Buscar

Cultura Cervejeira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ATENDIMENTO DIFERENCIADO
Lojas especializadas 
desvendam mistérios das 
cervejas especiais para os 
iniciantes no assunto
INOVAÇÃO
Engenheira química desenvolve 
dispositivo pioneiro na 
detecção de defeitos nas 
cervejas
VIAJANTE CERVEJEIRO • Publicitário paranaense percorre o Brasil atrás de bares onde sejam servidas cervejas de qualidade
CERVEJA EM CASA • Produção caseira é a escolha dos apaixonados que querem uma bebida com um toque pessoal
CULTURA CERVEJEIRA
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
“Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja” 
 Platão
POTENCIAL
Novas cervejarias 
mostram que a Grande 
Florianópolis tem tudo 
para ser o novo polo 
cervejeiro do estado
Cervejas artesanais conquistam 
consumidores através da qualidade e diversidade
Classificando os diferentes estilos de cerveja
The Liffey Brew Pub
Cervejaria Jester
Cervejaria Faixa Preta
Cervejaria Badenia
Cervejaria da Ilha
Cerveja Sambaqui
Cervejaria da Lagoa
Uma expedição em busca da cultura 
cervejeira pelo Brasil
Vida dedicada ao universo cervejeiro
Lojas especializadas fazem ponte entre 
consumidores leigos e a cultura cervejeira
Produção caseira atrai adeptos pela 
liberdade na escolha de estilos
05
06
08
10
12
13
14
16
18
19
22
24
26
Este encarte é um produto acadêmico para a conclusão do 
Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina 
realizado pela aluna Fernanda Luísa Ferretti no primeiro 
semestre de 2014.
Redação: Fernanda Ferretti
Orientação: Professora Valentina Nunes
Diagramação: Ana Carolina Lima Silva
Universidade Federal de Santa Catarina – Curso de Jornalismo 
Junho de 2014.
FO
TO
: V
â
n
ia
 M
aT
TO
zO
FO
TO
: V
â
n
ia
 M
aT
TO
zO
FO
TO
: F
el
ip
e 
M
a
ch
a
d
O
FO
TO
: V
â
n
ia
 M
aT
TO
zO
A cerveja é a bebida alcoólica mais popular do 
Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira 
da Indústria da Cerveja (CervBrasil), cada bra-
sileiro consome 62 litros da bebida por ano em 
média. Existem mais de 1,2 milhão de pontos 
de venda de cerveja no país, com penetração 
em 99% dos lares brasileiros. De acordo com 
o Sistema de Controle de Produção de Bebidas 
da Receita Federal (Sicobe), em 2013, foram 
produzidos 13,46 bilhões de litros de cerveja 
no país. No mês de maio deste ano, a produção 
foi de 1,1 bilhões de litros de cerveja, represen-
tando um crescimento de 1,8% em relação a 
abril e de 16,2% se comparado a maio de 2013.
Todas as cervejarias do país, independente do 
seu porte e quantidade de produção, necessi-
tam de um registro no Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento para distribuir 
seu produto. A fábrica e todas as receitas pro-
duzidas por ela precisam de uma inscrição. Da-
dos do início de 2014 mostram 2.057 rótulos 
de cerveja registrados no Brasil, em Santa Ca-
tarina estão inscritas 326 receitas diferentes da 
bebida. Essa quantidade aumenta constante-
mente por causa do movimento cervejeiro que 
está em crescimento no país.
Números do Sindicato Nacional da Indústria 
da Cerveja (Sindicerv) de 2011 indicam que no 
Brasil existem 170 microcervejarias e mais 30 
cervejarias regionais de médio porte. A maio-
ria das microcervejarias se concentra nas regi-
ões Sudeste e Sul. Dados mais recentes deste 
segmento do mercado de cervejas não foram 
fornecidos pelo sindicato. A Associação das 
Microcervejarias Artesanais de Santa Catarina 
Cervejas artesanais conquistam consumidores através 
da qualidade e diversidade
Surgimento de novos empreendimentos do ramo na Grande Florianópolis 
mostra potencial da região para ser tornar polo cervejeiro em SC
0504
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Cerveja é a bebida alcoólica mais popular do país com penetração em 99% dos lares
(Acasc) possui 12 associadas e estima que ao 
todo sejam 25 cervejarias artesanais no estado. 
Na região da Grande Florianópolis, são cinco 
empresas com fábrica própria e outras duas 
que fazem a produção em parceira com uma 
cervejaria de fors. Além dessas, existe previsão 
para que outros estabelecimentos do ramo se 
instalem na região ainda em 2014.
Uma vantagem que os cervejeiros artesa-
nais de Santa Catarina têm é a Lei Estadual 
nº 14.961/2009. Ela incentiva a produção de 
cerveja e chopes artesanais concedendo às mi-
crocervejarias crédito presumido equivalente 
a até 13% do valor utilizado para cálculo do 
ICMS (Imposto sobre Operações relativas à 
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações 
de Serviços de Transporte Interestadual e In-
termunicipal e de Comunicação) incidente na 
saída de cerveja e chope artesanais, produzidos 
pelo próprio estabelecimento, tributados pela 
alíquota de 25%. A lei considera cerveja artesa-
nal aquela obtida através de um mosto – mistu-
ra do cereal a ser fermentado com água – que 
contenha pelo menos 80% de cereais maltados 
ou extrato de malte.
A primeira microcervejaria da Grande Floria-
nópolis surgiu em 1999. Em 2013 foi quando 
os outros seis empreendimentos do ramo fo-
ram fundados na região. O crescimento ace-
lerado desse mercado nas cidades vizinhas em 
pouco tempo mostra o potencial que a região 
tem para se tornar um polo microcervejeiro no 
estado. Confira nas próximas páginas as histó-
rias dessas empresas e das pessoas que estão no 
comando delas.
Classificando os diferentes estilos de cerveja Conheça um pouco mais sobre as características de alguns estilos:
Fermentação de amido presente em cereais, prin-
cipalmente os maltados como a cevada e o trigo, é 
o processo chave da produção de cerveja. Os ingre-
dientes essenciais são água, amido, lúpulo e as leve-
duras. Dependendo do estilo a ser fabricado, tam-
bém são adicionados outros elementos como frutas 
e temperos. O que difere o chope da cerveja é que o 
chope não passa por processo de pasteurização, tor-
nando a sua validade menor. 
O processo de fermentação usado para fabricação da 
bebida divide as cervejas em três grandes famílias:
• Lagers: fabricadas com leveduras que trabalham 
melhor em temperaturas mais baixas. Geralmente 
são cervejas mais leves e com teor alcoólico menor.
• Ales: produzidas com leveduras que funcionam 
melhor com temperaturas mais elevadas. Resultam 
principalmente em cervejas mais marcantes e encor-
padas.
• Lambics: obtidas através de fermentação espontâ-
nea, expondo a bebida a leveduras que estão no am-
biente. Por isso, ficam fermentando em locais com 
pó, teias de aranha, etc., que fornecem o fermento 
natural.
Existem também as chamadas escolas cervejeiras: 
regiões do mundo que produzem suas cervejas den-
tro de determinados critérios e possuem estilos ca-
racterísticos. As quatro principais são: Alemanha, 
Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. No Brasil, a 
produção segue referências de todas essas escolas, 
mas também desenvolve estilos com ingredientes ti-
picamente brasileiros, como açaí e pé de moleque, 
por exemplo.
• Escola Alemã: é a mais tradicional. Possuem a 
Reinheitsgebot (Lei da Pureza Alemã de 1516) que de-
termina que a cerveja não pode conter ingredientes 
além da água, malte, lúpulo e leveduras. A maioria 
dos estilos são lagers, como as Weizen e Pilsen, por 
exemplo.
• Escola Belga: é uma escola com estilos bem varia-
dos, pois costumam adicionar os mais variados in-
gredientes às cervejas, como limão siciliano, coentro 
e cascas de laranja. Na Bélgica é que são produzidas 
as cervejas trapistas, feitas em mosteiros. Também é 
de lá que vem as da família das lambics.
• Escola Inglesa: produzem principalmente as ales, 
com diversas variações dessa família. Também con-
tam com uma boa variedade de cervejas escuras 
comoas Porter e Stout. Os estilos ingleses são tradi-
cionalmente mais amargos e secos.
• Escola Norte-Americana: é a mais recente de to-
das, nasceu com a revolução da cerveja artesanal no 
país durante os anos 1980 e 1990. Possuem um lú-
pulo de qualidade, com sabor mais cítrico. Os estilos 
são bem variados entre as lagers e ales.
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
0706
Estilos Características Exemplos famosos
American Amber Ale
Cerveja norte-americana. Cor âmbar a marrom 
acobreado. Apresenta notas de caramelo e sabor de 
malte moderado a forte.
Bell’s Amber, Firehouse Amber Ale, St. Rogue Red 
Ale.
American Brown Ale
Cerveja norte-americana. Coloração castanha. 
Sabor maltoso e amargor médios a altos, com notas 
de caramelo e chocolate.
Brooklyn Brown Ale, North Coast Acme Brown, 
Smuttynose Old Brown Dog Ale.
American India Pale Ale (IPA)
Cerveja norte-americana. Aroma forte de lúpulo 
cítrico. Sabor cítrico, com notas frutadas e florais. 
Cor entre dourado médio e cobre avermelhado.
Anchor Liberty Ale, Avery IPA, Stone IPA.
American Pale Ale
Cerveja norte-americana. Cor dourado pálido 
a âmbar profundo. Sabor e aroma de lúpulo 
marcantes. 
Stone Pale Ale, Firestone Pale Ale, Sierra Nevada 
Pale Ale.
American Wheat
Cerveja de trigo ou centeio americana. Cor de 
amarelo pálido a dourado. Sabor de grãos sem 
caráter de banana.
Bell’s Oberon, Hefe-Weizen, Anchor Summer Beer.
Blond Ale
Cerveja belga. Cor dourado claro a profundo. Suave 
com dulçor inicial e perceptível no palato.
Leffe Blond, La Trappe Blond, Afliggem Blond.
Cerveja alemã. Cor dourado profundo a marrom 
escuro. Sabor rico e maltoso com presença de 
álcool.
Paulaner Salvator, Ayinger Celebrator, 
Moretti La Rossa.
Doppelbock
Cerveja alemã. Cor cobre profundo a marrom 
escuro. Sabor rico e complexo de malte, 
moderadamente doce.
Paulaner Alt Münchner Dunkel, König Ludwig 
Dunkel, Hofbräu Dunkel.
Munich Dunkel
Cerveja alemã. Cor amarelo médio a ouro claro. 
Sabor levemente doce e maltoso.
Paulaner Premium Lager, Spaten Premium 
Lager, Stoudt’s Premium Lager
Munich Helles
Cerveja norte-americana. Sabor forte e complexo 
de lúpulo, amargor elevado. Cor entre âmbar 
dourado e cobre avermelhado.
Avery Majaraja, Stoudt’s Double IPA, Victory 
Hop Wallop.
Imperial India Pale Ale (IPA)
Cerveja inglesa. Cor entre âmbar dourado e cobre 
claro. Sabor de lúpulo similar ao aroma floral, 
terroso e frutado.
Brooklyn East India Pale Ale, Fuller’s IPA, 
Trafalgar IPA. 
India Pale Ale (IPA)
Cerveja irlandesa. Cor âmbar a cobre avermelhado 
profundo. Sabor e dulçor de malte caramelo.
Kilkenny Irish Beer, O’Hara’s Irish Red Ale, 
Murphy’s Irish Red.
Irish Red Ale
Cerveja alemã. Cor amarelo escuro a vermelho 
alaranjado. Dulçor de malte inicial com final mais 
seco.
Paulaner Oktoberfest, Hofbräu Oktoberfest, 
Spaten Oktoberfest
Märzen
Cerveja inglesa. Cor dourado a cobre profundo. 
Amargor médio com dulçor maltoso caramelado 
forte.
Black Sheep Ale, Old Brewery Pale Ale, 
Whitbread Pale Ale.
Pale Ale
Cerveja criada na República Tcheca. Cor dourado 
claro a profundo. Sabor de malte rico e amargor 
aparente.
Pilsner Urquell, Czech Rebel, Gambrinus 
Pilsner. 
Pilsen/Pilsner
Cerveja da Inglaterra. Cor marrom claro a escuro. 
Sabor de malte torrado com caramelo, nozes e/
ou toffee.
Fuller’s London Porter, Flag Porter, 
Hambleton Nightmare Porter.
Porter
Cerveja alemã. Cor cobre claro a marrom escuro. 
Sabor e aroma defumados, semelhante a bacon e 
madeira. 
Eisenbahn Rauchbier, Schlenkerla Rauchbier 
Märzen, Kaiserdom Rauchbier.
Rauchbier
Cerveja inglesa. Cor de preto a marrom profundo. 
Sabor tostado com amargor de lúpulo. Aroma de 
café e malte torrado.
Guiness Draught Stout, Murphy’s Stout, 
Beamish Stout.
Stout
Cerveja escocesa. Cor cobre claro a castanho 
escuro. Sabor rico em malte, caramelizado, com 
notas de malte torrado.
McEwan’s Scotch Ale, Traquair House Ale, 
Belhaven Wee Heavy. 
Strong Scotch Ale
Cerveja de trigo alemã. Cor amarelo palha a 
dourado escuro. Sabor suave de trigo com notas de 
banana e cravo.
Paulaner Hefe-Weizen, Eisenbahn 
Weizenbier, Erdinger Weissbier. 
Weiss/Weizen
Cerveja de trigo belga. Cor palha a dourado claro. 
Sabor doce agradável com frutado cítrico de 
laranja, refrescante.
Hoegaarden Wit, St. Bernardus Blanche, Celis 
White.
Witbier
FOnTe: direTrizes de esTilO para cerVeja dO Beer Judge CertifiCation Program (Bjcp) – 2008.
As cervejas podem ser divididas em três 
grandes famílias: ales, lagers e lambics
O Passeio Pedra Branca, em Palhoça, foi desenvolvi-
do através do conceito de vizinhança completa, que 
ofereça todos os serviços que os moradores necessi-
tam nos arredores de onde vivem. Um dos estabele-
cimentos criados dentro dessa proposta sustentável 
foi um brewpub, bar que fabrica a sua própria cer-
veja. O The Liffey, localizado na Rua da Universi-
dade e inaugurado em novembro de 2013, não se 
caracteriza apenas como um pub irlandês produtor 
de cervejas, é também uma casa de entretenimen-
to que transmite eventos esportivos e sempre tem 
música ao vivo. A originalidade é uma característica 
marcante do local. “Temos a cerveja produzida na 
casa que não se consegue degustar em nenhum ou-
tro lugar, pois não vendemos para fora. Oferecemos 
também alta gastronomia de um chef que desenvol-
veu pratos exclusivos”, ressalta Idney José da Silva 
Junior, o Nuno, 29 anos, um dos três sócios e mes-
tre cervejeiro do empreendimento.
Os estilos produzidos pelo brewpub são vários. A pri-
meira a ser fabricada foi a Red Ale, do estilo Irish 
Red Ale, em homenagem à Irlanda, país que inspi-
ra a temática do bar. Outro tributo é feito ao local 
onde o pub se situa, com a cerveja Pedra Branca, 
uma Witbier (feita de trigo com casca de limão sici-
liano, coentro e camomila), lembrando a fazenda de 
trigo que havia na região há 20 anos. Para a Páscoa, 
o The Liffey desenvolveu a Pedra Negra, uma Porter 
com adição de cacau. Outra receita do mestre cerve-
jeiro Nuno, uma Doppelbock com adição de 30% 
de malte defumado, chamada SmOak Doppelbock, 
está maturando em um barril de uísque Bourbon e 
será servida em setembro. 
No mês de junho, o The Liffey teve dois lançamen-
tos. Para o dia dos namorados, foi feita uma Saison 
com adição de cereja ao marrasquino e páprica pi-
cante, chamada de Sex On Fire. A outra foi criada 
em parceria com a banda Sonido Clube e lançada 
no mesmo dia que o DVD da banda no pub. A cer-
veja Liffey/Sonido é uma American Brown Ale, ma-
The Liffey Brew Pub
turada em madeira de jacarandá que é normalmen-
te usada para confecção de escalas dos braços de 
violões. Em julho, serão mais duas novas cervejas, 
uma Imperial IPA, produzida com a adição de ape-
nas uma variedade de lúpulo, e uma Strong Scotch 
Ale, mais alcoólica e apropriada para os dias mais 
frios.
Mesmo o The Liffey fabricando as próprias cerve-
jas, não são apenas elas a serem vendidas no bar. 
“Queríamos que o nosso público tivesse muitas 
oportunidades de degustação aqui dentro”, explica 
Nuno. Ao todo são doze torneiras de chope, nas 
quais a prioridade é a disponibilização de cervejas 
nacionais. Em julho serão instaladas mais quatro 
torneiras de chope. Desde a inauguração, já passa-
ram mais de 50 cervejas diferentes pelas chopeiras. 
Parcerias são feitas com as cervejarias locais para di-
fundir o polo cervejeiro que está sendo criado na 
região, mas também são trazidas cervejarias que são 
fenômenos no país, como a Bodebrown e a Bier-
land. Produtoras de outros países, como a Brooklyn 
(Estados Unidos) e a Delirium (Bélgica), também 
são servidas nas chopeiras, mas no caso das impor-
tadas a prioridade é a venda em garrafas, que conta 
com 50 a 70 rótulos no cardápio, quepodem variar 
de uma semana para outra.
A fábrica montada dentro do pub tem capacidade 
para produzir dois mil litros de cerveja por mês, 
mas no momento são entre 750 e 1.250 litros men-
sais. Um copo de 500 ml das cervejas da casa cus-
ta entre R$ 13,90 e R$ 16,90, preço considerado 
alto que os clientes pagam pela qualidade que veem 
na bebida. “A sensação que a pessoa tem é que ela 
está tomando a cerveja mais fresca do mundo. Ela 
enxerga valor em pagar algo realmente artesanal”, 
conta o mestre cervejeiro.
FO
TO
s:
 F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Acesse: www.facebook.com/theliffeybrewpub
0908
O The Liffey é um pub irlandês que produz as suas próprias 
cervejas e as vende só no local
A cerveja Sex On Fire foi desenvolvida especialmente para 
o Dia dos Namorados
O mestre cervejeiro Nuno durante o processo de produção 
das cervejas do bar
Jorge Costa, sócio do empreendimento, serve um dos doze 
chopes disponíveis nas torneiras
Cervejaria Jester
Na Cervejaria Jester, em Águas Mornas, a fabricação de 
cerveja é uma tradição que vem de família. Os pais do 
mestre cervejeiro André Buitoni, 26 anos, já tinham o 
costume de produzir a bebida em casa mesmo antes do 
filho mais novo nascer. Os cinco sócios da empresa são 
membros da família Buitoni: André, os pais Rosangela 
e Antonio, e os irmãos Nicole e Vitor. Cada um deles 
tem uma responsabilidade na empresa. A parte da pro-
dução das cervejas fica toda por conta de André, que se 
formou mestre cervejeiro em 2011, no Instituto VLB, 
centro de referência em ensino e pesquisa do setor cer-
vejeiro na Alemanha.
A inauguração da fábrica foi em fevereiro de 2013. A 
produção mensal é de seis mil litros de cerveja por mês, 
mas a capacidade da fábrica chega a 20 mil litros men-
sais. Os estilos produzidos são quatro: Pilsen, Stout, 
Weizen e American Pale Ale. As receitas começaram a 
ser desenvolvidas pelo mestre cervejeiro desde que vol-
tou da Alemanha, e para isso ele usa um equipamento 
de 50 litros para testar as cervejas. Um novo tanque 
foi adquirido no começo de junho para aumentar a 
produção através de uma parceria com um cliente que 
está criando a própria marca.
A principal forma de distribuição da Jester é a entre-
ga em domicílio, e também com pontos de venda em 
quatro restaurantes e bares da Grande Florianópolis. 
Além disso, fornece a bebida para eventos realizados 
no espaço de festas anexo à fábrica. No momento são 
feitas negociações para implantar outros pontos, com a 
intenção de dobrar o número após a Copa do Mundo 
de Futebol. O preço do litro da cerveja Jester é de R$ 
8,00 para o estilo Pilsen, e os outros são vendidos a R$ 
9,20.
Os planos da Jester são de ir além da região onde está 
localizada a fábrica e expandir a distribuição para ou-
tras partes do Brasil e até para o exterior. “O sonho é 
tornar a Jester uma marca bem conhecida e respeitada. 
Que as pessoas saibam que podem confiar na nossa 
bebida”, idealiza André. Propostas para distribuir a cer-
veja em São Paulo já foram recebidas e a ideia é usar o 
transporte marítimo para levar a marca até o estado, 
mas a oferta ainda está em estudo. O processo de ex-
pansão para lugares mais distantes é dificultado pela 
logística de distribuição. “Não temos muitas opções 
para a distribuição. As que estão surgindo agora, não 
são empresas focadas nisso”, esclarece.
Para uma empresa como a Jester, em fase inicial, há 
também a limitação de capital e pessoal. “Existem pou-
cas pessoas para trabalhar, temos que treinar todos que 
são contratados, mas mesmo assim não dá para contra-
tar muita gente porque o caixa é limitado. Por causa 
disso, somos obrigados a fazer tudo, assumir todas as 
áreas”. Na cervejaria são três empregados fixos contra-
tados, um auxiliar administrativo, um vendedor e um 
auxiliar de produção. A empresa também recebe auxí-
lio de profissionais de fora, como advogado e contador.
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Acesse: www.cervejariajester.com.br
1110
O mestre cervejeiro André Buitoni (dir.) com seus pais 
Rosangela e Antonio, também sócios do empreendimento
Os estilos produzidos pela Jester são o Pilsen, American 
Pale Ale, Stout e Weizen
“Beba essa arte”. Com este slogan e com foco no 
bom atendimento é que a Cervejaria Faixa Preta 
de Santo Amaro da Imperatriz busca conquistar 
seus clientes. Renildo Nunes, 48 anos, e sua esposa 
Cleide Marchi, 33 anos, são os sócios da empresa e 
trabalham sempre no bar que fica anexo à fábrica. 
O casal faz questão de conversar com os clientes na 
mesa para receber um retorno sobre a experiência 
proporcionada. “O foco de uma microcervejaria 
tem que ser o produto, mas eu acredito no atendi-
mento, na forma como se age com as pessoas, pre-
ço justo”, conta Renildo, que também é o mestre 
cervejeiro do negócio e responsável pela entrega da 
cerveja em domicílio, para garantir que o cliente re-
ceba o produto nas melhores condições.
A Faixa Preta está localizada às margens da BR-282, 
e o bar serve apenas cervejas produzidas na casa. 
Outros pontos de venda da cervejaria estão em dois 
restaurantes de Florianópolis, mais um ponto em 
Joinville e outro em Blumenau . Weiss, Pale Ale e 
Pilsen são os estilos produzidos e, para o mestre cer-
vejeiro da casa, esse último é o carro-chefe de qual-
quer cervejaria. No bar da Faixa Preta o copo de 
380 ml da cerveja Pilsen é vendido a R$ 7,00, e o 
copo dos outros dois estilos custa R$ 8,00. O Weiss 
também está disponível em copo de 680 ml por R$ 
10,50, e o Pilsen e o Pale Ale podem ser tomados 
em caneca de 500 ml por R$ 9,00 e R$ 12,00, res-
pectivamente.
Como a cervejaria foi inaugurada há menos de um 
ano, em dezembro de 2013, os sócios ainda não 
conseguem levantar uma média de produção men-
sal que corresponda à realidade da empresa. Nos úl-
timos meses, a quantidade variou entre seis e nove 
mil litros por mês, sendo que 60% do produto são 
vendidos no bar da fábrica e no último mês de maio 
a produção ficou em seis mil litros. Durante o pro-
cesso de fabricação, Renildo recebe o auxílio de um 
estagiário, e o trabalho é embalado ao som de blues, 
principal ritmo tocado no bar.
Cervejaria Faixa Preta
Antes de montar a microcervejaria, Renildo foi lu-
tador de judô pela Seleção Brasileira. Nessa época 
começou a ter contato com tipos diferentes de cerve-
jas, quando viajava para outros países por causa do 
esporte, na década de 1980. Em 2008, foi quando 
começou a fazer cerveja em casa. Dois anos depois, 
formou-se mestre cervejeiro pelo Serviço Nacional 
de Aprendizagem Industrial (Senai) de Vassouras 
(RJ), período em que já manifestava a vontade de 
montar o próprio negócio. “Quando voltei do curso 
já estava seguro que meu sonho era construir uma 
microcervejaria”, relembra. Depois que a ideia saiu 
do papel, Cleide deixou seu emprego como publi-
citária para cuidar de toda a parte de marketing da 
Faixa Preta. Renildo continua dividindo seu tempo 
entre a cervejaria e as aulas que leciona no curso 
de Educação Física na Universidade do Estado de 
Santa Catarina (UDESC), em Florianópolis.
FO
TO
s:
 F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Combinar elementos da cultura germânica para fa-
zer os clientes se sentirem como se estivessem na 
Alemanha é o que fazem os sócios da Cervejaria 
Badenia, Guenther Sauer, 51 anos, e Oliver Boje, 
46 anos. Os dois se mudaram do estado de Baden
-Württemberg, no sul da Alemanha, para o Brasil 
em 2008, onde já moravam os pais de Guenther, 
já com planos de montar uma cervejaria. A ideia 
inicial era que a fábrica fosse em Florianópolis, mas 
como a legislação ambiental é muito restrita, pro-
curaram outra cidade da região. Santo Amaro da 
Imperatriz foi escolhida por ser pequena eter forte 
presença da cultura alemã, e também pelo apoio 
que receberam da prefeitura na parte burocrática 
da criação do negócio. A inauguração aconteceu em 
2013, no dia 27 de março.
Todas as cervejas produzidas pela Badenia levam 
apenas água, malte, lúpulo e leveduras, seguindo a 
Lei da Pureza da Cerveja alemã. Ao todo são fabri-
cados quatro diferentes estilos, sendo que um deles 
é sazonal. A cerveja Märzen foi lançada no último 
dia 23 de abril para comemorar os 498 anos da lei 
da pureza, seguindo uma tradição alemã. “Antiga-
mente a produção desse estilo começava em março 
e era feita até 23 de abril. Depois dessa data até o 
dia 29 de setembro era proibida a produção de cer-
veja”, explica Oliver, que é o mestre cervejeiro da 
casa. As outras cervejas são Munique Helles, cerveja 
clara, Munique Dunkel, a escura, e Badische Weis-
se, de trigo. 
A produção durante a temporada de verão chegou 
a oito mil litros por mês até o carnaval, e agora, na 
baixa temporada, são seis mil litros, mas a fábrica 
tem capacidade para chegar a 12 mil litros mensais. 
A maior parte da cerveja produzida é vendida no res-
taurante da Badenia, o “Gasthaus”, com exceção do 
último verão, em que os pedidos de venda externa 
foram maiores. “Não pudemos atender todos que 
pediram, porque já não tínhamos mais chopeiras”, 
relata Oliver. Os pontos de venda da cervejaria se 
Cervejaria Badenia
concentram na Grande Florianópolis, em estabele-
cimentos como o The Liffey Brew Pub, na Palhoça, 
e também há fornecimento para festas particulares.
Oliver aprendeu a fazer a cerveja já na Alemanha, 
em 2004. Começou produzindo em casa e logo de-
pois começou a trabalhar em uma microcervejaria, 
como auxiliar, para poder aprender mais. Ele res-
salta o diferencial da escola cervejeira alemã: “Na 
Alemanha, a cerveja é mais uma bebida para matar 
a sede. As cervejas belgas, por exemplo, com teor 
alcoólico mais elevado, já não são assim”. Além de 
fabricar as cervejas da Badenia, é ele que comanda 
a cozinha do Gasthaus, que oferece somente pratos 
típicos da culinária da região Sul da Alemanha, de 
onde os sócios vieram, como o “Braumeister Sch-
nitzel” (bife de lombo suíno empanado com malte 
de cevada) e o “Käsespätzle” (massa caseira gratina-
da com cebola frita).
FO
TO
s:
 F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Acesse: facebook.com/cervejariafaixapreta Acesse: www.greifenbier.com.br
1312
Os sócios Oliver Boje (esq.) e Guenther Sauer vieram da 
Alemanha para o Brasil em 2008
O restaurante foi montado para que os clientes se 
sentissem como se estivessem na Alemanha
O bar da Faixa Preta serve apenas os três tipos de cerveja 
produzidos na fábrica própria
A produção dos estilos Pilsen, Weiss e Pale Ale varia de seis 
a nove mil litros por mês
Diferente das outras microcervejarias da região, a 
Cervejaria da Ilha, localizada no Rio Vermelho, em 
Florianópolis, surgiu em 1999, anos antes da explo-
são do movimento cervejeiro no Brasil. Nessa época, 
vários fatores dificultavam a criação e a sustentação 
de um negócio como esse, ainda pouco conhecido no 
país. Até a questão da novidade, já que as pessoas esta-
vam mais acostumadas com o sabor das cervejas pro-
duzidas pelas grandes cervejarias, muito semelhantes 
entre si. Reinoldo Steinhaus, 50 anos, diretor-técnico 
e um dos fundadores da Cervejaria da Ilha, conta que 
nesse período eram produzidos mil litros da bebida 
por mês, mas apenas 200 eram vendidos. Outros 300 
litros eram consumidos pelos sócios da fábrica e o res-
to era jogado fora. 
As outras dificuldades no início do negócio envolviam 
o acesso a instrumentos e matéria-prima para produ-
ção da cerveja. “A indústria metalúrgica que produzia 
equipamentos de cervejaria era focada só nas grandes 
indústrias”, explica Reinoldo. Nessa condição, as op-
ções eram importar ou desenvolver os próprios uten-
sílios. Os sócios ficaram com a segunda alternativa: 
fizeram o projeto e os equipamentos foram montados 
por empresas que não eram focadas na fabricação des-
se tipo de equipamento. Os insumos para produzir 
cerveja também não eram facilmente encontrados, a 
produção de cervejas especiais no país ainda era escas-
sa, restando aos cervejeiros importar os ingredientes.
Superadas as barreiras que impediam a empresa de 
crescer no princípio, a cervejaria chegou a ter 50 pon-
tos de venda em Florianópolis entre os anos 2001 e 
2002. Em 2003, o acesso aos insumos começou a au-
mentar, tornando os preços melhores. Outras cerveja-
rias artesanais começaram a aparecer e a cultura cer-
vejeira começou a ganhar mais adeptos. Em 2006, A 
Cervejaria da Ilha trabalhava com uma média de pro-
dução de 55 mil litros por mês, antes de um problema 
com a prefeitura, causado por uma discordância com 
vizinhos, deixar a fábrica fechada até o final de 2008, 
Cervejaria da Ilha
por mais de dois anos. No ano seguinte a Cervejaria 
da Ilha voltou a produzir, focando a distribuição ape-
nas para eventos e entrega em domicílio. Nessa nova 
fase o auge de fabricação foi em 2012, com produção 
de dez mil litros de cerveja por mês.
Hoje, a fábrica Cervejaria da Ilha se encontra mais 
uma vez parada, desde agosto de 2013. A Fundação 
de Meio Ambiente (Fatma) cancelou a licença am-
biental de operação da cervejaria temporariamente. 
A fábrica encontra esta dificuldade porque desde que 
se instalou em Florianópolis foram feitas mudanças 
na legislação ambiental que restringem a instalação 
de indústrias na cidade. Reinoldo está buscando re-
gularizar a situação, mas as dificuldades de manter a 
produção em Florianópolis fazem o cervejeiro pensar 
em alternativas. “A cervejaria vai deixar de ser da Ilha, 
provavelmente. Eu estou pensando seriamente em 
tirar minha fábrica daqui”, lamenta. Para continuar 
produzindo sua bebida, Reinoldo está fazendo parce-
ria com outras cervejarias para ter sua cerveja fabrica-
da por elas. Atualmente, o único estilo produzido é o 
Pilsen, vendido a R$ 7,80 o litro, com a produção de 
dez mil litros por mês. No passado, já foram produ-
zidos doze diferentes estilos, alguns deles levando o 
nome de praias de Florianópolis.
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
FO
TO
s:
 F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Acesse: www.choppilheu.com.br
1514
Reinoldo Steihaus não pensa em largar a cervejaria 
apesar das dificuldades
A primeira microcervejaria da região de 
Florianópolis surgiu em 1999, antes da cultura 
cervejeira aparecer no Brasil
A Cervejaria da Ilha já chegou a produzir 12 estilos 
diferentes, alguns homenageando praias de 
Florianópolis
Cerveja e harmonia. Esta é a experiência que Filipe 
Costa, 36 anos, pretende proporcionar às pessoas 
que degustam a Cerveja Sambaqui, desenvolvi-
da por ele e lançada comercialmente em abril de 
2013, em Florianópolis. A produção da Sambaqui 
é de 1.500 litros por mês, e esse processo é realiza-
do na Cervejaria Itajahy, em Itajaí, no litoral norte 
do estado. Os estilos disponíveis são Blond Ale e 
Weiss, e o American India Pale Ale será lançado 
em setembro, quando também pretendem começar 
a engarrafar a cerveja. O principal ponto de venda é 
o bar que leva o mesmo nome da cerveja, inaugura-
do em novembro do ano passado, comandado pelo 
próprio Filipe e localizado na rua principal do bair-
ro Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. A 
Sambaqui também pode ser encontrada no espaço 
Coisas de Maria João, em Santo Antônio de Lisboa; 
no Rancho do Neco, em Sambaqui; e no The Liffey 
Brew Pub, em Palhoça, além da opção da entrega 
em domicílio.
O preço das cervejas vendidas no Bar da Sambaqui 
são semelhantes ao das grandes cervejarias. O copo 
de 350 ml varia entre R$ 6,50 e R$ 7,00, e a taça 
de degustação, um pouco menor, entre R$ 4,50 e 
R$ 5,00. “Não precisa pagar tanto. Nosso preço, 
parauma cerveja artesanal, é bem razoável para Flo-
rianópolis”, explica Filipe, que aponta os impostos 
como o maior empecilho do negócio. “Um copo de 
R$ 6,50 sairia por R$ 3,20 se não tivéssemos que 
pagar impostos”. Nas torneiras do bar também são 
oferecidas cervejas convidadas de outras marcas que 
mudam toda semana. As que são fixas são a Blond 
Ale e uma Schwarzbier desenvolvida por Filipe para 
o Chopp Alemão Klaus Bier de Curitiba que distri-
bui em Florianópolis.
Das cervejas desenvolvidas por Filipe, a que faz mais 
sucesso é a Blond Ale, a primeira a ser lançada e 
foi0 criada pelo cervejeiro em 2008. “Resolvi colo-
car ela no mercado para que as pessoas que estão 
acostumadas com o estilo Pilsen não estranhassem. 
Cerveja Sambaqui
A aceitação dela é muito boa”, ressalta o cervejei-
ro. A popularidade da Blond Ale foi impulsionada 
depois de março deste ano, quando a cerveja foi 
premiada com a medalha de prata no II Concur-
so Brasileiro da Cerveja, realizado junto ao Festival 
Brasileiro da Cerveja, em Blumenau, na categoria 
“Belgian-Style Blonde Ale or Pale Ale”, sendo consi-
derada a melhor do estilo no país já que não houve 
medalhista de ouro no grupo.
Antes de dedicar a vida ao universo cervejeiro, Fili-
pe teve diversas ocupações, como dar aulas de tênis 
e coordenar projetos de segurança pública em uma 
empresa de tecnologia. No final de 2007, foi quan-
do começou a fazer cerveja em casa, aprendeu com 
um amigo e depois participou de cursos para apri-
morar as técnicas. Em 2008, foi a primeira pessoa a 
se filiar à Associação dos Cervejeiros Artesanais de 
Santa Catarina (ACervA). Hoje divide seu tempo 
entre o bar, a distribuição da cerveja, sua loja de 
insumos para produção da bebida em casa (Ponto 
do Malte) e a ministração de cursos para produzir 
cerveja caseira.
Neste ano, que é o terceiro em que Filipe promove 
as aulas, serão dados oito cursos no total, com to-
das as turmas de 20 alunos lotadas e fila de espera 
desde o começo. Existem três níveis diferentes de 
curso. O primeiro é para ensinar teoria e prática de 
fabricação de cerveja, o segundo trata mais especi-
ficamente do processo de fermentação e das leve-
duras, e no terceiro é exercitada a análise sensorial, 
com detecção de defeitos nas cervejas e avaliação. 
A faixa etária dos alunos é bastante variada, e 25% 
são mulheres.
FO
TO
s:
 F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
Acesse: www.cervejasambaqui.com.br
1716
O Bar da Sambaqui está localizado no bairro Santo Antônio 
de Lisboa, em Florianópolis
O estilo Blond Ale recebeu medalha de Prata no Concurso 
Brasileiro de Cervejas de 2014
Filipe Costa, proprietário da Sambaqui, sempre serve duas 
cervejas convidadas no bar
Cervejaria da Lagoa
Ao contrário das outras empresas da região, a Cerve-
jaria da Lagoa não possui nem fábrica nem um pon-
to de venda, como um bar ou restaurante, próprios. 
A bebida é produzida em parceria com a Cervejaria 
Itajahy, em Itajaí, assim como a Cerveja Sambaqui. 
O principal local de comercialização da bebida é o 
bar Black Swan, localizado na Lagoa da Conceição, 
em Florianópolis. Outros bares também oferecem 
a bebida eventualmente, como o The Liffey Brew 
Pub, em Palhoça, e o Mais Bier Brew Pub, em Join-
ville, no norte do estado. Cássio Marques, 38 anos, 
um dos dois sócios da cervejaria e quem cuida da 
criação das receitas, explica que a intenção é manter 
o produto com a distribuição mais restrita. “A ideia 
da Cervejaria da Lagoa é desenvolver um produto 
local, não sair vendendo em vários bares. Quem 
quiser tomar tem que vir até a Lagoa”.
O lançamento comercial da Cervejaria da Lagoa foi 
em abril de 2013. Até maio deste ano, a produção 
mensal era de mil litros da cerveja Rufus Amber 
Ale, do estilo American Amber Ale. Em junho des-
te ano, a quantidade subiu para dois mil litros, com 
o lançamento da cerveja La Dorada, uma American 
Wheat, que por enquanto só está sendo vendida no 
The Liffey Brew Pub. A bebida é repassada para os 
pontos de venda no valor de R$ 9,00 o litro. No 
Black Swan, uma caneca de 500 ml da Rufus Am-
ber Ale custa R$ 10,00.
Como slogan, a cervejaria usa o conceito de “Cer-
vejas Únicas”. Não existe uma preocupação com a 
padronização do produto, os lotes produzidos não 
são iguais, sempre há pequenas variações. O que a 
Cervejaria da Lagoa preza é o cuidado em produ-
zir uma bebida de qualidade, procurando passar a 
alma da cerveja feita em casa ainda que produzida 
em maior escala. “Dois cervejeiros com equipamen-
tos diferentes e em lugares diferentes não fazem a 
mesma cerveja seguindo uma mesma receita”, ex-
plica Cássio.
O sonho do cervejeiro, que também é funcionário 
público, é poder viver da produção da cerveja, mon-
tar seu próprio brewpub – bar que fabrica a própria 
cerveja – em Florianópolis. A maneira que encon-
trou para dar início a esse objetivo foi fazer as par-
cerias para a produção e distribuição da sua bebida. 
Com um brewpub, Cássio poderia manter a criativi-
dade usada para produção de cerveja em casa, que 
ele pratica desde 2010. Desde lá, já foram mais de 
100 levas de 25 litros produzidas de forma caseira 
por ele. As receitas que hoje produz comercialmen-
te foram desenvolvidas em casa, com os mesmos in-
gredientes, sem nenhuma alteração para baratear os 
custos de venda.
Ser o cliente número um de um bar de cervejas 
especiais encontrado por acaso no dia da sua inau-
guração. Essa é uma das experiências que o projeto 
“Viajante Cervejeiro pelo Brasil” está proporcionan-
do ao seu idealizador, Edson Carvalho Junior, 34 
anos, que saiu de Florianópolis em expedição no 
último dia 1º de maio. O objetivo principal do 
publicitário e autor do blog Viajante Cervejeiro é 
atravessar o país em busca de locais onde as pes-
soas possam beber cervejas de qualidade. Com o 
orçamento de R$30 por dia, para ser gasto prin-
cipalmente com as cervejas e alimentação, Edson 
pretende seguir com o projeto pelo prazo de um 
ano. A ideia é se locomover de uma cidade a ou-
tra por meio de carona, com hospedagem obtida 
através do Couchsurfing – projeto online em que as 
pessoas disponibilizam espaço em suas casas para 
acomodar a baixo custo ou gratuitamente outros 
que procuram um lugar para ficar em determinada 
cidade. Quando não encontrar nenhum sofá dis-
ponível, Edson contará com sua barraca a postos 
na mochila para abrigá-lo.
A viagem se dividirá em diferentes etapas, e cada 
uma delas vai abranger uma região do país onde 
a cultura cervejeira já esteja presente, assim o pu-
blicitário terá o que explorar. A escolha do Brasil 
como território a ser reconhecido se deu porque, 
apesar de Edson conhecer mais de 20 países, pou-
co viajou pela sua terra natal. “Como o mercado 
está em forte processo de crescimento, é uma for-
ma de eu divulgar a cultura cervejeira e visitar os 
lugares. Além disso, outro objetivo é conhecer as 
pessoas que fazem a cena cervejeira do Brasil e a 
história delas”, conta o publicitário. 
A primeira fase será o subprojeto “Viajante Cervejei-
ro pelo Sul do Brasil”, que começa em Porto Alegre 
no Rio Grande do Sul. Depois da capital, segue 
para outras cidades gaúchas, como Novo Hambur-
Uma expedição em busca da cultura cervejeira pelo 
Brasil
O publicitário Edson Carvalho Junior percorre o país atrás de locais 
para beber boas cervejas
go e Caxias do Sul, para Santa Catarina, onde mo-
rou desde 2012, e para o Paraná, onde nasceu e 
viveu durante anos. A estimativa é que a primeira 
fase da viagem dure em torno de três meses, mas o 
roteiro estará sempre aberto a alterações e adapta-
ções. As experiências terão registro em foto e vídeo 
para serem compartilhadas no blog junto da opi-
nião do autor sobre cada local visitado.
O dinheiro para financiar a viagem foi arrecada-
do de várias formas. O carro e todos os objetos 
trazidos delembrança de viagens anteriores, como 
copos e canecas, foram postos à venda, e uma festa 
foi organizada para levantar fundos com a venda 
de cervejas caseiras produzidas em colaboração en-
tre o viajante e amigos. A publicidade presente no 
blog também contribui, e ele está em busca de par-
cerias com estabelecimentos das cidades por onde 
passará para ministrar cursos sobre o universo da 
cerveja, assim como fez em Florianópolis semanas 
antes de partir. Com essa iniciativa, ele pode divul-
gar a cultura cervejeira ao mesmo tempo em que 
arrecada dinheiro para continuar sua jornada.
Todo esse interesse pelo mundo das cervejas sur-
giu em 2007, enquanto Edson estava em Barcelo-
na fazendo mestrado. Ao passear pelas ruas da ci-
dade, uma loja chamada “La Cerveteca” despertou 
a atenção do publicitário, que ficou intrigado com 
a quantidade de diferentes cervejas nas prateleiras. 
Ele conta que perguntou ao atendente: “tudo isso é 
cerveja?”. Ao receber uma resposta afirmativa, quis 
aprender como esse mundo funciona, passando a 
frequentar a loja todos os dias durante três me-
ses até voltar para o Brasil. Nessa mesma ocasião 
foi quando bebeu a cerveja que mais marcou sua 
vida, uma Schlenkerla do estilo Rauchbier, feita 
de malte defumado, com sabor que lembra carnes 
defumadas e bacon. Uma cerveja com sabor forte e 
marcante, que não agrada todos os paladares, prin-
Acesse: cervejariadalagoa.blogspot.com
1918
FO
TO
s:
 a
rq
u
iV
O
 p
es
sO
a
l/
ed
sO
n
 c
a
rV
a
lh
O
 ju
n
iO
r
FO
TO
: a
rq
u
iV
O
 p
es
sO
a
l/
ed
sO
n
 c
a
rV
a
lh
O
 ju
n
iO
r
FO
TO
s:
 a
rq
u
iV
O
 p
es
sO
a
l/
ed
sO
n
 c
a
rV
a
lh
O
 ju
n
iO
r
FO
TO
s:
 a
rq
u
iV
O
 p
es
sO
a
l/
ed
sO
n
 c
a
rV
a
lh
O
 j
u
n
iO
r
cipalmente os acostumados com sabores leves. No 
caso de Edson o efeito foi positivo: fez com que ele 
se apaixonasse pelo universo das artesanais.
No final de 2007, quando voltou ao Brasil, decidiu 
fazer deste universo também seu objeto de traba-
lho. Começou a trabalhar na primeira loja espe-
cializada em cervejas especiais de Curitiba (PR), 
onde aprendeu de verdade as peculiaridades desse 
mundo. “Eu tinha que explicar para todos que en-
trassem o que era aquilo, então, falava sobre cerve-
ja diariamente. Estudava para isso, li muito sobre 
cerveja e aprendi bastante com o Daniel (dono da 
loja), que foi meu grande mestre”, relembra Ed-
son. Em 2009, formou-se na segunda turma de 
sommeliers de cerveja do Brasil, tornando-se oficial-
mente um profissional da cerveja. No final do ano 
seguinte, iniciou uma viagem pela Europa e Ásia, 
agora mais voltada a explorar a cultura cervejeira 
em diferentes países.
Pouco antes de retornar novamente ao Brasil, em 
setembro de 2012, é que Edson teve a ideia de 
registrar todas essas experiências com diferentes 
culturas e cervejas em forma de blog. “O Viajante 
Cervejeiro é para ser um guia de onde beber boas 
cervejas no Brasil e no mundo, por isso o foco são 
os bares, e não as cervejarias. É para ser um site de 
referência de busca, um guia mesmo.”, explica o 
blogueiro. Ao mesmo tempo ele também decidiu 
trocar Curitiba por Florianópolis, porque estava 
cansado do clima da sua cidade, e a capital catari-
nense foi eleita porque era semelhante a Barcelo-
na, com praia e temperaturas amenas, e também 
porque já tinha gostado da ilha em visitas anterio-
res.
Depois de terminada a expedição, o viajante pre-
tende seguir pela América do Sul e realizar pro-
jetos semelhantes nos países vizinhos. Se estiver 
muito cansado da jornada, poderá dar uma pausa 
nos deslocamentos. Nesta etapa, Florianópolis é 
uma forte candidata para ser a casa de Edson, para 
onde pretende voltar se não achar um lar à altura.
O blog
No blog Viajante Cervejeiro, o internauta pode en-
contrar dicas de bares e outros estabelecimentos 
para degustar cervejas especiais no Brasil e no 
mundo. Para facilitar a busca, existem abas sepa-
rando os destinos: nacionais, por cidades; e inter-
nacionais, por países e cidades. O leitor também 
encontra todos os detalhes sobre a expedição de 
Edson pelo Brasil e seu diário de viagem. Em tom 
descontraído, Edson procura mostrar os diferen-
ciais e sua opinião sobre os locais visitados, sugerir 
cervejas e harmonizações. 
Serviço
Blog: www.viajantecervejeiro.com.br
Facebook: www.facebook.com/ViajanteCervejeiro
Twitter: @ecarvalho_jr
Instagram: @viajantecervejeiro
2120
Em Caxias do Sul, Edson (dir.) ficou hospedado na 
casa de Maurício Coutinho (ao centro)
Jantar com cerveja artesanal na casa de Mariana 
Pessini (esq.) hospedou o viajante em Porto AlegrePasseando em Porto Alegre entre as visitas aos bares
Edson fazendo cerveja na República da Cerveja, 
em São Leopoldo
Edson ministra cursos sobre cultura cervejeira para ajudar 
a custear a expedição
Culturalmente, o consumo de cerveja é associa-
do muito mais aos homens do que às mulheres. 
A publicidade das grandes cervejarias brasileiras, 
em sua maioria, ainda tem como alvo o públi-
co masculino, usando o corpo feminino apenas 
como atrativo. No mundo das cervejas artesanais, 
o número de mulheres presentes consumindo e 
produzindo também é menor que o de homens, 
muitas delas aderem à cultura cervejeira por in-
fluência dos parceiros, as que se interessam por 
conta própria ainda são poucas. Dos 248 associa-
dos da Associação dos Cervejeiros Artesanais de 
Santa Catarina (ACervA Catarinense), apenas 11 
são mulheres. 
A engenheira química e de alimentos, mestre-cer-
vejeira e sommelière de cervejas Amanda Reitenba-
ch, 30 anos, é um exemplo de mulher que, além de 
estar inserida nesse universo, também dedica seu 
trabalho a desenvolver e propor inovações para 
o meio. Doutoranda em Engenharia Química na 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 
ela está projetando um “nariz eletrônico” que de-
tecta off flavors em cervejas depois de prontas, ou 
seja, identifica aromas desagradáveis que afetam 
a qualidade final do produto. O projeto está sen-
do feito em parceria com o Instituto VLB, na Ale-
manha, para onde Amanda viaja em breve para 
ficar nove meses realizando parte da pesquisa. O 
equipamento pode auxiliar significativamente os 
produtores da bebida, principalmente os artesa-
nais, que não possuem recursos para investir em 
um sistema de controle de qualidade sofisticado e 
preciso como os das grandes fabricantes. “Geral-
mente, a microcervejaria não tem um controle de 
qualidade sobre os compostos que acabam atra-
palhando a qualidade da cerveja. Se eu realmente 
conseguir produzir esse protótipo com valor aces-
sível, provavelmente as cervejarias menores serão 
as beneficiadas.”, salienta Amanda.
O dispositivo, pioneiro na detecção de defeitos 
em cervejas, será um equipamento eletrônico 
com sensores de gases que faz uma leitura da be-
bida e identifica seus componentes. Dentro do 
processo de produção da cerveja, qualquer falha 
pode gerar um off flavor, como a contaminação 
por bactérias, fervura ineficaz ou falta de oxigênio 
no início da etapa de fermentação. Ao detectar o 
defeito presente, é possível saber por qual motivo 
foi causado para corrigir a falha no processo e evi-
tar que próximas produções contenham o mesmo 
problema, porém, a cerveja pronta não poderá 
ser corrigida.
Com as suas invenções, a engenheira não visa be-
neficiar apenas fabricantes de cerveja. Em 2010, 
em seu mestrado também na UFSC, Amanda de-
senvolveu uma cerveja probiótica, com teor alco-
ólico reduzido e fermentada com leveduras que 
trazem benefícios à saúde. “Para ter uma alegação 
funcional, tem que ser um produto que não traga 
riscos. E o álcool tem seu fator de risco, mas se 
consumir umaconcentração reduzida, ele tam-
bém tem efeitos benéficos, assim como o vinho”, 
explica. Os microrganismos funcionais dessa 
cerveja atuam na microflora intestinal, e trazem 
variadas melhorias à saúde de quem consome, 
como aumento da imunidade e da resistência 
a infecções, e aumento da absorção de algumas 
vitaminas e minerais. As leveduras também con-
têm vitaminas do complexo B que, entre outras 
funções, ajudam a fortalecer unhas e cabelos.
O projeto foi feito em parceria com a cervejaria 
Heineken, onde ela realizava todo o processo de 
fabricação da bebida, e somente a parte da fer-
mentação era feita nas dependências da UFSC. 
Apesar do diferencial e todos os benefícios, a cer-
veja não chegou a ser lançada para o púbico por-
que a empresa não teve interesse em registrar o 
produto. E como a universidade possui a proprie-
dade intelectual sobre a pesquisa, Amanda teria 
Vida dedicada ao universo cervejeiro
Amanda Reitenbach é engenheira química e está desenvolvendo um 
dispositivo pioneiro na detecção de defeitos em cervejas
que desenvolver uma cerveja probiótica diferente 
desta para lançá-la no mercado, tarefa adiada por 
ela já estar envolvida com outras atividades cer-
vejeiras.
Outras ocupações às quais a cervejeira se dedica 
são a coordenação e ministração de aulas no cur-
so de pós-graduação em Processos Cervejeiros da 
faculdade Uniasselvi de Blumenau. Em 2011, fun-
dou em parceria com outros dez profissionais do 
ramo, o Science of Beer – Educação em Cerveja, 
entidade que oferece cursos, consultorias e trei-
namentos em diversas cidades pelo Brasil (Rio de 
Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Ribeirão Preto 
e Campinas) direcionados ao mundo da cerveja. 
Na entidade, são oferecidos seis cursos, como o 
de sommelier de cervejas e o de análise sensorial, 
Amanda leciona em todos eles. Por causa da ex-
periência no ramo, atua como jurada em concur-
sos nacionais e internacionais de cerveja. Dentre 
os concursos em que já foi jurada estão o World 
Beer Cup, nos Estados Unidos; Copa Cervezas 
de America, Chile; South Beer Cup, na Argenti-
na; European Beer Star, na Alemanha; e o Festi-
val Brasileiro da Cerveja.
Em relação à questão do preconceito de gênero, 
Amanda acredita que as profissionais mais velhas 
e pioneiras no ramo tenham sofrido mais, e con-
ta que a implicância é maior com sua idade. “Às 
vezes me olham ‘você tem cara de 17 anos, você 
sabe fazer isso?’ Muitas vezes eu tenho que provar 
para a pessoa que eu realmente domino, tenho ex-
periência e sei o que eu estou fazendo para poder 
conquistar a confiança”, desabafa a cervejeira. 
Segundo ela, estes casos são mais comuns quan-
do faz trabalhos de consultoria para empresas e 
as pessoas não a conhecem. Quando dá cursos, 
os alunos já estão por dentro do seu currículo e 
seguros da sua competência. E são justamente os 
cursos que abordam a diversidade do mundo das 
cervejas que estão tornando as mulheres cada vez 
FO
TO
s:
 e
d
u
a
rd
O
 T
ay
er
mais presentes na área. “Agora, ainda mais com a 
parte de sommeliers e cervejas especiais, a mulher 
tem ganhado mais espaço, porque tem cervejas 
diferentes, e ela se interessa em buscar produtos 
diferenciados, e também trabalhar nessa área. 
Cada vez eu vejo mais mulheres no mercado”, 
acrescenta.
2322
Amanda Reitenbach dedica sua vida 
à cerveja: estudando, ensinando e 
propondo soluções para o meio
Hoje, a jovem desenvolve um dispositivo 
pioneiro na detecção de defeitos em 
cervejas
É comum que o consumidor acostumado a beber 
cervejas comerciais, produzidas em larga escala pe-
las grandes empresas como Ambev e Brasil Kirin, 
tenha dificuldades na hora de começar a se aventu-
rar no mundo das cervejas especiais. A informação 
disponibilizada sobre as cervejas premium vendidas 
em mercados e restaurantes, na maioria das vezes, 
é somente a que o rótulo da embalagem ou o car-
dápio disponibilizam. Sem muito conhecimento e 
informação sobre as características dos diferentes 
estilos de cervejas existentes, esse consumidor faz 
sua escolha com dúvida se o sabor da cerveja vai 
agradar, só depois de comprar e degustar é que ele 
vai saber se a bebida satisfaz seu paladar.
Uma saída para não se perder diante das inúmeras 
opções de cervejas disponíveis hoje é buscar pelas 
lojas especializadas, em que a grande variedade de 
rótulos encontrados vem acompanhada da orienta-
ção de pessoas que entendem do assunto para su-
gerir a cerveja que melhor se encaixa no gosto do 
cliente. Na Grande Florianópolis, as opções desse 
tipo de estabelecimento vão das franquias de quios-
ques em shoppings centers até o comércio virtual.
Na Rua Madre Benvenuta, no bairro Santa Mônica, 
encontra-se a Let It Beer que, além de fornecer cerve-
jas para quem quer degustar em casa ou presentear 
alguém, também funciona como bar servindo as be-
bidas no local. O proprietário Fábio Alves, 41 anos, 
Lojas especializadas fazem ponte entre consumidores 
leigos e a cultura cervejeira
Além das orientações no estabelecimento, lojistas também promovem 
eventos diversos para aproximar clientes do mundo das cervejas
FO
TO
: a
rq
u
iV
O
/B
ee
r 
ki
n
g
FO
TO
: F
er
n
a
n
d
a
 F
er
re
TT
i
montou a loja especializada em cervejas especiais 
em agosto de 2012 depois de ter seu comércio de 
CDs arruinado pela internet e de não ter se identi-
ficado ao trabalhar com a venda de produtos natu-
rais. “Depois que eu fechei a loja de CDs, que era 
o meu mundo também, nada me dava mais ânimo. 
Entrei para o universo da cerveja e mudou tudo”, 
desabafa. A quantidade de produtos oferecidos na 
loja varia em torno de 180 e a maior parte é nacio-
nal. As mais procuradas são as de trigo, as do estilo 
India Pale Ale (IPA) também têm feito sucesso entre 
os clientes. O número de vendas varia de acordo 
com vários fatores. Durante o verão e em datas co-
memorativas a saída é maior. No mês de maio, fo-
ram vendidas 1650 garrafas. Fábio conta que a loja 
ainda está em fase de crescimento e os planos são 
de trabalhar com outros produtos para impulsionar 
o negócio, como chope e insumos para fabricação 
de cerveja em casa, por exemplo. E também ampliar 
a parte superior da loja para realização de cursos e 
workshops.
De mudança do quiosque no Shopping Iguatemi 
para uma loja no Mercado Público de Florianópo-
lis, a Beer Boss iniciou as atividades em dezembro de 
2011 para comercializar cervejas importadas e arte-
sanais difíceis de encontrar no mercado brasileiro. 
No momento, a loja está fechada enquanto não re-
abre no novo local. O foco das vendas é a oferta de 
opções de presentes, para isso fornecia embalagens 
personalizadas e acessórios, como copos que auxi-
liam a degustação da bebida. Ao contrário da Let It 
Beer e da beer king, 60% dos 150 rótulos vendidos 
no quiosque da Beer Boss eram importados. Das ar-
tesanais brasileiras, a metade vinha de Santa Cata-
rina. O faturamento médio anual do quiosque no 
shopping era de R$ 35 mil por mês, contando as 
cervejas e acessórios vendidos.
Diferente das outras, a beer king é uma loja online 
lançada em agosto de 2013 com a intenção de não 
ser apenas um e-commerce, mas sim uma opção que 
se aproxime do consumidor de forma amigável e 
com preços acessíveis. “Tem uma proposta engraça-
da, descontraída, mas que também vende cerveja de 
qualidade sem um preço abusivo”, explica Rubem 
Eger, 25 anos, engenheiro e um dos quatro sócios 
da loja. Os rótulos disponíveis no site são mais de 
cem, e os sócios buscam trazer para os clientes mar-
cas diferentes, que não são facilmente encontradas 
em restaurantes ou supermercados. A maioria das 
cervejas é artesanal e produzida aqui no Brasil. “Te-
mos observado um aumento no interesse pelas cer-
vejas nacionais em relação às importadas”, comenta 
o engenheiro. Atualmente,são vendidas aproxima-
damente mil garrafas por mês, com meta de no mí-
nimo duas mil mensais até o final do ano. No mês 
de maio o faturamento da loja foi em torno de R$ 
13 mil.
Mesmo com estruturas diferentes, as três lojas bus-
cam estratégias para atrair seus clientes para a cul-
tura cervejeira e fazê-los conhecer melhor suas pe-
culiaridades. A Let It Beer promoveu duas vezes no 
mês de abril deste ano o curso “Cerveja – Diversão 
e Cultura”, ministrado por Edson Carvalho Junior, 
do blog Viajante Cervejeiro. O proprietário Fábio 
tem planos para realizar outros cursos no segundo 
semestre, desta vez lecionados por ele mesmo, já 
que Edson saiu em viagem pelo Brasil. (ver p. 19)
A tática de aproximação do público com o universo 
das cervejas da Beer Boss é feita através da realização 
de eventos de degustação. Como no quiosque do 
shopping a degustação só era permitida em alguns 
dias do mês, a ampliação desse serviço foi uma das 
razões da transferência de local. “A mudança para 
o mercado público permite uma ampliação dos ser-
viços oferecidos, como degustação direta, venda de 
pratos harmonizados, insumos para fabricação de 
cerveja em casa, venda de cervejas artesanais direta-
mente do barril, entre outros. Temos custo menor, 
ampliação de serviços e ponto comercial de fácil 
acesso com viés histórico”, esclarece Renato Tristão, 
29 anos, publicitário e um dos quatro sócios do em-
preendimento. A expectativa de crescimento com a 
mudança é de mais de 100% em valores brutos. O 
Box 14 da Ala Norte é o local onde estará a nova 
Beer Boss, que também servirá oito diferentes tipos 
de chopes artesanais catarinenses e mais de cem ró-
tulos de cervejas nacionais e importadas.
Beer trips e Beer club são artifícios da beer king para in-
serir os clientes na cultura cervejeira. De setembro 
de 2013 até maio deste ano, cinco excursões foram 
organizadas pelos sócios da loja, que tiveram como 
2524
 Fábio Alves, proprietário da Let It Beer, se sente 
realizado trabalhando com cervejas especiais
Visita à Saint Bier em Forquilhinha realizada em 
dezembro de 2013 pela beer king
Visita à Saint Bier em Forquilhinha realizada em 
dezembro de 2013 pela beer king
Visita à Saint Bier em Forquilhinha realizada em 
dezembro de 2013 pela beer king
destino cervejarias catarinenses e eventos como Fes-
tival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau. O Beer 
club procura se diferenciar de similares no país. Para 
o assinante, que paga R$ 49,90 por mês, são en-
viadas quatro cervejas especiais, acompanhadas de 
uma carta explicativa e dicas de harmonização. Ele 
também ganha desconto no site, nas Beer trips e re-
cebe taças especiais a cada três meses de assinatura.
Perfil do consumidor
Dos 132 assinantes do Beer club da beer king, 10% são 
mulheres. A idade varia entre 25 e 35 anos e todos 
têm ensino superior completo. Entre 15 e 20% são 
de fora de Florianópolis, entram nessa lista pessoas 
de Joinville e Blumenau (SC), Porto Alegre (RS), 
São José dos Campos e São Paulo (SP), entre outros. 
Na Beer Boss, 66% do público são homens. Prati-
camente a metade, 49%, tem entre 25 e 34 anos, 
32% têm menos e 19% têm 35 anos ou mais. So-
bre a escolaridade, 82% possuem Ensino Superior 
ou Pós-Graduação, o restante tem o Ensino Médio 
completo. Vinte por cento têm renda de até R$ 1 
mil, 45% de R$ 1 a 3 mil, 24% de R$ 3 a 6 mil e 
10% ganham mais de R$ 6 mil.
O público alvo da “Let It Beer” são pessoas entre os 
25 e os 65 anos, principalmente homens, mas as 
mulheres aumentam cada vez mais o seu interesse 
pelas cervejas especiais.
Serviço
Let It Beer: Avenida Madre Benvenuta, 1668, Loja 
10 (Centro Executivo Aldo Kuerten) – Santa Mô-
nica – Florianópolis/SC. Aberto de terça a sábado 
das 18h à 00h.
beer king Store: www.beerkingstore.com.br.
Beer Boss: a loja saiu do Shopping Iguatemi e tem 
previsão para abrir no Mercado Público de Floria-
nópolis no final do mês de julho, conforme agenda 
da Prefeitura.
2726
De cima pra baixo: O foco de venda da Beer Boss são as opções 
de presentes; com embalagens diferenciadas e acessórios; Com a 
mudança para o Mercado Público, a Beer Boss ampliar os eventos 
de degustação na loja; O faturamento médio anual do quiosque 
era de R$ 35 mil por mês
FO
TO
s:
 d
iV
u
lg
a
ç
ã
O
/B
ee
r 
BO
ss
Primeira beer trip realizada pela beer king em setembro de 2013
Primeira beer trip realizada pela beer king em setembro de 2013
FO
TO
s:
 a
rq
u
iV
O
/B
ee
r 
ki
n
g
Visita à Saint Bier em Forquilhinha realizada em dezembro de 2013 pela beer king
Produção caseira atrai adeptos pela liberdade na 
escolha de estilos
Região da Grande Florianópolis é a que possui mais cervejeiros 
fabricando a sua bebida em casa
A fabricação de cerveja em casa é uma prática que 
está ganhando cada vez mais adeptos em Santa 
Catarina e na Grande Florianópolis. Desde 2008 
existe a Associação dos Cervejeiros Artesanais de 
Santa Catarina (ACervA Catarinense), que tem o 
objetivo de promover a cultura cervejeira com foco 
na produção caseira e na formação de novos cer-
vejeiros. Hoje, a associação conta com 248 mem-
bros divididos entre seis Diretorias Regionais pelo 
estado, sendo que a Diretoria Regional da Grande 
Florianópolis é a que possui maior número de as-
sociados, com 104 pessoas. A diretora da Grande 
Florianópolis é Gabriela Müller, 31 anos. Formada 
em Farmácia Bioquímica, ela trabalha com levedu-
ras desde 2006 e faz cerveja em casa desde 2011. Ela 
e a vice-presidente Karina Garrido são as primeiras 
mulheres a assumirem a diretoria da ACervA, o que 
aconteceu este ano.
Como diretora regional, Gabriela é responsável por 
reunir e agrupar os associados da região, além de 
organizar eventos que promovam a cultura cervejei-
ra, como oficinas básicas e cursos mais avançados 
(análise sensorial, manipulação de leveduras etc.). 
A principal forma de integração entre os membros 
acontece com os encontros quinzenais, realizados 
às quartas-feiras em um bar ou restaurante, sempre 
variando entre a ilha, o continente e cidades do in-
terior. “A ideia é que as pessoas se encontrem fi-
sicamente, troquem informações, conversem sobre 
cerveja e levem a sua para degustação”, explica a 
diretora.
Para se associar, é necessário pagar uma taxa de R$ 
180,00, cobrada anualmente. As vantagens que o 
cervejeiro tem como membro da ACervA são di-
versas, como desconto em cursos e eventos, partici-
pação em uma lista de e-mails que funciona como 
fórum e eventos exclusivos para associados, mais 
específicos e com poucas vagas. No I Congresso 
Técnico para Cervejeiros Caseiros, realizado pela 
associação nos dias 16 e 17 de maio, em Florianó-
polis, os associados receberam grande desconto na 
inscrição, o que fez com que 60 pessoas se tornas-
sem membros.
O presidente da ACervA, Cássio Marques, 38 anos, 
também sócio da Cervejaria da Lagoa, conta que 
o diferencial da associação catarinense é a divisão 
em diretorias regionais. “A ACervA Catarinense é 
referência nacional, por causa da organização bem 
feita e descentralizada”. Como eventos estaduais, 
a associação organiza o Catarina Bier Festival e o 
Concurso Estadual de Cervejas Caseiras, que neste 
ano está em sua terceira edição. E em comemoração 
aos seis anos de existência da ACervA, foi realiza-
da uma brassagem (etapa do processo de produção 
da cerveja) aberta ao público, em que foi produzida 
uma cerveja com ostras na receita.
Ronaldo Ferreira, 40 anos, é diretor jurídico da 
ACervA e tem uma história premiada com a pro-
dução caseira de cerveja. Começou a fazer a bebida 
em casa, em 2010, em parceria com amigos, produ-
zindo uma leva por semana em um equipamento 
de 20 litros. A Bruxa, marca da bebida de Ronaldo, 
é produzida com água da chuva captada através do 
sistema instalado na casa docervejeiro no bairro 
Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. Para 
cada litro de cerveja, são necessários 15 litros de 
água, levando em conta o processo de produção e 
limpeza. Segundo o cervejeiro, sua bebida pode ser 
considerada sustentável em termos de reutilização 
da água.
FO
TO
: r
a
Fa
el
 s
Tr
a
pa
zz
O
n
FO
TO
: a
rq
u
iV
O
 p
es
sO
a
l/
g
a
Br
ie
l 
kO
ll
rO
ss
A visibilidade no mundo das cervejas começou em 
2012 ao ganhar a primeira edição do Concurso 
Cervejeiro Caseiro, da Cervejaria Bierland, de Blu-
menau, com uma cerveja do estilo Blond Ale. Uma 
edição limitada de dois mil litros da Bierland Bru-
xa Blond Ale foi lançada no Festival Brasileiro da 
Cerveja de 2013. Ela fez tanto sucesso que acabou 
entrando para a linha permanente da cervejaria e é 
produzida por ela até hoje. Internacionalmente, a 
Blond Ale de Ronaldo recebeu o segundo lugar no 
concurso mundial World Beer Awards, na categoria 
Belgian Style Strong Pale na região das Américas em 
2013. O logotipo da Bruxa também recebeu men-
ção honrosa no concurso de marcas da revista nor-
te-americana Brew Your Own.
Hoje, Ronaldo utiliza um equipamento que pro-
duz 50 litros por leva, fabricando a cerveja quatro 
vezes por mês. Toda essa produção é para atender 
os integrantes de um projeto de crowdfunding – fi-
nanciamento coletivo – em que 70 pessoas doaram 
R$ 600,00 para Ronaldo comprar um equipamen-
to maior e devolver essa contribuição na forma de 
72 garrafas de cerveja. As garrafas começaram a 
ser entregues em maio de 2013 e o processo está 
chegando ao final. Depois de concluído o projeto, 
o cervejeiro pretende manter o crowdfunding, mas 
com menos participantes, em torno de 20. Os esti-
los produzidos variam entre as Escolas Cervejeiras, 
uma forma de reutilizar o fermento, e Ronaldo tem 
toda a liberdade de produzir o que quiser. Já foram 
feitas cervejas com bala de coco queimado, rapadu-
ra e frutas.
Uma grande vantagem de produzir a própria cer-
veja em casa é exatamente a liberdade que o cer-
vejeiro tem de criar estilos, variar ingredientes e 
fazer uma bebida da maneira que mais lhe agradar. 
Gabriel Kollross, 27 anos, começou com a prática 
em dezembro de 2010 e sempre tenta fazer cerve-
jas diferentes, mesmo que mude só um ingrediente, 
como o lúpulo. Entre as cervejas mais exóticas fei-
tas por ele estão uma produzida com chicha (bebida 
fermentada com milho e outros cereais, típica de 
países andinos), outra feita com catuaba e ginseng 
e outras que levaram ingredientes colhidos no pró-
prio quintal de Gabriel, como capim-limão e uru-
cum. Para ele, “o cervejeiro caseiro tem a liberdade 
de fazer o que quiser”. 
No I Concurso Estadual de Cervejas Caseiras da 
ACervA Catarinense, realizado em 2012, Gabriel 
levou o primeiro lugar com sua American Pale Ale. 
Além dos prêmios simbólicos recebidos de patro-
cinadores, a Cervejaria Schonrstein, de Pomerode, 
produziu uma leva de 500 litros da cerveja, lança-
da e exposta no Festival Brasileiro da Cerveja do 
ano seguinte. Gabriel acredita que a importância 
de participar dos concursos vai além da premiação, 
pois são excelentes oportunidades para o cervejeiro 
obter retorno sobre sua bebida, saber se ela está sen-
do feita de maneira correta ou se ainda precisa ser 
melhorada. “Foi incrível a experiência de ter minha 
cerveja produzida por uma fábrica como a Schor-
nstein, e muito gratificante saber que os cuidados 
que eu estava tomando na produção geraram resul-
tados”, comemora.
29 28
Gabriel Kollross (dir.) foi o vencedor do I Concurso 
Estadual de Cervejas Caseiras da ACervA Catarinense
Gabriela Müller é responsável pela Diretoria Regional 
da Grande Florianópolis na ACervA. Ronaldo Ferreira 
já recebeu diversos prêmios pelas cervejas que produz 
em casa
3130
De cima para baixo: Depósito de tampinhas de garrafa no The Liffey; Cardápio das chopeiras do The Liffey Brew Pub; Amostras de malte e 
lúpulo no The Liffey Brew Pub; Análise realizada durante o processo de produção no The Liffey; As três torneiras de chope do bar da Faixa 
Preta.
De cima para baixo: A cerveja Pilsen fabricada pela Cervejaria Faixa Preta; A Blond Ale e as torneiras do Bar da Sambaqui; Taça personalizada 
da Jester com a cerveja American Pale Ale; Canecas de chope da Cervejaria Badenia; Todo design da marca Faixa Preta é feito por Cleide 
Marchi.

Outros materiais