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ESTUDO DE CASO Nutrição clínica Aluna: Thaylana Leite Supervisora: Gabriela Madureira INTRODUÇÃO O estágio obrigatório do curso de nutrição, com ênfase em Nutrição Clínica, possui uma carga horária de 180 horas e foi realizado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), com início no dia 22 de fevereiro de 2016 e término em 29 de março de 2016. INTRODUÇÃO Litíase biliar IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Paciente M. G. S., 65 anos, do sexo feminino, de cor parda, divorciada, brasileira, aposentada, com naturalidade e residência em Vitória da Conquista - BA, zona urbana. HISTÓRIA CLÍNICA QUEIXA PRINCIPAL: A paciente foi admitida no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), com dores intensas no Hipocôndrio Direito (HCD) e no tórax posterior, com vômitos de coloração amarelada. HISTÓRIA CLÍNICA HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Paciente foi admitida na emergência com diagnóstico de pancreatite biliar e litíase biliar, com urina de coloração esverdeada poucos dias antes da internação. HISTÓRIA CLÍNICA HISTÓRIA PREGRESSA DA PATOLOGIA: Paciente previamente hígido. HISTÓRIA FAMILIAR: Na família somente a irmã apresenta Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). HISTÓRIA CLÍNICA HISTÓRIA SOCIAL: - Paciente com naturalidade e residência própria em Vitória da Conquista, relata ter água tratada, rede de esgoto e geladeira e sua casa possui 4 cômodos. Mora sozinha e mantém suas despesas com o dinheiro da aposentadoria. - Nega etilismo, tabagismo e uso de outras drogas, dorme cerca de quatro horas por noite, mas relata dormir bem. FISIOPATOLOGIA LITÍASE BILIAR: - Bile normal: água, eletrólitos, solutos orgânicos (sais biliares, pigmentos biliares, colesterol e fosfolipídios). Produção diária: 500 - 1000ml. SAIS BILIARES: Sintetizados nos hepatócitos a partir do colesterol e secretados nos canalículos biliares. Ajudam na absorção de gorduras no intestino PIGMENTOSS BILIARES: Bilirrubina indireta é captada e conjugada em bilirrubina direta e excretada na bile. BI – lipossolúvel. BD – hidrossolúvel FISIOPATOLOGIA COLESTEROL: Proveniente dos alimentos ou síntese hepática; O maior local de eliminação de colesterol do organismo é pela excreção na bile, como sal biliar ou colesterol livre. FOSFOLIPÍDEOS: Mais de 90% são Lecitina. Sintetizados no fígado e excretados na bile associados aos sais biliares. FISIOPATOLOGIA COLESTEROL: 70-90% dos cálculos biliares nos EUA, Europa e América Latina; Variam em cor, forma e número; Puro ou misto (maioria). PIGMENTARES: 10-30%; Bilirrubinato de cálcio – componente principal; Podem ser: Negros/pretos: hemólise; aumento de bilirrubina – cirrose, anemia hemolítica; Castanhos/marrons: estase e infecção da bile; moldam os ductos biliares. DIAGNÓSTICO CLÍNICO Pancreatite biliar e litíase biliar. MEDICAÇÕES EM USO MEDICAMENENTO POSOLOGIA VIA DE ADMINISTRAÇÃO OBJETIVO DO MEDICAMENTO INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE EFEITOS COLATERAIS Omeprazol 40 mg em jejum Endovenosa Reduzir a secreção gástrica Reduz a absorção da vitamina B12 Diarreia e dores abdominais Dipirona 1 g Endovenosa 6/6 horas Analgésico Aumenta a perda de vitamina D e folato Gastrointestinais Clexane 40 mg Via oral 1 vez ao dia Anticoagulante Evitar vitamina k Dor de cabeça, tontura, vômitos, febre, queda de cabelo Plasil 01 ampola Endovenosa 8/8 horas Melhorar náuseas e vômitos - Boca seca, náusea, diarreia, obstipação, fadiga e insônia AVALIAÇÃO NUTRICIONAL MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: - Bem nutrido. EXAME FÍSICO: Pele: (X) Normal ( ) Alterado Cabelo: (X) Normal ( ) Alterado Face: (X) Normal ( ) Alterado Mucosas: (X) Normal ( ) Alterado Gengivas: (X) Normal ( ) Alterado Prótese dentaria: (X ) Sim ( ) Não Unhas: (X) Normal ( ) Alterado Membros superiores: (X) Normal ( ) Alterado Membros inferiores: (X) Normal ( ) Alterado Abdômen: ( ) Normal (X ) Alterado (Às custa de panículo adiposo) Presença de edema? (x) Não ( ) Sim AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA PESO AFERIDO 69,2 kg PESO RELATADO 72 kg ALTURA DO JOELHO 47 cm CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO 30 cm CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA 28 cm Peso estimado= (AJ x 1,09) + (CB x 2,68) – 65,51 Peso estimado= (47 x 1,09) + (30 x 2,68) – 65,51 Peso estimado= 51,23 + 80,4 – 65, 51=66,12 Kg (CHUMLEA, et al., 1988) Altura estimada= 84,88 + (1,83 x AJ) – (0,24 x idade) Altura estimada= 84,88 + (1,83 x 47) – (0,24 x 65) Altura estimada= 84,88 + 86,01 – 15,6=1,55 m (CHUMLEA; ROCHE; STEINBAULGL, 1985) IMC= Peso / (Altura)² IMC= 69,2 / (1,55)²=28,8 Kg/m² - Sobrepeso (LIPSCHITZ, 1997) Adequação da CB= CB obtida (cm) / CB percentil 50 x 100 Adequação da CB= 30 / 29,9 x 100=100,33 % - Eutrofia EXAMES LABORATORIAIS HEMOGRAMA: EXAME DATA 23/02 DATA 02/03 FAIXA DE NORMALIDADE Hemácias 4,5 4,3 4,0-5,2 Hemoglobina 11,4 11,2 12-16 Hematócrito 35,3 33,8 35-46 VCM 78,4 77,9 80-100 HCM 25,3 25,8 26-34 CHCM 32,3 33,1 31-36 RDW 11,9 12,0 12,5-14,5 EXAMES LABORATORIAIS LEUCOGRAMA: EXAME DATA 22/08 DATA 29/08 FAIXA DE NORMALIDADE Leucócitos 3945 7870 4000/10000 Basófilos 1,5 0 0-1 Eosinófilos 4,9 1,0 1,3-5 Segmentados 49,5 51 43-80 Linfócitos Típicos 34,7 15 22,5-29 Monócitos 24 12 7,5-9 Contagem de plaquetas 220000 249000 150000/450000 EXAMES LABORATORIAIS OUTROS: EXAME DATA 22/08 DATA 29/08 FAIXA DE NORMALIDADE Creatinina 1,1 0,8 0,0-1,1 Uréia 24 22 17-43 Bilirrubina 4 4 COMPARAÇÃO DA MAN COM A AVALIAÇÃO OBJETIVA MAN: Bem nutrido. IMC: Sobrepeso. CB: Eutrófica. Exames: Possível anemia e/ou infecção. ANAMNESE ALIMENTAR ALIMENTOS QUANTIDADE MEDIDA CASEIRA FREQUÊNCIA Desjejum 06:00 horas Café 100 1 xícara Diariamente Leite 50 ½ copo Diariamente Bolacha sal 25 5 unidades Diariamente Banana 30 1 unidade Diariamente Colação 9:00 horas Maça 40 1 unidade Diariamente Almoço 12:00 horas Arroz 80 g 3 col. arroz cheia Diariamente Feijão 90 g 1 concha cheia Diariamente Carne 100 g 3 pedaços pequenos Diariamente Alface 60 2 folhas Diariamente Lanche 16:00 horas Laranja 90 1 unidade Diariamente Jantar 20:00 horas Café 100 1 xícara Diariamente Leite 50 ½ copo Diariamente Bolacha sal 25 5 unidades Diariamente AVALIAÇÃO NUTRICIONAL RECORDATÓRIO 24 HORAS: - O recordatório 24 horas consiste nos mesmos alimentos da ingestão alimentar habitual, mas sofreu alterações desde que o paciente foi internado no Hospital, pois segue alimentação fornecida pela UAN do local. QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR: - O questionário de frequência alimentar não foi aplicado, mas os alimentos ingerido e o número de vezes de cada alimento já foi citado na ingestão alimentar habitual do paciente. DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL EUTRÓFICA COM RISCO NUTRICIONAL. OBJETIVOS DIETOTERÁPICOS MANTER O ESTADO NUTRICIONAL; EVITAR UMA DESNUTRIÇÃO. EVOLUÇÕES 03/03/2016: Paciente foi submetida no dia 02/03 a endoscopia digestiva alta para passagem de sonda nasogástrica. Segue com dieta enteral, com suplementação hipercalórica, para pacientes com dificuldades na absorção. 04/03/2016: Paciente sem queixas, segue com dieta via sonda nasoentérica com suplementação e com liberação de dieta via oral pastosa hipolipídica. 07/03/2016: Paciente com boa aceitação da dieta via oral, sem queixas de dores, náuseas ou vômitos. No dia 05/03/2016 foi retirada a sonda. Ritmo urinário normal, três vezes ao dia. Paciente com constipação há onze dias, sendo que durante esses doze dias, quatro dias a paciente permaneceu em dieta zero. 08/03/2016: Paciente segue constipada, com relato de dores por não conseguir evacuar, dessa forma foi induzida a uma dieta laxante. Ingestão hídrica aumentada para cinco copos ao dia, ritmo urinário normal, de quatro à cinco vezes ao dia. Devido as dores a paciente não se alimentou mais, sendo sua última refeição a do almoço.Dieta branda, hipolipídica, laxante. EVOLUÇÕES 09/03/2016: Paciente conseguiu evacuar, porém com dificuldade. Ingestão hídrica entre cinco à seis copos ao dia, ritmo urinário normal, quatro à seis copos ao dia, ritmo urinário normal, quatro à cinco vezes ao dia. Segue se alimentando sem queixas. Dieta branda, hipolipídica, laxante. 10/03/2016: Paciente segue dieta zero para realização de procedimento cirúrgico. Segue sem queixas. 11/03/2016: Paciente no leito após realização de procedimento cirúrgico, colecistectomia, com retirada da vesícula biliar e pedras na vesícula. Segue sem queixas com ritmo intestinal e urinário normal, com boa aceitação da dieta, sem queixas. Dieta líquida. 14/03/2016: Paciente recebeu alta durante o fim de semana. CONDUTA DIETOTERÁPICA CÁLCULO DA DIETA/MACRO E MICRONUTRIENTES: CONDUTA DIETOTERÁPICA VALOR ENERGÉTICO TOTAL GASTO ENERGÉTICO BASAL: Harris Benedict GEB = 655,1 + (9,6 x peso) + (1,9 x altura cm) – (4,7 x idade) GEB = 655,1 + (9,6 x 69,2) + (1,9 x 155) – (4,7 x 65) GEB = 655,1 + 664,32 + 294,5 – 305,5=1308,42 Kcal/dia GASTO ENERGÉTICO TOTAL= GEB x Fator Atividade (1,3 deambulando) GET= 1308,42 x 1,3=1700,946 Kcal/dia VALOR ENERGÉTICO TOTAL (VET)= Peso x Kcal (25 Kcal/Kg por causa do trauma da paciente – Fórmula de Bolso) VET= 69,2 x 30=2076 Kcal/dia CONDUTA DIETOTERÁPICA ÁGUA: CONDIMENTOS: Naturais. CONSISTÊNCIA: Branda. FRACIONAMENTO: 3 em 3 horas. VOLUME: Normal, de acordo com o serviço de nutrição hospitalar. TEMPERATURA: Ambiente. INGESTÃO HÍDRICA= 30 ml x peso INGESTÃO HÍDRICA= 30 ml x 69,2=2076 l/dia (Apostila Hospital das clínicas de Goiás – HC / UFG, 2010) CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS QUALIDADE DA PROTEÍNA DIETÉTICA: NDPCAL% X= Proteína animal x 100 / proteína total VALOR NORMAL: > OU = 30 – 35% X= 25 x 100 / 79,8 X= 2500 / 79,8=31 % - Dieta equilibrada NDPcal%= (NPU X 4) X 100 / VET NPU= 16,8 + 7,14 + 25,7 + 6,975= 56,615 g NDPacl%= (56,615 x 4) x 100 / 1951,4 NDPacl%= 226,46 x 100 / 1951,4 NDPacl%= 22646 / 1951,4=11,6% - Desperdício de proteínas para fins energéticos CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS RELAÇÃO KCAL/GN2: KCAL/gN2= CALORIAS NÃO PROTEICAS DA DIETA / gN2DA DIETA Cálculo das calorias não proteicas: Cal não proteica= Cal CHO + Cal LIP Cal não proteica= 1280,9 + 351,3= 1632,2 Cal Cálculo das gramas de Nitrogênio ofertada: 1 g N2----- 6,25 g PTN X ----- 79,8 g PTN X= 12,76 g N2 Cálculo da relação: Kcal/gN2= 1632,2 / 12,76=127,9 – Dieta rica em PTN CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS QUOCIENTE CETO-ANTICETOGÊNICO: LIP= 90%, PTN= 42% DIETA: VET= 1951,4 Kcal CHO= 320,2 g; 1280 kcal, 65,5%. PTN= 76,8 g; 319 kcal; 16,5%. LIP= 39 g; 351 kcal; 18%. Q. Ceto-anticetogênico= (90% x L) + (42% x P) / (10% x L) + (58% x P) + (100% x CH) Q. C-A= (90% x 39) + (42% x 76,8) / (10% x 39) + (58% x 76,8) + (100% x 320,2) Q. C-A= 35,1 + 32,256 / 3,9 + 40,704 + 320,2 Q. C-A= 67,356 / 364,804=0,18 – Não forma corpos cetônicos CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS RELAÇÃO K+ / NA+: DENSIDADE CALÓRICA (DC): QUALIDADE DO FERRO DIETÉTICO: VALOR NORMAL: 1,8-2,0 Relação= K+ / Na+ Relação= 3836 / 573,3=6,6 – Diminuir sódio DC= Valor calórico da dieta (Kcal) / Quantidade de alimentos da dieta(g) DC= 1951,4 / 2137=0,91 – Normocalórica X= Ferro animal da dieta x 100 / Ferro total da dieta X= 1,2 x 100 / 12 X= 120 /12=10% - Baixa biodisponibilidade de ferro ORIENTAÇÕES HOSPITAL: - Realizar 6 refeições de 3 em 3 horas; - Evitar desperdícios de alimentos; - Aumentar a ingestão hídrica; - Não omitir refeições. ALTA: - Alimentar-se em horários regulares, com fracionamento adequado (5 a 6 refeições por dia) e volumes reduzidos; - Não omitir refeições, evitando jejuns prolongados; - Ingerir diariamente alimentos ricos em fibras; - Evitar alimentos gordurosos. PLANILHA COM TOTAL DE PACIENTES ATENDIDOS DURANTE TODO O ESTÁGIO Paciente Sexo Idade (Anos) Patologia Via de administração da dieta Tipo de dieta REFERÊNCIAS PEREIRA C. A, HENRIQUES J. Cirurgia: patologia e clínica. McGraw-Hill. 2 ed. 2006. SOUSA K. P. Q., SOUZA P. M., GUIMARÃES N. G. Fatores antropométricos, bioquímicos e dietéticos envolvidos na litíase biliar. Comun Cienc Saude, v. 3, n. 18, p. 261-270, 2008. DUARTE A. C. G., CASTELLANI F. R. Semiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2002. ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira. Arquivo Brasileiro Endocrinologia Metabólica, v. 48, n 3, 2004. Obrigada!
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