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RESUMO DO ARTIGO: Fisioterapia e Saúde Coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais

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INTRODUÇÃO
Com o passar do tempo, a implantação do SUS e o anseio de equilibrar as ações de assistência à população, surgiu-se discussões acerca da atuação dos profissionais de fisioterapia. Em 1969, a profissão ganhou seu “status” de curso de nível superior, o qual, anteriormente, tinha como objetivo apenas executar técnicas de reabilitação prescritas pelo médico, em centros específicos, com o intuito de restaurar a capacidade física e desenvolver a capacidade residual do grande número de acidentados e mutilados, decorrestes das grandes guerras e acidentes no meio de trabalho. Entretanto, apesar da conquista, a lei que assegura a autonomia profissional da área, ainda apresenta limitações no que diz respeito ao campo de atuação, bem como é citado pelo fisioterapeuta José Rebellato e pelo psicólogo Silvio Botomé na obra “Fisioterapia no Brasil”. 
Nesse sentido, a atividade do fisioterapeuta – execução de métodos e técnicas para restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente – se torna limitada, visto que um profissional da saúde de nível superior deve ter, além da execução de meios e processos, a função de analisar e produzir novos conhecimentos. Além disso, esse profissional deve atuar com o objetivo de potencializar a qualidade de vida, saúde de forma plena e outros níveis além da reabilitação. A luz disso, o modelo de organização da saúde na época em que foi publicada essa lei de regulamentação, colabora com a limitação da área de atuação do fisioterapeuta. Contudo, as mudanças no sistema de saúde brasileira e no quadro epidemiológico, promovem novos desafios à fisioterapia. Portanto, faz-se necessária a reorientação da área e novos âmbitos no SUS; primeiramente acerca das transições demográficas, nutricionais e os novos modelos assistenciais; em segundo lugar sobre a sobre a fisioterapia coletiva e, por fim, possibilidades de atuação básica e geral.
NOVO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E OS NOVOS MODELOS ASSISTENCIAIS
Para melhor compreender o papel da fisioterapia na sociedade brasileira, é preciso conhecer as principais causas de mortalidade e morbidade da população, a qual passa atualmente por um processo de transição epidemiológica, ou seja, mudanças nos padrões de more e invalidez, juntamente com alterações demográficas. No Brasil, essa transição ocorreu de maneira complexa, não só com a mudança de uma doença para outra, mas sim com a inclusão de outros fatores como demografia – crescimento populacional , urbanização e maior expectativa de vida – e nutrição – as mudanças de hábitos alimentares fez com que Brasil saísse do mapa da fome e passasse a se reocupar com sobrepeso e obesidade, fatores os quais contribuem para incidência de hipertenção e diabetes. Dessa forma, ao observar as causas de mortalidade por doenças no Brasil, nota-se uma substituição de mortes causadas por doenças infecciosas e parasitárias, como varíola, sarampo e malaria, para morte por doenças no aparelho circulatório. Assim, esse quadro de mudanças motiva o reajuste das responsabilidades e práticas do profissional fisioterapeuta, visto que os modelos de saúde, médico-assistencial privatista e sanitarista, identificados por JS Paim em “Modelos de atuação e vigilância à saúde” não são capazes de atender a demanda da sociedade.
 Diante disso, surge a necessidade de reestruturação da saúde, considerando a universalidade, a integralidade e a equidade e uma releitura das funções da fisioterapia, visando adaptação à nova realidade e contribuição para melhoria do quadro social e de saúde. Tal medida deve incluir o fisioterapeuta em níveis de atenção igualados à demanda do novo modelo de vigilância à saúde. Assim, o fisioterapeuta passa a acompanhar mais detalhadamente e com mais responsabilidade a saúde da população, medida a qual aumenta o vínculo entre profissional e paciente, o que potencializa o desenvolvimento das ações preventivas.
FISIOTERAPIA COLETIVA: NOVO MODELO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
 
No modelo assistencial curativo, a fisioterapia se limita à cura de determinados danos causados por doenças, no âmbito da recuperação ela trata a reabilitação de sequelas e complicações. Esse direcionamento da fisioterapia limita a ação a doenças já existentes, o que restringe o local de atuação em hospitais e clinicas, fator o qual foca o trabalho em reabilitação, além de impor essas doenças a população. Nota-se então que a fisioterapia pode ilegitimar esse quadro com atuação em níveis preventivos, o que diverge da ação de cotrole de danos e níveis de reabilitação. Apesar da ampliação nos conhecimentos técnicos como acupuntura, estética, pilates, RPG, fisioterapia desportiva e fisioterapia respiratória, ainda destina esses serviços a recuperação de distúrbios ortopédicos-traumáticos e neurológicos, o que ainda coloca seu foco em doenças ocupacionais, lesões e acidentes. Assim, surge a necessidade de propor o modelo de fisioterapia coletiva.
No âmbito de corole de danos a fisioterapia visa sanar as cosequências de doenças já instaladas no individuo, que atingem a locomoção ou saúde respiratória. Já no modelo de fisioterapia coletiva, o intuito é prevenir desenvolvimento de doenças e, dessa forma, melhorar as condições de vida da população. Para isso, é preciso que o fisioterapeuta busque mais conhecimento em áreas como epidemiologia, a geografia e ciências sociais, visto que os conhecimentos tradicionais são insuficientes para diagnostica situações de risco iminente de doenças. Nesse sentido, o profissional deve aliar seu trabalho cm o de profissionais de outras áreas da saúde e de áreas externas. Assim, o novo modelo não pretende descaracterizar o antigo, e sim ampliar as possibilidades e o campo de atuação. Logo, a fisioterapia precisa romper barreiras para alcançar a equidade no novo modelo de saúde atual.
FISIOTERAPIA E ATENÇÃO BÁSICA: NOVAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO
Com a nova organização de saúde, o Brasil busca romper com o modelo curativista e ampliar a atenção básica para a população, com a execução de um trabalho coletivo que envolve setores como infraestrutura, economia, educação e habitação, com intuito de sanar muitas doenças de origem sanitária. Essa ação busca oferecer assistência com maior amplitude à população. Diante disso, a aproximação da fisioterapia com o novo modelo de atenção básica, fortalece as mudanças almejadas pelo SUS.
VIGILÂNCIA DOS DISTÚRBOS CINESIOFUNCIONAIS
A vigilância dos distúrbios tem como objetivo monitorar as áreas da epidemiologia no sentido da integralidade físico-funcional e dos distúrbios relacionados à locomoção, tais como patologias do aparelho cardiocirculatório, população idosa, acidente de trânsito, as quais causam limitações. Em suma, a vigilância dos distúrbios contribui para o monitoramento preventivo da saúde básica.
ORIENTAÇÕES POSTURAIS
A fisioterapia deve agir sobre a população, o que diz respeito a hábitos posturais, com o intuito de potencializar a atenção básica, orientando as pessoas sobe a postura correta, de acordo com sua faixa etária e ocupação profissional, destacando essa ação entre crianças, gestantes e idosos, os quais estão mais sujeitos a desenvolverem doenças pela ma postura. Nas escolas, essa orientação deve ser feita em parceria com o professor, o que forja um alinhamento da saúde e educação. Entre as gestantes a orientação postural desenvolve importante papel na saúde muscular e respiratória da mãe, além de promover orientações para cuidados com o bebê. No grupo de idosos esse trabalho tem intuito de melhorar a postura e circulação sanguínea, fator o qual contribui para melhor qualidade de vida.
DESENVOLVIMENTO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
No âmbito comunitário, o fisioterapeuta deve atuar com intuito de estimular a participação da comunidade nas questões da saúde, tal participação promove a busca de valorização da saúde coletiva e conscientização acerca da prevenção de doenças, importância da vacinação e amamentação. A participação do profissional de fisioterapia contribuiria significativamente para a identificaçãoe correção de problemas de saúde pública na comunidade, somado a criação de conselhos de referência em saúde básica como meio de amparar a população regional.
DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES SAUDÁVEIS E INCENTIVOS A ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS
O fisioterapeuta deve atuar o desenvolvimento de ambientes saudáveis por meio da conscientização e mobilização da defesa de direitos básicos dos cidadãos, com atenção aos níveis educacionais, de lazer e de trabalho. Além disso, o fisioterapeuta deve incentivar a prática de hábitos saudáveis como a boa alimentação, a prática esportiva, combate ao uso de álcool e tabaco, educação sexual para jovens e adultos, zelo pela saúde da comunidade. Logo, o fisioterapeuta contribui para a promoção de saúde e qualidade de vida da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, é extremamente viável o trabalho de fisioterapia o SUS, com ênfase na atenção básica de prevenção a doenças. Nesse sentido, a grande quantidade de pessoas com necessidade de reabilitação compromete o bom funcionamento do sistema de saúde básica, o que dificulta o acesso populacional aos serviços fisioterápicos e limita a saúde físico-funcional dessas pessoas, agravado a saúde motora. Dessa maneira, a atuação do fisioterapeuta deve ocorrer de forma multiprofissional e interdisciplinar, com o intuito de integrar e otimizar a ação da saúde básica, seguindo a lógica coletiva e de inserção social do indivíduo. Logo, para execução de uma ação de monitoramento básico, é necessário que a formação no curso de fisioterapia deixe de ser apenas com o viés curativo/reabilitador e também alcance a lógica promocional/preventiva, com inclusão de saúde coletiva inerente ao SUS e às ciências sociais. Isso deve ocorrer não só para os futuros profissionais, mas também para aqueles que já exercem a profissão.
REFERÊCIA
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000700074

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