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Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 1 Custo de Capital: Estudamos, nas últimas aulas, os principais conceitos envolvidos na decisão de investimento de longo prazo e sua importância estratégica para o sucesso de um projeto. Foram discutidos os critérios fundamentais de avaliação de projetos, como payback, payback descontado, valor presente líquido, taxa interna de retorno e índice de lucratividade, e suas implicações para o valor da empresa. O custo de capital foi tratado até então, como uma variável conhecida. Agora vamos estudar os principais conceitos e teorias de custo de capital e aprender como calcular o custo médio ponderado de capital, que é considerado como o padrão financeiro para avaliação de projetos de investimento das empresas que buscam maximizar o seu valor. Para o administrador é fundamental compreender o custo de capital, sobretudo para melhor avaliar as propostas de investimento de longo prazo. O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação. É um conceito financeiro extremamente importante, e funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado. De acordo com Gitman, é o número mágico usado para decidir se um investimento permitirá aumentar ou reduzir o preço da ação. O custo de capital é um conceito dinâmico, afetado por uma variedade de fatores econômicos gerais e específicos à empresa. O sucesso de uma empresa depende muito do custo em que ela incorre para financiar seus projetos. A taxa de retorno exigida pelos acionistas, no caso de capital próprio, ou pelos intermediários financeiros, no caso de capital de terceiros, determina o custo médio ponderado de capital. Essa taxa é calculada considerando as necessidades futuras de capital, suas fontes de financiamento, seus custos específicos e é considerada como custo da empresa. Ou seja, o custo de capital da empresa é determinado em função das expectativas de custo das diversas fontes de financiamento de longo prazo. A capacidade que uma empresa de obter custo de capital a uma taxa menor que a de uma concorrente pode dar-lhe vantagem competitiva. Suponham, por exemplo, que a Empresa A tenha um custo médio ponderado de capital de 19% a.a. e a Empresa B, de 15% a.a. É evidente que a Empresa B poderá aprovar uma séria de projetos cujas rentabilidades estejam entre 15% e 19% a.a., que a Empresa A terá descartado. No Brasil, o custo de capital é elevado em relação aos países desenvolvidos e mesmo em relação a outros países emergentes, tornando nossas empresas menos competitivas no mercado internacional. Evidenciaremos e discutiremos isso mais a frente. CAPITAL Capital é o total de recursos próprios ou de terceiros, que financiam as necessidades de longo prazo da empresa. CUSTO DE CAPITAL Custo de capital, k, é a taxa mínima de retorno que se exige para aprovar propostas de investimento de capital sem diminuir o valor da empresa. Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 2 O custo de capital é calculado sempre considerando as fontes de financiamento de longo prazo após o imposto de renda. Dessa forma, o cálculo do custo de capital requer informações específicas de cada empresa e de cada projeto, muitas vezes, pois considerações tributárias são relevantes. O custo de capital pode também ser entendido como a remuneração a ser feita aos emprestadores e acionistas por disponibilizarem recursos financeiros para a empresa. De natureza distinta, os emprestadores colocam seus recursos com a expectativa de tê-los de volta num determinado momento futuro, ao passo que os acionistas aplicam seus recursos por um tempo indeterminado, ambos têm avaliação de riscos e retornos distintos. A equação abaixo evidencia os principais elementos que determinam o cálculo do custo de capital, podendo-se ver que no numerador temos as remunerações de capital e no denominador, os capitais. O custo de capital, a menos que traga alguma orientação específica diferente, é calculado em bases anuais. k = j + d ct cp onde k – custo de capital j – juros d – dividendos ct – capital de terceiros de longo prazo cp – capital próprio O investidor analisa o custo de capital como uma taxa de retorno exigida em seus projetos de investimento, tanto para remunerar um custo de oportunidade quanto para premiar um risco percebido. Para a empresa, é um padrão financeiro. Nas decisões de orçamento de capital, custo de capital, k, é a taxa de retorno que a empresa exige em seus investimentos para manter o valor de suas ações inalterado. Se a empresa subestimar o custo de capital, poderá decepcionar seus acionistas. Se o custo de capital for superavaliado, bons projetos serão abandonados. Qual o custo de capital deve ser considerado nas decisões de investimento da empresa? É o custo médio ponderado de capital, CMPC, porque ao usar o custo médio ponderado de capital a empresa estará valendo-se de princípio robusto de buscar o equilíbrio entre endividamento e capital próprio. Se usar apenas capital próprio, a empresa estará incorrendo em um custo de capital elevado. Se utilizar só capital de terceiros, com o tempo, estará com excesso de endividamento, incorrendo em alto risco de dificuldades financeiras e falta de acesso a linhas de crédito. Especialistas afirmam que taxas de retorno de 12% ao ano, em países desenvolvidos, são boas. Para projetos em países de maior risco, como o Brasil, por exemplo, sugerem a utilização de taxas superiores a 15% ao ano. RISCO A teoria do custo de capital fundamenta-se nos conceitos de risco e retorno e, para isso, procura separar os efeitos que a exposição ao risco provoca sobre a taxa de retorno exigida pelos investidores e pelas instituições financeiras em duas categorias – risco de negócio e risco financeiro. Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 3 Risco de negócio (ou econômico) é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para cobrir seus gastos operacionais. É o risco que está ligado aos aspectos operacionais da empresa, tais como receitas, custos, despesas, investimentos. Risco financeiro é o risco que a empresa corre por utilizar capital de terceiros. É o resultado direto da decisão de financiamento da empresa, ou seja, se a empresa se endividar muito, incorrerá em grandes montantes de juros a pagar e amortizações de empréstimos. Do ponto de vista econômico, é o risco de n ao gerar lucro antes de juros e impostos (LAJIR) suficiente para pagar juros e o principal. Quanto ao risco financeiro, a empresa pode tomar três posições distintas: a) Conservadora – quando não assume grande endividamento b) Agressiva – quando assume grande endividamento c) Intermediária – quando assume posição de médio endividamento CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS Custo de capital de terceiros, ki, é o custo de tomar recursos emprestados, após o imposto de renda. Os juros pagos nos empréstimos que a empresa toma são dedutíveis para efeito da tributação da empresa, ao contrário dos outros tipos de financiamento. Dessa forma, o custo real do empréstimo é menor do que o custo aparente, pois o governo paga parte desse empréstimo na forma de redução do imposto de renda a pagar da empresa. Se uma empresa toma um empréstimo à taxa de 20% e sua alíquota de IR total é de 35%, o custo real desse empréstimo é de: (1 – 0,35) x 20% = 13% Assim, o custo real de endividamento pode ser descrito pela seguinte fórmula: Ki = kd (1 - IR) onde kd é a taxa de juros do endividamento, e IR é a alíquota do Imposto de Renda aplicável.É claro que empresas que estão com prejuízo não pagam imposto de renda, e portanto, também não podem usufruir os benefícios descritos acima. Para essas empresas, a redução no custo de endividamento é zero. Observe que para efeito das decisões de investimento, apenas o custo marginal de capital que é relevante, pois os novos projetos serão financiados com o capital mais recente. A taxa paga nos financiamentos já existentes são custos passados, e portanto, irrelevantes para esse efeito. Assim, o custo de endividamento a que nos referimos é o custo dos novos endividamentos da empresa, e são esses os que serão utilizados para o cálculo do custo médio de capital. CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO Custo de capital próprio, ks, é o retorno mínimo que os acionistas exigem por sua participação no financiamento permanente da empresa. Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 4 O capital próprio, de forma geral, existe para financiar as necessidades da empresa por longo prazo ou indefinidamente. Por essa característica, cabe aos proprietários o risco principal do negócio, e, naturalmente, o prêmio maior, representado pela maior remuneração. A legislação prevê que em caso de insolvência da empresa, os donos do capital serão os últimos a serem pagos, ou seja, os acionistas estão numa posição residual, só receberão seu capital após o pagamento de todas as dívidas com terceiros. A participação do capital próprio no financiamento permanente da empresa ocorre por meio da propriedade de ações ordinárias ou preferenciais. Essa fonte de financiamento duradoura é fator fundamental para seu crescimento sustentável, para sua saúde econômico-financeira e para a obtenção de crédito no mercado financeiro. Como acontece com todos os fatores de produção, o capital próprio da empresa também precisa ser remunerado. A lógica por trás da necessidade do retorno do capital próprio é a existência de um custo de oportunidade do dinheiro. Ou seja, caso o dinheiro do acionista não estivesse sendo empregado na empresa, ele poderia ser remunerado numa outra aplicação qualquer, de relação risco x retorno igual, ou melhor. Compõem o custo de capital próprio, o custo de capital da ação ordinária e a ação preferencial. CUSTO DE CAPITAL DA AÇÃO PREFERENCIAL Custo de capital da ação preferencial, kp, é o custo a ser pago aos acionistas das ações preferenciais, por financiarem permanentemente a empresa. É o quociente entre o dividendo da ação e o recebimento líquido com a venda pela empresa. As ações preferenciais tendem a ter um custo menor que o das ações ordinárias, devido ao fato de que elas são menos arriscadas que aquelas quanto ao recebimento dos dividendos. onde: kp = custo de capital da ação preferencial Dp = dividendo da ação preferencial pp = preço da ação preferencial F = custos de lançamento da ação preferencial Exemplo: Se uma empresa pudesse emitir ações preferenciais pagando um dividendo anual de R$ 10,00, vendendo-as a R$ 55,00 cada, e pagasse R$ 3,00 por ação para emiti-las, o custo de ações preferenciais seria: FPDK PPP / Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 5 CUSTO DE CAPITAL DA AÇÃO ORDINÁRIA Custo de capital da ação ordinária, ko, é o custo a ser pago aos acionistas das ações ordinárias, por financiarem permanentemente a empresa. Abordagens principais para se calcular o custo de capital das ações ordinárias - abordagem do crescimento dos dividendos e CAPM. ABORDAGEM DO CRESCIMENTO DOS DIVIDENDOS É uma das formas mais simples de avaliar o custo de capital próprio, pois considera o preço da ação, o fluxo normal de dividendos e a taxa de crescimento desses dividendos. A fórmula de cálculo, de acordo com essa abordagem, é a seguinte: ko = D1 + g P0 onde: ko = custo de capital da ação ordinária P0 = preço atual da ação D1 = dividendo esperado no ano 1 g = taxa de crescimento esperada dos dividendos O preço da ação, P0, é observado diretamente. Os dividendos a serem pagos no próximo exercício, D1, e nos demais são projetados, permitindo-se o cálculo da taxa de crescimento constante dos dividendos, g. Então, poderemos encontrar o custo de capital da ação ordinária, ko. A vantagem desse modelo é a facilidade nos cálculos. Como desvantagens, temos: Só se aplica a sociedades anônimas, e mesmo assim, àquelas que possuem tradição em pagar dividendos. Desconsidera os efeitos de diferentes períodos de tempo, o que pode alterar totalmente o cálculo do custo. Desconsidera o risco associado à taxa esperada de dividendos. Desconsidera a política de dividendos da empresa. Exemplo: A Petit Ange Empreendimentos distribuiu dividendos de R$ 1,67 neste ano. A cotação atual de suas ações ordinárias é de R$ 11,39 e os dividendos pagos nos últimos seis anos e suas taxas são apresentados abaixo: Anos Dividendos pagos Crescimento Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 6 0 1,67 - 1 1,82 8,98% 2 1,91 4,95% 3 2,07 8,38% 4 2,27 9,66% 5 2,36 4,14% Taxa crescimento dividendos, g +7,22% CAPITAL ASSET PRICING MODEL - CAPM Desde o início dos anos 60, uma das preocupações dos administradores financeiros tem sido a relação risco versus retorno. A teoria do Capital Asset Pricing Model – CAPM – foi desenvolvida para explicar o comportamento dos preços dos ativos e proporcionar um mecanismo que possibilitasse aos investidores avaliar o impacto do risco sobre o retorno de um ativo. O CAPM pode ser traduzido por modelo de precificação de ativos financeiros. É bastante utilizado nas várias operações de mercado de capitais, bem como no processo de avaliação de tomada de decisões em condições de risco. O CAPM permite, igualmente, estimar a taxa de retorno exigida pelos investidores, ou seja, a taxa mínima de atratividade para o capital próprio. HIPÓTESES DO CAPM Como em todos os modelos financeiros, formulam-se algumas hipóteses para o desenvolvimento do CAPM. Supõe-se um mercado bem informado, atingindo igualmente todos os investidores. Não há impostos, taxas ou quaisquer outras restrições para os investimentos no mercado. Todos os investidores têm a mesma percepção quanto ao desempenho dos ativos, constituindo carteiras eficientes a partir de idênticas expectativas. Existe uma taxa de juros de mercado definida como livre de risco. A partir dessas hipóteses, chegou-se a várias conclusões a respeito do processo de avaliação de ativos. É importante notar que essas hipóteses não são restritivas e visam essencialmente descrever melhor um modelo financeiro, demonstrando seu significado e suas aplicações práticas. Mesmo que não sejam constatadas na realidade de mercado, as hipóteses formuladas não são assim tão rígidas a ponto de invalidar o modelo. O MODELO CAPM Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 7 O modelo CAPM considera que um título deve receber uma remuneração – prêmio – composta de prêmio por espera e prêmio por risco. onde: ki = prêmio pago pelo ativo i; Rf = prêmio de espera ou prêmio pago a um ativo livre de risco – Risk Free; ßi = medida de risco do ativo i em relação a uma carteira de mercado, chamada de beta; Rm = prêmio pago a uma carteira de mercado. PRÊMIO DE ESPERA O prêmio de espera é um prêmio que se recebe quando se aplica em um investimento sem risco, como a poupança, por exemplo. Esse prêmio é pago para que o investidor, ao invés de gastar o dinheiro agora, espere um pouco e gaste mais tarde, sendo premiado com uma remuneração. Se o banco não remunerasse a poupança, mesmo sabendo que esse investimento não corre risco, você acharia justo deixar o seu dinheiro aplicado? Provavelmente não. PRÊMIO DERISCO O outro prêmio que um título precisa pagar para que os investidores estejam dispostos a aplicar nesse título é o prêmio de risco. A bolsa de valores negocia os títulos das empresas. Esses títulos, historicamente, têm remuneração melhor do que a poupança. Essa remuneração maior ocorre porque apesar de, em média, os retornos serem maiores, eles variam muito mais, e risco, como já vimos anteriormente, significa maior variação dos retornos. Prêmio de risco é a diferença entre a taxa de juros de uma aplicação sem risco e uma aplicação de risco. O conceito básico é que para investir em alguma aplicação de maior risco, o investidor deve receber um prêmio por isso. Esse prêmio vem na forma de uma melhor remuneração que compense esse risco. Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 8 Após o estudo da teoria de diversificação, podemos estudar a segunda parte do CAPM – o prêmio de risco – e entender que somente a parte do risco que não é diversificável recebe uma remuneração extra. BETA O Beta mede a variação do ativo em relação a uma carteira de mercado – carteira perfeitamente diversificada, que não corre risco específico. Essa medida de risco é feita de forma relativa – um título individual em relação a uma carteira de mercado –, já que esse índice expressa apenas o risco sistemático, que é o risco relevante para o pagamento de prêmio de risco. O modelo CAPM exprime o risco sistemático de um ativo pelo seu coeficiente beta. Por definição, o Beta da carteira de mercado é igual a 1. Portanto, para títulos que tenham... Beta igual a 1... A ação se movimenta exatamente igual à carteira de mercado em termos de retorno esperado, ou seja, o risco da ação é igual ao risco sistemático do mercado como um todo e o prêmio de risco pago por ela também será o mesmo. Beta maior que 1... A ação reflete um risco sistemático mais alto que a carteira de mercado, sendo, por isso, considerada um investimento agressivo. Por exemplo, uma ação com b = 1,5 paga um prêmio de risco 50% maior que a carteira de mercado – que tem b = 1. Beta inferior a 1... A ação é caracteristicamente defensiva, com um risco sistemático menor que o da carteira de mercado. Por exemplo, uma ação com b = 0,9 paga um prêmio de risco de 90% – ou 10% menor – do que o prêmio de risco de mercado. As vantagens desse modelo são: Leva em conta o risco de mercado; É facilmente aplicável a todas as empresas que negociam ações em bolsas; Pode ser adotado por empresas que não negociam em bolsas, por analogia. Como desvantagens, temos: Nem todas as empresas têm ações negociadas em bolsa; O passado nem sempre é adequado para prever os futuros prêmios por risco; Baixa relação histórica entre os retornos das ações e seus betas; Dificuldades em estabelecer as variáveis, como prêmios e o beta. Exemplo: Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 9 A Petit Ange Empreendimentos tem um beta de 1,30. O retorno do mercado é de 20% e a taxa livre de risco (ou prêmio por espera) é de 16%. Qual é o custo da ação ordinária? CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL – CMPC OU WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL - WAAC Custo médio ponderado de capital, km, é o custo de capital calculado pela ponderação da participação das fontes específicas de capital de longo prazo, pelos seus respectivos custos de capital, e que é tomado como padrão financeiro na avaliação de seus projetos. A administração da empresa busca maximizar a riqueza dos acionistas. A busca de um custo médio ponderado de capital, no entanto, é um exercício complexo, tanto teórico como prático, pois se deve remunerar mais o acionista e menos o emprestador, e isto nem sempre é possível. O cálculo do custo médio ponderado de capital é feito obtendo-se a participação percentual, na estrutura de capital, de cada uma das fontes específicas de financiamento, multiplicando-as pelo seu custo de capital depois do imposto de renda e somando seus produtos. Para calcularmos o custo médio ponderado do capital de uma empresa, temos a seguinte fórmula: Onde... km = Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC ki = custo de capital de terceiros kp = custo de capital de ações preferenciais ko custo de capital de ações ordinárias wi = % de capital de terceiros wp = % de ações preferenciais wo= % de ações ordinárias Exemplo Suponha-se que o valor de mercado das dívidas da Petit Ange seja de R$ 40 milhões, que o valor de mercado das ações preferenciais seja de R$ 10 milhões e que o valor de mercado das ações ordinárias seja de R$ 50 milhões. Calcule o CMPC, com base nos custos de capital calculados anteriormente (ki, kp e ko). okwkwkwkm oppii Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 10 Exercícios de Fixação 01. Se uma empresa toma um empréstimo à taxa de 23% a.a. sua alíquota de IR é de 35%, calcule o custo de capital desse financiamento. 02. O preço da ação preferencial é de R$ 25,00. Calcule o custo de capital dessa ação preferencial considerando o dividendo anual constante e igual a R$ 3,50. 03. Nesse ano, a ação ordinária pagou o dividendo de R$ 5,50 por ação. Considerando que a ação está sendo negociada a R$ 62,00 e se espera que os dividendos aumentem 5% por ano, calcule o custo de capital dessa ação ordinária. 04. Com as estimativas da taxa de retorno do ativo livre de risco igual a 5,80% ao ano, a taxa de retorno da carteira de mercado igual a 10,20% ao ano e o beta da ação ordinária da empresa igual a 1,12, calcule o custo de capital da ação ordinária da empresa. 05. A valor de mercado, o capital da empresa é formado de R$ 2.400.000,00 em ações ordinárias e R$ 1.600.000,00 em financiamentos de longo prazo. Considerando que os custos das ações ordinárias e dos financiamentos são, respectivamente, 14% e 10% ao ano, calcule o custo médio ponderado de capital considerando a alíquota do imposto de 35%. 06. Suponha que o capital de uma empresa seja formado de 80% em ações ordinárias com custo de capital de 14% e 20% de financiamento de longo prazo com custo de capital de 9%. Com a alíquota de IR de 35%, calcule o custo médio ponderado de capital da empresa. 07. Agora suponha que o capital da empresa seja formado por 20% de ações ordinárias e 80% de dívidas, qual o custo médio ponderado de capital, considerando os demais dados do problema anterior? 08. Uma fábrica de pães de queijo tem dívidas no valor de R$ 1.200.000,00. O patrimônio dos sócios dessa fábrica é R$ 1.800.000,00. A taxa de juros (Kd) que a empresa paga é 9% por ano. A taxa de remuneração dos sócios (Ks) é 14%. Não existe incidência de impostos. Qual o CMPC dessa fábrica? 09. A produtora de vídeos do Super Homem tem 1.000 ações emitidas no valor de R$ 2,00 cada. As dívidas dessa produtora montam a R$ 3.000,00, sobre a qual ela paga uma taxa de juros de 12% ao ano. O risco beta das ações da editora é 1,2. O esperado retorno do mercado é 20%. A taxa RF é 14%. A alíquota do IR é 22%. Qual é o CMPC dessa produtora? 10. Uma empresa de consultoria quer levantar recursos junto aos bancos comerciais, pagando uma taxa de juros real efetiva de 18% ao ano. A dívida dessa empresa é R$ 20.000,00. O capital de sócios investido na empresa é R$ 10.000,00. O risco beta das ações da empresa é 1,6. O esperado retorno do mercado é 22%. A taxa RF é 15%. A alíquota do IR é de 24%. Essa empresa apresenta uma taxa de retorno de suas operações de 16%. Qual o custo médio ponderado de capital dessa empresa? Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 11 EXERCITANDO UM POUCO MAIS... Para que possamos analisar uma empresa, é preciso que tenhamos em mãos dados sobre seu desempenhono mercado. Saber com que freqüência é negociada e qual é o volume dessa negociação são pontos básicos. No entanto, há uma medida muito importante que determina a sensibilidade das ações de uma empresa em relação ao índice a que estão atreladas – no caso do Brasil, o Ibovespa, conhecido como beta, simbolizado pela letra grega beta. Nessa atividade, nosso foco será o desempenho das empresas brasileiras. Logo, nosso material de trabalho será as ações dessas empresas. Para desenvolver esta atividade... - leia o texto Índice beta, disponível abaixo; - veja a tabela Beta das ações, disponível no final do texto; - considerando as informações disponibilizadas, avalie o comportamento das ações da Vale do Rio Doce, Eletropaulo e Telemar no mercado; - elabore um texto, justificando, a partir do índice beta, a avaliação que você fez. ÍNDICE BETA Para que você conclua uma análise de determinada empresa é preciso ter em mãos dados sobre seu desempenho no mercado. Saber com que freqüência é negociada e qual é o volume dessa negociação são pontos básicos. No entanto, há uma medida muito importante que determina a sensibilidade das ações de uma empresa em relação ao índice a que estão atreladas. O índice, no caso do Brasil, é o Ibovespa. E essa medida é conhecida como beta, simbolizado pela letra grega beta. Matematicamente, o b pode ser obtido através da regressão linear dos retornos do ativo versus o retorno do mercado. Na prática, o beta é um indicador que mede a sensibilidade de uma ação em relação ao comportamento do mercado. Este índice é dado por uma relação estatística dentro do modelo de precificação de ativos desenvolvido nas décadas de 50 e 60. Ele mostra que cada ação tem um comportamento próprio dentro do mercado, explica Aloisio Lemos, Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 12 analista da consultoria Lopes Filho e Associados. De acordo com o analista, o beta diferencia o prêmio de risco de cada ação. Normalmente, efetua-se a regressão dos retornos mensais num período de 60 meses, ou seja, reúnem-se 60 pares de dados mensais sobre o comportamento da ação e o do índice. De acordo com Aloísio Lemos, para o cálculo estatístico não é válido considerar o curto prazo. O analista destaca, no entanto, que o indicador não deve ser a única medida a ser acompanhada pelo investidor, dada a falta de liquidez do mercado, que possibilita desvios no cálculo. A função básica do beta é ser um indicador de riscos. O beta pode ser classificado como agressivo – quando é maior que 1; neutro – igual a 1 – e defensivo – menor que 1. Dessa forma, o investidor pode ter uma noção de qual será a tendência de comportamento do investimento. Para que você entenda melhor como o beta funciona, veja o exemplo... Se uma ação comporta-se exatamente como o Ibovespa, dizemos que ela tem beta=1. Se a ação variar mais que o Ibovespa, mas no mesmo sentido, ela terá beta>1 – beta maior do que um. Se variar menos, mantendo o mesmo sentido, o beta será menor do que um – beta < 1. Uma ação com beta muito maior do que 1, por exemplo, tende a subir mais que o Ibovespa quando este está em alta. Em compensação, tende a cair mais quando há baixa na bolsa. Supondo que as ações das empresas do quadro acima sejam negociadas na Bovespa e, portanto, estejam atreladas ao Ibovespa. A empresa A pode ser classificada como um investimento agressivo, pois o valor de sua ação pode oscilar, em média, 50% a mais que o Ibovespa. Nesse caso, o investidor pode obter ganhos altíssimos, entretanto seu risco cresce na mesma proporção. Já a empresa B, pode ser classificada como beta neutro, ou seja, ela não foge muito do resultado apresentado pelo índice e vai estar sempre seguindo mais ou menos o Graduação em Administração Disciplina: Administração Financeira Profa.: Fabiana Witt 13 Ibovespa. E a C é considerada um investimento de perfil mais defensivo, pois a probabilidade de o papel ter grandes oscilações é pequena. Vale lembrar que o beta é utilizado como parâmetro para qualquer índice, não só o Ibovespa. Basta que para isso, as ações da empresa estejam sendo negociadas por esse índice. Exemplo, nos Estados Unidos, o índice utilizado seria o Dow Jones ou o Nasdaq – para as ações de tecnologia; na Argentina, o Merval; e no Japão, o Nikkei. Fonte: INVEST Shop. Índice beta. Disponível em: http://www.investshop.com.br/ artigo.asp?artigo=6625&area=MERFAM. Acesso em: 11 ago. 2004, 16:53:12. Utilizar o seguinte formato: INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO