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Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 55 AULA 03 - Compras, Funções de compras, Organização do setor de compras, Etapas do Processo de Compras, Negociação, Centralização e descentralização de compras, Modalidades de Compras, Perfil do Comprador. Gestão Patrimonial, Tombamento dos Bens, Controle de Bens, Inventário Físico, Alienação, Alteração e Baixa de Bens SUMÁRIO PÁGINA Sumário Compras .......................................................................................................... 2 Organização do setor de compras ................................................................... 4 Etapas do Processo de Compras .................................................................... 5 Negociação...................................................................................................... 7 Centralização e Descentralização de Compras ............................................... 9 Modalidades de Compras .............................................................................. 10 Acompanhamento de Pedidos ....................................................................... 13 Cadastro de Fornecedores ............................................................................ 13 Perfil do Comprador ...................................................................................... 20 Gestão Patrimonial ........................................................................................ 22 Tombamento dos Bens ................................................................................. 25 Controle de Bens - Inventário ........................................................................ 26 Alienação, Alteração e Baixa de Bens ........................................................... 31 Questões Comentadas .................................................................................. 34 Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 55 Em frente para aquilo que, acredito eu, seja nossa última aula. Lógico que se a CESPE tiver alguma ideia mirabolante no edital, nós nos veremos de novo. Isso não impede você de usar o fórum para tirar dúvidas, ou ainda, solicitar comentários adicionais (basicamente, pedir para que eu reexplique as coisas de outro jeito :P). Chega de conversa. Compras Este tópico, apesar de parecer curto no edital, é tão grande que precisa ser dividido em tópicos. Mas nada que a gente não resolva. Falamos bastante sem atender a necessidade da empresa com os materias entregues em tempo, modo e lugar corretos. Mas como é que um material chega ao estoque? Qual setor será responsável por suprir os estoques? Primeiramente observe que a ideia de suprimento está ligada ao abastecimento da produção, e este ocorrerá por meio do fornecimento de materiais, matérias-primas e insumos, quando necessários à produção. O material chegará ao estoque por intermédio de compras, uma operação essencial entre aquelas que compõem o processo de suprimento de uma empresa1. É por está razão que as compras assumem um papel tão importante na ARM. Falamos que os estoques são investimento da empresa, pois bem, este gasto ocorre justamente por meio das compras. E já foi demonstrado que as matérias- 1 Dias, Marco Aurélio P., Administração de Materiais: princípios, conceitos e gestão, ed. Atlas, 6ª ed. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 55 primas e insumos (os materiais em geral) representam parcela significativa dos custos envolvidos na produção. De acordo com Chiavenato2: “O órgão de compras é hoje considerado um centro de lucro e não simplesmente um centro de custo, uma vez que, quando bem administrado, pode trazer consideráveis economias, vantagens e lucros para a empresa.” O processo de compras, como quase todos os processos da AM, deve analisado de forma ampla, pois envolve desde a programação de compras (localização de fornecedores, negociações...), passando pelo acompanhamento dos pedidos, pelo dispêndio financeiro, até chegar o momento em que os materiais são recebidos e verificados na empresa. Observe então: Estão entre os objetivos de um setor de compras de uma empresa: manter a produção abastecida com os materiais necessários; obter a quantidade de materiais necessários e com baixos preços; prezar pela qualidade do material 2 Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 100. As atividades de compras mantém relações: quanto com a administração de materiais tanto com o setor financeiro greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 55 que será adquirido; enfim, buscar as melhores condições possíveis para a empresa. Suprir as necessidades do sistema de produção, garantindo as entradas do processo produtivo e estabelecendo, por consequência, uma cadeia de suprimentos. Preste atenção especialmente no que diz respeito a: A Quantidade A Qualidade e especificações As Datas (prazos) Organização do setor de compras No processo de compras são fatores que influenciarão na tomada de decisão: A quantidade (de acordo com a demanda), a qualidade, o preço e o prazo. Segundo Marco Aurelio P Dias: “Independentemente do porte da empresa, os princípios básicos de organização constituem-se em normas fundamentais, assim consideradas: Autoridade para compras; Registro de compras; Registro de preços; Registro de estoques e consumo; Registro de fornecedores; Arquivos e especificações; Arquivos de catálogos.[...]" Utilizemos o exemplo de uma compra de supermercado. Se você estivesse encarregado do setor de compras e para que o investimento, o gasto,fosse adequado, quais seriam as etapas que você utilizaria no processo de compra? E qual seria a primeira atividade que a desenvolver? Parece não restar dúvidas de Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 55 que você deveria começar com uma pesquisa, não só a pesquisa de preços (de custos), mas, dentre outros, o estudo do mercado, o conhecimento do fornecedor, a possibilidade de se utilizar materiais alternativos Passada a pesquisa viria a aquisição, por esta etapa se entente desde a encomenda, quando necessária, até o recebimento do material. Logo depois de recebido o material, passamos a administração os procedimentos de armazenamento em depósito. No que diz respeito as compras ela esta assim estruturada: A administração de compras deve manter um fluxo contínuo de suprimentos, mas não deve incorrer em gastos desnecessários e que provocariamexcedentes, ou seja, é fundamental que este setor execute uma programação de compras. Etapas do Processo de Compras De acordo com a estrutura e o porte da empresa, o processo de compras, também denominado ciclo de compras, poderá apresentar pequenas variações, no entanto, a sequência a baixo seria uma organização básica: Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 55 1. Solicitação de compras (análise das ordens de compras3 – Ordem de Compras, recebidas); 2. Seleção de fornecedores (em decorrência de pesquisa); 3. Cotação de preços e determinação do preço certo; 4. Negociações com o fornecedor; 5. Pedido de Compra; 6. Acompanhamento de compras (follow up); 7. Recepção e aceitação das mercadorias (controle e recebimento do material comprado); 8. Aprovação da fatura do fornecedor para pagamento. A solicitação de compras é a origem do processo de compra, ocorre por meio da ordem de compra (OC), que é o documento que informa a necessidade de compra, indicando também, qual o material se deve comprar, a quantidade que se deve comprar, o prazo e o local de entrega. (a solicitação de compras pode ser com ou sem concorrência) A seleção de fornecedores4 é etapa que antecede a cotação, na seleção de fornecedores, são analisados o preço, a qualidade, a capacidade produtiva do fornecedor, o prazo de entrega e as condições de pagamento (falaremos de tudo isso na parte de cadastro de fornecedores). Veja que, na seleção de fornecedores, uma serie de fatores são analisados, portanto não se pode afirmar que a o fornecedor selecionado será obrigatoriamente o que apresentar o menor preço. A empresa analisará, de acordo com a suas necessidades, qual é o fornecedor mais adequado. 3 É a comunicação enviada ao setor responsável pelas compras da necessidade de aquisição de materiais. 4 Normalmente a pesquisa e a seleção são feitas entre os fornecedores previamente cadastrados pela empresa, que registra também em um banco de dados as negociações passadas. greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 55 Como bem leciona Chiavenato...pag.105, há dois tipos de fornecedores, o real e o potencial. “Fornecedor real é aquele que já efetuou vendas de materiais ou insumos à empresa, enquanto o fornecedor potencial é aquele que pode se candidatar a futuros fornecimentos.” (grifos nossos) A cotação (registro) de preços normalmente é feita entre alguns fornecedores pré-selecionados e tem como objetivo encontrar, a preço satisfatório, os materiais de qualidade e nas especificações que a produção necessita. O pedido de compra é a oficialização do negócio, é o contrato formal que se estabelece entre o comprador e o fornecedor logo após a negociação. Após o pedido ter sido efetuado passamos a uma nova etapa que é a de acompanhamento (follow up). Esta etapa, de certa forma, é o controle do processo de compra5, que dedicando atenção, dentre outras coisas, à entrega do material. Este acompanhamento deve ocorrer por meio de registros devidamente documentados. Negociação A negociação tem um papel significativo no processo de compras, Trata-se de uma relação entre o comprador e o fornecedor, na qual serão levados em consideração alguns itens, tais como: a quantidade, a qualidade, o preço e o prazo. 5 O setor de compras precisa manter uma boa comunicação com o fornecedor mesmo após a realização do pedido. O processo não deve ser abandonado até o recebimento e conferência da mercadoria. greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 55 A empresa deve tratar seus fornecedores como parceiros em seus negócios (e direi logo logo o porquê). “A negociação serve para definir como será feita a emissão do pedido de compra ao fornecedor.” 6 O resultado final de uma negociação bem sucedida é o pedido de compra. Em quase todas as oportunidades, este pedido de compras se encontrará consubstanciado em um contrato formal que representa fielmente as condições estipuladas na negociação. Das poucas vezes em que não houver contrato, a própria aceitação do pedido de compra pelo fornecedor possui caráter contratual, obrigando-o a atender todas as condições estipuladas no pedido, como por exemplo, quantidade, qualidade, frequência de entregas, prazos, preços e o local de entrega dos materiais. Dado este caráter contratual da negociação (fique tranquilo que teoria dos contratos é tema de Direito Civil, então, infelizmente, não vou dar aula disso agora :P), quaisquer alterações nas condições originais devem ser objeto de novas 6 Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 107. Negociador de compras Fornecedores Devem ter como objetivo o equilíbrio do negócio, uma situação em que ambos possam sair ganhadores. greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 55 discussões e entendimentos, para que não haja dúvidas sobre o que se propõe e deseja que seja fornecido. Do contrário, a empresa corre o risco de que haja contestação por parte dos fornecedores, que acreditarão ter cumprido as condições contratadas. Centralização e Descentralização de Compras Outra característica da organização das compras é aquela relacionada a analise quanto a sua centralização (onde um único órgão é responsável pelas compras – o que favorece o controle de estoques) ou descentralização (quando há unidades de compras dispersas). Já foi questão de concurso: “São condições básicas para o controle de estoques: centralização das compras em um setor de compras, sob a direção e responsabilidade de um especialista, com rotinas claras e definidas; estocagem de todos os materiais em locais previamente designados e sujeitos à supervisão direta; e determinação de limites (máximos e mínimos) para cada item do estoque.” Importante: Observe que quando falado das atribuições do setor de compras não é citada a responsabilidade com transporte, porque esta fica a cargo do próprio fornecedor, que tem a obrigação de entregar o material na qualidade e no prazo acordados. Acredito que o que realmente importa neste tópico seja a análise comparativa sobre as vantagens de cada uma: A Centralização das Compras, de acordo com a doutrina, oferece as seguintes vantagens - Possibilidade de compras em maior volume, o que pode significar o aproveitamento de condições e preços melhores decorrentes de descontos, por exemplo; greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachiniwww.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 55 - Redução dos custos de transporte vez que valor do frete poderá ser “rateado” entre um maior número de mercadorias; - Homogeneidade na qualidade dos materiais adquiridos; - Possibilidade de acerto de entregas menores e periódicas, que evitam a ocorrência de pedidos duplicados; - Melhor controle global das transações financeiras relacionadas ao setor de compras, uma vez que todas elas serão gerenciadas pelo mesmo departamento; - Evita a concorrência danosa entre os compradores regionais e as disparidades de preços de aquisição de um mesmo material por vários compradores Por outro lado, a Descentralização das Compras é associada às seguintes vantagens: - Oferece maior autonomia funcional às unidades regionais; - Permite maior flexibilidade e sensibilidade na solução de problemas regionais. A unidade descentralizada está mais próxima dos problemas e anseios de sua área de controle, além de melhor representar seus interesses, por constituir um grupo menor. Desta forma, é de se esperar que possua melhor conhecimento a respeito das fontes de suprimento, meios de transporte e armazenamento mais próximo da região; - Em situações emergenciais, costuma oferecer soluções mais rápidas e adequadas àquele momento, pelas mesmas razões do item anterior. - Permite melhor controle de suas funções. Lembre-se que estruturas menores são sempre mais fáceis de gerenciar. Modalidades de Compras Sim, muita coisa que eu escrevi aqui não está no edital. Mas convenhamos que ele foi bem vago e você vai fazer uma prova de alto nível. É melhor eu garantir que você leu tudo que poderia cair na prova. greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 55 Toda classificação tem um propósito (ou ao menos, deveria ter um). Não existem classificações boas ou ruins, mas existem classificações úteis e inúteis. As modalidades de compras não são mais do que classificações que se referem aos modos como eu posso dividi-las. E não, isto aqui não tem absolutamente nada a ver com a matéria de licitações, que vocês verão com clareza nas aulas de Direito Administrativo. Dito isto, eu não me preocuparia tanto em memorizar as modalidades aqui expostas, são autoexplicativas. Vamos lá: Eu posso dividir as compras conforme o item comprado. Assim temos: Compra voltada para o investimento: os bens assim adquiridos não integrarão o produto final, mas farão parte do ativo imobilizado da empresa. Toda vez que a empresa compra um prédio, máquinas de produção, ou até as cadeiras onde os funcionários sentam, está comprando voltando seu foco para o investimento, pois não tem intenção de vender esses itens no mercado. Compra voltada para o consumo: falamos aqui daqueles materiais que compõem o processo produtivo. Olhe para a seta de novo: Todos os itens comprados para integrar esse processo são feitos por compras voltadas para o consumo. Posso dividir também levando em conta onde está o fornecedor. Compra local: Sem complicações: são as compras feitas no mesmo país da empresa compradora. Materias- primas Materiais em processamento Materiais semiacabados Materiais acabados ou componentes Produtos acabados greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 55 Compra importada: O fornecedor dos produtos encontra-se em outro país que não o do comprador. Também posso classificar as compras de acordo com seu nível de formalização: Compra formal: Essas aqui são mais comuns no setor público, face à exigência de licitação e outras exigências burocráticas atinentes ao Direito Financeiro. São compras que exigem comprovação de, se não todas, grande parte dos processos que as justificaram. Compra informal: Por sua vez, são compras que não necessitam seguir um ritual tão detalhado e rígido. Pense na feira: é tudo feito e combinado de boca, você e o feirante acertam o preço na hora e você sai com a verdura, sem nenhum "papel" que comprove a operação. Outra classificação que pode ser cobrada (e essa sim eu considero muito útil) é a da urgência na entrega do item: Compras antecipadas: São compras feitas com planejamento. A empresa compra o item antes mesmo de vir a precisar dele. Compras contratadas: Neste caso, a figura do contrato de fornecimento ganha uma importância maior. Nele ficará discriminado a época em que o material deve ser entregue (não sendo recomendado nem que a entrega seja feita antes, nem depois), ou em quantas vezes a entrega será feita (um lote, dois, três, e assim por diante). Compras emergenciais: Compras realizadas quando deu o popular "xabú" (que desconfio não ser com "x"). A necessidade da compra não foi prevista com antecedência, seja pela imprevisibilidade do evento que a provocou ou pela própria falta de planejamento do gestor. Esse tipo de compra merece atenção especial, pois é prejudicial à empresa. A pressa coloca o fornecedor em posição de vantagem, pois a empresa não tem tempo de procurar muitos fornecedores para avaliar o preço. Devem ser evitadas. greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 55 Acompanhamento de Pedidos Seu examinador esqueceu-se de me dizer que pedidos são esses :P. Felizmente, ele também não é muito criativo, de maneira que ele faz menção aqui ao Acompanhamento de Pedidos de Compras. Nós já falamos por cima desse assunto. Este é o “Follow up” que mencionei no ciclo de compras. A fim de que a nossa empresa não entre em falência pela ausência de materiais para dar seguimento a sua produção, é necessário que o órgão de compras certifique-se que o material será entregue dentro dos prazos estipulados, como não poderia deixar de ser, na quantidade e qualidade contratadas. Para que se tenha absoluta certeza de que isto irá ocorrer, o setor de compras não deve abandonar o fornecedor logo após o encaminhamento do pedido de compras. Muito pelo contrário: deve entrar em contato com o fornecedor de maneira constante, assegurando-se que a produção do material solicitado está em andamento. Ao realizar este monitoramento constante sobre o fornecedor, cobrando de maneira permanente resultados (que no caso são os fornecimentos de bens demandados), ao invés de simplesmente largar mão do controle do pedido, é como se o setor de compras desse prosseguimento no desempenho de sua atividade, razão pela qual o correspondente em inglês desta descrição é o nosso Follow up (acompanhar, seguir, agendar). E é só isso. Próximo ponto. Cadastro de Fornecedores Normalmente, eu trataria aqui do SICAF e de algumas peculiaridades do registro nessa base de dados. Mas o SICAF é utilizado pelo Executivo Federal, Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 55 então,dificilmente será objeto de perguntas na sua prova (e uso dificilmente por puro eufemismo para “sem chance nehuma”). O que que, em verdade, seu examinador quer neste tópico é o conhecimento teórico por trás da construção do cadastro de fornecedores. E é o que eu vou ensinar a você. Antes de mais nada, você poderia imaginar que o cadastro de fornecedores é algo inútil e ultrapassado. Afinal, eu sempre posso procurar na internet por determinado produto e compra-lo, sem ter de incorrer nos custos de manter um cadastro próprio. Além do que, o cadastro do Google sempre será maior e mais completo que o de qualquer corporação do mundo :P. Bobagens à parte, só tem um problema neste raciocínio: não estamos mais comprando um quilo de carne no açougue. O ato de compra em uma empresa é uma tarefa bastante complexa, envolvendo conhecimentos que vão desde o próprio objeto da compra (especificação do material, normas aplicaveis, critérios de inspeção) até a busca de fontes de suprimento que sejam capazes de abaster a empresa com o produto desejado, na hora certa, local certo e na quantidade certa. Lembra da tríade? Olha ela de novo: Já ficou mais complicado né? Para isso serve o cadastro de fornecedores. Ao conseguir criar seu próprio cadastro, a empresa tem em mãos a lista de todos seus parceiros de negócio que vão lhe garantir a vantagem competitiva de que necessita. O cadastro de fornecedores é o corpo central que alimenta o processo de suprimento da empresa. Dentro de um processo produtivo, a Administração de Materias (AM) precisa controlar: A Quantidade (para que se evite a falta ou os excessos) O Tempo ( o momento em que os materias estarão disponíveis) A Localização (não basta o material estar disponível ele também precisa estar disponível no local certo) greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 55 Eu falei em parceiros de negócio logo acima. E eu realmente quis dizer isso. O fornecedor não é uma pessoa da qual a empresa tenta tirar vantagem, comprando o produto pelo menor preço possível, aumentando suas margens. Essa visão de curto prazo é contrária à idéia por trás do cadastro. O que se busca é formar alianças estratégicas visando intereses comuns. Só assim se garantirá que o suprimento de materiais tenha: - Qualidade - Tempestividade - Regularidade Outra ideia que deve estar encrustada na sua mente é que o cadastro de fornecedores não busca sempre e a todo momento a aquisição de material pelo menor preço. Nos sistemas de administração tradicional, a busca pelo fornecedor só se inicia no momento da necessidade de materiais. Espera-se ter sede para se abrir o poço. E somente a partir da existência da necessidade se busca o fornecedor. Uma vez encontrado, começa-se a discutir preços e prazos de entrega. E pior, buscam- se condições espetaculares de fornecimento para aquela ocasião, em um raciocínio típico de quem não pensa no longo prazo. O cadastro de fornecedores não se presta a isto. Veja: o que se busca com o cadastro é a construção de uma relação de longo prazo com os fornecedores eventualmente aprovados para ali figurar. Esta ideia, no longo prazo, se revelará mais rentável, por dois motivos principais: - Não dá para manter o padrão espetacular de aquisições em todas as compras, e assim, fatalmente, o ganho de uma operação se perderá em outra. - Os fornecedores também tem seus interesses, e assim, procurarão melhor servir os seus bons e leais clientes, em detrimento dos demais. Se você acha que tudo que eu falei acima não se aplica ao regime público, por conta das licitações, se engana. Os órgãos públicos também possuem cadastro greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 55 de fornecedores, e embora estejam atrelados à Lei de Licitações para fazer contratações, lembre-se que, por exemplo, a modalidade convite comporta algum grau de preferência (pense bem, três fornecedores são diretamente convidados pela repartição enquanto os demais precisam fuçar editais em quadros de aviso nelas). Além do que, a tomada de preços depende da existência de cadastro prévio dos fornecedores interessados. Embora mitigada, a importância do cadastro também se faz presente nas repartições públicas. Pois bem, agora que você já tem em mente as premissas do cadastro, vamos falar de sua construção. E quais fornecedores nós queremos em nosso cadastro? Os melhores! E os melhores serão aqueles que: - Tenham condições de fornecer o material ou executar os serviços na quantidade, qualidade e prazo certos; - Possam tornar-se uma fonte regular de suprimentos de materias ou de serviços; - Possuam preços e condições competitivas. O primeiro passo é pesquisar todos os existentes. Catalogos de fabricantes, guias comerciais, e até a internet. Nesta primeira fase, buscamos conhecer todos os fornecedores potenciais, a fim de vir a escolher algum deles. Assim sendo, o órgão responsável pelo cadastro de fornecedores vai coletar informações destas fontes, tabulando os dados para que sejam manipulados mais facilmente em um momento posterior do processo. Alias, o cadastro tem de ser de facil consulta por qualquer interessado dentro da empresa. Afinal de contas, o cadastro existe para facilitar a vida de quem precisará de fornecedores. Por isso, uma outra preocupação do cadastro, fora a tabulação dos dados para pesquisa, é que contenha os dados necessários para identificação do fornecedor, entre os quais: greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 55 - Tipo de produto vendido (auto explicativo né, se eu quero lâmpadas, o fornecedor tem de ser capaz de fornecer lâmpadas); - Capacidade de produção (o número de unidades que o fornecedor é capaz de atender por pedido). - Facilidade de comunicação e relacionamento com seus clientes - Localização geográfica (os produtos tem de sair do fornecedor para chegar na empresa, e esta informação é relevante para se estimar o custo de frete) - Situação do fornecedor (uma empresa em falência provavelmente não poderá continuar a ser fornecedora por muito tempo, e ainda que possa, talvez a nossa empresa não se interesse por ela :P). Vencida estas etapas, a empresa está pronta para avaliar os fornecedores, e uma vez feito isto, terá seu cadastro de fornecedores. Tudo que irá precisar fazer daqui para frente é analisar o desempenho dos mesmos ao longo do tempo, para garantir que o fornecedor mantém o mesmo padrão de excelência no cumprimento de suas obrigações. Tipo de produto vendido Capacidade de produção Facilidade de comunicação Localização geográfica Situação do fornecedor greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 55 O processo de avaliação e seleção dos fornecedores tambémé específico, mas não foi cobrado em seu edital, mas vou pelo menos relacionar os requisitos mais usuais, a fim de que você “feche” o raciocínio na sua cabeça. Os parâmetros usuais de avaliação e aprovação do fornecedor (são aqueles que autorizama inclusão do fornecedor no cadastro, sem isso, a empresa nem quer saber que aquele fornecedor existe): - Preço - Qualidade - Condições de Pagamento - Condições de Embalagem e Transporte Uma vez preenchidos os requisitos acima nos patamares desejados (cada empresa terá o seu conforme sua situação), deve haver uma análise inicial das entregas, para que a empresa avalie: - Cumprimento dos prazos de entrega; - Manutenção dos padrões de qualidade; - Política de preços ao longo do tempo; - Assistência Técnica Isto que falei das avaliações são só parâmetros. Cada empresa ou órgão público pode usar os parâmetros que desejar, e não há maneira de especificar a infinidade de possíveis critérios. Apenas coloquei estes para que você tenha uma ideia de como se processa a fase de avaliação, não acredito que será solicitado em seu edital, mas você não pode ter uma visão “quebrada” do cadastro, pois isso dificultará a memorização. O cadastro normalmente manterá dois tipos de fornecedores: Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 55 Fornecedores ativos: Aqueles que gradativamente suprem as necessidades de bens e serviços da empresa. São aqueles a quem a empresa recorre normalmente quando precisa de materiais. Fornecedores potencias: São fontes alternativas de fornecimento. Caso um fornecedor ativo não consiga fornecer os bens em determinada ocasião, é bom que a empresa tenha um “Plano B” para não ficar sem o material. Conforme o desempenho do fornecedor potencial, ele talvez consiga chegar ao cadastro de fornecedores ativos da empresa. Não há um número fixo de fornecedores no cadastro para cada tipo de material, entretanto, é sugerível que se mantenha ao menos três fornecedores diferentes para cada item. Isto dificultará a interrupção do fluxo de fornecimento de materiais. Mas como eu disse, é apenas sugerível. Veja que no caso de fornecedores monopolistas (fabricantes de produtos exclusivos no mercado) e especiais (dominam materiais ou processos específicos, normalmente não encontrados entre outros fornecedores), a manutenção de mais de um fornecedor neste cadastro é impossível ou inviável, ou mesmo não desejada. Por essas razões, a relação entre fornecedores e compradores neste caso é conhecida como de “fonte única”. Alias, uma última dica: o cadastro de fornecedores volta-se, essencialmente, a manter uma base de dados de fornecedores habituais (em contraposição aos fornecedores monopolistas e especiais). E isto é perfeitamente justificável: os fornecedores habituais oferecem produtos padronizados. Existem vários deles concorrendo entre si e, portanto, em busca de parceiros comerciais que permitam sua sobrevivência. Eles se diferenciarão no que diz respeito à qualidade de seu atendimento e sua eficiência, e por isso, o cadastro da empresa buscará ter como parceiro apenas aquele que cumpra de maneira satisfatória seus objetivos. Os fornecedores habituais, a seu passo, estabelecem relações de “fontes multiplas”, já que o comprador possui diversas opções em mercado para obter os materiais de que necessita. greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 55 E já que falamos de fontes, vamos passar mais uma classificação, que já tem um tempinho que não vejo ser cobrada pela CESPE: Fonte Única: Há exclusividade do produto fornecido (quer seja pela existência de monopólio, produto especial, ou mero acordo exigindo que o material seja obtito apenas daquele fornecedor) Fonte Múltipla: O contrário :P. Agora o comprador tem livre acesso a diversas fontes de materiais, podendo escolher a que mais lhe agradar. Fonte Simples: Essa daqui é a cereja do bolo na organização do setor de compras. Como dissemos, a tarefa de escolha do fornecedor é árdua. E, além de tudo, “acertar” na escolha de um bom fornecedor é bastante difícil. Quando o setor de compras consegue isto, se agarra com unhas e dentes nele :P. A fonte simples indica uma relação na qual a empresa poderia comprar de qualquer fornecedor, mas que por questões de planejamento e estratégia, firma um contrato de longo prazo com um fornecedor específico, sedimentando a relação comercial entre eles. Muito bonito :P Quanto ao cadastro, é só isso. Não foi pouco, mas acredito que você não terá problemas em dominar os conceitos, e mais importante, o raciocínio por trás do cadastro. Perfil do Comprador Comprador é aquele que compra. Parece óbvio, mas das três palavras que estão nessa frase, a mais importante é "aquele". O comprador é uma pessoa. Esta atividade ainda não pode ser substituída por uma máquina, de maneira que é dever do comprador, representando sua empresa, estabelecer um ponto em comum entre o seu representado e o fornecedor, e fazer isso da maneira mais profissional possível. Porém, é altamente recomendável que essa pessoa tenha algumas características, pois de outro modo, o exercício de sua função será um desastre, ou greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 55 ao menos, extremamente antiética. Você consegue se imaginar como fornecedor, recebendo um representante da empresa interessada em comprar vindo de shorts, sem camisa, mascando chiclete e te chamando de "cara" o tempo todo? Lógico que não. Mas para fins de prova, acredito que as características mais importantes e procuradas no comprador são as seguintes: - O comprador defende sua empresa. Ele tem em mente satisfazer os interesses de seu patrão e não do fornecedor. Não pode, por exemplo, fazer uma compra 20% mais cara do que seria possível para "rachar" com o fornecedor os 10%. - Por outro lado, defesa de interesses tem limite. O comprador não pode ser um estelionatário profissional a serviço de sua entidade. Ele age com transparência, sem a ideia de querer prejudicar o fornecedor. - O comprador deve ser um sujeito honesto. Ele não só não pratica irregularidades, ele denuncia irregularidades de que tenha ciência. - Por fim, do ponto de vista do comprador,todos os fornecedores devem ser tratados de maneira igual. Então, nada de fazer um favorzinho para aquele seu primo que ta com dificuldades financeiras para facilitar a compra de material da empresa dele. Tão ruim quanto é aceitar uma joia ou outro presente caro no caso de uma negociação bem sucedida com a empresa. Só a título de curiosidade, no caso do serviço público federal, presentes abaixo de R$ 100,00 podem ser aceitos sem problemas, por serem classificáveis como "brindes". Acima desse valor entende-se que o presente passa a influenciar nas atribuições do servidor. Para distinguir as situações em que o recebimento do presente ultrapassa a mera cortesia, utilize este parâmetro. Embora essas características todas sejam até mesmo óbvias, o que se assiste no Jornal Nacional todos os dias é justamente servidores fazendo o contrário disso. Então, lembre das reportagens como o exato oposto do perfil do comprador :P. E por favor, quando passar nessa prova, nada de "esquema". Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 55 Gestão Patrimonial A grande sacada deste tema é que ele não se encontra dentro da Administração de Recursos Materiais. Nós já vimos que os recursos materiais se voltam ao processo produtivo. Estamos falando de uma outra categoria de bens aqui. São bens que, princípio, a instituição não deseja colocar a venda, mas, pelo contrário, tais bens tendem a ser incorporados à estrutura da empresa, e dificilmente serão vendidos por ela. Outro aspecto é que a maior parte dos tópicos do edital diz respeito à gestão patrimonial na administração pública. Desta forma, eu que sempre falei de empresa, hoje vou falar de órgão, instituição ou entidade. E já que até agora não falei de bens patrimoniais, é melhor que eu comece definindo o que é patrimônio. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma instituição que podem ser avaliados monetariamente. Tudo, tudo, tudo que a empresa possui que possa ser avaliado em dinheiro é patrimônio, inclusive suas dívdias. Sim, até mesmo as dívidas (obrigações) compõem o patrimônio da empresa. E já que tais bens não serão alienados tão cedo pela entidade, existe um raciocínio diferente no seu estudo. Já veremos isso logo mais. Os bens que compõem o patrimônio da instituição ali estão para que esta possa perseguir seus objetivos. Eles asseguram a continuidade das atividades da instituição. Mas, que bens são esses? Bem, a primeira classificação busca distingui-los justamente dos direitos (bens e direitos são posições positivas no patrimônio, ao passo que as obrigações o reduzem). Bens materiais: na contabilidade, estes bens corresponderiam ao ativo imobilizado da empresa. São bens dotados de existência física, tangíveis, greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 55 palpáveis. São mais do que meras ideias, são coisas, objetos. Um prédio, um carro, um lápis, todos estes bens são materiais, pois correspondem a algo que podemos tocar. E claro, além de poderem ser tocados, são bens permanentes, ou seja, a instituição tem a intenção de mantê-los. É isso que os diferencia das mercadorias em estoque. Bens imateriais: corresponderiam aos ativos intangíveis. Estes “bens” não são exatamente bens, mas sim são direitos que a instituição possui. Uma patente é um direito que possui uma instituição de fabricar determinado produto de maneira exclusiva. E este direito, por conceder uma vantagem de mercado, pode ser avaliado monetariamente, embora não passe de uma simples ideia. Tais “bens” são intangíveis, não podem ser tocados. Ok, você já sabe o que são bens matérias e porque os bens materiais não são mercadorias (e por favor, não existe estoque de bens materiais nem de bens do ativo permanente ou imobilizado). A gestão patrimonial volta sua atenção aos bens materiais. Todos os itens do edital são voltados ao cuidado que se deve ter na gestão destes bens. Mas não é só isso. Do ponto de vista do proveito que a instituição pode retirar de determinado bem patrimonial, concorda comigo que uma caneta é substancialmente diferente de um prédio, embora ambos sejam bens materiais? Por isso, a simples classificação entre bens materiais e bens imateriais não é suficiente. Devemos ir mais fundo. Tais bens podem ser classificados entre: - Bens de Consumo: é a caneta do nosso exemplo. Por suas características, o uso contínuo acaba por esgotar este bem ao final de um período curto de tempo (menos de dois anos), de maneira que ele precisa ser reposto com mais frequência. E nenhuma carga de caneta vai durar a próxima década, razão pela qual sua futura mesa terá um monte delas. - Bens Permanentes: o uso corrente destes bens não o destrói. Ele tende a permanecer com as mesmas características da data de sua aquisição durante um longo tempo (pelo menos mais de dois anos). O prédio não greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 55 desmorona assim que saímos dele, nem precisa ser reconstruído dia após dia. Ele é utilizado por mais de um século e continua lá, do jeitinho que era (algumas rachaduras, mas é só isso). E não é só isso (também), existe ainda uma outra classificação, lá do Direito Civil, que diferencia os bens entre: - Bens Móveis: são os bens que não acedem ao solo. Os que podem ser removidos de sua posição sem que sua substância seja destruída. Ou, de maneira bem mais simples, todo bem que possa ser movimentado sem ser destruído. A caneta de novo, eu tiro ela da mesa e ponho em outra e a caneta continua caneta. - Bens Imóveis: estes bens perdem sua substância quando desprendidos do solo. Encontram-se firmemente preso a ele, e são destruídos ou descaracterizados com sua movimentação. Lembra do nosso prédio? Não dá para coloca-lo na esquina ao lado só porque bate mais luz ali. Ele será destruído no processo. E acredite, embora não seja diretamente cobrado em provas de ARM (e sim de Direito Civil), você precisará saber: Bens de uso comum do povo: São bens de uso geral, que podem ser utilizados livremente por todos os indivíduos. A praça aonde você vai é um bem público que pode ser utilizado por qualquer pessoa. Bens de uso especial: São aqueles nos quais são prestados serviços públicos, tais como hospitais públicos, escolas e aeroportos. Sua característica principal é a que, embora públicos, seu acesso pode ser restringido. Por exemplo, a repartição onde você irá trabalhar é um bem público, nem por isso todo mundo pode entrar em qualquer sala da unidade. Bens dominicais: São bens públicos que não possuem destinação definida, e desta forma, são passíveis de alienação. Ok, prometo que é só isso que precisa ser tratado quando falamos de bens. greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.brPágina 25 de 55 Tombamento dos Bens Vou explicar o processo desde o início. E no início, não há bem algum. Nossa instituição, que pretendia adquiri-lo, licitou o objeto há muito tempo atrás. E agora ele, o dito bem, chegou, está na porta da repartição. O que fazer? Obviamente que você irá recebê-lo. Mas e aí? Mais nada? Errado! Todo bem que adentra a instituição (e principalmente uma instituição pública) precisa ser devidamente registrado. Lembra dos procedimentos de recebimento de materiais da aula 02?Tudo que está lá é importante para o recebimento do bem. Mas o tombamento é a etapa que sucede a recepção. Vamos relembrar rapidamente a recepção dos materiais, cujo princípio é o mesmo aqui: O recebimento provisório envolve apenas procedimentos de conferência dos materiais, já o recebimento definitivo, momento posterior à conferência, é quando se emite o aceite em documento fiscal e se declara que o material está de acordo com o especificado no contrato firmado entre o comprador e o fornecedor, em quantidade e qualidade, ou ainda, devolve o material ao fornecedor, por estar em desacordo com as especificações, para que este regularize os materiais. Uma vez dado o recebimento definitivo, está na hora de realizar o tombamento do bem. E o que é isso? Tombamento é o procedimento administrativo de identificação de um bem permanente e seu registro no patrimônio da instituição. Essa identificação administrativa consiste em efetuar um cadastro onde são dispostas todas as informações relacionadas ao bem. E ao final, gera-se um número de patrimônio, normalmente em uma plaqueta a ser afixada no bem, que será o número de controle deste mesmo bem até sua alienação ou perecimento. greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 55 Enquanto este bem for um bem, e enquanto integrar o patrimônio da administração, seu número de identificação permanecerá com ele. De tempos em tempos a administração efetuará o inventário de todos os bens do seu patrimônio, e os números de patrimônio serão úteis nesta missão. Mas concorda que não é todo bem que é suscetível de ser “emplacado”? Alguns deles, por razão de seu valor econômico diminuto, talvez sejam mais baratos que a própria plaquinha que seria colocada neles, né? Eu tinha dito que iria parar de classificar bens. O problema é que esta classificação está diretamente relacionada ao tombamento, de forma que eu preciso coloca-la nesta parte da aula. Mea culpa... Dentro da classificação de bens móveis encontramos dois tipos de bens: Bens Controlados: este é o material sujeito a tombamento propriamente dito. Seu valor monetário justifica um rigoroso controle sobre sua existência, e responsabilidade sobre sua guarda e conservação. Bens Relacionados: Este material é dispensado de tombamento. Sim, não vai rolar plaquinha. Mas isso não quer dizer que ele não será controlado pela instituição. Mas ele sofrerá um controle simplificado. Não é toda caneta que entra na repartição que vai ganhar um número de patrimônio Controle de Bens - Inventário Ok, o bem já está dentro da instituição e devidamente catalogado. Mas nós devemos continuar a prestar atenção nele. Os bens da instituição não podem desaparecer de uma hora para outra, pois como dissemos, o objetivo é que continuem a servir aos objetivos da instituição durante muito tempo mais. Os bens intangíveis, por serem meras ideias, não podem ser contados, mas também não podem ser “perdidos”, de maneira que não é necessário exercer controle sobre eles. Desta forma, não é a eles que se volta a atividade de controle de bens. greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 55 Por outro lado, bens tangíveis imóveis dificilmente “desaparecem”, sendo sua falta sentida tão logo não estejam mais lá. Você notaria se sua casa não estivesse no lugar em que você deixou quando voltasse do trabalho. Assim sendo, o controle dos bens se volta àqueles que estão mais suscetíveis a desaparecimentos, subtração e danificação, ou seja, a atividade de controle de bens diz respeito aos bens móveis tangíveis, quer de consumo, quer de produção. E a melhor maneira de exercer este controle é através do inventário. Dá-se o nome de inventário à verificação ou confirmação da existência de bens na instituição. Este inventário pode se dar tanto sobre os materiais em estoque como sobre os bens patrimoniais da entidade. O inventário em si consiste no levantamento físico ou contagem dos materiais para que os dados obtidos sejam comparados ao registro efetuado pela instituição. Desta forma, inventariar os bens significa certificar-se de que as informações constantes no controle da instituição refletem a realidade. E como proceder ao inventário? Existem duas maneiras principais de se fazer isso: Inventário Geral ou Periódico: Estes são feitos no final do exercício fiscal, e a contagem e verificação se faz de uma única vez para todos os itens do estoque ou patrimônio. Como você deve ser capaz de imaginar, isto levará um tempo considerável para ser feito, e desta forma, a execução do inventário geral normalmente paralisa as atividades da área inventariada. Inventário Rotativo: o Inventário Geral é custoso para a instituição, pois paralisará as atividades da entidade. Para evitar estes males, existe o Inventário Rotativo. Nestes casos, haverá um cronograma periódico a se seguido, fazendo-se a contagem mês a mês de cada área pretendida, de maneira que ao final do exercício, todas as áreas tenham sido inventariadas. A vantagem do método está justamente em não paralisar a atividade da instituição. greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 55 O inventário rotativo tem mais uma vantagem. Caso a empresa combine algum método de classificação de materiais (por exemplo a classificação ABC), poderá fazer com que alguns grupos de itens sejam verificados mais vezes do que outros. E como vimos no capítulo da curva ABC, alguns poucos itens merecem mais atenção que outros muitos itens. Os materiais podem ser divididos, por exemplo, em três grupos: Grupo 1: itens correspondentes à Classe A, que por sua importância e valor significativo, merecem atenção redobrada, e portanto, serão inventariados, por exemplo, três vezes ao ano. Grupo 2: itens correspondentes à Classe B, que tem importância intermediária, e assim, podem ser inventariados, por exemplo, apenas duas vezes ao ano. Grupo 3: estes são os demais itens (Classe C), que existem em grande quantidade e pequeno valor total. E por representarem um valor menor do estoque (além de dar bem mais trabalho inventariá-los), serão contados apenas uma vez por ano. E como é feito o inventário? Já disse para você que é impossível que alguém lhe diga como fazer algo, mas sempre existem critérios a serem levados em consideração. A doutrina costuma estruturar os passos da seguinte maneira: - Convocação das equipes de inventariantes:Normalmente, o inventário é feito através de duas equipes: a primeira equipe vai fazer a primeira contagem, e a segunda equipe vai.... adivinha.... contar de novo! Este procedimento é feito para fins de revisão, já que seria mais difícil que duas equipes contassem errado o mesmo número de itens; - Arrumação física: Não dá para contar objetos se eles não estiverem organizados. Desta forma, nesta fase, os itens semelhantes são agrupados e, se possível, sairão do caminho, para que as equipes possam transitar livremente. No caso do inventário patrimonial, rearranjar os objetos pode ser bastante difícil Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 55 (imagine colocar todas as cadeiras do seu andar em um canto da sala), de maneira que essa fase não é obrigatória; - Cartão de Inventário: É a ficha na qual os itens são contados. Nela, são inseridos os dados do objeto inventariado, e, depois, sua quantidade. Isto, lógico, se o processo for feito manualmente. Caso, por exemplo, todos os materiais tenham recebido códigos de barra ao chegar à entidade, seria só passar a maquininha :P. - Atualização dos registros de estoque: Se houver algum documento parado que altere as informações constantes na entidade antes do inventário, este documento precisa ser processado. Por exemplo: se no dia anterior foi feita uma retirada de 50 canetas, é claro que elas não estarão lá para serem contadas. Mas, se por qualquer razão, esta informação ainda não foi computada, chegou a hora de fazer isso. - Contagem do estoque (ou dos materiais): E finalmente chega o momento. Depois de tanta preparação, está na hora de contar os materiais ou bens. Cada item será contado duas vezes. Da primeira vez, será colocado um cartão, etiqueta ou ficha no bem, para mostrar que a primeira equipe o incluiu na contagem. A segunda equipe de contagem vai contar tudo de novo, retirando parte da marca identificadora, para mostrar que também contou o bem. E o que sobrou da marca será removido ao fim do inventário. - Reconciliação e ajustes: Fizemos tudo isto para nos certificarmos que não há divergência entre a realidade e o registro da entidade. Mas e se houver? Cabeças vão rolar :P. Brincadeira, mas alguém terá de explicar as divergências (e se você vier a ser chefe, vai te dar uma baita dor de cabeça). Uma vez explicada a variação, é feito o registro da informação real, e assim, a contagem fica conciliada. Estas etapas, na gestão patrimonial, também comportam outra classificação que é cobrada em provas: Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 55 Levantamento: É a coleta de dados sobre todos os elementos do patrimônio. Nesta etapa, se determinada o que irá ser contado e procede-se à contagem, em três sub etapas: - Identificação: Verificação das características dos elementos do patrimônio a serem inventariados, para posterior agrupamento por semelhança - Agrupamento: Agora nós vamos juntar os elementos identificados conforme sua semelhança, para ficar mais fácil de conta-los.. - Mensuração: É a contagem, o inventário em si. Nesta etapa será determinada quantidade de bens existentes na entidade. Arrolamento: Registro das informações levantadas. Tombamento. É uma fase que nós já vimos. Também é um registro, mas não das informações, e sim do próprio bem que compõe o patrimônio da entidade. E como todo bem patrimonial é suscetível de avaliação monetária, passamos à última fase, que é a da: Avaliação: compreende a aferição do valor monetário do bem. Sem a avaliação, o arrolamento só serve para controlar a existência do bem, mas tal registro não poderá ser utilizado na contabilidade da entidade (não que você precise saber disso, mas eu preciso dizer :P). Estes itens correspondem a etapa ou etapas da descrição anterior. São dois meios de classificar os passos a serem tomados no processamento do inventário. Então, eles podem conter etapas comuns. Um último termo a ser aprendido: Cut-off. É uma paralisação em toda movimentação de materiais da empresa (é recomendável que esta paralisação seja real, mas ela pode ser simplesmente teórica, através de um registro apartado), a fim de que o material possa ser contado. É recomendável (não obrigatório, como veremos nas questões) que a greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 55 empresa não receba materiais na data do inventário, que as necessidades do processo produtivo sejam atendidas previamente, de maneira que quando realizado o Cut-off, nenhum material na empresa esteja sendo movimentado, ou se não for possível parar a movimentação, que esta seja feita em separado, com um controle a parte. Isto é perfeitamente justificável: se o material continuasse a entrar e sair livremente, o inventário nunca terminaria, já que sempre existiriam novos itens para serem contados ou baixados. Através do Cut-off, a empresa específica a data limite que as informações do inventário abarcarão. Por exemplo: inventário até o dia 31 de dezembro de 2012. Isto significa que os itens que entrarem ou saírem da empresa no dia 1º de janeiro não serão contados naquele inventário. Mas para traçar este limite com precisão, é necessário algo mais que a simples estipulação da data. A empresa precisa apontar quais são as últimas operações a serem consideradas no inventário (preferencialmente três) para que esta delimitação fique bem clara. Desta forma o cut-off pode ser feito através de um mapa que detalhe os três últimos documentos considerados antes da contagem, e assim, o inventário pode ser feito com tranquilidade, sem o risco, por exemplo, de que itens sejam esquecidos ou contados em duplicidade. Viram que não tem muito segredo? É porque é só isso mesmo. Próximo ponto. Alienação, Alteração e Baixa de Bens Serão tratados juntos, simplesmente porque ao alienar o bem, deve ser feita a baixa do mesmo no registro da entidade. A alienação é uma das formas pela qual o bem da entidade pode deixar o seu patrimônio, e desta forma, não há mais razões para realizar o seu controle. greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 55 Alienar é transferir a propriedade de um determinado bem a terceiro. No Direito Civil, este termo é utilizado especificamente na venda do bem, não se aplicando a doações ou permutas. Entretanto, seu futuro patrão (e o meu antigo) acreditam nisto: A Alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do material mediante, venda, permuta ou doação. Neste caso, mesmo que o bem seja doado, estaremos diante das hipóteses de alienação do bem. Na verdade, não faz tanta diferença, já que as operações a serem adotadas serão as mesmas. A alienação no setor público é um fenômeno melhor estudado nas aulas de Direito Administrativo, especificamente nos procedimentos licitatórios. Seria grosseria de minhaparte tentar resumir em algumas linhas o tema de uma aula inteira, de maneira que vou passar rapidamente os requisitos para alienação dos bens móveis e imóveis: - Alienação de bens móveis: o administrador público não faz nada sem que o interesse público o esteja amparando. Assim sendo, é necessário que se comprove o interesse por trás da operação (público, por favor). Fora isto, é necessário que ocorra a “desafetação” do bem, que nada mais é do que sua descaracterização enquanto “bem de uso comum do povo” ou “bem de uso especial”, pois estas modalidades de bens públicos são inalienáveis, e consequente caracterização do bem enquanto bem dominical. E, por fim, deve ocorrer licitação, salvo exceções. - Alienação de bens imóveis: Deve ocorrer tudo que eu mencionei acima, e mais ainda, deve haver autorização legislativa que permita a alienação do bem. Ok, mas a alienação não é a única espécie de alteração que o acervo patrimonial da entidade pode sofrer, apesar de ser a principal (e única cobrada no seu edital diretamente). O bem também pode perecer em decorrência de um sinistro (ocorrência de um evento imprevisível) ou mesmo por simples extravio (embora o bem perdido continue a existir, não integra mais patrimônio da entidade). greg Highlight greg Highlight greg Highlight greg Highlight Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 55 E tem mais uma hipótese, lá do fim da nota de rodapé, que é o comodato. Comodato é um contrato de Direito Civil no qual o comodante cede um bem de sua propriedade gratuitamente ao comodatário, sob a condição de que este restitua o mesmo bem ao final do período fixado. Se qualquer das hipóteses grifadas não ocorrer, não estamos falando de comodato, certo? E todas hipótese acima geram uma necessidade: a de que o bem registrado no patrimônio seja devidamente baixado, uma vez que não compõe mais o patrimônio da entidade. Na verdade, a baixa do bem é a atividade administrativa correspondente à saída dele do patrimônio. Tudo é registrado, e TUDO MESMO é registrado em uma repartição pública. Pois bem, já sabemos que na baixa o bem deixa de compor o patrimônio da entidade. Mas ele será para sempre lembrado. E por qual razão? O número de registro patrimonial dele não poderá ser utilizado em nenhum outro bem. Aquele número pertence àquele bem, e mesmo que a plaqueta seja removida, não poderá ser utilizada em outro bem. Caso, um dia, aquele mesmo bem retorne ao patrimônio da entidade, somente aí o número voltará a ser utilizado. Até lá, o número fica guardado em outro registro, o de bens desincorporados. Pois bem, com isso, encerramos nosso curso. Você viu tudo que eu poderia imaginar que precisasse ser visto para uma prova da CESPE na disciplina de Administração de Materiais. E já saiu na frente (não terá de visitar essa matéria quando o edital sair), razão pela qual deixo registrado meus parabéns a você. Daqui para frente, é com você. O que não quer dizer que eu não estarei no fórum para uma mãozinha :P. Grande abraço. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 55 Questões Comentadas CESPE 2008/SERPRO/Analista – Gestão Logística. Acerca da movimentação, da alienação e de outras formas de desfazimento de materiais, julgue os itens. 1. A alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do material mediante venda, permuta ou doação. Comentário: Item correto. É a própria definição de alienação, já estudada por nós na aula. CESPE 2008/STF/Analista Judiciário. Acerca de administração de materiais nos setores privado e público, julgue os seguintes itens. 2. Diz-se que um bem móvel classificado como material permanente está sujeito ao tombamento quando ele não pode ser alienado nem modificado, tampouco sua destinação alterada. Comentário: Item errado. Todo item está sujeito a tombamento enquanto integrar o patrimônio da instituição pública, desde que, como falamos, seu valor econômico justifique rigoroso controle sobre sua existência. Não interessa se ele é dominical (passível de alienação). Alias, vimos que o registro deve permanecer mesmo quando o material deixou de fazer parte do patrimônio da entidade (bens desincoporados). 3. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa que define a cessão de um material pertencente do patrimônio de uma instituição. a) Ocorre quando materiais são entregues na organização com a transferência gratuita de posse e direito de uso. b) Ocorre quando os materiais são produzidos no próprio órgão. c) Cessão é a troca de materiais ocorrida entre organizações e que tenham o mesmo valor comum. d) Cessão é a mesma coisa que aquisição remunerada de material com a utilização de recursos orçamentários disponíveis na organização. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 55 Comentário: A definição do item a) se encaixa melhor no conceito de doação. O item b) não é uma classificação específica. O caso do item c) corresponde à definição de permuta. Desta forma, só nos sobra o item d) como item correto. 4. FCC - 2010 - Sergipe Gás S.A. - Assistente Administrativo O processo realizado pela instituição a fim de cumprir a legislação e manter em dia as informações patrimoniais é denominado a) Recolhimento. b) Redistribuição. c) Cadastramento d) Inventário físico. e) Alienação Comentário: Nós dedicamos um capítulo inteiro desta aula para falar disso, a FCC conceituou o procedimento de inventário físico nesta questão. Desta forma, a letra d) é a correta. 5. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa que apresenta vantagem da gestão de inventário e controle de estoque em uma organização. a) Gestão de inventário e controle de estoque são necessários para manter baixos custos de capital e manutenção das linhas de produção. b) A gestão de inventário permite reduzir os custos no processo de vendas, por meio da otimização de rotas. c) Uma das vantagens é a negociação com os fornecedores em bases favoráveis, uma vez que os estoques estarão abarrotados. d) A efetiva gestão do inventário possibilitará ganhos de escala na produção, por meio da automatização dos processos de compra e controle de estoques. Comentário: Essa é uma questão interessante. Você chega na conclusão dela se usar todos os conceitos que utilizamos nas aulas. A empresa gerencia seu inventário e controla estoques para ter certeza de que os bens e mercadorias ali Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 55 constantes permanecem com as características de quando foram adquiridos (e até mesmo para saber se o item não se extraviou). Ora, ao fazer isso, ela consegue gerir seu estoque com o máximo de eficiência, já que só terá de fazer compras estritamente necessárias ao seu funcionamento. E eficiência gera economia.Mas a alternativa b) também fala de redução de custos e a d) de ganho de produção. Entretanto, o controle feito através do inventário permite uma economia direta no custo de capital, embora isso vá, indiretamente, reduzir os custos das vendas. E o examinador quer, no mais das vezes, a consequência imediata. Letra a) é a alternativa correta. 6. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio A interdependência dos componentes patrimoniais, o conteúdo econômico avaliável em moeda dos bens que compõem o patrimônio bem como a vinculação do conjunto patrimonial a entidade que vise determinado fim constituem requisitos básicos para que um conjunto de bens, direitos e obrigações seja considerado patrimônio. Comentário: Patrimônio só é patrimônio se puder ser identificado, controlado e mensurado. Item Certo. 7. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio Com relação ao patrimônio e seus aspectos qualitativos e quantitativos, julgue os itens a seguir. São inalienáveis, enquanto empregados no serviço público, os bens de uso especial, embora possam ser contabilizados no ativo, inventariados e avaliados. Comentário: Os bens públicos só podem ser alienados em prol do interesse público. E a princípio, se foram adquiridos, é porque a sua utilização e manutenção são mais interessantes ao poder público do que o valor monetário que representam (fosse de outro modo, não precisariam ser adquiridos). Mas nada disto impede que o gestor público exerça controle sobre eles. Pelo contrário, é desejável que o faça. Item correto. Alienação de bens é a transferência de domínio de bens a terceiros. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 55 Comentário: Mais uma definição de alienação. Sublime :P. Item Correto 8. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Administrativa - Específicos Compras e doações são as únicas origens de recebimento de bens patrimoniais nos órgãos sistêmicos. Comentário: Pelo amor de Deus. Dificilmente alguma coisa é a única coisa possível de ser algo :P. Expressões como “sempre”, “nunca”, “único”, “todos”, “nenhum” quase sempre (já que não existe “sempre”) invalidam a alternativa. E aqui não é diferente. As permutas também são meios de recebimento de bens materiais, e isso é só um exemplo. Item Errado. 9. COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo - 1 O controle de materiais utilizados em uma repartição pública obedece ao conjunto de competências do responsável pelo setor. O controle deve ser capaz de identificar a qualquer momento as opções abaixo relacionadas, excetuando-se: a) quantidades a disposição. b) devoluções feitas ao fornecedor. c) necessidades específicas de aquisição. d) compras recebidas. e) compras aceitas. Comentário: O ilustre servidor do almoxarifado é um guardião. Ele é capaz de dizer a qualquer instante o que está em seu poder naquela sala. Mas ele não faz ideia do porque e nem para que serve aquilo que ele guarda. Assim sendo, ele não conhece as necessidades que conduziram à aquisição daquele item. Letra c) 10. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa Na gestão patrimonial, o registro das características e das quantidades determinadas pelo levantamento consiste na etapa de inventário denominada: a) Grupamento. b) Mensuração c) Arrolamento d) Avaliação Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 55 e) Identificação Comentário: Nós já vimos isso. O registro de característica vem logo depois da fase de levantamento. É necessário anotar o que foi levantado, e isso se chama arrolamento. Item c). 11. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio Para o inventário de material permanente, deve-se considerar o material cuja vida útil estimada seja superior a dois anos. Comentário: Perfeita a definição de material permanente. Seu uso contínuo não descaracteriza sua substância, e sua vida útil é estimada em mais de dois anos. Item correto. 12. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio O arrolamento, uma das fases do inventário do patrimônio, consiste no registro das características e quantidades obtidas na fase do levantamento. Comentário Acho que nem precisa comentar né? Mas se precisar, o arrolamento é justamente a fase após o levantamento do inventário, no qual as características e quantidades obtidas na contagem são registradas. Item Correto 13 COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo - 1 Em uma repartição pública, ao se proceder ao levantamento de todos os seus ativos (tangíveis, intangíveis, ativo mobilizado etc.) está elaborando-se a) o inventário de patrimônio. b) a lista de bens. c) o rol de objetos e processos. d) o registro de documentos. e) a classificação pecuniária. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 55 Comentário: Definição perfeita e acabada de inventário de patrimônio. A repartição está querendo verificar se todos os bens que a guarnecem continuam em seu poder, e em perfeito estado. Item a). 14. CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa - Específicos - 01 Caso determinado item apresente duas contagens divergentes em um mesmo inventário, deve-se adotar como estoque físico a média aritmética entre os resultados das duas contagens, assumindo-se o número inteiro imediatamente inferior. Comentário: Trapaceiros :P. Se a primeira conta não bateu com a segunda, isto significa que a contagem de ser refeita. Este “bem bolado” de tirar a média acaba descaracterizando a dupla contagem, que tem justamente a finalidade de dimensionar a real situação dos bens e materiais, e não uma simples aproximação. Item Errado. 15. COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de Administração Em relação ao processo de inventário na administração pública, não é correto afirmar: a) na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora e os elementos da escrituração sintética da contabilidade. b) a fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma vez a cada cinco anos. c) na Administração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Administração de Recursos Materiais para o MPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini
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