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Carl Gustav Jung (1875-1961) ❖Carl Jung - suíço, estudou psiquiatria, mas após conhecer Freud em 1907 tornou-se psicanalista e seu natural herdeiro. ❖Afastaram-se devido a divergências teóricas. ❖Após as segunda Guerra Mundial Jung viajou pela África, América e Índia, estudando populações nativas. ❖Tornou-se professor da Universidade de Zurique em 1935 e depois dedicou se às suas pesquisas. ❖Foi casado com Emma Rauschenbach (1903) com quem teve 5 filhos. ❖1906→ Iniciou-se correspondência regular entre Freud e Jung. Freud decidiu que Jung seria seu sucessor. ❖1910→ Fundada a Associação Internacional de Psicanálise, Jung tornou-se seu primeiro presidente, posição que manteve até 1914. ❖No início de 1913→ puseram fim à correspondência pessoal e, poucos meses, à profissional. ❖Abril de 1914→ Jung renunciou à presidência da associação e em agosto de 1914 demitiu-se como membro. O rompimento foi então completo. Freud e Jung nunca mais se viram. Uma razão importante foi a rejeição de Jung ao pansexualismo de Freud. “A razão imediata foi que Freud... identificou seu método com sua teoria sexual, o que eu considero inadmissível.” Jung continuou, então elaborando sua própria teoria psicanalítica e seu próprio método de psicoterapia, que tornou conhecido como Psicologia Analítica. Psicologia analítica – Teoria junguiana da personalidade Depois de Freud, Jung pode ser considerado o psicólogo moderno mais em evidência. Embora a teoria da personalidade de Jung seja usualmente identificada como uma teoria psicanalítica, devido à ênfase que dá ao processo inconsciente, difere da teoria da personalidade de Freud em alguns aspectos importantes. ❖Para Freud há somente uma repetição incessante dos temas instintivos até que a morte intervenha. Somos vítimas de eventos passados, origem infantil da personalidade. ❖Para Jung há um processo constante e muitas vezes criador, uma busca de integração e complementação e uma aspiração ao renascimento. Somos moldados pelo nosso futuro e passado. Nova dimensão do inconsciente - dá forte ênfase aos fundamentos raciais e filogenéticos, personalidade como um produto e como um depositário do passado ancestral. ❖Há uma personalidade coletiva, racialmente pré-formada, que atua seletivamente no mundo da experiência e é modificada e elaborada pelas experiências que tem. ❖Em suas pesquisas sobre origem e o desenvolvimento da personalidade humana, estudou mitologia, religião, símbolos e rituais antigos, costumes e crenças dos povos primitivos,assim como sonhos, visões, sintomas neuróticos, alucinações de psicóticos. Algumas obras: ❖1912 – Símbolos da transformação - Análise dos primórdios de uma esquizofrenia (Símbolos e Transformação da Libido) ❖1921 - Tipos psicológicos ❖1934 - Os arquétipos e o Inconsciente Coletivo Jung era fascinado pelo fato de diferentes sociedades, espalhadas ao redor do mundo, compartilharem impressionantes semelhanças, a despeito de suas enormes diferenças culturais. ↓ Misterioso compartilhamento de mitos e símbolos há milhares de anos ↓ Conclusão ↓ Fruto de algo maior que a experiência individual de um homem, os símbolos devem fazer parte da psique humana. Memória coletiva (parte da psique humana que contém ideias preservadas em uma estrutura atemporal) ↓ Inconsciente coletivo (camada mais profunda, parte indistinta e independente do inconsciente, existe dentro de cada um de nós, parte essa que não se apoia em nenhuma de nossas experiências individuais) Os símbolos existem como parte das memórias hereditárias passadas de geração em geração e que sofrem mudanças apenas sutis conforme as diferentes culturas e época. ↓ Arquétipos Imagens de experiências contidas no inconsciente coletivo ↓ Totalidade da experiência humana ❖Arquetypum - palavra latina traduzida por 1º modelo (para Jung, memórias das experiências dos nossos primeiros ancestrais) ❖Utilizamos os arquétipos como moldes no interior da psique para organizar e compreender nossas experiências. ❖Padrões herdados de comportamento ou emoção. ❖O que julgamos ser instinto é na verdade o uso inconsciente dos arquétipos. ❖Cada ser humano possui dentro de si o modelo de cada um dos diversos arquétipos encontrados em qualquer forma de expressão, como arte, literatura e teatro. ❖Damos um significado emocional específico para cada arquétipo, mas alguns são conhecidos e reconhecidos: O velho sábio, A Deusa, A Madona, A Grande Mãe, O Herói. A Estrutura da Personalidade A personalidade total ou psique, como é chamada por Jung, consiste de vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros. Os principais são: ❖Ego ❖Inconsciente pessoal e seus complexos ❖Inconsciente coletivo e seus arquétipos ❖Persona ❖Anima e o Animus ❖Sombra A estes sistemas interdependentes acrescentou as atitudes de introversão e extroversão, e as funções do pensamento, do sentimento, da sensação e da intuição. Finalmente, há o self, que é personalidade plenamente desenvolvida e unificada. ❖O Ego - O Ego é a mente consciente ❖O Inconsciente individual - O inconsciente é uma região adjacente ao ego. Consiste de experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e de experiências inicialmente muito fracas para impressionar conscientemente o indivíduo. ❖Complexos - O complexo é um grupo organizado ou constelação de sentimentos, pensamentos, percepções e memórias que existem no inconsciente individual. O Inconsciente Coletivo É o resíduo psíquico do desenvolvimento evolutivo do homem, um resíduo que se acumulou em consequência de experiências repetidas durante várias gerações. Todos os seres humanos tem mais ou menos, o mesmo inconsciente coletivo. O que herdamos é a possibilidade de reviver experiências das gerações passadas. Negar a herança dessas memórias primordiais é negar a evolução e a herança do cérebro. O inconsciente coletivo é o alicerce racial herdado de toda a estrutura da personalidade. Nossa experiência do mundo está moldada, em larga escala, pelo inconsciente coletivo, embora não completamente, pois, se assim fosse, não poderia haver variação e desenvolvimento. Arquétipos Conteúdo psíquico do inconsciente coletivo. Forma de pensamento universal (ideia) que contém uma grande parte de emoção. Assim a experiência do bebê é o produto conjugado, de um lado, de uma predisposição interna para perceber o mundo de um certo modo e, de outro, da natureza real desse mundo. Como se origina um arquétipo? É um depósito permanente de uma experiência que foi constantemente repetida durante muitas gerações. “Às vezes um quadro ou um livro atinge os complexos de 10, 100 ou mais pessoas, geralmente ocorre este fenômeno quando os símbolos manipulados são universais. Um quadro de uma Madona (que exalta o arquétipo da mãe) ou um livro sobre sonhos (um tema universal), são bons exemplos do tipo de arte que mexe com grande número de pessoas. Se duas pessoas estão lado a lado vendo um quadro e ambas ficam afetadas ou emocionadas com um quadro, com certeza foram afetadas em complexos diferentes, embora seu núcleo arquetípico possa ser o mesmo”. (Monografia “O bem e o mal na correspondência de Jung” – Paulo Costa de Souza) “Os arquétipos funcionariam como um centro de referência para a vida humana emotiva e de certa maneira dando suporte e alimentando constantemente os complexos pessoais do ser humano. Eles são o centro dos complexos individuais e fazem parte do inconsciente coletivo. Jung chama de psique objetiva o inconsciente coletivo, pois é lá que encontra-se o comum a todos os seres humanos, assimcomo a psique subjetiva seria o inconsciente pessoal”. (Monografia “O bem e o mal na correspondência de Jung” – Paulo Costa de Souza) ❖Os arquétipos não estão obrigatoriamente isolados uns dos outros. Eles se interpenetram e se misturam. ❖Mitos, sonhos, visões, rituais, sintomas neuróticos e psicóticos e trabalhos de arte contêm uma grande soma de material arquetípico e constituem a melhor fonte de conhecimentos em relação aos arquétipos, alguns deles evoluíram tão profundamente que se pode justificar seu tratamento como sistemas separados da personalidade. ❖São eles a persona, a anima e o animus, e a sombra. ❖Um dos arquétipos mais importantes descritos por Jung Self que apresentamos ao mundo ↓ imagem pública, máscara usada pelo indivíduo em resposta às solicitações da convenção e da tradição sociais. ❖Muitas vezes, dissimula a natureza real do indivíduo; personalidade pública. A Persona “A persona na qualidade de um arquétipo é própria de todo ser humano. Possui a qualidade de estar constantemente a se formar e constantemente a se modificar. Cabe a cada um, a cada ego, a constante identificação do que é o próprio ego e do que é persona. Deve-se usar uma máscara em cada situação da vida humana, mas deve-se saber trocá- la no momento oportuno e também saber que o ego não é a persona”. (Monografia “O bem e o mal na correspondência de Jung” – Paulo Costa de Souza) A Anima e o Animus ❖É geralmente reconhecido e aceito que o homem é essencialmente um animal bissexual. ❖O arquétipo feminino no homem é chamado de anima, o arquétipo masculino na mulher, animus. Nos ajudam a compreender a natureza do sexo oposto. A Sombra ❖Caracteriza o lado animal da natureza humana. ❖É responsável pela concepção do homem acerca do pecado original. ❖Parte de nós que não desejamos mostrar ao mundo oposto da persona, pensamentos secretos ou reprimidos. ❖Não representa só o negativo, podem ser aspectos que reprimimos por serem inaceitáveis em algum momento. O self ❖Primeiramente considerado o equivalente à psique ou personalidade total. ❖Posteriormente, após descoberta dos arquétipos, Jung encontrou um que representava a luta do homem pela unidade expressa através de vários símbolos, sendo o principal deles a mandala, ou circulo mágico. ❖Jung desenvolve uma psicologia da totalidade baseada no símbolo da mandala. O principal conceito dessa psicologia de unidade total é o self. ❖É o ponto central da personalidade em torno do qual todos os outros sistemas se organizam, formando constelações →sustenta a união desses sistemas, e fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. ❖O self é o alvo da vida, leva a busca da integração, especialmente pelos caminhos fornecidos pela religião. ❖As figuras de Cristo e Buda são as mais altas expressões do arquétipo do self. ❖O arquétipo do self não se torna evidente até que o indivíduo tenha atingido a idade madura→ começa a fazer esforços para mudar o centro da personalidade→ do ego consciente para aquele que está a meio caminho entre o consciente e o inconsciente→ região de domínio do self. ❖Fonte de sabedoria e verdade que conecta o self ao espiritual. ❖Objetivo da existência humana→ atingir um estado psicológico avançado, denominado de “autorrealização” sendo o arquétipo verdadeiro self o caminho. As Atitudes ❖Jung distingue duas principais atitudes ou orientações da personalidade: a atitude de extroversão e a atitude de introversão. ❖A atitude extrovertida dirige a personalidade para o exterior e para o mundo objetivo; a atitude introvertida orienta o indivíduo para dentro e para o mundo subjetivo. ❖Geralmente uma delas é dominante e consciente, enquanto a outra é subordinada e inconsciente. As Funções Há quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. ❖O pensamento é ideacional e intelectual. ❖O sentimento é a função valorativa. ❖A sensação é a função da percepção ou da realidade, produz fatos concretos ou representações do mundo. ❖A intuição é a percepção por meio de processo inconsciente e de conteúdos subliminares. O homem intuitivo vai além dos fatos, sentimentos e ideias, e constrói modelos elaborados da realidade. ❖Pensar e sentir são chamados funções racionais, porque fazem uso da razão, do juízo, da abstração e da generalização. Habilitam o homem a procurar a legitimidade no universo. ❖A sensação e a intuição são consideradas funções irracionais, por serem baseadas na percepção do concreto, do particular e acidental. Embora uma pessoa tenha as quatro funções, elas não são obrigatoriamente desenvolvidas de modo igual. Habitualmente, uma das quatro funções desempenha um papel dominante na consciência. A síntese das quatro funções representa um alvo ideal, pelo qual a personalidade se esforça. ❖Os vários sistemas, atitudes e funções que vão compor a personalidade, agem reciprocamente em três diferentes sentidos: Um sistema pode compensar a fraqueza do outro; Um sistema pode opor-se a outro; Ou dois ou mais sistemas podem unir-se para formar uma síntese. ❖Princípio da compensação→ todos os conteúdos da mente consciente são compensados pelos conteúdos da mente inconsciente. Impede a psique de tornar-se neuroticamente desequilibrada. ❖Todos os teóricos da personalidade, qualquer que seja a doutrina ou convicção, supõem que a personalidade contém tendências polares que podem entrar em conflito. Jung não é exceção! ❖Sem tensão não há energia e, consequentemente, personalidade. O conflito é um fato básico e onipresente da vida. ❖A união de opostos realiza-se no que Jung chama a função transcendente. O centro dessa personalidade integrada é o self. Jung afirma que grande parte do desajustamento e da infelicidade se deve ao desenvolvimento unilateral da personalidade, que ignora importantes facetas da natureza humana. Essas facetas negligenciadas criam distúrbios de personalidade e conduta irracional. A Dinâmica da Personalidade Psique - sistema de energias parcialmente fechado. Não complemente fechado, porque a energia de fontes externas deve ser acrescentada ao sistema. Assim, a personalidade não pode atingir um estado de perfeita estabilização. Isso seria possível se fosse um sistema completamente fechado. Ela pode apenas tornar-se relativamente estabilizada. Energia psíquica Energia pela qual o trabalho da personalidade é realizado. Origina-se, da mesma maneira que toda energia vital, do processo metabólico do corpo. O termo de Jung para energia da vida é libido, mas também usa como energia psíquica. Valores psíquicos A quantidade de energia psíquica investida em um elemento da personalidade. Jung baseou sua visão da psicodinâmica em três princípios básicos da física: dos opostos, da equivalência e o da entropia. Princípio da Oposição ❖Conceito de Jung de que o conflito entre tendências ou processos opostos é necessário para a geração de energia psíquica. ❖Todo desejo ou sensação tem o seu oposto. ❖Quanto maior o conflito entre as polaridades, maior a energia produzida. Princípio da Equivalência ❖Se for gasta energia para provocar uma determinada condição, a quantidade gasta aparecerá em outro lugar de sistema. Princípio da conservação da energia. ❖Se um valor diminui, outro sobe. Se a energia for removida de um sistema, aparecerá em outro→ Redistribuição contínua de energia. ❖Se for removida energia de um sistema, por exemplo, do ego, ela vai aparecer em outro sistema, talvez na persona. Essas redistribuições de energia constituem a dinâmica da personalidade. Princípio da Entropia ❖O princípio da entropia estabeleceu que quando dois corpos de diferentes temperaturassão colocados em contato, o calor vai passar do corpo mais quente para o corpo mais frio. A operação do princípio da entropia resulta em um equilíbrio de forças. ❖Jung adapta: a energia busca o equilíbrio. Distribuir a energia regularmente entre todos os sistemas é a meta do self. Estado ideal almejado pela distribuição da energia ↓ Equilíbrio permanente de forças na personalidade que jamais pode ser atingido Estado ideal em que a energia total está regularmente distribuída em todos os sistemas totalmente desenvolvidos ↓ Self Porém, nenhuma energia seria produzida em um estado de perfeito equilíbrio. Um sistema perde a força e para quando todas as suas partes estão em perfeito equilíbrio, ou perfeita entropia. Assim, é impossível que um organismo vivo atinja esse estado. Essa situação representa uma ironia fascinante. A meta de Jung de movimento rumo à condição de ser si mesmo implica avançar para uma parada final da personalidade. O Uso da Energia A energia psíquica total disponível para a personalidade é usada para dois propósitos gerais. Parte dela é gasta na realização do trabalho necessário para manutenção da espécie, funções inatas, instintivas. Operam segundo leis biológicas naturais. Qualquer energia que excede a necessária para os instintos pode ser empregada em atividades culturais e espirituais. Essas atividades constituem os propósitos mais elevados da vida. Conforme o corpo que envelhece faz menos demandas de energia, mais energia fica disponível para atividades psíquicas. O Desenvolvimento da Personalidade ❖Ênfase no caráter progressista do desenvolvimento da personalidade. A humanidade, como espécie, está constantemente desenvolvendo formas mais diferenciadas de existência. ❖Meta do desenvolvimento → autorrealização. Desenvolvimento de um novo centro → o self. ❖Causalidade versus teleologia – o presente é determinado pelo passado (causalidade) e pelo futuro (teleologia). Hereditariedade Responsável pelos instintos biológicos, impulso interno para agir de certa maneira em certas situações. Porém, acrescenta que além de uma herança de instintos biológicos, há a herança de “experiências” ancestrais, na forma de arquétipos. Estágios do desenvolvimento ❖Infância: atividades instintuais e influência parental. ❖Idade adulta jovem: nascimento “psíquico” da personalidade. O adolescente se diferencia dos pais e tem a extroversão como atitude primária. A consciência domina a vida mental com a escolha da profissão e a constituição da família. ❖Meia-idade: busca do significado, regida pela introversão. Valores sublimados em símbolos sociais, religiosos, filosóficos e cívicos. Tal transição é o evento mais decisivo na vida de uma pessoa e também um dos mais perigosos. Progressão e regressão O desenvolvimento pode ter um movimento progressivo, para frente, ou regressivo, pra trás, por progressão. O ego consciente está se ajustando satisfatoriamente tanto exigências do ambiente externo quanto às necessidades do inconsciente. Na progressão normal, forças opostas se unem harmoniosamente. O ego consegue satisfação e ajuste ao meio. Quando frustrações impedem esse movimento, a libido faz uma regressão para o inconsciente. Isso pode ser reversível. O processo de individuação Se os sistemas não forem igualmente desenvolvidos, as partes negligenciadas formarão resistências e a pessoa se tornará neurótica. O processo de desenvolvimento dos sistemas se chama individuação, ou seja, quando todos os sistemas atingem o grau mais pleno de diferenciação, desenvolvimento e expressão. A função transcendente Integração harmoniosa dos diferentes sistemas, das tendências opostas. É a ‘revelação da pessoa essencial em todos os seus aspectos’. Sublimação e Repressão Quando o deslocamento de energia é regido pela individuação, temos a sublimação. Quando a descarga de energia, tanto dos canais instintuais quanto sublimados, é bloqueada, chamamos de repressão. Simbolização Para Jung, o símbolo tem duas funções, a de tentar satisfazer um impulso instintual frustrado e a de corporificar material arquetípico. Ex.: a dança como forma de sublimar energia sexual. Pode ser mais ou menos satisfatório, e pode levar a outros símbolos. Jung propôs o Princípio da Sincronicidade: se aplica a eventos que ocorrem juntos, mas um não é a causa do outro. Ex.: pensamos em uma pessoa e ela aparece. Parece ser uma evolução em relação à ideia de que um pensamento causa a materialização da coisa pensada. Os primeiros estudos de Jung que atraíram a atenção de psicólogos → teste de associação de palavras em conjunto com medidas fisiológicas da emoção. ❖Cronômetro→ tempo gasto para responder cada palavra ❖Pneumógrafo→ mudanças na respiração, preso ao peito do sujeito ❖Psicogalvanômetro→ mudanças na condutividade elétrica da pele, preso à palma da mão A respiração e as resistências da pele são afetadas pela emoção. Jung utilizou tais medidas para descobrir complexos nos pacientes. O teste de associação de palavras de Jung foi o primeiro exemplo de um teste clínico formal. Jung usou o método comparativo. Técnicas mais utilizadas por Jung: ❖Reconstrução do histórico de vida – estudo de caso; ❖Investigação de símbolos, mitos e rituais; ❖Teste de associação de palavras; ❖Análise de sintomas (descrição e interpretação das livres associações para esses sintomas); ❖Análise de sonhos. O Método da Amplificação O sonhador é solicitado a ficar atento ao elemento e a fazer múltiplas associações a ele. As respostas dadas formam uma constelação em torno de um determinado elemento do sonho e constituem os significados multifacetados que ele tem para o sonhador. O Método da Série de Sonhos Jung utilizava uma série de sonhos obtidos de uma pessoa. O Método da Imaginação Ativa O sujeito deve concentrar sua atenção em uma imagem onírica impressionante, mas ininteligível, ou em uma imagem visual espontânea, e observar o que acontece com a imagem. O fluxo de imagens pode ser representado por desenho, pintura e modelagem. A teoria de Jung não estimulou muitas pesquisas empíricas, em grande parte devido à dificuldade de quantificar muitos de seus constructos. Mas acumulou um corpo de pesquisa importantíssimo. O Indicador Tipo Myers-Briggs O modelo realmente sugere uma tipologia, e foram feitas várias tentativas de desenvolver testes de lápis-e-papel para classificar as pessoas de acordo com essa tipologia. O MBTI identifica 16 tipos baseados nas distinções de Jung entre extroversão-introversão (E-I), pensamento- sentimento e sensação-intuição, mais a distinção de Isabel Myers entre julgar e perceber. O MBTI é promissor como uma medida das preferências junguianas e como um estímulo para trabalhos experimentais. “É preciso muita engenhosidade para formular proposições empíricas a partir da complexidade da teoria junguiana”. Porém, “a originalidade e a audácia do pensamento de Jung têm poucos paralelos na história científica recente, e nenhuma outra pessoa, fora Freud, abriu mais janelas conceituais para o que Jung chamaria de ‘a alma do homem’”. Bibliografia HALL, C. S.; LINDZEY, G. Teorias da Personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. SCHULTZ, D. P. Teorias da Personalidade. São Paulo: Thomsom, 2002. Fim!
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