Buscar

Psicoterápia Análitica Funcional (FAP)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

*
Psicoterapia Analítica Funcional : FAP
Técnica terapêutica 
Robert J. Kohlenberg e 
Mavis Tsai
*
Técnica terapêutica: 
as cinco regras
Dado que a psicoterapia é um processo interacional complexo, envolvendo comportamento multideterminado, as sugestões não pretendem ser completa. A FAP trabalha com regras segundo o conceito Skinneriano de comportamento verbal.
As regras não oferecem aos terapeutas a orientação específica para cobrir todas as situações das sessões. O terapeuta deve depender de suas experiências. 
No início, o tempo é usado na coleta da história de vida e de descrições dos problemas clínicos. Segue-se uma etapa exploratória com o cliente para investigar melhor a situação. 
Em qualquer ponto do processo pode ocorrer a adoção das regras da FAP para trabalhar com os CRBs.
*
Regra 1: Prestar atenção aos CRBs
Esta é a questão central da FAP. Ao seguir esta regra melhora o resultado da terapia. Quanto maior a habilidade do terapeuta em identificar CRBs, melhores serão os resultados.
EX.: Betty com queixa de ansiedade para se expressar verbalmente, pânico e falta de assertividade perante figuras de autoridade, especialmente fig. masculinas; durante a sessão pede ao terapeuta que ligue para seu clínico para pedir uma nova receita de tranqüilizantes; e acrescentou que tinha muito medo de fazê-lo. 
O terapeuta deve estar atento aos CRBs. Isto é um CRB1 ou CRB2?
Este comportamento que está ocorrendo aqui e agora é o mesmo que ocorre lá fora? Então é um CRB1.
Ou representa uma melhora considerando que a cliente não pede o que quer ou tem medo de fazê-lo. Então isto seria um CRB2.
*
O terapeuta fez as seguintes avaliações: 
Não gostaria de encorajar a idéia de medicação;
Pedir seria manter a pessoa dependente? 
Pedir a receita está sob responsabilidade da cliente; 
Seria uma chance dela fazer um enfrentamento e fazê-lo assertivamente. 
Por fim considerei:
o pedido apresentou-se na sessão frente a uma figura de autoridade e masculina, 
estava ausente até então no repertório de Betty,
representa uma falta de confiança nos outros em levarem suas necessidades a sério e portanto a relutância em arriscar possíveis rejeições ao pedir favores. 
Neste sentido, respondi à solicitação da cliente pois considerei um CRB2.
*
Situações terapêuticas que frequentemente evocam CRBs
Tempo de terapia
Custos financeiros 
Características do terapeuta
Silêncios
Lapsos na conversa
Manifestações de afeto 
Cuidados por parte do terapeuta 
Férias do terapeuta
Eventos inusitados (gravidez da terapeuta, ver o terapeuta com alguém fora da sessão)
Término da terapia. 
*
Regra 2: Evocar CRBs
Um relacionamento terapeuta-cliente ideal evoca CRB1 e cria condições para o desenvolvimento do CRB2. Isto depende da natureza dos problemas de vida diária do cliente. 
Em termos genéricos, a maioria dos clientes precisa aprender a desenvolver relações de intimidade, o que significa que o relacionamento terapêutico deveria evocar o comportamento do cliente que evita o estabelecimento da intimidade (CRB1). Caso o cliente desenvolva habilidades para interagir com intimidade com seu terapeuta muito provavelmente isto se generalizará para fora do setting terapêutico. 
*
Métodos terapêuticos evocativos
A adoção de técnicas particulares depende do julgamento do terapeuta em relação à quais problemas do cliente evocar CRBs e o que será naturalmente reforçador para os comportamentos alvo do cliente. Ex.:
Exercícios escritos: 
a escrita cronometrada 
a tarefa da mão não dominante ex.: completar Eu sinto ... Eu preciso ... Tenho medo ... etc.
Técnica da cadeira vazia. Etc.
*
Regra 3: Reforçar CRBs2
É difícil, visto que, os únicos reforçadores naturais disponíveis na sessão para clientes adultos são as ações e reações interpessoais entre cliente e terapeuta. 
Existem abordagens diretas e indiretas para se prover reforçamento natural. As diretas consistem no que um terapeuta pode fazer na hora em que se requer um reforçador, e correm se riscos de parecerem arbitrárias. As indiretas propiciam a ocorrência do reforçamento natural manipulando outras variáveis, com menor risco de serem arbitrárias.
*
Como regra geral é recomendável evitar forma de agir que mostre não ter relação alguma com a história específica da relação terapeuta – cliente.
Se fossemos imaginar algo com função reforçadora para dizer ao cliente poderiam vir frases como “muito bem” ou “que ótimo”. Estas formas específicas de respostas podem facilmente parecer arbitrárias porque foram criadas fora do contexto terapêutico. 
*
Portanto dentro das Abordagens diretas:
Reforce classe ampla de respostas 
 Ex.: caso de um homem obsessivo compulsivo que está sendo encorajado pelo terapeuta a se soltar mais em seus relacionamentos com a família e amigos. 
O terapeuta observa que na sessão ele começa a chegar atrasado, tenta obter um tempo extra ao final da sessão e atrasa o pagamento das consultas. Olhar pelo prisma de um CRB2 seria considerar esses comportamentos menos responsáveis como um padrão evolutivo dentro do quadro clínico apresentado pelo cliente.
*
Compatibilize suas expectativas com os repertórios atuais dos clientes.
Cliente borderline com flutuações do humor e explosiva, que encerrava as terapias do modo abrupto. 
Após um ano de processo terapêutico a cliente ameaçou cometer suicídio e afirmou estar fazendo isso em função de “eu não me importar com ela, demonstrado pela limitação do tempo reservado a ela”. 
O terapeuta pode entender que se tratava de um CRB2 que deveria ser reforçado, pois a cliente estava pela primeira vez descrevendo o que causava seus rompantes antes de sair dos consultórios. O reforçamento aparece quando perguntei: “como melhor eu poderia preencher suas necessidades. E negociei a duração e freqüência das sessões”.
*
Apresente seus sentimentos.
O terapeuta pode em alguma situação dizer que sente empaticamente o que o cliente sentiu ao descrever aquela situação; ou dizer “isto ao ser descrito por você, me emocionou”.
*
Esteja ciente que seu relacionamento com o cliente existe para o benefício deste.
Evite a punição. O terapeuta deve tentar bloquear a esquiva reapresentando ao cliente o estímulo discriminativo que originalmente evocou a fuga ou esquiva. Temos que ser fiel ao que Skinner discutiu sobre a audiência não punitiva.
*
Abordagens indiretas
Ampliar a percepção do que reforçar – é muito importante ficar atento aos CRBs, há mais chances do terapeuta ser naturalmente reforçador se o comportamento do cliente for entendido como um progresso.
Avalie o seu impacto – a idéia é rever as interações terapêuticas. Dispor de pessoas qualificadas para reverem as sessões poderia auxiliar o processo. Este feedback aperfeiçoa as reações do terapeuta. 
*
Regra 4: Observe os efeitos potencialmente reforçadores do comportamento do terapeuta em relação aos CRBs do cliente.
Regra 5: Forneça interpretações de variáveis que afetam o comportamento do cliente e possibilite a generalização.
*
Ex.: de caso enfatizando algumas regras
Cliente S.J. homem de 41 anos, em 6 meses de terapia. Veio para terapia procurando trabalhar os efeitos do abuso emocional e físico de sua infância e o temor em desenvolver relações em sua vida diária.
Cliente: .... Estou mais atento em como eu interajo com outras pessoas. Mas será que estou interagindo de uma maneira saudável? Estariam as minhas necessidades vindo à tona?
Terapeuta: O que parece saudável para você sobre como você e eu, nos interagimos?
*
C.: A única coisa que vem à minha cabeça, eu vou responder sem pensar: é que você vê por mim. É como se você estivesse em um avião. Eu sou muito parecido com um estádio de futebol que tem o teto que se recolhe. O teto está fechado, mas para você (T) eu abri aquele teto e você está em um avião voando ao redor. Você me vê, vê o bom, o estranho, o desajeitado, tudo. Mas você vê ocentro do campo, você vê as traves. Você vê as caras conflituosas pintadas nas laterais, você vê minha imagem inteira. Você me aceita pelo que sou e pelo que tenho de bom, o estranho e o que não é tão bom, tem um conforto e uma segurança dentro de você. Dentro da nossa relação e é como eu me sinto. Sinto me seguro quando estou aqui com você.
*
T.: Nossa! é uma grande metáfora, e me sinto muito tocada pelo que você acabou de relatar. (regra 3 reforçar CRB e amplificou a expressão de sentimentos)
C.: Eu não vou retirar o que disse, mas vou fazer uma pergunta. Como faço para chegar a esse nível de segurança, a esse sentimento confortável. Legal com outras pessoas (o cliente faz uma pergunta importante, mas parece não ter reconhecido a respostas de sentir –se tocada da terapeuta).
T.: Você está esperando algum tipo de resposta filosófica profunda que vai resolver seus problemas?
C.: Sim, imediatamente, no alvo, dentro de 30 segundos, BUM.
T.: Você já sabe a resposta.
C.: Tenho que assumira riscos pessoais. Eu tenho que chegar lá e me envolver. (CRB3)
*
T.: Tendo feito isso comigo, aumenta a possibilidade de você estar apto para fazer com outras pessoas. Eu acredito nisso. Você acha que tem sido um trajeto fácil para você?
Você realmente se esforçou a assumir riscos comigo e eu sei que pode fazer o mesmo com os outros. (regra 3 reforçamento natural, e regra 5 facilite a generalização)
C.: Certo
T.: Agora poderíamos voltar à sua metáfora. Eu disse que amei sua metáfora, que me senti tocada por ela e você prosseguiu com sua fala. Isso é algo que quero que você observe fora daqui, especialmente quando estiver com sua namorada, quando você utiliza sua maneira de se comunicar para ficar no camando, apenas fique atento a isto (chama atenção para o CRB1).
*
C.: Quando você falou isto desencadeou memórias e coisas que aconteceram no passado
T.: O que desencadeou?
C.: Quando você me elogiou na semana passada e eu não, eu passei por cima, como com meu colega no trabalho.
T.: Não me de quaisquer exemplos agora, estamos falando sobre você e eu. (dito com um tom gentil - bloqueia o CRB1 de esquiva do temor de relações) 
C.: Você me elogiou no passado e eu tive dificuldade de em receber. Na semana passada foi legal eu receber aquele elogio da minha terapeuta.
T.: Falar assim facilita a relação, tanto aqui quanto lá fora (regra 5 facilite a generalização)
C.: É verdade, quando alguém diz alguma coisa que eu as comovi ou deixei-as tocadas, ficar quieto, ficar em silêncio, aceitar o que disseram é importante. Eu posso ser assim com minha namorada.
*
Kohlenberg, Robert e Tsai, Mavis (1991) Psicoterapia analítica funcional: criando relações terapêuticas intensas e curativas, Esetec editores associados, Santo André, S.P.
Brandao, Maria Zilah da silva, Psicoterapia Analítica Funcional (FAP): Caracterização e estudo de caso; In Sobre Comportamento e Cognição explorando a variabilidade (2001), cap. 30 vol. 8, Esetec editores associados, Santo André, S.P.
Bibliografia

Continue navegando