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ESTRUTURAS DE AÇO 0182 Profª: Adrieli R. Nunes Schons Engenheira Civil Pós-Graduada em Engenharia Segurança do Trabalho Mestranda em Arquitetura e Urbanismo Ação do Vento nas Estruturas Cargas devido ao Vento • Em estruturas leves esbeltas, como é o caso das estruturas construídas em aço, o vento é resposável por grande parte dos acidentes. Sendo assim, o vento é uma ação que não deve ser ignorada. • Essas ações podem ser determinada conforme as prescrissões da NBR 6123/88 “ Forças devido ao vento em edificações” Ação do vento nas Estruturas • Vento pode ser definido como o movimento de uma massa de ar devido às variações de temperatura e pressão. • Essa massa de ar em movimento possui energia cinética, e apresenta inércia às mudanças do deslocamento. • Se um corpo é colocado no fluxo do vento, e ocorre a alteração da sua trajetória, é porque houve uma interação de forças entre a massa de ar e a superfície do corpo. • Pode-se mostrar que essa pressão de interação é função da forma e rugosidade do obstáculo, e do ângulo de incidência e velocidade do vento Grau Velocidade do vento Descrição do vento Efeitos devidos ao vento Intervalo (m/s) Média (km/h) 0 0,0-0,5 1 Calmaria ---------- 1 0,5-1,7 4 Sopro Fumaça sobe na vertical 2 1,7-3,3 8 Brisa leve Sente-se o vento nas faces 3 3,3-5,2 15 Brisa fraca Movem-se as folhas das árvores 4 5,2-7,4 20 Brisa moderada Movem-se pequenos ramos e as bandeiras se estendem 5 7,4-9,8 30 Bisa viva Movem-se ramos maiores 6 9,8-12,4 40 Brisa forte Movem-se arbustos 7 12,4-15,2 50 Ventania fraca Dobram os galhos fortes 8 15,2-18,2 60 Ventania moderada Difícil de caminhar, galhos quebram-se e troncos oscilam 9 18,2-21,5 70 Ventania Objetos leves são deslocados, quebram-se arbustos e galhos grossos 10 21,5-25,5 80 Ventania forte Árvores são arrancadas e postes são quebrados 11 25,5-29,0 90 Ventania destrutiva Avarias severas 12 >29,0 105 Furacão Calamidades • Posição geográfica da edificação; • Altura da edificação e projeção em planta; • Aspectos topográficos; • Rugosidade do terreno. FAT. QUE INTERFEREM NA VELOCIDADE DO VENTO DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DINÂMICA OU DE OBSTRUÇÃO Velocidade característica Vk (velocidade de projeto) Vk = V0S1S2S3 Onde: V0 – velocidade básica do vento (m/s) S1 – fator topográfico S2 – fator rugosidade do terreno e dimensão da edificação S3 – fator estatísitico (ocupação) M A P A D E I S O P L E T A S P A R A D E T E R M IN A Ç Ã O D A V E L O C ID A D E B Á S IC A D O V E N T O V 0 (m /s ) FATOR TOPOGRÁFICO S1 a) Terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0; b) Taludes e morros -no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes): S1 = 1,0; -no ponto B: [ S1 é uma função S1(z)]: θ ≤ 3º : S1(z) = 1,0 6º ≤ θ ≤17 º : θ ≥45º: [ interpolar linearmente para 3º < θ < 6 º < 17 < θ < 45º ] Nota: Interpolar entre A e B e entre B e C. Vales profundos S1 = 0,9. 01 1,0 2,5 tan 3 1 z S z d 1 1,0 2,5 0,31 1 z S z d FATOR RUGOSIDADE DO TERRENO E DIMENSÃO DA EDIFICAÇÃO S2 S2 é determinado definindo uma categoria (rugosidade do terreno) e uma classe de acordo com as dimensões da edificação. Definição de categorias de terreno segundo NBR 6123/1988 Categoria Discrição do ambiente I Mar calmo, lagos, rios, pântanos II Campos de aviação, fazendas III Casas de campo, fazendas com muros, subúrbio, cam altura média dos obstáculos de 3,0 m IV Cidades pequenas, suburbios desamente construídos, áreas industriais desenvolvidas, com muros, suburbios, com altura média dos obstáculos de 10,0 m V Florestas com árvores altas, centros de grandes cidades, com altura média igual ou superior a 25,0 m Rugosidade do terreno Ação do vento nas Estruturas Ação do vento nas Estruturas Terminologia • Barlavento: Região de onde sopra o vento, em relação à edificação. • Sobrepressão: Pressão efetiva acima da pressão atmosférica de referência (sinal positivo). • Sotavento: Região oposta àquela de onde sopra o vento, em relação à edificação. • Sucção: Pressão efetiva abaixo da pressão atmosférica de referência (sinal negativo). Ação dos ventos nas Estruturas • Valores positivos dos coeficientes de forma externo e interno correspondem a sobrepressões, e valores negativos correspondem a sucções. • Um valor positivo para F indica que esta força atua para o interior, e um valor negativo indica que esta força atua para o exterior da edificação. Ação dos ventos nas Estruturas • Paredes de edificações de planta retangular: Coeficientes de pressão e de forma externos (Tab. 4). Ventos densos na costa da Florida, permitindo a visualização de sua trajetória em torno dos edifícios. Ação dos ventos nas Estruturas • Telhados com duas águas, simétricos: Coeficientes de pressão e de forma, externos (Tab. 5) Ação dos ventos nas Estruturas Exemplo: Ação de Vento num Galpão • Verificar a velocidade característica e a pressão dinâmica do vento para uma edificação industrial em estrutura metálica no bairro Pedra Branca – Palhoça – SC, conforme dimensões abaixo: a= 60m b= 30m h1= 5,5 m e h2 = 9,5m Q = 0,613 V²k • Vo = Figura 1 - Florianópolis = 45m/s Ponderação Vo = 42,5 m/s • S1 = 1,0 • S2 = Categoria IV, Classe C • Altura: h1=5,5 m e h2 = 9,5m • Relação altura/largura: • Largura: b=30m Comprimento: a=60m Relação comprimento/largura: 5,5/30 e 9,5/30 • S3 = 1 • S2(z -> 5,5) = 0,84 x 0,95 (5,5/10)^0,135 = 0,74 • S2(z -> 9,5) = 0,79 • Vk = Vo. S1. S2. S3 • Vk (5,5) = 42,5 x 1 x 0,74 x 1 = 31,45m/s • Vk (9,5) = 42,5 x 1 x 0,79 x 1 = 33,57m/s • q(5,5) = 0,613(31,45)² = 606,32 n/m² = 0,61kN/m² • q(9,5) = 0,613(33,575)² = 690,02 n/m² = 0,69kN/m² Estado limite de utilização Pode ser caracterizado quando se verifica os seguintes fenômenos: – Deformações excessivas para utilização normal da estrutura, como por exemplo: flechas ou rotações que afetam a aparencia da estrutura. – Deslocamentos excessivos sem perda de equilibrio. – Danos Locais excessivos (fissuração, rachaduras, corrosão etc.) que afetam a utilização ou a durabilidade da estrutura. Método dos estados limites Método dos estados limites Verificação de projeto Sd ≤ Rd Método dos estados limites • Solicitações Ações: - Causas que provocam esforços na estrutura. Exemplo: Vento, peso próprio dos elementos estruturais, peso de elementos de vedação e demais componentes da edificação, peso das pessoas, de moveis, empuxo de terra, protenção, cargas de equipamentos etc. Método dos estados limites CLASSIFICAÇÃO Variabilidade no tempo: - Permanente - Varáveis Método dos estados limites CLASSIFICAÇÃO Ação permanentes – Apresentam pouca variação em torno da média ao longo do tempo Diretas: (peso próprio, peso dos elementos de vedação, peso de equipamentos fixos. etc) Indiretas: (Protenção, recalque de apoio, retração de materiais que compoem a estrutura. etc) Método dos estados limitesAções variáveis – Apresentam grandes variações em torno da média ao longo do tempo. Exemplo: (as cargas acidentais das construções, bem como efeitos, tais como forças de frenação, de impacto e centrífugas, os efeitos do vento, das variações de temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio e, em geral, as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas) Ações variáveis normais – grande probabilidade de ocorrencia e de obrigatória consideração no projeto. Ações variáveis especiais – Ações de natureza ou intensidades especiais, como abalo sísmico por exemplo. Método dos estados limites • Ações excepcionais – São as que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida útil da construção. Vantagens do projeto por estado limite: 1 É uma “nova” ferramenta de projeto. 2 É mais racional que a filosofia das tensões admissíveis. 3 É mais seguro. 4 Pode ser mais econômica para pequenas cargas variáveis. 5 O conhecimento das estruturas é mais preciso que o das cargas. 6 É mais flexível: permite tratar separadamente a resistência e as cargas. 7 As cargas não dependem do material. 8 Futuros ajustes podem ser feitos com facilidade. 9 Trata o comportamento da estrutura de modo mais intuitivo. 10. Baseada em modelos probabilísticos, ou seja, a filosofia do estado limite reconhece que não se pode construir estrutura absolutamente segura: sempre existe a probabilidade de as cargas serem superiores à resistência da estrutura. Ações em estruturas segundo a NBR 8800 (seção 4.8): - Ações permanentes (G): - Peso próprio da estrutura; - Peso de pisos, telhados e revestimentos; - Peso de paredes; - Peso de equipamentos e instalações fixas Ações em estruturas segundo a NBR 8800 (seção 4.8): - Ações variáveis (Q): - Uso e ocupação; - Sobrecargas; - Ventos; - Variação de temperatura; - Empuxo de terra; - Pressão hidráulica Ações em estruturas segundo a NBR 8800 (seção 4.8): - Ações excepcionais (E): - Explosões; - Choques de veículos; - Efeitos sísmicos Solicitação de projeto (Sd) segundo a NBR-8800: • Durante as condições de uso e construção: • Durante condições excepcionais: Onde: • Sd: solicitação combinada de projeto • G: carga permanente • Q1: ação variável base (preponderante) • Qj : ação variável a ser combinada com a ação base (demais ações variáveis) • γg: coeficiente de ponderação para as cargas permanentes • γq1: coeficiente de ponderação para a carga variável base • γqj: coeficiente de ponderação para as demais cargas variáveis • ψj : fator de combinação das ações variáveis E: ações excepcionais (choques, explosões, efeitos sísmicos, etc.) EXERCÍCIOS 1) Determinar a solicitação de projeto (Sd) para viga de edifício sujeita aos seguintes momentos fletores: • Peso próprio da estrutura (G): 10 kN·m • Uso da estrutura (Uso): 30 kN·m 2) Uma treliça de cobertura em aço de um edifício residencial está sujeita aos seguintes carregamentos verticais distribuídos por unidade de comprimento (valor positivo indica carga no sentido da carga gravitacional). - peso próprio + peso da cobertura (estruturas metálicas): G = 0,8 kN/m - carga variável (sobrecarga na cobertura) (uso da estrutura): Q = 1,5 kN/m - vento V1 (sobrepressão): V1 = 1,3 kN/m - vento V2 (sucção): V2 = - 1,8 kN/m Calcule as ações combinadas (combinações normais) para o projeto no estado limite último de acordo com a NBR 8800. Determine os carregamentos verticais de projeto (de cálculo) a serem considerados no dimensionamento da treliça. 3) Determinar a solicitação de projeto para viga de edifício sujeita aos seguintes momentos fletores: • Peso próprio da estrutura (Mg1): 10 kN·m • Peso próprio dos outros componentes construtivos padronizados e adicionados in loco (Mg2): 50 kN·m • Ocupação da estrutura (Mq): 30 kN·m • Vento (MV1): 20 kN·m 4) Determinar a solicitação de projeto para viga de edifício sujeita aos seguintes momentos fletores: • Peso próprio da estrutura: 10 kN·m • Peso próprio dos outros componentes:50 kN·m • Ocupação (uso) da estrutura (Ocup): 60 kN·m • Vento de sobrepressão: 20 kN·m • Sobrecarga acidental: 10 kN·m Referências • NBR 8800:2008 – Projeto de Estrutura de Aço e de Estrutura Mista de Aço e Concreto de Edifícios • NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações Manual de Construção em Aço: Galpões para Usos Gerais, CBCA, 2010 • Outras referências: “Como construir um telhado” – Prof . Watanabe • http://www.ebanataw.com.br/roberto/telhado/index.php • http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedd ed&v=4muhc_QUGcI • http://www.youtube.com/watch?v=GwtA6kwNfCI
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