Buscar

caso concreto 2 prática penal

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATEUS, já qualificado nos autos em epígrafe, que lhe move a Justiça 
Pública, por seu advogado que a esta subscreve (procuração anexa), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, 
oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, Com fulcro nos artigos 396 e 396-
A, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: 
 
I- DOS FATOS 
 
Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2010, supostamente teria se 
dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção 
carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de 
exame de corpo de delito. Narra ainda a exordial que, embora não se tenha 
se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu 
teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao 
propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de 
deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
 
II- DO DIREITO 
II.I- PRELIMINARES 
II.I.I- ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Preliminarmente, há que se destacar a ilegitimidade do Ministério Público 
para a propositura da presente ação, tendo em vista a inexistência de 
manifestação dos genitores da vítima neste sentido. Essa afirmação está de 
acordo com o artigo 395, II do Código de Processo Penal, que relata: A 
denúncia ou queixa será rejeitada quando: faltar pressuposto processual ou 
condição para o exercício da ação penal. Ademais, como se vê pelo artigo 
225 do Código Penal, somente se procede mediante ação penal pública 
condicionada nos casos de hipossuficiência financeira da vítima e de seus 
genitores. Trata-se, portanto, de ação penal pública condicionada à 
representação, sendo esta uma manifestação do ofendido ou de seu 
representante legal, no sentido de autorizar o Ministério Público a iniciar a 
ação penal. A representação é, nestes termos, uma condição de 
procedibilidade. 
 
II.I.II- NULIDADE 
 
A representação é uma condição específica para esse tipo de ação sem a qual 
a ação penal sequer deveria ter sido ajuizada. Nesses termos, o que se denota 
é a ocorrência de uma da causa de nulidade, sendo esta, de modo específico, 
prevista no artigo 564, III, alínea a, do Código de Processo Penal. No caso 
concreto, o Ministério Público que iniciou a ação penal, devendo esta 
atribuição ser do ofendido ou do seu representante legal. 
 
III- DO MÉRITO 
III.I- ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
 
Com base no que foi mencionado acima e concomitante com o art.397, III, 
do Código de Processo Penal, deve ocorrer a absolvição sumária do acusado 
devido a o fato narrado evidentemente não constitui crime. 
O réu desconhecia a alegada condição de tratar-se a vítima de débil mental, 
sendo este um dos requisitos previstos em lei para que se presuma a 
violência. Não sendo a debilidade aparente e, portanto, desconhecida pelo 
réu, os atos sexuais, nas circunstâncias em que foram praticados, deram-se 
de forma não criminosa por manifesta atipicidade. Não bastassem tais 
circunstâncias, compulsando os autos, observa-se ainda a inexistência de 
Laudo Pericial comprovando a alegada debilidade mental, que, aliás, não 
pode ser presumida. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer que seja anulada ab initio a presente ação penal, 
o reconhecimento da ilegitimidade do Ministério Público, o acusado seja 
absolvido sumariamente e a realização de Exame Pericial, para que se 
verifique a higidez mental da suposta vítima e a oitiva das testemunhas 
arroladas. 
 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
 
 ______,_____,______ 
 Local e Data 
 ____________________ 
 Advogado 
 ___________ 
 OAB 
 
 
 
 
 
 
Rol de testemunhas 
 
1- Olinda, RG, CPD E ENDEREÇO 
2- Alda, RG, CPF E ENDEREÇO

Continue navegando