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PRIMEIRA AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – 2019.1 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E TRABALHO Prof. Dr. Dalton Alves Profª. Drª Fátima Chaves Profª. Ms. Roberta Guimarães Prof. Dr. Robert Lee Segal Nome: Matrícula: Polo: Prezado(a) Estudante: Esta é a sua Primeira Avaliação a Distância (AD-1), ela tem por objetivo aprofundar alguns conhecimentos básicos da Disciplina os quais serão fundamentais para a compreensão dos demais estudos que você realizará posteriormente, em especial, para a realização da AP-1. Você encontrará nesta avaliação 3(três) questões dissertativas para responder com base nos textos e estudos realizados. ATENÇÃO: Iremos postar nos próximos dias alguns textos e vídeos relacionados, principalmente, aos temas da UNIDADE I do Cronograma, objeto desta Avaliação e, depois, da AP1. Fiquem atentos/as. *** ATENÇÃO *** Data Limite para a POSTAGEM VIA PLATAFORMA desta AD1 dia 03 de março. Obs.: Esta é a data final, mas pedimos para que envie antes, se possível. COMO POSTAR ESTA AD1 VIA PLATAFORMA: O aluno/a depois de baixar o arquivo da AD1 e responder deverá salvar o arquivo em Word (.doc) com as respostas e acessar a Plataforma no lugar correspondente para anexar e enviar o arquivo. Onde está na Plataforma a Ferramenta para o envio dessa AD1? Ao acessar a Plataforma na área da Disciplina Educação e Trabalho o aluno/a deve procurar logo abaixo da mensagem de "Boas Vindas" ou na coluna à esquerda em "Atividades" onde está escrito: “Como ENTREGAR a AD1 de Educação e Trabalho_2019.1”. Você deve entrar na Atividade e clicar no botão "Adicionar Atividade" e anexar o arquivo da AD1 (em Word), clique em "Salvar Mudanças" e em seguida "Enviar Arquivo". ATENÇÃO, caso apareça no menu "Status de Envio" o termo: "Rascunho", significa que o arquivo ainda não foi enviado. Neste caso, para concluir o envio certifique-se de ter clicado em "Enviar Atividade". Qualquer dúvida acesse o tutorial aqui: Tutorial de Entrega da AD1 (em anexo) Ou entre em contato com a Equipe de Tutoria da Disciplina. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 2 ATIVIDADE DE APROVEITAMENTO DA DISCIPLINA [10.0 pontos] Orientações: Procure responder usando suas próprias palavras, com criatividade e demonstrando coerência expositiva e argumentativa ao redigir o seu texto. ATENÇÃO: Não serão aceitos plágios ou cópias literais dos textos ou de outros trabalhos na internet sob pena disto impactar na nota nesta atividade. Pode-se, no entanto, fazer citações, desde que entre aspas e com as devidas indicações da fonte pesquisada, com as referências bibliográficas de acordo com as regras da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6023 e NBR 10520), disponíveis na internet. Bom Trabalho! 1ª. ATIVIDADE: 3.0 Pontos Faça um exercício e olhe a sua volta neste momento e de tudo que você pode observar o que aí é totalmente natural, espontâneo, gerado pela natureza, sem intervenção humana alguma? A água é encanada, a luz é artificial, o alimento é processado, até o ar é condicionado, se possuir aparelho de ar-condicionado ou ventilador etc., em outras palavras, tudo isto é fruto do trabalho humano. Muito pouco existiria do que se pode observar e que é necessário para a nossa vida sem a intervenção humana, sem o Trabalho. Considerando estas ideias e tendo como referência o tema do Item 01, da UNIDADE I, relativo à concepção do trabalho como princípio ontológico da existência humana, redija um texto dissertativo (Mínimo de 20 linhas) sobre: “O papel do processo de trabalho na produção da existência humana e social” REFERÊNCIA DE RESPOSTA: O material bibliográfico disponibilizado e indicado para estudos no Cronograma concordam que o processo de trabalho é algo que vai além de ser a fonte de toda riqueza financeira e a base da economia, vai além da noção de trabalho como “emprego”. O trabalho “é a condição básica e fundamental de toda a vida humana” (ENGELS, Texto 02, p.04; ALVES, Unidade I, Item 01, p. 04; FRIGOTTO, Texto 01, p.399). O trabalho é uma ação humana pela qual esta espécie animal fabrica instrumentos, máquinas, equipamentos e cria técnicas (habilidades/saber fazer) para extrair da natureza tudo aquilo de que necessita para viver. E faz isto por escolha, por deliberação própria, de forma livre, e não por qualquer tipo de “determinismo” externo ou biológico. Se existe algum condicionamento externo que orienta as ações humanas em suas atividades de sobrevivência, este é a “necessidade”. Pelo trabalho o homem cria coisas úteis para si, para a sua subsistência material, biológica e social. Liberdade neste sentido é entendida de acordo com Chauí, como “o poder de criar o possível, de fazer existir o que não existia, de criar o novo” (ALVES, Idem, p. 18). “Todo tipo de trabalho é uma ação de “trans-forma-ação” (ação de modificar a forma natural de algo), ação de criação. Daí que podemos afirmar que o trabalho é o processo pelo qual o homem ser-biológico/natural se transforma em homem ser-social/cultural. O processo de trabalho, assim, é o meio pelo qual o animal humano se torna propriamente ser-humano. Ele transcende o seu padrão natural herdado da natureza e o transforma em algo “imprevisto” pela natureza, o ser-social, donde irá surgir a Sociedade” (ALVES, Unidade I, Item 01, p. 05). A isto se dá o nome de concepção “ontocriativa” do trabalho ou de sentido “ontológico” do trabalho. Se entende, assim, o papel do processo de trabalho na produção da existência humana e social como “este processo de criação de si, de autoprodução do próprio ser, da sua essência” (Idem, p. 06). “Trata-se do trabalho como princípio ontológico de formação do Ser/Essência do Homem em seu processo de humanização. O termo processo de humanização, é bom que esclareçamos, implica que o homem não nasce humano, ele se torna humano” (Idem, p. 07). E mais ainda: “(...) podemos afirmar, com base nisto, que o homem nasce inacabado e somente se faz Ser Humano pela cultura. Por cultura entendemos tudo aquilo que é feito pelos seres humanos, que não deriva de geração espontânea, natural” (Ididem), ou 3 seja, deriva do trabalho, desta capacidade humana de agir sobre a natureza para transformá-la e adaptá-la às suas necessidades. Neste aspecto o homem é uma espécie animal que se autoproduz – produz constantemente sua própria existência (Idem, p.13). O ser humano pelo trabalho cria uma segunda natureza, a natureza propriamente humana, o ser- social, ao agir sobre a sua primeira natureza, herdada ao nascer, mas ele rompe com este “padrão natural” e o transforma em algo “imprevisto” pela natureza que é a criação do “padrão humano” de existência. Todavia, resta saber se é possível hoje, na sociedade atual, capitalista, vivenciar esta experiência da importância do trabalho em nossas vidas, como uma atividade ontocriativa da nossa existência humana? 2ª. ATIVIDADE: 3.0 Pontos Tema do Item 03, da UNIDADE I – Do processo de trabalho à origem da educação e ao surgimento da escola (Scholé). Desde a pré-história, Além de todos os objetos e técnicas que desenvolveu, o homem criou maneiras de transmitir e ensinar o que criava. Os conhecimentos acumulados podiam ser passados dos mais velhos para os mais jovens, sem que fosse preciso iniciar tudo de novo a cada geração. Assim, as descobertas se somavam. (FONTE: Vídeo-Aula: “O Homem e a Cultura”. Telecurso 2º. Grau, s/d., grifos nossos). Todavia, temos aí um processo que é educacional, pedagógico, de aprendizado, mais ainda não temos a escola. Considerando estas ideias explique quando e porque surgiu a escola. Para atender à qual finalidade a escola foi inventada? (Mínimo de 20 linhas). REFERÊNCIA DE RESPOSTA: A escolasurge em determinado momento histórico e social, após a invenção da escrita, por volta de 3.000 a.C., como uma modalidade específica de educação diferenciada da educação em geral pela qual passavam as gerações anteriores e a sua origem está associada ao surgimento da propriedade privada dos meios de produção, que possibilitou aos proprietários privados terem mais tempo livre para se dedicarem a outras coisas, vez que estavam livres do trabalho produtivo, agora realizado por outros seres humanos escravizados. Dentre as muitas coisas as quais os proprietários passaram a se dedicar em seu tempo livre irá surgir a Scholé (lugar do ócio). Mas, o “ócio”, neste caso, não era um lugar de não se fazer nada, ao contrário, era o lugar para onde eram enviadas as crianças que não precisavam trabalhar na produção para viver, os filhos dos proprietários. Lá eles aprendiam e dominavam os conhecimentos e técnicas necessários para dirigirem os trabalhos da mente, os quais exigiam esforço mental e intelectual. Não se exerciam atividades manuais produtivas, consideradas indignas do homem livre, vez que eram atividades próprias de escravos ou serviçais. As demais crianças, filhas dos não-proprietários, estavam impedidas de frequentar a Scholé, restrita aos nobres e aristocratas, mas também passavam por um processo de educação pelo qual aprendiam e dominavam os conhecimentos e técnicas necessários para dirigirem os trabalhos das mãos, os quais exigiam esforço físico e manual, para o trabalho produtivo que deveriam exercer a serviço dos nobres e proprietários. Então, como se pode ver, a Escola nasce como uma instituição social marcada pela divisão de classe entre proprietários e não-proprietários. Trata-se, desde o princípio, de se oferecer pela escola uma modalidade de educação diferenciada para as elites econômicas, apartada da educação em geral pela qual passava o restante, os pobres, escravos ou serviçais. E esta tem sido a marca congênita da escola até os dias atuais, a qual ainda espelha esta dinâmica de uma educação diferenciada para as elites econômicas, destinada à formação intelectual elevada dos membros desta classe social para ocupar os cargos de direção das empresas e da sociedade. E, por outro lado, continua-se a oferecer uma educação minimalista para os não-proprietários, que agora não são mais os escravos e nem os servos da Idade Média, e sim, são os trabalhadores assalariados. Apesar de no mundo antigo e medieval os escravos e os servos não terem direito de frequentar a escola e agora, no capitalismo, os trabalhadores assalariados terem este direito e aparentemente, ou perante a lei, terem os mesmos direitos à uma educação plena e de qualidade e tendo o Estado a obrigação de garantir esta formação para todos, até para esses cidadãos trabalhadores, na realidade a educação pública, para os trabalhadores, é do mesmo tipo de antes, ela está mais voltada para a formação manual e prática, com poucos estímulos para o desenvolvimento do pensamento, pois, agora como antes, esta classe-que-vive-do-trabalho, está destinada ao trabalho produtivo, em grande parte manual, e que pouco exige da sua capacidade intelectual. Se a Scholé, da antiguidade, criou a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual, a Escola, de hoje, mantem esta regra, salvo as devidas proporções. 4 3ª. ATIVIDADE: 4.0 Pontos Tema do Item 02, da Unidade I, sobre Trabalho e Alienação / Trabalho Alienado: 5 Analise a citação acima e identifique como esta história representa o processo de alienação no trabalho e suas consequências para o trabalhador. (Mínimo de 20 linhas). REFERÊNCIA DE RESPOSTA: A condição do Tadeu da história representa o momento em que o trabalhador percebe a sua alienação no trabalho, mesmo que não chame por este nome. É quando ele percebe que alguma coisa está muita errada naquilo que faz. De repente ele é tomado por uma súbita revelação ou intuição e olha à sua volta e não se reconhece mais naquele trabalho que executa, como se perguntasse: “o que estou fazendo aqui? ”; “para que eu trabalho nisto? ” etc. Ele percebe que o seu trabalho já não tem mais sentido em si mesmo, é apenas uma atividade para atender necessidades fora do trabalho. Nota que o que o fazia feliz estava em outro lugar que não no trabalho. E alguma coisa parece dizer a ele que isto não era para ser assim, que o trabalho de um ser humano deveria ser a razão do seu existir, da sua dignidade. Na história supracitada o Tadeu não compreendeu ainda completamente a sua condição, mas é o sentimento de muitos que hoje vivem-do-trabalho. O que ocorre é que ele exerce um trabalho alienado, como exploração, a condição dele é a de vivenciar a atividade laborativa humana de produção da própria existência reduzida a emprego, à condição de ter que trabalhar por um salário. Uma atividade repetitiva e muitas vezes monótona, sem sentido. Muito parecida com o Mito de Sísifo, comentada nos textos da Disciplina, onde se compara a condição do trabalhador assalariado como a de um “castigo os deuses”, uma “maldição” sem fim. Porém, não era para ser assim. Esta condição vai contra o sentido ontológico do trabalho como criação e produção do novo, que faz existir o que não existia, mas feito por opção e não por obrigação. Nos termos de Marx, perdeu-se no processo histórico a noção do “trabalho como a satisfação de uma carência” para se converter em algo que se faz “somente como um meio de satisfazer necessidades fora do trabalho” (MARX, 2006, p.83), como visto no Item 01, desta Unidade I. Além disto, tem a questão fundamental de que o seu trabalhado e os produtos produzidos pelo trabalhador não serem dele e sim de um outro, daquele que o contratou. Ocorre assim uma redução do trabalho a emprego. Nesta condição o trabalhador não se reconhece mais no que faz, ele se estranha no trabalho que executa, não o reconhece mais como seu, pois, de fato, não é mais seu. O processo produtivo não é ele quem decide, a jornada de trabalho também não e nem mesmo o produto do trabalho é seu, tudo é de outro. Até o seu metabolismo (hora de beber, comer, ir ao banheiro, dormir, acordar) é controlado por esse outro durante a jornada de trabalho. Enfim, trata-se, por isto, de “trabalho alienado”, vez que Alienação deriva do latim “alienare”, “alienus”, que significa “que pertence a um outro”, ou seja, o trabalho executado pelos trabalhadores no capitalismo é um “trabalho alienado”, pois, não pertence ao próprio trabalhador, mas pertence a um outro, pertence ao capitalista, que paga com salário ao trabalhador por seu trabalho. Nesta acepção o trabalhador é expropriado do seu domínio e conhecimento sobre o trabalho, passando a manter apenas a sua propriedade sobre a sua força-de- trabalho, sua capacidade de trabalhar, a qual, porém, ele aliena ao capitalista ao fechar com este o contrato de trabalho. Ou seja, até isto o trabalhador perde e é expropriado sob as condições das relações de trabalho estabelecidas sob a lógica do capitalismo. A sua capacidade de trabalhar ele não mais aplica para realizar o que deseja, e sim, para atender às necessidades de outro, de quem o contratou.
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