a 
fim de se diminuírem os sintomas e sinais principais da doença 
são inibidores ou antagonistas da enzima acetilcolinesterase. 
⇒ Quando um neurotransmissor é recaptado, ele entra dentro do neurônio e é 
vesiculado para quando chegar um novo potencial de ação e ele ser liberado 
mediante expulsão da vesícula. A enzima MONOAMINA OXIDASE (MAO) atua 
justamente antes da vesiculação, degradando o neurotransmissor. 
– Existem 2 tipos de MAO: 
 MAO B → Dopamina 
 MAO A → (Nor)adrenalina 
– No Parkinson tem-se a redução de DOPAMINA. 
 Alguns anti-parkinsonianos (Seleginina e Rasagilina, por 
exemplo) inibem a MAO B. 
 Como funciona? A dopamina será recaptada para ser 
vesiculada, mas antes dela ser vesiculada, ela é degradada pela 
MAO B. Agora, com um inibidor, isso não mais ocorre. Na hora 
que a dopamina é recaptada, ela é vesiculada íntegra, e isso 
significa que quando chegar o potencial de ação, ela será 
liberada da mesma forma que retornou. 
 Esse não é o único mecanismo farmacológico utilizado no 
tratamento do Parkinson, podem ser utilizados medicamentos 
para se diminuir o tremor, e também fármacos utilizados para se 
aumentar a dopamina, porém com diferentes mecanismos. 
⇒ A insulina também é um fármaco que faz seu papel ligando-se a proteínas 
transportadoras, no caso é a GLUT-4 (transportador de glicose). 
 
3.1 RECEPTOR AUTOINIBITÓRIO 
⇒ Na clínica só há dois tipos mais conhecidos: 
– 𝛂𝛂-2 
– 5-HT2 
⇒ O que o receptor autoinibitório faz? A adrenalina, assim que é liberada, segue 
vários caminhos. O primeiro é a recaptação neuronal, o segundo é a recaptação 
extraneuronal, o terceiro é degradação pela MAO e o quarto está relacionado ao 
receptor autoinibitório. 
– No momento em que a adrenalina ativa o receptor 𝛂𝛂-2 (autoinibitório), 
bloqueiam-se os canais iônicos, de modo a inibir a liberação de 
adrenalina. Em resumo, o mediador ativa o receptor 𝛂𝛂-2, e no momento da 
ativação bloqueiam-se os canais iônicos de cálcio, impedindo a liberação 
do neurotransmissor adrenalina e noradrenalina. 
⇒ Da mesma forma que ocorre com a adrenalina, a serotonina é liberada ativando 
os receptores e no momento em que ela ativa o 5-HT2, bloqueia a sua própria 
liberação. 
– Qual a vantagem disso? Na depressão, é necessária “coragem”, que 
nada mais é do que excesso de serotonina e de dopamina. O que ocorre, 
é que o neurotransmissor controla sua própria liberação ao ativar 5-HT2, 
só que na depressão é ruim que ele continue ativado, por isso há 
fármacos com função de inibi-los. Já que ele é autoinibitório e está 
diminuindo a liberação de serotonina, e na depressão é preciso resgatar o 
paciente da tristeza até um ponto de não levá-lo a psicose/mania, há 
fármacos que inibem esse receptor 5-HT2. 
 
4. RECEPTORES NUCLEARES 
⇒ Receptores nucleares são receptores ligados ao núcleo, nesse caso, para os 
fármacos atuarem com esse tipo de alvo farmacológico, precisam atravessar a 
membrana celular. 
⇒ Duas classes principais que atuam sobre receptores nucleares: 
– Corticóides/Anti-inflamatórios esteroidais 
– Antineoplásicos 
⇒ No caso dos antineoplásicos, entende-se que as células estão em constante 
replicação, então eles precisam bloquear o processo de replicação celular, 
atuando sobre a divisão e multiplicação da molécula de DNA. Para que isso 
ocorra, a célula deve parar de se replicar, então grande parte dos fármacos 
antineoplásicos atua interferindo no processo de replicação celular. Os mais 
conhecidos têm estrutura próxima a das bases nitrogenadas, de modo que 
durante o processo de replicação celular, quando enzimas como a DNAgirase 
pegarem uma base nitrogenada para formar a fita dupla ou a cópia dela, o 
fármaco de estrutura semelhante é adquirido pela enzima, passando a fazer 
parte da estrutura daquele DNA, e assim a célula perde a capacidade de replicar. 
⇒ Os corticoides têm 3 ações, são: 
– Anti-inflamatórios 
– Imunossupressores (tratam doenças autoimunes) 
– Antialérgicos 
⇒ Em contrapartida aos corticoides, os anti-inflamatórios não esteroidais só tem 
ação anti-inflamatória e analgésica. 
⇒ Exemplo corticoides incluem a dexametasona, betametasona, hidrocortisona, 
butesonide, e outras “onas”. 
⇒ Devido ao fato dos corticoides terem múltiplas ações, o mecanismo de ação 
deles é diferente quando comparados aos anti-inflamatórios não-esteroides. 
– Em relação a ação anti-inflamatória tem-se que: 
 Os corticoides atravessam a membrana celular dos leucócitos e 
ativam o receptor ligado a núcleo, desencadeando a síntese da 
proteína LIPOCORTINA-1. É como se o fármaco fosse 
metabolizado nesse complexo por essa molécula. É essa 
proteína que vai ter ação corticoide anti-inflamatória. 
 A prostaglandina é a principal molécula responsável pelos sinais 
da inflamação (dor, calor, rubor, edema). Ela é sintetizada 
porque houve a ativação de uma enzima CICLO-OXIGENASE 
(COX). Além da ativação dessa enzima, o ÁCIDO 
ARAQUIDÔNICO (molécula de ácidos graxos também presente 
na membrana das células brancas e teciduais) tem que ser 
desprendido da ligação dessa membrana. Uma vez que se teve 
um processo inflamatório, há o estímulo da liberação de 
citocinas a partir das células de defesa e são elas que vão estar 
responsáveis pela ativação da enzima COX. Além disso, elas 
ativam também a FOSFOLIPASE A-2, cujo papel é quebrar a 
ligação do ácido araquidônico com a membrana celular. Com o 
ácido sendo liberado no plasma, rapidamente será convertido 
em prostaglandina pela COX (enzima de membrana). A 
prostaglandina, portanto, é liberada no leito vascular, gerando 
processo de vasodilatação e assim sucessivamente. 
 Uma outra enzima que participa do processo inflamatório é a 
LIPOXIGENASE, que vai sintetizar LEUCOTRIENO, cujo papel 
é fazer quimiotaxia. A quimiotaxia é importante para o processo 
inflamatório porque é ela que participa da regeneração e 
reparação tecidual, no processo de migração celular. 
• EX. Ocorreu uma lesão/trauma. A partir dele há ativação 
das enzimas fosfolipase a-2 e COX, liberação do acido 
araquidônico em relação a membrana (acido 
araquidônico livre) que é convertido pela COX em 
prostaglandina, desencadeando o processo inflamatório. 
Para um fármaco poder ter ação anti-inflamatória, ele 
precisa bloquear a síntese de prostaglandina, então os 
AINES (anti-inflamatórios não esteroides) atuam na COX 
(alvo farmacológico), inibindo-a e inibindo também os 
sintomas provenientes da prostaglandina (dor, calor, 
rubor, edema). Ao mesmo tempo a quimiotaxia continua 
acontecendo para que haja reparação tecidual. 
 Os corticoides são diferentes, eles induzem a proteína 
(LIPOCORTINA – 1) que tem a capacidade de inativar a 
FOSFOLIAPASE A2, fazendo com que o ácido araquidônico 
continue “preso” (ligado à membrana), impedindo o 
desencadeamento do processo inflamatório. 
• A diferença está no fato de que não ocorre o processo de 
quimiotaxia com o uso de corticoides, caracterizando seu 
caráter imunossupressor. 
 O Leucotrieno induz a síntese de histamina. 
• A histamina tem dois papéis importantes inicialmenteao 
se ligar em H1: 
o Gerar broncoconstrição 
o Gerar sinais de alergia (rubor, pruridao, etc) 
• A partir do momento que se inibe a síntese de 
leucotrieno, se inibe também a síntese de histamina. É 
por isso que esses fármacos são utilizados como 
antiasmáticos na forma de “bombinha” (Budesonida) e 
também com função anti-alérgica. 
– A principal utilização dos corticoides é imunossupressora, devido ao fato 
de que há antialérgicos e anti-inflamatórios propriamente ditos que podem 
ter melhor ação. 
– A principal desvantagem dos corticoides está no fato de que, ao inibir a 
síntese de leucotrieno, ele diminui a quimiotaxia, diminuindo a “defesa do 
organismo”, tendo um lado bom quando se trata de doenças autoimunes, 
e tendo um lado ruim, pois o paciente ficará mais suscetível a infeções e 
doenças oportunas. 
⇒ Os AINES (diclofenaco, ibuprofeno, indometacina, cetoprofeno) inibem a COX. A 
COX plaquetária sintetiza tromboxano A2, que faz agregação plaquetária. No 
momento em que o paciente administra um anti-inflamatório, seja ele qual for 
(AINES), inibe-se a COX plaquetária. Então, os pacientes que fazem uso de anti-
inflamatório têm maiores chances de terem desagregação plaquetária. 
– Há situações clínicas em que se preconiza o uso de anti-inflamatório pré-
operatório: para diminuir o risco de inflamação e de dor pós-procedimento. 
Os anti-inflamatórios indicados como medida profilática antes dos 
procedimentos são os AIES (corticoides), pois estes não interferem na 
taxa de coagulação. Os anti-inflamatórios pós-procedimento são, portanto, 
os AINES. 
5. RECEPTORES 
⇒ Nesse caso os fármacos atuam em receptores de membrana, portanto, não 
atravessam a membrana celular 
⇒ Os fármacos que atuam em receptores têm um domínio extracelular, que serve 
de ligação para o fármaco, e um intracelular que vai desencadear todo o 
processo de transdução desse fármaco 
– EX. ANTI-HISTAMÍNICOS. Há 2 tipos de anti-histamínicos: 
 H1 (antialérgicos) 
 H2 (protetores da mucosa gástrica) 
 Esses fármacos são antagonistas da histamina → histamina ativa 
tanto H1 quanto H2, desencadeando papéis diferentes; 
 Em H2, ela atua nas células parietais do estômago, ativando a 
bomba de prótons e induzindo a síntese de HCl; 
 Em relação a H1, a histamina ativa seus receptores que participam 
da transmissão central e ela também está envolvida no controle do 
sono. A histamina é liberada por circulações basais e interfere ou 
participa do controle do sono no SNC. Em concentrações 
patológicas/alérgicas, a histamina é liberada em grandes 
quantidades pelos mastócitos na corrente sanguínea, ativando 
receptores H1 periféricos (na membrana das células das paredes 
dos vasos), induzindo alergia. 
 Os anti-histamínicos bloqueiam tanto H1 quanto H2, mas há anti-
histamínicos específicos para atuar sobre cada um; 
 Os anti-histamínicos de H2 (Cimetidina – o problema dela é ser um 
inibidor enzimático, aumentando a ação de qualquer fármaco 
associado a ela- e Ranitidina) bloqueiam os receptores de 
membrana nas células parietais do estômago, chamados 
receptores H2. Ao bloqueá-los, bloqueia a ativação da bomba de 
prótons, impedindo a síntese de HCl 
• Nós temos dois protetores da mucosa gástrica, os 
antagonistas H2 (bloqueadores indiretos) e os bloqueadores 
da bomba de prótons (bloqueadores diretos). A diferença dos 
anti-histamínicos de H2 para o Omeprazol é que o 
Omeprazol bloqueia diretamente a bomba de prótons. 
o Comparativamente, os “prazóis” são melhores que os 
bloqueadores de H2. 
 Dentre os anti-histamínicos de H1, a fexofenadina (Alegra) é a mais 
recente e tem resolvido a problemática do sono. Há outros famosos 
como a Loratadina. 
 A histamina é um neurotransmissor que, juntamente com a 
dopamina, glutamato, participam do controle do sono. Ela ativa 
receptores H1, que são receptores do SNC envolvidos no controle 
do sono e do ritmo circadiano de cada indivíduo. Em situações 
patológicas a histamina ativa receptores H1 na periferia, uma vez 
que é liberada em grandes quantidades, causando sinais da 
alergia. Então para um medicamente ter ação antialérgica, ele 
precisa bloquear a ação da histamina. 
• A questão é, onde ele vai bloquear? No receptor da 
periferia ou no receptor do SNC? A desclorfenilamina e a 
loratadina são fármacos que tem afinidade pelos 2 
receptores. A fexofenadina (Alegra) tem maior afinidade por 
receptores da periferia, por isso causa menos sono que os 
primeiros. O Alegra D tem afinidade sobre os dois, ou seja, 
causa sono do mesmo jeito. Contudo, medicamentos que 
atuam nos 2 receptores potencializam a ação anti-alérgica. O 
receptor do SNC está mais associado com os sinais de 
alergia, por isso, medicamentos que atuam nos dois tem 
sono como efeito colateral ou como efeito secundário (as 
vezes o sono é um efeito desejado) 
5.1 RECEPTORES 𝛂𝛂 E 𝛃𝛃 
⇒ Localizações principais + consequências da ação da (nor)adrenalina: 
– (Nor)adrenalina em 𝛃𝛃-1 → Coração → ↑FC + ↑Força de contração 
– (Nor)adrenalina em 𝛃𝛃-2 → Brônquios → Broncodilatação 
– (Nor)adrenalina em 𝛂𝛂-1 → Vasos → Vasoconstrição 
– (Nor)adrenalina em 𝛂𝛂-2 → Auto-inibitório (inibição neuronal) 
⇒ Esses receptores são ativados por (nor)adrenalina e, juntos de todos eles, existe 
o receptor muscarínico que é ativado pela acetilcolina 
⇒ 𝛃𝛃-bloqueadores são antagonistas de 𝛃𝛃, bloqueando receptores 𝛃𝛃 1 e 2 
– No momento em que o fármaco bloqueia o receptor 𝛃𝛃, ele bloqueia a ação 
da adrenalina 
– EX. Ao bloquear 𝛃𝛃-1, diminui-se a frequência cardíaca, diminuindo a força 
de contração, diminuindo a pressão arterial, sendo conhecidos, portanto, 
como anti-hipertensivos (atenolol e propranolol). 
 A problemática é que os 𝛃𝛃-bloqueadores também irão bloquear os 
receptores 𝛃𝛃-2, tendo maior risco de causar broncoconstrição, 
sendo contraindicados para pacientes como insuficiência 
respiratória e problemas respiratórios em geral. 
 O atenolol é mais seletivo pra β1 – tem menor risco de causar 
broncoconstricao. O Propanolol é um bloqueador não seletivo, 
bloqueando também β2. O atenolol é mais seguro. 
⇒ EX. Como exemplo de agonistas da 𝛂𝛂-1 tem-se os descongestionantes nasais 
que causam vasoconstrição, permitindo maior passagem do ar, provocando 
descongestão. Sorine, nafasonina, fenilefrina. 
– Há risco de causar hipertensão medicamentosa e dependência química. 
Em caso de dependência, indica-se a eliminação gradual do fármaco, de 
maneira a não causar abstinência. 
⇒ Fármacos utilizados para tratar olhos vermelhos e cansados são vasoconstritores 
– Os olhos ficam vermelhos devido a vasodilatação dos vasos e, quando 
utilizados os fármacos para vasoconstrição, há um aumento da pressão 
intraocular podendo causar glaucoma 
 
 
	Farmaco 4 e 5 (22 e 23/08)
	 Existem dois mecanismos de receptação:
	3.1 RECEPTOR AUTOINIBITÓRIO
	4. RECEPTORES NUCLEARES
	5. RECEPTORES

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