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Ética na enfermagem

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Introdução ao Exercício Profissional
Conceitos de ética, moral, bioética
Para podermos entender os conceitos acima, iniciaremos abordando o conceito de MORAL. A palavra Moral vem do latim (mores) que significa costumes, ou seja, o conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. Pode também ser definida como comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. Essas normas, são aceitas livre e conscientemente, e irão regular o comportamento individual e social dos homens. Dizemos que são aceitas livremente pois não são impostas, pelo contrário, há concordância implícita em segui-las. São aceitas conscientemente pois temos conhecimento das mesmas e vontade de obedecê-las (convicção íntima). Seria uma resposta para cada situação da vida a pergunta: O que devo fazer?
Já a palavra ÉTICA vem do grego (ethos) que indica o modo de ser, o caráter de uma pessoa. É a Teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Se pudéssemos traduzir em uma pergunta esta seria: Como deve ser feito?
As fontes da moral são:
Deus: As raízes estão fora e acima do homem. São normas morais fundamentais e que independem dos homens, são os dogmas, verdades incontestáveis.
Natureza humana: Relacionada a conduta biológica, como os homens se comportam em relação aos outros.
Homem enquanto indivíduo: só pode existir quando o homem vive em sociedade e, portanto, inexiste se for um ser isolado dos demais.
Como citamos anteriormente, a moral é o conjunto de valores adotados por determinada sociedade e seguidos pela mesma de maneira consciente e voluntária. Assim, quando esses valores sofrem mudanças, a moral também muda, ou seja, afirmamos aqui que a moral é mutável.
Vamos a um exemplo simples para ilustrar esse fato. Há alguns anos, em apartamentos, não era permitida a presença de animais (cães, gatos), porém, atualmente, não só é permitido como a grande maioria das famílias que residem em apartamentos possuem animais domésticos. Os costumes mudaram e com eles a moral (relativa a este assunto) também mudou. Isso nos revela que a moral é um fato histórico e que é um aspecto da realidade humana em mutação com o tempo e no espaço, porque o que é moralmente aceito no Brasil pode não ser em outro país.
Chamamos de Doutrinas éticas (que nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e sociedades) as respostas aos problemas apresentados pelas relações entre os homens.
A moral existe em 2 planos: o normativo e o fatual. Normativo: normas ou regras de ação. Pelos imperativos que enunciam determinam como algo que deve ser. Ex.: ama teu próximo como a ti mesmo: Fatual: são as normas se concretizando, ou seja, certos atos humanos que se realizam efetivamente. Ex.: o ato pelo qual Maria se mostra solidária com José.
Os Atos morais podem ser: - positivos ou negativos. Positivos: solidariedade com o próximo (põe em prática as normas morais). Ex: ao falar obrigado após alguém me oferecer um presente. Negativos: A falta de solidariedade. (violação das normas da moral). Ex: deixar de agradecer quando alguém me oferece um presente.
A moral possui um caráter social enquanto regula o comportamento individual cujos resultados e consequências afetam os outros. A pretensão é contribuir para que os atos dos indivíduos ou de um grupo social desenvolvam-se de maneira vantajosa para toda a sociedade. O agente moral deve responder não só por aquilo que projeta ou propõe realizar, mas também pelos meios empregados e pelos resultados obtidos.
Bioética
Bem, já conversamos sobre moral e ética. Agora, chegou a vez de falarmos sobre bioética. Mas, o que significa bioética? Bom, bio significa vida e ética, a ciência da moral. Então, é algo bem amplo, cujas questões da biossegurança, da biodiversidade e de todos esses sistemas são da maior importância. Uma das definições diz que é o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que essa conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais. Ou seja, a conduta humana, em relação aos avanços técnicos e científicos deve ser avaliada com base nos valores e princípios morais. Então, os avanços podem ocorrer, mas limitados pela proteção à vida. Lembram de terem ouvido falar das experiências nazistas (1939 a 1945)? Então, muitas experiências foram feitas por médicos em campos de concentração, sem serem considerados os princípios bioéticos, como autonomia, beneficência, justiça e não maleficência. Autonomia porque os judeus não tinham escolha, eram obrigados a cumprir o que lhes era determinado; beneficência porque tudo o que foi feito não trouxe benefícios aos participantes e não havia preocupação em relação a isso; justiça porque nenhum direito foi respeitado e não maleficência porque não se pensava em não causar mal.
Conceitos de Ética, Moral, Bioética
Conceitos de ética, moral, bioética
Para podermos entender os conceitos acima, iniciaremos abordando o conceito de MORAL.
A palavra Moral vem do latim mores que significa costumes, ou seja, o conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. Pode também ser definida como comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. Essas normas, são aceitas livre e conscientemente e irão regular o comportamento individual e social dos homens. Dizemos que são aceitas livremente pois não são impostas, pelo contrário, há concordância implícita em segui-las. São aceitas conscientemente pois temos conhecimento das mesmas e vontade de obedecê-las (convicção íntima). Seria uma resposta para cada situação da vida a pergunta: “O que devo fazer?” Já a palavra ÉTICA vem do grego ethos que indica o modo de ser, o caráter de uma pessoa. É a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Se pudéssemos traduzir em uma pergunta esta seria: “Como deve ser ?”.
As fontes da moral são:
- Deus: as raízes estão fora e acima do homem. São normas morais fundamentais e que independem dos homens, são os dogmas, verdades incontestáveis.
- Natureza humana: relacionada a conduta biológica, como os homens se comportam em relação aos outros.
- Homem enquanto indivíduo: só pode existir quando o homem vive em sociedade e, portanto, inexiste se for um ser isolado dos demais.
Como citamos anteriormente, a moral é o conjunto de valores adotados por determinada sociedade e seguidos pela mesma de maneira consciente e voluntária. Assim, quando esses valores sofrem mudanças, a moral também muda, ou seja, afirmamos aqui que a moral é mutável. Vamos a um exemplo simples para ilustrar esse fato. Há alguns anos, em apartamentos, não era permitida a presença de animais (cães, gatos), porém, atualmente, não só é permitido como a grande maioria das famílias que residem em apartamentos possuem animais domésticos. Os costumes mudaram e com eles a moral (relativa a este assunto) também mudou. Isso nos revela que a moral é um fato histórico e que é um aspecto da realidade humana em mutação com o tempo e no espaço, porque o que é moralmente aceito no Brasil pode não ser em outro país. Chamamos de doutrinas éticas (que nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e sociedades) as respostas aos problemas apresentados pelas relações entre os homens.
A moral existe em 2 planos:
- Normativo: normas ou regras de ação. Pelos imperativos que enunciam determinam como algo que deve ser. Ex: “ama teu próximo como a ti mesmo”.
- Fatual: são as normas se concretizando, ou seja, certos atos humanos que se realizam efetivamente. Ex: o ato pelo qual Maria se mostra solidária com José.
Os atos morais podem ser:
- positivos: solidariedade com o próximo (põe em prática as normas morais). Ex: ao falar obrigado após alguém me oferecer um presente e
- negativos: a falta de solidariedade (violação das normas da moral). Ex: deixar de agradecer quando alguém me oferece um presente.
A moral possui um caráter social enquanto regula o comportamento individual cujos resultados e consequências afetam os outros. A pretensão é contribuir para que os atos dos indivíduos ou de um grupo social desenvolvam-se de maneiravantajosa para toda a sociedade. O agente moral deve responder não só por aquilo que projeta ou propõe realizar, mas também pelos meios empregados e pelos resultados obtidos.
Bioética
Bem, já conversamos sobre moral e ética. Agora, chegou a vez de falarmos sobre bioética. Mas, o que significa bioética? Bom, bio significa vida e ética, a ciência da moral. Então, é algo bem amplo, cujas questões da biossegurança, da biodiversidade e de todos esses sistemas são da maior importância. Uma das definições diz que é o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que essa conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais. Ou seja, a conduta humana, em relação aos avanços técnicos e científicos deve ser avaliada com base nos valores e princípios morais. Então, os avanços podem ocorrer, mas limitados pela proteção à vida. Lembram de terem ouvido falar das experiências nazistas (1939 a 1945)? Então, muitas experiências foram feitas por médicos em campos de concentração, sem serem considerados os princípios bioéticos, como autonomia, beneficência, justiça e não maleficência.
Autonomia porque os judeus não tinham escolha, eram obrigados a cumprir o que lhes era determinado; beneficência porque tudo o que foi feito não trouxe beneficio aos participantes e não havia preocupação em relação a isso; justiça porque nenhum direito foi respeitado e não-maleficência porque não se pensava em não causar mal.
Diceologia e Deontologia
Compreender os direitos (diceologia) e deveres (deontologia) do indivíduo no exercício da profissão
Diceologia e deontologia
Olá, nesse ponto, falaremos um pouco sobre direitos e deveres do profissional. Enquanto pessoas convivendo com outras pessoas, temos direitos e deveres; isso é cidadania. É fundamental que existam regras de conduta para que conheçamos os nossos limites e os dos outros. Nosso primeiro contato em sociedade é com nossos pais e irmãos e na interação com eles vamos aprendendo o que podemos ou não fazer para não causar danos a nós mesmos e nem aos outros.
Depois, vamos à escola e colocamos em prática o que aprendemos em casa e vamos agregando mais conhecimentos conforme vivenciamos experiências. Quando nos tornamos profissionais, também temos direitos e isso é importante conhecer porque assim sabemos o que nos é devido. Mas, também temos deveres e isso também é importante porque precisamos conhecer aquilo que é esperado de nós. O estudo dos direitos é a diceologia e o estudo dos deveres é a deontologia. Os nossos direitos e deveres, enquanto profissionais, estão descritos no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, Resolução Cofen 311 de 2007, assunto que discutiremos mais para frente.
Os fundamentos éticos da ação do enfermeiro, independente da área de atuação, devem embasar toda a sua ação, auxiliando-o no discernimento e na escolha da ação. Diante de situações apresentadas, com base nos valores profissionais e na consciência dos direitos e dos deveres profissionais, diceologia e deontologia, bem como a partir da percepção da realidade que vivencia, nós, enfermeiros, devemos agir e decidir como e quando fazer algo. Esse processo decisório não se limita apenas às normas dos códigos de conduta profissional, mas também da reflexão responsável e consciente, tendo nós a liberdade de escolher a melhor possibilidade de ação, partindo de nossa bagagem de conhecimentos, resultado das experiências de vida acumuladas e compartilhadas com os semelhantes. Seria o que chamamos de bom senso. As nossas decisões revertidas em ações trazem consequências logo, a reflexão fundamentada pela ética é o melhor caminho antes de colocarmos em prática a nossa escolha.
 
Conceitos Contábeis
O Objetivo central desta aula é apresentar os conceitos básicos da contabilidade e os conceitos básicos sobre Contabilidade Tributária, assim como a sua relação com outras disciplinas e áreas do saber humano.
Vamos iniciar relembrando os conceitos de Lei e Decreto. Lei: pode criar, extinguir ou modificar direitos e obrigações. Tem poder para obrigar a fazer ou deixar de fazer algo. É superior ao Decreto. Decreto: tem como principal função regulamentar a lei, ou seja, cria meios necessários para execução fiel da lei. (SOUZA, 2014). Neste tópico, apresentaremos um pouco mais sobre a Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986 que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e que foi regulamentada pelo Decreto n º 94.406 de 08 de Junho de 1987. Essa lei aborda sobre o exercício da nossa profissão, a enfermagem!
Você está estudando para tornar-se um enfermeiro (a), portanto, iniciaremos verificando quem pode ser considerado enfermeiro, de acordo com o artigo 4º. do Decreto n º 94.406 de 08 de Junho de 1987.
O artigo 4º descreve que pode ser considerado profissional enfermeiro (a): 
Titular do diploma de enfermagem, conferido por instituição de ensino, nos termos da lei. Sabemos que, para se obter o diploma, é necessário a conclusão do curso e este artigo revela ainda que a instituição de ensino deve ser reconhecida e credenciada junto ao órgão competente, que, no caso do Brasil é o MEC (Ministério da Educação e Cultura), registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de enfermeiro (a) obstétrico (a) ou de obstetrícia.
Nesse caso, estão incluídos graduados por instituições estrangeiras que tenham seus certificados revalidados no Brasil. Como você já deve saber, a enfermagem é uma profissão essencialmente caracterizada pelo trabalho em equipe e o (a) enfermeiro (a) é líder dessa equipe, que é composta por técnicos e auxiliares de enfermagem.
Competências do Enfermeiro
Compreender as ações que são privativas do enfermeiro
Competências do Enfermeiro (artigo 8º da Lei do exercício profissional de enfermagem- nº 7498/86)
O enfermeiro, enquanto líder da equipe de enfermagem, possui algumas ações que são chamadas de privativas, quer dizer, ações que só o profissional enfermeiro pode executá-las.
Vamos aqui relacionar algumas das ações privativas do enfermeiro que queremos enfatizar:
- Dirigir órgão de enfermagem de instituição de saúde pública ou privada, chefiar serviço e unidade de enfermagem; ou seja, só ao enfermeiro compete chefiar serviços e unidades de enfermagem quer seja em instituição pública ou privada.
- Planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços de assistência de enfermagem; ou seja, o enfermeiro deve estar presente em todo o processo desde o planejamento até a avaliação da assistência de enfermagem.
- Realizar consultoria, auditoria e emitir parecer que dizem respeito à enfermagem; enfatizamos que este quesito refere-se apenas a assuntos que dizem respeito a enfermagem.
- Realizar a consulta de enfermagem. A consulta de Enfermagem é uma estratégia eficiente para identificar desvios de saúde e apontar medidas visando o bem-estar das pessoas (OLIVEIRA, 2012). Devemos lembrar que compreende as seguintes ações: coleta de dados e exame físico (histórico de enfermagem), diagnóstico de enfermagem, a prescrição (a implementação dos cuidados) e a evolução de enfermagem (MACIEL, 2003)
- Prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de morte, além de realizar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que necessitem de mais conhecimentos específicos. Por exemplo, introdução de cateteres/ sondas: nasogástrica, nasoenteral, vesical, dentre outras técnicas, além da assistência direta a esses pacientes com risco de morte. A lei não descreve quais são os procedimentos de maior complexidade. Logo, no decorrer do tempo, o COFEN e os CORENs foram publicando resoluções (determinações internas) e pareceres (pronunciamentos por escrito de uma opinião técnica) para tornar claro quais são eles. Podemos citar, por exemplo, a Resolução nº 450/2013, publicada em dezembro pelo COFEN, que estabelece as competências da equipe de Enfermagem em relação ao procedimento de Sondagem Vesical (introdução de cateter estéril, através da uretra atéa bexiga, para drenar a urina). Segundo o Parecer Normativo, aprovado por essa resolução, a inserção de cateter vesical é função privativa do Enfermeiro, em função dos seus conhecimentos científicos e do caráter invasivo do procedimento, que envolve riscos ao paciente, como infecções do trato urinário e trauma uretral ou vesical. Outro exemplo é o Parecer Nº 013/2013 que descreve que o profissional Enfermeiro, privativamente dentro da equipe de Enfermagem, poderá solicitar exames de rotina, assim como complementares (como o raio-x, para confirmação da inserção da sonda) no exercício das suas atividades assistenciais, por força da lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87 e da Resolução COFEN 195/97 (dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares por Enfermeiro). Existem muitas outras resoluções e pareceres que podem ser consutados no site do COREN-SP (www.corensp.org.br).
Competências da Obstetriz ou do Enfermeiro Obstetra
Adquirir conhecimentos teóricos acerca da Lei 7498/86 e do Decreto 94.406/87 referentes às principais legislações do exercício profissional de enfermagem
Você está estudando para tornar-se um enfermeiro(a), portanto, iniciaremos verificando quem pode ser considerado enfermeiro, de acordo com o artigo 4º. do Decreto nº 94.406 de 08 de Junho de 1987. O artigo 4º descreve que pode ser considerado profissional enfermeiro: o titular do diploma de enfermeiro, conferido por instituição de ensino, nos termos da lei. Sabemos que, para se obter o diploma, é necessário a conclusão do curso e este artigo revela ainda que a instituição de ensino deve ser reconhecida e credenciada junto ao órgão competente, que, no caso do Brasil é o MEC (Ministério da Educação e Cultura);
O titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeiro(a) Obstétrico(a), conferidos nos termos da le. O titular do diploma ou certificado de Enfermeiro(a) e a titular do diploma ou certificado de Enfermeiro(a) Obstétrico(a) ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de enfermeiro, de enfermeira obstétrica ou de obstetriz. Nesse caso, estão incluídos os enfermeiros e obstetrizes graduados por instituições estrangeiras que tenham seus certificados revalidados no Brasil.
Competências da Obstetriz ou do(a) Enfermeiro(a) Obstétrico(a) (artigo 9º). Conforme o Decreto, além das atividades de que trata o artigo anterior, compete também:
Prestar assistência à parturiente e ao parto normal.
Identificar distócias (que são partos difíceis e anormais) e tomar providências até a chegada do médico.
Realizar episiotomia (que é a incisão no orifício vulvar para fins obstétricos) e episiorrafia (sutura da incisão na região do períneo) com aplicação de anestesia local, quando necessária.
Competências do Técnico de Enfermagem
Adquirir conhecimentos teóricos acerca da Lei 7498/86 e do Decreto 94.406/87 referentes às principais legislações do exercício profissional de enfermagem
Neste tópico, vamos verificar, de acordo com a legislação, quem são considerados técnicos de enfermagem e quais são suas competências. No artigo 5º, está descrito que são considerados Técnicos de Enfermagem:
O titular do diploma ou certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente.
O titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de técnico de Enfermagem.
Competências do Técnico de Enfermagem - art. 10º
A estes profissionais competem as atividades auxiliares, de nível médio técnico. Salientaremos, agora, algumas delas: assistir ao Enfermeiro: no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de Enfermagem, na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave, na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica, na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ter causados a pacientes durante a assistência de saúde. Executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do enfermeiro e da obstetriz ou enfermeira obstétrica.
Competências do Auxiliar de Enfermagem
Adquirir conhecimentos teóricos acerca da Lei 7498/86 e do Decreto 94.406/87 referentes às principais legislações do exercício profissional de enfermagem
Semelhantemente, o decreto também nos informa, no artigo 6º, que são considerados Auxiliares de Enfermagem (grifo nosso): o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem, conferido por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente; o titular do diploma a que se refere a Lei no. 2.822 de 14 de Junho de 1956;o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. Por fim, também fazendo parte da equipe de enfermagem, está descrito quem são considerados Parteiros, de acordo com o artigo 7º. (grifo nosso)I – o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro. É importante relembrar que cada um destes profissionais tem suas funções e atribuições e que as mesmas estão descritas neste decreto. Vamos conhecer as competências de cada um da equipe de enfermagem.
A este profissional compete a execução das atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de Enfermagem. Dentre elas:
Preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos.
Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação.
Executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de Enfermagem, tais como: ministrar medicamentos por via oral e parenteral; realizar controle hídrico; fazer curativos; aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio; executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas; efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis; realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico; colher material para exames laboratoriais; prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios; circular em sala cirúrgica; realizar atividades de desinfecção e esterilização; prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; zelar pela segurança do paciente, alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se; zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e das dependências de unidades de saúde; orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de Enfermagem e médicas; auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação para a saúde; participar dos procedimentospós-morte. Importante: Vale ressaltar que, tanto os técnicos como os auxiliares de enfermagem, devem estar sob liderança e coordenação sempre do enfermeiro!
Competências da Parteira
Adquirir conhecimentos teóricos acerca da Lei 7498/86 e do Decreto 94.406/87 referentes às principais legislações do exercício profissional de enfermagem
Também fazendo parte da equipe de enfermagem, está descrito quem são considerados Parteiros, de acordo com o artigo 7º. (grifo nosso)
I – o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro.
Competências da Parteira (artigo 12º.)
- Prestar cuidados à gestante e à parturiente,
- Assistir ao parto normal, inclusive em domicílio,
- Cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Lei nº 10.241- Direitos dos usuários dos serviços e das ações de saúde no Estado de São Paulo
Conhecer e refletir sobre o que aborda a lei dos direitos dos usuários dos serviços de saúde em São Paulo, publicada em 1999
Enquanto profissionais de saúde, temos a ideia de que o paciente, como está sob nossos cuidados, é nosso e deve seguir as rotinas e normas preconizadas por nós, no ambiente de saúde. Mas, todo ser humano é autônomo, salvo exceções, como quando está em coma, por exemplo. A Lei estadual 10.241, mais conhecida como "Lei Covas" fala sobre os direitos dos usuários dos serviços de saúde. Depois de conhecermos essa lei, falaremos sobre a Carta dos direitos dos usuários da saúde, do Ministério da Saúde, de 2006, que descreve os direitos em nível nacional. No início, aborda que a prestação dos serviços e ações de saúde aos usuários, de qualquer natureza ou condição, no âmbito do Estado de São Paulo, será universal e igualitária. Ou seja, todos têm direito às ações de saúde. Segue, descrevendo que são direitos dos usuários dos serviços de saúde: ter atendimento digno, atencioso e respeitoso; ser identificado e tratado pelo seu nome ou sobrenome. Então, não podemos nos referir ao usuário do serviço como “o paciente do quarto 506”. Direito de ter resguardado o segredo sobre seus dados pessoais (sigilo profissional), desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública e poder identificar os profissionais (uso de crachás visíveis e legíveis). É direito, também, receber informações claras, objetivas e compreensíveis sobre: hipóteses diagnósticas e diagnósticos, exames solicitados, ações terapêuticas, riscos, benefícios e inconvenientes das medidas diagnósticas e terapêuticas propostas. Então, temos que usar uma linguagem que o usuário do serviço entenda. Direito, também, a saber a duração prevista do tratamento proposto e, no caso de procedimentos de diagnósticos e terapêuticos invasivos, a necessidade ou não de anestesia, o tipo de anestesia, o instrumental a ser utilizado, as partes do corpo afetadas, os efeitos colaterais, os riscos e consequências indesejáveis e a duração esperada do procedimento. Devemos informar a ele, também, os exames e condutas a que será submetido; a finalidade dos materiais coletados para exame; alternativas de diagnósticos e terapêuticas existentes, no serviço de atendimento ou em outros serviços. Descreve, ainda que é direito consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem nele realizados. Então, quando o paciente recusa um medicamento, por exemplo, temos a obrigação de orienta-lo sobre a importância disso, porém, a decisão final será dele. Ah, ele pode acessar, a qualquer momento, o seu prontuário. Sim, o prontuário é do paciente e ele pode ter acesso a ele, pois tudo o que está descrito ali é sobre ele. É direito receber por escrito o diagnóstico e o tratamento indicado, com a identificação do nome do profissional e o seu número de registro no órgão de regulamentação e controle da profissão e receber as receitas: com o nome genérico das substâncias prescritas, datilografadas ou em caligrafia legível, sem a utilização de códigos ou abreviaturas, com o nome do profissional e seu número de registro no órgão de controle e regulamentação da profissão e com assinatura do profissional. Alguns médicos digitam a terapêutica na receita para atender esse direito. Cabe-lhe por direito, conhecer a procedência do sangue e dos hemoderivados e poder verificar, antes de recebê-los, os carimbos que atestaram a origem, sorologias efetuadas e prazo de validade; ter anotado em seu prontuário, principalmente se inconsciente durante o atendimento: as medicações e dosagens utilizadas e o registro da quantidade de sangue recebida e dos dados que permitam identificar a sua origem, sorologias efetuadas e prazo de validade. Ou seja, não só os profissionais devem checar todos os dados do conteúdo da bolsa de hemocomponente como o paciente também tem esse direito. Ter assegurado, durante as consultas, internações, procedimentos diagnósticos e terapêuticos e na satisfação de suas necessidades fisiológicas: a sua integridade física; a privacidade; a individualidade; o respeito aos seus valores éticos e culturais; a confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal e a segurança do procedimento. Aqui novamente, a ênfase à confidencialidade, que significa que os dados devem ficar restritos aos profissionais que cuidam do indivíduo, assim como a privacidade, ou seja, atendimento que garanta a sua intimidade (SÃO PAULO, 1999). Temos crenças diferentes uns dos outros, mas temos que respeitar os valores de todo indivíduo, mesmo que contrariem os nossos, como os seguidores da seita Testemunhas de Jeová, que não aceitam transfusão sanguínea (JW.ORG, [20--].Quando comparecer em consultas ou for internado tem o direito de ser acompanhado, se assim o desejar; ter a presença do pai nos exames pré-natais e no momento do parto; receber do profissional adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria do conforto e bem estar e ter um local digno e adequado para o atendimento (SÃO PAULO, 1999). É importante refletir sobre esse último, pois nem sempre temos um local digno para assisti-lo. Muitos pacientes ficam em macas nos corredores dos hospitais! Ele pode receber ou recusar assistência moral, psicológica, social ou religiosa; ser prévia e expressamente informado quando o tratamento proposto for experimental ou fizer parte de pesquisa. A resolução Nº. 466 de 2012 diz que o indivíduo tem direito de se recusar a participar de tratamento experimental, sem prejuízo em sua assistência (BRASIL, 2012). É seu direito receber anestesia em todas as situações indicadas; recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida (SÃO PAULO, 1999). Denominamos distanásia as situações onde a tecnologia médica é usada para prolongar penosa e inutilmente o processo de agonizar e morrer (MARTIN, [20--]. Também é direito optar pelo local de morte. Em relação à criança, ao ser internada, terá em seu prontuário a relação das pessoas que poderão acompanhá-la integralmente durante o período de internação (SÃO PAULO, 1999).
Carta dos direitos dos usuários da saúde - Ministério da Saúde
Conhecer e refletir sobre o que aborda a carta dos direitos dos usuários da saúde do Ministério da saúde, publicada em 2006
A carta dos direitos dos usuários da saúde foi divulgada pelo Ministério da Saúde (MS), em 2006, por isso tem validade em todo território nacional. Essa carta traz os direitos já descritos na carta dos direitos dos pacientes desenvolvida em São Paulo, como vimos no tópico anterior e acrescenta outros. Então, nesse tópico vamos dialogar sobre aqueles que não foram incluídos na carta dos direitos dos pacientes de São Paulo, 1999.
Essa carta, divulgada pelo MS, foi pautada em seis princípios, sendo que todo cidadãotem direito: ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde; a tratamento adequado e efetivo para seu problema; ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação; a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos; ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos e o princípio que diz que o cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada. Todos os direitos descritos são embasados nesses princípios. A responsabilidade que tem o cidadão quanto ao seu tratamento está presente nessa carta mas ausente na carta paulista.
Vamos, então, aos direitos dos usuários dos serviços de saúde. O acesso se dará prioritariamente pelos Serviços de Saúde da Atenção Básica próximos ao local de moradia. Esse direito contempla o princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) da regionalização. Dessa forma, salienta que a porta de entrada será a unidade básica de saúde próxima a sua residência. Ressalta, entretanto, que nos casos de urgência e emergência, o atendimento será dado em qualquer unidade do sistema. Por exemplo: se uma pessoa estiver numa situação emergencial poderá ser atendida em qualquer unidade, independentemente de ser ou não próxima a sua residência. Caso o paciente precise ser removido para outra instituição, isso deve ser feito em condições seguras. Isso é bastante complexo na prática porque, as ofertas de instituições especializadas são menores do que a demanda de pacientes, ou seja, existem poucas instituições especializadas para atender todos os que necessitam.
Descreve a questão da prioridade, ressaltando que deverá ser baseada em critérios de vulnerabilidade clínica e social, sem discriminação ou privilégios. Algumas instituições utilizam a Escala de classificação de riscos, que por meio de cores prioriza o atendimento dos mais vulneráveis do ponto de vista clínico.
É direito do usuário do serviço de saúde, também, ter registro em seu prontuário das informações pertinentes a sua internação (prescrições, infusão de hemocomponentes, cirurgias, procedimentos) e dos responsáveis. Tem direito ao acesso à continuidade da atenção com apoio domiciliar, quando pertinente e tratamento em autocuidado. Quando for encaminhado para outras unidades, esse encaminhamento deve ter caligrafia legível, com informações sobre sua saúde, assinatura e carimbo do profissional e identificação da unidade de referência e da unidade referenciada, ou seja da unidade da qual foi atendido e daquela para a qual foi encaminhado.
Tem direito a atendimento livre de discriminação. Pode solicitar que em seu prontuário seja acrescentado o nome pelo qual prefere ser chamado, independente de registro civil e não ser tratado por número, leito, nome da doença ou de forma desrespeitosa. Pode ser acompanhado por pessoa de sua escolha nas consultas, exames e internações, pré-parto, parto e pós-parto e se em situações previstas em lei, como criança, adolescente, pessoas com necessidades especiais ou idoso. Se não está incluso nessas condições, tem direito a acompanhante e/ou visita diária não inferior a duas horas durante as internações, a não ser em situações técnicas não indicadas, como por exemplo, doenças infectocontagiosa.
Tem direito à confidencialidade das informações pessoais, mesmo após a morte, exceto quando houver autorização do usuário para que as informações sejam divulgadas ou em caso de imposição legal, quando há risco à saúde pública. Como exemplo, pode ser citada uma situação na qual um paciente está com uma doença infectocontagiosa e não quer que seja divulgada. Nesse caso, se colocar em risco a saúde das pessoas, o sigilo deverá ser quebrado. Pode indicar um representante legal de sua escolha o qual tomará as decisões na eventualidade de tornar-se incapaz para exercer sua autonomia.
Ao usuário cabe prestar informações apropriadas ao atendimento, consultas e internações sobre sua saúde, como medicamentos, internações e cirurgias anteriores, queixas, alergias, enfim. Cabe, também, seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional e equipe de saúde, participando ativamente do projeto terapêutico. Vale lembrar que o usuário pode se recusar a receber tratamento ou cirurgia, mas, deve assumir responsabilidade pela recusa a procedimentos ou tratamentos recomendados.
Aos gestores de saúde cabem: promover o cumprimento desses direitos e deveres com a adoção de medidas progressivas para sua efetivação, assim como, adotar as providencias para divulgação dessa carta.
Introdução à responsabilidade civil
Conhecer o que é responsabilidade civil e as implicações legais às quais o profissional está sujeito.
O enfermeiro e os demais membros da equipe de enfermagem podem ser responsabilizados por seus atos junto ao paciente, com repercussões legais que podem se situar na área jurídica da responsabilidade civil.
Vamos conversar sobre responsabilidade civil. Você sabe o que isso significa? Responsabilidade civil pode ser conceituada como a aplicação de medidas que obrigam uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal. Ou seja, se o profissional de enfermagem praticar uma ação e disso resultar algum dano ou risco à vida de alguém, ele será responsabilizado e responderá judicialmente por isso. O infrator (aquele que infringiu, transgrediu a lei) sofrerá uma sanção (pena). Então, o Estado (poder judiciário) intervém e ao infrator caberá, geralmente, uma indenização, que visa recompor parte da situação anterior ao evento, daquele que foi ofendido.
No Código Civil Brasileiro, artigo 186, está escrito que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outro, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". No art. 927 desse mesmo Código está escrito que "aquele que, por ato ilícito causar dano a outro, fica obrigado a repará-lo e acrescenta que haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outro".
O ato ilícito pode ser doloso (voluntário) ou culposo (involuntário). O ato culposo pode ser decorrente de imperícia, imprudência ou negligência. Nos próximos tópicos falaremos sobre o que significam esses termos. Atos ilícitos ocorrem por déficit de pessoal, excesso de trabalho, infraestrutura deficiente, treinamento insuficiente, falta de habilidade, falta de atenção, excesso de confiança. Então, o que fazemos no dia a dia com o paciente tem que ter o nosso compromisso de que não causará danos/prejuízos/riscos ao outro.
Na atividade dos profissionais de saúde, podem ocorrer, também, violações aos princípios resguardados por meio de normas do Código Penal Brasileiro, de 1940, como: homicídio culposo (art.121 §§ 3º e 4º ); lesão corporal culposa (art.129 §§ 6º e 7º); expor a saúde de outrem a perigo direto e iminente (art.132); omissão de socorro (art.135); constrangimento ilegal (art.146); prática de cárcere privado (art.148); violação do sigilo profissional (art.154); omissão de notificação compulsória (art.269); prática de charlatanismo (art.283); falsidade de atestado médico (art.302); prática de aborto (art.124 a 127 ). As sanções (penas) a essas infrações podem ser multa ou privação de liberdade. Exemplificando: um técnico de enfermagem fez uma punção venosa em uma criança para coletar sangue para exames laboratoriais e se esqueceu de tirar o garrote e isso causou lesão na mão da criança. Ele será responsabilizado por isso legalmente, como está descrito no Código Civil e/ou Penal e também eticamente, porque infringiu (violou) o Código de Ética dos profissionais de enfermagem (assunto que veremos à frente) ao causar dano e, logo, responderá a processo ético-disciplinar pelo COREN também.
Imprudência
Compreendero que vem a ser imprudência e sua aplicabilidade na enfermagem.
O código de ética dos profissionais de enfermagem, que veremos em outro tópico, aborda a questão da responsabilidade e deveres dos profissionais. Neste tópico, abordaremos especificamente a IMPRUDÊNCIA. Vamos ler os seguintes artigos do Código de Ética: Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência, por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde. Dedicaremos outros dois tópicos para Negligência e Imperícia. 
A imprudência caracteriza-se pela ação, ou seja, uma atitude realizada sem cautela, sem cuidado, uma ação precipitada do agente. A imprudência resulta da imprevisão do profissional, e reforçamos, é uma consequência de uma ação que poderia ter sido evitada, pois o mesmo poderia prevê-la. Consiste numa falta involuntária decorrente de uma ação ocasionando um mal presumido. Um exemplo na área da saúde: um técnico de enfermagem, realizou uma medicação por via intramuscular, sendo que a mesma estava prescrita por via endovenosa. Este profissional agiu precipitadamente sem checar a via na prescrição médica, agiu sem cuidado, sem cautela. Não podemos dizer que ele não estava habilitado para realizar tal técnica (nesse caso, seria imperícia), pois é um técnico de enfermagem e pressupõe-se que tenha conhecimento teórico e prático para isso. O que houve, no caso acima, foi a ação sem cautela, sem cuidado, caracterizando claramente a imprudência 
Vamos exemplificar com uma situação fora da área da saúde: se um motorista, apesar de habilitado, avançar um sinal vermelho e causar um acidente de trânsito. A exemplo da negligência e imperícia também cabe indenização em casos de imprudência, de acordo com o Código Civil no artigo 951.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
A imprudência, imperícia e negligência também estão presentes no Código Penal Brasileiro, a saber: Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Vale salientar que o dolo ocorre quando o agente teve a intenção de praticar o ato e a culpa ocorre quando o agente não teve a intenção de praticar tal ato, embora também o tenha praticado.
Imperícia
Compreender o que vem a ser imperícia e sua aplicabilidade na enfermagem.
O Código de Ética dos profissionais de enfermagem, tópico que veremos adiante, aborda a questão da responsabilidade e deveres dos profissionais.Vamos verificar dois artigos do Código de Ética para estudar o que é IMPERÍCIA. 
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 21- Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência, por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde.
Dedicamos outros dois tópicos para Negligência e Imprudência. Neste tópico, abordaremos especificamente a IMPERÍCIA.
A palavra imperícia é originária do latim “imperitia” e significa: falta de perícia ou de conhecimentos práticos; inexperiência; inabilidade; ignorância do que se deve saber na profissão.
Observe que se trata de falta de conhecimento técnico que deveria estar presente no profissional. Por exemplo: se um enfermeiro de Centro Cirúrgico resolve realizar uma intubação orotraqueal, pela indisponibilidade momentânea de anestesista, a atitude será considerada como imperícia pois, este profissional (enfermeiro), não está capacitado nem habilitado para realizar tal procedimento.
Um outro exemplo: um paciente está sem condições de punção venosa periférica (veias esclerosadas) e o enfermeiro tenta puncionar a sua jugular e provoca um sangramento com edema no local. Nesse caso, também, é considerado imperícia, pois ele não está habilitado para isso.
O Código Civil Brasileiro prevê indenização conforme o artigo 951  "O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho".
Observe a importância do conhecimento teórico associado à prática para o bom desempenho profissional da equipe de enfermagem, evitando, dessa forma, o descumprimento do Código de Ética dos profissionais de Enfermagem, e consequentemente, as sanções previstas pelo Código Civil Brasileiro, além dos prejuízos causados à pessoa, família e coletividade.
Negligência
Compreender o que vem a ser negligência e sua aplicabilidade na enfermagem.
Olá. Agora falaremos sobre negligência. Você já ouviu esse termo? Ele gera dúvidas. Vamos compreender isso, então.
Negligência, do latim negligentia caracteriza-se por ser um descuido, desleixo, falta de diligência, incúria, desatenção, desídia, falta de cuidado capaz de determinar a responsabilidade por culpa, omissão daquilo que razoavelmente se faz, falta de observação aos deveres que as circunstâncias exigem. A pessoa que causa dano decorrente de negligência age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções. Isso pode ser exemplificado de maneira simples: um auxiliar de enfermagem comunica ao enfermeiro que o paciente está com a rede venosa periférica sem condições para punção e o enfermeiro o orienta a circular as medicações que são endovenosas na prescrição médica. O enfermeiro não faz uma avaliação do paciente e passa o plantão para o enfermeiro do outro turno. Vamos analisar esse caso: quais seriam as ações que o enfermeiro deveria realizar? A primeira ação seria ir avaliar o paciente. Se realmente não houvesse condições, teria que contatar o médico a fim de expor a situação e solicitar providências. Houve um ato ilícito? Sim, o enfermeiro não avaliou o paciente. Houve um dano? Sim, o paciente ficou sem a medicação endovenosa. Existe nexo causal? Sim, o paciente não recebeu a medicação porque o enfermeiro foi indiferente com a necessidade do paciente. Então, houve dano decorrente de negligência. Isso poderia ser evitado se ele tivesse avaliado, tentado puncionar uma veia e/ou conversado com o médico.
Um outro exemplo: o auxiliar de enfermagem colocou duas fraldas no paciente acamado e com incontinência fecal e urinária para não ter que trocá-lo durante o seu plantão e isso ocasionou dermatite perineal. Houve um ato ilícito? Sim, pôs duas fraldas para diminuir as trocas. Houve dano? Sim, houve lesão da pele (dermatite). Existe nexo causal? Sim, a lesão perineal foi decorrente da falta de troca de fralda e higienização. Então, é dano decorrente de negligência. Porém, não é somente quando há dano decorrente de ato ilícito que um profissional é negligente. 
Se o indivíduo, exercendo sua profissão, colocar a vida de outro em risco, mesmo sem causar dano, também é caracterizado como negligente. Diz o artigo 927 do Código Civil que “aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Então, se o ato ilícito ocorreu e não causou um dano, mas pôs em risco a vida/direito do outro, tambémé considerado responsabilidade civil.
Como exemplo pode ser citada uma situação na qual uma paciente idosa com fatores de risco para quedas não recebe identificação para isso, como pulseira, avisos acima da cama e entrada do quarto e grades no leito. Ela sente necessidade de miccionar (urinar), toca a campainha e como demora para ser atendida, desce da cama e vai até o banheiro e volta sem cair. O ato ilícito ocorreu, pois houve falta dos cuidados preventivos de queda e atendimento da campainha. Não houve dano físico porque ela não caiu, entretanto, ela foi exposta ao “risco” de cair, então, é considerado negligência.
Muitas são as situações que ocorrem diariamente nas instituições de saúde e que configuram danos decorrentes de negligência. Faltam: maior comprometimento; responsabilidade; o cumprimento das obrigações; o fazer, consciente dos riscos, enfim. Faz-se necessário repensarmos a enfermagem enquanto cuidado que propicia uma assistência segura ao paciente.
 
Propósitos do Código de Ética
Conhecer os objetivos do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem é uma Resolução do COFEN, de 09 de fevereiro de 2007. A resolução anterior que abordava o Código era a 240/2000. Esse documento aborda os princípios fundamentais, ou seja, os princípios nos quais a profissão de enfermagem está embasada, assunto que falaremos a seguir. Descreve, também, os direitos, as responsabilidades e deveres e as proibições envolvidos nas relações profissionais; nas relações com a pessoa, família e coletividade; nas relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros; nas relações com as organizações da categoria e nas relações com as organizações empregadoras. Descreve, ainda , os direitos, responsabilidades, deveres e proibições quanto ao sigilo profissional, quanto ao ensino, pesquisa e produção técnico-científica e publicidade. Ao final, descreve as infrações e penalidades às quais estão sujeitos os trabalhadores de enfermagem, assim como a aplicação das penalidades em caso de infrações. Em síntese, aborda direitos, responsabilidades, deveres, proibições e penalidades de acordo com as infrações cometidas pelos profissionais de enfermagem. Por isso, é que é tão importante conhece-lo. Por meio dele podemos nos sentir mais seguros para trabalhar e para não aceitarmos uma atribuição que não é de nossa competência.
Princípios fundamentais do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
Conhecer os princípios éticos nos quais o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem se baseia.
Olá. Agora falaremos sobre os princípios éticos e legais que embasam, que são os pilares que sustentam o Código de Ética. Desses princípios fundamentais se originam os artigos que encontraremos no Código de Ética. Em relação a isso, temos que a enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. Então, prestar assistência de qualidade faz parte da profissão. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais; participa da equipe da saúde, das ações que visam satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde. Esses princípios estão em consonância com os princípios do SUS. O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões (bio, psico, sócio, cultural). Exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, conforme os princípios da ética e da bioética. Exerce suas atividades com competência para a promoção da saúde do ser humano na sua integridade. Então, em conformidade com o código, o profissional de enfermagem deve atuar com competência em todos os níveis de atenção: promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Trabalhar com competência não se baseia apenas em conhecer as técnicas e a fisiologia, mas em se considerar também, os aspectos éticos e legais que circundam nossos atos, porque esse código é respaldado em outros documentos oficiais, como os códigos civil e penal, por exemplo.
Direitos do profissional de enfermagem
Compreender os principais direitos dos profissionais de enfermagem.
Os direitos dos profissionais de enfermagem se iniciam no artigo 1º. do Código de Ética e descreve que: é direito: exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. Nos artigos que se seguem está descrito: que é direito aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional; apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade; obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho Regional de Enfermagem. Um exemplo para esse artigo ocorre quando o COREN entra com recurso suspendendo propaganda ou cena de novela em que a figura da enfermeira é associada a de mulher vulgar. Os profissionais de enfermagem têm direito de serem respeitados e melhorar seus conhecimentos.
Os artigos 10 e 11 abordam, respectivamente, o direito de recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade e o acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício profissional. Então, se ao profissional de enfermagem for solicitado algum procedimento para o qual ele não tem capacitação, ele pode se recusar a fazê-lo. Como exemplo, pode ser citada uma situação em que o enfermeiro pede ao auxiliar de enfermagem que ele faça a coleta de sangue arterial de um paciente. Como esse é um procedimento de maior complexidade, é privativo do enfermeiro. Nesse caso, o auxiliar pode se recusar a fazer o procedimento. Para exercer a sua prática o profissional de enfermagem precisa de informações sobre o paciente para quem está dando cuidados. Se um profissional de enfermagem vai cuidar de um paciente, requer e tem direito de ter informações sobre ele.
O art. 37 ressalta que é seu direito recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência e, está descrito no parágrafo único, que o profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. Isso também está claro. Se no atendimento de uma parada cardíaca o médico pedir para fazer uma ampola de adrenalina, como é emergência, o profissional de enfermagem deve fazê-lo, mas em situação de rotina a prescrição deve estar legível e com carimbo e assinatura do profissional médico, caso contrário, o profissional de enfermagem pode se recusar a fazê-lo.
No art. 44 está escrito que o profissional de enfermagem pode recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o Código, a legislação do exercício profissional e as resoluções e decisões emanadas do Sistema COFEN/COREN.
No art. 47 está descrito que pode requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional. Então, caso o profissional seja, por exemplo, difamado, pode pedir ao COREN que aquele que o ofendeu peça desculpas públicas, ou seja, perante todas as pessoas e até na mídia (televisão, revistas). Caso a instituição, quer seja pública ou privada, não ofereça condições dignas para o pleno exercício profissionalou, caso desrespeite a legislação do setor saúde, é direito do profissional suspender suas atividades, conforme o artigo 61. Continuando no assunto, o art. 64 salienta que o profissional de enfermagem pode recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica. Então, na falta de uma máscara N95, para o cuidado de pacientes com tuberculose, por exemplo, o profissional pode se recusar a prestar o cuidado. No art. 65, temos que o profissional de enfermagem pode formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada onde trabalha e de comissões interdisciplinares. Assim sendo, o profissional pode fazer parte do Comitê de Ética em Pesquisa, que é composto por profissionais das várias áreas da saúde.
O art. 81 descreve que o profissional de enfermagem pode abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento, em razão de seu exercício profissional, a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo. No caso de uma mulher que cometeu aborto e por isso está sofrendo investigação policial, o profissional de enfermagem pode guardar o segredo (aborto provocado) e não revela-lo ao investigador. Referente ao ensino, pesquisa e produção técnico-científica, é direito dos profissionais de enfermagem, realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as normas ético-legais (art.86); ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com as pessoas sob sua responsabilidade profissional (art. 87) e ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico-científica (art. 88).
Relacionado à publicidade, encontramos no art. 103 que é direito do profissional de enfermagem utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevistas ou divulgar eventos de assuntos de sua competência com finalidade educativa.
Responsabilidades e deveres do Profissional de Enfermagem
Compreender as responsabilidades e os deveres dos profissionais de enfermagem.
As responsabilidades e os deveres dos profissionais de enfermagem estão descritos no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Primeiramente vamos rever o que vem a ser a palavra "RESPONSABILIDADE”. Esta palavra está relacionada com a palavra em latim, respondere, que significa "responder, prometer em troca", ou seja, é a condição de responder ou de ser responsável por uma situação, por algo ou por alguém. Vamos agora analisar a palavra “DEVER”. O significado desta palavra é estar obrigado a; possuir obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, imposta por lei. 
Como podemos verificar, os artigos do Código de Ética que tratam das Responsabilidades e Deveres irão determinar ações obrigatórias que deverão ser cumpridas. Não abordaremos aqui todos os artigos mas focaremos nos que gostaríamos de salientar e esclarecer um pouco mais profundamente.
Como profissionais de enfermagem temos o dever de: 
- Artigo. 5 - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. A enfermagem é uma profissão que lida essencialmente com o ser humano e, por essa razão, deve ser exercida com as qualidades e características descritas no artigo acima. Vamos ressaltar o significado de duas palavras: equidade, que quer dizer igualdade, justiça, retidão e a palavra resolutividade que vem a ser a resolução final dos problemas, ou seja, a capacidade de resolver ou finalizar um processo, simplificando e agilizando procedimentos. Essa última característica está bastante associada a iniciativa, bastante exigida principalmente do enfermeiro.
A equipe de enfermagem, assim como as demais profissões, deve procurar que seus relacionamentos profissionais sejam exercidos com respeito, isto é, considerando as opiniões e atitudes diversas, ainda que diferentes das individuais. Isto está descrito no artigo abaixo:
Art. 6 – Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
Se, porventura ocorrer algum fato que não esteja de acordo com os dispositivos legais (descritos neste código e na legislação do exercício profissional) e que causem prejuízo ao exercício da profissão, devem ser inquestionavelmente comunicados ao COREN e demais órgãos competentes. Lembrando que o COREN é o órgão responsável pela fiscalização do exercício profissional de enfermagem. Isso é o que descreve o artigo 7º. transcrito abaixo:
Art. 7 - Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional. Por exemplo: caso uma instituição se recuse a obedecer alguns dos princípios deste Código ou da legislação profissional, esse fato pode e deve ser notificado pelos colaboradores ao COREN.
Outro artigo que selecionamos indica que é nossa responsabilidade: Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Este artigo é bastante semelhante ao artigo 21 do Código de Ética. Consideramos tão importante que dedicamos outros tópicos para detalhar o que vem a ser: imperícia, negligência ou imprudência.
Ainda referente a este assunto, o Código nos adverte que é necessário: Art. 40 – Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por imperícia, imprudência ou negligência. Outro ponto importante e talvez pouco comentado é o que está descrito no artigo abaixo:
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Cada profissional deve avaliar-se criteriosamente no que diz respeito a sua competência técnica (referente a habilidade), científica (diz respeito ao conhecimento), ética (tema abordado em tópico anterior) e legal (agir sempre baseado nos dispositivos legais). Apenas quando sentir-se capaz, é que deve aceitar atribuições e encargos, pois, dessa forma oferecerá segurança ao paciente, familiares, equipe e a si mesmo.
Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza. Este artigo reforça, bem como já comentado no artigo 5, que todos devem ser tratados com equidade, que vem a ser a igualdade de tratamento a todos, sem discriminação.
Analisaremos agora um artigo que diz respeito a greve da categoria.
Art. 16 - Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria. Observe que o movimento reivindicatório da categoria é permitido, desde que a assistência de enfermagem não seja interrompida nem cause prejuízo aos que dela necessitem e que a mesma possa ser realizada em segurança. Conversaremos agora sobre dois artigos ao mesmo tempo...
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem.
Art.18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar.
Devemos salientar que as informações que serão prestadas por nós, profissionais da enfermagem, dizem respeito a assistência de enfermagem. O paciente, assim como seus familiares e a coletividade em geral, devem conhecer a respeito “dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências” da assistência de enfermagem. Observamos aqui como é importante o conhecimento científico, razão pela qual você deve se esforçar e estudar bastante, pois, como poderá orientá-los sem ter conhecimento?
Após receberem estas informações, de maneira clara e objetiva, é necessário reconhecer e respeitar as decisões referentes a saúde, que as pessoas irão tomar, quer sejam pacientes, ou seus representantes legais. Porfalar em respeito, não é só em vida que ele deve ser observado. Vejamos o artigo abaixo...
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
O simples fato de colocarmos um biombo para realizar algum procedimento de enfermagem, demonstra respeito para com a pessoa. Outro exemplo é o cuidado e respeito com que deve ser cuidado o paciente, ainda que esteja em “fase terminal”, bem como em situação de pós-morte (preparo do corpo). Não devemos rir, nem contar piada em relação a possível causa da morte. Devemos sim, manter o respeito ao corpo da pessoa também nesta situação e fazê-lo com todo zelo e atenção profissional que a situação exige.
Outras situações descritas no Código de Ética dizem respeito a epidemia, catástrofe e emergências.
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais. A palavra catástrofe significa grande desgraça que atinge muitas pessoas, ou seja, uma calamidade. Geralmente está relacionada a fenômenos naturais. O termo epidemia é utilizado quando uma doença ataca ao mesmo tempo muitas pessoas da mesma terra ou região. Situações de emergência são aquelas em que há reconhecimento pelo poder público de uma situação anormal, provocada por desastre e que causa danos à comunidade afetada. Agora podemos entender melhor que, nas situações descritas acima, não devemos levar vantagem, ou seja, não tirar proveito ao prestar a assistência de enfermagem.
Art. 25 – Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar. Todas as informações que fazem parte do processo de cuidar devem, obrigatoriamente, constar no prontuário do paciente.
Ainda relacionado a este assunto, o Código nos adverte no Art. 41, que devemos: - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da assistência.
Verifiquemos como é importante não só o registro das informações mas também de que forma as mesmas são transmitidas verbalmente (por exemplo na passagem de plantão). Lembrando que as informações devem ser completas, claras e verdadeiras.
Caso o profissional de enfermagem esteja cumprindo o que determina o Código de Ética e a Lei do Exercício Profissional e, por esta causa, for demitido, quem o souber deverá comunicar ao COREN, conforme descreve o artigo abaixo:
Art. 50 – Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.
Cada profissional de enfermagem, deve: Art. 52 – Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.
Art. 53 – Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem. Um exemplo é a anuidade do COREN.
Art. 69 – Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais de enfermagem sob sua orientação e supervisão. Quando vocês forem enfermeiros, serão líderes de suas equipes e deverão procurar estimular os colaboradores ao constante aperfeiçoamento profissional. Poderão sugerir estratégias à instituição visando proporcionar à equipe atualização profissional.
Vamos analisar agora o que o Código nos ensina, e que é nosso dever, a respeito do Segredo Profissional.
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. Todas as informações a que tivermos acesso durante nossa atividade profissional, devem ser mantidas em sigilo (segredo) não devendo ser repassadas a pessoas que não estão ligadas ao tratamento. A exceção ocorre quando for uma ordem judicial, quando o caso estiver previsto na lei, quando o dono do segredo, ou seu representante legal, permitirem por escrito, ou quando colocar em risco a vida de terceiros.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em caso de falecimento da pessoa envolvida.
§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando necessário à prestação da assistência.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo. Por exemplo: uma paciente provocou um aborto no 3º. mês de gestação e você foi chamado para depor. Nesse caso, é seu dever declarar impedimento pois a paciente deve ser protegida pelo profissional de saúde que sabe de seu segredo.
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou riscos ao mesmo.
Este parágrafo parece um pouco estranho mas vamos por etapas...é nosso dever manter segredo profissional referente ao menor, ainda que os pais ou responsáveis pelo mesmo venham nos questionar. Isso só não acontecerá se o menor não for capaz de discernir entre o certo e o errado (incapazes) ou também se a situação gerar dano ao menor. Exemplo: menor de idade grávida passa em atendimento na UBS e solicita que a gravidez não seja revelada a seus familiares. Se os pais forem a UBS e questionarem sobre o “problema de saúde” da menor, o profissional de enfermagem não deve revelar o segredo que lhe fora confiado no exercício da sua profissão, a menos que traga dano a menor (se correr sério risco de morte por causa da gestação). Outra atitude que podemos ter é a de orientar a menor a falar com seus pais e, se necessário, estarmos presentes no momento.
No que diz respeito ao ensino, a pesquisa e a produção técnico-científica, é nosso dever:
Art. 89 – Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo a especificidade da investigação. Essas normas estão descritas na Resolução 466/12 que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
 
 Proibições ao Profissional de Enfermagem
Compreender as principais proibições aos profissionais de enfermagem.
A palavra “proibido” significa, o que não é permitido pela lei. Nesse sentido, os artigos que estudaremos agora nos indicarão o que NÃO é permitido, aos profissionais de enfermagem, de acordo com o Código de Ética da categoria. São várias proibições mas, neste tópico, ressaltaremos as de maior relevância. As proibições iniciam-se no artigo 8º do Código de Ética. Então, é proibido tudo o que está descrito nos artigos a seguir:
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da Equipe de Enfermagem, Equipe de Saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da categoria ou instituições. Para entender melhor, transcrevemos abaixo os crimes contra a honra que estão descritos no Código Penal Brasileiro nos artigos 138, 139 e 140.
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
Como podemos observar, caluniar é dizer algo (mentiroso) de alguém, e que tal fato seja definido como crime. Difamar é imputar a alguém algo desonroso à sua reputação mas não tido como crime. A injúria pode ser entendida basicamente como uma difamação que os outros não ouviram, mas que é dita a alguém e este alguém considere prejudicial, por exemplo: insultos, xingamentos de uma pessoa em relação à outra.
Art. 9 – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais. Observem que, nos dois artigos acima, é descrito que não só é proibido promover (realizar) mas tambémser conivente, ou seja, participar desse tipo de ação que outro realize.
Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize como urgência ou emergência.
Vamos relembrar o que é situação de urgência e emergência: a urgência ocorre quando existe a necessidade de um atendimento rápido, mas não existe risco eminente à saúde. Já a emergência é toda a situação que envolve risco de morte. Em ambos os casos, é proibido aos profissionais de enfermagem negar assistência.
Art. 27 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte. Este artigo nos informa que a pessoa que estiver recebendo o cuidado ou seu representante legal, deve consentir com o recebimento da assistência, a menos que esteja em situação de emergência, como comentamos referente ao artigo 26.
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Está descrito no Código Penal Brasileiro, artigo 124, que provocar, ou consentir que outro provoque o aborto, é fato criminoso. Os casos previstos em lei, conforme o parágrafo único do artigo 28 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, encontram-se descritos no artigo 128 do Código Penal e são:
- quando for destinado a salvar a vida da gestante;
- quando a gravidez resultar de estupro e o aborto tiver o consentimento da gestante ou, se for incapaz, de seu representante legal.
Recentemente foi incluído o aborto de feto anencéfalo, conforme julgamento do Supremo Tribunal Federal em 12 de Abril de 2012 (ADPF 54). A Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.989/2012 determina condições para o inequívoco diagnóstico (desde que seja comprovado por ultrassom com laudo assinado por dois médicos) e havendo o consentimento da gestante. Nos casos descritos acima, caberá ao profissional de enfermagem decidir se quer participar, ou não, da realização do aborto.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.
Assim como o aborto, a eutanásia é crime de acordo com o Código Penal Brasileiro.
Por eutanásia entende-se a conduta médica que apressa a morte de um paciente incurável e em terrível sofrimento. Com a eutanásia, adianta-se a morte, atendendo à vontade expressa e manifesta do paciente, no sentido de evitar sofrimentos que ele julga insuportáveis ou de encurtar uma existência que acredita penosa e sem sentido.
Outra definição para eutanásia é “morte boa”. A precipitação propositada da morte de uma pessoa, diante de casos apresentados como de grave enfermidade ou de sofrimento. Busca de alívio imediato visando pôr fim à realidade desumana vivenciada por determinados pacientes.
Já que falamos em eutanásia, vale relembrar os conceitos de distanásia e ortotanásia. Lembrando que é proibido e caracterizado como crime, somente a eutanásia.
Distanásia caracteriza-se pelo tratamento inútil, que não traz benefício para a pessoa na fase terminal, meramente prolongando-se o processo de morrer, podendo, algumas vezes, agregar ainda mais sofrimento.
Ortotanásia vem a ser a morte natural, também denominada de morte digna, sem sofrimento, permitindo que haja evolução normal da doença, ou seja, não submetendo o paciente, que se encontra em fase terminal, a procedimentos agressivos e ineficientes.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência. Este artigo proíbe não somente a ação, cooperação e colaboração, mas a omissão em casos de qualquer tipo de violência.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada. Compete ao profissional de enfermagem registrar todas as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar.
Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
Por mais atarefado que o profissional esteja, nunca deve assinar o que porventura não realizou, pois, seria registro de algo inverídico (não verdadeiro), o artigo também proíbe que as ações realizadas por um determinado profissional de enfermagem sejam assinadas por outro.
O Código de Ética dos profissionais de enfermagem e a Lei do Exercício Profissional devem ser obedecidos por toda a equipe de enfermagem, portanto, é também proibido...
Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.
Art. 73 – Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas ou jurídicas que desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de Enfermagem.
Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional. Caso um profissional tenha sido demitido por querer cumprir a legislação, fica proibido que outro profissional aceite o cargo que envolva o descumprimento da legislação.
Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. O profissional deve sempre falar a verdade e nunca negar, nem omitir sobre o exercício de sua profissão, quando o COREN, porventura solicitar informações.
Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas. Caso o profissional aceite uma situação dessas, estará agindo de maneira enganosa e descumprindo o Código de Ética. A oferta pode ser “tentadora” mas cuidado, pois você é responsável pelos seus atos!
Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem. Devemos exercer nossa profissão com equidade e justiça. Todos devem ser tratados igualmente, independente de posição financeira, raça, cor, idade e sexo.
Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor ordens, opiniões, atentar contra o puder, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas ou dificultar o exercício profissional.
Art. 79 – Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular de que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.
Como líderes de equipe, não devemos deixar de lado, nunca, o respeito pelas pessoas. O descrito acima pode ser considerado “abuso de poder” para tentar impor nossas opiniões, assediar ou inferiorizar pessoas. O líder deve sempre procurar cumprir e, fazer cumprir, a legislação do Exercício Profissional e o Código de Ética.
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de Enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro. Veja o tópico sobre “Competências do Enfermeiro” para relembrar as ações privativas deste profissional, de acordo com o Decreto n º 94.406 de 08 de Junho de 1987 que regulamenta a Lei 7.498 de 25 de Junho de 1986.
Veremos abaixo algumas proibições referentes ao ensino e a pesquisa:
Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou estagiários, na condição de docente, enfermeiro responsável ou supervisor.
O docente, supervisor de estágio, é responsável pela atuação dos estagiários que estão sob sua responsabilidade assim como o enfermeiro responsável ou enfermeiro supervisor.
É também proibido:- Falsificar resultados de pesquisas (Art. 97 do Código de Ética) - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante do estudo sem sua autorização (Art. 98 do Código de Ética) - Divulgar

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