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02/09/2019 1 Daniela da Costa Maia de Andrade METODOLOGIA Estudo realizado com base em levantamento bibliográfico, baseado em pesquisas realizada em livros e artigos científicos. INTRODUÇÃO Caracterizada pela inclinação lateral da cabeça para o ombro homolateral e pela torção do pescoço e rotação do queixo para o lado contralateral. O torcicolo muscular congênito é a deformidade do pescoço envolvendo primariamente um encurtamento do músculo esternocleidomastóideo que é detectada ao nascimento ou logo após o nascimento (BARROSO et al, 2009) http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://fisiovirtual.files.wordpress.com/2011/02/yyy.jpg&imgrefurl=http://fisiovirtual.wordpress.com/2011/02/06/torcicolo- congenito/&h=566&w=842&sz=93&tbnid=2jtZEqNtpm2HKM:&tbnh=81&tbnw=120&prev=/search%3Fq%3Dtorcicolo%2Bcongenito%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=torcicolo+c ongenito&usg=__bLMPyplHttlS1RbhImh_sxf-VRI=&docid=9seEEH9kKjMmgM&sa=X&ei=z7WbUeabHY-I9QSz1ICwDA&ved=0CDAQ9QEwAQ&dur=594 Um nódulo pode estar presente na porção média do músculo esternocleidomastóideo em aproximadamente 20% dos pacientes. (SBRAGIA et al, 2008) A posição do pescoço pode levar a uma plagiocefalia postural e, com o crescimento esquelético, a outras dismorfias craniofaciais. (BARROSO et al, 2009) Nódulo no ECOM Normal X Plagiocefalia (SHEPHERD, 2002) http://www.entrecoisas.com.br/2012/01/plagiocefalia- deformidade-que-atinge-os.html 02/09/2019 2 ETIOLOGIA As hipóteses relativas à etiologia da condição se relacionam ao tocotraumatismo cervical, à isquemia arterial com hipofluxo sanguíneo para o esternocleidomastóideo, à obstrução venosa do esternocleidomastóideo, ao mal posicionamento intrauterino e à hereditariedade. (SBRAGIA et al, 2008) DIAGNÓSTICO O diagnóstico de TC é feito clinicamente. A orelha é puxada para baixo, em direção à clavícula, no lado ipsilateral, e a face é inclinada superiormente para o lado contralateral. Pode-se palpar uma massa firme ou um espessamento fibroso dentro do músculo. Recentemente, tem-se usado a ultra- sonografia para demonstrar a lesão fibrótica muscular. (BIJOS, et. al. 2008) PROGNÓSTICO A postura da cabeça lateralizada e rodada, se persistente, vai caracterizar um atraso no desenvolvimento motor normal. O desenvolvimento motor normal é crânio-caudal, e com essa postura a criança não vai conseguir ter controle de cabeça e conseqüentemente vai ter dificuldades para todas as outras aquisições. (GASSEN et al, 2010) TRATAMENTO Avaliação ▪ O fisioterapeuta observa o aspecto geral da criança, especialmente a posição de sua cabeça em relação ao tronco e aos membros. ▪ Deve constar história clínica exaustiva, com particular ênfase para a existência de história de parto traumático ou de apresentação pélvica, e um exame físico completo com especial atenção para a palpação do esternocleidomastóideo e para o arco do movimento da cabeça e do pescoço. (BARROSO et al, 2009) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/orto trauma_2008_jan.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/orto trauma_2008_jan.pdf Justificativa do tratamento ▪ Com o tratamento fisioterapêutico, 90 a 95% das crianças melhoram antes do primeiro ano de vida e 97% dos pacientes melhoram se o tratamento for iniciado antes dos primeiros seis meses. Quando o tratamento fisioterapêutico é tardio, os pacientes podem apresentar complicações como escolioses cervicais e/ou torácicas compensatórias e dores crônicas. (Pagnossim et.al., 2008) 02/09/2019 3 ▪ Uma vez feito o diagnóstico e iniciado programa fisioterapêutico, existe a necessidade de complementar o tratamento com cuidados domiciliares, pois a realização diária e constante dos exercícios melhora o TC. Os pais devem ser orientados e encorajados a participar, realizando os exercícios propostos, e a quantidade de sessões pode influenciar o tempo de resolução da doença. Assim, o tratamento intensivo pode ter melhor resolução e durar menos tempo. (Pagnossim et.al., 2008) OBJETIVOS E CONDUTAS DA FISIOTERAPIA Aumentar arco de movimento para região cervical. (SOUZA, 2011) ▪ Alongamentos Os alongamentos são realizados, manualmente, em flexão, extensão, bem como inclinações laterais e rotações. O terapeuta realiza 3 séries de 15 repetições, mantendo o alongamento por 1 segundo, com uma pausa de 15 segundos entre cada repetição. Durante os alongamentos pode ser ouvido um estalo; esta sensação é causada pela tensão criada no ECOM e pode ser criada por uma equimose local. (MEDEIROS et.al., 2011) (SHEPHERD, 2002) Justificativa: ▪ O alongamento é uma manobra terapêutica utilizada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles por promover aumento do comprimento das estruturas que tiveram encurtamento adaptativo podendo ser definido também como técnica utilizada para aumentar a extensibilidade musculotendínea e do tecido conjuntivo periarticular, contribuindo para aumentar a flexibilidade articular, isto é, aumentar a amplitude de movimento (ADM). ( Kisner C, 2005 ) Incentivar mobilização ativa da cervical. (SOUZA, 2011) ▪ É importante intensificar o tratamento com estímulos visuais e sonoros, procurando favorecer a movimentação ativa do pescoço de forma lúdica. (SBRAGIA et al, 2008) http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2009/05/bolas- suicas-e-fisioterapia-pediatrica.html Justificativa: ▪ Movimentos ativos e voluntários em alinhamento biomecânico são estimulados, favorecendo a ação muscular em comprimento normal. (FERREIRA et al, 2006) 02/09/2019 4 Otimizar o desenvolvimento da criança (mesmo não havendo atraso nas etapas). (SOUZA, 2011) ▪ O desenvolvimento motor é um aspecto do processo de desenvolvimento psicomotor global e toma um papel preponderante na aquisição de comportamentos em outros domínios, designadamente perceptivo, sócio-emocional e cognitivo. (MARTINS et al, 2012) http://falandoemsaude.wordpress.com/ http://falandoemsaude.wordpress.com/ http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e- saude/2012/04/30/interna_ciencia_saude,300216/pesquisa-valida-teste- canadense-que-mede-o-desenvolvimento-de-criancas.shtml Justificativa: ▪ Técnicas de facilitação para melhorar a mobilidade e a estabilidade postural antigravitacional permitem que as tarefas motoras sejam executadas com o mínimo de compensações e maior eficiência. (FERREIRA et al, 2006) Orientar família a adotar técnicas de manuseio e posicionamento que favoreçam o alongamento do ECOM. (SOUZA, 2011) ▪ Solicitar aos pais observarem e corrigirem o posicionamento da cabeça da criança durante o sono, o transporte e a amamentação, de modo a favorecer o alongamento passivo do músculo contraturado, e também intensificar o tratamento com estímulos visuais e sonoros procurando de forma lúdica favorecer a movimentação ativa do pescoço. (MONTANHA et.al., 2006) TRATAMENTO CIRÚRGICO O tratamento cirúrgico fica reservado aos pacientes: Com maior faixa etária; Músculo tenso com banda de constrição; Inclinação persistente da cabeça + déficit de rotação + inclinação lateral passiva maior que 15º; Não apresentaram qualquer melhora nos últimos seis meses de alongamento manual. (AVANZI,et.al. 2009) 02/09/2019 5 O tratamento de reabilitação é, não só importante como primeira abordagem terapêutica, como também como tratamento pós cirúrgico. O esquema de reabilitação pós-cirúrgico pode incluir tracção cervical suave, o uso de ortóteses, mobilização activa assistida, exercícios de reeducação postural e facial, entre outros. (LOPES et.al., 2009) CONCLUSÃO É possível percebera importância do diagnóstico e tratamento precoce do torcicolo congênito, como também a participação dos pais em todo o processo terapêutico, mostrando que o tratamento de reabilitação é eficaz mesmo em torcicolos congênitos com tumefacção e limitações importantes da mobilidade cervical. O tema abordado apresenta poucos estudos, o que implica a escassa disponibilidade de referências bibliográficas. Referências Bibliográficas Pagnossim et.al., Torcicolo congênito: avaliação de dois tratamentos fisioterapêuticos, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v26n3/08.pdf> Medeiros et.al., Perfil do desenvolvimento motor do prematuro atendido pela Fisioterapia, 2009. Disponível em <http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2009/v7n6/a003.pdf> http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2512/4/T_18343.pdf Ferreira et.al., Abordagens Fisioterapeuticas em crianças com Paralisia Cerebral, 2006. Disponível em <http://biblioteca.claretiano.edu.br/phl8/pdf/20003351.pdf Almeida G et.al., Desenvolvimento motor e percepção de competência motora na infância, 2012. Disponível em < https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/5159> http://fisineurofuncional.blogspot.com.br/2010/11/torcicolo-congenito.html Bijos, P. et. al., Tratamento do Torcicolo Congenito. Orto e Trauma, Discussões e Complicações. Rio de Janeiro, 2008 Lopes I. et.al., Torcicolo Muscular Congénito, 2009. Disponível em http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0871-34132009000100002&script=sci_arttext Souza, A. Abordagem Fisioterapeutica no Toricocolo Congênito. Disponível em: <http://professoralexandrefisio.blogspot.com.br/2011/10/abordagem-fisioterapeutica-no-torcicolo.html > Avanti, O. et. al., Avaliação estética e funcional do tratamento cirúrgico do torcicolo congênito com a técnica de liberação distal do músculo esternocleidomastoideo, 2009. Disponível em : < http://www.scielo.br/pdf/coluna/v8n3/04.pdf>