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História da psicologia

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 
Aulas- Gláucia Braga
Aula 1- Apresentação da disciplina
Conceitos:
 Historiografia: Refere-se ao estudo dos métodos de produção do conhecimento histórico.
Teorias no estudo da História:
·   A teoria personalista da História científica enfoca as realizações e contribuições de indivíduos que afetaram, significativamente, os processos de mudança. Considera que o progresso é decorrente da ação de pessoas que modificaram o curso da História.
·   A teoria naturalista da História científica considera que a época modela a pessoa. O espírito de uma época determina a ação dos sujeitos históricos.
Aula 2:- As ideias psicológicas na Antiguidade
Conceitos:
Mito: o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo. A explicação mitológica não se prende à lógica racional, nem busca oferecer comprovações de suas afirmações.
 
Pensamento filosófico: Na história do pensamento ocidental, a Filosofia nasce na Grécia, por volta do século VI (ou VII) a.C. Por meio de longo processo histórico, surge, promovendo a passagem do saber mítico ao pensamento racional, os primeiros filósofos gregos compartilhavam de diversas crenças míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a Filosofia. Filosofia a atividade racional voltada à discussão e à explicação intelectualizada das coisas que nos circundam, coisas como: de onde viemos?, o que fazemos neste planeta? Para onde vamos? A filosofia surgiu para poder arrumar respostas racionais para tais perguntas. 
 
Psichè: do grego, que significa alma. A alma ou espírito era concebido como a parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.
Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria (o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
Para Aristóteles, a psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo aquilo que cresce se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta forma, os vegetais, os animais e o homem teriam alma. Os vegetais teriam a alma vegetativa, que se define pela função de alimentação e reprodução. Os animais teriam essa alma e a alma sensitiva, que tem a função de percepção e movimento. E o homem teria os dois níveis anteriores e a alma racional, que tem a função pensante.
Maiêutica: Sócrates dizia que a Filosofia não era possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Sócrates procura o conceito. As perguntas têm um duplo caráter: ironia e maiêutica.
Na ironia, confunde o conhecimento sensível e dogmático. Esta primeira parte do método de Sócrates, destinada a levar o indivíduo à convicção do erro, é a ironia.
Na maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento que não chega ao conhecimento absoluto. Ele comparava, frequentemente, este método com a profissão da mãe: era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele voltava-se para os outros, quer fossem adolescentes, militares ou sofistas consagrados como Protágoras e Górgias, e interrogava-os a respeito de assuntos que eles julgavam saber. O seu sentido de humor confundia os seus interlocutores, que acabavam por confessar a sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria. Por exemplo, querendo apreender o conceito de coragem, dirigia-se a um general, e perguntava-lhe: - Você, que é general, poderia me dizer o que é a coragem? O general respondia-lhe: - Coragem é atacar o inimigo, nunca recuar. Mas Sócrates contradizia: - Às vezes, temos que recuar para melhor contra-atacar. E a partir daí continuava o debate, ampliando o conceito.
Mito da Caverna: (Platão) Imagine-se uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para à frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semiobscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Aula 3- As ideias psicológicas no Renascimento e na Modernidade 
Conceitos:
Renascimento: O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. 
Características:
Reviver a antiga cultura greco-romana, as artes, da literatura as ciências.
O ideal do humanismo e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Compreendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais: 
 * Racionalidade; 
 * Dignidade do Ser Humano; 
 * Rigor Científico; 
 * Ideal Humanista; 
 * Reutilização das artes greco-romanas. 
 
Empirismo: Nome genérico das doutrinas filosóficas em que o conhecimento é visto como resultado da experiência sensível. Limita o conhecimento à vivência, só aceitando verdades que possam ser comprovadas pelos sentidos. Rejeita os enunciados metafísicos, baseados em conceitos que extrapolam o mundo físico, devido à impossibilidade de teste ou controle. O empirismo provoca revolução na ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados práticos.
 
Racionalismo: Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão.
 
Mecanicismo: Doutrina filosófica, também adotada como princípio heurístico na pesquisa científica, que concebe a natureza como uma máquina, obedecendo a relações de causalidade necessárias, automáticas e previsíveis, constituídas pelo movimento e interação de corpos materiais no espaço.
 
Iluminismo: É um movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a ideias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas. 
 
As principais características do Iluminismo eram:
·   Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento; 
·   Valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia; 
·   Crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza; 
·   Crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais; 
·   Crítica ao Absolutismo, ao Mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero; 
·   Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei; 
·   Crítica à Igreja Católica,embora não se excluísse a crença em Deus.
Aula 4- A Psicologia Pré-Científica
A psicologia popular do século 19
Propostas para estudo e intervenções psicológicas pré-científicas e pseudocientíficas: 
Frenologia- (do Grego: φρήν, phrēn, "mente"; e λόγος, logos, "lógica ou estudo") é uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias"). Desenvolvido por médico alemão Franz Joseph Gall por volta de 1800, e muito popular no século XIX. 
Seus princípios eram que o cérebro é o órgão da mente, e essa mente tem um jogo de diferentes faculdades mentais e comportamento, cada sentido em particular tem sua representação em uma parte diferente do órgão ou cérebro. Estas áreas seriam proporcionais a cada indivíduo, dadas às propensões e importância da faculdade mental e personalidade, e o osso sobrejacente do crânio refletiria estas diferenças.
 Fisiognomonia- teve sua origem na Índia, quando antigos habitantes daquele país estudavam rugas no corpo, as causas e as origens das mesmas. Mais tarde foi levada para a China, onde foi estudada e desenvolvida como diagnóstico e hoje é tida como uma subdivisão da medicina chinesa.
Segundo a fisiognomia os traços da face podem auxiliar em um diagnóstico preciso e ainda indicar um tratamento correto em qualquer área médica, estética, nutricional ou psicológica, e a sua técnica consiste em uma avaliação completa do indivíduo. As marcas e traços que surgem no nosso corpo são registos dos nossos hábitos de vida, podendo servir como indicadores de desequilíbrios diversos.
 Mesmerismo- também chamado de magnetismo animal (notadamente nos séculos XVIII e XIX) é o estado ou o resultado de alguém, obtido ao ser mesmerizado (ou magnetizado), com um dos significados acima listados. Seria, segundo o seu descobridor, Franz Anton Mesmer, um estado particular de vibração (ou tom de movimento, em suas palavras) do fluido universal. 
“Nem a luz, nem o fogo, nem a eletricidade, nem o magnetismo e nem o som são substâncias, mas sim efeitos do movimento nas diversas séries do fluido universal”. Mesmer.
Espiritualismo e cura pela mente. A filosofia mental.
Aula 5- Fisiologia, psicofísica e estudo da mente:
 
Psicofisiologia - Ramo da psicologia experimental que estuda os mecanismos fisiológicos do comportamento humano e animal. Representou toda a psicologia experimental do séc. XIX, vindo a diferenciar-se progressivamente, no sentido de se autonomizar. Utilizando métodos experimentais muito diversos, conforme o caso que pretende investigar: bioquímicos, cirúrgicos, genéticos ou eletrofisiológicos, aplicados, sobretudo, a modelos animais.
 
Sistema nervoso - Rede ou circuito de tecido nervoso (ou neural) que transmite impulsos elétricos (eletroquímicos) e é constituído por cerca de 10 bilhões de neurônios (células nervosas), apoiados por células que nutrem e modulam a sua função ocupando os espaços Inter neurônios, as células da glia. O sistema nervoso tem como principais funções: o controlo do comportamento e a regulação fisiológica do organismo. Do ponto de vista estrutural divide-se em duas partes: sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP).
Aula 6- A Psicologia científica 
Conceitos:
Positivismo: positivismo é um rótulo novo, para uma nova fase de desenvolvimento do empirismo. Nasceu o nome em 1830 na Escola do socialista utópico Saint-Simon (1760-1825), e ganhou projeção com Augusto Comte, o pensador protótipo do movimento, sobretudo na França. O positivismo do século XIX pode semelhar ao empirismo dos séculos XVII e XVIII, porquanto reduz, substancialmente, o conhecimento humano ao conhecimento sensível, a metafísica à ciência, o espírito à natureza, com as relativas consequências práticas. Diferencia-se, porém, desses sistemas por um elemento característico: o conceito de vir-a-ser, de evolução, considerada como lei fundamental dos fenômenos empíricos, isto é, de todos os fatos humanos e naturais. O positivismo representa uma reação contra o apriorismo, o formalismo, o idealismo, exigindo maior respeito para a experiência e os dados positivos. Entretanto, o positivismo fica no mesmo âmbito imanentista- Doutrina metafísica segundo a qual a presença do divino é pressentida pelo homem, mas não pode ser objeto de qualquer conhecimento claro. Idealismo e do pensamento moderno em geral, defendendo, mais ou menos, o absoluto do fenômeno. O positivismo admite como fonte única de conhecimento e critério de verdade a experiência, os fatos positivos, os dados sensíveis. Nenhuma metafísica, portanto, como interpretação, justificação transcendente ou imanente, da experiência. A filosofia é reduzida à metodologia e à sistematização das ciências.
Wundt- O laboratório de Psicologia Experimental em Leipzig. Método Introspectivo.
Psicologia Experimental: Os conceitos são rigorosamente definidos, os estudos experimentais em psicologia ocorrem em ambiente laboratorial, ou ambiente natural, os sujeitos humanos ou outros animais.
Aula 7- Psicologia do século 19: Estruturalismo e Funcionalismo
Conceitos:
O Estruturalismo é uma modalidade de pensar e um método de análise praticado nas ciências do século XX. Metodologicamente, analisa sistemas em grande escala examinando as relações e as funções dos elementos que constituem tais sistemas. Partindo da Linguística e da Psicologia do princípio do século XX, alcançou seu apogeu na época da Antropologia Estrutural, ao redor dos anos de 1960. O Estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira escola de pensamento no campo da Psicologia. 
Para Wundt a mente tem o poder de sintetizar espontaneamente elementos, enquanto que Titchener se centra nos elementos que compõe a estrutura da consciência, desvalorizando a sua associação.
 -A tarefa fundamental da Psicologia é descobrir a natureza das experiências conscientes elementares, ou seja, analisar a consciência nas suas partes constituintes para assim determinar sua estrutura. 
Titchener modificou o método introspectivo de Wundt sendo designada introspecção qualitativa e consistia em observadores descreverem seu estado consciente após sujeitos a um dado estímulo. Titchener opôs-se à abordagem wundtiana no aspecto do uso de equipamentos e a sua concentração em medidas objetivas. De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é, à semelhança de Wundt, a experiência consciente e afirmou que todas as ciências compartilham deste mesmo objeto, ocupando-se cada qual de um aspecto diferente. 
O objeto de estudo é assim a experiência enquanto dependente das pessoas que passam por ela. 
Os psicólogos estudam os fenômenos, as sensações, em termos do modo como são vivenciados pelo indivíduo, dependendo assim das experiências das pessoas. 
Titchener: define a consciência como a soma das nossas experiências num dado momento de tempo, e a mente como a soma das nossas experiências acumuladas ao longo da vida.
 Mente e consciência são realidades semelhantes, mas, enquanto a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento, à mente envolve o acúmulo total destes processos.
Para Titchener, os problemas ou finalidades da Psicologia seriam: 
·   Reduzir os processos conscientes nos seus componentes mais simples; 
·   Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam, 
·   Conectar esses elementos às suas condições fisiológicas. 
Logo, os objetivos da Psicologia coincidem com os das ciências naturais. Titchener e os estruturalistas: observação, experimentação e medição. O método de estudo do objeto deveria ser uma autoanálise (método introspectivo). 
Introspecção: é o ato pelo qual o sujeito observa os conteúdos de seus próprios estados mentais, tomando consciência dos mesmos. Os conteúdos mentais passíveis de introspecção: as crenças, as imagens mentais (sejam visuais, auditivas, olfativas, sonoras, tácteis), as intenções, as emoções e o conteúdo do pensamento em geral (conceitos, raciocínios, associaçõesde ideias). 
Etapas da introspecção controlada:
- Apresentação de pequenos estímulos visuais ou auditivos a um conjunto de observadores treinados; 
- Os sujeitos descrevem as suas emoções recorrendo a termos predefinidos;
- Os dados eram depois relacionados e interpretados por uma equipa de psicólogos.
 
Este método foi desvalorizado por não conseguir evitar o subjetivismo: 
Observação é retrospecção - O conhecimento das emoções é feito depois de elas terem acontecido. A observação de um fato é distinta da sua vivência o que levaria a uma separação do ser humano em dois: o que sente e o que pensa. 
Objetividade nas emoções - ao relatarmos as nossas emoções, temos a tendência de eliminar as emoções não aceitas socialmente, acabando por modificá-las; 
Controle exterior - Não existe garantia de que as emoções expressas sejam reais pelo que a investigação ficaria limitada. 
Racionalização - O sujeito tende a explicar suas emoções mais fortes e desconexas, apresentando-as de uma forma controlada e dentro de um sistema lógico. 
Linguagem e expressão de emoções - Expressar as emoções verbalmente representa inúmeras dificuldades, o que não está ao alcance de crianças, deficientes mentais, limitando assim sua utilização. 
Limites de aplicação - Não se aplica a fenômenos inconscientes, aos fatos de natureza fisiológica. 
Apesar destas limitações, este método permite o estudo dos pensamentos e uma tomada de consciência dos atos pelo que se continua a utilizar.
 
Sensação: A sensação é um processo fisiológico de ligação do organismo com o meio, através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um influxo nervoso (corrente elétrica que percorre os nossos nervos) desde o órgão sensorial até aos centros de decodificação. Realiza-se pela ação de um estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para recebê-lo. Assim, na gênese do conhecimento, os elementos imediatos e sensíveis que vão ser objetos de um processo de interpretação e organização a que chamamos de percepção.
 
Percepção: é o fenômeno de reconhecimento de qual o estímulo produziu em nós uma sensação específica. É a interpretação da sensação como sinal de um objeto exterior. A diferença entre sensação e percepção encontra-se em sentir e compreender o fenômeno, isto é, a sensação se dá quando um órgão recebe um estímulo, enquanto que a percepção abrange a sensação, incluindo também o conhecimento da causa, ou seja, o objeto que produziu a sensação e a certeza de que ele existe e é real. A percepção é uma configuração e organização desses elementos que a nossa mente integra nas nossas experiências passadas, ligando e unificando-os, isto é, filtrando-os através dos fatores de significação que a linguagem e as referências culturais de cada um já criaram. A percepção se constitui como uma construção individual.
 
Funcionalismo: O Funcionalismo é o modelo que substitui o Estruturalismo na evolução histórica da Psicologia, sendo seu principal impulsionador William James. O principal interesse desta corrente teórica residia na utilidade dos processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas de se adaptar ao meio. O ambiente é um dos fatores mais importantes no desenvolvimento. Enfatiza os atos ou processos mentais como objeto de estudo da psicologia, em contraste com as escolas estruturalistas, que destaca os conteúdos conscientes. 
O ponto de vista funcional sustentou que a mente deve ser estudada em função de sua utilidade para o organismo, tendo em conta a adaptação ao seu meio.
Consciência: é o estado de estar plenamente ciente dos acontecimentos ou fatos, como esses definem o mundo lógico, ser consciente ou ter consciência é estar no mundo, estar nele e participar de sua construção histórica. Consciência é definida em oposição à inconsciência. A consciência contém aquilo que pode ser objeto do pensamento. 
Aula 8- Psicologia do século 20: Comportamentalismo
Conceitos
Psicologia Comparada: estudo do comportamento de animais não humanos que generaliza seus achados para o entendimento do comportamento humano.
 
Behaviorismo metodológico- o ambiente refere-se apenas às condições externas, neste sentido, tal behaviorismo considera importante o critério de “verdade” via consenso público, ou seja, o qual só pode ser alcançado para eventos externos e públicos (visto igualmente por mais pessoas além do observador). O objeto de estudo: Somente o comportamento observável, mesmo que não ignorasse os sentimentos, subjetividade, Watson não acreditava que estes deveriam ser unidades de análise sobre o homem. Para Watson era um projeto de uma nova ciência, ou seja, uma ciência do comportamento que viria ocupar o lugar da psicologia. Esta deveria ser, segundo Watson, uma ciência natural, um ramo da biologia, onde o sujeito era caracterizado como um sujeito que não sente, não pensa, não decide, não deseja e não é responsável pelos seus atos, seria então, apenas um organismo e, enquanto organismo, o ser humano se assemelharia a qualquer outro animal. 
Behaviorismo Radical: Propõe que o objeto de estudo da psicologia deva ser o comportamento dos seres vivos, especialmente do homem. É radical na medida em que nega ao psiquismo a função de explicar o comportamento, embora não negue a possibilidade de, por meio de uma estrutura da linguagem, estudar eventos encobertos, tais como pensamento e as emoções, só acessíveis ao próprio sujeito. Um grande passo dado por Skinner que superou os “buracos” do behaviorismo metodológico foi o de considerar o comportamento como algo que está sempre em reconstrução, ou seja, acreditar em um modelo de seleção pelas consequências, não só frente às características anatômicas e fisiológicas, mas também as comportamentais que passam por sucessivos crivos de uma seleção baseada nos contatos com dos organismos vivos com seu ambiente. 
O comportamento humano passou a ser compreendido, considerando-se que o homem sofre influências de contingências filogenéticas (atuando no nível do banco genético das espécies), de contingências ontogenéticas (atuando no nível de repertórios comportamentais dos indivíduos) e de contingências culturais (atuando no nível das práticas grupais de uma cultura ou sociedade). 
 
Condicionamento reflexo: Ivan Petrovich Pavlov (1849) estudou reflexos biologicamente estabelecidos, assim como os processos pelos quais novos estímulos se associam a estes reflexos. Condicionamento clássico e condicionamento respondente, o tipo de aprendizagem que Pavlov descobriu afeta quase todos os reflexos, incluindo salivação, piscar, resposta sexual, respostas emocionais e sintomas psicossomáticos. Resumindo, o condicionamento pavloviano acontece quando um estímulo neutro é emparelhado com um reflexo e eventualmente se torna capaz de eliciar respostas reflexas.
Condicionamento operante: O outro tipo de condicionamento é o operante ou instrumental. O condicionamento operante foi desenvolvido pelo psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner, estabelecendo que todo comportamento sejamos influenciado por seus resultados, havendo um estímulo reforçador, podendo ser positivo, quando fortalece o tipo de comportamento (recompensa), ou negativo quando tende a inibir certo comportamento (punição). 
Aula 9- Psicologia do século 20: Psicanálise
Conceitos:
Histeria: A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' num sintoma físico. O termo origina-se do grego, hystéra, que significa útero. Uma antiga teoria sugeria que o útero vagava pelo corpo e a histeria era considerada uma moléstia especificamente feminina, atribuída a uma disfunção uterina. Na verdade, os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres e são mais comumente observados na adolescência.
 
Hipnose: estado transitório de modificação da consciência idêntico ao dosono, provocado por sugestão e concentração num objeto e no qual o indivíduo hipnotizado obedece a certas ordens do hipnotizador. Sob a influência de Charcot que utilizava este método para tratar a histeria, S. Freud criou a psicanálise ao descobrir que sob o efeito da hipnose, os seus pacientes manifestavam atividades do inconsciente. No entanto, Freud acabou por abandonar a hipnose como método terapêutico passando a usar o método das associações livres.
 
Método catártico - método psicoterapêutico que pretende obter uma catarse (purificação). O tratamento consiste na evocação e até no reviver de acontecimentos traumáticos ligados aos problemas emocionais do indivíduo, o que permite uma descarga controlada desses problemas. O método catártico foi utilizado pela psicanálise, entre 1880-1895, associado à hipnose.
 
Associação livre: método psicanalítico que consiste em pedir ao paciente para contar tudo o que lhe ocorre sem se preocupar com a aparente coerência do seu discurso. A interpretação será feita pelo psicanalista, que "descobrirá" o nexo do discurso do paciente, levando-o, mais tarde, a tomar consciência das associações que fez.
 
Consciente: totalidade das percepções de um dado momento.
 
Pré-consciente: termo utilizado por Freud na primeira tópica para designar os conteúdos do psiquismo que sem serem conscientes porque não estão presentes do campo, atual da consciência, distinguem-se dos conteúdos do inconsciente na medida em que permanecem acessíveis à consciência.
 
Inconsciente: na psicanálise o inconsciente é a sede das pulsões o “local” onde encontra se interiorizadas as proibições sociais, os tabus.
 
Id: segundo Freud, é a base de toda a vida psíquica, é a sede das tendências instintivas que se orientam pela libido (princípio do prazer).
 
Ego: instância psíquica referente ao contato com a realidade, a noção de um “eu” separado dos demais.
 
Superego: consiste na interiorização das normas e proibições culturais da sociedade em que a pessoa vive - a moral dessa sociedade. A criança, geralmente, tem o primeiro contato com essa moral através da família.
Complexo de Édipo: Segundo Freud, surge durante a fase fálica que, no menino se caracteriza por grande atração pela mãe e sentimentos ambivalentes em relação ao pai (identifica-se com este, que se torna o seu ideal, por outro lado, considera-o um rival). O complexo de castração, consequência do medo de punição do “incesto”.
Aula 10- Psicologia do século 20: Psicologia Cognitiva
Conceitos
Isomorfismo: Conceito utilizado pela psicologia da Gestalt para exprimir a existência de uma identidade de forma, ordem e organização entre os processos fisiológicos e os processos perceptivos. Os gestaltístas entenderam que a percepção dependia de fatores estruturais relativos às propriedades fisiológicas do córtex cerebral, aplicando a sua concepção globalista à fisiologia do cérebro. Os impulsos desencadeados pela estimulação nervosa produziriam no córtex cerebral campos tensionais, formados por estruturas de neurônios que se organizariam segundo as leis físicas do campo eletromagnético, e de que as percepções seriam a sua expressão. Constituir-se-ia, assim, um isomorfismo entre as propriedades do campo perceptivo e as propriedades do campo cortical. Este conceito foi abandonado por falta de confirmação.
 
Relação figura-fundo: distinção concebida pela psicologia da Gestalt entre: a “figura” - parte do campo perceptivo que sobressai do fundo e que se individualiza e o “fundo” - estrutura indistinta e cujas partes não são nitidamente definidas. A “figura” aparece segregada do “fundo” e numa posição de relevo. Este fenômeno explica-se pelo fato de que, embora o contorno de uma forma divida o estímulo visual em duas partes, estas não podem ser simultaneamente observadas: só uma ou outra parte pode ser vista num dado momento. O exemplo mais comum deste fenômeno é o das figuras reversíveis: quando uma forma, que aparece situada em plano secundário, se revela subitamente em primeiro plano, e vice-versa.
 
Campo psicológico: expressão concebida por W. Kohler e adaptada por K. Lewin, para explicar o comportamento de um indivíduo ou de um grupo como resultado de um conjunto de fenômenos físicos, biológicos, sociais ou psicológicos. Estes fenômenos influenciam, em simultâneo, as  percepções, as motivações, os ideais de uma pessoa ou coletividade. Assim, podem ser explicados certos fenômenos de organização perceptiva (por exemplo, figura-fundo) ou sociais (por exemplo, violência exercida contra uma minoria racial). É entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa forma. Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas. Coube a Wertheimer enunciar a lei básica da organização da percepção: “Não é possível distinguir um objeto como um todo mediante a soma das percepções das suas várias partes componentes, sendo necessário considerar um conjunto de fatores que caracterizam as relações entre todas as partes do objeto”. Partindo desta lei, foram então criadas as leis do agrupamento: proximidade, semelhança, continuidade e fechamento. A continuidade e o fechamento podem ser considerados como expressões de pregnância ou boa forma, isto é, com qualidades que lhe conferem maior probabilidade de serem percebidas como figuras num determinado fundo. 
 
Insight: termo criado por Kohler para designar a solução súbita de um problema, em contraste com a aprendizagem por tentativa e erro. Atualmente a utilização deste termo refere-se à possibilidade de se estabelecerem novas relações ou conexões para encontrar uma ideia ou compreender um problema.
 
Cognição: refere-se ao ato de conhecer, é a capacidade de processar informações.
Aula 11- Profissionalização em Psicologia
·   O surgimento das demandas sociais para aplicação profissional da psicologia
·   Áreas e formas de atuação pioneiras
·   Reflexos do passado na a atualidade da profissão
Aula 12- Debates contemporâneos em Psicologia
Contextos sociais que afetaram a psicologia no século 20
Descobertas científicas que afetaram a psicologia no século 20
Escolas emergentes da psicologia: 
Psicologia transpessoal: é uma abordagem da Psicologia considerada por Abraham Maslow (1908-1970) como a "Quarta Força da Psicologia", sendo a primeira força a Psicanálise, seguida da Psicologia comportamental, e a terceira a Psicologia humanista. É uma forma de sincretismo teórico, que abarca conteúdos de muitas escolas psicológicas, como as teorias Jung,  Maslow, etc.. Surgiu em 1967 junto com Movimentos do Potencial Humano e New Age nos EUA, pelo pensamento de Maslow, que dizia que o ser humano necessitava transcender sua Psique (pessoal), conectando-se ao Todo, ou a outras realidades mais abrangentes (transpessoais).
A Psicologia transpessoal tem como objeto o estudo da Consciência e de seus Estados não ordinários e, neste sentido, congrega vários Recursos Técnicos como a Hipnose,  a Meditação, o Relaxamento, e (no campo da pesquisa) experiência com alucinógenos (Grof, Huxley), além dos Estados Místicos de Tradições Espirituais.
 Esquizoanálise- Vem do germânico skhízein (esquizo) que significa fender, dividido, dual, dualidade, e análise, que significa a divisão do todo em partes, exame de cada parte de um todo, processo filosófico por meio das relações entre os efeitos e as causas, o particular e o geral, o simples e o composto. A esquizoanálise também se preocupa com os sujeitos, os grupos e as instituições, na sua composição com o mundo. A Esquizoanálise é uma teoria/prática que surgiu do encontro entre o filósofo Gilles Deleuze e o psicanalista Félix Guattari pós o movimento revolucionário “Maio de 68” na França. A primeira grande produção dessa parceria foi o livro “O Antí-Édipo” (1972) e entre as ideias centrais da obra está à crítica ao reducionismo psicanalítico ao aprisionar sempre as produções do inconsciente ao drama edípico.
A clínica na perspectiva “Esquizo” é umprocesso de análise dos modos de subjetivação de sujeitos e grupos em suas relações com instituições e o mundo. Uma clínica construtivista que tenciona as explorações sociais e afetivas operando na ordem das micropolíticas ao questionar nossas próprias ações, desconstruindo modelos de representação e ativando a potência revolucionária do desejo.
 Psicologia positiva- é um movimento recente dentro da Psicologia que visa fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem "uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas".
Embora as pessoas venham discutindo a questão da felicidade humana pelo menos desde a Grécia Antiga, a psicologia tem sido criticada por seu direcionamento preponderantemente voltado às questões de doença mental, em vez da "sanidade" mental. Vários psicólogos humanistas tais como Abraham Maslow, Carl Rogers, Erich Fromm e Carl Jung, desenvolveram teorias e práticas bem-sucedidas que envolvem a felicidade humana, a despeito da falta de evidência empírica sólida ao tempo em que desenvolveram seus trabalhos. Seus sucessores não deram sequência à obra, enfatizando a fenomenologia e histórias de casos individuais. 
Aula 13- Desenvolvimento da psicologia no Brasil
Conceitos:
Conselho Federal de Psicologia: o Conselho Federal de Psicologia do Brasil é uma autarquia brasileira de direito público, com o objetivo de orientar, fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos princípios éticos e contribuir para o desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão. Foi constituída pela lei 5.766, de 20 de dezembro de 1971.
Código de ética profissional: os Códigos de Ética profissionais têm como objetivo dirigir e fiscalizar o exercício da respectiva profissão, estabelecendo normas de conduta que o profissional deve observar no desempenho de suas atividades e em suas relações com seus clientes e todas as demais pessoas com quem possa ter contato. Qualquer desvio de conduta pode ser apurado por meio de processo disciplinar.
Aula 14- Seminário sobre a Psicologia no Brasil I
Aula 15- Seminário sobre a Psicologia no Brasil II

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