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Relatorio estágio ens medio

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UNINTER
GLAUBER ERICSON DE ALMEIDA SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ENSINO MÉDIO
SANTA MARIA
2019
GLAUBER ERICSON DE ALMEIDA SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ENSINO MÉDIO
Relatório de Estágio Supervisionado de Ensino Médio apresentado no curso de Formação Pedagógica de Filosofia da UNINTER.
SANTA MARIA
2019
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo explicitar as atividades realizadas pelo estagiário Glauber Ericson de Almeida Silva, com a orientação da Professora e tutora Cleonice Lena, durante o Estágio Supervisionado, efetivado na Escola Estadual de Ensino Médio Cílon Rosa, Rua Appel, nr 805 em Santa Maria, RS. 
O Estágio Supervisionado é um componente curricular obrigatório para todos os alunos do Curso de Formação Pedagógica em Filosofia e tinha como objetivo a observação num período de 04 horas das práticas e dos documentos que permeiam a educação neste colégio.
A filosofia, em seu processo de desenvolvimento do pensamento humano e como área do conhecimento, vem consolidando teoricamente sua posição como uma ciência que busca conhecer e explicar as manifestações dos múltiplos acontecimentos com base nas teorias manifestadas por diversos pensadores no passado e na atualidade.
O estágio tem como foco fundamental o contato entre dos estagiários (a) com a realidade educacional no nível do ensino Médio, o qual está em questão. O estágio não é apenas o momento de aplicação do que foi assimilado, mas sim a explicitação da indissociabilidade entre a teoria e a prática.
O estágio consistiu na apresentação deste aluno no Colégio e na observação das práticas e métodos utilizados durante o período escolar. A metade do tempo foi utilizada para a observação de documentos importantes que direcionam o projeto pedagógico da escola para que se tenha mais eficiência no que se faz e eficácia no alcance dos objetivos estipulados.
A outra metade do tempo consistiu em observação dentro da sala de aula com a presença da professora Cleonice Lena que, naquele momento, preparava a turma para uma avaliação que seria realizada na aula seguinte.
Santa Maria, carinhosamente chamada de “Coração do Rio Grande”, é uma cidade que se localiza no centro do Rio Grande do Sul, com uma população aproximada de duzentos e oitenta mil e quinhentos e cinco pessoas, numa área de 1780 Km², de acordo com as informações do IBGE.
A cidade conta com inúmeras Universidades sendo as mais importantes a Universidade Federal de Santa Maria, a Universidade Franciscana, Instituto Federal de Santa Maria, a FADISMA, entre outras.
Outro detalhe importante, a cidade é a terceira maior guarnição militar do Brasil, o que coloca dentro deste universo da população, juntamente com as instituições de ensino federais, um número considerável de servidores públicos.
O resultado destes apontamentos é a comprovação de que muitos estão de passagem e a cidade é muito procurada pelo ensino de qualidade tanto nas Universidades como nas escolas públicas de ensino fundamental e médio.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO ESTAGIADA
A Instituição de ensino Estagiada foi uma das últimas tentativas de escolas que este aluno procurou para a realização do estágio supervisionado. A dificuldade encontrava-se justamente, no número muito grande de universidades, muitos universitários também encontravam-se realizando estágios dentro de suas áreas nas diversas escolas.
Muitas portanto negaram o acesso a atividade, mas notadamente, as escolas tinham condições de apoiar, mas talvez a procura intensa possa ter causado um desconforto nestas Instituições. Contudo, a Escola Estadual de Ensino Médio Cílon Rosa, mesmo vivenciando a mesma situação, foi de grande gentileza aceitar minha presença para realização do referido estágio.
E a oportunidade foi abraçada com muito gosto e dedicação pois, além da observação dentro da sala de aula onde pude perceber um universo totalmente diferente do qual estou acostumado, pude conhecer os problemas atinentes vivenciadas pelos alunos e alunas no decorrer do estágio.
2.1. Identificação da Instituição Estagiada
Como já dito anteriormente, a Escola de Ensino Médio Cílon Rosa encontra-se localizada na cidade de Santa Maria no Estado do Rio Grande do Sul. Possui um número considerável de salas de aula e tem seu funcionamento tanto na parte da manhã, das sete e meia as doze horas, das treze horas as dezessete horas pela parte da tarde e das dezenove horas as vinte e três horas na parte noturna.
Pela manhã e à tarde funciona o Ensino Médio e à noite, a escola disponibiliza o EJA (Educação de Jovens e Adultos). 
O número de alunos aproximadamente no ensino médio são de 800 alunos distribuídos pelos três turnos. Dentro deste efetivo estão seiscentos e quarenta e quatro no ensino médio, cento e trinta e três no EJA. Os alunos em processo de inclusão são vinte e seis alunos.
O estágio foi realizado no mês de maio, em duas semanas com duração total de quatro horas, portanto foram duas horas semanais de observação dos principais documentos pedagógicos e também a participação em sala de aula do trabalho desenvolvido pela Professora Cleonice Lena, professora de Filosofia da instituição.
Na primeira semana com a duração de duas horas, fui apresentado aos alunos da sala de aula e estive por um tempo de cinquenta minutos observando a didática e as reações dos jovens com a matéria, que neste caso, seria uma revisão para a avaliação que a turma teria na aula subsequente. 
Nesta oportunidade, foi possível verificar também vários aspectos com relação aos alunos da escola, o que posteriormente, numa conversa com a professora foi possível tirar algumas dúvidas e ambientar-me com a situação vivida pelos alunos dessa escola o que será desenvolvida num item posterior.
2.2 Concepção Pedagógica da Instituição
A Escola Estadual de Ensino Médio Cílon Rosa é reconhecida pela sua relevante atuação no processo de ensino aprendizagem, bem como na formação de cada aluno que por lá passa. Desta forma, a escola procura ressignificar o trabalho pedagógico através de um currículo mais integrado entre as disciplinas das áreas de conhecimento e de forma contextualizada, pois está ciente das transformações do mundo contemporâneo o qual exige um conhecimento dinâmico, ou seja, uma formação para conviver com o avanço das tecnologias, das ciências e das relações interpessoais. O trabalho pedagógico proporcionado pela escola baseia-se numa formação mais integral do aluno, oportunizando ao jovem relacionar o saber por ele construído e interagir com seu cotidiano.
Segundo o Projeto Pedagógico da escola, esta procura estar em consonância com o Regimento Escolar pois foram realizados conforme as orientações da SEGUC/RS e da mantenedora 8ª CRE onde já sofreram as devidas homologações.
Diante disso, a escola apoia-se em alguns teóricos para um entendimento conceitual do PPP e qual a sua função. A escola apoia-se principalmente em Vasconcelos quando construíram o PPP:
É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se caracteriza na caminhada que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. (VASCONCELLOS,2000, p 169)
O PPP norteia as ações da escola, com base nos fins da educação respeitando as disposições legais, a Gestão Democrática do ensino adotada, a reestruturação curricular do Ensino Médio e a realidade da comunidade do Estado.
O Projeto Político-Administrativo e Pedagógico contempla a fase de desenvolvimento e a possibilidade de construção de projetos de vida, elegendo como referenciais: o trabalho, como princípio educativo e a pesquisa como princípiopedagógico.
Nota-se que no Projeto Político-Administrativo e Pedagógico encontra-se citações a respeito do Atendimento Educacional Especializado onde contempla as ações necessárias para a inclusão de todos os alunos no processo de aprendizagem e na organização escolar.
Além deste referencial, a escola também apresenta como princípios orientadores, alguns conceitos presentes no Regimento Escolar que norteiam o ensino como: 
Parte-totalidade- É apropriação de um fato ou fenômeno, estendendo esta apropriação à totalidade;
Reconhecimento de saberes – a construção curricular tem como centralidade as práticas sociais nas quais o diálogo realiza a mediação entre estas práticas e o conhecimento científico universalizado, entendendo que a transformação da realidade se dá pela ação dos próprios sujeitos;
Teoria-prática – a relação teoria x prática é um processo contínuo de fazer, teorizar e refazer;
Interdisciplinaridade – é o diálogo das disciplinas (componentes curriculares) e Áreas do Conhecimento;
Pesquisa Pedagogicamente Estruturada/Orientada – os indivíduos para transformarem-se em sujeitos autônomos, capazes de buscar uma inserção cidadã na sociedade, precisam compreender-se no mundo e construir sua atuação visando a transformação da realidade;
Avaliação Emancipatória – reafirma a opção por práticas democráticas em todas as instâncias das políticas educacionais com o compromisso de incorporar novas práticas avaliativas. Conforme Saul (1988) a avaliação é uma constante em nosso dia-a-dia.
O Projeto Político Pedagógico – é consequência da reflexão conduzida no ambiente da comunidade escolar, fiel as suas circunstâncias e retrato de seus anseios;
A metodologia de ensino da escola considera a interdisciplinaridade como um diálogo das disciplinas e áreas do saber, sem a supremacia de uma sobre a outra, trabalhando o objeto do conhecimento como totalidade. Viabiliza o estudo de temáticas transversalizadas que aliam teoria e prática, tendo sua concretude por ações pedagogicamente integradas no coletivo dos professores.
Considera também o trabalho como Princípio Educativo com a microeletrônica, tanto o trabalho quanto a vida social se modificam, passando a ser regidas pela dinamicidade e pela instabilidade a partir da produção em ciência e tecnologia. A função precípua da escola é ensinar a compreender e transformar a realidade a partir do domínio da teoria e do método científico. 
A elaboração de projetos vivenciais são elaborados a partir de pesquisas que explicite uma necessidade, dificuldade ou problema do contexto do aluno- conhecimento social, para que em interface com os conhecimentos formais as áreas de conhecimento, que possibilita a construção de conceitos que viabilizam a resolução de problemas.
Para os alunos de Atendimento Educacional Especializado, a metodologia existente na escola agrega a prática pedagógica a qual tem por fundamento os níveis de desenvolvimento físico e psicológicos dos alunos, oportunizando lhes experiências enriquecedoras e significativas, tanto individuais quanto coletivas, que entendam o sujeito como construtor de seu conhecimento, utilizando recursos especializados.
A Escola desenvolve uma metodologia de trabalho que procura oportunizar experiências enriquecedoras e significativas num ambiente acolhedor e desafiador em condições adequadas de desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social.
O trabalho é baseado, conforme o Regimento Escolar, nas diferentes áreas do conhecimento e embasado na integração entre aluno-professor e objeto do conhecimento, onde aprender é utilizar diferentes formas de informação para adquirir e construir conhecimentos em níveis cada vez mais complexos.
O educando é trabalhado para perceber que é integrante e transformador de seu meio, no exercício de direitos e deveres, adotando atitudes de solidariedade, cooperação, respeito, posicionando-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais.
A escola no seu Regimento Escolar abrange situações de aprendizagem que atendam aos compromissos científicos e filosóficos da Escola como: ser, aprender, fazer e conviver, valorizando os conhecimentos prévios, a cultura da comunidade e propiciando o acesso ao saber local, regional e universal da humanidade, voltado para educação interdisciplinar e tendo como meta almejada “Aprender a aprender”.
A metodologia de ensino da escola pode ser compreendida como um conjunto de ações teóricas e práticas desenvolvidas pelo professor visando alcançar os objetivos propostos em seus planos de trabalhos, e não como um roteiro prescritivo que busca uma ação docente automatizada que não valoriza as experiências e o contexto no qual o aluno está inserido. Assim é fundamental que o professor tenha clareza do que, para que, como e a quem está ensinando ou orientando para a partir daí, utilizar uma metodologia que contemple as necessidades educacionais do aluno. Araújo (2006, p. 26) explica que: ”o método implica um norteamento ao processo educativo no âmbito das instituições escolares, o que requer planejamento prévio e operacionalização em vista mesmo da educação humana”. A atividade docente, conforme observado, exige organização e um planejamento, de modo que a metodologia utilizada pelo professor realize uma mediação para o processo ensino-aprendizagem, transformando-o num processo prazeroso mas sobretudo eficaz.
No caso de avaliações, a escola implementa um processo cumulativo quali-quantitativo tendo como referência o conteúdo desenvolvido em aula, levando em consideração o interesse e a participação dos alunos numa visão investigativa e crítica. Além disso, a escola possui registros que norteiam a avaliação qualitativa com base em registros frequentes com critérios pré-definidos para cada área do conhecimento.
A avaliação da aprendizagem, refletindo a proposta da escola expressa no Projeto Político Pedagógico visa ao aprofundamento da formação adquirida na etapa anterior da Educação Básica, isto é no Ensino Fundamental, e consolidar as condições cognitivas necessárias para o prosseguimento dos estudos quer para vida cidadã ativa, quer para continuidade no Ensino Superior. Considera o Regimento que, o aluno é também o sujeito responsável pelo seu ato de aprender, a auto avaliação do aluno pode estar associada à avaliação do professor, sendo uma das estratégias a consistência do processo avaliativo.
Temos que frisar que a escola é um espaço diversificado onde transitam pessoas com variadas intenções e finalidades e objetivos. Mas disto tudo, cabe observarmos que a relação mais importante no contexto escolar refere-se a relação aluno-professor. Como colocado no Regimento da escola, há uma preocupação maior com esta relação, pois o processo ensino-aprendizagem se estabelece com a interação social e a mediação do outro tem fundamental importância. A escola incentiva nos alunos o diálogo constante com os professores e o contrário também. 
A observação de Paulo Freire (2005) tem sido uma referência neste trabalho de comunicação entre alunos e professores quando orienta que o diálogo é capaz de mobilizar o refletir e o agir dos homens e mulheres.
Neste processo a escola enfatiza a importância do currículo através dos fundamentos didáticos-pedagógicos que propõe no desenvolvimento de práticas docentes que irão fundamentar o ensino-aprendizagem.
A escola opta pelos seguintes conceitos e tipologias com relação ao currículo. O currículo formal encontra-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 93/96 (LDB93/96), nos Parâmetros Curriculares Nacionais, nas Diretrizes Curriculares Nacionais, nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e nas Resoluções. 
O currículo em ação é o vivenciado e o de fato concretizado, como menciona Forquim (1992) o que as escolas transmitem acerca da cultura é uma escolha de elementos considerados válidos e legítimos. E segundo Silva e Moreira (2000), nas escolas não se aprende apenas nos conteúdos sobre o mundo natural e social, mas também adquire-se consciência da dinâmicae das relações sociais.
A escola também dá uma importância ao currículo oculto que, é constituído por todos os aspectos do espaço escolar que apesar de não estar explícito no currículo oficial contribui de forma implícita no processo de aprendizagens sociais relevantes. Silva (2001) esclarece melhor esta situação quando afirma que o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações. O currículo do EJA também contempla as ideias acima.
Conforme observa PICONEZ (1991) que estuda o sistema de estágio supervisionado na formação de professores revela que o modelo que predomina segue com os estudos teóricos num primeiro bloco para, posteriormente, partir para uma prática quando os conhecimentos adquiridos serão vivenciados pelos alunos. Esta segunda parte faria parte de sua formação pedagógica. Pode parecer um processo simples mas, pesquisas demonstram que a formação do professor ocorre com o tempo e com as experiências adquiridas.
Segundo Gómez (1995 p.112): 
O pensamento prático do professor não pode ser ensinado, mas pode ser aprendido. Aprende-se fazendo e reflectindo na e sobre a acção. Através da prática é possível apoiar e desenvolver o pensamento prático, graças a uma reflexão conjunta (e recíproca) entre o alunomestre e o professor ou o tutor.
Nesta perspectiva, o supervisor deverá ser:
[...] responsável pela formação prática e teórica do futuro professor, deve ser capaz de actuar e de reflectir sobre a sua própria acção como formador. Deve perceber que a sua intervenção é uma prática de segunda-ordem, num processo de diálogo reflexivo com o alunomestre sobre as situações educativas. (GÓMEZ, 1992, p. 112-113).
Percebe-se claramente através destas citações que o trabalho exercido no Estágio supervisionado adquire importância tanto para o aluno/mestre, como o professor/supervisor, pois este estará refletindo sobre suas ações estão interferindo de forma positiva ou negativa, ou estão produzindo conhecimento rapidamente ou retardando o aluno. Pode parecer estranho mas, como diz na citação de GOMEZ (1995, p.112) quando o aluno está aprendendo/fazendo, pode o aluno ser impedido de passar por experiências que lhe darão o aprendizado.
O estágio permite o contato do aluno com o universo no qual ele estará inserido rapidamente após o período de formação. Dar ao aluno a oportunidade travar contato com a realidade que estará submetido com acompanhamento do professor e que permite a correção de rumos e observações, faz grande diferença, principalmente quando o trabalho tem como objetivo tratar com pessoas.
O estágio supervisionado ocorre de maneira que a teoria e a prática estão ocorrendo ao mesmo tempo. Enquanto o aluno está relembrando a teoria que aprendeu durante os seus estudos, ele estará convivendo com as teorias e podendo refletir e coloca-las em prática de acordo com cada situação vivenciada de acordo com a realidade. De acordo com essa compreensão, Alves e Garcia (2002, p.77) afirmam: 
A teoria será permanentemente confrontada com o concreto social/escolar, e este será olhado a partir da teoria, recuperando-se a unidade dialética teoria-prática. Mas apreender o real exige mais do que o olhar da Filosofia, Sociologia, Psicologia ou Antropologia. Exige a articulação das diferentes áreas do conhecimento na interdisciplinaridade, redefinindo método e categorias.
Entende-se portanto que o estágio compreende uma teoria praticada onde se procura retirar desta atividade um conhecimento ou um saber da experiência vivida.
2.3.Descrição e Análise Reflexiva das Atividades de Estágio Supervisionado
As atividades desenvolvidas na escola constituíram-se em observações no interior das salas de aula, uma parcela do tempo foi possível vivenciar a rotina dos professores, em alguns momentos na sala de aula e outros, nas reuniões de professores por conta dos intervalos maiores e também no pátio da escola.
Na sala de aula foi possível perceber as dificuldades de manutenção da escola. Nas paredes onde haviam as carteiras, também estavam as instalações elétricas revestidas por canos externos onde, em alguns locais os fios mostravam-se com o perigo iminente de choque em quem encostasse nos neles. 
As carteiras muitas delas quebradas e totalmente riscadas eram a maioria e até o teto tinha inscrições e desenhos que lembram pichações. 
Muitos dos alunos sentavam-se em grupos e pouca importância davam as palavras da professora que esforçava-se para passar a importância do resumo que havia preparado para as provas nos quais os alunos iriam realizar.
Os conceitos foram muito explicados e explanados, contendo o carinho e o tempo que certamente, a professora dispensou para realizar.
Perguntado a professora com relação aos recursos necessários para manter a escola através da manutenção de suas estruturas, esta respondeu que não era suficiente para manter as instalações com uma boa apresentação. Mas no decorrer do estágio percebi muitas salas fechadas. Após indagar a escola, responderam-me que haviam construído devido ao aumento de alunos e que, atualmente, estes alunos não estão comparecendo as aulas. 
O motivo das faltas seriam a falta de recurso devido ao cancelamento de muitas das bolsas famílias e também do desemprego, principalmente, pois com a falta de recurso na família pelo pai desempregado, estes desistem do estudo para ajudar financeiramente a família.
Outra situação observada foi a quantidade de meninas grávidas na escola. A falta de orientação dos pais e a falta de esperança no futuro, juntamente com a falta de recursos para proteger-se adequadamente, seriam fatores para a situação vivenciada.
A observação nos faz refletir muito mais ainda, mesmo que já sabendo da importância do professor, que este profissional deveria ter um plano de carreira onde beneficiasse aqueles que procurassem cada vez mais aprimorar-se com um salário digno de quem vivencia, sofre, ajuda e ensina jovens com estas preocupantes situações expostas neste trabalho.
Muitos jovens já não vivem com os pais, muitos são expulsos de casa pelo fato de conviverem com problemas sociais com os pais, principalmente devido ao álcool. Foram vários momentos em que a escola, através da professora, indicou alguns jovens que estavam passando por estes casos demonstrando a realidade de muitas famílias.
 2.4. Modelo de Plano de Aula
IDENTIFICAÇÃO
Disciplina:
Ano/Série:
CONTEÚDO OU TEMA DA AULA
OBJETIVOS
SÍNTESE DO ASSUNTO
DESENVOLVIMENTO DA AULA
RECURSOS
ASSINATURA E CARIMBO DO TUTOR/COORDENADOR DO POLO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio no Colégio Cílon Rosa de segundo grau foi importante para observar contrastes. Toda vez que observamos contrastes é possível adquirirmos consciência sobre uma determinada situação. Podemos comparar, emitir ou mudar conceitos diante de diferenças observadas. Nisso se enquadra o som e o silêncio, o claro e escuro, o bem e mal e assim por diante.
Notadamente, este estudante não tinha uma ideia muito clara acerca do ambiente de uma escola pública, seja ela municipal ou estadual. Estudei, é verdade, em escolas públicas, mas já faz um bom tempo e onde muita coisa mudou de lá pra cá. Uma delas é que, antigamente, uma escola pública tinha um grande conceito e principalmente, condições para atingir uma boa qualidade de ensino. Não que, não tenhamos professores qualificados, mas a estrutura e apoio decaiu bastante neste longo período. Além disso, ensinar tornou-se uma atividade heroica, mas continua apaixonante. Saber que alunos de antes, apesar de toda a dificuldade, seja financeira, social, familiar, tornaram-se homens que estão ajudando a construir o país para melhor e com ajuda do professor é verdadeiramente uma atividade sem preço e valor que se possa medir.
No entanto, muitos destes problemas podem também ser de gestão e administração, pois realizei também outro estágio em outra escola onde o quadro foi um pouco diferente do que presenciei no Cilon Rosa.
O estágio chocou-me, no sentido de notar a indiferença de muitos jovenscom o ensino, com a aprendizagem e consequentemente com seu futuro. Evidente que muito deles tem problemas, mas não são todos. Estudar em escola pública tem de ser motivo de orgulho e este cenário só pode mudar quando premiarmos melhor aquele que ensina, se qualifica e constrói um cidadão mais apto para o futuro e com ensino de qualidade.
Este estágio portanto contribuiu de forma significativa na formação contínua deste profissional, pois acredito que o conhecimento se constrói ao longo tempo com base nas experiências, nas informações, no que deu certo e errado na vida de um indivíduo, nas reflexões e na sua vida. Tudo isto serve para construir um ser mais preparado para o futuro e não só as matérias didáticas repassadas dentro de uma sala de aula. 
A observação dentro da sala, agora com um olhar um pouco mais experiente, trouxeram mais evidências que a escola e a família constituem-se na base para construção de um país mais próspero e justo para todos.
REFERÊNCIAS
ALVES, N; GARCIA, R. L. A construção do conhecimento e o currículo dos cursos de formação de professores na vivência de um processo. In: ALVES, N. (Org.). Formação de professores: pensar e fazer. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2002
ARAÚJO, José Carlos Souza. Do quadro negro a lousa virtual: técnicas, tecnologia e tecnicismo. In VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org) Técnicas de Ensino: Novos Tempos, novas configurações. Campinas: Papirus, 2006. (p.13-48).
ARROYO, M. Educação de Jovens e adultos: um campo de direitos e responsabilidade pública. In SOARES, L., GIOVANETTI, M.A., GOMES, N.L. (Org). Diálogos na educação de Jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
BRASIL. Lei 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/I9394.htm. Acesso em: 10/02/2014.
FORQUIN, Jean-Claude. Saberes escolares, imperativos didáticos e dinâmicas sociais. Teoria e Educação. Porto Alegre, (6): 49-28, 1992
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GÓMEZ, A. A função e a formação do professor / a no ensino para a compreensão: diferentes perspectivas. In: SACRISTÁN, J. G.; GÓMEZ, A. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu da. Sociologia e Teoria Crítica do Currículo: uma introdução. In: MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu da (Orgs). Currículo Cultura e Sociedade. 4ª edição. São Paulo: Cortez, 2000.
SAUL, Ana Maria. Avaliação Participante: uma abordagem crítico-transformadora In: Elizabeth Melo Rico (org.) - Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate. São Paulo, Cortez Editora, 1998 
SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
4.1. Apêndices

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