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Direito Ambiental
AULA 01
Linha do tempo do direito ambiental
- Século XVIII = 
Revolução industrial
consumo de matérias primas e poluição
Explosão demográfica
- Início do século XX =
Progresso científico
Industria química e armamentista
- 1962: Rachel Carson
“Primavera silenciosa”
Denuncia do uso de pesticidas – DDT
- 1968: “Clube de Roma”
Os limites do crescimento
- 1972: 
1° Declaração internacional de princípios de direito ambiental
“Conferencia de Estocolmo”
113 Países e 26 princípios
Da declaração que nasceram princípios que se utilizam até hoje, como por ex. princípio do poluidor pagador; 
- Lei 6938/81: Política nacional do meio ambiente
Primeira lei federal brasileira que criou uma politica de proteção do meio ambiente. Essa lei é anterior a constituição. 
Essa lei impõe que o dever de reparar o meio ambiente é resp. objetiva para quem causar o dano.
- 1985: Lei da ação civil pública
Esse é o instrumental jurídico para fazer cumprir a proteção do meio ambiente.
- 1987: Groruntland
ONU: “Nosso futuro comum”
Agenda 21
- 1990: CDC define “interesses difusos”
Interesses difusos = Titulares indeterminados e seu objeto é indivisível.
- 1992
2° Declaração internacional de princípios de direito ambiental
“Conferência do Rio de Janeiro para o meio ambiente e desenvolvimento”
Desenvolvimento sustentável
Esse conceito de desenvolvimento sustentável, começou a ser discutido e entrar em vigor, na 2° declaração de princípios de D.A, que teve como um de seus precursores José Eli da Veiga, no qual começou a se contestar os parâmetros de desenvolvimento que vinha sempre atrelado com crescimento econômico, para colocar a sustentabilidade nessa equação, gerando o conceito.
O desenvolvimento sustentável gira em torno do tripé: Economia ativa, proteção do meio ambiente e justiça social.
173 Países
- 1998: Lei n° 9.605/98 (lei de crimes e responsabilidade administrativa ambiental
- 2002:
Rio + 10 - Johanesburgo (África do Sul)
- 2012:
Rio + 20 - Rio de Janeiro
Aula dia 18.03.2019
AULA 02
Competência ambiental
1-) Federalismo cooperativo no brasil
- Direito ambiental e a obrigatoriedade da intervenção estatal (art. 225, caput e §1, CF)
	Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;   
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;  
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;   
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;   
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.  
- Poder público e suas funções:
Executivo = 4 entes federativos (União, Estados, DF e Municípios). Que criam políticas públicas e fiscalizam. NOTA: Competência comum se refere a administração pública.
Legislativo = 4 entes legislativos, um para cada ente federativo, para criar as leis que possibilita a implementação das políticas públicas. NOTA: Competência concorrente se refere a função legislativa.
Judiciário =
- Descentralização do poder: art. 1, CF
	Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
- A república federativa do brasil formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e DF constituindo o estado democrático de direito.
- Brasil: País continental de imensa diversidade ambiental e cultural – Federação compatibiliza a autonomia local com a unidade.
2-) Competência legislativa ambiental
- Art. 24, VI, VII, VIII, e IX e §§, CF
	Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;     
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
NOTA: A chamada competência legislativa concorrente abrange a União, dos Estados e do DF, porem não ser refere a municípios.
- União – Art. 24, §1 = Normas gerais
- Estados e DF – art. 24, §§ 2°, 3° e 4°, CF
I- Suplementar as normas federais.
II- Legislar plenamente, inexistindo lei federal.
III- Superveniência de norma federal – suspende eficácia do estado
- E os municípios?
Art. 30, I e II, CF
	Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
NOTA: O município legisla sobre o interesse local e suplementa a legislação da união, estados e DF.
Exercício: trazer pesquisa sobre conflito jurisprudencial de competência em matéria ambiental.
Aula dia 01.04.2019
AULA 03
Competência ambiental
Federalismo cooperativo
1) Competência administrativa comum entre União, Estados, DF e Municípios – Art. 23, III, CF
NOTA: Atentar que esse artigo 23, CF tratam da U, E, DF e M, enquanto o art. 24 visto anteriormente só tratam da U, E e DF.
III- Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os momentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VI- Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII- Preservar as florestas, a fauna e a flora (...)
§ único- Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre os entes federativos.
NOTA: por exemplo as obras do Rodoanel, será licenciada pelo Estado de São Paulo. Apesar de a competência administrativa de proteção ser comum, tem que se observar qual ente federativo terá interesse na proteção, e no caso do Rodoanel, que irá passar por diversos municípios de estado, a competência será do estado por ter o interesse com maior amplitude.
Leicomplementar 140/2011 
2) Bens da União: Art. 20, CF
- Competência material exclusiva da União da União: Art. 21, XII, CF
XII- Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
(...)
“b”- Os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos.
3) Julgado sobre competência ambiental (AI 856.768 AGR / MG)
		“o poder de elaboração das leis e atos normativos concernentes à proteção do meio ambiente foi outorgado à União, para fazê-la de forma geral, e aos demais entes federados para fazê-la de forma suplementar (art. 24, VI e VIII, da Constituição Federal de 198). E a competência relativa ao desempenho de atividades concretas de proteção ao meio ambiente através do exercício do poder de polícia é comum a todos os entes federativos (art. 23, VI, da Constituição Federal de 1988).
		(…). Assim é que, respeitados os princípios gerais estabelecidos pela legislação, podem os Estados e Municípios definir infrações administrativas e suas respectivas penalidade, sem, todavia, definir crimes e penas, já que só a União possui competência legislativa em matéria penal. 
		(…) a Lei Estadual n. 14.309/02 foi editada com respaldo na competência legislativa concorrente, nos termos do art. 24, inciso VI, da Constituição da República Federativa do Brasil. 
		Os Estados têm legitimidade para legislar sobre matéria ambiental, tendo em vista a competência concorrente destes com a União, prevista no art. 24, VI, da Carta Magna” (fls. 241-245).
Outra passagem sobre o tema:
		“Agravo interno em recurso extraordinário. 2. Administrativo. Ambiental. Processual Civil. 3. Poder de polícia em defesa do meio ambiente. Competência administrativa comum. Art. 23, VI, da CF. 4. Alegação de dupla punição pelo mesmo fato, devido a suposta cobrança de multas impostas por entes diferentes. Questão fática rejeitada na origem por falta de prova. 5. Premissa que afeta a verificação de pressuposto subjetivo de recorribilidade. Óbice do Enunciado 279 da Súmula da jurisprudência predominante do STF. 6. Legitimidade da fundamentação per relationem. Precedentes. Agravo a que se nega provimento” (RE 585.932-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 9.5.2012 – grifos nossos).
Aula dia 25.03.2019
AULA 04
Princípios do direito ambiental
1-) Sobre os princípios:
- Implícitos
- Expressos
2-) Direito ambiental como direito fundamental
- Universal
- Indisponível
- Imprescritível = se refere que a indenização por quem comete dano ambiental é imprescritível.
- Decorre do direito à vida
3-) Solidariedade intergeracional (art. 225, caput) = É dever do poder público e da coletividade de proteger o meio ambiente, garantida a qualidade ambiental para as presentes e futuras gerações.
4-) Desenvolvimento sustentável (art. 170, VI, CF) = O desenvolvimento sustentável gira em torno do tripé: Economia ativa, proteção do meio ambiente e justiça social.
5-) Prevenção: Perigo concreto = Está relacionada aos riscos conhecidos, que devem ser evitados.
6-) Precaução: Incerteza científica (“indubio pro ambiente”)
7-) Poluidor – Pagador: (art. 225, §3, CF) = É aquele que obriga quem poluir a arcar com ampla responsabilidade ambiental civil, penal e administrativa.
8-) Usuário – pagador: = quem usa os recursos ambientais em larga escala (infraestrutura, atividades econômicas) terá que compensar pela utilização. Quem realiza uma obra que desmate áreas de mata ou arvores, terá que replantar ou reflorestar. É uma compensação pela utilização dos recursos ambientais.
9-) Protetor – recebedor: = Pagamento por serviços ambientais.
- Protege além do dever legal
10-) Função socioambiental da propriedade:
- Ambiente urbano = art. 182, §§, CF
- Meio rural = art. 186, II, CF
11-) Participação:
- Política Nacional de Educação Ambiental = lei n 9795/99
- Lei de acesso à informação
12-) Proibição do retrocesso em matéria ambiental
Aula dia 08.04.2019	
AULA 05
O bem jurídico ambiental
1) Art. 225, caput, CF
“Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.”
NOTA: Bem de uso comum do provo é aquela divisão na classificação dos bens públicos, sendo eles os bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais.
Bem de uso comum do povo = são os bens que se destinam à utilização geral pela coletividade (como por exemplo, ruas, estradas e praças).
Bens especiais = são aqueles bens que destinam-se à execução dos serviços administrativos e serviços públicos em geral (como por exemplo, um prédio onde esteja instalado um hospital público ou uma escola pública).
Bens Dominicais = são aqueles que, apesar de constituírem o patrimônio público, não possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo específico (por exemplo, prédios públicos desativados).
- Direito a natureza coletiva em sentido amplo:
Art. 81, CDC
Interesses difusos = Titulares indeterminados e objeto indivisível
Interesses coletivos = Titulares determinável e objeto indivisível
Interesses individuais homogêneos = Eles têm origem comum, sendo afetado diretamente determinadas pessoas com danos patrimoniais ou morais.
- Bem jurídico: Direito ao ambiente preservado 
- Preservação dos recursos ambientais (água, ar, solo, fauna, flora, imóveis culturais, patrimônio arqueológico, etc.)
- Os recursos ambientais podem estar no patrimônio privado ou público.
2) Patrimônio Nacional, Art. 225, §4, CF
- Floresta Amazônica
- Mata Atlântica
- Zona costeira 
- Serra do Mar
- Pantanal
A utilização dessas 5 regiões e biomas far-se-á na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação de seus atributos biológicos.
Aula dia15.04.2019
AULA 06
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente
Art. 225, caput, CF = obrigatória intervenção do poder público na preservação ambiental
Art. 23, CF = Competência administrativa comum dos 4 entes federativos.
1) SISNAMA 
Conjunto de órgãos e instituições dos diversos níveis do Poder Público, incumbidos da proteção do meio ambiente.
Art. 6 da lei 6938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente
I- Órgão Superior: Conselho de Governo formado pelos ministérios assessorando a Presidência da República.
II- CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente = órgão consultivo e deliberativo
 Emite as Resoluções Conama (normas técnicas)
5 Membros da sociedade civil
Extinto pelo Decreto Federal n° 9.759/abril de 2019
III- Órgão central = Ministério do Meio Ambiente 
NOTA: Não confundir o Ministério do Meio Ambiente com Conselho de Governo.
IV- Órgãos Executores
	a) Ibama = Instituto brasileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis
	b) ICMbio = Instituto Chico Mendes de conservação e biodiversidade
V- Órgãos seccionais
VI- Órgãos legais
	Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
 I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;                      
 II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;                         
III - órgão central: aSecretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;                           
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências;                            
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;                       
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;                                  
§ 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA.    
Aula dia 22.04.2019
Atividade (vale até 1 ponto na média)
1) O governo Federal aprovou recentemente, por meio de órgão técnico vinculado ao Ministério da Agricultura, nova listagem de agrotóxicos cuja utilização passa a ser permitida na Lavoura brasileira.
O Ministério Público Federal ingressa com Ação Civil Pública, pedindo a anulação do ato que criou a nova listagem, invocando os princípios da prevenção, da precaução, da participação e da proibição do retrocesso.
Explique a razão de escolha de tais princípios falando o que eles representam em relação ao caso apresentado.
R: O ministério Público Federal invocou tais princípios pelos motivos a seguir expostos.
No que diz respeito a prevenção, havendo elementos seguros para afirmar que a atividade é efetivamente perigosa e já há conhecimentos dos riscos, implica no dever de prevenir tais danos, pois gera ampla responsabilidade para aquele que deveria ter prevenido e não atuou.
No mesmo sentido, no princípio da precaução, impera a máxima “in dubio pro ambiente” de forma que havendo incerteza quanto aos possíveis danos de um agrotóxico ao meio ambiente, deve haver a precaução em relação aos possíveis riscos ao meio ambiente.
Em relação ao princípio da participação, deve o estado promover mecanismos de participação da sociedade civil, que possam influenciar no processo administrativo decisório, possibilitando maior aceitação social das medidas adotadas.
E por fim, quanto a proibição ao retrocesso consiste na inadmissão de qualquer alteração que teoricamente torna menos protetiva a legislação ambiental. Assim se o agrotóxico não era permitido e agora surge uma regulamentação o tornando permitido, viola tal princípio.
	O princípio da prevenção tem por objetivo impedir a concretização de dano ambiental, nas hipóteses em que “se tem elementos seguros para afirmar que uma determinada atividade é efetivamente perigosa”.
Já o princípio da precaução é aplicável diante da inconclusividade e incerteza de estudos científicos sobre determinado tema, acerca do qual há “indicações de que os possíveis efeitos sobre o ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de proteção escolhido”.
De acordo com o professor Édis Milaré, a diferença entre o princípio da prevenção e o da precaução é que o primeiro pressupõe um risco ambiental já conhecido pela ciência, enquanto o último trata de riscos incertos e abstratos.
2) O Estado de Santa Catarina aprovou um código ambiental que naquele estado a reserva legal florestal poderia ser de 10% do tamanho da propriedade, quando o código florestal determina 20%.
A partir das regras de competência ambiental constitucional julgue a ação do estado de Santa Catarina, com justificativa fundamental normativa.
R: O poder de elaboração das leis e atos normativos concernentes à proteção do meio ambiente foi outorgado à União, para fazê-la de forma geral, e aos demais entes federados para fazê-la de forma suplementar, conforme art. 24, VI e VIII, da CF. A competência suplementar diz respeito ao fato de os Estados poderem ampliar as formas de proteção do meio ambiente, não podendo regulamentar de forma contrária de forma contrária, sobrepondo Lei Federal, assim tornando a lei inconstitucional. 
Outro ponto que corrobora a tese da inconstitucionalidade é a violação ao princípio da vedação ao retrocesso, pois nesse caso norma estadual pretende reduzir a área de proteção florestal, sendo uma medida menos protetiva ao meio ambiente.
Aula dia 06.05.2019
Aula dia 06 – Instrumento da politica nacional do meio ambiente
Art. 9 da lei 6938/81
I- Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental qual o limite aceitável para o impacto ambiental?
O limite aceitável do impacto é dado por estudos científicos sobre o tema. Com esses limites encontrados as empresas terão que criar projetos para resolver tais problemas se quiser continuar realizado tais atividades que impactam no meio ambiente.
- Depende das análises técnicas e científicas.
Ex: Emissão de poluentes = Resolução CONAMA 357/2005 = Lançamento de poluentes nos recursos hídricos.
II- Zoneamento ambiental
Zoneamento ecológico econômico (ZEE) = analisa a vocação ambiental e econômica de cada região.
- Decreto Federal: n° 4297/2002 – estabelece os critérios para a ZEE
- Iniciativa federal
Ex: Amazônia legal > Decreto Federal n° 7378/2010
- Iniciativa estadual (SP): ZEE litoral norte – Decreto n° 492015/2013
III- Avaliação de impactos ambientais.
Gênero do qual diversos estudos ambientais são espécie. Ex: EIA/RIMA, planos de manejo, análise preliminar de risco, EIV etc.
IV- Licenciamento e revisão das atividades efetiva ou potencialmente poluidores.
Consentimento estatal com o controle prévio.
	Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental;                
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;                     
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;                    
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes;                          
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursosambientais.                     
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
Aula dia 13.05.2019
Aula 7 – Licenciamento ambiental
- Art. 225 da CF
- Art. 9, IV da lei 6938/81
- Resolução Conama 237/97
- LC n° 140/2011
1) Licenciar
Ato do pode executivo. Competência comum de todos os entes federativos (art. 23, CF)
Licenciamento = Procedimento administrativo com diversas etapas, tomada por um único ente, mas com a possível participação de outros entes e órgãos.
2) Natureza jurídica
Direito administrativo
a) Autorização = Ato discricionário e precário
b) Licença = Ato vinculado e definitivo 
c) Licenças ambientais = Discricionariedade técnica e temporariamente definitivas
NOTA: Foi utilizado a conceito de autorização e de licença para realizar um quadra comparativo, demostrando que a natureza jurídica das licenças ambientais é de discricionariedade técnica e temporariamente definitivas, ou seja, elas estão sujeitas a um determinado prazo, mas que pode ser renovado diversas vezes, sempre atendendo os requisitos para a preservação do meio ambiente.
3) Art. 3, I da LC 140/2011
“Procedimento administrativo destinado a licenciar atividades e empreendimentos utilizáveis de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, ou capazes de gerar degradação ambiental.” (nota-se presente o princípio da prevenção e da precaução nessa determinação).
OBS: Ver rol anexo do anexo 1, da resolução CONAMA 237/97 = Rol exemplificativa.
NOTA: nem todo empreendimento a ser construído dependerá de licenciamento ambiental. Só se submetem a essa exigência os empreendimentos que possam gerar danos ambientais. Assim se for abrir uma pizzaria na rua taquari, não será necessário licença ambiental, pois tal empreendimento não tem o condão de gerar danos ambientais.
4) Licenciamento é feito por um único ente federativo
Art. 13, § 1° LC 140/11 = os demais entes podem manifestar-se, de maneira não vinculante, observando prazos e procedimentos.
	Art. 13.  Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 
§ 1o  Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 
§ 2o  A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador. 
§ 3o  Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo. 
OBS: Para saber qual dos entes será competente, terá que se o olhar os art. 7, 8 e 9 da LC 140/2011, que determina qual as atividades que cada ente federativo pode exercer.
	Art. 7o  São ações administrativas da União: 
Incisos...
Art. 8o  São ações administrativas dos Estados: 
Incisos...
Art. 9o  São ações administrativas dos Municípios:
Incisos...
- Portaria interministerial n° 60/2015 = Órgãos intervenientes
O parecer de órgão intervenientes: FUNAI, IPHAN, Fundação Palmares, Ministério da Saúde.
São órgãos chamados ao licenciamento, sempre que no procedimento de licenciante, aparece algum tema ligado a atividade de tais órgãos, no qual eles podem se manifestar sobre os riscos do empreendimento. Sempre lembrar que o parecer deles não é vinculante. Mas na prática, em regras os pareceres são acatados pois são mais pessoas para dividir a responsabilidade.
Aula dia 20.05.2019
Aula 8 – Licenciamento ambiental – II
1) Competência para licenciamento
- Múltiplos critérios:
a) Amplitude do impacto
b) Domínio
c) Natureza da atividade
- Matéria local = Municípios (art. 9, XIV, “a” da LC 140/2011)
	Art. 9o  São ações administrativas dos Municípios: 
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou 
- Matéria regional = Estados (art. 8, XIV da LC 140/2011)
	Art. 8o  São ações administrativas dos Estados: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o; 
- Matéria supra estadual = União (art. 7, XIV da LC 140/2011)
	Art. 7o  São ações administrativas da União: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;
2) Licenças ambientais:
Art. 8 da resolução CONAMA 207/97
	Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
a) Licença prévia (LP) = Planejamento do empreendimento
Aprova sua localização e concepção.
Estabelece as condicionantes a serem atendidas na próxima fase.
Apresentação de:
Planos, programas e projetos
Medidas de controle ambiental
Definição dos estudos ambientais necessários
b) Licença de instalação (LI) = Autoriza a implementação física do empreendimento
Prazo: O necessário conforme cronograma de obras.
c) Licença de operação (LO) = Autoriza a execução da atividade cumpridas todas as condicionantes.
3) Prazos das licenças: Resolução CONOMA 237/97
	Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciadospara cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 14 = órgão ambiental tem até 6 meses para dos pedidos de licença.
- Havendo EIA/RIMA o prazo é o dobro
Prazo máximo de cada licença:
LP = Prazo de 5 anos
LI = Prazo de 6 anos
LO= Prazo de 10 anos
OBS: Esse são prazos máximos, assim pode ocorrer deles serem inferiores.
Após, é possível pedir a prorrogação, sempre com 120 dias de antecedência.
Aula dia 27.05.2019
Aula 08 – Final (licenciamento e EIA/RIMA)
1) Estudos ambientais = art. 3, Res. CONAMA 237/97
- O órgão ambiental competente, verificando que o empreendimento não é causador de significativo impacto ambiental, definirá outros estudos pertinentes.
NOTA: Essa possibilidade existe por decorrência do princípio da precaução (pela incerteza científica), no qual o órgão ambiental terá que dizer quais são tais estudos. Sendo que se houver os riscos o estudo é necessário, decorrente do princípio da prevenção (risco concreto).
	Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.
NOTA: O estudo de impacto ambiental não tem a finalidade de extinguir os impactos ambientais, mas tão somente de mitigar a degradação ambiental. Assim no caso da transposição do rio são Francisco, que há relevante interesse social e econômica na obra, houve o estudo de impacto ambiental, com a finalidade de levantar os risco do empreendimento (impactos ambientais) e as hipóteses mitigadoras de risco que poderão ser aplicadas. 
2) Estudo prévio de impacto ambiental e seu relatório (EIA/RIMA)
- Art. 225, §1, IV da CF = potencial de significativo impacto ambiental
	Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;  
 
- Resolução CONOMA 01/86
- Quais empreendimento precisam?
Art. 2, Res. CONAMA 01/86, rol exemplificativo
	Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA e1n caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
- Equipe multidisciplinar com profissionais tecnicamente habilitados, contratada pelo proponente.
- Conteúdo mínima do EIA: Art. 6, Resolução CONAMA 18/86
	Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. 
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área.
I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto: Considerando fatores ambientais físicos e biológicos e socio econômico.
II – Análise dos impactos ambientais
III – Definição das medidas mitigadoras
IV – Programa de acompanhamento e monitoramento de impactos
- Linguagem acessível e objetiva
- Audiência Pública obrigatória (princípio da participação)
Aula dia 19/08/2019
Aula 09 – Responsabilidade Ambiental
1) Art. 225, §3, CF = Tripla responsabilidade (penal, administrativa e civil)
	Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
NOTA: Muitas vezes uma pessoa física ou jurídica comete um dano ambiental, porém não de maneira ilícita. Nesse caso tal pessoa não responderá de maneira penal ou administrativa, porem arcará com a responsabilidade civil.
2) Lei 6938/81 = PNMA – Art. 14, §1 = responsabilidade
	Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidadepara propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Notasse que a responsabilidade civil pelo dano ambiental, já existia antes da CF de 88, sendo prevista na lei 6938/38, no qual prevê a responsabilidade civil objetiva para aquele que causar impacto ao meio ambiente, independente de culpa.
3) Processo civil coletivo – lei 7347/85 (lei da ação civil pública) e Lei 8078/90 (CDC)
Como se viu desde o começo do direito ambiental, o direito ambiental é um direito coletivo. E como tanto, para tonar essa defesa coletiva efetiva, o sistema jurídico processual foi adaptado regulando os processos coletivos, que servirão de meio para realizar defesa dos direitos coletivos.
Nessa regulamentação se crio a lei da ação civil pública (lei 7347/85), no qual se discute o dano de um modo mais geral, deixando as peculiaridades de cada caso, para serem discutidas na fase de cumprimento de sentença da sentença coletiva.
Também foi regulamentado no CDC (lei 8078/90), em seu capitulo terceiro, definições e formas de se efetivar a defesa dos direitos coletivos. Como por exemplo o art. 81 do CDC, que definiu o que é direito difuso, direito coletivo e direito individual homogêneo (todos direitos coletivos).
4) Teoria do risco integral
Riscos das atividades impactantes que não devem ser suportados pela coletividade.
- Características:
Responsabilidade objetiva: independente de culpa. 
Ato > Nexo de causalidade > Dano = Dever de reparação
Não admite excludentes
Atividade pode ser lícita ou ilícita
Mesmo que atividade seja lícita (tenha feito todo procedimento para o licenciamento), se ocasionar impacto ambiental, haverá responsabilidade.
Há solidariedade: acionam-se primeiro quem tem mais solvência
Inversão do ônus da prova – Art. 21 da lei 7.347/85
	Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
Responsabilidade “propter rem” = Acompanha a coisa, mesmo que mude de dono
Imprescritível – (STJ Resp. 1.120.117/2009) 
 
Aula dia 26/08/2019
 Aula 10 – Jurisdição civil coletiva I
1) Interesses metaindividuais
Baseada na lei 7347/85 + lei 8078/90 + CPC subsidiariamente
2) Ação Civil Pública
Regulamentada no art. 14, §1 da lei 6938/81
Art. 129, III da CF = função institucional do MP de promover a ação civil pública e o inquérito civil
Ação Civil Pública compreende tutela preventiva e reparatória
- Pedidos possíveis:
Prevenção de danos (obrigação de fazer ou não fazer);
Cessação de danos;
Recuperação de danos; 
e/ou reparação pecuniária; (esse pedido é sempre subsidiário)
A reparação pecuniária, entra quando não é possível realizar a recuperação do dano ambiental. E qual a destinação do valor da indenização? Conforme art. 13 da lei 7347/ (LACP), os recursos são destinados a um fundo gerido por um conselho federal, se a indenização for concedida na justiça federal, ou um fundo estadual, se a indenização for concedida na justiça estadual.
	Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.      
§ 1o. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.      
§ 2o  Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.
OBS: Art. 3 da lei da ação civil pública (LACP) = objeto. Obrigação de fazer, obrigação de não fazer e/ou indenizar
3) Legitimados ativos: Art. 5, LACP
MP
Defensorias Públicas
União, Estados, DF e Municípios
Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista e fundações
Associações civis 
NOTA: As associações civis precisam atender 2 requisitos: legalmente constituída a pelo menos 1 anos (esse requisito é flexível, permitindo a lei, que o juiz a depender da associação a permita ingressar); e constar no estatuto da associação como seu objetivo a defesa do meio ambiente.
OBS 01: A legitimidade ativa é concorrente (litisconsórcio ativo) e disjuntiva (cada um pode propor sem depender do outro, porém aquele que propõem primeiro, torna o juízo prevento, tendo os demais que entrar no processo através do procedimento da intervenção de terceiros).
OBS 02: O MP quando não é parte é fiscal.
OBS 03: Se a associação desiste de forma infundada outro legitimado assume.
4) Legitimados passivos: Art. 3, IV da lei 6938/81
“Qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou provado, que seja direta ou indiretamente responsável pelo dano ambiental (Poluidor)”.
	Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
5) Inquérito Civil: Instrumento privativo do MP
- Ajuda na apuração dos fatos: Art. 8, §1, LACP
	Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
- MP requisita aos órgãos públicos e privados, informações em prazo não inferior a 10 dias úteis.
OBS 01: O inquérito civil é dispensável
OBS 02: Se não encontra fundamentos para a ACP, o promotor pede o arquivamento. Reexame necessário pelo conselho do MP.
Aula dia 02.09.2019
Aula 11 – Jurisdição coletiva II
Base Normativa:
Lei n° 7.347/85
Lei 8.078/90
CPC subsidiariamente
1) Compromisso de ajustamento de conduta: art. 5, LACP
Primeiramente cumpre destacar a diferença entre compromisso de ajustamento de conduta com o termo de ajustamento de conduta. O compromisso é o vinculo obrigacional estabelecidos pelas partes (legitimados ativos e passivos). Já o termo do ajustamento de conduta (TAC) é o instrumento pelo qual se materializa o compromisso.
Órgão públicos tomam:
Todos os órgãos públicos legitimados podem tomar o compromisso de ajustamento de conduta, sendo que o único que não pode realizá-lo são as associações.
Quem toma fiscaliza: 
Ou seja, aquele legitimado que celebra o compromisso com o sujeito passivo para a reparação total do dano ambiental, será competente para realizar sua fiscalização.
Interessados apenas:
Não é direito subjetivo: 
O ente competente (legitimado ativo) não é obrigado a oferecer o compromisso de ajustamento de conduta. E da mesma forma o sujeito passivo não é obrigado a aceitar.
Natureza jurídica = Composição entre partes – título executivo extrajudicial
Cominações obrigatórias:
São as “astreintes”, ou seja, as multas aplicáveis em caso de não cumprimento dos compromissos assumidos.
Reparação integral do dano (interesses indisponíveis):
- Negociáveis as condições de tempo, modo e lugar de cumprimento das obrigações
NOTA: o que é negociável são as condições de tempo, modo e lugar. A reparação integral do dano nunca será negociável.
Momento?
O compromisso do ajustamento pode ser proposto a qualquer momento.
2) Competência jurisdicional para as ações coletivas
Competência material- Comarcas estaduais
- Seções judiciárias federais (art. 109, CF = interesse expresso da união)
Competência funcional: Art. 2, LACP: Foro do local do dano
- Juízo fica prevento para causas com mesma causa de pedir ou mesmo objeto.
	Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. 
Parágrafo único  A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
Coisa julgada:
- Art. 16, LACP: Coisa julgada “erga omines” nos limites da competência territorial do órgão prolator.
Salvo – Julgamento de improcedência por falta de provas, restando possível a qualquer dos legitimados ingressar com ação com novas provas.
	Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.  
- Art. 103, CDC =
Particulares podem requerer indenizações pessoais
Sentença coletiva os beneficia
	Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
        I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
        II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
        III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Aula dia 09.09.2019_____________________________
Aula 12 = Responsabilidade penal ambiental
Legislação:
Art. 225, §3 da CF
Lei 9.605/98 = Sanções penais e administrativas ambientais
Lei 9.099/95 = Jecrim
- A responsabilidade civil tem o caráter reparatório, enquanto a responsabilidade penal é punitiva.
- A responsabilidade civil independe de culpa, sendo sempre objetiva, enquanto a responsabilidade penal depende de comprovação de culpa.
- Isso é importante pois no sistema punitivo as penalidades estão sujeitas a prescrição, enquanto no sistema da responsabilidade ambiental não há que se falar em prescrição.
1) A ação penal é sempre pública incondicionada
2) Responsabilidade penal da pessoa jurídica:
	Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Art. 3, lei 9.605/98 = Infração cometida por representante legal, contratual ou coligado da empresa.
Art. 3, idem = Pelo interesse ou em benefício da mesma > Dolo da PJ, pois ela não responde na modalidade culposa.
3) Penas aplicáveis a PJ:
	Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Art. 21, I da lei 9.605/98 = Multa (reverte ao fundo penitenciário)
Art. 22, II = Restritivas de direito
Suspensão parcial ou total das atividades
Interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade
Proibição de contratar com o poder público
Art. 23, III = Prestação de serviços à comunidade
4) A pessoa jurídica de direito ambiental responde penalmente?
NOTA: Cai uma questão desse na prova intermediária, perguntando algo do tipo: Se um auditor faz um laudo atestando que a empresa está na iminência de causar um dano ambiental, informa o corpo diretivo e ele não faz nada, ficando todos silentes. Se ocorrer o dano, todos respondem penalmente, a PJ, a PF (corpo diretivo) e o participe (auditor), que contribuíram para que o dano ambiental ocorresse.
Art. 3, §único = Concurso de agentes: Respondem a PJ + a PF autora, co-autora ou participe do crime.
STF 2013 = RE548181/PR = Condenação da Petrobrás pela poluição do Rio Iguaçu e Birigui. 
Esse precedente é importante pois mudou a jurisprudência, que antes dele só se admitia a condenação do concurso de agentes em conjunto, permitindo que se reconhece o concurso de agentes facultativo, ou seja, pode haver condenação somente da pessoa jurídica, mesmo que não as encontre em relação as pessoas físicas.
OBS: A responsabilidade penal da pessoa jurídica não afasta a responsabilidade penal da pessoa física, podendo ser aplicado o concurso de agentes entre PJ e PF.
NOTA: As empresas públicas (Autarquias e empresas públicas, o mesmo vale para a administração direita) não respondem criminalmente por crimes ambiental, pois as empresas públicas sempre buscam o interesse público. Dessa forma não há como elas agirem dolosamente.
Mas sabemos que existe corrupção e desvios na administração de tais empresas. Porem não se pode dizer que a empresa teve a intenção (dolo) de cometer uma infração ambiental. Nessas hipótese quem responde é a pessoa física (funcionário da empresa pública), que tomou a decisão e tomou os descaminhos.
Aula dia 16.09.2019
Responsabilidade Penal Ambiental – II
1) Responsabilidade penal ambiental das pessoas físicas:
a) Sanções aplicáveis
- Penas privativas de liberdade
- Penas restritivas de direito
- Multa
OBS: art. 7 da lei 9605/98 – penas restritivas de direito substituem as penas privativas de liberdade:
a) Crime culposo
b) A pena privativa de liberdade aplicada for menor a 4 anos.
c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como motivos e circunstancias do crime indicarem que a substituição é suficiente para efeitos de reprovação.
2) Dosimetria da pena: PF e PJ
Art. 6 da lei 9.605/98
	Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa
 
3) Únicas penas acima de 4 anos. Crimes:
Art. 35, da lei 9.605/98 = Pescar c/ uso de explosivos ou substancia tóxica
Art. 40, da lei 9.605/98 = Causar danos em unidades de conservação
Art. 54, § 2, da lei 9.605/98 = Poluição qualifica
	Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.       
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.        
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultarem danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
4) Causas excludentes de ilicitude:
Art. 23 do CP = Estado de necessidade, Legítima defesa e estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito.
Art. 37 da lei 9605/98 = descriminaliza o abate de animais em determinadas situações.
	Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
5) Os índios respondem por crime ambiental?
Art. 231, CF = é nele que tem os direitos assegurados aos índios.
Agora se o índio responde por crime ambiental, a resposta é depende.
Se for dentro da terra indígena e for um costume (como por exemplo abater um cervo para se alimentar, ou desmatar um pedaço para fazer sua aldeia), eles não irão responder por esses crimes ambientais. Porem não sendo nessas situações eles responderão.
6) Crime do art. 65 da lei 9605/98 = Pichação
	Art. 65.  Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:     
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Nota: A diferença entre grafite e pichação, é que o grafite é autorizado e a pichação não. Essa autorização pode ser do particular ou do órgão público responsável.
Aula dia 23.09.2019_______________________________________
Responsabilidade administrativa ambiental
- Art. 225, §3 da CF
- Lei 9.605/98
- Decreto n° 6514/2008
- Decreto n° 9179/2017 = Programa de conversão de multa ambientais em serviços ambientais
- Decreto n° 9760/2019 = Estimula a conciliação no início no processo administrativo
1) Responsabilidade administrativa ambiental decorre do exercício do poder de policia = Art. 23, CF = LC 140/2011
- Previsão legal do poder de polícia art. 78 do CTN
	Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.                
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Temos que ficar atento, pois o poder de polícia no âmbito ambiental é de competência comum (art. 23, CF). E o próprio §1 do art. 23 da CF, diz que caberá a lei complementar, evitar o conflito de competência. Essa lei complementar existe, que é a LC 140/2011.
Deste modo a depender da extensão do dano, poder haver a atuação pelo poder de policia pelos 3 entes federados (União, Estados e Município), dede que respeite as competências determinadas na LC 140/2011. Um bom exemplo disso é o caso da Samarco em Mariana, que houve o exercício do poder de policia pelos 3 entes federativos. Essa atuação não implica em “Bis in Idem”, conforme decidiu recentemente o TJ/MG no próprio caso de “Mariana”. 
- É exercido por todos os órgão e entidades do SISNAMA + agentes das capitanias dos 
- Conduta é sempre ilícita
- Responsabilidade subjetiva (Resp. 1640243/SC) = Ou seja, é indispensável comprovação da culpa.
Assim quem não tem culpa, não poderá ser responsabilizado administrativamente. A responsabilidade administrativa é uma punição para quem comete um ilícito ambiental administrativo.
“Pode estar sujeito a multa aquele que cometer, diretamente, a infração, mas não poderia sofrer sanção em terceiro que se relacione com o ato punido apenas de modo indireto e sem culpa. O poluído indireto responde na medida de sua culpabilidade.”
2) As sanções administrativas = Decreto n° 65114/2008
Advertência = para inflações de menor lesividade, cuja multa não ultrapasse R$1.000,00 reais.
Multa simples = de R$50,00 a 50.000.000,00 reais.
Multa diária = infrações continuadas
Apreensão de animais, produtos e subprodutos
Destruição ou inutilização de produtos
Suspensão de venda e fabricação de produtos
Embargo da obra ou atividade
Demolição da obra
Suspenção total ou parcial das atividades
Restritivas de direitos
- Suspensão de licenças, autorizações ou registro
- Cancelamento
- Perda ou restrição de incentivos ou benefícios fiscais
- Perda ou suspensão de participação em linha de crédito
- Proibição de contratar com a administração pública
NOTA: A aplicação de sanção administrativa e sanção penal ao mesmo tempo não implica em “bis in idem”, pois existe autonomia das esferas e os recursos obtidos são destinadas a lugares diferentes.

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